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Saponificação: Processos Bioquímicos

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Curso Técnico em Biotecnologia 
Processos Bioquímicos
	
Saponificação
Gabriele Mentz
Nathalia Gonçalves
Pâmela Stradolini
Profº. Leonardo da Silva Bittencourt e Dra. Alessandra Nejar Bruno
Porto Alegre, 17 de novembro de 2019
INTRODUÇÃO
1.1 Lipídeos
 
Os lipídeos biológicos são um grupo de compostos quimicamente diversos, cuja característica em comum que os define é a insolubilidade em água (Nelson e Cox, 2019), devido a sua insolubilidade em soluções aquosas, os lipídeos do corpo encontram-se geralmente compartimentalizados, como no caso de lipídeos associados à membrana e de gotículas de triacilgliceróis nos adipócitos brancos, ou são transportados no plasma em associação com proteínas, como com a albumina ou nas partículas de lipoproteínas (Harvey e Ferrier, 2012).
Os lipídeos são uma importante fonte de energia para o corpo e, também fornecem a barreira hidrofóbica que permite a partição dos conteúdos aquosos das células e de estruturas subcelulares. Os lipídeos atuam em outras funções no organismo. Por exemplo, certas vitaminas lipossolúveis têm funções regulatórias ou de coenzimas, e as prostaglandinas e os hormônios esteroides exercem papéis fundamentais no controle da homeostasia do organismo (Harvey e Ferrier, 2012). Eles também exercem funções bioquímicas e fisiológicas muito importantes no organismo animal, atuando como combustível, reserva energética e isolante térmico. É importante o conhecimento destas características também do ponto de vista comercial, pois os lipídeos servem para a produção de sabões, detergentes, tintas, produtos estéticos, medicamentos e produtos alimentícios (BRUNO et al., 2014).
1.2 Saponificação
Os lipídeos podem sofrer reação de hidrólise ácida ou básica. A hidrólise ácida produzirá álcool, glicerol e ácidos graxos constituintes. Já a hidrólise básica produzirá glicerol e os sais desses ácidos graxos, que, por sua vez, constituem o sabão. Assim, aquecendo óleos na presença de uma base, realizamos uma reação química que produz sabão, denominada saponificação (BRUNO et al., 2014).
A reação de saponificação acontece na presença de uma base, como KOH ou NaOH. O KOH é usado para se obter sabões potássicos, como por exemplo cremes de barbear. A glicerina resultante da produção do sabão pode ser comercializada e servir para fabricação do explosivo nitroglicerina, ou como umectante em produtos de beleza, sabonetes e produtos alimentícios (BRUNO et al., 2014).
O princípio da limpeza de gorduras efetuado pelo sabão é a sua natureza anfipática, onde possui uma porção polar e outra apolar. Assim, as moléculas anfipáticas conseguem interagir tanto com substâncias polares ou hidrofílicas quanto com substâncias apolares ou hidrofóbicas. Quando em meio aquoso, as moléculas anfipáticas tendem a se agrupar formando estruturas esferoides, denominadas micelas, em um processo chamado emulsificação. Nas micelas, as moléculas com a cadeia apolar são direcionadas para o interior, interagindo com o óleo, enquanto a extremidade polar é orientada para o exterior, em contato com a água. Dessa forma, a micela é levada pela água, facilitando a remoção de moléculas apolares como a gordura (BRUNO et al., 2014).
OBJETIVO
Conceituar saponificação e conhecer as reações necessárias para formação de sabões.
Conhecer o comportamento dos sabões em soluções aquosas com e sem a presença de gorduras.
MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
5 mL de óleo de soja
10mL de solução alcoólica de hidróxido de sódio a 10%
bico de bunsen, sobre uma tela de amianto
1mL de Cloreto de sódio a 35 %, 
1mL de Ácido clorídrico 1 M (deverá ser manipulado na capela de exaustão)
60 mL de água destilada
1 béquer de 100 mL
2 pipetas de 10 mL
1 pipeta de 1mL
1 bastão de vidro
1 estante para tubos de ensaio
6tubos de ensaio de vidro grandes
3.2 Métodos
Experimento 1. Saponificação de lipídeos
Procedimento:
Inserir em um béquer ou em um erlenmeyer pequeno, 2 ml de óleo de soja.
Adicionar 10 ml de solução alcoólica de NAOH,
Aquecer em bico de bunsen, sobre uma tela de amianto, com agitação contínua até a completa saponificação, isto é, até que a fase líquida desapareça e seja formada uma camada levemente endurecida. A agitação deverá ser feita com bastão de vidro.
Acrescentar 50 ml de água destilada e agitar até a completa dissolução do sabão. 
Experimento 2. Estabilização de uma emulsão
Procedimento:
Numerar dois tubos de ensaio e proceder conforme a tabela a seguir:
Tabela 1 - Estabilização de uma emulsão
	 
	Óleo de Soja (mL)
	Água destilada (mL)
	Solução de Sabão (mL)
	Tubo 1
	1
	10
	0
	Tubo 2
	1 
	0 
	10 
Agitar vigorosamente os tubos por inversão.
Observar e anotar os resultados imediatamente.
Deixar em repouso por 10 minutos e anotar os resultados.
Experimento 3. Precipitação de sabões e liberação de ácidos graxos
Procedimento:
Numerar três tubos de ensaio e proceder conforme indicado na tabela:
Tabela 2 - Precipitação de sabões e liberação de ácidos graxos.
	Nº do tubo
	0
	1
	2
	Solução de sabão (mL)
	2,0
	2,0
	2,0
	Solução de NaCl (gotas)
	5 
	0 
	0 
	HCl concentrado (gotas)
	0
	5
	0
Misturar por agitação
Deixar em repouso por 10 minutos,
Observar a presença de precipitado e anotar os resultados.
4. RESULTADOS 
Experimento 1
Foi feito o aquecimento no bico de Bunsen do óleo de soja juntamente com a solução alcóolica de NAOH até apresentar uma camada endurecida. Após, foi adicionado água destilada até dissolver completamente.
Experimento 2
Figura 1 - Experimento 2. No tubo 1.1 contém óleo de soja e água destilada, no tubo 1.2 contém óleo de soja e solução de sabão.
Podemos observar, conforme a figura 1, que, no tubo 1 não houve saponificação pois contém apenas óleo de soja e água destilada. Já no tubo 2, que contém óleo de soja e solução de sabão, podemos observar a saponificação que ocorreu, com uma camada de espuma como precipitado.
Experimento 3
Figura 2 - Experimento 3. No tubo 0.2 contém solução de sabão e NaCl, no tubo 1.2 contém solução de sabão e HCl e no tubo 2.2 contém apenas solução de sabão.
Podemos observar que, conforme a figura 2, no tubo 0.2 obtivemos a quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos através da adição da base forte NaOH. Essa reação tem como resultado a liberação do glicerol e formação de sais de ácidos graxos. No tubo 1.2 onde contém ácido forte HCl observamos o precipitado formado devido a insolubilidade e no tubo 2.2 não houve reação, pois contém apenas a solução de sabão.
CONCLUSÃO 
Com a pratica podemos compreender que a preparação de sabões é bastante simples, sendo possível obter sabão de boa qualidade utilizando materiais considerados resíduos, possibilitando a realização do experimento totalmente satisfatório e estando de acordo com os resultados comparados na literatura, o aquecimento do óleo com a base resulta na reação de hidrólise denominada saponificação, o experimento foi simples e nos levou ao conhecimento sobre as propriedades químicas do sabão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Harvey, A., Ferrier, D; Bioquímica ilustrada - 5. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2012
Nelson, L. Cox, M; Princípios de Bioquímica de Lehninger - 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2014.
NELSON, David L.; COX, Michael M.; Princípios de Bioquímica de Lehninger - 7. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2019
BRUNO, Alessandra Nejar et al (Org.). Biotecnologia I: Princípios e Métodos. Porto Alegre: Artmed, 2014. p 120 - 121.

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