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Metabolismo dos Lipídios Prof Dr Marcos de O Machado Unisul Desempenham um papel relevante como fonte de alimentos devido ao seu alto valor energético de 9 kcal/g. Boa molécula para reserva: Tamanho reduzido: Baixa camada de solvatação Quantidade de H vão servir de eletrons na cadeia transportadora de elétrons. Absorção: Diariamente ingerimos cerca de 25g-105g de triglicerídeos. Outros lipídeos tb sao ingeridos como fosfolipídios, o colesterol e as vitaminas lipossolúveis. Armazenamento: de ácidos graxos na forma de TG é o mais eficiente e quantitativamente mais importante do que o de carboidratos na forma de glicogênio. Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, promove-se a liberação destes TG com o objetivo de convertê-los em ácidos graxos livres, os quais serão oxidados para produzir energia. Catabolismo e armazenamento de Lipídeos No adulto um vestígio de lipases resistentes ao pH ácido hidrolisa triacilgliceróis em pequeníssima qtde. No estômago dos recém nascidos, graças ao pH neutro, ocorre digestão de lipídeos. Estômago Não ocorre Boca Porções de fosfolipídeos e glicolipídeos não digeridos Digestão de lipídeos Pâncreas Secreção de dois tipos “suco pancreático” . Triacilgliceróis (TG) mais que 90% Fosfolipídeos (PL) Glicolipídeos (GL) Colesterol ( C ) Ésteres de colesterol (CE) Vitaminas lipossolúveis (ADEK) 60 - 150 g/dia Vesícula biliar Armazenamento e secreção da bile. Solubilização, a hidrólise de ácidos graxos livres, monoacilgliceróis, do colesterol da dieta (30-40%)vitaminas lipossolúveis e ác. graxos essenciais. Captação de lipídeos, ressíntese de triacilgliceróis e ésteres de colesterol, formação do quilomícron . Reabsorção de sais biliares. 1 a 2 g de colesterol e 7 a 22 g de lecitina são secretados no lúmem do intestino delgado como constituintes da bile. Intestino delgado Maria Fernanda Romani Anfipático� Maria Fernanda Romani Apolar Digestão Enzimas pancreáticas Lipases Colesterol esterase - Caboxil éster hidrolase H2O H – OH Digestão Fosfolipases Molecular Cell Biology. 4th ed. Lodish, Harvey; Berk, Arnold; Zipursky, S. Lawrence; Matsudaira, Paul; Baltimore, David; Darnell, James E. New York; c2000. Ligação susceptivel é mostrado em vermelho. R é o grupo polar unido ao fosfato, como a colina na fosfatidilcolina ou inositol no fosfatidilinositol. Emulsificação - Permiti que as enzimas envolvidas cheguem a seus substratos lipídicos - Processo exige ácidos biliares conjugados sais biliares), revestindo as gotículas de gordura Formação da bile A bile é composta de 2 secreções - hepatócitos lipídeos, lecitina e bilirrubina - ductos biliares - Na+, K+, Cl-, Ca2+ - HCO3- - adequa pH para formação das micelas e enzimas digestivas no intestino - neutraliza o ácido gástrico no quimo - protege a mucosa contra ulceração - colesterol, ácidos biliares, Pâncreas Vesícula biliar Lipídeo em excesso nas fezes (ESTEATORRÉIA) Bile Células mucosas intestinais Células defeituosas Lipídeos da dieta Suco pancreático A má absorção de lipídeos, resultando em uma perda de lipídeos (incluindo as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K, e ácidos graxos essenciais) nas fezes pode ser causada por uma série de condições. Má absorção de lipídeos Obstrução do trato biliar, interrompendo a circulação entero hepática Fibrose cística. Doença que se caracteriza por defeito na bomba de cloreto. A secreções que lubrificam se tornam expessas. Disfunção hepática severa, comprometendo a síntese de ácidos e sais biliares Absorção de lipídeos Absorção de lipídeos Quilomícrons Composição: •Apoliproteínas B-48, C-III e C-II •Triacilgliceróis •Colesterol •Fosfolipídeos Uso dos Lipídios da dieta pelos tecidos Triacilgliceróis são principalmente degradados pelo músculo esquelético e tecido adiposo. Os ácidos graxos livres são oxidados para produzir energia ou são armazenados na forma de triacilgliceróis no tecido adiposo. O glicerol que é liberado pelo triacilglicerol é usado pelo fígado na via da glicólise ou na gliconeogênese. Os quilomícrons remanescentes são removidos da circulação pelo fígado. VLDL – “Lipoproteína de Densidade Muito Baixa”, transporta triacilglicerol endógeno. IDL – “Lipoproteína de Densidade Intermediária”, é formada na transformação de VLDL em LDL. LDL – “Lipoproteína de Densidade Baixa”, é a principal transportadora de colesterol; seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio. HDL – “Lipoproteína de Densidade Alta”, atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio Transporte de Lipídios Classes de Lipoproteínas Lipoproteínas Principais Lipídeos (%) Apoproteína (%) Origem Função Quilomícron TG: 90% 2% Intestino Transporte TG exógeno VLDL TC: 55% 5 a 8% Fígado e Intestino Transporte de TG endógeno LDL Colesterol: 45% 20-24% Intravascul ar Transporte de colesterol aos tecidos HDL Fosfolipídeos: 30% 50% Fígado e Intestino Transporte reverso do colesterol dos tecidos para o fígado Os componentes da lipopreoteína estão em constante estado de síntese, degradação e remoção do plasma Funções: manter os lipídeos solúveis; fornecer um mecanismo para entregar seu conteúdo lipídico aos tecidos. OBS.: Sistema de entrega deficiente – deposição gradual de lipídeos (arteroesclerose). METABOLISMO DOS ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICEROL Mobilização das gorduras armazenadas Liberação dos ácidos graxos a partir de triacilgliceróis Ativação da lipase sensível a hormônios (adipósitos) ativada pelo AMPc é produzido pela ação hormonal (epinefrina) nos adipósitos inibida pela insulina e pela glicose. Insulina (inibe) Epinefrina (estimula) Mobilização das gorduras armazenadas Destino dos ácidos graxos os ácidos graxos livres movem através da membrana celular e se ligam a albumina no plasma onde são transportados para os tecidos onde são oxidados para se obter energia. Cérebro, eritrócitos e a medula adrenal não podem utilizar ácidos graxos como energia. Lipases Triacilglicerol Acetil-CoA Glicerol Gliceraldeído 3 P Ácido graxo Triacilglicerol como combustível 5% 95% Entrada de glicerol na via GLICÓLISE Oxidação dos ácidos graxos Ácidos graxos β -oxidação Respiração celular • Estágio 1- um ácido graxo de cadeia longa é oxidado para produzir resíduos de acetil –CoA. • Estágio 2- os grupos acetil são oxidados a CO2, NADH e FADH2 através do ciclo do ácido cítrico. • Estágio 3- os elétrons provenientes das reações acima passam pela cadeia respiratória produzindo ATP. Beta oxidação dos ácidos graxos após a entrada do ácido graxo na célula é convertido em Acil CoA graxa ( acil CoA graxa sintetase) no citossol. transportado para a matriz mitocondrial pela carnitina (lançadeira da carnitina) fragmentos de dois carbono são sucessivamente retirados da extremidade carboxila da acil CoA graxa Produção de energia gerada pela oxidação de ácidos graxos: A partir de 1 (um) palmitato à 8 moléculas de acetil CoA: 7 NADH + 7 FADH2 + 8 acetil CoA = 131 ATP (-2 ATP gastos) = 129 ATP (ENERGIA TOTAL) Formação dos acil-coA graxos Logo que entram na célula osgliceróis e cadeia carbônica devem ser ativados com a ligação da coenzima A. A formação de éster com CoA é energeticamente custosa. β-Oxidação Ácidos graxos com 12C ou menos podem penetrar a membrana mitocondrial sem o auxílio de trasportadores. Adipócito ou miócito Grande parte das cadeias de triglicerídeos possuem mais de 12C. Assim, é necessário um TRANSPORTADOR DE CARNITINA. Catabolismo de Lipídeos Entrada dos ácidos graxos com mais de 12C na mitocôndria pelo transportador de CARNITINA 1. A carnitina elimina a coenzima A da molécula de acil-CoA graxo, formando a acil-carnitina ou acil graxo carnitina. 2. A proteína transportadora carnitina aciltranferase – I localizada na membrana mitocondrial externa conduz a molécula a matriz mitocondrial. 3. Ligada a membrana mitocondrial interna a carnitina aciltransferase –II converte a acil-carnitina em acil-CoA graxo. β-Oxidação A carnitina acil-transferase é inibida por malonil-CoA, o 1º intermediário da biossíntese de lipídeos. Isto impede que os ácidos graxos sejam sintetizados e degradados ao mesmo tempo. β-Oxidação Por que os acil-coA graxos necessitam de um transportador sendo que dentro e fora da mitocondria será a mesma molécula acil-coa graxo? -> Porque se só entrassem acil-coA graxos poderia reduzir as reservas de coenzima A no citosol. • Tiólise •Desidrogenação •Hidratação •Desidrogenação Beta-oxidação FADH2 NADH + H (acetil CoA)) O ácido palmítico, que é um ácido gordo de 16 carbonos, ele vai sofrer sete reações oxidativas perdendo em cada uma delas a forma de acil-coa graxo e acetil-coA. 1. Formação do palmitoil-coA pela acil-CoA sintase. 2. Desidrogenação e liberação de 1 FADH2 + acil-coA graxo pela acil CoA desidrogenase 3. Hidratação pela enoil hidratase. 4. Desidrogenação pela hidroxiacil –CoA desidrogenase, liberando 1 NADH. 5. Clivagem pela tiolase liberando acil-coA graxo com 14C e acetil-coA. O Acil- coA graxo retorna e sofre as 4 reações totalizando 7 ciclos e liberando 8 acetil-COA. β-Oxidação do ácido palmítico β-Oxidação β-Oxidação Beta oxidação dos ácidos graxos a oxidação dos ácidos graxos insaturados fornece menos energia do que os saturados (são menos reduzidos = menos NADH e FADH produzidos). NOTAS CLÍNICAS: Defeitos genéticos na lançadeira de carnitina causam fraqueza muscular. Deficiência de acil CoA graxa desidrogenase na mitocôndria é a causa de até 10% dos casos de síndrome da morte súbita do lactente. Beta oxidação dos ácidos graxos Regulação da β-Oxidação No fígado o acil-coA graxo pode seguir 2 caminhos: B-oxidação nas mitocondrias ou Conversão em triacilgliceróis e fosfolipídeos. -> A velocidade de transferência para o interior das mitocôndrias dos acil-coA graxos define qual será a via a ser tomada. Assim, o transporte de carnitina irá definir a oxidação até acetil-coA. -> A concentração de maloil-coA, o 1º intermediário da biossíntese de ác, graxos aumenta sempre que o suprimento de carboidrato aumenta, inibindo a carnitina aciltranferase I. -> Concentrações altas de NADH/NAD+ inibe a desidrogenase B-hidroxiacil –CoA. -> Concentrações altas de acetil-coA inibe a tiolase. B-OXIDAÇÃO E CETOGÊNESE Durante a oxidação de ácidos graxos no fígado o acetil-coA pode seguir 2 caminhos: entrar no ciclo do ácido cítrico ou ser convertido em corpos cetônicos, isto é, acetona , acetoacetato e D-B-hidroxibutirato quee são transportados para outros tecidos. Indivíduos bem nutridos e saudáveis produzem corpos cetônicos em velocidades pequena. Em jejum prolongado ou diabetes não tratado, o aceti-coA se acumula formando o acetoacetil- coA que dá origem aos 3 corpos cetônicos. Nutrem tecido extra-hepáticos, convertidos em acetil-CoA e oxidados pelo ciclo do ácido cítrico. – RINS, MÚSCULO E CORAÇÃO. O CÉREBRO em jejum severo também pode ser alimentado / suprido pelo acetoacetato e B- hidroxibutirato. CETOGÊNESE CETOGÊNESE CORPOS CETÔNICOS: UM COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO PARA AS CÉLULAS Desvio do excesso de acetil CoA proveniente de ácidos graxos ou da oxidação do piruvato nas mitocôndrias do fígado para formar corpos cetônicos. Acetoacetato, 3-hidroxibutirato (beta-hidroxibutirato) e acetona (produto não metabolizável) = corpos cetônicos São transportados no sangue aos tecidos periféricos onde são reconvertidos em acetil CoA e oxidados pelo ciclo de Krebs. O fígado não pode reconvertê-los para usar como energia (não possui a Tioforase ou Tiolase). CORPOS CETÔNICOS: UM COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO PARA AS CÉLULAS A produção de corpos cetônicos aumenta durante o jejum sendo uma fonte de energia importante para o músculo esquelético, cardíaco e córtex renal e para o cérebro durante períodos prolongados em jejum. NOTA CLÍNICA: Produção excessiva de corpos cetônicos no sangue causa cetonemia (> 3 mg/dL) podendo evoluir para uma acidose severa (cetoacidose) e eventualmente cetonúria (urina). Casos de jejum prolongado e Diabetes melitus tipo I. CORPOS CETÔNICOS: UM COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO PARA AS CÉLULAS β-Oxidação Lactato ACETIL COA CTE NAD+ FAD+ GLICOSE GLICÍDIOS Pentoses Glicogênese Gliconeogênese Glicogênio Gliconogênese Gligogenólise LIPÍDIOS AGL Lipólise β - oxidação ATP 2H+ CO2 GTPH2O PIRUVATO Glicólise ATP 2H+ ATP Ciclo de Krebs CO2 2H+ 2 e- + 2H+ + ½ O2 H2O + CO2 + ATP CP + ADP C + ATPCPK ATP-CP: AAS PROTEÍNAS Proteólise Desaminação Balanço Energético PENTOSES: NADH2 RIBOSE 5-P GLICOSE 6-P + 4 ATP PROTEÓLISE: desaminação variável ATP-CP: CP + ADP CREATINA + ATP G‘ = - 3.0 Kcal/mol GLICÓLISE ANAERÓBICA: C6H12O6 + 2 ATP LACTATO + 4 ATP G‘ = - 47 Kcal/mol GLICÓLISE AERÓBICA: C6H12O6 + 2 ATP + O2 CO2 + H2O + 38 ATP G‘ = - 686 Kcal/mol LIPÓLISE: C16H32O2 + 23 O2 + 1 ATP 16 CO2 + 145 H2O + 388 ATP G‘ = -2.340 Kcal/mol Leitura Recomendada: Integração do Metabolismo – Capítulo 30 - Stryer
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