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Estudo Dirigido História Educação 2018.2

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ESTUDO DIRIGIDO 
 
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
Prezado Estudante 
 
Este material é parte integrante da Disciplina História da Educação. 
Aqui, você encontrará uma coletânea de textos extraídos de diversas publicações para 
realização de um estudo dirigido, onde estão destacados pontos básicos dos temas 
estudados na disciplina para complementar suas aulas e reforçar sua aprendizagem. 
Busque pesquisar e complementar o estudo em livros da bibliografia básica, nos 
materiais didáticos e indicações de leituras para a disciplina. 
Acompanhando os textos deste estudo dirigido, você encontrará atividades. Após 
realizar as atividades faça a correção com o gabarito que fica ao final deste 
documento. Busque rever os conteúdos onde você não obteve bons resultados nas 
atividades. 
 
 
Objetivo Geral 
Compreender o processo histórico da educação universal e brasileira, articulando as 
relações entre os diferentes períodos históricos, as configurações da educação escolar e a 
sociedade em que se encontra inserida. 
 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSAL 
 
EDUCAÇÃO ANTIGA: A EDUCAÇÃO PRIMITIVA 
 
 
� Não existia educação na forma de escolas. 
� Objetivo era ajustar a criança ao seu ambiente físico e social, através da aquisição das experiências. 
� Chefes de família eram os primeiros professores e em seguida os sacerdotes. 
 
 
O A educação primitiva fundamentava-se nos rituais de iniciação. As cerimônias de iniciação possuíam 
especial valor educativo: moral, social, político e religioso. 
 
Os povos primitivos possuíam visão animista, que acreditava que tudo na natureza possuía uma alma 
semelhante ao homem. Possuíam crença de que todas as formas de existência possuíam alma ou espírito. O 
aprendizado dos métodos para apaziguar o mundo dos espíritos constituía a parte mais importante da 
educação dos povos primitivos. 
 
O conhecimento necessário era adquirido por meio da imitação: 
� 1a fase (primeiros anos de vida) - imitação inconsciente - através de brincadeiras; 
� 2a fase (adolescência) - imitação consciente - através da participação em trabalhos. 
� 1os professores - chefes de grupos familiares; 
� Professores profissionais - sacerdotes. 
 
A educação ocorria de maneira espontânea e natural. Os primeiros educadores eram os chefes de grupos 
familiares e os educadores profissionais eram os sacerdotes, porém todos de uma certa maneira contribuíam 
para os ensinamentos, pois a educação provinha das imitações e da oralidade. 
 
De maneira geral os ensinamentos primitivos ocorreram de maneira semelhante entre muitos povos, 
marcados pela tradição e pelo culto aos velhos. O tradicionalismo pedagógico é determinado por tendências 
religiosas diferentes. Na comunidade primitiva a educação provinha da própria comunidade, essa se dava 
através da vida e para a vida. A criança aprendia no seu próprio dia a dia. Em fim a escola era a própria aldeia. 
O objetivo da educação nos povos primitivos era promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e 
social por meio da aquisição de experiências de gerações passadas. 
 
A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central para a sobrevivência do grupo e a atividade 
fundamental para realizar a transmissão e o desenvolvimento da cultura. O homem primitivo, através da 
imitação, ensina ou aprende o uso das armas, a caça e a colheita, o uso da linguagem, o culto dos mortos, as 
técnicas de transformação e domínio do meio ambiente. 
 
Há cerca de 8 ou 10 mil anos ocorre uma verdadeira e própria revolução cultural(revolução da era neolítica). 
Nascem, as primeiras civilizações agrícolas: os grupos humanos se tornam sedentários, cultivam os campos e 
criam animais, aperfeiçoam e enriquecem as técnicas (para fabricar vasos, para tecer, para arar), cria-se uma 
divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem e mulher e um domínio sobre a mulher por parte do 
homem. 
 
A transição da sociedade primitiva para os primeiros estágios da civilização caracteriza-se por dois aspectos: 
- substituição da organização genética da sociedade (família / classe) por uma organização política (indivíduo); e 
- formação de uma linguagem escrita e de uma literatura (consciência do passado e meios para conservá-lo). 
 
 
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ATIVIDADE 
 
1 - A educação difusa, observada entre as sociedades tribais, é caracterizada pelo aprendizado através da 
imitação e pela participação de todos no processo educativo. 
 
Escreva sobre esse modelo educacional em que as crianças aprendem as artes, ofícios e ritos, vinculando-se ao 
restante do grupo e criando, assim, sua identidade étnica e cultural. 
 
2 - Identifique se a afirmativa é VERDADEIRA (V) ou Falsa (F): 
 
A educação primitiva caracterizava-se pela tradição e pelo culto aos velhos. .......... 
Na comunidade primitiva a educação provinha da própria comunidade, essa se dava através da vida e para a 
vida. . .......... 
Toda a instrução ministrada era centralizada nos Livros Sagrados da aldeia. . .......... 
A escola era a própria aldeia. . .......... 
O tradicionalismo pedagógico é determinado por tendências religiosas diferentes. . .......... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO ANTIGA: ORIENTAL 
 
 
� O surgimento da escrita. 
� Transição da sociedade primitiva para a civilização. 
� Surgimento da cidade e do estado. 
� Mantinha a cultura dominante através da educação. 
 
PRINCIPAIS CULTURAS ORIENTAIS 
Nos valores da tradição, da não violência e da meditação ligados à religião, foi onde se firmou a transmissão de 
conhecimento segundo o Oriente. 
A doutrina pedagógica mais antiga é o Taoísmo, uma espécie de panteísmo no qual os princípios recomendam 
uma vida pacata e tranqüila. 
A educação é centralizada no domínio da linguagem e da literatura. A princípio o conhecimento da escrita é 
bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. A grande massa é excluída da escola e restringida 
à educação familiar informal. 
 
EDUCAÇÃO CHINESA 
A educação era tradicional: dividida em classes, opondo cultura e trabalho, organizada em escolas fechadas e 
separadas para a classe dirigente. O conhecimento da escrita era restrito a devido ao seu caráter esotérico As 
preocupações com educação apareceram nos livros sagrados, que ofereceram regras ideais de conduta e 
enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos. Nesse período surgiu o dualismo escolar, que 
destina um tipo de ensino para o povo e outro para a classe alta, ou seja, grande parte da comunidade foi 
excluída da escola e restringida à educação familiar informal. 
 
EDUCAÇÃO EGÍPCIA 
As escolas funcionavam como templos e em algumas casas foram frequentadas por poucos alunos. A 
aprendizagem se fazia por transcrições de hinos, livros sagrados, acompanhada de exortações morais e de 
coerções físicas. Ao lado da escrita, ensinava-se também aritmética, com sistemas de cálculo, complicados 
problemas de geometria associados à agrimensura, conhecimentos de botânica, zoologia, mineralogia e 
geografia. 
O primeiro instrumento do sacerdote-intelectual é a escrita, que no Egito era hieroglífica e se escrevia sobre 
folha de papiro. 
Ao lado da educação escolar, havia a familiar (atribuída primeira à mãe, depois ao pai) e a “dos ofícios”, que se 
fazia nas oficinas artesanais e que atingia a maior parte da população. Este aprendizado não tinha nenhuma 
necessidade de “processo institucionalizado de instrução” e “são os pais ou os parentes artesãos que 
ensinavam a arte aos filhos”, através do observar para depois reproduzir o processo observado. O povo era 
excluído da ginástica e da música, reservadas apenas à classe guerreira e colocadas como adestramento para 
guerra. 
 
EDUCAÇÃO HEBRAICA (JUDAICA)O principal legado que os hebreus deixaram foi no âmbito religioso. Eles foram os primeiros povos a adotar o 
monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus. Também de destacam na literatura, destacando o Antigo 
Testamento, que é a primeira parte da Bíblia. 
Quanto aos profetas, eles eram os educadores de Israel, inspirados por Deus e continuadores do espírito de 
sua mensagem divina. A escola em Israel organizava-se em torno da interpretação da Lei dentro da sinagoga. 
Assim, além de centro de oração e de vida religiosa e civil, a sinagoga se torna também lugar de instrução. A 
instrução que se professava era religiosa, voltada tanto para a “palavra” quanto para os “costumes”. Só mais 
tarde (no século I d.C.) foi acrescentado o estudo da escrita e da aritmética. Nos séculos sucessivos, os hebreus 
que se lançaram pelo mundo fixaram-se, em geral, sobre este modelo de formação (instrução religiosa), 
atribuindo também a esta o papel de salvar sua identidade cultural e sua tradição histórica. 
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EDUCAÇÃO HINDU 
Em seus aspectos mais gerais não difere da chinesa. A diferença deve-se principalmente ao sistema de castas 
da sociedade hindu. 
As castas são quatro: 
- brâmanes ou sacerdotes (professores /controladores da legislação) - educação literária superior e 
conhecimento das escrituras sagradas; 
- xátrias (generais ou classe executiva militar) e vaicias (classe industrial) - educação em escolas mantidas pela 
classe superior; 
- sudras (classe servil) e párias (não eram considerados uma casta, estão fora da organização social) - não 
recebiam qualquer educação formal. 
Aqueles que eram excluídos da sociedade, bem como as mulheres, não tinham acesso a educação. 
 
 
ATIVIDADE 
 
1 - Em que centralizou a educação dos povos orientais? E, quais aspectos da primitiva educação oriental 
podem ser considerados válidos para a educação atual? 
 
2 - Identifique se cada afirmativa é VERDADEIRA (V) ou Falsa (F): 
 
I-Nos povos primitivos e na educação chinesa o conhecimento necessário é adquirido por meio da imitação. . 
.......... 
II-A educação oriental é centralizada no animismo. . .......... 
III-Na educação hindu os sudras e os párias não recebiam nenhum tipo de educação formal. . .......... 
IV-A única diferença entre a educação judaica e a dos demais povos orientais foi quanto ao desenvolvimento 
da personalidade. . .......... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO ANTIGA: OCIDENTAL - GREGA 
 
� Grécia é o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão. 
� Tem como princípio o desenvolvimento individual do ser humano. 
� Preparação para o desenvolvimento intelectual da personalidade e a cidadania. 
� Ideais pautados na liberdade política e moral e no desenvolvimento intelectual. 
 
Educação Grega 
A Grécia é considerada o berço da civilização ocidental. Na educação grega deu-se mais oportunidade para o 
desenvolvimento individual. Em conseqüência dessa característica surgiu um novo conceito de educação, que 
ainda hoje é denominada liberal. “É a educação digna do homem livre, que o habilita a tirar proveito de sua 
liberdade ou dela fazer uso”. 
 
Foi com os gregos que o problema da educação surgiu com as características mais semelhantes das que adquiriu, 
para nós, nos séculos XIX e XX. 
 
O surgimento de idéias e conceitos transformaram-se em ideais gregos. Dentre eles ressaltam-se: 
- o conceito de liberdade política no estado; 
- a idéia de que a educação é a preparação para a cidadania; 
- a idéia do desenvolvimento intelectual da personalidade; 
- a idéia do amor ao saber pelo saber - a filosofia; e 
- o conceito do homem como sendo primariamente um ser racional. 
 
Os ideais da educação grega foram o resultado de uma lenta evolução. Abaixo estão relacionadas as principais 
etapas: 
 
a) Período homérico (900 - 750 a. C.) - educação eminentemente prática. Seus ideais aparecem nos poemas Ilíada 
e Odisséia (homem de ação e homem de sabedoria). 
 
b) Educação espartana (750 - 600 a. C.) - Licurgo organizou o estado e a educação em Esparta. O estado mantinha 
o controle sobre a educação. O objetivo da educação era dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, 
coragem e hábito de obediência às leis que o tornassem um soldado ideal. 
 
c) Educação ateniense ( 600 - 450 a. C.) - educação em oposição a espartana. Seu objetivo era a formação 
completa do homem (física e intelectual) O estado assegurava a liberdade pessoal, criando condições para a 
educação. 
Em Atenas a educação da criança nos primeiros sete anos era entregue à família, geralmente ficava entregue a 
amas e aos cuidados de um pedagogo (escravos ou servos a quem os atenienses confiavam as suas crianças). A 
palavra pedagogo (de pais, paidos = criança; agein = conduzir) designa em sua origem o condutor de meninos. 
 
d) Os sofistas (450 - 400 a.C.) - nova classe de professores ambulantes que percorriam as grandes cidades, 
ensinando ciências, artes, com finalidades práticas, principalmente a eloqüência, em troca de elevada 
contribuição financeira. 
 
e) Os grandes filósofos (400 - 300 a.C.) 
 
- Sócrates – A primeira obrigação do homem é procurar conhecer-se a si mesmo - "conhece-te a ti mesmo”. 
 
É na consciência individual que se deve procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da 
educação. 
 
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Método socrático: Ironia - perguntar fingindo ignorar / Maiêutica - fazer outras perguntas para levar o 
interlocutor a descobrir a verdade ( é a arte de fazer nascer idéias). 
 
Principais contribuições para a educação: 
-O conhecimento possui um valor prático ou moral, isto é, um valor de natureza universal e não individualista. 
-O processo objetivo para obter-se conhecimento é o de conversação; o subjetivo é o de reflexão e organização 
da própria experiência. 
-A educação tem por objetivo imediato o desenvolvimento da capacidade de pensar, não apenas de ministrar 
conhecimentos. 
 
- Platão - concorda com as idéias de Sócrates sobre a necessidade de se procurar uma nova base moral para a 
vida, a qual deveria se encontrar em idéias e na verdade universal. 
 
 Desenvolveu a Dialética de Sócrates, definida por Platão como sendo um "contínuo discurso consigo mesmo". 
 
Na educação deve-se levar em consideração tanto o corpo como o espírito. Os exercícios corporais, a cultura 
estética e moral, e a formação científica e filosófica, devem constituir o conteúdo da educação. 
 
O papel do educador consiste em promover no educando o processo de interiorização, graças ao qual ele pode 
sentir a presença das idéias. O despertar para o mundo das idéias é um processo gradual. 
 
- Aristóteles - contrário a Sócrates e Platão que consideravam que a virtude consistia no simples conhecimento do 
bem. Afirma que a virtude está na conquista da felicidade e do bem. 
 
Desenvolveu o seu conceito de educação partindo da idéia de imitação. O Homem se educa na medida em que 
copia a forma de vida dos adultos. 
 
Para Aristóteles, os fatores da educação humana são os seguintes: as disposições naturais, os meios de aprender 
e a prática ou hábito para afirmar o assimilado. 
 
O processo de ensino deve corresponder ao seguinte plano metódico: 
-O mestre deve, em primeiro lugar, expor a matéria do conhecimento. 
-Em seguida tem de cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente do aluno. 
-Por fim, tem de buscar que o educando relacione as diversas representações mediante o exercício. 
Foi o primeiro grande cientista, o maior sistematizador do conhecimento humano que o mundo conheceu. 
 
f) Período cosmopolita (300 a. C. - ... ) 
Dois fatos caracterizam essa época: 
 - de ordem política - o império de Alexandre se desmembra em vários reinos; 
- de ordem cultural - a civilização grega se espalha por todo o império. 
 
Na época Alexandrinaa ciência grega organizava-se em: - conhecimentos filológicos: gramática, retórica e 
dialética (trivium); conhecimentos reais: aritmética, geometria, teoria musical e astronomia (quadrivium); filosofia 
(metafísica, ética, política, etc.); e teologia. 
 
Novos tipos de instituições educativas surgiram. Os principais foram as escolas de retórica, as de dialética, e de 
filosofia, e as universidades. 
 
As universidades foram fruto das escolas filosóficas e retóricas. Apesar de diversas escolas, apenas duas 
receberam o título: Universidade de Atenas e Universidade de Alexandria. 
 
Graças às obras dos gregos durante este período, o saber tornou-se universal. 
 
 
 
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ESPARTA E ATENAS: DOIS MODELOS EDUCATIVOS 
Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de educação: um baseado no conformismo e no estatismo, outro na concepção 
de Paideia, de formação humana livre e nutrida de experiências diversas, sociais, alimentaram durante séculos o debate 
pedagógico, sublinhando a riqueza e fecundidade ora de um, ora de outro modelo. 
Foi Licurgo quem ditou as regras políticas de Esparta e delineou seu sistema educativo. As crianças do sexo masculino, a 
partir dos sete anos, eram retiradas da família e inseridas em escolas-ginásios onde recebiam, até os 16 anos, uma 
formação de tipo militar, que devia favorecer a aquisição da força e da coragem. O cidadão-guerreiro era formado pelo 
adestramento no uso das armas, reunido em equipes sob o controle de jovens guerreiros e, depois, de um superintendente 
geral (paidonomos). Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os vínculos de amizade, valorizava-se em particular a 
obediência. Quanto à cultura – ler, escrever -, pouco espaço era dado a ela na formação do espartano – “o estritamente 
necessário”, embora fizessem aprender de memória os textos de Homero. 
Já em Atenas, após a adoção do alfabeto iônico, totalmente fonético, que se tornou comum a toda Grécia, teve um 
esplêndido florescimento em todos os campos: da poesia ao teatro, da história à filosofia. No século V, Atenas exercia um 
poder sobre toda a Grécia: tinha necessidade de uma burocracia culta, que conhecesse a escrita. Esta se difundiu a todo o 
povo e os cidadãos livres adquiriram o hábito de dedicar-se à oratória, à filosofia, à literatura, desprezando o trabalho 
manual e comercial. 
A educação assumiu em Atenas um papel-chave e complexo. Numa primeira etapa, a educação era dada aos rapazes que 
frequentavam a escola e a palestra, onde eram instruídos através da leitura, da escrita, da música e da educação física, 
sob a direção de três instrutores: o grammatistes (mestre), o kitharistes (professor de música), o paidotribes (professor de 
gramática). O rapaz era depois acompanhado por um escravo que o controlava e guiava: o paidagogos. Depois de 
aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas de madeira cobertas de cera, liam-se versos ricos de ensinamentos, 
narrativas, discursos, elogios de homens famosos, depois os poetas líricos”que eram cantados. O cuidado com o corpo era 
muito valorizado, para torná-lo sadio, forte e belo, realizado no gymnasia. Aos 18 anos, o jovem estava no auge da 
adolescência, com uma cerimônia entrava na vida de cidadão e depois prestava serviço militar por dois anos. 
 A particularidade da educação ateniense é indicada pela idéia harmônica de formação que inspira ao processo educativo 
e o lugar que nela ocupa a cultura literária e musical, desprovida de valor prático, mas de grande importância espiritual, 
ligada ao crescimento da personalidade e humanidade do jovem. 
 
 
PAIDEIA: O SEU NASCIMENTO 
 A partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar o homem, a educação deve ainda formar 
o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. 
 Surge então o modelo ideal de educação grega, que aparece como Paideia, que tem como objetivo geral construir o 
homem como homem e cidadão. Platão define Paideia da seguinte maneira “(...) a essência de toda a verdadeira 
educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a 
obedecer, tendo a justiça como fundamento”. 
Paideia: é a formação da perfeição humana. 
 
 
A PEDAGOGIA GREGA 
O termo pedagogia é de origem grega e deriva da palavra paidagogos, nome dado aos escravos que conduziam as 
crianças à escola. Somente com o tempo, esse termo passa a ser utilizado para designar as reflexões feitas em torno da 
educação. Assim, a Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia, até porque é justamente na Grécia que 
tem início as primeiras reflexões acerca da ação pedagógica, reflexões que vão influenciar por séculos a educação e a 
cultura ocidental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATIVIDADE 
 
1 - O ideal de educação desenvolvido numa perspectiva militarista de formação de cidadãos guerreiros, 
homogêneos a ideologia de uma sociedade fechada e compacta, estamos falando do ideal de educação 
desenvolvido em ______________. 
 
2 - Descreva de forma sucinta as principais características presentes nos ideais de educação, nas cidades de 
Esparta e Atenas da Grécia antiga. 
 
3 - com base na concepção de "mundo das ideias", de Platão, podemos afirmar que: 
 
I. os conceitos e idéias da filosofia são fruto da imaginação humana. 
II. as formas e modelos espirituais são cópias do mundo das idéias. 
III. os conceitos ou idéias que temos em nossa malha intelectiva são eternos e imutáveis. 
 
De acordo com as afirmativas acima, assinale a alternativa correta. 
 
a) A afirmativa I está correta. 
b) A afirmativa II está correta. 
c) Toda as afirmativas estão corretas. 
d) As afirmativas I, II e III estão corretas. 
e) A afirmativa III está correta. 
 
4 - O principal objetivo do método socrático era mostrar ao interlocutor que: 
 
a) Sócrates era o modelo a ser seguido. 
b) a noção de humildade precisava ser ultrapassada. 
c) na verdade, ignorava o que julgava conhecer. 
d) Sócrates era o verdadeiro mestre, o sábio. 
e) a noção de que a linguagem precede o conhecimento 
 
5 - A importância da sociedade grega na Antiguidade é tratada como uma das principais fontes de estudos 
acerca do passado humano. Assim sendo, o filme “300” de ZackSinyder, baseado na HQ “Os 300 de Esparta” 
de Frank Miller, faz uma representação de como era articulada as ideias militaristas em Esparta. Portanto, 
acerca da educação espartana, podemos afirmar: 
 
I) A prioridade da educação espartana era a formação militar de seus soldados, que deveriam ser a honra e a 
glória de seu povo. Devido a essa ideia, os espartanos nos primeiros anos de sua educação já iniciavam os 
treinamentos militares e não valorizavam questões da vida ética e moral para sua formação como guerreiro. 
 
II) A educação espartana valorizava acima de tudo as questões morais e poéticas na formação de seus 
soldados. Até os vinte anos de idade, os jovens espartanos estudavam música, teatro e poesia. Os 
treinamentos militares só tinham início após os vinte e um anos de idade. 
 
III) Em Esparta, a educação era igual para os meninos e meninas. Ambos eram educados para serem bons 
administradores e bons filósofos, pois o ideal para o cidadão espartano era a formação de uma pessoa letrada 
e politizada. 
 
IV) A prática da eugenia era utilizada como um ritual religioso pelos espartanos. Ao nascer, a criança era 
examinada com o objetivo de saber se seu corpo era saudável ou não. Por isso, havia uma seleção de espécies 
logo após o nascimento, em que os considerados mais “fracos” não sobreviviam. 
 
 
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De acordo com as afirmativas acima, assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente a afirmativa IV está correta. 
b) Somente a afirmativa II está correta. 
c) Todas as afirmativas estão corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. 
e) Somentea afirmativa III está correta. 
 
 
6 - De maneira geral, a sociedade foi influenciada pela civilização grega, mas no campo da filosofia é que a 
contribuição dessa civilização trouxe maiores contribuições, especialmente a partir dos estudos racionais, que 
tiveram como principais expoentes três grandes filósofos. Quais são eles e quais suas principais contribuições? 
 
7 - O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO 
“O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo 
tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas 
sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os 
prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações. 
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o 
mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas 
imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os 
seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento 
adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, 
pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão 
o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.” 
 
 
Reflita sobre o Mito da Caverna e seu significado para a concepção de homem ocidental e sua educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO ANTIGA: OCIDENTAL - ROMANA 
 
� Educação prática (aprende fazendo). 
� A educação dava ênfase à formação moral e física (formação do guerreiro). 
� O ideal de Direitos e Deveres. 
 
Após a conquista romana (146 a.C.) a cultura grega foi rapidamente assimilada pelos conquistadores. Os 
romanos tinham a mentalidade prática, procuravam alcançar resultados concretos, adaptando os meios aos 
fins. 
Grego - julgamento pelo padrão de racionalidade. 
Romano - julgamento pelo critério da utilidade / eficácia. 
 
O ideal romano de educação decorre da concepção de direitos e deveres. A família desempenhava papel 
muito importante na educação. A característica fundamental do método de educação era a imitação. A 
educação era prática. 
 
 A educação primitiva romana era dada praticamente no lar. 
 
Posteriormente surgiram as Escolas Elementares (ludi) onde eram ministrados os rudimentos das artes de ler, 
escrever e contar. O mestre dessas escolas chamava-se ludi-magister. 
 
O contato com outros povos fez surgir novos tipos de instituições educacionais: 
- Escolas do gramático - grego e latim. 
- Escolas do retórico - oratório para a carreira política. 
 
As escolas do retórico acolheram posteriormente o ensino de direito e filosofia, convertendo-se em 
universidades. 
 
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular 
o civis romanus, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria 
“romanidade”. 
 
O civis romanus era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, 
por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia. 
 
A mulher em Roma era valorizada e portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação 
dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. 
 
Diferente, entretanto, é o papel do pai, colocado no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, 
abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). 
 
Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo que depois, 
gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. 
 
PEDAGOGIA ROMANA 
O teórico da pedagogia romana pode ser considerado Quintiliano. Nasceu na Espanha no II século d.C., foi professor de 
retórica em Roma, o primeiro docente pago pelo estado. Na Instituição Oratória, em doze livros, expõe o processo de 
formação do orador. Quintiliano faz uma exposição completa, propondo programas e métodos que foram em grande 
parte adotados sucessivamente nas escolas do império romano. 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLA ROMANA 
Em Roma também foram se organizando escolas segundo o modelo grego, destinadas a dar uma formação gramatical e 
retórica, ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de retórica latina, que reconhecia total 
dignidade à literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo depois, o espírito prático, próprio da cultura romana, levou a 
uma sistemática organização das escolas, divididas por graus e providas de instrumentos didáticos específicos (manuais). 
Quanto aos graus, as escolas eram divididas em: 
1. Elementares (ou do litterator ou ludus, dirigidas pelo ludi magister e destinadas a dar a alfabetização primária: ler, 
escrever e, freqüentemente, também calcular; tal escola funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças 
dirigiam-se para lá acompanhadas do paedagogus, escreviam com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras 
do alfabeto e sua combinação, calculavam usando os dedos ou pedrinhas – calculi - , passavam boa parte do dia na escola 
e eram submetidas à rígida disciplina do magister, que não excluía as punições físicas). 
2. Secundárias ou de gramática (nas quais se aprendia a cultura nas suas diversas formas: desde a música até a 
geometria, a astronomia, a literatura e a oratória; embora predominasse depois o ensino literário na sua forma 
gramatical e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos). 
3. Escolas de retórica – política, forense, filosófica etc. – (onde eram promovidos os discursos sobre exemplos morais e os 
debates sobre problemas reais ou fictícios. Embora mais limitada em comparação à educação grega. Eram escassas a 
gramática, a música, e também a ciência e a filosofia). 
Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos organizadas e institucionalizadas. Eram 
escolas técnicas e profissionalizantes, ligadas a os ofícios e às práticas de aprendizado das diversas artes. As técnicas eram 
ligadas num primeiro momento, ao exército e à agricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo. 
 
 
ATIVIDADE 
 
1 - Qual o ideal romano de educação? 
 
2 - Qual o papel da família na educação romana? 
 
3 - As escolas romanas eram divididas por graus. Relacione-os. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO MEDIEVAL: A ESCOLÁSTICA 
 
� Ponto de início: doutrina da igreja católica. 
� Educação conservadora. 
� Criticava a educação grega (liberal) e romana (prática). 
� Fundação da Companhia de Jesus (jesuítas). 
 
No período medieval, a educação era desenvolvida em estreita simbiose com a Igreja, com a fé cristã e com as 
instituições eclesiásticas que eram as únicas delegadas (com as corporações no plano profissional) a educar, a 
formar, a conformar. Da Igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação, como também nela se 
discutiam tanto as práticas como os modelos. 
A educação ministrada pela primitiva igreja cristã veio, gradualmente, substituir a decadente educação romana. 
Durante este período predominou uma concepção de educação que se opunha ao conceito liberal individualista 
dos gregos, e ao conceito de educação prática e social dos romanos. 
A partir de Constantino, o império adotou o cristianismocomo religião oficial, e fez pela primeira vez a escola 
tornar-se o aparelho ideológico do estado. Surge um novo tipo histórico de educação, uma nova visão do mundo 
e da vida, as culturas precedentes foram substituídas pelo poder de Cristo. 
O cristianismo passa a dar mais importância ao aspecto moral; baseia-se na idéia de caridade cristã / amor. Surge 
um novo tipo histórico de educação, com normas inéditas de vida e comportamento. Foi criada uma educação 
para o povo que consistia numa educação catequética e dogmática e outra educação para o clérigo humanista e 
filosófica-teológica. 
Os estudos medievais compreendiam o Trivium (Gramática, dialética e teórica) e o Quadrivium (Aritmética, 
geometria, astronomia e música). 
As escolas primitivas cristãs preocupavam-se com a educação moral de seus próprios membros. Com o tempo, 
passaram a ser organizadas pelos bispos para preparar o clero para as suas igrejas. Passaram a ser chamadas de 
Escolas das Catedrais. 
Os mosteiros preparavam os sábios estudiosos da época e eram as únicas instituições de ensino (escolas 
monásticas). 
Um dos trabalhos mais significativos dos monges no campo educacional foi a cópia dos manuscritos. Deve-se a 
eles, também, a condensação do saber da época nas "Sete Artes Liberais" (septivium), que era a união do trivium 
(gramática, dialética e retórica) com o quadrivium (aritmética, geografia, arte musical e astronomia). 
Maomé (entre 570 e 532) funda uma nova religião, o islamismo. A doutrina de Maomé está contida no Alcorão, 
livro sagrado dos muçulmanos. O Alcorão é a obra prima da literatura árabe. 
Da briga entre cristãos e árabes inicia um novo tipo de vida intelectual chamada escolástica, que procura conciliar 
a razão histórica com a fé cristã. 
Escolástico era um mestre das sete artes liberais ou o chefe das escolas monásticas ou catedrais. 
O termo escolástica, inicialmente, significou o conjunto do saber; mais tarde se deu o mesmo nome aos que 
escolarmente se dedicavam à Filosofia e à Teologia. 
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A escolástica foi um movimento preocupado em demonstrar e ensinar as concordâncias da razão com a fé pelo 
método da análise lógica. O seu mais influente representante foi Santo Tomás de Aquino, que na obra "Suma 
Teológica" representa a culminância da Escolástica. 
ESCOLÁSTICA 
A metodologia de ensino baseava-se na leitura de textos e na exposição de ideias feitas pelos professores. As aulas muitas 
vezes eram animadas quando os debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um tema 
determinado, essas aulas foram denominadas de scholastica disputattio. Esse processo de estudo foi muito usado por São 
Tomás De Aquino e foi chamado de escolástica. 
 
UNIVERSIDADES 
O desenvolvimento interno das escolas monásticas e das catedrais aliado ao vigoroso influxo da ciência e da tecnologia, o 
comércio, as cruzadas e o crescimento das cidades, determinaram o surgimento e desenvolvimento das universidades 
européias. 
Supõe-se que a primeira universidade que consagrou professores e alunos organizados por seções nas quatro grandes 
divisões do conhecimento daquela época (teologia, direito, medicina e filosofia) foi a de Nápoles, fundada em 1224. 
A escolástica teve seu apogeu no século XIII, o método proporcionou a criação de diversas Universidades por toda a 
Europa, como as de Paris, Oxford, Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, Praga, Lisboa e assim por diante. 
Sendo que a Universidade de Bolonha ficou célebre por sua faculdade de Direito e Salerno, por sua faculdade de Medicina. 
 
A ESCOLA, COMO NÓS CONHECEMOS, É UM PRODUTO DA IDADE MÉDIA 
A sua estrutura ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências e que deve 
responder pela sua atividade à Igreja ou a outro poder (seja ele local ou não); as suas práticas, a discussão, o exercício, o 
comentário, a arguição. As suas práticas disciplinares (prêmios e castigos) e avaliativas vêm daquela época e da 
organização dos estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo nas universidades. Vêm de lá também 
alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo da contemporânea: o papel do latim; o ensino gramatical e 
retórico da língua; a imagem da filosofia, como lógica e metafísica. 
As escolas funcionavam anexas às catedrais ou às escolas monásticas, muitas funcionavam nos mosteiros. A Igreja foi um 
instrumento essencial no processo da educação na Idade Média, a grande disseminadora do conhecimento e o seu papel 
foi preponderante para o nosso legado educacional contemporâneo. 
Os cursos oferecidos eram em latim e com isso exigia-se do estudante muito empenho e dedicação. O estudo das sete 
artes liberais era dividido em dois ciclos: o trivium e o quadrivium. O primeiro compreendia a gramática, a retórica e a 
lógica; o segundo compunha-se do estudo da aritmética, geografia, astronomia e música. 
 
 
ATIVIDADE 
1 -A educação na sociedade medieval foi marcada pelos princípios: 
a) do cristianismo. 
b) do evolucionismo. 
c) do construtivismo. 
d) socráticos. 
e) do antropocentrismo. 
 
2 -O pensamento filosófico medieval ficou atrelado ao pensamento: 
a) teológico. 
b) socrático. 
c) romano 
d) grego. 
e) político. 
 
3 - “O estudo no período medieval apoiava-se nas sete artes liberais” . 
Defina sobre isso. 
 
4 - “As concepções e os ideais surgidos na Idade Média influíram e influem na educação do mundo atual.” 
Explique essa afirmativa. 
15 
 
 
EDUCAÇÃO MEDIEVAL: O RENASCIMENTO 
 
� Interesse pela educação grega e romana. 
� Privilégio aos que detinham o poder. 
 
O renascimento propôs uma nova educação em oposição ao esquema da Escolástica, propondo o ideal da 
nova vida. Propôs restaurar as formas e ideais da antiguidade clássica. 
 
O pensamento pedagógico Renascentista influenciou diretamente a educação através da teoria heliocêntrica, 
defendida por Copérnico (1473 - 1543). 
 
Como fatos que favoreceram esse pensamento pedagógico, são citados: as grandes navegações do séc. XIV, 
que deram origem ao capitalismo comercial; a invenção da imprensa realizada por Gutemberg; e a invenção da 
bússola que possibilitou as grandes navegações. 
 
A educação Renascentista visava à formação do homem burguês. O Renascimento começou na Itália, no 
século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um período da história européia 
marcado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte. 
 
 Para se lançar ao conhecimento do mundo e às coisas do homem, o movimento renascentista elegia a razão 
como a principal forma pela qual o conhecimento seria alcançado. 
 
O renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da natureza. A exatidão do cálculo chegou 
até mesmo a influenciar o projeto estético dos artistas desse período. Desenvolvendo novas técnicas de 
proporção e perspectiva, a pintura e a escultura renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da 
realidade. Em conseqüência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo humano formavam 
alguns dos elementos correntes nas obras do Renascimento. 
 
HUMANISMO 
O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, 
religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento. 
 
 O Humanismo representou tendência semelhante no campo da ciência. O renascimento confrontou 
importantes conceitos elaborados pelo pensamento medieval. No campo da astronomia, a teoria 
heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do Universo, se contrapunha à antiga idéia cristã que defendia que a 
Terra se encontrava no centro do cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções do saber 
médico dessa época. 
 Os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente provenientesda burguesia ou do clero que, 
por meio de suas obras, exerceram grande influência sobre toda a sociedade; rejeitavam os valores e a 
maneira de ser da Idade Média e foram responsáveis por conduzir modificações nos métodos de ensino, 
desenvolvendo a análise e a crítica na investigação científica. 
 
O Renascimento no campo educacional 
 
O maior inovador foi Victorino da Feltre com a criação de uma escola na Itália que deu o nome de Casa 
Giocosa - casa alegre, para diferenciá-la das escolas de tipo medieval, de disciplina rígida e austera. 
 
A Casa Giocosa preocupava-se com a formação integral do homem. 
 
Na França, dois representantes do Renascimento se ocuparam com os problemas da educação: François 
Rabelais e Michel Montaigne. 
 
16 
 
Rabelais era contra a educação formalista e livresca, apresentando suas ideias sobre educação em uma novela 
pedagógica cheia de ironia, chamada Gargântua e Pantagruel, onde apresenta uma forma de educar por meio 
do jogo e com a vida “vivendo um mundo real”. 
 
TRECHOS EXTRAÍDOS DA NOVELA GARGÂNTUA E PANTAGRUEL 
“ Gargântua trabalha durante vinte anos com todas as suas forças, aprende muitos livros e até pode recitar de memória; 
mas não progride, e o rei gigante nota que seu filho está se tornando tolo e idiota.” 
“ O novo preceptor de Gargântua começa por levá-lo a viajar para ilustrá-lo, e lhe distribui as horas do dia a fim de que o 
discípulo não desperdice nenhuma.” 
“Ensina-lhe por meio do jogo, ensina-lhe no momento de tomar refeição, ensina-lhe botânica nas flores do campo e nas 
relvas. Astronomia, nos astros. Higiene, nos alimentos e assim por diante; sempre sob a forma sensível, intuitiva. Ao 
mesmo tempo enrijece seu corpo, obriga-o a saltar, a subir em árvores, a nadar, a disparar a flecha, esgrima, equitação, 
ginástica. Ensina-lhe moral fugindo do fanatismo e da despreocupação, afeição à leitura e ao desenho, e até os jogos de 
cartas e fichas lhe servem para o ensino da geometria e aritmética.” 
 
Para Montaigne, a educação de seu tempo era livresca, cheia de pedantismo, desligada da vida e propensa a 
punir as crianças com castigos corporais. 
 
O ideal educativo de Montaigne é o homem para o mundo. Por isso a educação deve formar o homem 
completo, de corpo e alma. É preciso educar o juízo do aluno, em vez de encher-lhe a cabeça com palavras. 
Para tanto, o professor ao invés de dizer tudo ao aluno, deve mostrar-lhe as coisas, torná-las agradáveis para 
que ela aprenda a discernir e a escolher por si mesmo. Algumas vezes o professor deverá abrir-lhe o caminho; 
outras vezes procurará que a criança se esforce por abri-lo. O professor não deve ser o único a falar. Deve, 
também, ouvir seus alunos. 
 
ATIVIDADE 
 
1 - O Humanismo renascentista marca a volta do homem para o palco da historia. A principal mudança 
ocorrida neste período foi a substituição: 
a) do antropocentrismo pela psicologia científica. 
b) da monarquia pela república. 
c) da filosofia racional pela filosofia positivista. 
d) do teocentrismo pelo antropocentrismo. 
e) do antropocentrismo pelo heliocentrismo 
 
2 - A educação renascentista visava o homem burguês, o clero e a nobreza. Era elitista, aristocrata e nutria o 
individualismo liberal, não chegando às massas populares. Junto com a revalorização da cultura greco-romana, 
alguns fatos históricos nos séculos XIV e XV, influenciaram o pensamento pedagógico, favorecendo a 
superação do próprio homem, o pioneirismo e a aventura. 
 
O período renascentista foi marcado por mudanças significativas na Educação. Sobre as características da 
educação renascentista, analise as afirmativas a seguir, assinalando V para as afirmativas verdadeiras e F para 
as afirmativas falsas. 
 
( ) A escolástica foi substituída pelo humanismo e as instituições educacionais perceberam essa mudança 
nas práticas e conteúdo. 
( ) É nesse período que ocorre o reconhecimento das necessidades específicas para a infância e a 
adolescência. 
( ) Os Estados prejudicaram a expansão dos colégios devido ao desinteresse deles pela educação. 
( ) As mudanças decorreram do novo panorama urbano, comercial e intelectual do renascimento. 
 
 
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3 - O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico, expandiu-se da Península Itálica por 
quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Analise as afirmativas a seguir, assinalando V 
para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas. 
a) o racionalismo renascentista reforçou o princípio da autoridade da ciência teológica e da tradição medieval. 
( ) 
b) houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, 
sobretudo da concepção teocêntrica de mundo. ( ) 
c) nesse período, reafirmou-se a ideia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de 
identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas. ( ) 
d) o humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a 
capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e interesse. ( ) 
e) os estudiosos do período buscaram apoio no método experimental e na reflexão racional, valorizando a 
natureza e o ser humano. ( ) 
 
4 - Quais as preocupações do Renascimento coincidem com as preocupações educacionais de nosso tempo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO MODERNA 
 
� Separação entre a igreja católica e o estado. 
� Surgimento da ciência moderna. 
� Consolidação da burguesia. 
 
Nos séculos XVI e XVII, importantes transformações na religião, na política e nas ciências marcaram a transição da 
idade média para a idade moderna. A sociedade passou por mudanças significativas. 
Na educação muitas mudanças aconteceram. O que era ensinado foi considerado obsoleto, alguns filósofos 
fizeram grandes descobertas na área da educação, deram um novo ordenamento às ciências. 
IMPORTANTES TRANSFORMAÇÕES ASSINALARAM A TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA: 
1. O mercantilismo (fase inicial do capitalismo) suplanta o feudalismo; 
2. Desenvolvimento da ciência moderna, ao lado de novas invenções; 
3. Formação de uma nova classe social – a burguesia; 
4. Formação do Estado moderno, fundado no poder absoluto do rei e da aristocracia; e 
5. A Reforma Protestante. 
 
NA RELIGIÃO 
Alguns líderes religiosos passaram a protestar contra os abusos da igreja. Dentre eles, destaca-se Lutero, o 
fundador do protestantismo e que foi um dos responsáveis pela concepção de ensino público que serviu de 
modelo para a escola moderna no Ocidente. 
Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, colocando-a à altura dos menos letrados. 
Sob orientação dos protestantes, vários estados começaram a organizar sistemas próprios de escolas. 
A possibilidade de expansão do protestantismo acelerou o movimento de reação católico. A reação da Igreja 
Católica ao avanço do Protestantismo foi a criação da Companhia de Jesus, uma ordem dos jesuítas que nasceu 
da união de sonhos de seu fundador, Inácio de Loyola e dos esforços aplicados no momento em que a Igreja 
Católica mais precisava. 
O documento Ratio Atque Instituto - continha planos, programas e métodos da educação católica. 
 
NAS CIÊNCIAS 
A igreja dominava também a ciência, mas grandes transformações aconteceram com a contribuição de grandes 
pensadores. 
Bacon - Deu um novo ordenamento à ciência, propondo distinção entre fé e razão. 
Criou um método para estudar os fenômenos da Natureza e chegar ao conhecimento verdadeiro através do 
empirismo. O método indutivo de investigação. 
Descartes – Seu método não levava a uma descoberta, apenas esclarecia o que já estava implícito. Método 
dedutivo. 
Escreveu o Discursode Método, mostrando os passos do estudo e da pesquisa: 
Evidência – “ Não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como tal, isto 
é, evitar a precipitação e o preconceito”. 
Análise – “ Dividir cada uma das dificuldades em tantas partes necessárias para melhor resolvê-las”. 
Síntese – “ Ir do mais simples ao mais complexo”. 
Enumeração – “ Realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões gerais que se possa ter certeza de nada 
haver omitido”. 
Comenius – Principal pensador da educação da época. Formulou os princípios gerais da didática, em seu livro 
Didactica Magna. 
Acreditava que “A escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento das coisas”. 
Considerada como Método Pedagógico para ensinar com rapidez, economia de tempo e sem fadiga. 
19 
 
 Augusto Comte - através de sua corrente filosófico-científica denominada positivismo, coloca os pressupostos da 
ciência natural, no âmbito das relações humanas. 
O conhecimento científico teria de ser baseado na observação dos fatos e nas relações entre eles. Estas relações 
são as descrições das leis que regem o fenômeno. 
O conhecimento científico só seria possível quando se observasse o real, o concreto. 
Tudo aquilo que pudesse ser provado por meio de experiências seria considerado científico. 
 
NA POLÍTICA 
Predomínio do regime absolutista, no qual o poder político era centralizado nos cleros e nos nobres, passando de 
pai para filho. Educação – era apenas para a elite (nobres e clérigos). 
Rousseau (1712-1778) participou no movimento contra todas as formas de absolutismo. 
Sua contribuição para educação – proposta de uma educação em acordo com as inclinações naturais da criança e 
que respeitasse as diferentes fases do desenvolvimento da criança: 
- Educação natural - Ação de instintos e não das imposições externas. 
- Educação como processo - Não fazer criança infeliz em nome de futuro incerto. 
- Significação do processo educativo - Contato com a natureza , educação de maneira simples e feliz. 
- Importância da criança - Educação na perspectiva da criança. 
Para Rousseau “O homem nasce bom e a sociedade o perverte”. A obra de “Emílio” de Rousseau tornou-se o 
manifesto do novo pensamento pedagógico e assim permaneceu até os nossos dias. 
 
NA SOCIEDADE – REVOLUÇÃO BURGUESA 
Trouxe transformações políticas, econômicas e sociais , colocando fim no regime absolutista e dando inicio ao 
capitalismo. 
Surgem novas ideias sobre a educação. 
Johann heinrich PESTALOZZI 
 Colocou em prática as ideias de Rosseau, como levar a criança, através da percepção, a chegar à conclusão lógica 
através da observação, comparação e análise, onde ela vai perceber e sentir a realidade. A criança precisa ser 
levada a perceber intuitivamente, ou seja, por ela própria, o fenômeno que a atividade lhe apresenta. O 
educador não vai apresentar definições à criança, mas levá-la a perceber, compreender e sentir o real significado 
do conteúdo em estudo. Para ele, a educação é o principal meio de reforma social, desde que resgatasse a 
natureza do aluno. 
Johann friedrich HERBART 
Mais teórico, dando ênfase à instrução bem organizada para a educação do caráter. Considerado historicamente 
como o organizador da Pedagogia como ciência, tendo definido seus fins e meios de forma abrangente e 
sistematizada. Vinculou a pedagogia à psicologia do desenvolvimento. O ensino deve fundamentar-se na 
aplicação dos conhecimentos da psicologia. 
Friedrich FROEBEL 
 Precursor do jardim de infância. Privilegia a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do 
brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades. 
 
EDUCAÇÃO NOVA 
Maior movimento de renovação da escola, depois da criação da escola pública burguesa. 
Diante de numerosos avanços científicos e tecnológicos, com o mundo em constantes e rápidas mudanças, 
numerosos educadores propõem a mudança da escola e de educação, com base em duas idéias centrais: 
Aluno = centro e sujeito da própria educação. 
Métodos ativos – aluno constrói o próprio conhecimento. 
 
REPRESENTANTES DA ESCOLA NOVA 
� Dewey - “Aprender fazendo” 
� Kilpatrick - “Método dos projetos” 
� Decroly - “Centros de Interesse” 
� Montessori - “Casa Del Bambini” 
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� Cousinet - “Método de trabalho por equipes” 
� Freinet – “A educação pelo trabalho” 
� Makarenko - “Educação utilitária” 
� Claparéde - “Educação funcional e diferenciada” 
� Neill – “Escola de Summerhill” 
� Piaget - “Epistemologia genética” 
 
Dewey - “Aprendemos quando compartilhamos experiências”. 
Necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática. Valorização da capacidade de pensar dos alunos. 
Problematizar, apresentar os conteúdos na forma de questões ou problemas e jamais dar respostas ou soluções 
prontas. 
“ As crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo”. 
 
Kilpatrick - “Método dos projetos” 
Deu prosseguimento ao trabalho de Dewey, dando-lhe uma configuração mais prática, propôs o método dos 
projetos. 
Kilpatrick indica 4 grupos de projetos: projetos de produção, de consumo, para resolver um problema e para 
aperfeiçoar uma técnica de aprendizagem. 
Um bom projeto didático apresenta 4 características: atividade motivada, plano de trabalho, de preferência 
manual, diversidade globalizada de ensino e ambiente natural. 
 
Decroly - “Centros de Interesse - Trabalho com uma visão globalizadora e multidisciplinar nas aulas”. 
Seu método, mais conhecido como centros de interesse, destinava-se especialmente às crianças das classes 
primárias. 
 A criança passava por três momentos: 
- OBSERVAÇÃO: não acontece em uma lição, nem em um momento determinado da técnica educativa, pois, deve 
ser considerada como uma atitude, chamando a atenção do aluno constantemente. 
- ASSOCIAÇÃO: permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e 
espaço. 
- EXPRESSÃO: por esse meio a criança poderia externar sua aprendizagem, através de qualquer meio de 
linguagem, integrando os conhecimentos adquiridos, de maneira globalizadora. A expressão seria a culminância 
do processo e nela pode-se destacar: 
Expressão concreta (materialização das observações e criações pessoais; se traduz em desenho livre, trabalhos 
manuais...). 
Expressão abstrata (materialização do pensamento através de símbolos e códigos convencionais; apresenta-se no 
texto livre, linguagem matemática, musical...). 
 
Montessori - “Casa Del Bambini” 
Desenvolveu na Itália em 1907, um sistema educacional e materiais didáticos que despertassem interesse na 
criança. 
O que dava originalidade ao método, é que crianças ficavam livres para se movimentarem pela sala de aula, 
utilizando o conjunto de materiais em um ambiente auto-educativo, multi-sensorial e de manipulação destes 
materiais aprendendo linguagem, matemática, ciências e prática de vida. 
Dedicou-se à formação de professores para a educação de crianças com necessidades especiais. 
 
Cousinet - “Método de trabalho por equipes” 
O jogo é a base do Método Pedagógico Cousinet de trabalho em grupo. 
O jogo, a brincadeira, eram atividades naturais da criança e portanto, a atividade educativa deveria ser 
fundamentada nessas atividades. 
Cousinet valorizava a auto-confiança dos alunos. Não havia resultados pré-determinados para avaliar o 
desempenho dos alunos, nem se media seu trabalho por notas. Os resultados dos trabalhos das crianças eram 
aceitos, do jeito que pudessem ser realizados. 
Cousinet substituiu a pedagogia do ensino pela pedagogia da aprendizagem. 
 
21 
 
 
 
Freinet – “A educação pelo trabalho” 
Atribui grande ênfase ao trabalho: as atividades manuais tem tanta importância quanto as intelectuais. A 
disciplina e a autoridade resultam do trabalho organizado.Questiona as tarefas escolares (repetitivas e enfadonhas) opostas aos jogos (atividades lúdicas, recreio), 
apontando como essa dualidade presente na escola, reproduz a dicotomia trabalho/prazer, gerada pela 
sociedade capitalista industrial. 
 Propõe o trabalho / jogo como atividade fundamental. 
 
Makarenko - “Educação utilitária” 
O mestre ucraniano Anton Makarenko concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão, 
no trabalho e na disciplina que contribuiu para a recuperação de jovens infratores. 
O método criado por ele era uma novidade porque organizava a escola como coletividade e levava em conta os 
sentimentos dos alunos na busca pela felicidade — aliás, um conceito que só teria sentido se fosse para todos. 
O que importava eram os interesses da comunidade e a criança tinha privilégios impensáveis na época, como 
opinar e discutir suas necessidades no universo escolar. 
"É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são uma parte do trabalho e da vida do país". 
 
Claparéde - “Educação funcional e diferenciada” 
Criou um método denominado educação funcional, que procurava desenvolver as aptidões individuais e 
encaminhá-las para o interesse comum, dentro de um conceito democrático de vida social. 
Claparéde repetia na Europa a atuação de Dewey, ambos no cenário educacional da primeira metade do século 
XX foram os maiores expoentes da pedagogia da ação. 
Claparéde chegou a elaborar uma verdadeira teoria do brinquedo. 
Para ele, a pedagogia devia basear-se no estudo da criança. A infância é um conjunto de possibilidades criativas 
que não podem ser abafadas. As necessidades se manifestam nas brincadeiras, que não são somente uma 
diversão, mas um verdadeiro trabalho. 
 
Neill – “Escola de Summerhill” 
O educador escocês defendia o fim da hierarquia e da rigidez como forma de educar indivíduos livres e criativos. 
Fundador da Summerhill School, na Inglaterra. Sua escola tornou-se ícone das pedagogias alternativas ao 
concretizar um sistema educativo em que o importante é a criança ter liberdade para escolher e decidir o que 
aprender e, com base nisso, desenvolver-se no próprio ritmo. 
Alunos de Summerhill frequentavam oficinas, usavam ferramentas e brincavam livremente. 
Para Neill, tudo o que a criança precisava era de liberdade para criar. 
 
Piaget - “Epistemologia genética” 
Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o 
indivíduo utiliza para captar o mundo. 
Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento. 
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, que pressupõe que os seres humanos 
passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis. 
 A educação na visão Piagetiana: deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o 
período sensório- motor até o operatório abstrato. 
 
A EDUCAÇÃO NOVA E A ESCOLA TECNICISTA 
O desenvolvimento das tecnologias do ensino deve muito à preocupação escola novista com os meios e as técnicas 
educacionais. 
A Escola Tecnicista permitiu que os métodos fossem aperfeiçoados e levaram para a sala de aula inovações como rádio, TV, 
vídeo e o computador que atingem de múltiplas maneiras nossos educadores. 
 
 
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ATIVIDADE 
 
1 - Seguindo uma linha de tempo, associe os eventos ocorridos conforme a evolução da educação no período 
moderno: 
1.Educação moderna no início dos tempos 
2.Educação na época do absolutismo 
3.Educação burguesa 
4.Educação nova 
 
( )influência de Rosseau. 
( )poder político de pai para filho – nobreza e clero 
( )protestantes ( Martinho Lutero ) – ampliação do acesso à escola com freqüência obrigatória imposta pelo 
estado 
( )ciência moderna – mudança dos métodos educacionais 
( )Bacon – método indutivo / Galileu – experiências na natureza / Descartes – método científico / Comenius – 
princípios gerais da didática 
( )revoluções burguesas = fim do absolutismo e consolidação do capitalismo industrial = influência da educação 
= escola tradicional anacrônica 
( )religião deixou de exercer influência sobre a educação - reforma religiosa teve profundas repercussões 
educacionais 
( )escola única para todos = imposta nos sistemas públicos = oferecimento ensino público / gratuito / 
obrigatório 
( )numerosos avanços científicos e tecnológicos = constantes e rápidas mudanças = mudanças da escola e 
educação 
( )idéias centrais:Aluno = centro e sujeito da própria educação / Métodos ativos – aluno constrói conhecimento 
( )reação católica = Companhia de Jesus ( educação secundária e superior ) 
( )necessidade mão-de-obra qualificada = aumento reserva conteúdos científicos e técnicos 
( )reivindicação dos trabalhadores para o estudo = surge escola de pobres ao lado dos ricos 
( )principais representantes: Pestalozzi – prática das idéias de Rosseau / Herbart – educação do caráter / 
Froebel – jardins de infância 
 
 
 
2 - Caça-Educadores 
 
Q W R Y L O R C E D F C L 
M O N T E S S O R I R V O 
A S R P E S A R T Y E G K 
R Z E I F L V N A T I H N 
I C L A P A R E D E N B E 
A F T G Y O P I U P E M R 
A S D E F G H L E R T U A 
T Y W T I O P L E G V U K 
T E N I S U O C A N N E A 
D R E D N A X E L A L I M 
E V A K C I R T A P L I K 
 
Identifique acima o nome do Educador representante da Educação Nova, a partir de suas contribuições 
relacionadas abaixo: 
“Aprender fazendo” - Educação adequada ao mundo atual. 
“Epistemologia genética” - Desenvolveu a epistemologia genética – uma teoria do conhecimento centrada no 
desenvolvimento natural da criança. 
“Centros de Interesse” - A educação deve ocorrer nos “centros de interesses” da criança. 
 “Casa Del Bambini” - Reconstrução na escola de um ambiente adaptado à criança. 
23 
 
“ Educação funcional e diferenciada” - “Uma criança não é uma criança para ser pequena, mas para tornar-se 
adulta”. Educação funcional que desenvolve as aptidões individuais que são encaminhadas para o interesse 
comum, dentro de um conceito democrático de vida social. 
 “Escola de Summerhill” - A liberdade de escolha constituía a base para o aprendizado infantil. 
 “Método de trabalho por equipes” - Trabalhava-se em grupo para realizar descobertas coletivamente. 
 “Educação utilitária” - Escola baseada no trabalho, no coletivo e na disciplina. 
“Método dos projetos” - Toda atividade escolar deve girar em torno de projetos globalizadores de educação. 
“A educação pelo trabalho” - A coletividade e integração entre aluno e professor, por jogos e trabalhos. Uso da 
imprensa escolar, texto livre, fichário, etc... 
 
3 - Diante de numerosos avanços científicos e tecnológicos, com o mundo em constantes e rápidas mudanças, 
numerosos educadores propõem a mudança da escola tradicional para a escola nova, com base em duas idéias 
centrais. Quais são elas? 
 
4 -Preencha as lacunas abaixo: 
a) A ideia de fundamentar o ato pedagógico na ação do aluno, trazida pela Educação Nova, já vinha se formando 
desde a “Escola Alegre” de ______________________________________ e dos estudos de 
___________________ sobre educar de acordo com a natureza, com as inclinações naturais e com as diversas 
fases do desenvolvimento da criança. 
b) A ciência moderna também contribuiu para a modificação dos métodos educacionais, principalmente através 
das idéias de Descartes que formulou as regras do método científico. são elas: ___________________, 
______________________, ___________________ e ___________________. 
c) “A escola deve representar uma vida que seja tão real para a criança quanto aquela que vive em sua casa, na 
rua, no campo de futebol, etc. A disciplina escolar deve surgir da vida da escola, entendida como um todo e não 
diretamente do professor.” 
A preocupação com o lado prático, pragmático,da educação, principalmente com a adequação desta ao meio e à 
evolução social, faz parte do pensamento pedagógico de _________________. 
d) Para que os alunos fiquem interessados, agora, por aquilo que eles poderão necessitar no futuro é um dos 
propósitos de se usar o método de Centro de Interesses, em que os conteúdos e as atividades educacionais são 
agrupados em torno de temas centrais de grande significado para os alunos. Esse método foi desenvolvido por 
________________________________. 
e) A relação direta do homem com o mundo físico e social é feita através do trabalho (atividade coletiva) e 
liberdade é aquilo que decidimos em conjunto. Em suas concepções educacionais dirige pesadas críticas à escola 
tradicional, que considera inimiga do "tatear experimental", fechada, contrária à descoberta, ao interesse e ao 
prazer da criança. 
Atribui grande ênfase ao trabalho: as atividades manuais tem tanta importância quanto as intelectuais, a 
disciplina e a autoridade resultam do trabalho organizado. Questiona as tarefas escolares (repetitivas e 
enfadonhas) opostas aos jogos (atividades lúdicas, recreio. 
 Algumas técnicas da pedagogia de __________________________: o desenho livre, o texto livre, as aulas-
passeio, a correspondência interescolar, o jornal, o livro da vida (diário e coletivo), o dicionário dos pequenos, o 
caderno circular para os professores, etc. Essas técnicas têm como objetivo favorecer o desenvolvimento dos 
métodos naturais da linguagem (desenho, escrita, gramática), da matemática, das ciências naturais e das ciências 
sociais. Porém, essas técnicas não são um fim em si mesmas, e sim, momentos de um processo de aprendizagem, 
que ao partir dos interesses mais profundos da criança, propicia as condições para o estabelecimento da 
apropriação do conhecimento. 
f) A reforma do sistema educacional haveria de requerer primeiro uma revolução nos métodos de ensino de 
modo que o aprendizado pudesse ser rápido, agradável, e completo. 
Os professores deveriam "seguir os passos da natureza", significando que eles deveriam prestar atenção à mente 
das crianças e ao modo como os estudantes aprendem. 
Acreditava que “A escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento das coisas”. 
____________________fez disto o tema de seu livro_________________, no qual formulou os princípios gerais 
da didática. 
g) Para_____________________, a educação só é possível na medida em que se desperta o interesse dos alunos 
pelas matérias escolares. E, esse interesse só pode ser despertado pela seleção adequada dos conteúdos de 
24 
 
instrução e pela utilização de métodos condizentes com o desenvolvimento psicológico do aluno. Os conteúdos 
devem começar pelos fatos mais simples e evoluindo progressivamente para os mais complexos. 
O método de instrução abrange uma série de passos, determinados não pelo material a ser estudado, mas pelo 
interesse da criança. 
 Para ele, a instrução formará o círculo do pensamento, e a educação o caráter. A última não é nada sem a 
primeira. 
É considerado historicamente como o organizador da Pedagogia como ciência, tendo definido seus fins e meios 
de forma abrangente e sistematizada. 
h) Tentou colocar em prática e desenvolver as idéias de Rousseau sobre educação, inicialmente com seu próprio 
filho; depois com o que foi a primeira escola profissional para pobres; em seguida, com os escritos literários, 
defendendo a educação como fator de reforma social, e finalmente, tornando-se mestre-escola aos cinqüenta 
anos, função que exerceu durante 20 anos. 
_____________________encarava a educação, a ser promovida naturalmente segundo o desenvolvimento das 
crianças, como o principal meio de reforma social. Para ele a educação consistia no desenvolvimento moral, 
mental e físico da natureza da criança, permitindo ao povo a superação de sua ignorância e miséria. 
i) Influenciou decisivamente os modernos conceitos da educação, exercendo papel pioneiro no movimento 
renovador da escola contemporânea. Repetia na Europa a atuação de Dewey, ambos no cenário educacional da 
primeira metade deste século foram os maiores expoentes da pedagogia da ação. 
Chegou a elaborar uma verdadeira teoria do brinquedo. Para ele, a pedagogia devia basear-se no estudo da 
criança. A infância é um conjunto de possibilidades criativas que não podem ser abafadas. As necessidades se 
manifestam nas brincadeiras, que não são somente uma diversão, mas um verdadeiro trabalho. 
Criou um método denominado educação funcional, que procurava desenvolver as aptidões individuais e 
encaminhá-las para o interesse comum, dentro de um conceito democrático de vida social. Para ele nenhuma 
sociedade progrediu devido à redução das pessoas a um tipo único, mas sim, devido à diferenciação. 
Estamos falando de __________________________. 
j) Através de sua corrente filosófico-científica denominada positivismo, coloca os pressupostos da ciência natural, 
no âmbito das relações humanas. Para ele, o conhecimento científico teria de ser baseado na observação dos 
fatos e nas relações entre eles. Estas relações são as descrições das leis que regem o fenômeno. 
O conhecimento científico só seria possível quando se observasse o real, o concreto. Tudo aquilo que pudesse ser 
provado por meio de experiências seria considerado científico. 
São esses pensamentos de _________________________________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA 
 
� Revolução industrial 
� Surgimento das ciências humanas 
� Surgimento nova classe social – proletariado 
� Derrubada do estado absolutista pela burguesia 
� Separação entre estado e a igreja 
 
O início da Idade Contemporânea, após a Revolução Francesa, é marcado pela consolidação do poder burguês, 
pelo nacionalismo e pela urbanização e industrialização acelerados. 
A educação começa a esboçar de modo definitivo o modelo atual, aliando um maior rigor metodológico e técnico 
a uma tendência que procurava escapar das influências históricas da escolástica em direção a um ensino nacional 
mais humanizado. 
Há uma nítida preocupação com os fins sociais da educação, enfatizando-se a relação entre educação e bem-estar 
social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. 
Profundas modificações no trabalho como: globalização e explosão dos negócios mundiais, avanço tecnológico da 
crescente robotização e automação das empresas trazem consequências na educação que busca incorporar novos 
recursos para atendimento de tais modificações. 
No entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire os novos 
equipamentos sem, no entanto, conseguir alterar a tradição das aulas teóricas e a formação do professor. 
Diante das transformações vertiginosas da alta tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira 
de produzi-los, criam-se novas profissões e extingui-se outras. 
Essa constante evolução faz surgir a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos 
estudos, e, portanto de acesso às informações, mediante uma autoformação controlada pelo próprio indivíduo. 
 
Tendências Atuais 
 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece que toda pessoa possuem direito à educação que deve 
ser gratuita e visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana. Também que os pais têm direito de 
escolher a educação dos seus filhos. 
Os fatos atestam que o direito à educação ainda não é exercido na realidade da maioria dos países: as taxas de 
analfabetismo ainda são relevantes, muitos são excluídos da escola antes ou após iniciar os estudos, a escola 
reproduz as desigualdades sociais, etc. Nos países do terceiros mundo, ainda há muito para se caminhar e fazer 
valer a Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
 
O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO 
Originou-se através de experiências educacionais nos paísescolonizados. Esses países construíram teorias 
pedagógicas originais, no processo de lutas pela sua emancipação. 
 
O PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO 
A cultura africana não se desenvolve de forma unitária em todo seu território. As diferenças de níveis de cultura, 
explicam os diferentes comportamentos frente aos movimentos de libertação. 
 
 O PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINO-AMERICANO 
• Metodologias com enfoque verbalista. 
• O professor expõe idéias retiradas de livros, de onde o aluno retira todas as suas percepções formais do saber. 
• Professor fala e aluno absorve as informações. 
• Respostas prontas. Ao aluno basta memorizar as informações. 
• Nos dias de hoje com a diversidade de informações, a comunicação se tornou mais diferenciada entre as 
comunidades. 
 
26 
 
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO empenha-se em fazer com que 
o direito à educação se torne realidade: 
� Todas as pessoas possuem capacidade para aprender; 
� A escola é uma instituição dinâmica: deve se aperfeiçoar e se adaptar continuamente ao seu tempo e a 
comunidade a que atende 
� Qualquer pessoa possui conhecimento que pode transmitir aos outros, a escola deve contar com o saber dos 
funcionários, pais, alunos e outros membros da comunidade; 
� O sucesso no ensino depende da sintonia entre a escola e a vida do aluno fora dela; 
� O “pensar” e o “fazer” são complementares e igualmente importantes no trabalho humano e no ensino; 
� A função básica da escola não é só informar, mas formar as pessoas para o aprendizado permanente. 
 
O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques 
Delors (Educação, um tesouro a descobrir), apresenta os quatro pilares da educação, visando formação do ser 
integral, o desenvolvimento de competências e habilidades mínimas para viver e conviver numa sociedade 
moderna. 
• APRENDER A SER 
É o eixo da competência pessoal. É a relação do indivíduo consigo mesmo, desenvolvendo e fortalecendo sua 
identidade, auto-estima, autoconceito, autoconfiança, autodeterminação, autocuidado. 
• APRENDER A APRENDER 
É o eixo da competência cognitiva. Trata-se de preparar o indivíduo para ser um caçador de conhecimentos, ou 
seja, criar o desejo de educar-se constantemente, cuidando do seu próprio desenvolvimento, do autodidatismo. 
• APRENDER A FAZER 
É o eixo da competência produtiva. Mais do que desenvolvimento de habilidades voltadas para a qualificação 
profissional, mas, em sentido ampliado, preparando o indivíduo para enfrentar e superar experiências sociais de 
maneira efetiva. 
• APRENDER A CONVIVER 
É o eixo da competência relacional. É a relação do indivíduo com os outros e com o meio-ambiente entendida na 
sua concepção mais ampla. Relaciona-se com a cidadania, com a participação e a democracia. 
 
No mundo atual, estamos vivendo a perplexidade, a crise de concepções e paradigmas em todos os campos das 
ciências, da cultura e da sociedade. É um momento novo e rico de possibilidades. 
São vários os educadores e filósofos que, em meio a essa perplexidade estão apontando novos caminhos dentre 
eles: 
 
EMILIA FERREIRO 
Desde os anos 1980, não é possível tratar de alfabetização sem falar de Emilia Ferreiro. A psicolinguista argentina, 
discípula de Jean Piaget, revolucionou o conhecimento que se tinha sobre a aquisição da leitura e da escrita 
quando lançou, com Ana Teberosky, o livro Psicogênese da Língua Escrita, em que descreve os estágios pelos 
quais as crianças passam até compreender o ler e o escrever. 
Crítica ferrenha da cartilha, ela defende que os alunos, ainda analfabetos, devem ter contato com diversos tipos 
de texto. 
Desde 1980, o tema permanece no centro dos interesses da pesquisadora, que se indigna com quem defende o 
método fônico de alfabetização, baseado em exercícios para treinar a correspondência entre grafemas e 
fonemas. 
 
HOWARD GARDNER 
Foi observando crianças que o psicólogo americano Howard Gardner percebeu o que hoje parece óbvio: nossa 
inteligência é complexa demais para que os testes escolares comuns sejam capazes de medi-la. A base desses 
testes é a idéia tradicional de que a inteligência é uma só e varia de nível de pessoa para pessoa - Teste de QI ou 
Quociente de Inteligência. 
 Gardner se contrapõe a isso. Em 1983, no livro Estruturas da Mente, ele definiu sete inteligências: a lógico-
matemática, a linguística, a espacial, a corporal-cinestésica, a interpessoal, a intrapessoal e a musical. O psicólogo 
descobriu mais duas, a naturalista e a existencialista. 
27 
 
Lógico-matemática - A capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e 
princípios subjacentes. Habilidade para raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos. Cientistas 
possuem esta característica. 
Linguística - Caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e por um desejo em os 
explorar. É predominante em poetas, escritores, e lingüistas. 
Musical - Identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais em termos de ritmo e timbre, 
mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras inteligências, como a lingüística, 
espacial ou corporal-cinestésica. É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de música. 
Espacial - Expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar, 
modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante em 
arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, geógrafos, navegadores e jogadores de xadrez. 
Corporal-cinestésica - Traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. É 
predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes. 
Intrapessoal - Expressa na capacidade de se conhecer, é a mais rara inteligência sob domínio do ser humano pois 
está ligada a capacidade de neutralização dos vícios, entendimento de crenças, limites, preocupações, estilo de 
vida profissional, autocontrole e domínio dos causadores de estresse, entre outros diversos comandos de vida 
que permite a pessoa identificar hábitos inconscientes e transformá-los em atitudes conscientes. 
Interpessoal - Expressada pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se 
mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores. 
Naturalista - Traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da 
natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a 
variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de biólogos, geólogos mateiros. 
Existencial - Investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a capacidade de 
refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de 
pensadores filosóficos. 
Gardner participa de grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Nessa universidade ele 
dá aulas nos cursos de Psicologia e Educação. É professor também na Universidade de Boston. 
 
FERNANDO HERNÁNDEZ 
 Reorganizar o currículo por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do educador 
espanhol Fernando Hernández. Ele se baseia nas idéias de John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-
americano que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática. 
Hernández põe em xeque a forma atual de ensinar. "Comecei a me questionar em 1982, quando uma colega me 
apresentou a um grupo de docentes", lembra. "Eles não sabiam se os alunos estavam de fato aprendendo. 
Trabalhei durante cinco anos com os colegas e, para responder a essa inquietação, descobrimos que o melhor 
jeito é organizar o currículo

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