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A Literatura no Brasil Colonial- slides

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Slides 
 Periodização da literatura brasileira 
 O século XVI no Brasil 
 O Barroco 
 O Arcadismo 
A Literatura no Brasil Colonial 
Imagem 45130352 
pag. 3 
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O índio é tema recorrente em toda a história da 
literatura brasileira, desde a Carta de Caminha até o 
modernismo no século XX, ora como selvagem a ser 
catequizado, ora como o homem edênico, ora como 
bom selvagem, ora como herói nacional, ora como 
herói sem nenhum caráter. Na tela, o pintor romântico 
Vítor Meireles retrata de forma idealizada a índia 
Moema, personagem do poema épico árcade Caramuru, 
de Santa Rita Durão. 
Periodização da literatura brasileira 
História da literatura, períodos e estilos 
Arte literária 
x 
História da literatura 
1. Arte de compor ou 
escrever trabalhos artísticos 
em prosa ou verso. 
2. O conjunto de 
trabalhos literários de 
um país ou de uma 
época. 
 Objetos de estudo da história da literatura: obras e não livros, movimentos e manifestações 
literárias. Cabe ao historiador da literatura destacar esses movimentos e obras, relacionando-os 
a determinado momento histórico, isto é, a um momento econômico, político e social. 
 
• A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras: 
Era Colonial e Era Nacional 
• Toda obra é única, uma vez que cada autor imprime um tratamento particular e pessoal às 
características genéricas de um período literário, resultando em um estilo individual adaptado 
ao estilo de época. 
Periodização da literatura brasileira 
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Painel histórico-literário brasileiro 
Estilo de época ou escolas literárias Panorama Mundial Datas 
Quinhentismo: séc. XVI, 
denominação genérica de um 
conjunto de textos sobre o Brasil, 
que evidenciam a condição 
brasileira de terra nova a ser 
conquistada. 
• Grandes Navegações 
• Companhia de Jesus 
 
Seiscentismo ou Barroco: O 
Barroco literário brasileiro 
desenvolveu-se na Bahia, tendo 
como pano de fundo a economia 
açucareira. 
Setecentismo ou Arcadismo: 
Os principais autores estiveram 
ligados ao movimento da 
Inconfidência, em Minas Gerais. 
Teve como pano de fundo a 
economia ligada à exploração de 
ouro e pedras preciosas. 
Período de transição: Pode-se 
afirmar que a turbulência dos acontecimentos 
políticos dominou a cena a ponto de não se 
encontrar uma única obra literária significativa 
• Literatura 
informativa 
 
• Literatura dos 
Jesuítas 
 
1500 
1601 
• Contrarreforma 
• Portugal sob domínio 
espanhol 
 
• Invasão holandesa 
• Grupo Baiano 
 
 
1768 
 
• Iluminismo 
• Revolução Industrial 
• Revolução Francesa 
• Independência dos 
Estados Unidos 
 
 
 
• Ciclo da Mineração 
• Inconfidência Mineira 
• Grupo Mineiro 
1808 
 
• Guerra Napoleônica 
 
 
 
• Corte Portuguesa no RJ 
• Independência 
• Regências 
 
1836 
Panorama brasileiro 
Periodização da literatura brasileira 
Painel histórico-literário brasileiro 
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Estilo de época ou escolas literárias Panorama Mundial Panorama brasileiro Datas 
Romantismo: primeira escola 
literária com traços genuinamente 
nacionais, iniciou-se com a publicação 
de Suspiros poéticos e saudades, de 
Gonçalves de Magalhães. 
 
• Burguesia no poder 
 
Realismo / Naturalismo: o que 
denominamos aqui de época realista 
constitui um amplo movimento literário 
com três tendências distintas: romance 
realista, romance naturalista e poesia 
parnasiana. Iniciou-se com a 
publicação de Memórias póstumas de 
Brás Cubas e O Alienista, ambos de 
Machado de Assis. 
Simbolismo / Pré-modernismo: 
período que se iniciou com a 
publicação dos livros Missal e Broquéis, 
de Cruz e Souza; estendeu-se até as 
primeiras décadas do séc. XX, 
projetando algumas das principais 
características da poesia moderna. 
Modernismo: a Semana de Arte 
Moderna realizada em fevereiro de 
1922 constitui o grande divisor de 
águas da literatura brasileira. 
• Segundo Império 
• Guerra do Paraguai 
• Lutas abolicionistas 
• Literatura nacional 
 
1836 
1881 
 
• Socialismo 
• Evolucionismo 
• Positivismo 
• Lutas antiburguesas 
• Segunda Revolução 
Industrial 
 
 
• Abolição 
• República 
• Romance realista 
• Romance naturalista 
• Poesia Parnasiana 
 
 
1893 
• Pré-Guerra 
• Primeira Guerra 
Mundial 
• Freud e a psicanálise 
• Revolução Russa 
• Vanguardas artísticas 
 
• Governo Floriano 
• Revolta Armada 
• Revolta de Canudos 
1922 
• Nazismo 
• Fascismo 
• Segunda Guerra 
Mundial 
 
• Ditadura Vargas 
• Semana de Arte Moderna 
• As gerações Modernistas 
1945 
O século XVI no Brasil 
“Antes dos portugueses 
descobrirem o Brasil, o 
Brasil tinha descoberto a 
felicidade” 
ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropófago, 1928. IN 
ANDRADE, Oswald de. A utopia antropofágica. São Paulo: 
Globo/Secretaria da Cultura do Estado, 1990. p.47. 
A expansão ultramarina e o Brasil 
• A Carta de Caminha pode ser considerada o marco 
da história da literatura brasileira. 
• A Carta reflete uma visão de mundo do homem 
português-europeu, que irá dominar os três 
primeiros séculos de nossa literatura. 
• Texto-documento da literatura portuguesa ligada à 
expansão ultramarina. 
• Em 1500, sob o governo de D. Manuel, Portugal 
vivia o momento mais glorioso de sua história. 
Trecho da Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o 
achamento do Brasil, de Pero Vaz de 
Caminha, escrivão da armada de Pedro 
Álvares Cabral. 
 
[Quarta feira, 22 de abril] (...) E à quarta- 
-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a 
que chamam fura-buxos. E neste dia, a horas 
de véspera, houvemos vista de terra, isto é, 
primeiramente d’um grande monte, mui alto 
e redondo, e d’outras serras mais baixas a 
sul dele e de terra chã com grandes 
arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs 
o nome o Monte Pascoal e à terra de Vera 
Cruz. 
 
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o achamento 
do Brasil. Introdução, atualização do texto e notas de N. Viegas 
Guerreiro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1974. p.33 
O século XVI no Brasil 
O Quinhentismo brasileiro 
• Quinhentismo é a denominação genérica 
que se dá a todas as manifestações 
literárias ocorridas no Brasil durante o 
século XVI. 
• Introdução da cultura europeia em 
terras brasileiras. 
• Não é uma literatura do Brasil e sim 
uma literatura no Brasil. 
• Manifestações literárias: literatura 
informativa, voltada para as riquezas 
materiais da nova terra; literatura dos 
jesuítas, dirigida ao trabalho de 
catequese, Padre José de Anchieta foi 
seu principal representante. 
 
A Literatura jesuítica de José de 
Anchieta 
 
Quando, no Espírito Santo, se recebeu uma 
relíquia das onze mil virgens 
 
ANJO – Ó peçonhento dragão 
 e pai de toda a mentira, 
 que procuras perdição, 
 com mui furiosa ira, 
 contra a humana geração! 
 Tu, nesta povoação, 
 não tens mando nem poder, 
 pois todos pretendem ser, 
 de todo seu coração 
 inimigos de Lúcifer. 
 
DIABO – Ó que valentes soldados! 
 Agora me quero rir!...Os quais, 
 com armas da fé, 
 te resistem e te espantam, 
 porque Deus com eles é. 
 Que com excessivo amor 
 lhes manda suas esposas, 
 - onze mil virgens formosas,- 
 cujo contínuo favor 
 dará palmas gloriosas. 
 (...) 
 
ANCHIETA, José de. José de Anchieta: poesia. 3 ed. Rio de Janeiro:Agir, 1977. p.33-4. 
O Barroco 
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O Barroco nas artes 
• Como estilo de época, Barroco designa o conjunto de 
manifestações artísticas (literatura, pintura, arquitetura, 
música) produzidas desde o final do século XVI até o 
início do século XVIII. 
• Representou uma sensível transformação do conceito 
renascentista de arte. 
• No Brasil, as manifestações artísticas barrocas surgem 
com um século de atraso, por volta de 1702, tanto na 
Bahia como em Minas, graças à exploração do ouro. 
• Alguns representantes da época: na arquitetura e na 
pintura, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho; na 
música José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita. 
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A imagem à direita(teto da igreja São 
Francisco de Assis) é representativa da 
ostentação e do rebuscamento típicos da 
Arte Barroca. 
O Barroco 
O Barroco na literatura 
• O estilo barroco desenvolveu-se, na Península Ibérica, no contexto da crise dos valores 
renascentistas ocasionadas pelas lutas religiosas, pela crescente importância da Companhia de 
Jesus e, no caso português, pela tragédia de Alcácer-Quibir (batalha no Marrocos, onde 
desapareceu D. Sebastião e a nata da aristocracia portuguesa). 
• Ao mesmo tempo, afloravam heranças da cultura medieval e persistiam conquistas 
renascentistas do início do século anterior. 
• O homem seiscentista vivia um estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou evadir-se pelo 
culto exagerado da forma. 
• Os escritores barrocos produziram textos extremamente torneados e sobrecarregando a poesia 
de figuras de linguagem, como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria=> “Discurso 
engenhoso”. 
 
A linguagem do Barroco 
Todo o rebuscamento que aflora na arte barroca é reflexo de um dilema que muito 
atormentou o homem do século XVI: o conflito entre o terreno e o celestial. A arte assume 
uma tendência sensorial, ligada ao mundo físico, ao mundo das percepções, que resulta em 
um exagerado rebuscamento formal. Daí o apelo às figuras de linguagem, a um vocabulário 
rico e raro e aos jogos sonoros. 
Dois estilos convivem no período barroco, influenciados pelos espanhóis Luís de Góngora 
y Argote e Francisco de Quevedo y Villegas: o Cultismo e o Conceptismo. 
O Barroco 
• encontra na poesia sua melhor forma 
de expressão; 
• intenção moralizante, por meio dos 
sentidos; 
• teor descritivo; 
• valorização da forma de expressão; 
• estilo opulento e suntuoso; 
• rebuscamento vocabular, figuras de 
sintaxe e figuras de linguagem. 
• encontra na prosa sua melhor forma de 
expressão; 
• intenção educativa pelo convencimento e pelo 
raciocínio lógico; 
• teor argumentativo, conceptual; 
• valorização do conteúdo, relação lógica das 
ideias; 
• estilo conciso e ordenado; 
• aproveitamento das nuances semânticas: duplo 
sentido, associações inesperadas e engenhosas, 
paradoxos, comparações inusitadas. 
O Cultismo ou Gongorismo: O Conceptismo ou Quevedismo: 
*As poesias barrocas têm, normalmente, longos títulos explicativos. 
O Barroco 
 Exemplo de poesia cultista 
 
Ao braço do Menino Jesus de Nossa 
Senhora das Maravilhas, a quem infiéis 
despedaçaram* 
 
O todo sem a parte não é todo; 
A parte sem o todo não é parte; 
Mas se a parte o faz todo, sendo parte, 
Não se diga que é parte, sendo o todo. 
 
Em todo o Sacramento está Deus todo, 
E todo assiste inteiro em qualquer parte, 
E feito em partes todo em toda parte, 
Em qualquer parte sempre fica o todo. 
 
O braço de Jesus não seja parte, 
Pois que feito Jesus em partes todo, 
Assiste cada parte em sua parte. 
 
Não se sabendo parte deste todo, 
Um braço que lhe acharam, sendo parte, 
Nos diz as partes todas deste todo. 
 
MATOS, Gregório de. In AMADO, James (Org.). Gregório de Matos: obra 
poética. Rio de Janeiro: Record, 1992. v.1. p.67. 
*As poesias barrocas têm, normalmente, longos títulos explicativos. 
 Uma crítica conceptista ao estilo 
cultista 
 
Se gostas da afetação e pompa de 
palavras e do estilo que chamam culto, não 
me leias. Quando este estilo florescia, 
nasceram as primeiras verduras do meu; mas 
valeu-me tanto sempre a clareza, que só 
porque me entendiam comecei a ser ouvido. 
[...]Este desventurado estilo que hoje se usa, 
os que condenam chamam-lhe escuro, mas 
ainda lhe fazem muita honra. O estilo culto 
não é escuro, é negro, e negro boçal e muito 
cerrado. É possível que somos portugueses, e 
havemos de ouvir um pregador em 
português, e não havemos de entender o que 
diz?! 
 
VIEIRA, Padre Antônio. Vieira: sermões. Rio de Janeiro: Agir, 
1960. p.110 
O Barroco 
 Principais características da estética 
 barroca 
Dualismos: 
razão x fé 
paganismo renascentista x religiosidade medieval 
antropocentrismo x teocentrismo 
matéria x espírito 
efêmero x eterno 
vida terrena x vida celestial 
vida x morte 
pecado x perdão 
Jogo dos contrastes: 
claro x escuro 
luz x sombra 
Valorização do detalhe, rebuscamento formal 
Sensualismo: apelo aos sentidos do leitor / 
espectador 
Principais figuras de linguagem presentes no 
texto barroco: metáfora, antítese, hipérbato, 
hipérbole, paradoxo 
Desenganos da vida humana, 
metaforicamente 
 
É a vaidade, Fábio, nesta vida, 
Rosa, que da manhã lisonjeada, 
Púrpuras mil, com ambição dourada, 
Airosa rompe, arrasta presumida. 
 
É planta, que de abril favorecida, 
Por mares de soberba desatada, 
Florida galeota empavesada, 
Sulca ufana, navega destemida. 
 
É nau enfim, que em breve ligeireza 
Com presunção de Fênix generosa, 
Galhardias apresta, alentos preza: 
 
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa 
De que importa, se aguarda sem defesa 
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? 
 
Atribuído a: MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. Seleção de 
José Miguel Wisnik. São Paulo: Cltrix, 1976. p.321. 
O Arcadismo 
“Doces invenções da Arcádia! 
Delicada primavera: 
Pastoras, sonetos, liras, 
-entre as ameaças austeras 
de mais impostos e taxas 
que uns protelam e outros negam.” 
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1975. p.68. Imagem 45130352 
Pág. 38 
O Arcadismo nas artes 
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Escultura de mármore "Cupido e Psique", do escultor italiano Antonio 
Canova, exposta no Museu do Louvre, Paris, França. 
Imagem 45130352 
Pág. 39 
O veneziano Antonio Canova (1757-1822) produziu as 
melhores esculturas neoclássicas, recuperando a 
simplicidade, a pureza e o equilíbrio das estátuas da 
Antiguidade. Neste detalhe de Cupido e Psique, que 
retoma a mitologia, podemos perceber o absoluto 
domínio da estética clássica, com destaque para a 
textura que Canova deu à pele das figuras e para a 
suavidade e idealização dos traços das figuras 
humanas. 
O Arcadismo 
O Arcadismo na literatura 
• Em meados do séc. XVIII, na Inglaterra e na França a Burguesia passa a dominar a economia do 
Estado. 
• A velha-nobreza arruína-se; a Igreja enfrenta crises. 
• A influência do pensamento burguês se alastra. 
• Nesse momento, geram-se duas manifestações distintas, mas complementares, como muito 
bem observou o crítico Alfredo Bosi: 
Importa, porém distinguir dois momentos ideais na literatura dos 
Setecentos para não se incorrer no equívoco de apontar contraste 
onde houve apenas justaposição: 
a) O momento poético que nasce de um encontro, embora ainda 
amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem, 
refletidosatravés da tradição clássica e de formas bem definidas, 
julgadas dignas de imitação (Arcadismo); 
b) O momento ideológico, que se impõe no meio do século, e traduz 
a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero 
(Ilustração). 
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3 ed. São Paulo: Cultrix, 1989. p.61. 
O Arcadismo 
O Arcadismo na literatura 
• Em 1748 Montesquieu publica O espírito das leis e propõe a 
divisão do governo em três poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário). 
• Em 1751 surge o Discurs préliminaires de l’Encyclopédie, 
cultuando a razão, o progresso e a ciência. Importante papel 
desempenhou Jean-Jacques Rousseau (O contrato social: 
Emílio). Para Rousseau o homem nasce bom, a sociedade é que o 
corrompe, o homem deveria voltar-se para o refúgio da natureza 
pura. 
• É dentro desse quadro que se desenvolve o Iluminismo europeu, 
marcado pelo racionalismo e pela defesa do despotismo 
esclarecido, um governo forte que daria segurança ao 
capitalismo mercantil da burguesia. 
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Rousseau dá samba 
Paulinho da Viola canta um samba 
intitulado “Chico Brito”, de Wilson 
Batista e Afonso Teixeira, que 
incorpora o pensamento 
rousseauniano: 
Chico Brito 
Quando menino esteve na escola 
era aplicado, tinha religião 
quando jogava bola 
era escolhido para capitão 
mas a vida tem os seus reveses 
diz sempre, Chico, defendendo teses 
se o homem nasceu bom 
e bom não se conservou 
a culpa é da sociedade 
que o transformou 
 
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Pág. 40 
Capa do Livro "Emílio ou Da 
Educação", de J. J. Rousseau 
Tradução de Roberto Leal Ferreira 
Editora Martins Fontes - Primeira 
edição maio de 1995. Segunda 
edição setembro de 1999 
 
O Arcadismo 
O Brasil no século XVIII 
• O Arcadismo tem espírito 
reformista. 
• Influência francesa. 
• Reforma no ensino: o ministro 
marquês de Pombal expulsa a 
Companhia de Jesus de Portugal e 
das colônias. 
• A cultura jesuítica cede lugar ao 
Neoclassicismo. 
• O pensamento Iluminista francês 
encontrou ampla repercussão no 
crescente sentimento de nativismo 
e na nova mentalidade dominante, 
provinda da área de mineração. 
• O Arcadismo brasileiro é também 
denominado Escola Mineira, uma 
vez que seus poetas tinham ligação 
direta com Minas Gerais. 
• 1789: no Brasil eclode a 
Inconfidência mineira. 
 
A influência de Horácio: carpe diem 
• Um dos maiores influenciadores do pensamento e das 
Atitudes do Arcadismo foi o poeta latino Horácio. 
• O carpe diem horaciano consiste no princípio de viver o 
presente, “gozar o dia”, foi uma postura comumente 
assumida durante o arcadismo. Nota-se a adoção dessa 
postura no poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio 
Gonzaga: 
• Também por influência de Horácio, os árcades adotam a 
aurea mediocritas (“mediocridade dourada”), que consiste na 
exaltação do meio-termo, da simplicidade, buscada no 
contato com a natureza. 
 Se sou pobre pastor, se não governo 
 Reinos, nações, províncias, mundo e gentes; 
 Se em frio, calma, e chuvas inclementes 
 Passo o verão, outono, estio, inverno; 
Minha bela Marília, tudo passa; 
A sorte deste mundo é mal segura; 
Se vem depois dos males a ventura, 
Vem depois dos prazeres a desgraça. 
(...) 
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, 
Gozemos do prazer de são amores. 
Versos: In: COSTA, Cláudio Manuel da; GONZAGA, Tomás 
Antônio; PEIXOTO, Alvarenga. A poesia dos inconfidentes: 
poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 53 
e 597. 
O Arcadismo 
A linguagem do Arcadismo 
• A visão de mundo dos poetas 
árcades e a estética neoclássica se 
manifestam num “estilo simples”, 
em nítida oposição ao estilo barroco. 
• A linguagem da nova poesia do 
Arcadismo perde o rebuscamento e 
os torneios verbais típicos do século 
XVII; agora prevalece a ordem 
direta, a expressão clara, inteligível; 
as frases adquirem uma suave 
melodia. 
• Predominam os adjetivos que 
expressam suavidade e harmonia: 
tudo é ameno, suave, calmo, 
alegre, aprazível. 
• A seleção vocabular prende-se a 
alguns campos lexicais: palavras 
que retomam à Antiguidade 
Clássica; exaltação à natureza 
(árvores, riachos, pastores). 
• Amor idealizado e convencional. 
Principais características da estética 
Árcade: 
• antigongorismo: cortar os exageros, o rebuscamento e 
a extravagância característicos do Barroco, retomando a 
um estilo literário mais simples, em que prevalecesse o 
realismo burguês. 
• neoclassicismo: os modelos seguidos eram os clássicos 
greco-latinos e os renascentistas; a mitologia pagã foi 
retomada como elemento estético. 
• valorização da natureza: busca de uma vida simples, 
bucólica, pastoril. 
• fingimento poético: fato que transparece no uso dos 
pseudônimos pastoris. 
• aspecto formal: sonetos, versos decassílabos, rima 
optativa, poesia épica. 
O Arcadismo 
A tradição da poesia épica 
A influência clássica não se revela apenas na 
poesia lírica, os autores neoclássicos brasileiros 
também retomam o modelo da poesia épica. Foi o 
caso de Santa Rita Durão (1722-1784), autor de 
Caramuru. 
Conheça alguns dados dessa obra: 
 
• Caramuru: Poema épico do descobrimento da 
Bahia. 
 
• herói: o português Diogo Álvares Correia, vítima 
de naufrágio no litoral da Bahia; ficou conhecido pela 
alcunha de Caramuru (“Filho do Trovão), por possuir 
uma arma de fogo. 
 
• argumento: as façanhas de Diogo Álvares 
Correia entre os índios e seus amores com Paraguaçu 
(com quem se casa e viaja para paris) e Moema (que 
morre ao tentar acompanhar o navio em que viaja 
Diogo) 
 
• presença de forte religiosidade (Santa Rita 
Durão era padre agostiniano). 
 
• marcas árcades: exaltação da natureza, o 
indígena visto como bom selvagem. 
• estrutura: 6.672 versos distribuídos em 10 
Cantos. Divisão clássica em cinco partes: Proposição, 
Invocação, Dedicatória, Narração e Epílogo. 
Trechos do Canto VI do Caramuru: 
 
Caramuru 
 Copiosa multidão da nau francesa 
 Corre a ver o espetáculo, assombrada; 
 E ignorando a ocasião da estranha empresa, 
 Pasma da turba feminil, que nada. 
 Uma que às mais precede em gentileza, 
 Não vinha menos bela, do que irada; 
 Era Moema, que de inveja geme, 
 E já vizinha à nau se apega ao leme. 
 
 [...] 
 
 -”Bárbaro (a bela diz:) tigre e não homem... 
 Porém, o tigre, por cruel que brame, 
 Acha forças no amor, que enfim o domem; 
 Só a ti não domou, por mais que eu te ame. 
 Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, 
 Como não consumis aquele infame? 
 Mas pagar tanto amor com tédio e asco... 
 Ah! que corisco és tu...raio...penhasco! 
 
 [...] 
DURÃO, Santa Rita. Caramuru. Rio 
de Janeiro: Agir, 1977. p. 84-6

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