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HIDRÁULICA Engenharia Civil Condutos Livres ou Canais Profª Dra. Sonia Maria Barros Barbosa Correa UNIDADE 10 1 Sumário 10.1 – Conceito 10.2 – Formas usuais dos Canais 10.3 – Elementos usuais dos Canais 10.4 – Variação na Pressão na seção transversal 10.5 – Distribuição da Velocidade nos Canais 10.6 – Limites de velocidade 10.7 – Número de Froude 10.8 – Equação geral da Resistência 10.9 – Fórmula de Chézy 10.10 – Fórmula de Hazen Williams 10.11 – Estudo dos Cond. circulares Parcialmente Cheios 10.12 – Seções econômicas 10.13 – Energia especifica 10.14 - Regimes de escoamento 10.15 – Declividade Critica 10.16 – Ressalto Hidráulico 10.17 – Remanso UNIDADE 10 2 UNIDADE 10 Figura 10.1 – Representação 3 Aberta fechada Fechamento repentino 10.1 – Conceito Os condutos livres e os condutos forçados, embora tenham pontos em comum, diferem em importante aspecto: os condutos livres apresentam superfície livre onde atua a pressão atmosférica, enquanto que, nos condutos forçados, o fluído enche totalmente a secção e escoa com pressão diferente da atmosférica. Nos condutos livres ou canais, a característica principal é a presença da pressão atmosférica atuando sobre a superfície do líquido, em uma seção aberta, como nos canais de irrigação e drenagem, ou fechada, como nos condutos de esgoto e galerias de águas pluviais. Neste caso, o escoamento se processa necessariamente por gravidade. UNIDADE 10 4 Na figura abaixo temos dois casos típicos de condutos livres ( a e b); Em (c) está indicado o caso limite de um conduto livre: embora o conduto funcione completamente cheio, na sua geratriz interna superior atua uma pressão igual à pressão atmosférica. Em (d) está representado um conduto no qual existe uma pressão maior do que a atmosférica. UNIDADE 10 5 Figura 10.1 – Pepresentação da pressão Os canais podem ser: Naturais – cursos d’água existentes na natureza (rios, córregos, estuários) Artificiais - de seção aberta ou fechada (canais de irrigação, navegação, aquedutos , galerias) Os conceitos relativos às linhas de energia e piezométrica são utilizados nos canais de forma análoga aos condutos forcados, observando que, devido à presença da pressão atmosférica, a linha piezométrica coincide geralmente, mas nem sempre, com a linha d'água. UNIDADE 10 6 Os canais são projetados usualmente em uma das quatro formas geométricas: Trapezoidal Retangular Triangular Circular UNIDADE 10 7 Figura 10.2 – Seção transversal de um canal trapezoidal 10.2 – Formas usuais dos canais As seções trapezoidais são bastantes empregadas em canais de todos os portes, com ou sem revestimento. As seções retangulares também são amplamente utilizadas, mas construídas em estruturas rígidas, de forma a garantir a estabilidade das seções. As seções circulares são utilizadas para conduzir vazões mais reduzidas, de uso comum em redes de esgoto, redes de águas pluviais e em bueiros. As seções triangulares são utilizadas em canais de pequenas dimensões, como sarjetas rodoviárias e urbanas. UNIDADE 10 8 Para seções irregulares, como os canais naturais, estas relações analíticas não podem usualmente ser estabelecidas. Eventualmente podes ajustar curvas para a representar estas relações, como parábolas, para cursos d'água de pequenas dimensões. As seções retangulares largas, são utilizadas para cursos d'água de grandes larguras e pequenas profundidades. A profundidade é desprezível em relação à largura do curso d'água, ou seja, o perímetro molhado pode ser assimilado à largura: 𝐴 ≅ 𝐵𝑦 𝑃 ≅ 𝐵 → 𝑅ℎ ≅y UNIDADE 10 9 Classificação dos escoamentos livres UNIDADE 10 10 UNIDADE 10 11 10.3 – Elementos usuais dos canais UNIDADE 10 12 As condições de contorno nos escoamentos livres podem apresentar-se de forma extremamente variável. Em função da geometria da seção e da profundidade de escoamento, pode-se definir os parâmetros: Seção ou Área molhada (A): parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido; Perímetro Molhado (P): comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto; Largura Superficial (B): largura da superfície em contato com a atmosfera; Profundidade Hidráulica (yh): razão entre a Área Molhada e Largura Superficial – yh = A/B Raio Hidráulico (Rh): razão entre a Área Molhada e o Perímetro Molhado: Rh = A/P Parâmetros Hidráulicos UNIDADE 10 13 Figura 10.3 – Parâmetros hidráulicos fundamentais das seções transversais Parâmetros característicos de algumas seções usuais UNIDADE 10 14 Z – referente a inclinação do talude, corresponde a razão entre as dimensões horizontal e vertical. UNIDADE 10 15 Obs: os ângulos em radianos UNIDADE 10 16 UNIDADE 10 17 UNIDADE 10 18 Secoes irregulares UNIDADE 10 19 UNIDADE 10 20 Exercício Calcular o Raio Hidráulico e a Profundidade Hidráulica do canal trapezoidal abaixo, sabendo-se que a profundidade do fluxo é de 2 m. UNIDADE 10 21 UNIDADE 10 Nos escoamentos livres, a diferença de pressões entre a superfície livre e o fundo não pode ser desprezada, pois não considerando interferências devidas à turbulência, constata-se que a pressão em qualquer ponto da massa líquida é aproximadamente à profundidade, ou seja, a distribuição de pressão na seção obedece à Lei de Stevin, 22 10. 4 – Variação de Pressão Figura 10.3– Distribuição de pressões no escoamento uniforme 𝑃 = 𝛾ℎ 𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝑃: 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝛾: 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ℎ: 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 A hipótese de distribuição hidrostática de pressões ocorre apenas quando inexistem componentes de aceleração no sentido longitudinal, ou seja quando observa-se linhas de corrente retilíneas, caracterizando o Escoamento Paralelo, ocorre apenas em situações de escoamento uniforme. Nos escoamentos gradualmente variados, para objetivos práticos, pode-se considerar também os escoamentos com sendo paralelos. UNIDADE 10 23 Nos escoamentos bruscamente variados, quando a curvatura das linhas de corrente no sentido vertical é significativa, caracteriza-se o Escoamento Curvilíneo. Observando-se uma alteração na distribuição hidrostática das pressões. UNIDADE 10 24 Figura 10.4– Distribuição de pressões no escoamento curvilíneos 𝑃′ = 𝑃 + ∆𝑃 onde: ∆𝑃 = 𝛾ℎ𝑉2 𝑔𝑟 sendo: 𝑃′: 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑡𝑛𝑒, 𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 𝑃 ∶ 𝑝𝑟𝑒𝑠ã𝑜 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 𝛾: 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 ℎ: 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑔: 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑉: 𝑣𝑒𝑙ó𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑟: 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 𝑐ô𝑛𝑐𝑎𝑣𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑥𝑜𝑠 UNIDADE 10 25 Outro aspecto que deve ser considerado diz respeito ao efeito da declividade na distribuição das pressões. Para canais com declividades, a distribuição de pressões afasta-se da hidrostática, em escoamento uniforme. UNIDADE 10 26 Figura 10.5 – Distribuição de pressões em canais com declividade Nestas condições, a pressão no ponto B é dada por:𝑃′𝐵 = 𝛾𝑦𝑐𝑜𝑠²𝜃 É denominada Pseudo-hidrostática UNIDADE 10 27 Figura 10.6 – Distribuição de pressões ao longo de um vertedor 10.5 – Distribuição da velocidade em canais UNIDADE 10 28 Nos condutos livres há uma distribuição não uniforme da velocidade nos diversos pontos de uma seção transversal. Figura 10.7 – Esquema de distribuição das velocidades em um curso d’água Valores de Celeridade UNIDADE 10 29 Figura 10.8 - Distribuição da velocidade em diferentes seções artificiais UNIDADE 10 30 Figura 10.9 - Perfil das velocidades em uma vertical Velocidade média UNIDADE 10 31 UNIDADE 10 32 Ou , ainda Supondo um distribuição logarítmica das velocidades em uma vertical, os coeficientes 𝛼 e 𝛽 podem ser expressos em função de uma relação entre as velocidades médias e máximas em uma seção de acordo com: 𝛼 = 1 + 3𝜀² − 2𝜀3 𝛽 = 1 + 𝜀² 𝑜𝑛𝑑𝑒 → 𝜀 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑉 - 1 UNIDADE 10 33 Exercício 1- Durante uma cheia, um vertedor de altura igual a 8,0 m e largura 5,0 m descarrega uma vazão de 22 m³/s. Os raios de curvatura do vertedor nos pontos A e C são, respectivamente, 1,20 m e 4,0 m. A calha (ponto B) tem uma inclinação de 90 %. Sabendo-se que no ponto A a lâmina d’água atinge 1,4 m de altura, e nos pontos B e C as velocidades de escoamento são 9,0 m/s e 13,0 m/s, respectivamente, pede-se calcular a pressão hidrostática nestes três pontos. UNIDADE 10 34 2 – E um canal retangular, com lâmina d’água de 1,5m de altura, forma efetuadas medições da velocidade de escoamento a 0,3 e 1,20 m de profundidade, obtendo-se respectivamente 1,50 e 0,90 m/s. Sabe-se que a velocidade superficial é de 1,4 m/s e supondo-se que a velocidade máxima seja 15% superior a esta, pede-se calcular para esta seção os parâmetros 𝛼 𝑒 𝛽. UNIDADE 10 35 UNIDADE 10 36 10.6 – Limites de velocidade Nos canais a velocidade média da água normalmente não se afasta de uma gama de valores não muito ampla, dois limites extremos são estabelecidos. UNIDADE 10 37 O número de Froude é um adimensional extremamente importante na Hidráulica, representando a razão entre as forcas inerciais e gravitacionais que atuam no escoamento. A caracterização dos regimes de escoamento quanto à energia é efetuada através do número de Froude (Fr), obtido a partir da equação de energia. 𝐹𝑟= 𝑉 𝑔 𝐴 𝐵 𝑉 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑔 = 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴 = 𝑎𝑟𝑒𝑎 𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎 𝐵 = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 UNIDADE 10 38 10.7 – Número de Froude Quando: UNIDADE 10 39 𝐹𝑟 = 1 → 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒 𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 → (𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎) 𝐹𝑟 < 1 → 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 → (𝑓𝑙𝑢𝑣𝑖𝑎𝑙) 𝐹𝑟 > 1 → 𝑟𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 → (𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙) Exercício Um canal retangular com base de 5 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e desnível de 13m. Sabendo-se que a profundidade a montante é de 1 m e a velocidade a jusante é igual à 3 m/s, pede-se calcular o número de Froude nos pontos 1 e 2. UNIDADE 10 40 10.8 - Equação geral da Resistência Considere um trecho de comprimento unitário. O movimento sendo uniforme, a velocidade mantên-se à custa da declividade do fundo do canal. Sendo 𝛾 o peso específico da massa líquida, a força que produz o movimento será a componente tangencial do peso do líquido: UNIDADE 10 41 𝐹 = 𝛾𝐴𝑠𝑒𝑛 𝛼 Sendo o movimento uniforme, deve haver equilíbrio entre as forças aceleradoras e retardadoras, de modo que a força F deve contrabalançar a resistência oposta ao escoamento pela resultante dos atritos. Essa resistência ao escoamento pode ser considerada proporcional ao seguinte fatores: Peso específico do líquido Perímetro molhado Comprimento do canal Uma certa função da velocidade média, resistência = 𝛾𝑃𝜑(𝑣) UNIDADE 10 42 Igualando as expressões : 𝛾𝐴𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝛾𝑃𝜑(𝑣) Na prática, em geral, a declividade dos canais é relativamente pequena, permitindo que: 𝑠𝑒𝑛𝛼 ≅ 𝑡𝑔𝛼 = 𝐼 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴 𝑃 I=𝜑(𝑣) 𝑅𝐻I = 𝜑(𝑣) → 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 UNIDADE 10 43 Esta é a equação fundamental do escoamento permanente uniforme em canais: 𝑉 = 𝐶 𝑅𝐻𝐼 em que C = coeficiente de rugosidade de Chézy ou coeficiente de resistência Esta equação é indicada para os escoamentos turbulentos rugosos em canais. UNIDADE 10 44 10.9 – Fórmula de Chézy Para conduto circular, funcionando totalmente cheios ou à meia seção, o raio hidráulico é igual a D/4. 𝑉2 = 𝐶2 𝐷 4 𝐼 𝑉2 = 𝐶2 𝐷 4 𝐽 Da equação universal ℎ𝑓 = 𝑓𝑉2𝑙 2𝑔𝐷 𝐶 = 8𝑔 𝑓 e 𝑓 = 8𝑔 𝐶2 UNIDADE 10 45 1.9.1 – Fórmula de Chézy com coeficiente de Manning É a mais utilizada por ter sido experimentado em canais de todas as dimensões com resultados coerentes. 𝐶 = 𝑅ℎ 6 /𝑛 UNIDADE 10 46 𝑉 = 1 𝑛 𝑅ℎ 2 3 𝐼 1 2 𝐴𝑅ℎ 2/3 = 𝑛𝑄 𝐼 UNIDADE 10 47 Valores de n – Fórmula de Manning UNIDADE 10 48 Exercício Calcular a altura de água y em um canal, cuja seção transversal tem a forma abaixo. A vazão é 0,2 m³/s. A declividade longitudinal é 0,0004. O coeficiente de rugosidade n, da fórmula de Manning é 0,013. UNIDADE 10 49 Da equação de Hazen-Williams para condutos forcados, fazendo: J = I D/4 = Rh Temos : 𝑉 = 0,85𝐶𝑅ℎ 0,63𝐼0,54 𝑉 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 ,𝑚/𝑠 𝐶 = 𝑐𝑜𝑒𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖𝑐𝑜𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑅ℎ = 𝑟𝑎𝑖𝑜 ℎ𝑖𝑑𝑟á𝑢𝑙𝑖𝑐𝑜 𝐼 = 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠𝑎𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎𝑐𝑎𝑜 Que pode ser utilizada no dimensionamento de canais. UNIDADE 10 50 10.10 – Fórmula de Hazen-Williams OBS: Todas as fórmulas indicadas são usadas para o cálculo hidráulico de escoamento livre em condutos à meia seção ou seção plena. O raio hidráulico para condutos circulares à meia seção como à seção plena, é o mesmo, bem como a velocidade, para a mesma declividade. UNIDADE 10 51 10.11 – Estudo dos Condutos Circulares Parcialmente Cheios Conquanto o escoamento ocorra com superfície livre, ou seja, à pressão atmosférica, o conduto é operacionalmente um canal ou um conduto livre, independente de sua forma. Os condutos circulares parcialmente cheios são de interesse por terem vasta aplicação para esgotos, bueiros, galerias pluviais e drenos. As equações usadas para dimensionamentos são duas formas derivadas da equação de Manning, apropriada para esses casos, conforme descrição a seguir: UNIDADE 10 52 UNIDADE 10 53 Para escoamento a Meia Seção Para escoamento a Seção Plena UNIDADE 10 54 Para condutos parcialmente cheios UNIDADE 10 55 Seções circulares e semicirculares – são as que apresentam o menor perímetro molhado e o maior raio hidráulico por unidade de área do conduto. São, por isso, seções econômicas ideais. Velocidade máxima - 𝑦 = 0,81𝐷 → (conduto circular) Vazão máxima - 𝑦 = 0,95𝐷 → também ocorre com o conduto parcialmente cheio. UNIDADE 10 56 10.12 – Seções Econômicas Seções Retangular – Geralmente adotada nos canais de concreto e nos canais abertos em rocha. É mais favorávelpara aquela na qual a base é o dobro da altura. UNIDADE 10 57 Seções Trapezoidal – a forma mais econômica será aquela que levará à maior velocidade a ao menor perímetro. O hexágono retangular é o que tem o menor perímetro. (𝛼 = 60°) UNIDADE 10 58 Seções Irregulares – No cálculo das condições hidráulicas dos canais que apresentam seções transversais muito irregulares ou seções duplas, obtêm-se resultados melhores quando se subdivide a seção em partes cujas profundidades não sejam muito diferentes. UNIDADE 10 59 A energia total, H, é a soma das parcelas energéticas potencial (eq. de Bernoulli), interna ou de pressão e cinética: 𝐻 = 𝑧 + 𝑦 + 𝑉2 2𝑔 Em seções a jusante a carga será menor, pois o valor de z vai se reduzindo para permitir a manutenção do escoamento contra os atritos. Sendo referência o próprio fundo do canal, com isso a carga da seção passa a ser: 𝐻𝑒 = 𝑦 + 𝑉2 2𝑔 10.13 – Energia Especifica UNIDADE 10 60 𝐻𝑒 denomina-se carga específica ou energia específica e resulta da soma da altura de água com a carga cinética ou energia de velocidade. UNIDADE 10 61 Exercícios 1 – Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1(v):2(h), base de 7,0 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,0m. UNIDADE 10 62 2 – Calcular a capacidade de vazão e determinar o regime de escoamento do ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte, sabendo-se que a declividade média neste trecho é de 0,0026 m/m, sendo seu coeficiente de rugosidade avaliado em cerca de 0,022. UNIDADE 10 63 UNIDADE 10 64 10.14 – Regimes Escoamento Dado um escoamento permanente a energia especifica é: 𝐻𝑒 = 𝑦 + 𝑄2 2𝑔𝐴² Mas a área de escoamento é função da profundidade y, ou seja A = f(y), que em gráfico fica: UNIDADE 10 65 UNIDADE 10 66 O escoamento que corresponde à profundidade única, yc, é denominado crítico. O escoamento com maior profundidade, ys, denomina-se fluvial, ou subcrítico. O escoamento com profundidade menor, yi, denomina-se torrencial ou supercrítico. Obs: Num perfil longitudinal de escoamento num conduto livre é possível ocorrerem um ou mais regimes de escoamento distintos. Observa-se, também, que a mudança de regime deve passar pelo crítico. UNIDADE 10 67 Escoamento Crítico – O escoamento crítico corresponde à energia especifica mínima: 𝐻𝑒 = 𝑦 + 𝑄2 2𝑔𝐴² O escoamento no regime crítico não é estável. Se o conduto é retangular têm-se: 𝑞 = 𝑄 𝐵 (onde q é a vazão máxima correspondente à profundidade crítica e relativa a 1 m de largura do canal) 𝑦𝑐 = 𝐴 𝐵 → 𝑦𝑐= 𝑞2 𝑔 3 → 𝑦𝑐= 2 3 𝐻𝑒 Para outras formas de conduto podemos utilizar: 𝑄2 𝑔 = 𝐴3 𝐵 UNIDADE 10 68 𝑉𝑐 = 𝑄 𝐴𝑐 = 𝑔𝑦𝑐 Partindo da equação de Chézy para as condições críticas 𝑄2 = 𝐴𝑐 2𝐶2𝑅ℎ𝐼𝑐 Temos: 𝐼𝑐 = 𝑔𝑦𝑐 𝐶2𝑅ℎ Sempre que a declividade de um canal ultrapassar a declividade crítica (Ic), a profundidade nesse canal será à profundidade crítica e o movimento da água sera torrencial. UNIDADE 10 69 10.15 – Declividade Crítica Exercício Um canal de concreto mede 2 m de largura e foi projetado para funcionar com uma profundidade útil de 1 m. A declividade é de 0,0005m/m. determinar a vazão e verificar as condições hidráulicas do escoamento. (n= 0,013) UNIDADE 10 70 10.16 – Ressalto Hidráulico O salto ou ressalto hidráulico é uma sobreelevação brusca da superfície líquida. Corresponde à mudança de regime de uma profundidade menor que a crítica para outra maior que esta, em consequência do retardamento do escoamento em regime inferior. UNIDADE 10 71 O ressalto pode apresentar-se como: O salto elevado – com grande turbilhonanento. Superfície agitada, porém sem remoinho e sem retorno do líquido. UNIDADE 10 72 Altura do salto hidráulico – Considerando um canal retangular de largura unitária e as duas seções como na figura abaixo. Digite a equação aqui. UNIDADE 10 73 ℎ2=- ℎ1 2 + 2𝑉1² 𝑔 + ℎ1 2 4 A perda de carga entre as duas seções será: ∆𝐻 = 𝑉1² 2𝑔 + ℎ1 − 𝑉2² 2𝑔 + ℎ2 Exercício Em um canal de seção retangular, com 2,5 m de largura e com 9,25 m³/s de vazão, forma-se um ressalto hidráulico. Conhecendo-se a profundidade de montante (0,9m), determinar a altura do ressalto. UNIDADE 10 74 É a sobreelevação das águas de um rio, influenciando o nível da água a uma grande distância a montante. UNIDADE 10 75 10.17 – Remanso
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