Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
02 AnAtom iA e es c u lt u r A g en g iv A is pA r A p r ó t es e to tA l AUTOR AlessAndro ApArecido de AlmeidA gAmero c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 04 o so rr is o r ec o n st r u in d o N ão existe um sorriso considerado universal ou ideal. Nosso objetivo deve ser o de produzir um sorriso balanceado na diversidade de visibilidade que a boca apresenta. Existem conceitos fundamentais para a elaboração de trabalhos restauradores pro- téticos que necessitem de gengivas artificiais. O primeiro é a forma dental, o segun- do é o biótipo gengival e o terceiro, a posição dental. Para obtermos resultados de excelência, buscamos parâmetros estéticos que defi- nam a macroestética como um orientador relacionando dentes, gengiva e caracte- rísticas faciais, aplicados na reabilitação do sorriso, o que torna necessária uma relação equilibrada entre os parâmetros biológico, mecânico, funcional e estético. Gengiva livre (A). Gengiva inserida (B). Mucosa alveolar (C). A arquitetura gengival tem um papel importante para a estrutura estética geral, em especial nos pacientes com sorriso gengival alto ou médio. A harmonia entre cor, textura, forma da gengiva artificial é muito importante na aparência do sorriso. Estudaremos as características de gengivas naturais para que possamos aumentar a riqueza de detalhes nas esculturas gengivais em cera, resina ou cerâmica. ANATOMIA MACROSCÓPICA DA GENGIVA O periodonto é o conjunto dos tecidos que envolvem o dente. O periodonto de pro- teção ou gengiva é formado pelas gengivas marginal livre, inserida e interdental. Margem gengival Gengiva livre Gengival livre Gengiva inserida 01 A B C o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 05 06 GENGIVA MARGINAl Ou GENGIVA lIVRE Circunda os dentes em forma de colarinho (Fig. 02A). RANhuRA GENGIVAl É uma linha imaginária entre o fundo do sulco gengival e a superfície gengival visível oposta a ele (no nível correspondente à junção cemento-esmalte) (Fig. 02B). GENGIVA INSERIDA Tem início na ranhura gengival e termina na linha mucogengival (junção mucogen- gival – JMG) (Fig. 02C-E). 02 A-E 03 A,B Gengiva marginal livre: cor rósea, superfície opaca, consistência firme e formato frequentemente arredondado (A). Ranhura gengival. Está situada no nível da junção cemento-esmalte (JCE) e está presente em apenas 30 a 40% dos adultos (B). Gengiva inserida. Tem consistência fire, estende-se até a junção mucogengival em uma faixa de ± 3 a 4 mm. A cor pode variar: rosa-claro para a raça branca ou marrom-escuro para a raça negra. Apresenta uma textura de pontilhado em 40% dos adultos (JMG) (C). GENGIVA INTERDENTAl Ou PAPIlA INTERDENTAl É determinada pelas relações de contato entre os dentes e pela largura da superfície proximal (Fig. 03). Papila interdental: na região anterior, possui formato piramidal. Na região posterior, a papila é ampla. Os dentes triangulares o ponto de contato está próximo à incisal aumentando a papila (A). Prótese total. Papila interdental – A ponta das papilas interdentais segue um posicionamento gradativamente mais apical a partir da linha mediana (B). A B E B A DC o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 07 08 MuCOSA AlVEOlAR É delimitada pela junção mucogengival até o fundo do vestíbulo da boca. As rugosidades palatinas são formadas no 3o mês de vida intrauterina e não sofrem alteração, exceto de comprimento, devido ao crescimento do palato, permanecen- do na mesma posição durante toda a vida. Função das rugosidades palatinas: Facilitar o transporte dos alimentos através da cavidade oral; Evitar a perda de alimento da boca; Participar na mastigação, percepção gustativa e na tátil devido à presença de receptores; Reter a saliva, que é importante para a digestão inicial dos alimentos devido à presença de enzimas; Auxiliar na trituração dos alimentos; Proteger a mucosa do palato de traumatismos provocados por alimentos; Desempenhar um papel na fonação, visto que dispersa as ondas sonoras. MuCosA AlvEolAr GEnGivA insEriDA 04 A-G Mucosa alveolar. União frouxa aos tecidos, altamente vascularizada, móvel, ausência de pontilhado (A). Sistema de classificação pro- posto por Carrea (B-E). Prótese total em cera (F,G). A B F D G C E o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 09 10 FORMA DENTAl E BIÓTIPO PERIODONTAl Na busca por uma melhor escultura gengival em trabalhos protéticos como protoco- los sobre implante, próteses totais e outros que necessitam de uma porção gengival, diversos autores têm estudado a relação entre a forma dental e o biótipo periodontal a ser confeccionado. Biótipo periodontal é o conjunto de características das estruturas de suporte e pro- teção dos dentes, ou seja, do osso e da gengiva e a relação entre a forma da co- roa dentária dos dentes anteriores superiores e as características morfológicas da gengiva. Os pacientes que apresentavam dentes mais quadrados possuem faixa de gengiva inserida larga, papilas interdentais mais curtas e curvatura gengival cervical menos acentuada. Os pacientes que apresentavam dentes mais alongados possuíam faixa de gengiva estreita, papilas interdentais mais alongadas e curvatura gengival cervical mais acentuada. 05 A-C Escultura gengival em cera. Dentes papilas curtas (A). Escultura gengival em cera. Dentes papilas médias (B). Escultura gengival em cera. Dentes papilas longas (C). A B C o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 11 12 O conhecimento dessas características tem um impacto importante na escultura da prótese. Dois tipos de biótipo periodontal podem ser encontrados: 1. Plano e espesso (Fig. 06A); 2. Fino e estonado (Fig. 06B)20. Partindo do princípio de termos dois biótipos periodontais com suas características individuais temos: 06 A,B 07 A,B Biótipo periodontal: plano e espesso (A) ou fino festonado (B). Biótipo periodontal: plano e espesso. Características: faixa de gengiva inserida ampla, papilas curtas e largas, área de contato no terço médio e dentes em formato quadrangular (A). Biótipo periodontal: fino festonado. Características: faixa de gengiva inserida reduzida, papilas longas e estreitas, recesso da margem gengival e dentes em formato triangular (B). A B B A o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 13 14 CARACTERÍSTICAS DO CONTORNO GENGIVAl De forma correspondente ao contorno das bordas incisais, o contorno cervical da gengiva define o contorno superior da arcada dentária. Frequentemente em uma arcada dentária natural percebemos diferenças na altura da margem gengival, 08 A-D Desenho do contorno gengival. Relacionar a mudança do contorno gengival com o posicionamento dos dentes na prótese total. que são provenientes de recessões gengivais ou posicionamento anormais dos dentes. A disposição dos dentes na montagem de uma prótese determina alte- rações no contorno gengival. Geralmente assimetrias pequenas na montagem dos dentes artificiais são aceitáveis e, muitas vezes, trazem um aspecto de mais naturalidade as próteses. A C B D o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 15 16 Os fatores sexo, personalidade e idade nos auxiliamna escolha e na monta- gem de dentes para uma diversidade de pacientes. O emprego da técnica de confecção de gengivas artificiais aliando a monta- gem, ou seja, a disposição dos dentes com o contorno gengival é previsível quando feitos diagnóstico e planeja- mento clínico laboratorial corretos atra- vés da comunicação entre o técnico em prótese, o cirurgião-dentista e o pacien- te. No planejamento estético, os seguin- tes aspectos devem ser considerados: Biótipo periodontal; Linha do sorriso e exposição gengival; Contorno e zênite gengivais; Papila interdental; Recessão gengival; Coloração. A escolha do formato dental para a mon- tagem da prótese total tem influência no posicionamento do zênite gengival. No momento da escultura gengival o in- cisivo central retangular o zênite geral- mente é posicionado na distal; nos den- tes ovais e triangulares o posicionamento dos zênites são mais centralizados. 09 A-C 10 A-D O contorno cervical gengival e sua relação com o formato geral do dente. Incisivos regulares apresentam contorno mais retilíneo (A). In- cisivos ovais apresentam contorno mais arredondados (B). Incisivos triangulares apresentam contorno mais fechado (C). Desenho do contorno gengival. Zênite gengival – O zênite gengival é porção mais apical da margem gengival (A). Zênite gengival e o formato geral do dente. Incisivos retangulares (B), incisivos ovais (C) e incisivos triangulares (D). A B C B A C D o so rr is o R ec o n st R u in d o c i ê n c i a , a r t e e t e c n o l o g i a 17 18 REFERêNCIAS 1. Atsawasuwan P; Greethong K; Nimmanon V. Treat- ment of gingival hyperpigmentation for esthetic purpo- ses by Nd:YAG laser: report of 4 cases. J Periodontol 2000; 71:315-21. 2. Baker DL, Seymour GJ. The possible pathogenesis of gingival recession. A histological study of induced recession in the rat. J Clin Periodontol 1976; 3:208-19. 3. Belser U, Magne P. Restaurações adesivas de por- celana na dentição anterior: Uma abordagem biomimé- tica. São Paulo: Quintessence Ed. 2003. 4. Blitz N. Criteria for success in creating beautiful smiles. Oral Health 1997; 87:38-42. Review. 5. Carvalho PF, da Silva RC, Cury PR, Joly JC. Modified coronally advanced flap associated with a subepithelial connective tissue graft for the treatment of adjacent mul- tiple gingival recessions. J Periodontol 2006; 77:1901-6. 6. Chiche G, Pinault A. Artistic and scientific princi- ples applied to esthetic dentistry. In: Chiche G, Pianault A (eds). Esthetics of anterior fixed prosthodontics. Chi- cago: Quintessence Books, 1994; p. 13-32. 7. Chiche GJ, Pinault A. Replacement of deficient crowns. J Esthet Dent 1993; 5:193-9. Review. 8. Da Silva RC, Joly JC, de Lima AF, Tatakis DN. Root coverage using the coronally positioned flap with or without a subepithelial connective tissue graft. J Perio- dontol 2004; 75:413-9. 9. De Lima AFM, da Silva RC, Joly JC, Tatakis DN. Coronally positioned flap with subepithelial connective tissue graft for root coverage: various indications and flap designs. J Int Acad Periodontol 2006; 8:53-60. 10. Dong JK, Jin TH, Cho HW, Oh SC. The esthetics of the smile: A review of some recent studies. The Int J Prosthodont 1999; 12:09-19. 11. Fradeani M. Estethic analysis: A systematic appro- ach to prosthetic treatment. Chicago: Quintessence Books; 2004. 12. Garber DA; Salama MA. The aesthetic smile: diagno- sis and treatment. Periodontology 2000 1996; 11:18-28. 13. Germiniani WIS, Terada HH. Avaliação da preferência estética de cirurgiões-dentistas (clínicos gerais e ortodon- tistas), acadêmicos de odontologia e leigos quanto às me- didas indicadas por proporções conhecidas como padrão estético para o sorriso. Dental Press Estet 2006; 3:85-99. 14. Han TJ, Takei HH. Progress in gingival papilla re- construction. Periodontol 2000 1996; 11:65-8. 15. Kokich VO Jr, Kiyak HA, Shapiro PA. Comparing the perception of dentists and lay people to altered dental esthetics. J Esthet Dent 1999; 11:311-24. 16. Levine RA, Mcguire M. The diagnosis and treat- ment of the gummy smile. Compend Contin Educ Dent 1997; 18:757-766. 17. Lindhe J. Tratado de Periodontia Clínica e Implan- todontia Oral. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan; 1999 Miller PD Jr. A classification of marginal tissue recession. Int J Periodontics Restorative Dent 1985; 5:8-13. 18. Miskinyar SAC. A new method for method for correcting a gummy smile. Plast Reconstr Surg 1983; 397-400. 19. Nacul AM, Nacul AP, Greca de Born A. Bioplastique as a complement in conventional plastic surgery. Aes- thetic Plast Surg 1998; 22:444-50. 20. Olsson M, Lindhe J. Periodontal characteristics in individuals with varying forms of the upper central inci- sors. J Clin Periodontol 1991; 18:78-82. 21. Peck S, Peck L, Kataja M. The gingival smile line. Angle Orthod 1992 Summer; 62:91-100; discussion 101-2. 340 22. Pontoriero R, Carnevale G. Surgical crown lengthe- ning: a 12-month clinical wound healing study. J Perio- dontol 2001; 72:841-8. 23. Preston JD. The golden proportion revisited. J Es- thet Dent 1993; 5:247-51. 24. Sclar AG, Soft tissue and esthetic considerations in implant therapy. Chicago: Quintessence Books; 2003. 25. Tarnow DP, Magner AW, Fletcher P. The effect of the distance from the contact point to the crest of bone on the presence or absence of the interproximal dental papilla. J Periodontol 1992; 63:995-6. 26. Tjan AHL; Miller GD. The JGP: Some esthetic fac- tors in a smile. J Prosthet Dent 1984; 51:24-28. 11 A-G Desenho do contorno gengival. Recessão gengival: definida como a migração apical da margem gengival (A-C). Recorte da região cervical com Hollemback. Contorno cervical. Ceroplastia (D). Escultura das bossas e fossas. Ceroplastia (E). Cera caracterizada (F,G). A B C D E F G
Compartilhar