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Mariana Queiroz ECZEMAS (dermatites) CONCEITO • Os eczemas correspondem a um grupo de dermatoses inflamatória, pruriginosas, com características clínicas e histopatológicas comuns e muito bem definidas. ❖ As lesões elementares que definem os eczemas são eritema, edema, vesículas, crostas e descamação. ❖ De acordo com a predominância dessas lesões, o quadro pode ser classificado em agudo, subagudo e crônico. ❖ Tem como manifestação subjetiva o prurido; como consequência da duração e intensidade do prurido, surge outro elemento: a liquenificação, que traduz a cronicidade do processo. EPIDEMIOLOGIA • Ocorrem com muita frequência, sendo mais comum o eczema de contato, seguido do atópico e do seborreico. • Acometem igualmente ambos os sexos e todas as raças. • Com relação à faixa etária: ❖ O eczema de contato pode ocorrer em qualquer época da vida; ❖ O eczema atópico pode está presente ao nascimento já nos primeiros dias de vida, contudo, é muito mais prevalente a partir da adolescência e da idade adulta. HISTOPATOLOGIA • A característica histopatológica básica é seroexsudativa. • Na fase aguda, acomete a epiderme e a derme papilar. ❖ Na camada de Malpighi, há exocitose e edema intercelular – suas pontes intercelulares se adelgaçam, de modo que os espaços se enchem de serosidade. ❖ Com a continuação do processo, ocorre edema intracelular, que provoca degeneração reticular, ou seja, altera a ceratinização normal, dando origem à formação de paraceratose (permanência de núcleos achatados nas lâminas ceratínicas mais exteriores), cuja expressão clínica é a escama. ❖ Também ocorre destruição das pontes intercelulares, que promove a formação das vesículas intraepidérmicas, que, dependendo da intensidade, acabam por exteriorizar-se; estas se rompem, liberando o exsudato, que, ao secar, forma crostas; no interior das vesículas, podemos encontrar linfócitos. ❖ Na derme papilar, há vasodilatação e edema, o que justifica o eritema. • Na fase crônica, há espessamento de todas as camadas da epiderme, ou seja, hiperceratose, hipergranulosa e acantose irregular, acompanhado de ocorrência sutil de linfócitos – a lesão se apresenta clinicamente como liquenificação. • A concomitância dos achados das fases aguda e crônica, no entanto, com menor intensidade, configura a evolução subaguda do processo. ETIOLOGIA 1. Eczema de contato (dermatite de contato): • Dermatite de contato por irritante primário (DCIP): ❖ Decorre dos efeitos tóxicos e pró- inflamatórios de substâncias capazes de ativas a imunidade da pele ainda que de maneira não específica. → Essas substâncias, ao entrarem em contato com a pele, causam lesão aos queratinócitos, surgindo, posteriormente, reação inflamatória na derme papilar. → Não há necessidade e de sensibilização prévia e não ocorre a formação de células de memória. ❖ Outros fatores como atrito, umidade e exposição solar, também podem influenciar a ocorrência dessa dermatite. ❖ Corresponde a cerca de 80% dos casos de dermatite de contato. → É frequentemente uma dermatose de caráter ocupacional, sendo corriqueira nas mãos da dona de casa e na dermatite das fraldas. ❖ Caracteriza-se por eritema, descamação e, por vezes, vesículas e bolhas, que surgem horas depois do contato com agentes irritantes mais fortes, ou depois de semanas de contato continuado com agentes irritantes fracos. → O prurido, em geral, é discreto ou ausente, sendo substituído por sensação de dor e queimação. ❖ O tratamento invariavelmente requer a interrupção do contato com o agente desencadeador. • Dermatite de contato alérgica (DCA): ❖ Pode apresentar-se de 3 maneiras diferentes, sempre com muito prurido: Mariana Queiroz → Aguda: eritema, vesícula, exsudação e crosta; → Subaguda: eritema, pápulas, escamas e crosta; → Crônica: liquenificação. ❖ Corresponde a cerca de 20% dos casos de dermatite de contato. ❖ A morfotopografia é de grande ajuda no diagnóstico: ❖ Na DCA, existe envolvimento primário do sistema imunológico – hipersensibilidade do tipo IV, que é retardada ou mediada pro células. *A denominada recall dermatites pode ocorrer em paciente previamente sensibilizados e que, ao se exporem sistematicamente (inalação pelas vias aéreas, intramuscular ou intravenosa) a um determinado agente ou relacionado a ele. Seria capaz de desencadear a reativação de lesões em locais que já apresentaram previamente o mesmo quadro de eczema. ✓ A Síndrome do babuíno ou Erupção Medicamentosa Simétrica Exantemática Intertriginosa e Flexural (SDRIFE), é uma modalidade de recall dermatites. ▪ Caracteriza-se por reação de hipersensibilidade do tipo IV, decorrente da absorção sistêmica geralmente de nível em pacientes sensibilizados previamente a este metal. • Diagnóstico: ❖ Mapeamento topográfico: procura—se correlacionar o local do eczema com várias exposições; ❖ Seletividade profissional: buscar por dermatites ocupacionais; ❖ Seletividade utilitária: pela história morfotopográfica e outros dados, procura- se realizar teste dirigidos às diversas substâncias que entram na confecção do objeto. ❖ Correlação antígeno/utilidade: uma vez determinado pelos testes que o indivíduo é sensível a determinada substância, deve-se procurar relacionas o eczema com os objetos que contenham o referido alergênico. *Testes de contato: são úteis na identificação de substância às quais o indivíduo é alérgico. ✓ 30 elementos são aplicados no paciente com suspeita de DCA. ✓ Para a realização desses testes, o paciente deve estar em fase inativa para não exacerbar o quadro. ✓ O paciente não pode estar em uso de corticoesteroide sistêmico e/ou tópico no local do teste; nem deve molhar as fitas ou se expor ao sol. ✓ Após 48hs de aplicação, os testes são retirados e é feita a primeira leitura; a segunda leitura é feita em 96hs. 2. Dermatite atópica: • É a principal manifestação cutânea de atopia (tendência hereditária a desenvolver alergia a antígenos alimentares ou inalantes, manifestando-se por eczema, asma ou rinite). ❖ Trata-se de doença genética, de herança poligênica, com evidentes alterações imunológicas, fortemente influenciada por fatores ambientais e, eventualmente, emocionais. • Epidemiologia: ❖ Sua prevalência varia em função da localização geográficas, das condições climáticas, do nível socioeconômico e da poluição. ❖ No brasil, a prevalência da dermatite atópica é similar à de outras partes do mundo, estando em tordo de 10 a 15%. • Etiologia: ❖ Até o momento, os conhecimentos indicam existir uma interação de fatores constitucionais e ambientais, em que as imunidades humoral e celular ocupam lugar de destaque. ❖ A ocorrência de história familiar de atopia em até 70% dos casos de DA Mariana Queiroz assegura o caráter hereditário, sendo provavelmente de herança poligênica. ❖ A imunopatologia do eczema atópico é complexa e controversa, envolvendo distúrbios da imunidade humoral, imunidade celular e disfunção de outras células imunes. ❖ A antiga hipótese do bloqueio dos receptores β-adrenérgicos para justificar a diminuição dos níveis intracelulares de AMPc na DA, assim como a diminuição dos efeitos inibitórios das catecolaminas sobre a multiplicação celular, com aumento de mitoses – o que explica a tendência à hiperplasia epidérmica que, por sua vez, é potencializada pela coçadura – evoluiu com a constatação de um defeito associado ao aumento da atividade da enzima fosfodiesterase, degradadora deAMPc. ❖ A DA é caracterizada por alterações vasculares e farmacológicas: vasoconstrição de pequenos vasos, palidez, diminuição da temperatura das extremidades e perioral, aumento de vasoconstrição pelo frio, dermografismo branco, diminuição da reação à histamina na pele comprometida, reação branca aos ésteres da nicotina e palidez retardada à acetilcolina. ❖ O limiar ao prurido nos indivíduos atópicos é mais baixo, e os estímulos prurigênicos produzem, nos atópicos, prurido mais intenso, mais duradouro e em áreas mais extensas do que em indivíduos normais. ❖ A sudorese, no atópico, geralmente é acompanhada de prurido, atribuído a uma retenção sudoral ou eliminação de alergênios pelo suor. ❖ Xerose é uma característica da pele do indivíduo atópico e é decorrente de alteração na filagrina contida nos grânulos de cerato-hialina. → Há uma diminuição da secreção sebácea com redução do número e do tamanho das glândulas sebáceas. ❖ O estresse induzido no atópico provoca eritema e prurido nas áreas de eczema. *De acordo com as teorias mais recentes, existe um desequilíbrio entre as imunidades humoral e celular: ✓ É sabido que a ativação dos linfócitos T é importante na manutenção das lesões eczematosas. ✓ Os linfócitos T são ativados em resposta a antígenos a eles apresentados e produzem linfocinas, que são importantes na amplificação e propagação da resposta imune. ✓ Alguns linfócitos T, principalmente os pertencentes ao subtipo Th2, liberam IL-4, que induz o linfócito B à produção de IgE nos linfonodos aferentes. A IL- 4 também parece estimular a síntese de IgG4. Portanto, na pele do portador de DA, parece ocorrer um somatório de reações tipo I e tipo IV, que podem ser induzidas pelo mesmo antígeno. ✓ A IL-4 também estimula a produção de histamina pelos mastócitos e inibe a produção de IFN-γ produzido pelos linfócitos T subtipo Th1. ▪ O IFN-γ, dentre outras funções, ativa macrófagos na sua quimiotaxia, e a sua inibição poderia explicar a maior suscetibilidade à infecção que o atópico apresenta. *As lesões eczematosas parecem ser acentuadas em áreas de grande potencial de exposição a antígenos (face e mãos), em áreas de aumento de vascularização (face e dobras) e em áreas de pele fina e/ou cobertas, nas quais a penetração percutânea pode ser aumentada (dobras antecubitais e poplíteas). *Alergênios ambientais (pó, ácaros) podem atingir a pele pela circulação, após inalação ou por contato direto com a pele. Ainda não se sabe se lesões eczematosas de pele em indivíduos atópicos podem ser induzidas após inalação de alergênios. • Clínica: ❖ Trata-se de dermatose crônica de evolução flutuante, podendo ocorrer em qualquer idade a partir do 3º mês de vida. ❖ O prurido é intenso e está sempre presente. ❖ A morfologia e a distribuição das lesões variam com a idade, tendendo a ser mais exsudativas na primeira infância e liquenificada nas faixas etárias mais avançadas. ❖ Tende-se a dividir a dermatite atópica nas seguintes fases: infantil, pré-puberal e adolescentes-adultos. → DA infantil (até 2 anos) surge, em geral, entre os 3 a 6 meses com áreas eritromatocrostosas, inicialmente nas regiões malares, disseminando-se, principalmente, para o couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, face de extensão dos membros e áreas das fraldas. Mariana Queiroz → Ao término do 2º ano de via, observa-se resolução espontânea em menos da metade dos casos; na maiorias dos casos, as lesões tornam-se menos exudativas, mais papulosas e com tendência à liquinificação, comprometendo principalmente as dobras antecubitais e poplítea, punhos, pálpebras, face e pescoço. → Com a chegada da adolescência, as lesões se tornam papulodescamativas e, mais caracteristicamente, liquinificadas, sujeitas a surtos de agudização. → No adulto, sua distribuição é típica e compreende dobras antecubitais e poplíteas, sendo também frequente o comprometimento de pescoço, pálpebras, mãos e punhos. *A doença tende a atenuar com a idade, sendo rara sua persistência após os 30 anos. *Outras manifestações de atopia (asma, rinite) ocorrem em 50% dos casos de DA, podendo haver alternância ou concomitância entre elas ao longo da vida. !!! Estigmas atópicos: ✓ Dupla prega de Dennie-Morgan: prega supranumerária infraciliar, que pode estar presente em outras condições eczematosas das pálpebras; ✓ Sinal de Hertoghe: rarefação do terço distal dos supercílios, devido à coçadura; ✓ Tubérculo de Kaminsky: protuberância centrolabial superior; ✓ Hiperlinearidade palmar: provavelmente mais relacionada com ictiose; ✓ Ceratose pilar: frequente na face lateral dos braços e coxas em, praticamente, 100% dos casos; ✓ Dermatite das mãos e ceratose punctata palmoplantar: mais frequente em negros. • Diagnóstico: ❖ Basicamente clínico, corroborado muitas vezes por uma história pessoal ou familiar de atopia; ❖ Eosinofilia e aumento da IgE circulante podem reforça-lo. 3. Dermatite seborreica: • Dermatite crônica de caráter constitucional, associando elementos fisiopatológicos de hiperproliferação epidérmica a eventual participação de Malassezia spp. • Epidemiologia: ocorre em, pelo menos, 5% da população geral, tendo altíssima incidência nos portadores de infecção pelo HIV. • Etiologia: ❖ A etiofisiopatogenia não foi muito esclarecida, no entanto, foram demonstradas amplamente alterações na dinâmica epidérmica (aumento do índice de mitose e do trânsito transepidérmico), semelhantes às da psoríase, porém de menos intensidade. ❖ Apesar da distribuição preferencial das lesões em áreas de grande número e atividade de glândulas sebáceas e da coincidência da época de ocorrência da doença com as suas fases de atividade (recém-natos – entre a 1ª e a 2ª semana de vida, desaparecendo em semanas ou meses – e pós-puberais), estando ausente durante a infância, ocorrem discretas alterações na composição do sebo com aumento de triglicerídios e colesterol e redução do esqualeno e ácidos graxos livres, de interpretação duvidosa. • Clínica: ❖ As lesões são maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, sem brilho, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto gorduroso, que se distribuem pelas áreas seborreicas (couro cabeludo, face, pré-esternal, intraescapular, flexuras axilares e anogenitais). ❖ O prurido, quando presente, é discreto, à exceção das lesões no couro cabeludo. ❖ A doença tende à cronicidade e recorrência. ❖ É frequente o seu agravamento ou desencadeamento por estresse emocional ou físico e pelo frio. ❖ A exposição ao sol, em geral, diminui sua intensidade. • Diagnóstico: ❖ Basicamente clínico; ❖ Deve-se considerar a possibilidade de infecção pelo HIV nos casos mais intenso e abruptos ou não responsivos ao tratamento. 4. Eczemátide ou pitiríase alba: • Trata-se de dermatite de origem desconhecida, mais frequentemente, embora não exclusiva, nos atópicos, que, para alguns, corresponderia a formas frustras de eczema atópico ou seborreico. • Caracteriza-se pelo aparecimento, principalmente entre 3 a 16 anos, de áreas arredondadas ou ovais, eritematosas oi cor de Mariana Queiroz pele, com descamação fina, às vezes mais pronunciadas nos óstios foliculares, que desaparecem espontaneamente, deixando hipocromia com leve descamação, mais evidente após exposição ao sol. Que agiria como agravante ou desencadeante. • As lesões são, em geral, múltiplas, de tamanho variável, distribuindo-se principalmente na face e na porção lateral dos braços e, frequentemente, no tronco. 5. Síndrome de Leiner: • Erupção eritematosaoi eritematoescamosa generalizada nas primeiras semanas de vida, associada a diarreia, perda de peso e frequentes intercorrente, de prognóstico reservado em alguns casos. 6. Eczema microbiano: • É provocado primariamente por microrganismos ou seus produtos, que funcionam como antígenos – a erradicação da infecção faz desaparecer o eczema. 7. Eczema asteatósico (craquelê): • Está associado à xerodermia, sendo causado pela diminuição do manto lipídico da superfície cutânea. • Ocorre mais frequentemente no idoso; pode ser precipitado pelo clima frio e seco (inverno), uso de diuréticos, hipotireoidismo, deficiência de zinco, excesso de banhos ou de sabões. • Ocorre preferencialmente nas pernas, podendo ocorrer também nas mãos e braços. 8. Eczema numilar: • Caracterizada por uma placa eritematosa circular ou oval, com bordas claramente demarcadas. • De causa desconhecida; embora se acredite que o terreno atópico predisponha a sua ocorrência. • A xerodermia pode desencadear o seu aparecimento, assim, como o estresse emocional. • A lesão típica é caracterizada por uma ou mais lesões em formato de moeda (numismática), eritematosa, com vesículas de parede fina, muitas vezes extremamente pruriginosa e que, na fase aguda, apresenta componente exsudatocrostoso. ❖ Evolui para estágio menos vesicular e mais descamativo, com clareamento central e extensão periférica, transformando-se em lesões anulares. Depois de tempo variável (semanas a meses), podem surgir lesões contralaterais e até mesmo disseminação. • As lesões ocorrem com maior frequência nos membros inferiores, mãos e antebraços, seguidos do tronco. • É rara a ocorrência em crianças, sendo, para alguns autores, manifestação de atopia. Tende à cronicidade. 9. Eczema de estresse: • Trata-se de eczema consequente à hipertensão venosa, a qula provoca diminuição no fornecimento de oxigênio aos tecidos e sequestro de leucócitos, com liberação de enzimas proteolíticas e radicais livres, causando lesão tecidual e reação inflamatória. • As placas eritematodescamativas pruriginosas costumam surgir na parte interna do terço distal da perna e, com maior frequência, em mulheres de meia-idade ou idosas, em geral acompanhadas de outras manifestações de insuficiência venosa crônica. 10. Dermatose plantar juvenil: • Dermatite xerótica fissurada da superfície, associada a eritema e dor. ❖ Mais intensa na porção anterior dos pés, poupando os espaços interpododáctilos. ❖ Simétrica. • Ocorre exclusivamente entre os 3 e 14 anos, acreditando dever-se à maceração continuadamente provocada pelo uso de material sintético de baixa porosidade e capacidade de absorção de água. 11. Síndrome eczematosa das mãos e/ou pés (disicrose): • É um conceito abrangente que engloba todas as possibilidades etiológicas que levam ao quadro clínico, quando agudo, de vesículas e mesmo bolhas e, quando crônico, a descamação e fissuras. • Quando intensa e acometer a região perioniquial, pode causar onicodistrofia. • A etiologia é diversa, podendo apresentar origem exógena ou endógena. ❖ Na primeira, teremos eczema de contato (tanto a dermatite por irritante primário quanto a imunológica ou alérgica), alergênios ingeridos como metais em pessoas previamente sensibibilizadas (em especial o níquel, mas também cromo e cobalto) ou inalados, infecções (essencialmente fúngicas – dermatofitose bem mais frequente do que a candidíase) com suas ides assim como as farmacodermias, em especial Mariana Queiroz por penicilina, piroxicam e imunoglobulina intravenosa. ❖ Quando a natureza for endógena, teremos como possibilidade diagnóstica psoríase, dermatite atópica, quadros de eczemas idiopáticos como o numular e a dermatite plantar juvenil. • Epidemiologia: ❖ Predomina na faixa etária entre os 20 e 40 anos de idade e acomete igualmente ambos os sexos. ❖ Mias de 80% dos paciente são brancos; contudo, talvez isso seja decorrente de um viés demográfico. ❖ É mais comum nos meses quentes e se associa, com frequência, à hiperidrose. ❖ Fatores emocionais podem agravar ou desencadear o quadro. • Fisiopatologia: ❖ Na fase aguda, as vesículas surgem sob a camada córnea, que é caracteristicamente espessa na região palmoplantar, e se tornam dolorosas à medida que aumentam de volume. ❖ A migração até a superfície dura em torno de 3 semanas, quando então se tornam secas e ocorre descamação fina nos casos menos intensos. ❖ Nos mais intensos, surgem bolhas, por vezes subentrantes e, posteriormente, quando crônico, surge liquenificação representada por ceratose, acantose e paraceratose, quando então na clínica ocorrerá também descamação intensa e fissuras dolorosas. • Clínica: ❖ É caracterizada pelo acometimento, geralmente simétrico e bilateral, mais frequentemente das mãos do que dos pés. ❖ Na fase aguda, as vesículas com conteúdo líquido, em geral incolor, são localizadas preferencialmente nas superfícies laterais e dorsais dos dedos. ❖ O prurido quase sempre estará presente e pode ser doloroso, sendo aliviado com a descompressão das vesículas ou bolhas por perfuração ou incisão. 12. Eczemas associados a doenças metabólicas e sistêmicas: • Síndrome disabsortiva: erupção descamativa em 20% dos pacientes com esteatorreia idiopática. • Síndrome de Wiskott-Aldrich: herança recessiva ligada ao X; eczema semelhante ao atópico, púrpura trombocitopênica, infecções recorrentes e tendência a neoplasias. • Hipogamaglobulinemia: eczema semelhante ao atópico. • Síndrome de hiper-IgE com infecções recorrentes (Síndrome de Job): Eczema crônico com infecções bacteriana recorrente cutâneas e respiratórias. • Doença de Jung: piodermite, foliculite e atopia com defeito da função leucocitária e linfocitária. • Fenilcetonúria: eczema em 25% dos casos no primeiro ano de vida.
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