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MATERIAL DIDÁTICO METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 0800 283 8380 www.faculdadeunica.com.br Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 3 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ......................... 5 1.1 Metodologia Cientifica e Ciência ........................................................................... 5 1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições .................................................... 8 1.2.1 Método Indutivo .................................................................................................. 9 1.2.2 Método Dedutivo .............................................................................................. 11 1.2.3 Indutiva x dedutiva ........................................................................................... 11 1.2.4 Método Hipotético-dedutivo .............................................................................. 12 1.2.5 Método Dialético ............................................................................................... 13 1.2.6 Método Fenomenológico .................................................................................. 13 1.3 Processo Científico ............................................................................................. 15 1.4 Linguagem e Argumentação Científica ............................................................... 15 1.5 Ferramentas Teóricas ......................................................................................... 16 1.5.1 Teorias, Hipóteses, Variáveis dependentes e independentes .......................... 16 1.5.2 Nível I - Observações → (Variáveis) → Nível II - Hipóteses → Nível III - Hipóteses Válidas e Teorias. ..................................................................................... 17 1.6 Delineamentos de um estudo cientifico: projeto de pesquisa .............................. 18 1.6.1 Tipos de delineamento de pesquisa: ................................................................ 19 CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA ................................................................. 23 2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica ................................................. 23 2.2 Etapas da Pesquisa ............................................................................................ 24 2.3 Aplicação de Questionário ................................................................................... 32 2.4 Ética na Pesquisa ................................................................................................ 33 2.5 Princípios éticos comuns em disciplinas científicas: ........................................... 36 CAPÍTULO 3 – ELABORAÇÃO ............................................................................... 38 3.1 Estruturas do Artigo Científico ............................................................................. 38 3.1.1 Elementos pré-textuais ..................................................................................... 38 3.1.2 Elementos textuais ........................................................................................... 40 3.1.3 Elementos pós-textuais .................................................................................... 40 3.2 Linguagem do Artigo ........................................................................................... 41 3.2.1 Leitura Crítica ................................................................................................... 42 3.3 Fichamentos ........................................................................................................ 44 3.3.1 Tipos de Fichamento: ....................................................................................... 45 3.4 Resumo Científico ............................................................................................... 47 3.5 Resenha .............................................................................................................. 48 3.6 Relatórios de pesquisa ........................................................................................ 49 3.7 Ficha catalográfica .............................................................................................. 50 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 3 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O conhecimento científico obtido no processo metodológico tem como finalidade, na maioria das vezes, explicar e discutir um fenômeno baseado na verificação de uma ou mais hipóteses. Sendo assim, está diretamente vinculado a questões específicas que trata de explicá-las e relacioná-las com outros fatos. Dessa maneira, observa-se que, quando se analisa determinado fato, não se pode limitar apenas a tentar explicar os questionamentos que são suscitados acerca dos problemas, mas é importante também observar que existe a necessidade de se buscar elementos que possam realizar uma ligação estreita com outros fatos e, sendo assim, tentar explica-los. O método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o pesquisador direciona seu projeto de trabalho com critérios de caráter científico para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial. Desta forma, ele tem toda a liberdade para definir quais os melhores instrumentos vai utilizar para cada tipo de pesquisa a fim de obter resultados confiáveis e com possibilidades de serem generalizados para outros casos. Esse fato pode ser baseado em alguns fenômenos pré-universitários como, por exemplo, baixa qualidade na formação de alunos interessados, curiosos e exploradores que ingressam na comunidade acadêmica, assim como, no próprio grau de especificidade técnica para desenvolvimento dos projetos propostos. A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocupando um lugar de destaque na vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de conhecimento. Ela auxilia na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em todas as suas formas. É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito, gravado ou filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material bibliográfico é reunido em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de acesso ao público em geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com a informação sobre determinado objeto de estudo. 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, porsistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a pesquisa em fontes concretas que forneçam fundamentos analíticos para todo o tipo de pesquisa, criando um universo de debate entre o pesquisador e outros autores. Ou seja, a pesquisa bibliográfica é a base para qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador inicia seus primeiros conhecimentos sobre o tema e objeto de estudo. Neste material veremos que a identificação bibliográfica é classificada em fontes primárias e secundárias, sendo que será nessas fontes que o pesquisador irá encontrar as informações necessárias para a sua pesquisa. Por fontes primárias, entende-se a bibliografia básica sobre o assunto, que traz embasamento teórico. Já as fontes secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que servem de apoio para o assunto pesquisado. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 1.1 Metodologia Cientifica e Ciência O desenvolvimento do método científico envolve algumas das culturas mais esclarecidas da história, bem como alguns grandes cientistas, filósofos e teólogos. Além de analisar as mudanças na filosofia subjacente à descoberta científica, não podemos esquecer algumas das ferramentas que tornam a ciência possível, incluindo indexação de bibliotecas e revistas científicas revisadas por pares. Desde as observações dos antigos gregos e zoroastrianos até o telescópio espacial Hubble, a história do método científico está subjacente ao desenvolvimento de toda ciência e tecnologia, e devemos nossa tecnologia moderna a algumas mentes grandes e inovadoras. O método científico deve ser diferenciado dos objetivos e produtos da ciência, como conhecimento, previsões ou controle. Métodos são os meios pelos quais esses objetivos são alcançados. O método científico também deve ser diferenciado da meta-metodologia, que inclui os valores e justificativas por trás de uma caracterização específica do método científico (isto é, uma metodologia) - valores como objetividade, reprodutibilidade, simplicidade ou sucessos do passado. Regras metodológicas são propostas para governar o método e é uma questão meta-metodológica se os métodos que obedecem a essas regras satisfazem determinados valores. Finalmente, o método é distinto, até certo ponto, das práticas detalhadas e contextuais através das quais os métodos são implementados. O último pode variar: técnicas laboratoriais específicas; formalismos matemáticos ou outras línguas especializadas usadas nas descrições e no raciocínio; meios tecnológicos ou outros meios materiais; maneiras de comunicar e compartilhar resultados, seja com outros cientistas ou com o público em geral; ou as convenções, hábitos, costumes impostos e controles institucionais sobre como e que ciência é realizada. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Embora seja importante reconhecer essas distinções, seus limites são confusos. Portanto, os relatos de método não podem ser totalmente divorciados de suas motivações ou justificativas metodológicas e meta-metodológicas. Além disso, cada aspecto desempenha um papel crucial na identificação de métodos. Portanto, as disputas sobre o método ocorreram nos níveis de detalhe, regra e meta-regra. Mudanças nas crenças sobre a certeza ou falibilidade do conhecimento científico, por exemplo (que é uma consideração meta-metodológica do que podemos esperar que os métodos produzam), significaram diferentes ênfases no raciocínio dedutivo e indutivo ou na importância relativa atribuída ao raciocínio sobre observação (isto é, diferenças sobre métodos particulares). Crenças sobre o papel da ciência na sociedade afetarão o lugar que se atribui aos valores no método científico. “Etimologicamente, a palavra metodologia vem do grego metá, que significa ‘na direção de’, hodós, que significa ‘caminho’, e logos, que significa ‘estudo’” (Rodrigues, 2006, p.19), logo inferimos que é o estudo crítico dos métodos utilizados. São as opções disponíveis para o estudo daquilo que o pesquisador acredita poder saber mais. Podemos considerar a metodologia científica como uma ferramenta maior que agrega vários meios que auxiliam na realização da pesquisa científica. Que ajuda nas questões éticas e legais, que ajuda a delimitar os temas e não deixa fugir do proposto, ou melhor, ajuda a deixar obvio as decisões, os meios e a questão a ser trabalhada para que não haja uma extensão desapropriada do assunto proposto, tampouco um desfalque. Destarte Rodrigues, define de modo resumido o que podemos identificar como metodologia científica: Assim pode-se dizer que a metodologia científica consiste no estudo, na geração e na verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do conhecimento cientifico. O conhecimento cientifico se constrói por meio da investigação científica, da pesquisa utilizando-se a metodologia (2006, p.19). Barros & Lehfeld (1986) afirmam que a metodologia não procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas. E com relação 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. à importância da disciplina metodologia científica, essa é baseada na apresentação e exame de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender. Para nós, mais vale o conhecimento e manejo dessa instrumentação para o trabalho científico do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de informações acumuladas sistematicamente. Essa disciplina está, pois, voltada a assessorar e colaborar com o crescimento intelectual do aluno para a formação de um compromisso científico frente à realidade empírica. A complexidade do método fez dele uma disciplina denominada metodologia. Metodologia cientifica é o estudo dos métodos de conhecer. Trata-se de métodos de buscar o conhecimento, é uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. O método científico é entendido como o conjunto de processos orientados por uma habilidade crítica e criadora voltada para a descoberta da verdade e para a construção da ciência hoje, a pesquisa constitui seu principal instrumento ou meio de acesso (Cervo & Bervian, 2002). Se contemplarmos o conceito de ciência, ou simplesmentenos perguntarmos o que é ciência, teremos que recorrer a uma disciplina externa: a filosofia da ciência. Nessa perspectiva a filosofia se divide em três vastos grupos: a metodologia da pura filosofia ou epistemologia, o estudo do conhecimento científico ou a filosofia da ciência e o estudo de possíveis coisas ou metafísica, ou meta-ciência. Usando uma terminologia menos precisa, a filosofia analisa o mundo do que é possível e a ciência é limitada ao mundo comprovado. Se a filosofia da ciência não tem provas, restringe conceitos; enquanto a filosofia geral precisa de provas para limitar um conceito. A filosofia da ciência entendida como um nível de raciocínio que nos leva ao conceito de ciência e não como uma disciplina acadêmica que usa muitas palavras latinas ou gregas e cita inúmeros autores. A filosofia da ciência é como a autolimitação que o pequeno filósofo estabelece para descobrir as maravilhas do novo mundo que têm profundo senso comum. As definições dos termos ciência e metodologia são em si mesmas um objeto de estudo. Esse estudo, levado a efeito pela filosofia da ciência, deve nortear o 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. pensamento humano sobre suas próprias descobertas e representações. Tendo em vista a pergunta pela definição da ciência, vejamos: a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação onde [...] A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza. (LAKATOS & MARCONI, 1991, p.80). Para Bunge (1980) a ciência é como um sistema de ideias estabelecidas (conhecimento científico) é como uma atividade produtora de novas ideias (investigação científica). Gil (1999) mais próximo ao sentido cartesiano, diz que, etimologicamente, ciência significa conhecimento, sendo o seu objetivo fundamental à veracidade dos fatos, com o objetivo de formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada às leis que regem os fenômenos. Segundo Andery “a ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância, permitam a atuação humana” (1996, p. 13). Ao longo dos anos, o homem sempre buscou entender-se e ao universo ao seu redor, formulando leis e procurando entender os mecanismos pelos quais o mundo “funciona”, através de ferramentas criadas para esse fim, como a ciência. Já na “sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica de construção da realidade, considerada por muitos críticos como um novo mito, por sua pretensão de único promotor e critério de verdade” (Minayo, 2007, p. 9). E já que, assim como Minayo, não interessa para os fins deste trabalho, compactuar dessa visão compartilharemos da visão de Meadows e Ziman que respalda a concepção de que conceituar ciência é, além de polêmico e pretensioso, quase desnecessário já que “um cientista pode alcançar sucesso sem ter noção exata do que é ciência” (Targino, 2000). 1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições Os conceitos de método, que ora apresentamos, foram fundamentados em focos que remetem aos caminhos da metodologia, pois a história do método 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. científico se confunde com a história da própria ciência. Salienta-se a importância da escolha de um método de pesquisa, por certificar que não há ciência sem método, embora nem todos os estudos se constituam em ciência. Veja alguns conceitos e definições: A metodologia científica nos ensina um caminho para chegarmos a um fim científico. A palavra "científica" vem de ciência. A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método através de técnicas que garantem a legitimidade do saber obtido. Considera-se a Ciência como conjunto de leis que buscam explicar alguns fenômenos até que existem outras leis para nos dar uma explicação mais completa sobre o assunto. Papel da ciência: Trazer luz onde reinam as trevas. O rigor científico nega, na sua essência, as crendices, a magia, as superstições antigas e atuais. Segundo o dicionário Aurélio: Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Podemos dizer que métodos e técnicas são coisas diferentes. Alguns autores defendem que a técnica é responsável por informar a maneira de fazer uma atividade. Dessa forma, podemos dizer que a técnica é responsável por informar como fazer, enquanto que o método estabelece o que fazer. A forma de aplicação do método é a técnica. Os métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico são: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo, método dialético, método fenomenológico. Vejamos detalhadamente: 1.2.1 Método Indutivo Indução significa oferecer uma verdade geral mostrando que, se é verdade para um determinado caso. É verdade para todos esses casos. A abordagem indutiva é de natureza psicológica. O método indutivo desenvolve a curiosidade no indivíduo que é a necessidade do dia. 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O exercício metódico do conhecer afirma uma posição indutiva do sujeito em relação ao objeto, na qual a investigação científica é uma questão de generalização provável, a partir dos resultados obtidos por meio das observações e das experiências. Francis Bacon foi o “sistematizador do Método Indutivo, pois a técnica de raciocínio da indução já existia desde Sócrates e Platão”, conforme (Lakatos; Marconi, 2000, p. 71). Conforme Ferreira (1998), o método indutivo define suas regras e etapas a partir de dois pressupostos que se sustentam na ideia da existência de um determinismo nas leis observadas na natureza, são eles: Determinadas causas produzem sempre os mesmos efeitos, sob as mesmas circunstâncias e determinações; A verdade observada em situações investigadas, torna-se verdade para toda situação universal correspondente. Raciocínio A abordagem indutiva, também conhecida no raciocínio indutivo, começa com as observações e as teorias são propostas no final do processo de pesquisa como resultado das observações (Goddard, 2004). A pesquisa indutiva "envolve a busca de padrões a partir da observação e o desenvolvimento de explicações - teorias - para esses padrões através de séries de hipóteses" (Bernard, 2011). Nenhuma teoria ou hipótese se aplicaria em estudosindutivos no início da pesquisa e o pesquisador é livre em termos de alteração da direção do estudo após o início do processo de pesquisa. É importante enfatizar que a abordagem indutiva não implica desconsiderar as teorias ao formular questões e objetivos de pesquisa. Essa abordagem visa gerar significados a partir do conjunto de dados coletados, a fim de identificar padrões e relacionamentos para construir uma teoria; no entanto, a abordagem indutiva não impede o pesquisador de usar a teoria existente para formular a questão de pesquisa a ser explorada (Saunders, 2012). O raciocínio indutivo é baseado no aprendizado da experiência. Padrões, semelhanças e regularidades na experiência (premissas) são observados para se chegar a conclusões (ou gerar teoria). O raciocínio indutivo começa com observações detalhadas do mundo, que avançam em direção a generalizações e 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ideias mais abstratas (Neuman, 2003). Ao seguir uma abordagem indutiva, começando com um tópico, um pesquisador tende a desenvolver generalizações empíricas e a identificar relações preliminares à medida que progride em sua pesquisa. Nenhuma hipótese pode ser encontrada nos estágios iniciais da pesquisa e o pesquisador não tem certeza sobre o tipo e a natureza dos resultados da pesquisa até que o estudo seja concluído. 1.2.2 Método Dedutivo O método dedutivo, por sua vez, realiza-se por meio do desenvolvimento de um raciocínio lógico, que tem por ponto de partida uma ideia geral, uma verdade estabelecida, da qual decorrerão preposições particulares. O raciocínio, neste caso, parte de uma ideia geral para conclusões particulares. Enquanto que o processo analógico representa um raciocínio baseado em razões de relevante similitude. Raciocínio O raciocínio dedutivo geralmente segue etapas. Primeiro, há uma premissa, depois uma segunda premissa e, finalmente, uma inferência. Uma forma comum de raciocínio dedutivo é o silogismo, no qual duas afirmações - uma premissa principal e uma premissa menor - chegam a uma conclusão lógica. Por exemplo, a premissa "Todo A é B" pode ser seguida por outra premissa, "Este C é A." Essas declarações levariam à conclusão "Este C é B." Os silogismos são considerados uma boa maneira de testar o raciocínio dedutivo para garantir que o argumento seja válido. O raciocínio dedutivo, a dedução lógica ou a lógica “de cima para baixo” é o processo de raciocínio de uma ou mais declarações para chegar a uma conclusão logicamente certa. O método dedutivo de ensino é totalmente diferente do método indutivo. Uma dedução-método é uma abordagem mais centrada no professor. Isso significa que o professor dá um novo conceito, explica e depois os alunos praticam o uso do método conceito. 1.2.3 Indutiva x dedutiva O ponto mais importante a ter em mente ao considerar se deve usar uma abordagem indutiva ou dedutiva é, primeiro, o objetivo de sua pesquisa; e segundo, os métodos mais adequados para testar uma hipótese, explorar uma área nova ou 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. emergente dentro da disciplina ou para responder a perguntas específicas de pesquisa. Por fim, entende-se que o método indutivo (geralmente chamado de método científico) é o método dedutivo "virado de cabeça para baixo". O método dedutivo começa com algumas afirmações verdadeiras (axiomas) com o objetivo de provar muitas afirmações verdadeiras (teoremas) que logicamente seguem-se a ele. O método indutivo começa com muitas observações da natureza, com o objetivo de encontrar algumas afirmações poderosas sobre como a natureza funciona (leis e teorias). No método dedutivo, a lógica é a autoridade. Se uma afirmação segue logicamente a partir dos axiomas do sistema, deve ser verdadeira. No método científico, a observação da natureza é a autoridade. Se uma ideia entra em conflito com o que acontece na natureza, ela deve ser alterada ou abandonada. 1.2.4 Método Hipotético-dedutivo O modelo ou método hipotético-dedutivo é uma descrição proposta do científico. Segundo ele, a investigação científica prossegue formulando uma hipótese de uma forma que pode ser falsificável, usando um teste em dados observáveis, onde o resultado ainda não é conhecido. Um resultado de teste que pode ter e é contrário às previsões da hipótese é considerado uma falsificação da hipótese. Um resultado de teste que poderia ter, mas não corre contrário à hipótese, corrobora a teoria. Propõe-se, então, comparar o valor explicativo das hipóteses concorrentes, testando quão rigorosamente elas são corroboradas por suas previsões. O método hipotético-dedutivo, ou o teste de hipóteses, não levanta problemas em princípio, uma vez que sua validade depende dos resultados do teste empírico apropriado. O mesmo tende a ser usado para melhorar ou esclarecer teorias anteriores de acordo com novos conhecimentos, onde a complexidade do modelo não permite formulações lógicas. Portanto, possui caráter e necessidades predominantemente intuitivos, não apenas para rejeitar uma teoria, mas também para impor sua validade, o contraste de suas conclusões. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.2.5 Método Dialético O método dialético é diferente do método científico. Este último, o teimoso legado da maneira antiquada de formular o pensamento, derivado de conceitos religiosos baseados na revelação dogmática, apresenta os conceitos das coisas como imutáveis, absolutas, eternas, fundamentadas em alguns primeiros princípios, alheios um ao outro e com um tipo de vida independente. Para o método dialético, não apenas tudo está em movimento, mas todas as coisas se influenciam reciprocamente, e isso também vale para seus conceitos, ou os reflexos dessas coisas em nossas mentes, que estão “conectadas e unidas” (entre si). A metafísica procede por meio de antinomia, isto é, por termos absolutos que se opõem. Esses termos opostos nunca podem se misturar ou tocar. A lógica e a dialética nos ajudam a seguir um caminho que não é falso se, após começarmos a formular certos resultados da observação do mundo real, queremos poder enunciar outras propriedades além daquelas que acabamos de deduzir. Se tais propriedades forem verificadas experimentalmente, poder-se-ia dizer que nossas fórmulas e a maneira como as empregamos eram suficientemente precisas. 1.2.6 Método Fenomenológico A disciplina da fenomenologia é definida por seu domínio de estudo, seus métodos e seus principais resultados. A fenomenologia é uma produção teórica deste mundo vívido, que se mostra a cada ser. No decorrer do texto, encontramos, logo a seguir a seguinte frase: “A fenomenologia só é acessívela um método fenomenológico” (Merleau-Ponty, 1971, pág. 6). Isso significa que a fenomenologia tem um conjunto de ferramentas próprias, que só tem finalidade para essa investigação. A fenomenologia estuda a estrutura de vários tipos de experiência, variando de percepção, pensamento, memória, imaginação, emoção, desejo e vontade à consciência corporal, ação incorporada e atividade social, incluindo a atividade linguística. A estrutura dessas formas de experiência envolve tipicamente o que Husserl chamou de "intencionalidade", isto é, a direção da experiência em relação às coisas no mundo, a propriedade da consciência de que é uma consciência de ou sobre algo. 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. De acordo com a fenomenologia clássica husserliana, nossa experiência é direcionada para - representa ou "pretende" - coisas somente através de conceitos, pensamentos, ideias, imagens etc. específicos. Estes compõem o significado ou o conteúdo de uma determinada experiência e são distintos das coisas. eles apresentam ou significam. O método fenomenológico não é, portanto, o método dedutivo da lógica, nem o método empírico das ciências naturais; em vez disso, consiste em perceber a presença de um objeto e elucidar seu significado por meio da intuição. Husserl considerou o objeto do método fenomenológico a apreensão imediata, em um ato de visão, do conteúdo inteligível ideal do fenômeno” (Husserl, 1992). Sua obra-chave e definidora do início do século XX é agora reimpressa em uma tradução para o inglês. Como a fenomenologia trata de observáveis, ela tem uma relação com a hermenêutica, a teoria da interpretação (Winograd & Flores, 1986, p. 27), para preencher a necessidade de explicar o que é observado. Historicamente, a hermenêutica tratava da interpretação de obras artísticas e literárias, especialmente de textos míticos e sagrados, e de como a compreensão humana desses textos mudou ao longo do tempo. Contudo, “uma das ideias fundamentais da fenomenologia é que essa atividade de interpretação não se limita a tais situações, mas permeia nossa vida cotidiana” (Winograd & Flores, 1986, p. 27). Então, segundo Bento (2004), a existência de outros métodos também merece destaque: Método analítico (análise): compreende a decomposição do todo em suas partes. Método de Direito Comparado: pesquisas legislativas, doutrinárias e jurisprudenciais de outros países; Método histórico: observação da evolução histórica sobre o tema; Método lógico: desenvolvimento de raciocínio relacionado entre si; Método sistemático: envolve em sistema de ideias relacionadas, sistemas de referências, teoria, hipóteses, fontes de informação, todos relacionados; 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Muitos cientistas que conduzem um projeto de pesquisa maior começam com um estudo indutivo (desenvolvendo uma teoria). O estudo indutivo é acompanhado de pesquisas dedutivas para confirmar ou invalidar a conclusão. 1.3 Processo Científico Um conceito científico é uma ideia ou modelo explicando algum fenômeno natural. Por exemplo, nosso entendimento de objetos caindo em direção à Terra é explicado em nosso conceito de gravidade. Existem diferentes formas de conceitos. Eles diferem principalmente na quantidade de evidência de apoio e aceitação por a comunidade científica. Os cientistas aprendem e adquirem conhecimento com observações e experimentos. O processo científico começa com uma pergunta, desenvolvendo uma hipótese e fazendo previsões educadas. Seguem-se experiências, avaliação de dados, ajustes e confirmação de resultados. Os resultados científicos devem ser observáveis, mensuráveis e repetíveis. Elementos comuns do processo científico incluem identificar, medir e relatar causa e efeito. O processo científico é importante porque elimina preconceitos pessoais e pode mudar o que os outros decidem acreditar. Organizar objetos e fenômenos em uma ordem lógica ajuda as pessoas a entender a complexidade de um sujeito ou colocá-lo em uma lista de hierarquias. Por exemplo, plantas e animais são organizados por reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Os cientistas também organizam vários componentes em sistemas. Um sistema solar, por exemplo, contém sol, planetas, luas, planetas anões e cometas. 1.4 Linguagem e Argumentação Científica De acordo com Jorge e Puig (2000), só há uma maneira de se produzir a argumentação científica, que é através da produção de textos argumentativos, nos quais se devem utilizar determinadas habilidades como descrever, definir, explicar, 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. justificar, argumentar e demonstrar. Esta aprendizagem implica ao aluno analisar, comparar, deduzir, inferir, avaliar. No que tange à argumentação no ensino de ciências, Velloso (2009) aponta que alguns pesquisadores têm trabalhado nessa perspectiva com ênfase nos seguintes aspectos: o espaço ocupado pela argumentação em aulas de ciências; atividades de ensino que se mostram eficientes no fomento ao discurso argumentativo; mecanismos que possam favorecer o aperfeiçoamento das habilidades argumentativas e a qualidade dos argumentos produzidos pelos alunos em aulas de ciências. A argumentação é imprescindível na linguagem científica, vários pesquisadores propõem que o ensino e a aprendizagem das ciências devem ser estruturados a partir da argumentação, pois isso contribuiria para o desenvolvimento de competências como relacionar os dados, avaliar afirmações teóricas e/ou empíricos, modificar as afirmações de novos dados e utilizar conceitos e modelos científicos para apoiar as conclusões (Kelly et al, 2009; Nascimento; Vieira, 2008; Sá; Queiroz, 2007). 1.5 Ferramentas Teóricas 1.5.1 Teorias, Hipóteses, Variáveis dependentes e independentes Hipóteses, variáveis dependentes e independentes formam um conjunto de ferramentas que nos auxiliam a criar teorias sobre fenômenos da natureza. O processo para investigar um determinado fenômeno da natureza normalmente envolve três níveis. No primeiro nível acontece a observação dos fatos, fenômenos, comportamentos e atividades; no segundo nível, temos as hipóteses e finalmente, no terceiro nível, surgem as teorias, hipóteses válidas e sustentáveis (aquelas que foram testadas). Por hipótese, conforme Marconi e Lakatos (2000, p. 139), define-se um enunciado geral de relação entre variáveis (fatos, fenômenos) que é elaborado como solução provisória para um determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo, consistência lógica (coerência interna), compatibilidade com o conhecimento científico (coerência externa) e verificabilidadeempírica. Diante de um problema qualquer o pesquisador supõe uma resposta que, em princípio, ainda não 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. é a sua solução. O processo de investigação consiste justamente em verificar se a suposta solução, de fato, resolve o problema. Dito de modo informal e anedótico, uma hipótese é “uma resposta que não é, mas que o pesquisador supõe que seja para ver o que seria se de fato fosse”. Uma variável pode ser definida como classificação ou medida, quantidade variável, conceito operacional que expressa valores, aspecto, propriedade ou fator, que pode ser distinguido em um objeto examinado e que seja susceptível à medição. De maneira simbólica, podemos idealizar o "universo" da ciência como organizado em três níveis: no primeiro, acontecem as observações dos fatos e fenômenos reais; no segundo, estabelecem-se as hipóteses; no terceiro, emergem as teorias e hipóteses válidas. A passagem de maior interesse e importância é a que ocorre entre o primeiro e o segundo nível, que é, por sua vez, fundamentada no enunciado das variáveis. De forma esquemática podemos descrever esta relação como: 1.5.2 Nível I - Observações → (Variáveis) → Nível II - Hipóteses → Nível III - Hipóteses Válidas e Teorias. Variáveis são quaisquer características de pessoas ou objetos que podem assumir diferentes valores numa situação experimental. Uma variável é qualquer atributo que pode assumir diferentes valores entre os membros de uma classe de sujeitos ou acontecimentos, mas que só tem um valor para um dado membro dessa classe num momento qualquer. Variável independente: Uma variável independente é uma variável que representa uma grandeza que está sendo manipulada em um experimento. Para dizê-lo simplesmente, a “causa, antecedente, origem de um fenómeno, um processo, que constitui o objeto de estudo” (Carrasco). Para mim, é a “primeira”. Pode ser manipulada em estudos experimentais ou comparativos com grupos de controle. Variáveis dependentes: Uma variável dependente representa uma grandeza cujo valor depende de como a variável independente é manipulada. Sendo o efeito, consequência, o resultado observado da influência da Variável independente. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Em suma, no contexto da pesquisa a variável independente é o antecedente e a variável dependente é o consequente. Os cientistas procuram fazer previsões acerca do comportamento das variáveis dependentes com base no aspecto das variáveis independentes, e, de maneira inversa, podem desejar aclarar um determinado fato ou fenômeno (variável dependente), por meio da identificação do acontecimento (variável independente) que o ocasionou. Em essência, toda pesquisa quantitativa gira em torno da noção de variáveis quantificadas. Segundo Hegenberg (1976, p. 80-81), nesse tipo de pesquisa, a quantificação é relevante na proporção em que se supõe que a quantificação caracteriza mais adequadamente certos conceitos (por exemplo, ‘100 metros’ é expressão mais precisa do que ‘perto’); gera descrições precisas que seriam impraticáveis sem a atribuição de números; conduz a classificações mais acuradas; contribui decisivamente para a formulação de hipóteses, estabelecendo nexos mais precisos entre variáveis e fórmulas; e permite confrontar hipóteses e teorias rivais. 1.6 Delineamentos de um estudo cientifico: projeto de pesquisa Segundo Cervo & Bervian (2002), o tema de uma pesquisa é qualquer assunto que necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo. O tema da pesquisa indica um assunto, que após a sua elaboração torna- se determinado, específico, preciso, com seus limites muito bem definidos. Esta elaboração baseia-se no conhecimento do campo de observação e suas respectivas unidades de observação bem como de suas variáveis. Para Gil (2002) a escolha do tema deve estar relacionada com o interesse do estudante, sendo necessário que ele já tenha refletido sobre diferentes temas. A primeira escolha deve ser feita com relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência de que trata o trabalho científico (Cervo e Bervian, 2002). Segundo Fernandes (2002), a escolha do tema deve-se aos seguintes aspectos: interesse da comunidade científica; deve ser relacionado com a atividade profissional do pesquisador; viabilidade técnica e financeira. O delineamento diz respeito ao planejamento da pesquisa em um sentido mais amplo, abrangendo tanto a sua diagramação quanto a perspectiva de análise e a 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. respectiva interpretação dos dados que foram coletados. Em outras palavras, o delineamento leva em consideração o contexto no qual são retirados os dados, assim como os meios de controle das variáveis relacionadas ao caso. Outro elemento que define o que é delineamento de pesquisa é que ele corresponde a uma fase na qual o pesquisador começa a levar em conta a aplicação de metodologias discretas, ou melhor dizendo, aquelas que propiciam os meios técnicos para a investigação. 1.6.1 Tipos de delineamento de pesquisa: Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental A pesquisa documental associa paradigmas dissonantes de gerenciamento e verificação de evidências documentais, concebidas nas ciências sociais tradicionais, com a criação e formulação de apresentações estéticas, como concebidas a partir das artes e humanidades. As perspectivas documentais fundamentais incluem modos de representação (imagens, diários, publicações, gravações sonoras, monumentos e memoriais, etc.) e modos de envolvimento como uma empresa criativa de apresentação, ou seja, a apresentação estética do rádio, filme e fotografia documentais (Nichols, 2006). A estética dos estudos documentais chama a atenção para os modos de narração (o documentário como forma de contar histórias) e os protocolos de subjetividades (o alinhamento de diferentes perspectivas e interpretações como parte dos itens documentais) (Austin & de Jong, 2008). Com o uso de materiais primários e secundários, o pesquisador deve avaliar e analisar os próprios documentos antes de extrair o conteúdo. A avaliação de documentos geralmente inclui quatro critérios: autenticidade, credibilidade, representatividade e significado (Scott, 2006). A autenticidade aborda se os materiais são genuínos ou de origem questionável e se sua produção é original e confiável e não foi alterada posteriormente. Se o documento tiver sido transformado, por meio de edição textual, margens ou outros meios, o pesquisador procura identificar claramente essas alterações. A autenticidade é normalmente vista como o critério mais fundamental para todapesquisa documental em educação, uma vez 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. que a confirmação da autoria, local e data são tipicamente determinadas antes que qualquer pesquisador continue trabalhando com o documento. Pesquisa experimental Pesquisa experimental é qualquer pesquisa realizada com uma abordagem científica, na qual um conjunto de variáveis é mantido constante enquanto o outro conjunto de variáveis está sendo medido como objeto do experimento. Há momentos em que você não possui dados suficientes para apoiar suas decisões. Em tais situações, você precisa realizar experimentos para descobrir os fatos. A pesquisa experimental pode reunir muitos dados que podem ajudá-lo a tomar melhores decisões. A maioria das experiências tende a ficar entre a definição estrita e a ampla. Uma regra prática é que as ciências físicas, como física, química e geologia, tendem a definir experimentos mais estritamente do que as ciências sociais, como sociologia e psicologia, que conduzem experimentos mais próximos da definição mais ampla. O exemplo mais simples de uma pesquisa experimental é a realização de um teste de laboratório. Enquanto a pesquisa estiver sendo conduzida sob condições cientificamente aceitáveis - ela se qualifica como uma pesquisa experimental. Uma verdadeira pesquisa experimental é considerada bem-sucedida apenas quando o pesquisador confirma que uma alteração na variável dependente é exclusivamente devida à manipulação da variável independente. Experimentos são conduzidos para prever fenômenos. Normalmente, um experimento é construído para poder explicar algum tipo de causa. A pesquisa experimental é importante para a sociedade - ela nos ajuda a melhorar nossa vida cotidiana. Após decidir o tópico de interesse, o pesquisador tenta a pesquisa. Isso ajuda o pesquisador a se concentrar em uma área de pesquisa mais estreita para poder estudá-la adequadamente. Definir o problema de pesquisa ajuda a formular uma pesquisa, que é testada contra a nula. Existem tipos de pesquisa que auxiliam o estudante na hora de executar essa parte do trabalho acadêmico, sendo alguns deles: Pesquisa com abordagem e apresentação de resultados quantitativos Para Richardson (1999, p. 70) a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficientes de correlação, análise de regressão, etc. A abordagem quantitativa é importante para garantir a precisão dos resultados, evitando assim, distorções de análise e interpretação, permitindo uma margem de segurança com relação a possíveis interferências, buscando analisar o comportamento de uma população através da amostra. A pesquisa quantitativa, para Michel (2005, p. 33) realiza-se na busca de resultados precisos, exatos, comprovados através de medidas de variáveis preestabelecidas, na qual se procura verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis, através da análise da frequência de incidências e correlações estatísticas. Sendo assim, este estudo tem características quantitativas, porque os dados coletados serão submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades e percentuais. Pesquisa com abordagem e apresentação de resultados qualitativos: As pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos penetram na complexidade de um problema” (RICHARDSON, 1999, p. 82). De acordo com Godoy (1995b, p.21) existe três tipos de abordagem qualitativa: Pesquisa Documental. Acontece quando pesquisador analisa materiais, documentos e artefatos, possibilitando ao pesquisador que guie sua pesquisa considerando enfoques diferenciados. Documentos são fontes ricas de informação registradas por um longo período de tempo. Estudo de Caso. Utilizado quando se quer um aprofundamento da unidade de estudo, pois tem como objetivo o exame de um sujeito, uma situação particular ou até mesmo um ambiente. Para mais detalhes de como executar um estudo de caso. Etnografia. Tem sua origem nas ciências sociais. Seu principal foco é o estudo da cultura ou comportamento de grupos de indivíduos. O pesquisador vai até o local e faz uma série de observações: tendo contato direto e participando de diferentes atividades. As diferenças entre os dois grandes grupos de refere-se a lógica usada para fazer inferências a partir dos dados coletados. As metodologias quantitativas usam 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. uma lógica muito próxima à lógica da matemática, enquanto as metodologias qualitativas utilizam-se de uma lógica muito semelhante à lógica de classes. Segundo esses autores, a pesquisa qualitativa envolve um processo dialético: coleta de dados descritivos, análise e, posteriormente, generalizações. Ainda, segundo os autores, os dados são tratados por um processo de análise ou crítica que produz uma generalização baseada naquele tipo de raciocínio, que permitiria penetrar no significado dos dados existentes. Os métodos quantitativos, por sua vez, assim como a maioria das pesquisas nas ciências naturais, usam o processo inverso: estabelecem primeiro uma generalização, e depois a testam. Há divergências, também, quanto à formulação de conceitos. Na abordagem quantitativa inicia-se com uma hipótese, confirmada ou refutada com base em dados ou evidência obtida por meios empíricos, e, aplicando aos dados o raciocínio dedutivo, são, então, formulados aqueles. Na abordagem qualitativa, porém, é o raciocínio indutivo que possibilita a sua formulação. 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA 2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica Para compreender a articulação das etapas de uma pesquisa, Quivy & Campenhoudt (1995) falam rapidamente sobre os princípios contidos nos três eixos de uma pesquisa e da lógica que os une. - A ruptura: O primeiro eixo necessário para se fazer pesquisa é a ruptura. Nossa bagagem “teórica” possui várias armadilhas, pois uma grande parte das nossas ideias se inspira em aparências imediatas ou em partidarismos.Elas são seguidamente ilusórias e preconceituosas. Construir uma pesquisa nessas bases é construí-la sobre um terreno arenoso. Daí a importância da ruptura que consiste em romper com as ideias preconcebidas e com as falsas evidências que nos dão somente a ilusão de compreender as coisas. A ruptura é, portanto, o primeiro eixo constitutivo das etapas metodológicas da pesquisa (p. 15). - A construção: Esta ruptura só se efetua ao nos referirmos a um sistema conceitual organizado, suscetível de expressar a lógica que o pesquisador supõe ser a base do objeto em estudo. É graças a esta teoria que se podem construir as propostas explicativas do objeto em estudo e que se pode elaborar o plano de pesquisa a ser realizado, as operações necessárias a serem colocadas em prática e os resultados esperados ao final da pesquisa. Sem esta construção teórica, não há pesquisa válida, pois não podemos submeter à prova qualquer proposta. As propostas explicativas devem ser o produto de um trabalho racional fundamentado numa lógica e num sistema conceitual validamente constituído (p. 17). - A constatação: Uma proposta de pesquisa tem direito ao status científico quando ela é suscetível de ser verificada por informações da realidade concreta. Esta comprovação dos fatos é chamada constatação ou experimentação. Ela corresponde ao terceiro eixo das etapas da pesquisa (p. 17). Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. Para a realização de uma pesquisa científica, segundo Goldemberg (1999, p.106), é imprescindível: a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”. O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases: 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa; Fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita; Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades requeridas pela Academia. 2.2 Etapas da Pesquisa O primeiro passo do processo de pesquisa científica envolve a definição do problema e a realização de pesquisas. Primeiro, um tópico amplo é selecionado sobre algum tópico ou uma pergunta de pesquisa é feita. O cientista pesquisa a pergunta para determinar se ela foi respondida ou os tipos de conclusões que outros pesquisadores tiraram e os experimentos realizados em relação à pergunta. A pesquisa envolve a leitura de artigos de periódicos acadêmicos de outros cientistas, que podem ser encontrados na Internet por meio de bancos de dados de pesquisa e periódicos que publicam artigos acadêmicos on-line. Durante a pesquisa, o cientista restringe o tópico amplo a uma questão de pesquisa específica sobre algum problema. Todas as investigações científicas começam com uma pergunta de pesquisa específica e a formulação de uma hipótese para responder a essa pergunta. A hipótese deve ser clara, específica e objetiva diretamente responder à pergunta da pesquisa. Uma hipótese forte e testável é a parte fundamental da pesquisa científica. O próximo passo é testar a hipótese usando o método científico para aprová-la ou desaprová-la. O método científico deve ser neutro, objetivo, racional e, como resultado, deve poder aprovar ou desaprovar a hipótese. O plano de pesquisa deve incluir o procedimento para obter dados e avaliar as variáveis. Deve garantir que os dados analisáveis sejam obtidos. Também deve incluir planos sobre a análise estatística a ser realizada. O número de sujeitos e controles necessários para obter resultados 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. estatísticos válidos deve ser calculado e os dados devem ser obtidos em números e métodos apropriados. O pesquisador deve observar e registrar continuamente todos os dados obtidos. A ética é um padrão usado para diferenciar comportamentos aceitáveis e inaceitáveis. A adesão a padrões éticos na pesquisa científica é digna de nota por muitas razões diferentes. Primeiro, esses padrões promovem os objetivos da pesquisa, como conhecimento, verdade e prevenção de erros. Por exemplo, proibições contra a fabricação, falsificação ou deturpação de dados de pesquisa promovem a verdade e minimizam o erro. Além disso, os padrões éticos promovem valores essenciais ao trabalho colaborativo, como confiança, responsabilidade, respeito mútuo e justiça. Muitos padrões éticos na pesquisa, como diretrizes para autoria, políticas de direitos autorais e patentes, políticas de compartilhamento de dados e regras de confidencialidade na revisão por pares, foram projetados para proteger os interesses de propriedade intelectual e incentivar a colaboração. Muitos padrões éticos, como políticas sobre má conduta na pesquisa e conflitos de interesse, são necessários para garantir que os pesquisadores possam ser responsabilizados perante o público. Por último, mas não menos importante, os padrões éticos da pesquisa promovem uma variedade de outros importantes valores morais e sociais, como responsabilidade social, direitos humanos, bem-estar animal, conformidade com a lei e saúde e segurança pública (Resnik, 2015). Concluindo, para o bem da ciência e da humanidade, a pesquisa tem a inevitável responsabilidade de transferir com precisão o conhecimento para as novas gerações (Ruacan, 2005). Você inicia o processo de pesquisa escolhendo um tópico amplo, selecionando um fenômeno específico e, com a ajuda da literatura adequada, precisa justificar seu trabalho. Em seguida, você formula o conhecimento adquirido na literatura de pesquisa em seu próprio plano. Criar um plano de pesquisa é uma etapa essencial desse processo, na qual você precisa mencionar as orientações, os métodos, a coleta de dados e a análise de dados em detalhes. Seu plano de pesquisa orientará o orientará e poderá até transformar ou melhorar esse processo. Depois de coletar e analisar seus dados, você precisa informar (escreva seu relatório de pesquisa) sobre os resultados. 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Seu relatório de pesquisa obedecerá aos princípios da redação científica com o objetivo de esclarecer as etapas da pesquisa e discutir a validadedos resultados apresentados. Em todas as etapas desse processo é necessário fazer anotações de forma organizada em um formato ou outro: escrever comentários em um caderno, anotar ideias de pesquisa, escrever plano, escrever a análise e os resultados obtidos em seu relatório de pesquisa. No final do seu relatório você precisa (embora não seja obrigatório) formular e apresentar novas perguntas de pesquisa, o que permitiria a você e a outros pesquisadores levar adiante a pesquisa dos fenômenos selecionados. Vejamos mais detalhadamente as etapas da pesquisa: Etapa 1: Identificar o problema O primeiro passo no processo é identificar um problema ou desenvolver uma pergunta de pesquisa. O problema de pesquisa pode ser algo que a agência identifica como um problema, algum conhecimento ou informação. Veja abaixo a interação entre as três primeiras etapas da pesquisa: Figura 1: Interação entre as três primeiras etapas da pesquisa Fonte: Elaborado pela autora (2019), adaptado de Quivy & Campenhoudt (1995). Etapa 1 - • A questão inicial Etapa 2 - • A elaboração Etapa 3 - • A problemática 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Etapa 2: Revisão de Literatura Depois de entender o problema, o pesquisador deve entrar em detalhes sobre o tópico. Isso pode ser feito através da revisão da literatura e trabalhos anteriores realizados sobre o tema da pesquisa. Isso ajudará a fornecer algumas informações sobre o problema de pesquisa ao pesquisador. O pesquisador também terá uma ideia de como os estudos anteriores foram realizados e as áreas problemáticas desses estudos. A revisão de trabalhos anteriores parece mais estranha, pois muitos acham que seus trabalhos são únicos e não serão cobertos por pesquisas anteriores. Quando uma revisão é feita, lança luz sobre as variáveis e a interação entre elas, que também podem influenciar sua pesquisa. Além disso, a revisão lança luz sobre vieses que podem surgir. Se você não leu as hipóteses de mercado eficientes e começou sua pesquisa sobre técnicas de negociação, espera-se que seja um trabalho tendencioso ao fogo. É o trabalho de revisão que pode diferenciar um bom pesquisador de um mau. A revisão também ajuda a entender o assunto adequadamente e a formar hipóteses (é obtida subdividindo a declaração do problema em pequenos pedaços mensuráveis). Etapa 3: Esclareça o problema O problema inicial identificado pelo pesquisador geralmente tem um escopo bastante amplo e levaria muito tempo e energia. Nesta etapa, o pesquisador encurta os problemas e diminui o escopo do estudo. Isso é possível apenas através do conhecimento obtido pelo pesquisador após a revisão da literatura. Etapa 4: Examine os resultados e tire conclusões Depois que um pesquisador projetou o estudo e coletou os dados, é hora de examinar essas informações e tirar conclusões sobre o que foi encontrado. Usando estatísticas, os pesquisadores podem resumir os dados, analisar os resultados e tirar conclusões com base nessas evidências. Então, como um pesquisador decide o que significam os resultados de um estudo? A análise estatística não apenas pode apoiar (ou refutar) a hipótese do pesquisador; também pode ser usado para determinar se os resultados são estatisticamente significativos. 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quando se diz que os resultados são estatisticamente significativos, isso significa que é improvável que esses resultados sejam devidos ao acaso. Com base nessas observações, os pesquisadores devem determinar o que os resultados significam. Em alguns casos, um experimento apoiará uma hipótese, mas em outros casos, não apoiará a hipótese. Então, o que acontece se os resultados de um experimento em psicologia não sustentarem a hipótese do pesquisador? Isso significa que o estudo foi inútil? Só porque os resultados não sustentam a hipótese não significa que a pesquisa não seja útil ou informativa. Figura 2: Etapas da pesquisa científica Fonte: Quivy & Campenhoudt (1995). De fato, essa pesquisa desempenha um papel importante em ajudar os cientistas a desenvolver novas perguntas e hipóteses a serem exploradas no futuro. A etapa final é publicar os resultados e sua subsequente revisão por um especialista. Com base no experimento realizado, a hipótese válida é agrupada e o resultado publicado. Se alguém puder se lembrar, a coleta de dados das ondas 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. gravitacionais terminou em setembro de 2015, mesmo assim, demorou muito tempo para executar a análise e publicar os resultados. Uma vez que os resultados são publicados, ele passa por um painel que avalia se a pesquisa foi realizada de maneira imparcial, uma vez que está bastante confiante na ausência de vieses, a pesquisa é publicada. Existem algumas ressalvas nesse processo de pesquisa científica. No processo de pesquisa científica acima mencionado, o pesquisador faz o experimento para confirmar seu sentimento. Por exemplo, a descoberta de ondas gravitacionais era para confirmar se as ondas gravitacionais existem ou não. Esse tipo de confirmação do sentimento intestinal é chamado de pesquisa de confirmação. Também existe outro ramo de pesquisa chamado pesquisa exploratória, que segue um processo de pesquisa científica diferente, mas, em vez de testar hipóteses, apenas mede as variáveis e tenta construir uma relação entre as variáveis. Após a conclusão, o próximo passo é compartilhar os resultados com o resto da comunidade científica. Essa é uma parte importante do processo, pois contribui para a base geral de conhecimento e pode ajudar outros cientistas a encontrar novos caminhos de pesquisa a serem explorados. Etapa 5: Coleta de Dados A coleta de dados compreende o conjunto de operações por meio das quais o modelo de análise é confrontado aos dados coletados. Ao longo dessa etapa, várias informações são, portanto, coletadas. Elas serão sistematicamente analisadas na etapa posterior. Conceber essa etapa de coleta de dados deve levar em conta três questões a serem respondidas: O que coletar? Com quem coletar? Como coletar? O que coletar? Os dados a serem coletados são aqueles úteis para testar as hipóteses. Eles são determinados pelas variáveis e pelos indicadores. Podemos chamá-los de dados pertinentes. Com quem coletar? Trata-se a seguir de recortar o campo das análises empíricas em um espaço geográfico e social, bem como num espaço de tempo. De acordo com o caso, o pesquisador poderá estudar a população total ou somente uma amostra representativa (quantitativamente) ou ilustrativa (qualitativamente) dessa população. 30 Todos os direitos são reservadosao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Como coletar? Esta terceira questão refere-se aos instrumentos de coleta de dados, que comporta três operações: conceber um instrumento capaz de fornecer informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses; por exemplo, um questionário ou um roteiro de entrevistas ou de observações; testar o instrumento antes de utilizá-lo sistematicamente para se assegurar de seu grau de adequação e de precisão; colocá-lo sistematicamente em prática e proceder assim à coleta de dados pertinentes (Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 209). Etapa 6: Analise das Informações Nessa etapa as informações coletadas e os resultados são observados para entender se correspondem aos resultados esperados pelas hipóteses ou questões de pesquisa. Normalmente a coleta de dados traz novos elementos ou outras relações não cogitadas inicialmente. Nesse contexto, os fatos não cogitados são interpretados e revistos para entender se é necessário refinar as hipóteses e, assim, propor e mostrar reflexões para pesquisas futuras. No cenário em que o pesquisador opta pela análise de dados quantitativos ele deve executar três passos: Descrever os dados e apresentá-los (agregados ou não) sob a forma das variáveis requeridas pelas hipóteses. Mensurar as relações entre as variáveis, observando como essa relação foi prevista pelas hipóteses. Comparar relações observadas com as relações teoricamente esperadas pelas hipóteses e verificar o distanciamento entre elas. Se o distanciamento é nulo ou muito pequeno podemos concluir que a hipótese está confirmada; caso contrário, verificar de onde vem o distanciamento e tirar as devidas conclusões. Etapa 7: As conclusões De acordo com Quivy & Campenhoudt (1995, p. 247-53) podemos dividir essa etapa em três partes: Apresentar as questões de pesquisa e as hipóteses. Apresentar como foi feita a coleta de dados e o método utilizado. Comparar e comentar os resultados esperados pela hipótese com os resultados obtidos. 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Mostrar no que o estudo descobriu sobre o objeto de estudo e o que pode ser descoberto a partir dos seus resultados. Mostrar o que você descobriu sobre a problemática, como fez o teste de hipótese e como fez e analisou os dados. Se possível, mostrar como o seu trabalho tem relação com a prática, em caso de estudos mais técnicos. Vale ressaltar que nem sempre é possível fazer essa relação entre pesquisa e ação. Comunicação e Publicação Os cientistas comunicam os resultados da pesquisa por vários meios formais e informais. Antigamente, novas descobertas e interpretações eram comunicadas por carta, reunião pessoal e publicação. Hoje, redes de computadores e máquinas de fax suportam. Parte inferior do formulário cartas e telefones complementados, facilitando a rápida troca de resultados. As reuniões científicas rotineiramente incluem sessões de pôsteres e conferências de imprensa, além de apresentações formais. Embora as publicações de pesquisa continuem documentando os resultados da pesquisa, o surgimento de publicações eletrônicas e outras tecnologias da informação anunciam mudanças. Além disso, os incidentes de plágio, o crescente número de autores por artigo em campos selecionados e os métodos pelos quais as publicações são avaliadas na determinação de compromissos e promoções aumentaram a preocupação com as tradições e práticas que orientaram a comunicação e publicação. A publicação em periódicos, tradicionalmente um importante meio de compartilhar informações e perspectivas entre os cientistas, também é o principal meio de estabelecer um registro de realizações científicas. A avaliação das realizações de cientistas individuais geralmente envolve não apenas o número de artigos que resultaram de um esforço de pesquisa selecionado, mas também os periódicos específicos em que os artigos apareceram. As datas de envio de periódicos geralmente são importantes para estabelecer reivindicações de prioridade e propriedade intelectual. 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.3 Aplicação de Questionário A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados. Mattar (1994) recomenda: Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder as perguntas restantes). Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer com que se sinta prestigiado e se torne disposto a colaborar. O questionário, segundo Gil, pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc” (1999, p.128). Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado que o cerca, e que serão basilares. O mesmo autor supracitado (p. 128-129) apresenta as seguintes vantagens do questionário sobre as demais técnicas de coleta de dados: a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio; b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos pesquisadores; c) garante o anonimato das respostas; d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente; e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado. Lado outro, ele aponta pontos negativos da técnica em análise: a) exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação; 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. b) impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas; c) impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, o que pode ser importante na avaliação da qualidade das respostas; d) não oferece a garantia de que a maioria das pessoas devolvam-no devidamente preenchido, o que pode implicar a significativa
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