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HTLV-1: Retrovírus e Doenças Associadas

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CONCEITO 
 
Doença infecciosa causada pelo 
vírus T-linfotrópico humano, descrito como 
o primeiro retrovírus humano isolado em 
1980, responsável por causar pelo menos 
duas doenças: a ​leucemia/linfoma de 
células T do adulto, de alta letalidade; e a 
mielopatia associada ao HTLV-1, doença 
neurológica semelhante a esclerose 
múltipla e de elevada morbidade. 
 
AGENTE ETIOLÓGICO 
 
Trata-se de um retrovírus, 
classificado em dois grupos: HTLV-I e 
HTLV-II. Quando descoberto, foi isolado 
de pacientes com leucemia e 
tricoleucemia. Infectam as células de 
defesa do organismo, principalmente 
linfócitos T. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
O HTLV-I é endêmico em várias 
regiões do mundo, incluindo a América do 
Sul, e no Brasil, está presente em todos 
os estados onde foi pesquisado, com 
prevalências variadas. Estima-se que 
aproximadamente 2,5 milhões de pessoas 
estejam infectadas. 
O HTLV-II também está presente 
em todo País, mas com maior prevalência 
entre os indígenas. 
Os fatores genéticos e 
imunológicos do hospedeiro são 
determinantes para o desenvolvimento de 
doenças associadas. 
O Dia Mundial do HTLV tem o 
objetivo de alertar a população acerca 
desse vírus que acomete cerca de 750 mil 
pessoas somente no Brasil. 10 de 
novembro foi a data instituída pela 
Associação Internacional de 
Retrovirologia​. 
 
TRANSMISSÃO 
 
O HTLV pode ser transmitido 
como 
o HIV/AIDS, por meio de contato sexual, 
transfusão sanguínea, aleitamento 
materno, transmissão vertical, transplante 
de órgãos, compartilhamento de seringas 
e objetos cortantes, acidente de trabalho. 
A sorologia para o HTLV não é 
obrigatória nos exames pré-natais no 
Brasil. Esta poderia ser uma alternativa 
para erradicação nesse grupo social. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
Na tentativa de conter a infecção, 
a resposta imune causa dano ao tecido 
nervoso, por uma resposta 
pró-inflamatória exacerbada. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
 
A maioria dos casos são 
assintomáticos, com apenas 10% 
apresentando sintomatologia relacionada 
a doenças associadas ao vírus, como: 
● doenças neurológicas: 
mielopatia (mais clássica - 
paraparesia espástica com maior 
comprometimento dos músculos 
proximais dos membros inferiores. 
é comumente assimétrica e 
associada a sinais de liberação 
piramidal: hiperreflexia, clônus e 
sinal de Babinski). 
● doenças hematológicas: 
leucemia. 
● doenças dermatológicas: 
dermatite infecciosa (eczema 
crônico, recorrente, que 
compromete na maioria das vezes 
crianças e adolescentes. Ela é 
caracterizada por lesões 
eritematosas, escamosas e 
crostosas, acomete regiões do 
couro cabeludo, retroauriculares, 
cervicais, periorais, nasais e 
inguinocrurais. Prurido leve a 
moderado, secreção nasal crônica 
e crosta nasal estão com 
frequência associados e, 
geralmente, os pacientes também 
se encontram infectados por 
Staphylococcus ​aureus e/ou 
Streptococcus beta haemolyticus​). 
● doenças oftalmológicas:​ uveíte. 
● outras prováveis associações: 
doenças reumatológicas, 
pneumonia, disfunções do trato 
urinário, distúrbios psiquiátricos e 
aumento de susceptibilidade a 
doenças infecciosas. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Inicialmente são utilizados os 
testes de triagem de menor custo, como 
imunoensaio enzimático ou teste de 
aglutinação. Devido à baixa 
especificidade, esses testes podem 
apresentar com frequência resultados 
falso-positivos. Recomenda-se, então, a 
confirmação por imunofluorescência 
indireta ou Western Blot. 
 Na suspeita de acometimento 
neurológico pelo HTLV a investigação 
deve ser sistematizada e baseada na 
síndrome clínica apresentada: 
● síndrome medular: solicita-se 
ressonância magnética de todo o 
canal medular e o exame do 
líquor, no qual devem ser 
solicitadas citometria, citologia, 
dosagem de proteína e pesquisa 
de anticorpos anti-HTLV. 
● síndrome neuropática periférica 
e na miopatia: deve-se realizar 
eletroneuromiografia dos quatro 
membros. 
● miopatia:​ dosagem de CPK. 
● síndrome autonômica: manobras 
clínicas para avaliação de 
hipotensão postural ou tilt-table 
test, ultrassom das vias urinárias e 
estudo urodinâmico. 
 
TRATAMENTO 
 
É direcionado de acordo com a 
doença relacionada ao vírus. 
 
PREVENÇÃO 
 
● uso de preservativos 
● não compartilhamento de objetos 
perfurocortantes. 
● a amamentação está contra 
indicada. 
● não possui vacina. 
● triagem de doadores de sangue.

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