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Mariana Novaes Acadêmica de Medicina IMS/CAT - UFBA HIPEREMIA CONCEITO É o aumento do volume de sangue dentro do vaso de determinado tecido, geralmente na microcirculação, resultante do aumento da velocidade do fluxo sanguíneo, da redução da drenagem venosa (por diminuição da velocidade do fluxo), ou pela associação dos dois (hiperfluxo + dificuldade de retorno venoso). CLASSIFICAÇÃO ● hiperemia ativa: aumento do fluxo sanguíneo pelo aumento da PA, com vasodilatação arteriolar. Causada por estímulos vasodilatadores neurogênicos ou metabólicos e por mediadores inflamatórios vasodilatadores. ○ fisiológica: exercício físico, ereção, rubor facial. ○ patológica: inflamação aguda. ● hiperemia passiva: também chamada de congestão, ocorre quando a drenagem venosa está dificultada por: ○ retorno venoso reduzido → obstrução localizada (trombose venosa, compressão de veias, condições que favorecem o empilhamento de eritrócitos e o aumento da viscosidade sanguínea). ○ redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar → ICC. Os órgãos e/ou os segmentos comprometidos tornam-se mais avermelhados, com tonalidade violácea ou arroxeada, devido à baixa oxigenação. Os órgãos mostram-se tumefeitos, drenam na superfície de corte maior volume de sangue e são mais brilhantes por causa do edema. Microscopicamente, apresentam dilatação dos pequenos vasos. É frequente o extravasamento de hemácias, que saem dos vasos por entre as células endoteliais empurradas pelo aumento da pressão hidrostática capilar e venular. HIPEREMIA PASSIVA (DESDOBRAMENTO) → Na ICC direita: Quando a insuficiência é súbita, o fígado apresenta-se tumefeito, mais vermelho e com as veias hepáticas dilatadas; ao exame físico, a hepatomegalia é geralmente dolorosa. A hipóxia que predomina no centro do lóbulo hepático (zona 3 do ácino hepático) pode causar necrose nessa região, acompanhada de ectasia sinusoidal e edema nos espaços de Disse; nos hepatócitos periportais, predomina degeneração hidrópica. Macroscopicamente, a periferia do lóbulo aparece como área mais pálida e tumefeita, contrastando com o centro do lóbulo mais vermelho. No baço, o aumento da pressão na veia porta gera acúmulo rápido de sangue nos sinusoides, resultando em esplenomegalia discreta. Nos outros órgãos, há aumento discreto de volume e cor mais arroxeada. → Na ICC esquerda: Mariana Novaes Acadêmica de Medicina IMS/CAT - UFBA Ocorre hiperemia passiva nos pulmões + edema. → No baço: A retenção prolongada de sangue aumenta o volume do órgão, aumenta o número de macrófagos nos cordões esplênicos, os quais aumentam a hemocaterese, contribuindo para citopenia no sangue periférico. A coloração avermelhada do baço acentua-se, e a cápsula torna-se espessada e pode apresentar placas fibrosas esbranquiçadas de vários tamanhos. O espessamento fibroso resulta da distensão da cápsula e seu maior atrito com a parede abdominal, o que gera estímulo mecânico para aumentar a produção de matriz extracelular. O parênquima esplênico pode apresentar ainda nódulos fibróticos endurecidos. → No trato digestivo: Causa edema da mucosa, desvio do sangue portal para a circulação sistêmica, o que causa dilatação varicosa nos plexos venosos gástrico, esofágico inferior e hemorroidário. → Em membros inferiores: Provoca inicialmente edema, que se acumula durante o dia, enquanto o indivíduo permanece em pé, e é aliviado quando mantém o membro elevado ou está deitado. Ao longo de meses ou anos, surge hemorragia por diapedese que resulta em pigmentação hemossiderótica da pele e provoca seu escurecimento. A dilatação venosa e a lentidão do fluxo acabam favorecendo o desenvolvimento de trombos nas veias profundas, que é a fonte mais frequente e importante de tromboembolia pulmonar. CONSEQUÊNCIAS DA HIPEREMIA PASSIVA PROLONGADA ● fenômenos degenerativos nos hepatócitos (fígado em noz moscada → o centro dos lóbulos fica mais escuro e a periferia mais clara devido ao contraste de aporte sanguíneo entre o centro e a periferia) ● edema pulmonar e hemorragia por diapedese.
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