Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESQUISTOSSOMOSE CONCEITO É uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo. EPIDEMIOLOGIA Doença de ocorrência tropical, registrada em 54 países, principalmente na África, leste do Mediterrâneo e América. Na América do Sul, é mais frequente no Caribe, Venezuela e Brasil. Estima-se que aproximadamente 1,5 milhões de pessoas estejam infectadas com o Schistosoma mansoni no Brasil, de forma endêmica no Alagoas, Bahia, ES, Maranhão, MG, Paraíba, Pernambuco, RN e Sergipe. É uma doença de baixa letalidade, as principais causas de óbitos estão relacionadas com as formas graves da doença. No Brasil, é considerado um problemas de saúde pública, acomete geralmente homens, entre 20-29 anos e pessoas de baixa renda. AGENTE ETIOLÓGICO E CICLO BIOLÓGICO O Shistosoma mansoni é um helminto com dimorfismo sexual. Primeiramente, os ovos são loberados nas fezes pelo hospedeiro, que, em condições adequadas, eclodem e liberam os miracídios, que nadam e penetram nos caramujos (hospedeiro intermediário específico). No caramujo, há a produção de duas gerações de esporocistos e a produção das cercárias. Abandonando o caramujo, as cercárias nadam e penetram na pele do hospedeiro humano. Os esquistossômulos (cercária sem a cauda bifurcada) migram através de diversos tecidos e estágios para sua residência na veias. Os vermes adultos residem em vênulas mesentéricas em várias localizações. No caso deste agente etiológico, a frequência é maior nas veias mesentéricas superiores, que drenam o intestino grosso. As fêmeas depositam ovos nas pequenas vênulas do sistema porta e perivesical, que são movidos para o lúmen do intestino e são eliminados nas fezes. QUADRO CLÍNICO ● FASE INICIAL: quando as cercárias penetram na pele humana, pode haver manifestações alérgicas, que são intensas em indivíduos hipersensíveis e nas reinfecções. Há também manifestações gerais, que ocorrem devido ao comprometimento de outros tecidos e órgãos. ● FORMAS AGUDAS: ○ assintomática:só costuma ser diagnosticada frente aos resultados de exames de rotina (eosinofilia e ovos viáveis nas fezes). ○ sintomática: febre Katayama pode ocorrer de 3-7 semanas após a exposição. Alterações gerais são a linfadenopatia, febre, cefaléia, anorexia, dor abdominal e, com menor frequência, diarréia, náuseas, vômitos e tosse seca. No exame físico, pode ter hepatoesplenomegalia. Os achados laboratoriais podem apresentar eosinofilia. ● FASE TARDIA: ○ formas crônicas: o granuloma necrótico-exsudativo da forma aguda transforma-se em um granuloma produtivo com menor número de células inflamatórias sem áreas de necrose em torno de ovos e maior deposição de fibras colágenas. Inicia-se a partir de 6 meses. Graus extremos de severidade → hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes esofágicas. - hepatointestinal - hepática - hepatoesplênica compensada - hepatoesplênica descompensada ● outras formas: ○ vasculopulmonar, hipertensão pulmonar. ○ ectópicas (mais grave: esquistossomose) ○ pseudoneoplásica. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de certeza é o laboratorial, pela semelhança com outra doenças. É importante se atentar para a história clínica do paciente (anamnese). ● DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: exames coproscópicos (kato-katz). Em áreas de baixa endemicidade, recomenda-se a realização de testes sorológicos (IFI - IgM, ELISA). ● EXAMES COMPLEMENTARES: US, biópsia retal ou hepática (NÃO é de rotina). MANEJO ● Paraziquentel 600 mg: ○ adulto → 50 mg/kg ○ criança → 60 mg/kg ○ uso oral, preferencialmente em dose única. ○ contraindicações: gestantes, amamentação, menor de 2 anos, insuficiência hepática grave, insuficiência renal ou outras situações de descompensação clínica. ● tratamento de suporte em casos graves → protocolo. PROFILAXIA Principalmente ações sanitárias, como disposição adequada dos esgotos, coleta e tratamento. Controle do vetor. Educação em saúde. Tratamento adequado dos portadores da infecção.
Compartilhar