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Baltes Life Span A perspectiva life-span na Psicologia do desenvolvimento pode ser definida como a exploração das alterações biológicas, cognitivas e psicossociais que ocorrem durante todo o curso da vida. Baltes argumenta que há sete características-chave que afetam o desenvolvimento humano ao longo de vida, a saber: 1 - O desenvolvimento ocorre em toda a vida, O desenvolvimento do ciclo de vida envolve a ideia de que o desenvolvimento não é concluído na idade adulta; abrange todo o ciclo da vida, desde a concepção até a morte. 2 – Multidimensionalidade e Multidirecionalidade Baltes está se referindo ao fato de que uma interação complexa de fatores, tanto endógenos quanto exógenos, influencia o desenvolvimento ao longo da vida. Como resultado, certos fatores podem ter um efeito mais potente sobre um determinado domínio do que outro fator. Independentemente, Baltes salienta que um único critério não determina a formação de um domínio. Referente a multidirecionalidade, ele se refere que o desenvolvimento de forma alguma é linear. O mesmo pode aumentar ou diminuir a qualquer momento do desenvolvimento 3 – Desenvolvimento com ganhos e perdas Esta relação entre ganhos e perdas de desenvolvimento ocorre em uma direção para otimizar seletivamente capacidades particulares que exigem o sacrifício de outras funções, um processo conhecido como otimização seletiva com compensação. De acordo com o processo de otimização seletiva, os indivíduos ao longo do tempo de vida priorizam funções particulares acima das outras, reduzindo a capacidade de adaptação dos elementos para a especialização e melhor eficácia de outras modalidades. 4 – Plasticidade A noção de plasticidade enfatiza que existem muitos resultados de desenvolvimento possíveis e que a natureza do desenvolvimento humano é muito mais aberta e pluralista do que fica inicialmente implícito por visões tradicionais; não há uma via única que deve ser tomada no desenvolvimento de um indivíduo ao longo do ciclo de vida. A plasticidade é imperativa para a investigação atual porque o potencial para a intervenção é derivado da noção de plasticidade no desenvolvimento. Desenvolvimento ou comportamento indesejado poderia potencialmente ser prevenido ou melhorado. 5 – Enraizamento histórico A perspectiva da imersão histórica é composta por duas ideias principais: a ideia de que existe uma relação entre o desenvolvimento de um indivíduo e o ambiente sociocultural em torno dele, e também como essa configuração evolui ao longo do tempo. Ex: a Guerra do Vietnã 6 – Contextualismo como paradigma É a ideia de Baltes ‘que três sistemas de influência biológica e ambiental trabalham em conjunto para influenciar o desenvolvimento: influências normativas reguladas pela idade, influências normativas reguladas pela história, e influências não normativas. Baltes escreveu que essas três influências operam ao longo da vida, os seus efeitos se acumulam com o tempo, e, como um pacote dinâmico, elas são responsáveis pela forma como a vida se desenvolve. 1. Normativas por idade: mudanças previsíveis, de natureza genético-biológica ao longo das idades, como exemplo o advento da puberdade na entrada da adolescência. Estão inclusos tanto fatores biológicos como sociais; 2. Normativas por história: eventos de natureza psicossociais, associados ao processo de socialização, que todos os indivíduos de uma mesma coorte experienciam. Exemplo: casamento, apsentadoria por idade, etc; 3. Não-normativas: alterações não previsíveis por fatores biológicos ou sociais e que geram grande carga e impacto na vida dos indivíduos. Exemplo: viuvez na idade adulta 7 – O caráter multidisciplinar do desenvolvimento humano O conceito de uma perspectiva multidisciplinar auxilia no sentido de ajudar a compreender as complexidades do desenvolvimento ao longo da vida, bem como apreciar o quão incompleto o estudo do desenvolvimento comportamental realmente é. Muitas disciplinas são capazes de contribuir com conceitos importantes que integram o conhecimento, o que pode em última análise, resultar na formação de uma concepção nova e enriquecida de desenvolvimento da vida toda. Teoría SOC Diante das adversidades que possam surgir ao longo da vida e para um desenvolvimento e envelhecimento bem sucedidos, Paul Baltes propõe o uso de estratégias de Seleção, Otimização e Compensação (SOC). Essa teoria surgiu quando Baltes e Baltes (1990) começaram a perceber que crescer envolve capacidade adaptativa, manter envolve estabilidade frente a desafios ou perdas e manejo de perdas significa funcionamento em níveis mais baixos, quando a manutenção ou recuperação não forem possíveis (Neri, 2006). Ou seja, a Teoria SOC tem como objetivos proporcionar o aumento dos ganhos e diminuir as perdas ao longo da vida através do manejo das mudanças biológicas, psicológicas e sociais que possam surgir. A plasticidade comportamental é sua inspiração central, pois interessa saber como indivíduos de todas as idades alocam seus recursos internos e externos a essas três funções no sentido de maximizar ganhos e minimizar perdas. Seleção: selecionar em quê se vai gastar tempo, energia e capacidade, já que estes, na velhice, tendem a ser limitados Seleção significa especificação e diminuição da amplitude de alternativas permitidas pela plasticidade individual. Ela é tanto um requisito para os avanços quanto uma necessidade quando recursos, tais como tempo, energia e capacidade, são limitados. Pode ser eletiva ou orientada à recuperação das perdas. Neste caso ela se dirige à reorganização da hierarquia e ao número de metas, ao ajuste do nível de aspiração ou ao desenvolvimento de novas metas que sejam compatíveis com os recursos disponíveis. Otimização : aprimorar e coordenar recursos internos e externos que melhorem o funcionamento do sujeito Otimização quer dizer aquisição, aplicação, coordenação e manutenção de recursos internos e externos envolvidos no alcance de níveis mais altos de funcionamento. Pode ser realizada mediante a educação, a prática e o suporte social dirigidos à cognição, à saúde, à capacidade atlética e às habilidades artísticas e sociais. Compensação: A compensação envolve a adoção de alternativas para manter o funcionamento. São alguns exemplos de compensação o uso de aparelhos auditivos e de cadeira de rodas, a utilização de pistas visuais para compensar problemas de orientação espacial e a utilização de deixas para auxiliar a memória verbal. Os três mecanismos são assumidos como universais e como sujeitos a ação consciente ou inconsciente, operados pela pessoa ou por outrem, por indivíduos ou por instituições. Seleção, otimização e compensação são mecanismos cuja existência e funcionalidade podem ser intuídas na experiência pessoal e na experiência cultural. Teoría da Seletividade Socio-emocional A teoria da seletividade sócio-emocional é uma derivação da teoria SOC. Explica o declínio nas interações sociais e as mudanças no comportamento emocional dos idosos. Ela considera que as pessoas não são simplesmente reativas ao contexto social, mas o constroem ativamente. Assim, a redução na rede de relações sociais e na participação social na velhice reflete a redistribuição ativa de recursos sócio-emocionais pelos idosos, em virtude da mudança em sua perspectiva de tempo futuro. Ao perceber que têm menos tempo de vida pela frente, eles procuram selecionar metas, parceiros e formas de interação, porque isto permite otimizar os recursos de que dispõem. Por esse motivo, na velhice passam a ser mais relevantes o envolvimento seletivo com relacionamentos sociais próximos que ofereçam experiências emocionais significativas, em lugar da ampliação da redede relações ou da busca de informações e de status, que são objetivos típicos dos mais jovens. As metas dos adultos jovens são mais numerosas e de longo prazo, porque o tempo é por eles percebido como relativamente ilimitado. Na velhice, ocorre diminuição normativa dos níveis de alerta e da intensidade das respostas emocionais e aumento da seletividade emocional. As emoções são menos intensas, moduladas, contrastantes e nítidas ao observador, e mais compatíveis com os recursos biológicos dos idosos que passam a vivenciar e a demonstrar emoções com menos intensidade e a ter menor capacidade de decodificação de expressões emocionais. Pesquisas de laboratório envolvendo medidas da atividade da amídala mostraram que os idosos prestam mais atenção a conteúdos emocionais positivos do que a negativos. Também tendem a evocar mais memórias positivas do que negativas. Segundo Carstensen, essas alterações são de natureza adaptativa porque permitem aos idosos poupar recursos, canalizá-los para alvos relevantes e otimizar seu funcionamento afetivo e social. Tal processo reflete-se na maior capacidade de calibrar o efeito da intensidade dos eventos, maior integração entre cognição e afetividade, mecanismos de defesa mais maduros, mais uso de estratégias pró-ativas, maior satisfação com a vida e maior seletividade social. A teoria da seletividade sócio-emocional é de natureza lifespan na medida em que considera que a adaptação é delimitada pelo tempo e pelo espaço e que a fase do desenvolvimento vivida pela pessoa é um importante contexto ao qual ela deve se adaptar. Princípios do envelhecimento intelectual apoiados no paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida -A inteligência fluida reflete capacidades mentais primárias, tais como indução, flexibilidade figurativa e integração, evidenciadas pela proficiência no cumprimento de tarefas verbais (séries de letras), espaciais (matrizes) e topológicas e na derivação de informação viso-espacial complexa, em situações cujo tempo de execução é controlado. Declina com a idade, em função das mudanças neurológicas típicas do envelhecimento e dos efeitos acumulativos de doenças e acidentes. A inteligência fluida declina com a idade, porque depende de mecanismos neurológicos responsáveis pelo processamento da informação, os quais normalmente declinam no envelhecimento. -A inteligência cristalizada inclui capacidades e processos intelectuais adquiridos a partir da interação da experiência com as capacidades fluidas e são exemplificadas pela compreensão verbal, a formação de conceitos, o raciocínio lógico tanto quanto o geral. A inteligência cristalizada não só não declina como pode apresentar progressos, desde que existam oportunidades culturais e que as capacidades fluidas não sofram declínio patológico acentuado.
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