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ÉTICA MÉDICA - DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES

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Ana Beatriz – 1ª Fase, 2019.2 
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES 
• Durante a I Guerra Mundial (1914-1918), Carrel e Dakin (químico inglês) desenvolveram um método de 
tratar as feridas com suturas, o que foi o mais importante progresso médico antes dos antibióticos. 
• Com o piloto Charles Lindbergh colaborou na obra A Cultura de Órgãos e com ele criou a “bomba de 
perfusão”, que permitiu irrigar órgãos fora do corpo durante uma cirurgia, avanço que possibilitou as 
cirurgias cardíacas a céu aberto e os transplantes de órgãos e a invenção de coração artificial muito tempo 
depois (Lindbergh tinha uma irmã cardiopata grave e julgava poder colaborar para seu tratamento 
cirúrgico extracorpóreo). 
 
 
 
 
 
 
• Vorony, na Rússia (1933), realizou o primeiro alotransplante entre seres da mesma espécie, mas 
geneticamente diferentes – Renal com rins de um cadáver, seis horas após parada cardíaca. O rim não 
funcionou e o receptor morreu 48 horas depois 
• John Merrill e Joseph Murray, em Boston (1954), realizaram com sucesso o primeiro transplante renal entre 
gêmeos idênticos. O rim funcionou imediatamente, evidenciando a necessidade da identidade genética 
• No Brasil, a sobrevida é de 80% no primeiro ano e de 70% em cinco anos, para quase todos os órgãos 
• Legislação Federal: 
• Lei n0 9.434/97 Remoção de Órgãos, Tecidos e Partes do Corpo Humano para fins de Transplante e 
Tratamento (nota: não estão incluídos o sangue, o esperma e o óvulo) 
• Artigo 4 - Salvo manifestação de vontade em contrário, nos termos desta Lei, presume-se autorizada a 
doação de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano, para finalidade de transplantes ou terapêutica 
posterior à morte 
• A doação presumida foi revogada e estabeleceu o consentimento familiar 
• Capítulo VI: CEM 
É vedado ao médico: 
1. Art. 43. Participar do processo de 
diagnóstico da morte ou da decisão de 
suspender meios artificiais para 
prolongar a vida do possível doador, 
quando pertencente à equipe de 
transplante. 
2. Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o 
receptor ou seus representantes legais 
sobre os riscos decorrentes de exames, 
intervenções cirúrgicas e outros 
procedimentos nos casos de transplantes 
de órgãos. 
3. Art. 45. Retirar órgão de doador vivo 
quando este for juridicamente incapaz, 
mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e 
regulamentados em lei. 
4. Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou de tecidos humanos. 
 
 
ALEXIS CARREL, CIRURGIÃO, BIÓLOGO E EUGENISTA 
FRANCÊS (1873-1844) PRÊMIO NOBEL DE MEDICINA E 
FISIOLOGIA EM 1912 – TECNICAS DE SUTURAS 
VASCULARES COM FIOS E AGULHAS FINAS. 
Em janeiro de 1912 Carrel desenvolveu a técnica de 
cultura de tecidos incubando partes do coração de 
embriões de galinha que seguiram crescendo por vinte 
anos. 
 
• Emerich Ullmann, cirurgião em Vienna, 1902, 
realizou o primeiro transplante de rim: auto-
transplante de rim no pescoço de um cão e 
praticou alotransplante e o xenotransplante em 
cães e ovelhas 
• Mathieu Jaboulay, em Lyon (1906), realizou dois 
xenotransplantes – de porco e de cabra – para o 
homem (risco de xenozoonoses) 
Ana Beatriz – 1ª Fase, 2019.2 
BIOÉTICA: 
• Transplante realizado em Centros Credenciados = Beneficência, Proporcionalidade, Prudência e Perícia, 
segurança do paciente 
• Dependência da autorização familiar (menores) = Autonomia (Consentimento Livre Pós-informado e 
Esclarecido) 
• Doadores vivos (saudáveis/exclusão por necessidade vital) = Autonomia (Resol. CFM n0 1.480/79 e anexo) 
• Doadores com morte encefálica = Autonomia previamente exercida por si ou por outrem (pós-morte); 
Diretrizes antecipadas de vontade (testamento vital) 
• Doação gratuita = Autonomia, Beneficência, Cidadania, Humanismo, Justiça (conflitos de interesses) 
• Justiça distributiva dos bens: DEVER x UTILITARISMO 
1. Teoria deontológica: respeito à individualidade, valor da determinação pessoal e importância da 
autonomia. 
2. Teoria utilitarista: maior benefício para o maior número de indivíduos possível. Em Saúde 
Pública, em economia. A “fila”. 
• Contraindicações para o Transplante: 
1. Infecção por HIV e/ou AIDS 
2. Neoplasia Maligna 
3. Infecção não controlada (Septicemia) 
4. Uso ativo de substâncias tóxicas 
5. Doença Pulmonar avançada (exclui transplantes de pulmões) 
6. Doença Cardíaca avançada (exclui transplante de coração) 
• Exclusão de pacientes (receptor): 
1. Alta letalidade já observada para cada tipo de transplante (estatísticas de centro de transplantes) 
2. Condição psicológica de pacientes 
3. Condição social dos pacientes (trabalho/utilitarismo) – Este argumento não é bem aceito pelo conflito 
entre o dever e o utilitarismo. Compara-se o valor social da autoridade e o do homem comum. A 
dignidade de todos é um valor ético e a utilização do valor social como critério de exclusão e, 
eticamente, inaceitável (Dossetor, JB. Ethics in Transplantation, 1994) 
• Morre francês Jean Dausset, ganhador do Nobel de medicina 
1. Pesquisador ajudou a estabelecer métodos para transplantes de órgãos. 
Imunologista recebeu prêmio em 1980 e vivia na Espanha. 
2. Da France Presse 
3. O governo francês anunciou a morte, aos 92 anos, do imunologista Jean Dausset, um dos ganhadores do 
Prêmio Nobel em Medicina e Fisiologia em 1980. Dausset foi o principal responsável por desvendar o 
sistema HLA (antígeno de leucócitos humanos, na sigla inglesa), que permite estabelecer com segurança 
quem pode receber órgãos transplantados, diminuindo os riscos de rejeição. Dausset morreu em Palma 
de Maiorca, na Espanha, onde vivia há dez anos.

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