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Perguntas e respostas, direito civil 2sem FMU

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CORREÇÃO DO SIMULADO
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
1 - Alberto, adolescente, obteve autorização de seus pais para casar-se aos dezesseis anos de idade com sua namorada Gabriela. O casal viveu feliz nos primeiros meses de casamento, mas, após certo tempo de convivência, começaram a ter constantes desavenças. Assim, a despeito dos esforços de ambos para que o relacionamento progredisse, os dois se divorciaram pouco mais de um ano após o casamento. Muito frustrado, Alberto decidiu reunir algumas economias e adquiriu um pacote turístico para viajar pelo mundo e tentar esquecer o ocorrido. Considerando que Alberto tinha dezessete anos quando celebrou o contrato com a agência de turismo e que o fez sem qualquer participação de seus pais, o contrato é válido?
RESPOSTA 1
R.: Sim, uma vez que o casamento aos 16 anos faz cessar a incapacidade, conforme artigo 5º, parágrafo único, inciso II do CC.
2 - Arnaldo foi procurado por sua irmã Zulmira, que lhe ofereceu R$ 1 milhão para adquirir o apartamento que ele possui na orla da praia. Receoso, no entanto, que João, o locatário que atualmente ocupa o imóvel e por quem Arnaldo nutre profunda antipatia, viesse a cobrir a oferta, exercendo seu direito de preferência, propôs a Zulmira que constasse da escritura o valor de R$ 2 milhões, ainda que a totalidade do preço não fosse totalmente paga. Que tipo de invalidade é este negócio jurídico? Quem pode suscitar?
RESPOSTA 2
R.: é nulo, conforme prescreve o artigo 166 do CC, em virtude de simulação, conforme traz o artigo 167, Paragrafo 1º, inciso II do CC e pode ser suscitado por qualquer interessado, conforme 168 do CC.
3 - Durante uma viagem aérea, Eliseu foi acometido de um mal súbito, que demandava atendimento imediato. O piloto dirigiu o avião para o aeroporto mais próximo, mas a aterrissagem não ocorreria a tempo de salvar Eliseu. Um passageiro ofereceu seus conhecimentos médicos para atender Eliseu, mas demandou pagamento bastante superior ao valor de mercado, sob a alegação de que se encontrava de férias. Os termos do passageiro foram prontamente aceitos por Eliseu. Recuperado do mal que o atingiu, para evitar a cobrança dos valores avençados, Eliseu pode pretender a anulação do acordo firmado com o outro passageiro. Qual é o vício de consentimento?
RESPOSTA 3
R.: Conforme 156 do CC trata-se de Estado de Perigo, premido da necessidade de salvar-se por parte de Eliseu, logo, pode requer a anulação do negócio.
4 - Joana e Alcindo, casados sob o regime da comunhão universal de bens, estavam a caminho de uma festa no litoral da Bahia, quando tiveram o carro atingido por um caminhão em alta velocidade. Quando a equipe de socorro chegou ao local, ambos os cônjuges estavam sem vida. Conforme laudo pericial realizado, não foi possível determinar se Joana morreu antes de Alcindo.
Joana, que tinha vinte e cinco anos, deixou apenas um parente vivo, seu irmão Alfredo, enquanto Alcindo, que já tinha cinquenta e nove anos, deixou três familiares vivos, seus primos Guilherme e Jorge, e seu sobrinho, Anderson. Considerando que nenhum dos cônjuges elaborou testamento, como será transmitido o patrimônio do casal?
RESPOSTA 4
R.: Conforme artigo 8º do CC ocorreu a comoriência, uma vez que não se pode averiguar quem faleceu primeiro. Entre comorientes não há transmissão de patrimônio e a herança de cada um dos falecidos será dividida entre os seus respectivos herdeiros, razão pela qual Alfredo herdará integralmente os bens de Joana, enquanto Anderson herdará os bens de Alcindo.
5 - Bernardo, nascido e criado no interior da Bahia, decide mudar-se para o Rio de Janeiro. Ao chegar ao Rio, procurou um local para morar. José, percebendo o desconhecimento de Bernardo sobre o valor dos aluguéis no Rio de Janeiro, lhe oferece um quarto por R$ 500,00 (quinhentos reais). Pagando com dificuldade o aluguel do quarto, ao conversar com vizinhos, Bernardo descobre que ninguém paga mais do que R$ 200,00 (duzentos reais) por um quarto naquela região. Sentindo-se injustiçado, procura você como advogado. O negócio será nulo ou anulável?
RESPOSTA 5
R.: O negócio jurídico poderá ser anulado por lesão, se José não concordar com a redução do proveito ou com a oferta de suplemento suficiente, conforme prescreve o artigo 157 do CC.
6 - André possui um transtorno psiquiátrico grave, que demanda uso contínuo de medicamentos, graças aos quais ele leva vida normal. No entanto, em razão do consumo de remédios que se revelaram ineficazes, por causa de um defeito de fabricação naquele lote, André foi acometido de um surto que, ao privá-lo de discernimento, o levou a comprar diversos produtos caros de que não precisava. É possível desfazer estes negócios?
RESPOSTA 6
R.: Sim, por meio da anulação do negócio, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade, conforme artigo 4º, inciso IV do CC combinado com 171, I do CC.
7 - Marcos caminhava na rua em frente ao Edifício Roma quando, da janela de um dos apartamentos da frente do edifício, caiu uma torradeira elétrica, que o atingiu quando passava. Marcos sofreu fratura do braço direito, que foi diretamente atingido pelo objeto, e permaneceu seis semanas com o membro imobilizado, impossibilitado de trabalhar, até se recuperar plenamente do acidente. A responsabilidade é objetiva ou subjetiva?
RESPOSTA 7
R.: É responsabilidade objetiva do condomínio, aplicando-se no caso o art. 938 do CC: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”.
8 - Em ação judicial na qual Paulo é réu, levantou-se controvérsia acerca de seu domicílio, relevante para a determinação do juízo competente. Paulo alega que seu domicílio é a capital do Estado do Rio de Janeiro, mas o autor sustenta que não há provas de manifestação de vontade de Paulo no sentido de fixar seu domicílio naquela cidade. A quem assiste razão?
RESPOSTA 8
R.: Por se tratar de um ato jurídico em sentido estrito, embora os seus efeitos sejam predeterminados pela lei, a vontade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, no sentido de verificar a existência de um ânimo de permanecer naquele local, conforme artigo 70 do CC.
9 - Ricardo realizou diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um vazamento existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas disponíveis; e trocou o portão manual da garagem por um eletrônico. Quando Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as benfeitorias realizadas, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as obras. 
Qual benfeitoria Ricardo pode exigir o ressarcimento?
RESPOSTA 9
R.: Apenas o reparo do vazamento na cozinha, uma vez que trata-se de benfeitoria necessária, conforme artigo 96, Parágrafo 3º do CC. As outras benfeitorias são úteis, podendo ser ressarcido apenas caso Claudia concordasse.
10 - Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma companhia local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Em julho de 2013, ainda com 17 anos, após ter sido aprovado e nomeado em um concurso público, Pedro entrou em exercício no respectivo emprego público. Tendo por base o disposto no Código Civil, quando cessou a incapacidade de Pedro?
RESPOSTA 10
R.: Julho de 2013, conforme artigo 5º, Paragrafo Único, inciso III do CC, quando foi aprovado e nomeado em concurso público.
11 - Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, ele não consegue controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes do tempo previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 passageiros foram resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não estava no rol de sobreviventes e seu
corpo não fora encontrado. Explique quais serão os procedimentos de Rebeca a partir de agora.
RESPOSTA 11
R.: Rebeca deverá requerer a declaração da morte presumida de Cristian, independentemente de prévia decretação de ausência, uma vez que esgotadas as buscas e averiguações por parte das autoridades competentes. Traz o art. 7º, inc. I do CC que “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida”. A queda da aeronave com resgate de poucas, sendo todas em estado crítico, depois de vários dias de buscas, significa que era extremamente provável que a pessoa tenha morrido, até porque, vários dias por aí, após um acidente aéreo gera, inegavelmente, perigo de vida. Logo, cabe aí a declaração de morte presumida. O parágrafo único desse mesmo artigo ainda estabelece que “A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento”. Neste caso cessaram-se as buscas, motivo pelo qual Rebeca deve requerer ao juiz a declaração de morte presumida de Cristian.
12 - A cidade de Asa Branca foi atingida por uma tempestade de grandes proporções. As ruas ficaram alagadas e a população sofreu com a inundação de suas casas e seus locais de trabalho. Antônio, que tinha uma pequena barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo triplo do preço que normalmente seria cobrado, tendo em vista a premente necessidade dos moradores de recorrer a esse tipo de transporte. Nesse caso, que tipo de invalidade (defeito) ocorreu?
RESPOSTA 12
R.: No presente caso ocorreu a lesão, conforme artigo 157 do CC, uma vez que havia premente necessidade dos moradores.
13 – Cite um exemplo de simulação.
RESPOSTA 13
R.: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
Aqui devemos lembrar do conluio das partes.
Exemplo: Devedor que simula alienar um bem para fraudar credor.
14 - Gumercindo, 77 anos de idade, vinha sofrendo os efeitos do Mal de Alzheimer, que, embora não atingissem sua saúde física, perturbavam sua memória. Durante uma distração de seu enfermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que residia. A despeito dos esforços de seus familiares, ele nunca foi encontrado, e já se passaram nove anos do seu desaparecimento. Agora, seus parentes lidam com as dificuldades relativas à administração e disposição do seu patrimônio.
O que os parentes devem fazer para receberem a propriedade dos bens de Gumercindo?
RESPOSTA 14
R.: Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de oitenta anos de idade, e as últimas notícias dele datam de mais de cinco anos, conforme prescreve o artigo 38 do CC.
15 - João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), João Paulo possuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem uma casa de praia em Búzios (RJ), uma fazenda em Lucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos de luxo, atualmente estacionados em uma garagem em Salvador (BA).
Neste cenário, qual é o foro competente para o inventário e a partilha dos bens deixados por João Paulo?
RESPOSTA 15
R.: O foro de São Paulo (SP), tendo em vista seu último domicílio, conforme prescreve o artigo 70 do CC, não importando a localidade dos bens ou de sua morte.
16 - Joao (17 anos) vendeu sua moto para Marcos, sem a anuência de seus pais. Ciente de compra e venda, o pai de Joao entrou em contato com Marcos visando a sua respectiva ratificação. O negócio jurídico é valido? Por quê? Caso positivo, qual o grau de invalidade? Existe possibilidade do negócio jurídico ser ratificado pelas partes? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 16
Resposta: Sendo João relativamente incapaz, de acordo com o artigo 4, inciso I do Código Civil, o negócio jurídico é inválido com o grau de anulabilidade, de acordo com o artigo 171, inciso I do mesmo diploma. Assim, é passível de ratificação, de acordo com o artigo 172 do diploma supracitado. 
17- Joao (15 anos) vendeu seu moto para José, sem a anuência de seu pai. Ao ser informado sobre o negócio jurídico, o pai de Joao ligou para José para ratificar os termos do aludido contrato. Segundo o Código Civil, é possível tal medida? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 17
Resposta: Não é possível a ratificação do contrato, pois de acordo com o artigo 3, João é absolutamente incapaz (15 anos). Sendo absolutamente incapaz, o artigo 166, inciso I do CC estabelece que o negócio jurídico é nulo e, de acordo com o artigo 169 do mesmo diploma, negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação. 
18 - No condomínio onde você mora, um vizinho deve R$10.000,00 por causa de taxa condominial em atraso. Esgotadas as tentativas de recebimento extrajudicial, o sindico do condomínio se reúne com o condômino devedor e o ameaça da seguinte forma “Se o senhor não pagar o que deve em quarenta e oito horas, nós iremos protestar os títulos vencidos, executa-lo judicialmente e incluir seus dados no SERASA para que o senhor não tenha mais crédito no mercado”. Em seguida, ementou “também programaremos o elevador para não descer no seu andar e não abriremos o portão da garagem para o senhor até que a sua dívida esteja purgada”. Com base na situação descrita, responda: O condômino sofreu coação? Por quê? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 18
Resposta: “Se o senhor não pagar os R$10.000,00 que deve em 48hr, nós iremos protestar os títulos vencidos, executa-lo judicialmente e incluir seus dados no SERASA para que o senhor não tenha mais créditos no mercado”. Esta ameaça não configura coação, pois se trata de uma ameaça fundamentada em um exercício normal do direito do uso da jurisdição pelo credor, de acordo com o artigo 153 do Código Civil.
Porém, ao ameaçar vedar o uso da garagem e do elevador caracteriza coação por não ser a ameaça de um exercício normal de um direito de acordo com o artigo 153 do Código Civil. Além disso, são serviços essenciais o uso do elevador e da garagem e, dessa forma, vedar o uso dos mesmos fere a dignidade humana, de acordo com a Resolução Especial 1401815 do STJ.
19 - Arnaldo, entristecido com a fuga de seu cãozinho, promete uma recompensa para quem eventualmente encontrá-lo. Ocorre que, no mesmo dia em que colocava os avisos públicos de recompensa, afirmou ao seu amigo João que não efetuará o pagamento do valor prometido. Por coincidência, no dia seguinte, João encontra o cachorro passeando em seu quintal e o devolve imediatamente a Arnaldo. Neste caso, Arnaldo deverá recompensar João? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 19
Resposta: Via de regra, Arnaldo deve cumprir aquilo que está declarando, de acordo com o artigo 854 do Código Civil. Porém, Arnaldo não será obrigado a efetuar o pagamento à João, visto que João tem conhecimento da reserva mental de Arnaldo, de acordo com o artigo 110 do Código Civil.
20 - Fábio é empresário de sucesso e possui uma quantidade significativa de patrimônio. Também é pai de Daniela e Rafaela. Por motivos particulares, pretende doar uma fazenda a Daniela, porém, visando burlar a aplicação do artigo 544 do Código Civil, efetua doação a uma pessoa interposta, que no futuro efetuaria a transferência do bem a verdadeira destinatária (Daniela). Rafaela descobre a artimanha perpetrada pelo pai. O negócio jurídico é nulo ou anulável? Cuida-se de simulação absoluta ou relativa? O negócio jurídico
dissimulado poderá prevalecer na situação em tela? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 20
Resposta: Fabio tem a intenção de burlar o artigo 544 do CC, que consta a doação e ascendente para descente. O juiz tornará nula a transação realizada com o “laranja” (pessoa interposta), conforme artigo 166, inciso VII do CC, pois a prática é proibida. Mas, deixará válida a real intensão do pai que é doar para a filha Daniela porque a doação não prejudicará a Rafaela neste momento. A simulação é relativa e o negócio jurídico prevalecerá, visto que as filhas poderão realizar compensação futuramente (herança).
21 - Vinicius locou o imóvel de Breno, pois o terreno vizinho consta uma placa do Governo Estadual no sentido de que ali seria inaugurado a Estação “Passa e Fica” do Metro, dentro de um prazo de seis meses. Tal informação não constou em cláusula contratual. Após denuncias de corrupção, a referida estação não saiu do papel, de modo que Vinicius solicitou a anulação do negócio jurídico alegando “falso motivo”. O negócio jurídico é passível de anulação? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 21
Resposta: Não poderá ser anulado, pois um dos requisitos do falso motivo é o mesmo estar no contrato em cláusula como fator determinante, de acordo com o artigo 140 do Código Civil. No contrato de Breno não constava esse motivo como cláusula contratual e, assim, o contrato não é anulável.
22 - Em um bazar beneficente, promovido por Júlia, Marta adquiriu um antigo faqueiro, praticamente sem uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem nada perguntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente aceitou o preço oferecido. Após dois anos de uso constante, Marta percebeu que os talheres começaram a ficar manchados e a se dobrarem com facilidade. Consultando um especialista, ela descobre que o faqueiro era feito de uma liga metálica barata, de vida útil curta, e que, com o uso reiterado, ele se deterioraria. O negócio jurídico nulo, anulável ou válido? Por quê?
RESPOSTA 22
Resposta: O negócio jurídico é plenamente válido, considerando ter restado comprovado que Júlia não tinha qualquer motivo para suspeitar do engano de Marta, apesar de ser formado pelo vício de consentimento de erro. 
Aplica-se o artigo 144 do CC, pois este erro de Marta não prejudica o negócio jurídico.
23 - Juliana foi avisada que seu filho Marcos sofreu um terrível acidente de carro em uma cidade com poucos recursos no interior do Ceará e que ele está correndo risco de morte devido a um grave traumatismo craniano. Diante dessa notícia, Juliana celebra um contrato de prestação de serviços médicos em valores exorbitantes, muito superiores aos praticados habitualmente, para que a única equipe de médicos especializados da cidade assuma o tratamento de seu filho. O negócio jurídico é nulo ou anulável? Qual o vício que macula o negócio jurídico? Qual o prazo decadencial da ação e a partir de que momento o prazo começa a correr? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 23
Resposta: O contrato de prestação de serviços médico é anulável por vício resultante de estado de perigo, de acordo com o artigo 156 do Código Civil, assim, pode ser discutido judicialmente por Juliana. O prazo decadencial é de 4 anos, de acordo com o artigo 178, II do Código Civil, sendo esse prazo contado a partir da celebração do contrato. 
24 - Tony, dirigindo seu carro prudentemente e de acordo com as regras de trânsito, se depara com uma situação aterrorizante: um ladrão, durante um assalto, empurra uma senhora para o meio da rua em sua direção. Buscando salvar a vida da senhora, ele desvia o seu carro e atinge, em cheio, uma loja, destruindo toda a vitrine do estabelecimento. Segundo o Código Civil, o que acontecerá com Tony? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 24
Resposta: Tony pagará indenização ao estabelecimento, mesmo que conforme o artigo 188, II do CC traga que ele não cometeu ato ilícito. Porém, conforme artigo 929 do CC Tony poderá se ressarcir deste prejuízo do dano contra o ladrão.
25 - Mario é credor de Maria da importância de cem mil reais. A devedora tinha um patrimônio construído por dois imóveis nos valores de cinquenta mil e trinta mil reais. A devedora doou o imóvel de trinta mil reais ao seu irmão, que não sabia da existência da mencionada dívida. Poderá o credor anular a doação efetivada? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 25
Resposta: Sim, o credor poderá anular a doação efetivada, pois caracteriza fraude contra credor, uma vez que Maria é devedora insolvente e, dessa forma, não poderia realizar a doação, não importa se o donatário (irmão de Maria) tinha conhecimento ou não dessa insolvência, de acordo com o artigo 158 do Código Civil.
26 - João contratou Mévio, renomado advogado, para ajuizamento de ação de indenização por danos morais, no qual ele trabalhou na causa e obteve êxito. Porém, João não pagou os honorários advocatícios. Diante disso, qual o prazo prescricional para que Mévio realize ação de cobrança quanto os seus honorários advocatícios? O prazo é contado a partir de que momento? Justifique sua resposta, apresentando o fundamento legal.
RESPOSTA 26
Resposta: A ação prescreve em cinco anos, contando-se o prazo do trânsito em julgado da sentença que fixou os honorários advocatícios, de acordo com o artigo 206, § 5º, inciso II do Código Civil, uma vez que, conforme o caso em tela, Mévio é um profissional liberal.
27 - No ano de 2018 uma greve de caminhoneiros colocou o país em uma situação de extremo caos, uma vez que não havia gasolina suficiente para a respectiva demanda. Diante de tal situação, o Posto Atlas, único da região de Salto com gasolina armazenada, alterou o preço para R$9,99 o litro do combustível. Notificado pelo Ministério Público, o posto de gasolina mencionou que é livre a iniciativa por ser sociedade privada, poderia cobrar o valor que julgar correto. Na sua opinião, existe algum vício de consentimento capaz de anular as compras realizadas por este preço?
RESPOSTA 27
Resposta: Sim, no caso em questão há vicio de consentimento por lesão, caracterizado pela premente necessidade da população, de acordo com o artigo 157 do código civil.

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