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espelho 03

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Ana Joaquina, aos seis anos de idade, sofreu sérios danos estéticos ao receber a terceira dose da vacina antirrábica fornecida pelo Estado. Quando Ana Joaquina estava com treze anos de idade, ajuizou, representada por sua mãe, ação de indenização em face do Estado, alegando que a má prestação de serviço médico em hospital público lhe teria deixado graves sequelas. Ela pediu indenização no valor de R$ ,00 a título de danos materiais e outra no valor de R$ ,00 a título de danos morais, e fez juntar aos autos comprovantes das despesas decorrentes do tratamento. Em contestação, a Fazenda Pública estadual alegou ocorrência de prescrição, com base no disposto no art. 1.º do Decreto n.º /1932, o qual estabelece que as dívidas passivas do Estado prescrevem em cinco anos, contados da data do ato ou do fato de que se originaram. Como entre a data do fato e o ajuizamento da demanda transcorreram sete anos, teria ocorrido a prescrição. Em primeiro grau de jurisdição, foram realizados perícia e demais atos probatórios, tendo todos atestado a ocorrência do dano e do nexo de causalidade. No entanto, ao proferir sentença, a autoridade julgadora acolheu a alegação de prescrição e julgou extinto o processo. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Ana Joaquina, redija a peça processual cabível, abordando todos os aspectos de direito processual e material necessários à defesa de sua cliente. Diante do caso acima elabore a peça processual prevista pela legislação processual RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 3 Elaboração de uma peça de APELAÇÃO, tendo em vista que [...] por isso as razões recursais devem estar de acordo com os fatos alegados pela agravante. ESPELHO – PEÇA – APELAÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DA COMARCA DE AÇÃO INDENIZATÓRIA PROC. nº. XXXX-X Apelante: Ana Joaquina Apelada: Fazenda Pública Estadual Ana Joaquina, menor impúbere, representada por sua mãe, nos autos do processo em epígrafe, inconformada com a r. sentença de fls. ____, vem respeitosamente à presença de V. Exa., com fundamento nos artigos 513 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor seu RECURSO DE APELAÇÃO a seguir ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ___________, na forma das razoes consubstanciadas em anexo, requerendo seja o mesmo recebido pelo juízo “a quo” em ambos os efeitos, nos termos do art. 520 do CPC e das razões a seguir deduzidas, sendo processada na devida forma legal. Termos em que, P. Deferimento. (Local), (data) __________________ (nome do advogado) (nº de ordem) EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _______________ RAZÕES DE APELAÇÃO AÇÃO INDENIZATÓRIA PROC. nº. XXXX-X Apelante: Ana Joaquina Apelada: Fazenda Pública Estadual Egrégio Tribunal! Colenda Turma! Eméritos Julgadores! I – SÍNTESE DOS FATOS Trata-se de ação indenizatória, na qual pleiteia a autora ressarcimento em razão de danos morais e materiais sofridos em decorrência do recebimento da terceira dose da vacina antirrábica fornecida pelo Estado, frisando-se que na época dos fatos a requerente tinha seis anos de idade. Em apertada síntese, alegou que a má prestação de serviço médico em hospital público lhe teria deixado graves sequelas estéticas e, por conta disso, requereu a indenização no valor de R$ 0,00 a título de danos materiais e outra no valor de R$ 0,00 a título de danos morais, juntando aos autos comprovantes das despesas decorrentes do tratamento. Em sede de contestação, a Fazenda Pública Estadual alegou a ocorrência de prescrição, com fulcro na disciplina da prescrição quinquenal das dívidas passivas do Estado. Aduzindo, ainda, que entre a data do fato e o ajuizamento da ação transcorreram sete anos. O MM. Juízo a quo, a despeito da realização de perícias e demais atos probatórios que atestaram a ocorrência do dano e do nexo de causalidade, proferiu decisão que acolheu a alegação de prescrição, julgando o processo extinto com julgamento de mérito nos termos do art. 269, IV do Código de Processo Civil. II – DA NÃO OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO EM FACE DOS MENORES DE DEZESSEIS ANOS O acolhimento pela r. sentença da alegação da Apelada de que o direito da Apelante estaria prescrito, em razão de que entre a data do fato e o ajuizamento da demandada transcorreram sete anos, não merece amparo conforme será demonstrado. Em relação às situações jurídicas nas quais não correm prazos prescricionais dispõe o art. 198, inc. I do Código Civil sobre a restrição em relação aos incapazes de que trata o art. 3º do supracitado diploma legal, isto é, determinando que para os absolutamente incapazes para o exercício pessoal dos atos da vida civil não se admite a ocorrência de prescrição. No caso em tela, a Apelante, representada processualmente por sua genitora, não possui a plena capacidade para os exercícios da vida civil, uma vez que é menor de dezesseis anos, conforme documentação dos autos. Portanto, não deve prosperar a extinção do processo com fulcro na prescrição quinquenal, uma vez que o art. 1º do Decreto nº. 20.910/1932, não se sobrepõe aos ditames do Código Civil Brasileiro, o qual é uma norma posterior a tal Decreto, bem como trata especificamente da situação em comento. III – DA COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DO DANO E DO NEXO DE CAUSALIDADE A instrução processual realizada em primeiro grau de jurisdição, por meio de perícia e demais atos probatórios, atestou a ocorrência do dano à Apelante, bem como da existência do nexo de causalidade decorrente de omissão da Apelada, uma vez que o serviço médico prestado em hospital público lhe deixou graves sequelas estéticas. Assim, diante do conjunto fático-probatório dos autos, assiste a Apelante o direito de ser ressarcidas pelos danos morais e materiais oriundos da conduta da Apelada, nos termos pleiteados na exordial. IV – DO PEDIDO Ante o exposto, requer a Apelante seja acolhido e processado o recurso interposto, julgando-se, ao final, provido, para fins de reformar totalmente a sentença, uma vez que a prescrição não corre em face de pessoas absolutamente incapazes, bem como por ter a fase de instrução atestado a ocorrência do dano e do nexo de causalidade oriundos da conduta da Apelada. Termos em que, P. Deferimento. (Local), (data) __________________ (nome do advogado) (nº de ordem)

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