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Bioquímica do Sangue - Coagulação

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Bioquímica do Sangue: Coagulação. 
Marcos Lorran Paranhos Leão – Turma 111 – Medicina. 
 
Universidade de Pernambuco – UPE. 
Recife – PE. 
2019 
Coagulação Sanguínea 
 Todos os dias ocorrem pequenos sangramentos no 
nosso corpo. Na maioria das vezes, estas pequenas 
hemorragias são resolvidas pelo próprio organismo 
com facilidade. 
 Existem dois tipos de hemorragias, as externas, 
quando a lesão do vaso sanguíneo provoca um 
extravasamento de sangue para o exterior do corpo 
humano, e as internas, quando o sangramento ocorre 
no interior do corpo. 
 A coagulação sanguínea consiste na 
transformação do sangue líquido num gel sólido, 
designado de coágulo sanguíneo ou trombo, com o 
objetivo de parar uma hemorragia. 
 A parede interna dos vasos sanguíneos (endotélio) 
contém uma proteína designada de colagénio. 
Quando existe uma lesão e o colagénio fica exposto, 
as plaquetas são ativadas e vão iniciar a sua função 
na formação do tampão plaquetário. O tampão 
plaquetário consiste num aglomerado de plaquetas 
que se forma em torno do local da lesão no vaso 
sanguíneo. 
Eventos que levam à formação do trombo 
_Um trombo pode obstruir o fluxo sanguíneo numa 
veia ou artéria. 
_Se o trombo se libertar da parede do vaso e migrar 
até aos pulmões ou outros órgãos vitais, pode tornar-
se um êmbolo potencialmente fatal. 
_O sistema de coagulação depende de um equilíbrio 
delicado entre: 
 Fatores coagulantes e anticoagulantes naturais; 
 O sistema de coagulação e fibrinolítico. 
_A formação de um trombo ocorre quando existe um 
desequilíbrio no sistema de coagulação, dando 
origem a uma série de problemas de saúde graves. 
 
Tríade de Virchow 
 Há mais de 150 anos, o patologista alemão 
Rudolph Virchow postulou que a formação e 
propagação de um trombo 
resultavam de anomalias 
em três grandes domínios: 
 Fluxo sanguíneo; 
 Parede do vaso 
sanguíneo; 
 Componentes do 
sangue. 
 Estes três fatores são 
conhecidos como a tríade 
de Virchow. Entretanto, as 
características da tríade de 
Virchow foram 
aperfeiçoadas: 
 Estase circulatória – 
anomalias no fluxo 
sanguíneo e turbulência 
nas bifurcações dos vasos 
e regiões estenóticas; 
 Lesão na parede vascular 
– anomalias no endotélio, 
como por exemplo, 
aterosclerose e inflamação vascular; 
 Estado hipercoagulável – anomalias nas 
vias de coagulação e fibrinolíticas e na 
função plaquetária associadas a um risco 
acrescido de TEV e de outras doenças 
cardiovasculares. 
 
Embolismo 
 A presença de um corpo estranho na circulação 
(sólido, líquido ou gasoso), atuando como êmbolo, e 
que, passando pela circulação, poderá obstruir um 
vaso de diâmetro menor que o êmbolo, causando a 
embolia. 
 
 
Bioquímica do Sangue: Coagulação. 
Marcos Lorran Paranhos Leão – Turma 111 – Medicina. 
 
Universidade de Pernambuco – UPE. 
Recife – PE. 
2019 
 
 
Hemostasia 
A hemostasia é um processo vital que ocorre de 
forma contínua no organismo sem nossa percepção, 
consiste em manter a integridade do sistema 
circulatório, especialmente dos vasos sanguíneos 
para evitar que ocorram perdas de sangue ou 
hemorragias. 
Etapas: 
1. Hemostasia Primária: ocorre 
a vasoconstrição, o que torna menor o fluxo 
sanguíneo; as plaquetas se agregam no local 
em que há o sangramento , formando um 
tampão inicial. 
2. Hemostasia Secundária: maior fase do 
processo. Envolve uma série de reações 
enzimáticas, que começa com a formação 
da tromboplastina pela ação dos fatores do 
plasma, das plaquetas ou do tecido. A 
tromboplastina, em presença do íon Ca++ e de 
outros fatores plasmáticos, converte a 
protrombina do plasma na enzima trombina. A 
trombina transforma o fibrinogênio em fibrina, 
e esta, por ser uma proteína insolúvel, precipita-
se, formando uma rede de filamentos. O 
depósito da rede de fibrina na extremidade 
lesada no vaso retém células sanguíneas, 
formando-se assim, um tampão denominado 
trombo, capaz de obstruir o vaso lesado e 
estancar o sangramento. A protrombina é 
formada no fígado, e para que sua síntese 
ocorra, é necessária a presença da vitamina K. 
Essa vitamina é sintetizada no intestino dos 
mamíferos por bactérias. 
3. Hemostasia Terciária: ocorre a fibrinólise, 
ou seja, a dissolução de fibrina, reativando o 
fluxo sanguíneo. A fibrina é degradada pela 
plasmina, proveniente do plasminogênio. 
 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica do Sangue: Coagulação. 
Marcos Lorran Paranhos Leão – Turma 111 – Medicina. 
 
Universidade de Pernambuco – UPE. 
Recife – PE. 
2019 
 Quando se trata de hemorragias pequenas, o 
tampão de plaquetas, mencionado no início, pode ser 
suficiente para parar a hemorragia. No entanto, por 
vezes ele apenas dá um contributo inicial e é 
necessário continuar o trabalho até parar a 
hemorragia. 
 É aqui que se inicia a cascata da coagulação. 
 
A cascata da coagulação 
 O objetivo da cascata da coagulação é 
transformar o sangue num gel com consistência 
gelatinosa para parar uma hemorragia. 
 Na verdade, este coágulo sanguíneo irá reforçar o 
tampão de plaquetas. 
 O termo cascata é utilizado porque existe uma 
sucessão de acontecimentos (reações químicas) até à 
formação do coágulo final. 
 Os principais intervenientes na cascata da 
coagulação são os fatores de coagulação. 
 Os fatores de coagulação são proteínas 
presentes no sangue. 
 Existem vários fatores de coagulação, sendo 
classificados numericamente através da numeração 
romana. 
– Fator I (Fibrinogénio) 
– Fator Ia (Fibrina) 
– Fator II (Protrombina) 
– Fator IIa (Trombina) 
– Fator VII 
– Fator III (Fator tecidual) 
– Fator IV (Cálcio) 
– Fator V 
– Fator VI 
– Fator VIII 
– Fator IX 
– Fator X 
– Fator XI 
– Fator XII 
– Fator XIII (Fator 
estabilizante da fibrina). 
Obs: A letra “a” associada 
ao fator de coagulação 
expressa a forma ativada 
dele. 
 Objetivo principal da cascata: produzir trombina 
a partir de protrombina, na presença do fator X; e 
conversão de fibrinogênio em fibrina, na presença de 
trombina; 
 De uma forma muito simples o que acontece em 
cada etapa é que um fator na sua forma inativa é 
ativado e convertido numa enzima (substância 
química) capaz de atuar e permitir a passagem para 
o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores são 
necessários para que a cascata chegue ao fim. 
 
 
 No final, depois de todos os fatores de 
coagulação terem sido ativados, vamos ter um 
coágulo sanguíneo reforçado por uma substância 
chamada fibrina que tem o aspeto de uma rede. A 
fibrina permite fazer um reforço bastante eficaz do 
coágulo sanguíneo impedindo que o sangue continue 
a sair para o exterior do vaso sanguíneo. 
Vale dizer que: 
Homeostase 
_Os mecanismos hemostáticos devem estar em 
equilíbrio com os mecanismos inibitórios, pois o 
tampão formado pode ocluir o vaso – trombose; 
_A hemostasia consiste na vasoconstrição, atividade 
plaquetária, coagulação e fibrinólise (“retirada” do 
coágulo); 
_Quando o tampão formado se solta e oclui um outro 
local adiante: embolia; 
_Plaquetas são fragmentos celulares formados a 
partir de megacariócitos; 
_A fibrina é formada a partir do fibrinogênio; OBS 
o fibrinogênio é formado no fígado. Doenças 
 
Bioquímica do Sangue: Coagulação. 
Marcos Lorran Paranhos Leão – Turma 111 – Medicina. 
 
Universidade de Pernambuco – UPE. 
Recife – PE. 
2019 
hepáticas podem comprometer a síntese desse 
composto; 
_Os pequenos vasos, quando lesionados, promovem 
a vasoconstriçãoarteriolar, reduzindo o fluxo 
sanguíneo naquele local (uma das vantagens da 
vasoconstrição quando há lesão é manter esse 
tampão primário até a formação da fibrina, uma vez 
que haverá um fluxo sanguíneo menor na região); 
_Ao formar o tampão primário as plaquetas liberam 
ADP e tromboxano A2, que permite a adesão e 
ativação de cada vez mais plaquetas; 
_Trombocitopenia é a baixa contagem de plaquetas. 
Essa condição pode ocorrer pela formação 
defeituosa de plaquetas (ex: leucemia mielóide 
aguda), excessiva destruição (ex: anticorpos 
plaquetários) ou pelo consumo excessivo de 
plaquetas (ex: sequestro por um baço aumentado); 
Obs: o sangramento excessivo pode ser ocasionado 
pela trombocitopenia, hemofilia e pela carência de 
vitamina K; 
_As plaquetas se aderem ao colágeno subendotelial 
através do fator de von Willebrand – o vWF – que é 
liberado pelas células endoteliais. O vWF se liga às 
fibras de colágeno e as plaquetas; 
_O vWF transporta o fator VIII até o local da lesão 
também. Obs: a doença de Von Willebrand causa 
sangramento excessivo por não fazer a adesão 
plaquetária e por não transportar o fator de 
coagulação VIII; O tratamento é feito com 
desmopressina, que promove a liberação do vWF das 
células endoteliais na circulação; 
_A lesão vascular ativa fatores de coagulação que 
buscarão a formação da trombina, que converte o 
fibrinogênio plasmático (solúvel) em fibrina 
(insolúvel); 
_O colágeno possui grande importância na ativação 
da hemostasia. Diante disso, pode-se concluir que 
distúrbios na síntese do colágeno afeta o processo de 
coagulação. 
Coagulação 
_As fibras iniciais de fibrina são frágeis, mas elas se 
tornam resistentes devido a ação do fator XIII. Esse 
fator é liberado pelas plaquetas e ativado pela 
trombina; 
_O tecido endotelial intacto previne a formação de 
coágulos (superfície antitrombótica) pela sua 
maciez, o glicocálice do epitélio – que repele os 
fatores de coagulação e as plaquetas – e pela 
trombomodulina aderida (que ativa a proteína C, que 
inativa os fatores V e VIII). A lesão prejudica a 
maciez, a camada de glicocálice e a trombolina, 
permitindo a coagulação; 
_Na via intrínseca da cascata de coagulação, todos 
os fatores enzimáticos são encontrados no plasma 
nas formas inativas antes da coagulação e é iniciada 
com uma superfície estranha ao endotélio. Obs: O 
colágeno pode ser a superfície estranha que inicia a 
via intrínseca; 
 
_Pessoas sem o fator VIII são as que possuem 
hemofilia clássica; 
_O complexo Xa – V é chamado também de 
complexo da protrombinase, ele está inicialmente, 
inativo, nesse processo; mas ele se ativa assim que a 
trombina começa a ser produzida, acelerando o 
processo (feedback positivo). Obs: o íon cálcio e 
fosfolipídios se associam ao complexo Xa – V na via 
intrínseca e na via extrínseca; 
_Na via extrínseca da cascata de coagulação, assim 
como na intrínseca, visará a ativação do fator X, que 
é um ponto comum das duas; 
_É iniciada com a ativação do fator VII (em fator 
VIIa), em decorrência de alguma injúria vascular, 
que exponha o fator tecidual (III). 
_Tanto na via extrínseca quanto na intrínseca, o 
cátion de cálcio e os fosfolipídios não são 
necessários; no entanto, a falta desses compostos faz 
a capacidade de conversão de protrombina cair 
drasticamente; 
_ Um ponto que vale a pena ressaltar sobre a 
coagulação é que cada fator ativado irá ativar muitos 
outros do fator seguinte da cascata. 
_A via extrínseca pode ser mais rápida que a 
intrínseca, uma vez que é regulada apenas pelos 
fatores V, VII, X e tecidual; 
_Mecanismo de retroativação: 
Ex: trombina forma a fibrina e catalisa a ativação dos 
fatores acessórios V, XI e VIII, promovendo a 
formação de mais fibrina. 
Fim do processo 
_A finalização é feita pela plasmina, que “digere” o 
coágulo. 
 A forma inativa da plasmina é o plasminogênio. 
 Ela digere as fibras de fibrina; o fibrinogênio; os 
fatores V, VIII e XII; e a protrombina; 
Bioquímica do Sangue: Coagulação. 
Marcos Lorran Paranhos Leão – Turma 111 – Medicina. 
 
Universidade de Pernambuco – UPE. 
Recife – PE. 
2019 
_Uma boa quantia de plasminogênio fica retida nas 
fibras de colágeno; 
_Os tecidos lesados e o endotélio liberam, 
lentamente, um ativador de plasminogênio tecidual; 
_Muito tempo depois que o sangramento já está 
estancado começa a ativação do plasminogênio em 
plasmina, havendo a remoção dessas estruturas 
citadas, esse processo é importante para desobstruir 
de vasos sanguíneos pequenos. 
 
Referências 
 Formação de um trombo. Thrombosis Adviser 
for healthcare professionals. 20 de fevereiro de 
2019. Disponível em: 
https://www.thrombosisadviser.com/formacao-de-
um-trombo/. Acesso em: 09 de março de 2019. 
 Hemostasia. QueConceito. São Paulo. Disponível 
em: https://queconceito.com.br/hemostasia. Acesso 
em: 09 de março de 2019. 
 Coagulação sanguínea. Unidos pela hemofilia. 
Disponível em: 
https://www.unidospelahemofilia.pt/o-
sangue/coagulacao-sanguinea/. Acesso em: 09 de 
março de 2019. Referências disponíveis em: 
https://www.unidospelahemofilia.pt/referencias/. 
 SUTANI, Bruno. Sangue. Resumo Bioquímica. 
Disponível em: 
https://drive.google.com/open?id=1uG_h1_kHBAyt
60NbYZwm5HBwpt_F-LbV. Acesso em: 09 de 
março de 2019.