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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel “O Senhor dá força ao seu povo e o abençoa, dando-lhe tudo o que é BOM”. Salmos 29.11 E-mail: cartaaosconcurseiros@gmail.com Instagram: @CartaaosConcurseiros DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS ÍSIS MIGUEL DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 1 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS ÍSIS MIGUEL SUMÁRIO 1 TEORIA GERAL DO PROCESSO ........................................................................................... 10 1.1 PROCESSO x PROCEDIMENTO ...................................................................................... 10 1.2 ATIVIDADE JURISDICIONAL ............................................................................................ 10 1.3 ELEMENTOS DA AÇÃO ................................................................................................... 11 2 PETIÇÃO INICIAL .................................................................................................................... 12 2.1 REQUISITOS .................................................................................................................... 12 2.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL ........................................................ 12 2.2.1 Endereçamento ........................................................................................................... 12 2.2.2 Qualificação das partes ............................................................................................... 13 2.2.3 Causa de Pedir (FATOS e FUNDAMENTOS DO PEDIDO) ........................................ 13 2.2.4 Pedidos ....................................................................................................................... 14 2.2.5 VALOR DA CAUSA ..................................................................................................... 14 2.3 PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA ...................................................................... 14 2.4 TUTELA DE URGÊNCIA ................................................................................................ 15 PEÇAS PRÁTICAS ..................................................................................................................... 16 1 HABEAS DATA ........................................................................................................................ 16 1.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 16 1.2 Base Legal ........................................................................................................................ 16 1.3 Finalidade .......................................................................................................................... 16 1.4 LEGITIMIDADE ATIVA (IMPETRANTE) ............................................................................ 17 1.5 LEGITIMIDADE PASSIVA (IMPETRADO) ......................................................................... 17 1.6 Requisito Essencial ........................................................................................................... 18 1.7 Jurisprudência STJ ............................................................................................................ 18 1.8 Hipóteses de NÃO cabimento ........................................................................................... 20 1.9 Fundamentação ................................................................................................................. 20 1.10 Tutela de Urgência .......................................................................................................... 20 1.11 Gratuidade ....................................................................................................................... 21 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 2 1.12 Competência ................................................................................................................... 21 1.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS DATA ........................................................................ 23 2 AÇÃO POPULAR ..................................................................................................................... 27 2.1 Histórico, conceito e natureza jurídica ............................................................................... 27 2.2 Base Legal ........................................................................................................................ 27 2.3 Finalidade .......................................................................................................................... 28 2.4 Jurisprudência ................................................................................................................... 28 2.5 Legitimidade Ativa (autor) .................................................................................................. 29 2.6 Legitimidade Passiva (réus) ............................................................................................... 30 2.7 Papel do MP ...................................................................................................................... 30 2.8 Gratuidade ......................................................................................................................... 31 2.9 Tutela de Urgência ............................................................................................................ 31 2.10 Competência ................................................................................................................... 31 2.11 SÚMULAS DO STF ......................................................................................................... 33 2.12 Hipóteses de cabimento da Ação Popular ....................................................................... 33 2.13 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO POPULAR ...................................................................... 33 3 HABEAS CORPUS .................................................................................................................. 38 3.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 38 3.2 Base Legal ....................................................................................................................... 38 3.3 Finalidade ......................................................................................................................... 38 3.4 Legitimidade Ativa (impetrante) ..................................................................................... 39 3.5 Paciente ............................................................................................................................ 39 3.6 Legitimidade Passiva (impetrado) ...................................................................................... 39 3.7 Habeas Corpus e Prisão do Militar ................................................................................. 40 3.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................... 40 3.9 Gratuidade ......................................................................................................................... 40 3.10 Competência ................................................................................................................... 41 3.11 Súmulas do STF .............................................................................................................. 42 3.12 Habeas Corpus e CPI ......................................................................................................42 3.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS CORPUS ................................................................... 43 4 MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................................................................... 46 4.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 47 4.2 Base Legal ....................................................................................................................... 48 4.3 Modalidades ..................................................................................................................... 48 4.3.1 Súmulas do STF ......................................................................................................... 49 4.4 Pressupostos do Remédio ................................................................................................. 49 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 3 4.5 Jurisprudências ................................................................................................................. 49 4.6 Legitimidade Passiva ...................................................................................................... 51 4.7 Participação do MP .......................................................................................................... 52 4.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................... 52 4.9 Competência ..................................................................................................................... 53 4.10 Honorários de Advogado ................................................................................................. 53 4.11 Principais diferenças entre o MI e a ADO ........................................................................ 54 4.12 OMISSÃO INCONSTITUCIONAL .................................................................................... 54 4.13 Jurisprudência do STF – Decisão final prevista na Lei 13.300/16 .................................... 55 4.14 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................... 55 5 MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................. 60 5.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 60 5.2 Base Legal ....................................................................................................................... 60 5.3 Modalidades ..................................................................................................................... 60 5.4 Enunciados do STF ........................................................................................................... 62 5.5 Espécies ............................................................................................................................ 62 5.6 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS ............................................................................................ 63 5.7 Hipóteses de cabimento do MS ......................................................................................... 65 5.8 Polo Passiva .................................................................................................................... 65 5.9 Tutela de Urgência ............................................................................................................ 65 5.10 Hipóteses de NÃO cabimento....................................................................................... 65 5.11 Competência .................................................................................................................. 66 5.12 Súmulas do STF .............................................................................................................. 67 5.13 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE SEGURANÇA .................................................. 68 5.14 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ............................... 72 6 AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM .................................................................................... 80 6.1 As principais diferenças entre o MS e a AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM ............... 80 6.2 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM ....................................... 82 7 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................................. 90 7.1 Principais diferenças entre a ACP e o MS Coletivo ........................................................... 92 7.2 Histórico ............................................................................................................................ 93 7.3 Base Legal ........................................................................................................................ 93 7.4 Finalidade .......................................................................................................................... 93 7.5 Legitimidade Ativa ............................................................................................................. 93 7.6 Legitimidade Passiva ......................................................................................................... 94 7.7 Órgão Competente ............................................................................................................ 94 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 4 7.8 Tutela de urgência ............................................................................................................. 95 7.9 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ................................................................ 95 8 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO ............................................................................. 99 9 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE .................................................................. 100 9.1 Histórico .......................................................................................................................... 100 9.2 Base Legal ...................................................................................................................... 100 9.3 Finalidade ........................................................................................................................ 100 9.4 Legitimidade Ativa ........................................................................................................... 101 9.4.1 Qualificação .............................................................................................................. 102 9.5 Jurisprudência sobre legitimidade – ADI, ADC, ADO e ADPF ......................................... 102 9.6 Qualificação dos demais Legitimados Ativos ................................................................... 104 9.7 Legitimidade PASSIVA .................................................................................................... 105 9.8 Capacidade Postulatória .................................................................................................. 106 9.9 Objeto .............................................................................................................................. 106 9.10 Participação do PGR ..................................................................................................... 107 9.11 Participação do AGU ..................................................................................................... 107 9.12 Honorários Advocatícios e Custas ................................................................................. 107 9.13 Tutela de Urgência ........................................................................................................108 9.14 MODELOS DE PEÇA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................. 108 10 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ..................................................... 115 10.1 Histórico ........................................................................................................................ 115 10.2 Base Legal .................................................................................................................... 115 10.3 Finalidade ...................................................................................................................... 116 10.4 REQUISITO FUNDAMENTAL - CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE ................. 116 10.5 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 116 10.6 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 117 10.7 Objeto ............................................................................................................................ 117 10.8 Participação do PGR ..................................................................................................... 117 10.9 Participação do AGU ..................................................................................................... 118 10.10 Legitimidade PASSIVA ................................................................................................ 118 10.11 Tutela de Urgência ...................................................................................................... 118 10.12 Honorários Advocatícios e Custas ............................................................................... 119 10.13 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ...... 119 11 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ...................................... 123 11.1 Histórico ........................................................................................................................ 123 11.3 Base Legal .................................................................................................................... 123 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 5 11.4 Omissões Normativas .................................................................................................... 123 11.5 Legitimidade Ativa. ........................................................................................................ 124 11.6 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 124 11.7 Participação do PGR ..................................................................................................... 124 11.8 Participação do AGU ..................................................................................................... 124 11.9 Diferenças entre ADO e MI ............................................................................................ 125 11.10 Cautelar e efeitos das decisões definitivas .................................................................. 125 11.11 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.............................................................................................................................. 126 12 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ............................. 129 12.1 Histórico ........................................................................................................................ 129 12.2 Base Legal .................................................................................................................... 129 12.3 Definição de Preceito Fundamental ............................................................................... 129 12.4 Caráter Subsidiário ........................................................................................................ 130 12.5 Hipóteses principais de cabimento ................................................................................ 130 12.6 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 130 12.7 Legitimidade PASSIVA .................................................................................................. 131 12.8 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 131 12.9 Participação do PGR ..................................................................................................... 131 12.10 Participação do AGU ................................................................................................... 132 12.11 Medida cautelar ........................................................................................................... 132 12.12 MODELO DE PEÇA DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL.................................................................................................................... 132 13 REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI ESTADUAL) ........................... 136 13.1 Histórico ........................................................................................................................ 136 13.2 Base legal ...................................................................................................................... 136 13.3 Normas de observância/reprodução obrigatória ............................................................ 137 13.4 Parâmetro e Órgão Competente .................................................................................... 137 13.5 Objeto ............................................................................................................................ 137 13.6 Demais Ações do Controle ............................................................................................ 137 13.7 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 138 13.8 Recorribilidade das decisões do TJ ............................................................................... 138 13.9 Representação de Inconstitucionalidade ....................................................................... 138 13.10 Amicus Curiae ............................................................................................................. 138 13.10 MODELO DE PEÇA DA REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI ESTADUAL) .......................................................................................................................... 139 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 6 14 PARECER JURÍDICO .......................................................................................................... 142 14.1 MODELO DE PARECER ............................................................................................... 143 15 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO ........................................................... 146 15.1 Base Legal .................................................................................................................... 147 15.2 Cabimento ..................................................................................................................... 147 15.3 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 147 15.4 Legitimidade Passiva ..................................................................................................... 147 15.5 Prazo .............................................................................................................................148 15.6 Órgão competente ......................................................................................................... 148 15.7 Provas Indispensáveis ................................................................................................... 148 15.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................ 148 15.9 MODELO DE PEÇA DE AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO .............. 149 16 RECLAMAÇÃO .................................................................................................................... 151 16.1 Histórico ........................................................................................................................ 152 16.2 Base Legal .................................................................................................................... 152 16.3 Hipóteses de cabimento na CRFB/88 ............................................................................ 152 16.4 Hipóteses de cabimento no NCPC ................................................................................ 153 16.5 Legitimidade Ativa (RECLAMANTE) .............................................................................. 155 16.6 Decisão Objeto da reclamação (DECISÃO RECLAMADA) ............................................ 155 16.7 Prazo ............................................................................................................................. 155 16.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................ 156 16.9 Jurisprudência do STF ................................................................................................... 156 16.10 MODELO DE PEÇA DE RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL ..................................... 158 17 RESUMÃO ........................................................................................................................... 165 18 TEORIA GERAL DOS RECURSOS ..................................................................................... 166 18.1 Definição ....................................................................................................................... 166 18.2 Finalidade ...................................................................................................................... 167 18.3 Espécies ........................................................................................................................ 167 18.4 Princípios norteadores ................................................................................................... 167 18.5 Natureza da “decisão” ................................................................................................... 168 18.6 Recursos cabíveis ......................................................................................................... 168 18.7 Efeitos dos recursos ...................................................................................................... 169 18.8 Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito ................................................................... 169 18.9 Preparo .......................................................................................................................... 170 18.10 Prazo ........................................................................................................................... 170 18.11 PASSOS PARA IDENTIFICAR O RECURSO CABÍVEL .............................................. 171 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 7 19 APELAÇÃO .......................................................................................................................... 171 19.1 Base legal e Cabimento ................................................................................................. 171 19.2 Prazo ............................................................................................................................. 172 19.3 Preparo .......................................................................................................................... 172 19.4 Marcações importantes.................................................................................................. 172 19.5 Procedimento ................................................................................................................ 172 19.6 Novidade ....................................................................................................................... 173 19.7 MODELO DE APELAÇÃO ............................................................................................. 173 20 RECURSOS ORDINÁRIOS para o STF e STJ..................................................................... 180 20.1 Definição ....................................................................................................................... 180 20.2 Base legal e Cabimento ................................................................................................. 180 20.3 Prazo ............................................................................................................................. 181 20.4 Preparo .......................................................................................................................... 182 20.5 Peça de Interposição ..................................................................................................... 182 20.6 MODELO DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ......................................... 182 21 AGRAVOS ........................................................................................................................... 185 21.1 AGRAVO DE INSTRUMENTO ...................................................................................... 185 21.1.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 186 21.1.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 186 21.1.3 PRAZO .................................................................................................................... 186 21.1.4 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 187 21.1.5 TUTELA DE URGÊNCIA NO AGRAVO DE INSTRUMENTO .................................. 187 21.1.6 MODELO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO .......................................................... 187 21.2 AGRAVO INTERNO ...................................................................................................... 191 21.2.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 191 21.2.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 191 21.2.3 PRAZO .................................................................................................................... 191 21.2.4 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 191 21.2.5 MODELO DE AGRAVO INTERNO .......................................................................... 192 21.3 AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO ............... 194 21.3.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 194 21.3.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 194 21.3.3 PRAZO .................................................................................................................... 194 21.3.4 PROCEDIMENTO................................................................................................... 195 21.3.5 MODELO DE AGRAVO EM RE e EM RESP ........................................................... 195 22 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................................... 197 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 8 22.1 BASE LEGAL ................................................................................................................ 197 22.2 CABIMENTO ................................................................................................................. 197 22.3 PRAZO .......................................................................................................................... 198 22.4 CABIMENTO ................................................................................................................. 198 22.5 MODELO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ............................................................ 198 23 ASPECTOS COMUNS do RE e do RESP ............................................................................ 200 24 RECURSO EXTRAORDINÁRIO .......................................................................................... 201 24.1 Base Legal .................................................................................................................... 201 24.2 Cabimento ..................................................................................................................... 201 24.3 Prazo ............................................................................................................................. 202 24.4 Preparo .......................................................................................................................... 202 24.5 Repercussão Geral ........................................................................................................ 203 24.6 Prequestionamento ........................................................................................................ 203 24.7 Estrutura da Peça .......................................................................................................... 203 24.8 Súmulas STF ................................................................................................................. 203 24.9 MODELO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO .............................................................. 204 25 RECURSO ESPECIAL ......................................................................................................... 211 25. 1 Base Legal.................................................................................................................... 211 25.2 Cabimento ..................................................................................................................... 211 25.3 Prazo ............................................................................................................................. 212 25.4 Preparo .......................................................................................................................... 212 25.5 Prequestionamento ........................................................................................................ 212 25.6 Estrutura da Peça .......................................................................................................... 212 25.7 Súmulas STJ ................................................................................................................. 212 25.8 MODELO DE RECURSO ESPECIAL ............................................................................ 212 26 ESPÉCIES DE RESPOSTAS DO RÉU ................................................................................ 216 27 Contestação ......................................................................................................................... 216 27.1 Base Legal .................................................................................................................... 216 27.2 Preliminares da Contestação ......................................................................................... 216 27.3 Prazo: ............................................................................................................................ 216 27.4 Conteúdo da contestação .............................................................................................. 217 27.4.1 Das preliminares ..................................................................................................... 217 a) Preliminares DILATÓRIAS ...................................................................................... 217 b) Preliminares PEREMPTÓRIAS ............................................................................... 218 27.5 MODELO DE CONTESTAÇÃO ..................................................................................... 219 28 RECONVENÇÃO ................................................................................................................. 221 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 9 29 CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO ................................................................................... 222 30 TUTELA DE EVIDÊNCIA ..................................................................................................... 224 31 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ......................................................................................... 225 DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 1 TEORIA GERAL DO PROCESSO 1.1 PROCESSO x PROCEDIMENTO PROCESSO é o meio utilizado para solucionar os litígios. O Direito Processual Civil prevê duas espécies de processo: Processo de Conhecimento (de cognição) As partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos jurídicos para que ele possa substituir a vontade de uma das partes por um ato seu. Processo de Execução (arts. 771 e ss.) É o meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta por lei ou por uma decisão judicial. Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pretensão jurisdicional, o PROCEDIMENTO é o modo e a forma como os atos do processo se desenvolvem. E, de acordo com alguns autores, é sinônimo de RITO. PROCESSO DE CONHECIMENTO ( Procedimento Comum É residual. Arts. 318 e ss. do CPC. Permite a dilação probatória, a instrução processual etc. Procedimentos Especiais Em leis próprias: MS, MI, etc. 1.2 ATIVIDADE JURISDICIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 11 1.3 ELEMENTOS DA AÇÃO LEGITIMIDADE DAS PARTES (legitimidade ad causam/para agir) Poder jurídico de conduzir validamente um processo, envolve o polo ativo e o passivo. INTERESSE PROCESSUAL UTILIDADE (que pode propiciar os benefícios) e NECESSIDADE (que não se alcança uma solução amigável ao proveito que se precisa) do processo. DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 12 2 PETIÇÃO INICIAL 2.1 REQUISITOS Art. 319, CPC: I. Endereçamento; II. Qualificação das partes; III. Causa de pedir (fatos e fundamentos); a. Fundamentos – base constitucional, infraconstitucional, jurisprudencial (se houver), súmulas, entendimento doutrinário, princípios. IV. Pedido; V. Valor da causa; VI. Requerimento de provas; VII. Opção pela realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação. 2.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 2.2.1 Endereçamento Qual é a justiça competente? Especializada? Trabalhista, Eleitoral e Militar. COMUM?Estadual (residual) - é dividida em: Comarcas (divisão territorial, pode representar a área de um município ou de vários); e Varas (divisão especializada das Comarcas, que pode ser uma Vara Única ou Varas Especializadas: Criminais, Fazenda Pública, Cíveis etc.); Federal (art. 109, da CRFB/88) É dividida em Seções Judiciárias, de acordo com os Estados da Federação e o DF (art. 110, CRFB/88). A competência para julgamento é de: Tribunal? Juiz monocrático? Ex.: EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL • OBS.: As ações de competência originária do Tribunal são endereçadas ao DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 13 PRESIDENTE deste. EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO ... EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... 2.2.2 Qualificação das partes Acrescenta-se também a nacionalidade e o RG. Ex.: Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., portador do RG n°... e do CPF n° ... , endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem, com fundamento nos termos do art. ..., IMPETRAR (MS, MI, HC, HD) ou AJUIZAR (AP, ACP) em face de... Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com sede..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem, com fundamento nos termos do art. ..., IMPETRAR (MS, MI, HC, HD) ou AJUIZAR (AP, ACP) em face de... 2.2.3 Causa de Pedir (FATOS e FUNDAMENTOS DO PEDIDO) Para os FATOS, gastar no máximo de dois a três parágrafos. Quanto aos FUNDAMENTOS, é a parte mais extensa da peça, na qual se deve colocar toda fundamentação jurídica, toda base legal, jurisprudencial. FUNDAMENTOS: • Primeiro parágrafo – base constitucional; • Segundo parágrafo – base infraconstitucional; • Terceiro parágrafo – base constitucional e legal do direito material envolvido; • Quarto parágrafo – aspectos processuais o Competência; o Legitimidade ativa; o Legitimidade passiva. DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 14 Ex.: Mandado de Segurança O Mandado de Segurança, conforme prevê o art. 5º, inciso LXIX da CRFB/88, é um remédio constitucional residual, será utilizado quando não for hipótese de Habeas Corpus e Habeas Data, pode ser impetrado em face de ilegalidade, de abuso de poder ... De acordo com a Lei 12.016/2009, o Mandado de Segurança é um remédio residual e deverá ser aplicado para defender direito líquido e certo quando não cabível as demais ações... 2.2.4 Pedidos Em face do exposto, requer a V. Exa.: a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 239, caput, do CPC – o requerimento para a citação do réu ou do interessado); b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, do CPC – o pedido, com as suas especificações); c) A condenação do réu no ônus da sucumbência (art. 85, caput, do CPC); d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados); e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, do CPC – A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação). 2.2.5 VALOR DA CAUSA Quando NÃO há um valor específico a ser adotado: • Valor da causa de R$1.000,00, para fins procedimentais; • Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15; • Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. ATENÇÃO! Na Ação Popular, nas Ações Ordinárias e na Ação Civil Pública, indicar normalmente o valor do contrato, do dano. 2.3 PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA Somente quando o enunciado da questão indicar que há HIPOSSUFICIÊNCIA! DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 15 COLOCAR ANTES DOS FATOS!!!!! NÃO PRECISA REPETIR NOS PEDIDOS! Ex.: Com base no art. 99, do CPC, o autor querer a V. Exª. a concessão do benefício da gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. O pedido de gratuidade da justiça pode ser feito a qualquer momento do processo. 2.4 TUTELA DE URGÊNCIA TUTELA DE URGÊNCIA (art. 300 e ss) É gênero que compreende duas espécies: tutela antecipada e tutela cautelar (liminar), que exigem urgência na concessão do Direito e reclamam o preenchimento dos mesmos requisitos: • Probabilidade do direito; • Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. TUTELA ANTECIPADA (art. 303 e 304 do CPC) Se presta a satisfazer efetivamente o direito da parte e dependerá de requerimento expresso da parte interessada na petição inicial (tem natureza satisfativa). Importante ressaltar que a tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder NÃO for interposto o respectivo recurso, de acordo com o caput do art. 304 do CPC. Trata-se da chamada estabilização da tutela antecipada. TUTELA CAUTELAR (art. 305 a 310 do CPC) Trata-se de uma tutela de urgência com natureza cautelar. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal deverá ser apresentado pelo autor nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. TÓPICO – TUTELA DE URGÊNCIA • Primeiro parágrafo – base legal da tutela e o tipo da tutela; • Segundo parágrafo – probabilidade do direito; • Terceiro parágrafo – risco ao resultado útil do processo. DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 16 PEÇAS PRÁTICAS 1 HABEAS DATA Art. 5º, LXXII, CRFB/88. Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o CONHECIMENTO de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a RETIFICAÇÃO de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 1.1 Histórico, natureza jurídica e conceito Surgiu com a Constituição de 1988. Trata-se de uma AÇÃO CONSTITUCIONAL, mas no plano infraconstitucional é uma AÇÃO CIVIL COM PROCEDIMENTO ESPECIAL (mais célere e não admite dilação probatória). Surgiu para tutelar a intimidade e a vida privada (art. 5º, X), os dados protegidos são os pessoais (art. 5º, XXXIII – informação sobre dados pessoais). 1.2 Base Legal • Base constitucional – art. 5º, LXXII, CRFB/88; • Base infraconstitucional – Lei 9.507/97. 1.3 Finalidade Na Constituição, para CONHECER ou RETIFICAR dados pessoais. A lei 9.507/97 acrescentou a hipótese de COMPLEMENTAR dados pessoais (art. 7º, III). O entendimento majoritário é o de que cabe HD para conhecer OU para retificar OU para complementar dados pessoais, ou seja, a ação serve somente para uma destas finalidades. Exemplos de dados pessoais: DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 17 • Nome; • Características pessoais; • Qualificação pessoal; • Escolaridade; • Trabalho; • Saúde; • Dados genéticos etc. Art. 5º, X, da CRFB/88. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano materialou moral decorrente de sua violação. Art. 5º, XXXIII, da CRFB/88. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular (...), que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 1.4 LEGITIMIDADE ATIVA (IMPETRANTE) Legitimo titular do dado (pessoa natural ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira), pois é um REMÉDIO PERSONALÍSSIMO. EXCEÇÃO: Herdeiros do falecido – nesse caso, faz-se a qualificação do herdeiro e logo após acrescenta-se que diz respeito a dado do falecido. 1.5 LEGITIMIDADE PASSIVA (IMPETRADO) Quem estará no polo passivo do HD é a AUTORIDADE COATORA, é aquela com poder de decisão dentro daquela esfera administrativa (ex.: Ministro de Estado, Presidente da República, Governador, Secretário de Estado etc.), não sendo, portanto, o funcionário que atendeu o autor. A ação será proposta em face de, normalmente: o uma autoridade coatora que comanda um banco de dados público da administração pública direta ou indireta; o ou, ainda, de um banco de dados privado, mas que tenha caráter público (art. 5º, LXXII) – ex.: SPC e SERASA. ▪ art. 1º, parágrafo único, Lei 9.507/97. Considera-se de CARÁTER PÚBLICO todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 18 uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. ▪ ou seja, NÃO cabe HD para questionar informações constantes em bancos de dados do RH de uma empresa privada, por não possuir caráter público. NÃO cabe pedido de indenização no HD NEM pedido de dilação probatória, porque foge da natureza mais célere da ação. 1.6 Requisito Essencial Súmula nº 2 do STJ. NÃO cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa. Tentativa de acesso à informação de dados pessoais no plano administrativo. ≠ de Esgotamento de instância administrativa. Art. 8º, parágrafo único, Lei 9.507/97. A petição inicial deverá ser instruída com prova: I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o §2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. Conclui-se que a lei estabelece que o decurso do tempo faz prova da recusa do dado. “(...) O acesso ao habeas data pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a existência do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ação, torna-se inviável exercício desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito INDISPENSÁVEL para que se concretize o interesse de agir no habeas data. (...) Sem que se configure situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas data”. 1.7 Jurisprudência STJ DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 19 Para obtenção de cópia de processo administrativo NÃO é cabível o habeas data, pois no caso de a busca não ser por informações pessoais ou esclarecimentos sobre bancos de dados ou arquivos governamentais, será adequado impetrar mandado de segurança e não o habeas data. O processo administrativo NÃO tem caráter pessoal e sim público, embora possui interesse pessoal envolvido, cabendo, portanto, Mandado de Segurança neste caso. Dado pessoal ≠ de Interesse pessoal O habeas data NÃO alcança a pretensão de obter informações que estejam sob SIGILO. Portanto, se a lei trata de um dado como sendo sigiloso, ou de uso exclusivo de determinada entidade que o detém, tal dado não pode ser transferido a terceiros. O acesso a informações contidas em prontuário médico, como o exame psiquiátrico realizado por servidor nessa qualidade, pode ser assegurado via habeas data, não havendo que se falar em informações de uso interno e exclusivo do órgão que realizou o mesmo. No caso do acesso aos extratos de depósitos de FGTS é cabível o habeas data, pois a caixa econômica federal assume função estatal de gestora do mesmo, exercendo atividade do poder público, o que justifica o cabimento daquele remédio. É exemplo de HD impetrado por pessoa jurídica. NOVIDADE! Conforme o STF, o HD é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais. Essa é a conclusão do Plenário, que proveu recurso extraordinário em que discutida a possibilidade de o contribuinte, por meio do aludido remédio constitucional, acessar todas as anotações incluídas nos arquivos da Receita Federal, com relação a todos os tributos de qualquer natureza por ele declarados e controlados pelo Sistema Integrado de Cobrança – Sincor, ou qualquer outro, além da relação dos pagamentos sem liame com débitos existentes. DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 20 1.8 Hipóteses de NÃO cabimento • acesso a dados públicos (dados administrativos – de interesse de todos) – se denegados geram impetração de Mandado de Segurança; • acesso a dados sobre terceiros; • acesso à certidão denegada (art. 5º, XXXIV – a certidão é um documento que formaliza a existência de um dado, de uma informação) – da negativa da certidão que formaliza o dado gera, via de regra, a impetração de Mandado de Segurança; o ATENÇÃO! Cabe HD em face da negativa de certidão se a pessoa comprovar que a única forma de acesso ao dado era via certidão. • acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso, acesso à prova, revisão de prova – são informações públicas, embora tenham interesse pessoal; • acesso à autoria do denunciante – neste caso, cabe Mandado de Segurança, peça utilizada para defender, via de regra, a ampla defesa e o contraditório. 1.9 Fundamentação FUNDAMENTOS: • Primeiro parágrafo – base constitucional (art. 5º, LXXII); • Segundo parágrafo – base legal (Lei 9.507/97) • Terceiro parágrafo – direito material envolvido (art. 5º, X, XXXIII – no que tange os dados pessoais); • Quarto e seguintes: o Legitimidade ativa; o Legitimidade passiva; o Competência – fixada de acordo com a autoridade coatora. O Habeas Data é o remédio constitucional que permite, segundo o art. 5º, LXXII, da CRFB/88, acessar ou retificar dados pessoais. A lei 9.507/97 ampliou as hipóteses de cabimento do HD para permitir que a ação também seja apresentada para complementar dados pessoais que estão corretos, mas estão incompletos. 1.10 Tutela de Urgência DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 21 Não há na Constituição ou na Lei previsão de eventual tutela de urgência do HD, mas, a doutrina majoritária entende que, se os requisitos de urgência forem comprovados, é possível se pedir uma tutela de urgência de NATUREZA ANTECIPADA (satisfativa), a qual permitirá o conhecimento, a retificação ou a complementação do dado pessoal. ATENÇÃO! Somente fazer o pedido de tutela de urgência se a banca mencionar expressamente a necessidade de se conhecer, retificar ou complementar os dados com urgência. A tutela de urgência do HD NÃO é PRESUMIDA.TÓPICO – TUTELA DE URGÊNCIA • Primeiro parágrafo – base legal da tutela e o tipo da tutela; • Segundo parágrafo – probabilidade do direito; • Terceiro parágrafo – perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Ex.: 1. TUTELA DE URGÊNCIA A tutela de urgência do habeas data pode ser extraída dos arts. 300 e 303, do CPC, e possui natureza de tutela antecipada. A probabilidade do direito é comprovada de acordo com as provas documentais que acompanham a presente ação (se a banca mencionar provas mais específicas, pode colocar aqui). (o risco depende dos fatos) Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo é evidente ... (vai complementar com os fatos fornecidos pela banca). 1.11 Gratuidade Art. 5º, LXXVII. As ações de HD e HC são GRATUITAS para todas as pessoas, NÃO há necessidade de comprovação de hipossuficiência para ter acesso a essa gratuidade. NÃO se deve pedir na parte dos pedidos a condenação em honorários advocatícios e custas, NÃO há condenação dos ônus sucumbenciais em razão da gratuidade. 1.12 Competência A fixação de competência para o julgamento do HD é feita com base na AUTORIDADE COATORA, uma vez que é uma ação com PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 22 (analisar do tribunal maior para o menor). Art. 20, da Lei 9.507/97 Artigos da Constituição Federal Exemplo de Endereçamento Competência do STF CRFB/88, art. 102, I, d) EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Competência do STJ CRFB/88, art. 105, I, b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado (da Justiça, da Educação, da Saúde etc.), dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Competência dos TRFs CRFB/88, art. 108, I, c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO OU EXMO. SR. JUIZ FEDERAL PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO Competência da JUSTIÇA FEDERAL DE 1º GRAU (JUÍZES FEDERAIS) CRFB/88, art. 109, VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal (ex.: Superintendente da Receita Federal), excetuados os casos de competência dos Tribunais Federais; EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ... ATENÇÃO! Com base no art. 125, §1º, da CRFB/88, e de acordo com as regras de simetria, a banca já aplicou (tanto no MS, quanto na HD) a regra do “G – P – S + Mesa da Assembleia Legislativa = TJ”. EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ... DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 23 Ou seja, se no polo passivo do HD estiver o Governador do Estado, o Prefeito de Capital, o Secretário de Estado ou a Mesa da Assembleia Legislativa, a competência originária para julgamento deste HD é do Tribunal de Justiça. Competência da Justiça Comum Estadual Tem caráter RESIDUAL Se for o caso de Prefeito do interior, Secretário de Município ou Particulares, será de competência da Justiça Comum Estadual na Vara Cível, pois, no plano infraconstitucional, o HD tem natureza de AÇÃO CIVIL. EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... 1.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS DATA PASSO 1 – RESUMO DO CASO – ler o caso pelo menos 3 vezes e fazer o resumo de 2 a 3 linhas no máximo, não é uma reprodução do que já está escrito no caso, é o que entendeu deste. PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA – quem é o autor. PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA – contra quem essa peça será utilizada, a autoridade coatora. PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO – aqui pode colocar alguns fundamentos ao lado, algumas características da peça, exemplo: tutela de urgência, direito material envolvido etc. PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE – aproveita e já coloca o endereçamento. Exemplo: OAB (2010.3) Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais (...) Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 24 último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. (...) Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: a) Competência do Juízo; b) Legitimidade ativa e passiva; c) Fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) Os requisitos formais da peça inaugural. PASSO 1 – RESUMO DO CASO – ler o caso pelo menos 3 vezes e fazer o resumo de 2 a 3 linhas no máximo, não é uma reprodução do que já está escrito no caso, é o que entendeu deste. Tício tentou acessar dados pessoais que foram negados pelo Ministro de Estado da Defesa. PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA – quem é o autor. Tício, brasileiro, casado, engenheiro. PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA – contra quem essa peça será utilizada, a autoridade coatora. Ministro de Estado da Defesa. PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO – aqui pode colocar alguns fundamentos ao lado, algumas características da peça, exemplo: tutela de urgência, direito material envolvido etc. HABEAS DATA PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE – aproveita e já coloca o endereçamento. EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Art. 105, I, b, CRFB/88 Art. 20, I, a, Lei 9.507/97 EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (5 linhas) DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 25 Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG nº ... e do CPF nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa ..., com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem, com fundamento nos termos do art. 5º, LXXII da CRFB e da Lei nº 9507/97, IMPETRAR o presente HABEAS DATA em face do Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional ..., aduzindo para tanto o que abaixo se segue. I – DOS FATOS (de 2 a 3 parágrafos) Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Além disso, seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado peloMinistro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, o que claramente viola a intimidade e vida privada do impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data. II – DA PROVA DA RECUSA À INFORMAÇÃO Conforme já narrado, o impetrante teve o seu pedido indeferido em todas as instâncias administrativas, conforme documentação anexa, comprovando o requisito essencial para a impetração da presente ação, de acordo com o art. 8º, parágrafo único, I, da Lei 9507/97 e da Súmula nº 2 do STJ. III – DOS FUNDAMENTOS O art. 5º, LXXII, da CRFB/88, dispõe que o Habeas Data é o remédio constitucional responsável pela defesa em juízo dos dados pessoais que se pretende conhecer ou retificar. A referida ação também encontra fundamento na Lei 9507/97, que ampliou as hipóteses de cabimento do Habeas Data, permitindo que o remédio também seja utilizado para a complementação de dados pessoais, de acordo com seu art. 7º, III. O direito à informação é um direito fundamental consagrado pelo texto constitucional no DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 26 art. 5º, XXXIII. Além disso, conforme previsão no art. 5º, X, da CRFB/88, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. A competência para julgamento do Habeas Data é fixada de acordo com a autoridade coatora. Sendo assim, por força do art. 105, I, b, da CRFB/88 e do art. 20, I, b, da Lei 9507/97, tendo em vista que a autoridade coatora é o Ministro de Estado da Defesa, o foro competente para julgamento da ação é o STJ. Também é importante ressaltar que o impetrante é o titular do dado pessoal que se pretende conhecer por meio desta, o que está em harmonia com a natureza personalíssima da ação. IV – DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer a V. Exa.: a) que seja notificada a autoridade coatora, o Ministro de Estado da Defesa, nos termos da presente, a fim de que preste demais informações que julgar necessárias; b) a procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante o acesso às informações de seu interesse; c) a intimação do Representante do Ministério Público; d) a juntada dos documentos. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. Ou: Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. Ou: Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. Termos em que, pede deferimento Local... e data... Advogado... OAB n.º ... DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 27 2 AÇÃO POPULAR Art. 5º, LXXIII, CRFB/88. Qualquer CIDADÃO é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo1 ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 2.1 Histórico, conceito e natureza jurídica Surgiu em 1934, foi excluída da Constituição de 1937, voltou a fazer parte da história constitucional com a Constituição de 1946 e teve seu objeto ampliado em 1988. A sua inspiração vem do direito romano, era a ação utilizada pelos cidadãos de Roma para defender as praças públicas, as sepulturas, para impedir que animais ferozes transitassem nas vias públicas, ou seja, uma ação que nasceu apresentando uma relação muito simbiótica entre o Estado e o Cidadão. A Ação Popular não vai defender direito individual ou de uma coletividade determinada, ela protege os chamados DIREITOS DIFUSOS (transindividuais), que pertencem a coletividade indeterminadas. Protege, por exemplo: mares, rios, lagoas, florestas, praça públicas, contra a imoralidade administrativa (combate contratos administrativos superfaturados, firmados sem base na lei) etc. É um remédio constitucional que visa anular/invalidar ato ou contrato administrativo que ameace ou viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a moralidade administrativa ou o meio ambiente. O ato pode ser comissivo ou omissivo. É uma ação que permite que o cidadão fiscalize a atuação da administração pública, é uma ação do povo, uma manifestação política (direito político positivo). Trata-se de uma AÇÃO CONSTITUCIONAL, mas no plano infraconstitucional é uma AÇÃO CIVIL DE PROCEDIMENTO COMUM (art. 7º, Lei 4717/65), permitindo a dilação probatória. 2.2 Base Legal 1 A lesão mencionada no dispositivo diz respeito à LESÃO FINANCEIRA, ou seja, ato lesivo é aquele que causa uma repercussão no erário, que viola o dinheiro do povo. DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 28 • Base constitucional – art. 5º, LXXIII, CRFB/88; • Base infraconstitucional – Lei 4.717/65. 2.3 Finalidade • Ação Popular PREVENTIVA – quando há ameaça de lesão; • Ação Popular REPRESSIVA – quando a lesão já ocorreu. o Tem um prazo de 5 anos para ser apresentada (art. 21, Lei 4717/65) a partir do conhecimento da lesão, do fechamento do contrato, do ato administrativo divulgado etc. Exemplo de direitos difusos: art. 37, da CRFB/88. 2.4 Jurisprudência Durante um tempo, o entendimento majoritário era de que o ato precisava ser lesivo e ilegal, atualmente, entretanto, NÃO é mais exigido esse binômio da lesividade e ilegalidade, ou seja, não necessariamente é preciso que o ato a ser questionado cause lesão financeira aos cofres públicos. A. Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento independentemente de danos ao erário A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato administrativo. Com esse entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação que questiona a concorrência para exploração da ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), realizada em 1993. Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres públicos para abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato administrativo que se visa anular. A ação, também movida em 1993, ataca o ato de pré-qualificação da licitação. No mesmo ano, a petição inicial foi indeferida pela Justiça Federal no Distrito Federal. Em apelação, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou o seguimento da ação, entendendo que a mera ausência de lesão econômica no ato administrativo atacado não basta para indeferir a petição inicial por alegada falta de interesse de agir de seu autor. Daí o recurso da União ao STJ. Lesão presumida O relator afirmou também que a jurisprudência do STJ entende desnecessário o dano DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 29 material ou lesão efetiva, podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato administrativo que impõe limitação anormal à concorrência e à competição é presumido como lesivo e nulo, diante do disposto no artigo 4º da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65). AÇÃO POPULAR. PREJUÍZO. ERÁRIO. B. Trata-se de ação popular que comprovou que o prefeito construiu monumento referente ao Cristo Redentor sem previsão orçamentária nem processo licitatório e o condenou ao pagamento de perdas e danos no montante gasto. No REsp, o prefeito insurge-se contra a condenação; pois, a seu ver, não houve lesão ao patrimônio público. Para o Min.Relator, é possível afirmar a prescindibilidade do dano para a propositura da ação popular, sem adentrar o mérito da existência de prejuízo econômico ao erário. Isso porque a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965), em seu art. 1º, § 1º, ao definir o patrimônio público como bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, deixa claro que o termo “patrimônio público” deve ser entendido de maneira ampla, a abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre eles, a moralidade administrativa. A Suprema Corte já se posicionou nesse sentido e, seguindo o mesmo entendimento, este Superior Tribunal tem decidido que a ação popular é instrumento hábil na defesa da moralidade administrativa, ainda que não exista dano econômico material ao patrimônio público. Além disso, as instâncias ordinárias, na análise dos fatos, chegaram à conclusão de que a obra trouxe prejuízo ao erário por ser construção sem infraestrutura, com sérios problemas de erosão no local etc. Diante do exposto, a Turma não conheceu do recurso. Precedentes citados do STF: RE 170.768-SP, DJ 13/8/1999; do STJ: REsp 474.475-SP, DJe 6/10/2008, e REsp 172.375-RS, DJ 18/10/1999. REsp 1.130.754-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 13/4/2010. 2.5 Legitimidade Ativa (autor) CIDADÃO – brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos políticos (que tem título de eleitor) – art. 1º, §3º, Lei 4717/65. E o português equiparado? Se o português tiver título de eleitor no Brasil (politicamente equiparado também), a princípio, pode ajuizar a AP sim. NÃO podem ajuizar a Ação Popular: • Inalistáveis (art. 14, §2º, CRFB/88) – aqueles que não podem se alistar; DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 30 o Estrangeiros; o Conscritos. • Inalistados; • Pessoa jurídica (Súmula 365, STF); • Ministério Público – é fiscal da lei em todas as Ações Populares, dando parecer. E o cidadão de 16 anos? Em que pese não tenha capacidade processual plena, o cidadão de 16 anos pode ajuizar Ação Popular, INDEPENDENTEMENTE do instituto da assistência. Entretanto, se na situação apresentada pela prova, a banca informa que o cidadão menor de idade procura seu escritório acompanhado do pai e/ou da mãe, aquele será o autor, mas se acrescenta “neste ato assistido por seu(sua) genitor(a) ...”, qualificando também o pai e/ou a mãe. 2.6 Legitimidade Passiva (réus) Há um LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO entre TODOS os envolvidos (polo passivo plural). Art. 1º c/c art. 6º da Lei 4717/65: o Pessoa jurídica de direito público ou privado; o Agentes públicos: ▪ Governador – indica também o Estado; ▪ Prefeito – indica também o Município; ▪ Presidente da república – indica também a União; ▪ Presidente de uma autarquia – indica também a Autarquia e todos os demais envolvidos etc. o Particulares. 2.7 Papel do MP Embora o Ministério Público NÃO possa ser autor da Ação Popular, aquele tem 4 atuações significativas no tramite desta: o O Ministério Público tem o papel de FISCAL DA LEI, precisa ser intimado para dar o seu parecer. A sua intimação é indispensável em todos os remédios constitucionais, sendo um dos pedidos a serem feitos (art. 7º, I, a, Lei 4717/65); o Pode também atuar na qualidade de SUBSTITUTO LEGAL (art. 9º, Lei 4717/65); o Além disso, o MP é OBRIGADO a promover a execução quando esta não for DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 31 promovida pelo autor depois de decorridos 60 dias da sentença condenatória (art. 16); o Por fim, poderá interpor recursos contra as sentenças e as decisões proferidas contra o autor da ação que forem suscetíveis de recurso (art. 19, §2º). 2.8 Gratuidade • Art. 5º, LXXIII – se promovida de boa-fé, será GRATUITA; se de má-fé, será ONEROSA. Cabe ao Juiz decidir, na sentença final, se houve boa-fé ou má-fé. • Art. 12 – pedido de condenação dos réus ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 2.9 Tutela de Urgência É muito comum a tutela de urgência em sede de Ação Popular. Art. 5º, §4º, da Lei 4717/65 – suspensão LIMINAR (cautelar, que também pode ser chamada de liminar). Arts. 300 e 301, CPC. 2.10 Competência Na Ação Popular, NÃO há prerrogativa de foro funcional para seu julgamento. Art. 5º, da Lei 4717/65 – conforme a origem do ato impugnação, a Ação Popular será proposta perante o juízo de 1º grau. ATENÇÃO! Qualquer cidadão, de qualquer parte do país, pode ajuizar ação em todo território nacional, uma vez que o título de eleitor tem validade nacional. “A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de PRIMEIRO GRAU. Precedentes. Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da CF.” (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-10-2001, Plenário, DJ de 1º-8-2003.) Pet-AgR 3152 – MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE EMENTA: NÃO é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 32 que o réu seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição. Polo PASSIVO COMPETÊNCIA ENDEREÇAMENTO Art. 109, I, CRFB/88 – União, Autarquia, Empresas Públicas e Fundações Públicas Federais. Competência do Juiz Federal de 1º Grau EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA ... Art. 5º, §2º, 2ª parte, da Lei 4.717/65 – Estados, Municípios, suas autarquias e fundações públicas Competência do Juiz Estadual de 1º Grau – Vara de FAZENDA PÚBLICA EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA ... Sociedade de Economia Mista (Federal ou Estadual) Competência residual do Juiz Estadual de 1º Grau – Vara Cível EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA ... ATENÇÃO! Há duas hipóteses em que a Ação Popular começa a tramitar originariamente perante o STF: o Quando houver conflito federativo (art. 102, I, f, CRFB/88) Rcl 2833 – MIN. CARLOS BRITTO EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA. PROCESSOS JUDICIAIS QUE IMPUGNAM A PORTARIA Nº 820/98, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE DEMARCOU A RESERVA INDÍGENA DENOMINADA RAPOSA SERRA DO SOL, NO ESTADO DE RORAIMA. - Caso em que resta evidenciada a existência de litígio federativo em gravidade suficiente para atrair a competência desta Corte de Justiça (alínea “f" do inciso I do art. 102 da Lei Maior). - Cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ação popular em que os respectivos autores, com pretensão de resguardar o patrimônio público roraimense, postulam a declaração da invalidade da Portaria nº 820/98, do Ministério da Justiça. Também incumbe a esta Casa de Justiça apreciar todos os feitos processuais intimamente relacionados com a demarcação da referida reserva indígena. - Reclamação procedente. o Quando todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados ou quando mais da metade dos membros do Tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, n, CRFB/88) Rcl 417 – MIN. CARLOS VELLOSO EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL.
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