Buscar

DIREITO CONSTITUCIONAL - OAB 2A FASE - DIREITO PROCESSUAL E PECIAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O Senhor dá força ao seu 
povo e o abençoa, dando-lhe tudo o 
que é BOM”. 
Salmos 29.11 
 
E-mail: cartaaosconcurseiros@gmail.com 
Instagram: @CartaaosConcurseiros 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – 
PROCESSO E PEÇAS 
 
ÍSIS MIGUEL 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
1 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – 
PROCESSO E PEÇAS 
ÍSIS MIGUEL 
SUMÁRIO 
 
1 TEORIA GERAL DO PROCESSO ........................................................................................... 10 
1.1 PROCESSO x PROCEDIMENTO ...................................................................................... 10 
1.2 ATIVIDADE JURISDICIONAL ............................................................................................ 10 
1.3 ELEMENTOS DA AÇÃO ................................................................................................... 11 
2 PETIÇÃO INICIAL .................................................................................................................... 12 
2.1 REQUISITOS .................................................................................................................... 12 
2.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL ........................................................ 12 
2.2.1 Endereçamento ........................................................................................................... 12 
2.2.2 Qualificação das partes ............................................................................................... 13 
2.2.3 Causa de Pedir (FATOS e FUNDAMENTOS DO PEDIDO) ........................................ 13 
2.2.4 Pedidos ....................................................................................................................... 14 
2.2.5 VALOR DA CAUSA ..................................................................................................... 14 
2.3 PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA ...................................................................... 14 
2.4 TUTELA DE URGÊNCIA ................................................................................................ 15 
PEÇAS PRÁTICAS ..................................................................................................................... 16 
1 HABEAS DATA ........................................................................................................................ 16 
1.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 16 
1.2 Base Legal ........................................................................................................................ 16 
1.3 Finalidade .......................................................................................................................... 16 
1.4 LEGITIMIDADE ATIVA (IMPETRANTE) ............................................................................ 17 
1.5 LEGITIMIDADE PASSIVA (IMPETRADO) ......................................................................... 17 
1.6 Requisito Essencial ........................................................................................................... 18 
1.7 Jurisprudência STJ ............................................................................................................ 18 
1.8 Hipóteses de NÃO cabimento ........................................................................................... 20 
1.9 Fundamentação ................................................................................................................. 20 
1.10 Tutela de Urgência .......................................................................................................... 20 
1.11 Gratuidade ....................................................................................................................... 21 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
2 
 
1.12 Competência ................................................................................................................... 21 
1.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS DATA ........................................................................ 23 
2 AÇÃO POPULAR ..................................................................................................................... 27 
2.1 Histórico, conceito e natureza jurídica ............................................................................... 27 
2.2 Base Legal ........................................................................................................................ 27 
2.3 Finalidade .......................................................................................................................... 28 
2.4 Jurisprudência ................................................................................................................... 28 
2.5 Legitimidade Ativa (autor) .................................................................................................. 29 
2.6 Legitimidade Passiva (réus) ............................................................................................... 30 
2.7 Papel do MP ...................................................................................................................... 30 
2.8 Gratuidade ......................................................................................................................... 31 
2.9 Tutela de Urgência ............................................................................................................ 31 
2.10 Competência ................................................................................................................... 31 
2.11 SÚMULAS DO STF ......................................................................................................... 33 
2.12 Hipóteses de cabimento da Ação Popular ....................................................................... 33 
2.13 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO POPULAR ...................................................................... 33 
3 HABEAS CORPUS .................................................................................................................. 38 
3.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 38 
3.2 Base Legal ....................................................................................................................... 38 
3.3 Finalidade ......................................................................................................................... 38 
3.4 Legitimidade Ativa (impetrante) ..................................................................................... 39 
3.5 Paciente ............................................................................................................................ 39 
3.6 Legitimidade Passiva (impetrado) ...................................................................................... 39 
3.7 Habeas Corpus e Prisão do Militar ................................................................................. 40 
3.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................... 40 
3.9 Gratuidade ......................................................................................................................... 40 
3.10 Competência ................................................................................................................... 41 
3.11 Súmulas do STF .............................................................................................................. 42 
3.12 Habeas Corpus e CPI ......................................................................................................42 
3.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS CORPUS ................................................................... 43 
4 MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................................................................... 46 
4.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 47 
4.2 Base Legal ....................................................................................................................... 48 
4.3 Modalidades ..................................................................................................................... 48 
4.3.1 Súmulas do STF ......................................................................................................... 49 
4.4 Pressupostos do Remédio ................................................................................................. 49 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
3 
 
4.5 Jurisprudências ................................................................................................................. 49 
4.6 Legitimidade Passiva ...................................................................................................... 51 
4.7 Participação do MP .......................................................................................................... 52 
4.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................... 52 
4.9 Competência ..................................................................................................................... 53 
4.10 Honorários de Advogado ................................................................................................. 53 
4.11 Principais diferenças entre o MI e a ADO ........................................................................ 54 
4.12 OMISSÃO INCONSTITUCIONAL .................................................................................... 54 
4.13 Jurisprudência do STF – Decisão final prevista na Lei 13.300/16 .................................... 55 
4.14 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................................... 55 
5 MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................. 60 
5.1 Histórico, natureza jurídica e conceito ............................................................................... 60 
5.2 Base Legal ....................................................................................................................... 60 
5.3 Modalidades ..................................................................................................................... 60 
5.4 Enunciados do STF ........................................................................................................... 62 
5.5 Espécies ............................................................................................................................ 62 
5.6 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS ............................................................................................ 63 
5.7 Hipóteses de cabimento do MS ......................................................................................... 65 
5.8 Polo Passiva .................................................................................................................... 65 
5.9 Tutela de Urgência ............................................................................................................ 65 
5.10 Hipóteses de NÃO cabimento....................................................................................... 65 
5.11 Competência .................................................................................................................. 66 
5.12 Súmulas do STF .............................................................................................................. 67 
5.13 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE SEGURANÇA .................................................. 68 
5.14 MODELO DE PEÇA DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ............................... 72 
6 AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM .................................................................................... 80 
6.1 As principais diferenças entre o MS e a AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM ............... 80 
6.2 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM ....................................... 82 
7 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................................. 90 
7.1 Principais diferenças entre a ACP e o MS Coletivo ........................................................... 92 
7.2 Histórico ............................................................................................................................ 93 
7.3 Base Legal ........................................................................................................................ 93 
7.4 Finalidade .......................................................................................................................... 93 
7.5 Legitimidade Ativa ............................................................................................................. 93 
7.6 Legitimidade Passiva ......................................................................................................... 94 
7.7 Órgão Competente ............................................................................................................ 94 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
4 
 
7.8 Tutela de urgência ............................................................................................................. 95 
7.9 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ................................................................ 95 
8 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO ............................................................................. 99 
9 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE .................................................................. 100 
9.1 Histórico .......................................................................................................................... 100 
9.2 Base Legal ...................................................................................................................... 100 
9.3 Finalidade ........................................................................................................................ 100 
9.4 Legitimidade Ativa ........................................................................................................... 101 
9.4.1 Qualificação .............................................................................................................. 102 
9.5 Jurisprudência sobre legitimidade – ADI, ADC, ADO e ADPF ......................................... 102 
9.6 Qualificação dos demais Legitimados Ativos ................................................................... 104 
9.7 Legitimidade PASSIVA .................................................................................................... 105 
9.8 Capacidade Postulatória .................................................................................................. 106 
9.9 Objeto .............................................................................................................................. 106 
9.10 Participação do PGR ..................................................................................................... 107 
9.11 Participação do AGU ..................................................................................................... 107 
9.12 Honorários Advocatícios e Custas ................................................................................. 107 
9.13 Tutela de Urgência ........................................................................................................108 
9.14 MODELOS DE PEÇA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................. 108 
10 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ..................................................... 115 
10.1 Histórico ........................................................................................................................ 115 
10.2 Base Legal .................................................................................................................... 115 
10.3 Finalidade ...................................................................................................................... 116 
10.4 REQUISITO FUNDAMENTAL - CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE ................. 116 
10.5 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 116 
10.6 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 117 
10.7 Objeto ............................................................................................................................ 117 
10.8 Participação do PGR ..................................................................................................... 117 
10.9 Participação do AGU ..................................................................................................... 118 
10.10 Legitimidade PASSIVA ................................................................................................ 118 
10.11 Tutela de Urgência ...................................................................................................... 118 
10.12 Honorários Advocatícios e Custas ............................................................................... 119 
10.13 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ...... 119 
11 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ...................................... 123 
11.1 Histórico ........................................................................................................................ 123 
11.3 Base Legal .................................................................................................................... 123 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
5 
 
11.4 Omissões Normativas .................................................................................................... 123 
11.5 Legitimidade Ativa. ........................................................................................................ 124 
11.6 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 124 
11.7 Participação do PGR ..................................................................................................... 124 
11.8 Participação do AGU ..................................................................................................... 124 
11.9 Diferenças entre ADO e MI ............................................................................................ 125 
11.10 Cautelar e efeitos das decisões definitivas .................................................................. 125 
11.11 MODELO DE PEÇA DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR 
OMISSÃO.............................................................................................................................. 126 
12 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ............................. 129 
12.1 Histórico ........................................................................................................................ 129 
12.2 Base Legal .................................................................................................................... 129 
12.3 Definição de Preceito Fundamental ............................................................................... 129 
12.4 Caráter Subsidiário ........................................................................................................ 130 
12.5 Hipóteses principais de cabimento ................................................................................ 130 
12.6 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 130 
12.7 Legitimidade PASSIVA .................................................................................................. 131 
12.8 Capacidade Postulatória ................................................................................................ 131 
12.9 Participação do PGR ..................................................................................................... 131 
12.10 Participação do AGU ................................................................................................... 132 
12.11 Medida cautelar ........................................................................................................... 132 
12.12 MODELO DE PEÇA DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL.................................................................................................................... 132 
13 REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI ESTADUAL) ........................... 136 
13.1 Histórico ........................................................................................................................ 136 
13.2 Base legal ...................................................................................................................... 136 
13.3 Normas de observância/reprodução obrigatória ............................................................ 137 
13.4 Parâmetro e Órgão Competente .................................................................................... 137 
13.5 Objeto ............................................................................................................................ 137 
13.6 Demais Ações do Controle ............................................................................................ 137 
13.7 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 138 
13.8 Recorribilidade das decisões do TJ ............................................................................... 138 
13.9 Representação de Inconstitucionalidade ....................................................................... 138 
13.10 Amicus Curiae ............................................................................................................. 138 
13.10 MODELO DE PEÇA DA REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI 
ESTADUAL) .......................................................................................................................... 139 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
6 
 
14 PARECER JURÍDICO .......................................................................................................... 142 
14.1 MODELO DE PARECER ............................................................................................... 143 
15 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO ........................................................... 146 
15.1 Base Legal .................................................................................................................... 147 
15.2 Cabimento ..................................................................................................................... 147 
15.3 Legitimidade Ativa ......................................................................................................... 147 
15.4 Legitimidade Passiva ..................................................................................................... 147 
15.5 Prazo .............................................................................................................................148 
15.6 Órgão competente ......................................................................................................... 148 
15.7 Provas Indispensáveis ................................................................................................... 148 
15.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................ 148 
15.9 MODELO DE PEÇA DE AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO .............. 149 
16 RECLAMAÇÃO .................................................................................................................... 151 
16.1 Histórico ........................................................................................................................ 152 
16.2 Base Legal .................................................................................................................... 152 
16.3 Hipóteses de cabimento na CRFB/88 ............................................................................ 152 
16.4 Hipóteses de cabimento no NCPC ................................................................................ 153 
16.5 Legitimidade Ativa (RECLAMANTE) .............................................................................. 155 
16.6 Decisão Objeto da reclamação (DECISÃO RECLAMADA) ............................................ 155 
16.7 Prazo ............................................................................................................................. 155 
16.8 Tutela de Urgência ........................................................................................................ 156 
16.9 Jurisprudência do STF ................................................................................................... 156 
16.10 MODELO DE PEÇA DE RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL ..................................... 158 
17 RESUMÃO ........................................................................................................................... 165 
18 TEORIA GERAL DOS RECURSOS ..................................................................................... 166 
18.1 Definição ....................................................................................................................... 166 
18.2 Finalidade ...................................................................................................................... 167 
18.3 Espécies ........................................................................................................................ 167 
18.4 Princípios norteadores ................................................................................................... 167 
18.5 Natureza da “decisão” ................................................................................................... 168 
18.6 Recursos cabíveis ......................................................................................................... 168 
18.7 Efeitos dos recursos ...................................................................................................... 169 
18.8 Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito ................................................................... 169 
18.9 Preparo .......................................................................................................................... 170 
18.10 Prazo ........................................................................................................................... 170 
18.11 PASSOS PARA IDENTIFICAR O RECURSO CABÍVEL .............................................. 171 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
7 
 
19 APELAÇÃO .......................................................................................................................... 171 
19.1 Base legal e Cabimento ................................................................................................. 171 
19.2 Prazo ............................................................................................................................. 172 
19.3 Preparo .......................................................................................................................... 172 
19.4 Marcações importantes.................................................................................................. 172 
19.5 Procedimento ................................................................................................................ 172 
19.6 Novidade ....................................................................................................................... 173 
19.7 MODELO DE APELAÇÃO ............................................................................................. 173 
20 RECURSOS ORDINÁRIOS para o STF e STJ..................................................................... 180 
20.1 Definição ....................................................................................................................... 180 
20.2 Base legal e Cabimento ................................................................................................. 180 
20.3 Prazo ............................................................................................................................. 181 
20.4 Preparo .......................................................................................................................... 182 
20.5 Peça de Interposição ..................................................................................................... 182 
20.6 MODELO DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ......................................... 182 
21 AGRAVOS ........................................................................................................................... 185 
21.1 AGRAVO DE INSTRUMENTO ...................................................................................... 185 
21.1.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 186 
21.1.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 186 
21.1.3 PRAZO .................................................................................................................... 186 
21.1.4 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 187 
21.1.5 TUTELA DE URGÊNCIA NO AGRAVO DE INSTRUMENTO .................................. 187 
21.1.6 MODELO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO .......................................................... 187 
21.2 AGRAVO INTERNO ...................................................................................................... 191 
21.2.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 191 
21.2.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 191 
21.2.3 PRAZO .................................................................................................................... 191 
21.2.4 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 191 
21.2.5 MODELO DE AGRAVO INTERNO .......................................................................... 192 
21.3 AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO ............... 194 
21.3.1 BASE LEGAL .......................................................................................................... 194 
21.3.2 CABIMENTO ........................................................................................................... 194 
21.3.3 PRAZO .................................................................................................................... 194 
21.3.4 PROCEDIMENTO................................................................................................... 195 
21.3.5 MODELO DE AGRAVO EM RE e EM RESP ........................................................... 195 
22 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................................... 197 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
8 
 
22.1 BASE LEGAL ................................................................................................................ 197 
22.2 CABIMENTO ................................................................................................................. 197 
22.3 PRAZO .......................................................................................................................... 198 
22.4 CABIMENTO ................................................................................................................. 198 
22.5 MODELO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ............................................................ 198 
23 ASPECTOS COMUNS do RE e do RESP ............................................................................ 200 
24 RECURSO EXTRAORDINÁRIO .......................................................................................... 201 
24.1 Base Legal .................................................................................................................... 201 
24.2 Cabimento ..................................................................................................................... 201 
24.3 Prazo ............................................................................................................................. 202 
24.4 Preparo .......................................................................................................................... 202 
24.5 Repercussão Geral ........................................................................................................ 203 
24.6 Prequestionamento ........................................................................................................ 203 
24.7 Estrutura da Peça .......................................................................................................... 203 
24.8 Súmulas STF ................................................................................................................. 203 
24.9 MODELO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO .............................................................. 204 
25 RECURSO ESPECIAL ......................................................................................................... 211 
25. 1 Base Legal.................................................................................................................... 211 
25.2 Cabimento ..................................................................................................................... 211 
25.3 Prazo ............................................................................................................................. 212 
25.4 Preparo .......................................................................................................................... 212 
25.5 Prequestionamento ........................................................................................................ 212 
25.6 Estrutura da Peça .......................................................................................................... 212 
25.7 Súmulas STJ ................................................................................................................. 212 
25.8 MODELO DE RECURSO ESPECIAL ............................................................................ 212 
26 ESPÉCIES DE RESPOSTAS DO RÉU ................................................................................ 216 
27 Contestação ......................................................................................................................... 216 
27.1 Base Legal .................................................................................................................... 216 
27.2 Preliminares da Contestação ......................................................................................... 216 
27.3 Prazo: ............................................................................................................................ 216 
27.4 Conteúdo da contestação .............................................................................................. 217 
27.4.1 Das preliminares ..................................................................................................... 217 
a) Preliminares DILATÓRIAS ...................................................................................... 217 
b) Preliminares PEREMPTÓRIAS ............................................................................... 218 
27.5 MODELO DE CONTESTAÇÃO ..................................................................................... 219 
28 RECONVENÇÃO ................................................................................................................. 221 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
9 
 
29 CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO ................................................................................... 222 
30 TUTELA DE EVIDÊNCIA ..................................................................................................... 224 
31 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ......................................................................................... 225 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
 
 
1 TEORIA GERAL DO PROCESSO 
 
1.1 PROCESSO x PROCEDIMENTO 
 
PROCESSO é o meio utilizado para solucionar os litígios. 
O Direito Processual Civil prevê duas espécies de processo: 
Processo de 
Conhecimento 
(de cognição) 
As partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos 
jurídicos para que ele possa substituir a vontade de uma das partes 
por um ato seu. 
Processo de Execução 
(arts. 771 e ss.) 
É o meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma 
obrigação que tenha sido imposta por lei ou por uma decisão judicial. 
 
Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pretensão jurisdicional, 
o PROCEDIMENTO é o modo e a forma como os atos do processo se desenvolvem. E, de acordo 
com alguns autores, é sinônimo de RITO. 
 
PROCESSO DE CONHECIMENTO ( 
Procedimento Comum 
É residual. 
Arts. 318 e ss. do CPC. 
Permite a dilação probatória, a instrução processual etc. 
Procedimentos Especiais Em leis próprias: MS, MI, etc. 
 
1.2 ATIVIDADE JURISDICIONAL 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
11 
 
 
1.3 ELEMENTOS DA AÇÃO 
 
LEGITIMIDADE DAS PARTES 
(legitimidade ad causam/para agir) 
Poder jurídico de conduzir validamente um processo, 
envolve o polo ativo e o passivo. 
INTERESSE PROCESSUAL 
UTILIDADE (que pode propiciar os benefícios) e 
NECESSIDADE (que não se alcança uma solução 
amigável ao proveito que se precisa) do processo. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
12 
 
2 PETIÇÃO INICIAL 
 
2.1 REQUISITOS 
 
Art. 319, CPC: 
I. Endereçamento; 
II. Qualificação das partes; 
III. Causa de pedir (fatos e fundamentos); 
a. Fundamentos – base constitucional, infraconstitucional, jurisprudencial (se 
houver), súmulas, entendimento doutrinário, princípios. 
IV. Pedido; 
V. Valor da causa; 
VI. Requerimento de provas; 
VII. Opção pela realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação. 
 
2.2 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
 
2.2.1 Endereçamento 
 
Qual é a justiça competente? 
Especializada? Trabalhista, Eleitoral e Militar. 
COMUM?Estadual (residual) 
- é dividida em: 
Comarcas (divisão territorial, pode representar a área 
de um município ou de vários); e 
Varas (divisão especializada das Comarcas, que pode 
ser uma Vara Única ou Varas Especializadas: Criminais, 
Fazenda Pública, Cíveis etc.); 
Federal 
(art. 109, da 
CRFB/88) 
É dividida em Seções Judiciárias, de acordo com os 
Estados da Federação e o DF (art. 110, CRFB/88). 
A competência para julgamento é de: 
Tribunal? Juiz monocrático? 
 
Ex.: 
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
• OBS.: As ações de competência originária do Tribunal são endereçadas ao 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
13 
 
PRESIDENTE deste. 
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO 
... 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... 
 
2.2.2 Qualificação das partes 
 
Acrescenta-se também a nacionalidade e o RG. 
 
Ex.: 
Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., 
portador do RG n°... e do CPF n° ... , endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta 
cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., nesta 
cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem, com fundamento nos 
termos do art. ..., IMPETRAR (MS, MI, HC, HD) ou AJUIZAR (AP, ACP) em face de... 
 
Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com sede..., nesta 
cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., 
endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, vem, com fundamento nos termos do 
art. ..., IMPETRAR (MS, MI, HC, HD) ou AJUIZAR (AP, ACP) em face de... 
 
2.2.3 Causa de Pedir (FATOS e FUNDAMENTOS DO PEDIDO) 
 
Para os FATOS, gastar no máximo de dois a três parágrafos. 
Quanto aos FUNDAMENTOS, é a parte mais extensa da peça, na qual se deve colocar 
toda fundamentação jurídica, toda base legal, jurisprudencial. 
 
FUNDAMENTOS: 
• Primeiro parágrafo – base constitucional; 
• Segundo parágrafo – base infraconstitucional; 
• Terceiro parágrafo – base constitucional e legal do direito material envolvido; 
• Quarto parágrafo – aspectos processuais 
o Competência; 
o Legitimidade ativa; 
o Legitimidade passiva. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
14 
 
 
Ex.: Mandado de Segurança 
O Mandado de Segurança, conforme prevê o art. 5º, inciso LXIX da CRFB/88, é um 
remédio constitucional residual, será utilizado quando não for hipótese de Habeas Corpus e 
Habeas Data, pode ser impetrado em face de ilegalidade, de abuso de poder ... 
De acordo com a Lei 12.016/2009, o Mandado de Segurança é um remédio residual e 
deverá ser aplicado para defender direito líquido e certo quando não cabível as demais ações... 
 
2.2.4 Pedidos 
 
Em face do exposto, requer a V. Exa.: 
a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 239, caput, do CPC – o requerimento 
para a citação do réu ou do interessado); 
b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, do CPC – o pedido, com as suas 
especificações); 
c) A condenação do réu no ônus da sucumbência (art. 85, caput, do CPC); 
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – 
as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados); 
e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, do CPC – A petição inicial será 
instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação). 
 
2.2.5 VALOR DA CAUSA 
 
Quando NÃO há um valor específico a ser adotado: 
• Valor da causa de R$1.000,00, para fins procedimentais; 
• Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15; 
• Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
ATENÇÃO! Na Ação Popular, nas Ações Ordinárias e na Ação Civil Pública, indicar 
normalmente o valor do contrato, do dano. 
 
2.3 PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Somente quando o enunciado da questão indicar que há HIPOSSUFICIÊNCIA! 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
15 
 
COLOCAR ANTES DOS FATOS!!!!! 
NÃO PRECISA REPETIR NOS PEDIDOS! 
Ex.: 
Com base no art. 99, do CPC, o autor querer a V. Exª. a concessão do benefício da 
gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar com as 
custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. 
 
O pedido de gratuidade da justiça pode ser feito a qualquer momento do processo. 
 
2.4 TUTELA DE URGÊNCIA 
 
TUTELA DE URGÊNCIA (art. 300 e ss) 
É gênero que compreende duas espécies: tutela antecipada e tutela cautelar (liminar), que 
exigem urgência na concessão do Direito e reclamam o preenchimento dos mesmos requisitos: 
• Probabilidade do direito; 
• Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
TUTELA ANTECIPADA 
(art. 303 e 304 do CPC) 
Se presta a satisfazer efetivamente o direito da parte e dependerá 
de requerimento expresso da parte interessada na petição inicial 
(tem natureza satisfativa). 
Importante ressaltar que a tutela antecipada, concedida nos termos 
do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder NÃO for 
interposto o respectivo recurso, de acordo com o caput do art. 304 
do CPC. Trata-se da chamada estabilização da tutela antecipada. 
TUTELA CAUTELAR 
(art. 305 a 310 do CPC) 
Trata-se de uma tutela de urgência com natureza cautelar. 
Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal deverá ser 
apresentado pelo autor nos mesmos autos em que deduzido o 
pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de 
novas custas processuais. 
TÓPICO – TUTELA DE URGÊNCIA 
• Primeiro parágrafo – base legal da tutela e o tipo da tutela; 
• Segundo parágrafo – probabilidade do direito; 
• Terceiro parágrafo – risco ao resultado útil do processo. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
16 
 
PEÇAS PRÁTICAS 
 
1 HABEAS DATA 
 
Art. 5º, LXXII, CRFB/88. Conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o CONHECIMENTO de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a RETIFICAÇÃO de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
1.1 Histórico, natureza jurídica e conceito 
 
Surgiu com a Constituição de 1988. 
Trata-se de uma AÇÃO CONSTITUCIONAL, mas no plano infraconstitucional é uma 
AÇÃO CIVIL COM PROCEDIMENTO ESPECIAL (mais célere e não admite dilação 
probatória). 
Surgiu para tutelar a intimidade e a vida privada (art. 5º, X), os dados protegidos são os 
pessoais (art. 5º, XXXIII – informação sobre dados pessoais). 
 
1.2 Base Legal 
 
• Base constitucional – art. 5º, LXXII, CRFB/88; 
• Base infraconstitucional – Lei 9.507/97. 
 
1.3 Finalidade 
 
Na Constituição, para CONHECER ou RETIFICAR dados pessoais. 
A lei 9.507/97 acrescentou a hipótese de COMPLEMENTAR dados pessoais (art. 7º, III). 
 
O entendimento majoritário é o de que cabe HD para conhecer OU para retificar OU para 
complementar dados pessoais, ou seja, a ação serve somente para uma destas finalidades. 
 
Exemplos de dados pessoais: 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
17 
 
• Nome; 
• Características pessoais; 
• Qualificação pessoal; 
• Escolaridade; 
• Trabalho; 
• Saúde; 
• Dados genéticos etc. 
 
Art. 5º, X, da CRFB/88. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo 
dano materialou moral decorrente de sua violação. 
Art. 5º, XXXIII, da CRFB/88. Todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular (...), que serão prestados 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
 
1.4 LEGITIMIDADE ATIVA (IMPETRANTE) 
 
Legitimo titular do dado (pessoa natural ou pessoa jurídica – nacional ou estrangeira), pois 
é um REMÉDIO PERSONALÍSSIMO. 
 
EXCEÇÃO: Herdeiros do falecido – nesse caso, faz-se a qualificação do herdeiro e logo 
após acrescenta-se que diz respeito a dado do falecido. 
 
1.5 LEGITIMIDADE PASSIVA (IMPETRADO) 
 
Quem estará no polo passivo do HD é a AUTORIDADE COATORA, é aquela com poder 
de decisão dentro daquela esfera administrativa (ex.: Ministro de Estado, Presidente da República, 
Governador, Secretário de Estado etc.), não sendo, portanto, o funcionário que atendeu o autor. 
A ação será proposta em face de, normalmente: 
o uma autoridade coatora que comanda um banco de dados público da 
administração pública direta ou indireta; 
o ou, ainda, de um banco de dados privado, mas que tenha caráter público (art. 
5º, LXXII) – ex.: SPC e SERASA. 
▪ art. 1º, parágrafo único, Lei 9.507/97. Considera-se de CARÁTER 
PÚBLICO todo registro ou banco de dados contendo informações que 
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
18 
 
uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das 
informações. 
▪ ou seja, NÃO cabe HD para questionar informações constantes em 
bancos de dados do RH de uma empresa privada, por não possuir 
caráter público. 
 
NÃO cabe pedido de indenização no HD NEM pedido de dilação probatória, porque foge da 
natureza mais célere da ação. 
 
1.6 Requisito Essencial 
 
Súmula nº 2 do STJ. NÃO cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte 
da autoridade administrativa. 
 
Tentativa de acesso à informação de dados pessoais no plano administrativo. 
≠ de Esgotamento de instância administrativa. 
 
Art. 8º, parágrafo único, Lei 9.507/97. A petição inicial deverá ser 
instruída com prova: 
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias 
sem decisão; 
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze 
dias, sem decisão; 
III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o §2º do art. 4º ou 
do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
 
Conclui-se que a lei estabelece que o decurso do tempo faz prova da recusa do dado. 
 
“(...) O acesso ao habeas data pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a 
existência do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ação, torna-se inviável exercício 
desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados 
pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito INDISPENSÁVEL para que se 
concretize o interesse de agir no habeas data. (...) Sem que se configure situação prévia de 
pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas data”. 
 
1.7 Jurisprudência STJ 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
19 
 
 
Para obtenção de cópia de processo administrativo NÃO é cabível o habeas data, pois 
no caso de a busca não ser por informações pessoais ou esclarecimentos sobre bancos de dados 
ou arquivos governamentais, será adequado impetrar mandado de segurança e não o habeas 
data. 
O processo administrativo NÃO tem caráter pessoal e sim público, embora possui interesse 
pessoal envolvido, cabendo, portanto, Mandado de Segurança neste caso. 
Dado pessoal ≠ de Interesse pessoal 
 
 
O habeas data NÃO alcança a pretensão de obter informações que estejam sob SIGILO. 
Portanto, se a lei trata de um dado como sendo sigiloso, ou de uso exclusivo de determinada 
entidade que o detém, tal dado não pode ser transferido a terceiros. 
 
 
O acesso a informações contidas em prontuário médico, como o exame psiquiátrico 
realizado por servidor nessa qualidade, pode ser assegurado via habeas data, não havendo que 
se falar em informações de uso interno e exclusivo do órgão que realizou o mesmo. 
 
 
No caso do acesso aos extratos de depósitos de FGTS é cabível o habeas data, pois a 
caixa econômica federal assume função estatal de gestora do mesmo, exercendo atividade do 
poder público, o que justifica o cabimento daquele remédio. 
É exemplo de HD impetrado por pessoa jurídica. 
 
 
NOVIDADE! 
Conforme o STF, o HD é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo 
contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas 
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais. 
Essa é a conclusão do Plenário, que proveu recurso extraordinário em que discutida a 
possibilidade de o contribuinte, por meio do aludido remédio constitucional, acessar todas as 
anotações incluídas nos arquivos da Receita Federal, com relação a todos os tributos de qualquer 
natureza por ele declarados e controlados pelo Sistema Integrado de Cobrança – Sincor, ou 
qualquer outro, além da relação dos pagamentos sem liame com débitos existentes. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
20 
 
1.8 Hipóteses de NÃO cabimento 
 
• acesso a dados públicos (dados administrativos – de interesse de todos) – se denegados 
geram impetração de Mandado de Segurança; 
• acesso a dados sobre terceiros; 
• acesso à certidão denegada (art. 5º, XXXIV – a certidão é um documento que formaliza 
a existência de um dado, de uma informação) – da negativa da certidão que formaliza o dado gera, 
via de regra, a impetração de Mandado de Segurança; 
o ATENÇÃO! Cabe HD em face da negativa de certidão se a pessoa 
comprovar que a única forma de acesso ao dado era via certidão. 
• acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso, 
acesso à prova, revisão de prova – são informações públicas, embora tenham interesse pessoal; 
• acesso à autoria do denunciante – neste caso, cabe Mandado de Segurança, peça 
utilizada para defender, via de regra, a ampla defesa e o contraditório. 
 
1.9 Fundamentação 
 
FUNDAMENTOS: 
• Primeiro parágrafo – base constitucional (art. 5º, LXXII); 
• Segundo parágrafo – base legal (Lei 9.507/97) 
• Terceiro parágrafo – direito material envolvido (art. 5º, X, XXXIII – no que tange os 
dados pessoais); 
• Quarto e seguintes: 
o Legitimidade ativa; 
o Legitimidade passiva; 
o Competência – fixada de acordo com a autoridade coatora. 
O Habeas Data é o remédio constitucional que permite, segundo o art. 5º, LXXII, da 
CRFB/88, acessar ou retificar dados pessoais. 
A lei 9.507/97 ampliou as hipóteses de cabimento do HD para permitir que a ação 
também seja apresentada para complementar dados pessoais que estão corretos, mas estão 
incompletos. 
 
1.10 Tutela de Urgência 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
21 
 
Não há na Constituição ou na Lei previsão de eventual tutela de urgência do HD, mas, a 
doutrina majoritária entende que, se os requisitos de urgência forem comprovados, é possível se 
pedir uma tutela de urgência de NATUREZA ANTECIPADA (satisfativa), a qual permitirá o 
conhecimento, a retificação ou a complementação do dado pessoal. 
ATENÇÃO! Somente fazer o pedido de tutela de urgência se a banca mencionar 
expressamente a necessidade de se conhecer, retificar ou complementar os dados com 
urgência. 
A tutela de urgência do HD NÃO é PRESUMIDA.TÓPICO – TUTELA DE URGÊNCIA 
• Primeiro parágrafo – base legal da tutela e o tipo da tutela; 
• Segundo parágrafo – probabilidade do direito; 
• Terceiro parágrafo – perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
Ex.: 1. TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência do habeas data pode ser extraída dos arts. 300 e 303, do CPC, e 
possui natureza de tutela antecipada. 
A probabilidade do direito é comprovada de acordo com as provas documentais que 
acompanham a presente ação (se a banca mencionar provas mais específicas, pode colocar 
aqui). 
(o risco depende dos fatos) 
Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo é evidente ... (vai 
complementar com os fatos fornecidos pela banca). 
 
1.11 Gratuidade 
 
Art. 5º, LXXVII. 
As ações de HD e HC são GRATUITAS para todas as pessoas, NÃO há necessidade 
de comprovação de hipossuficiência para ter acesso a essa gratuidade. 
NÃO se deve pedir na parte dos pedidos a condenação em honorários advocatícios e custas, 
NÃO há condenação dos ônus sucumbenciais em razão da gratuidade. 
 
1.12 Competência 
 
A fixação de competência para o julgamento do HD é feita com base na AUTORIDADE 
COATORA, uma vez que é uma ação com PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
22 
 
(analisar do tribunal maior para o menor). 
 
Art. 20, da Lei 9.507/97 
 
Artigos da Constituição Federal Exemplo de Endereçamento 
Competência do STF 
CRFB/88, art. 102, I, d) 
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
Competência do STJ 
CRFB/88, art. 105, I, b) os mandados de 
segurança e os habeas data contra ato de 
Ministro de Estado (da Justiça, da Educação, 
da Saúde etc.), dos Comandantes da Marinha, 
do Exército e da Aeronáutica ou do próprio 
Tribunal; 
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Competência dos TRFs 
CRFB/88, art. 108, I, c) os mandados de 
segurança e os habeas data contra ato do 
próprio Tribunal ou de juiz federal; 
EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL 
FEDERAL DA ... REGIÃO 
OU 
EXMO. SR. JUIZ FEDERAL PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... 
REGIÃO 
Competência da JUSTIÇA FEDERAL DE 1º 
GRAU (JUÍZES FEDERAIS) 
CRFB/88, art. 109, VIII – os mandados de 
segurança e os habeas data contra ato de 
autoridade federal (ex.: Superintendente da 
Receita Federal), excetuados os casos de 
competência dos Tribunais Federais; 
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA 
FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO 
ESTADO DO ... 
ATENÇÃO! 
Com base no art. 125, §1º, da CRFB/88, e de 
acordo com as regras de simetria, a banca já 
aplicou (tanto no MS, quanto na HD) a regra do 
“G – P – S + Mesa da Assembleia Legislativa 
= TJ”. 
EXMO. SR. DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
DO ESTADO DO ... 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
23 
 
Ou seja, se no polo passivo do HD estiver o 
Governador do Estado, o Prefeito de Capital, o 
Secretário de Estado ou a Mesa da 
Assembleia Legislativa, a competência 
originária para julgamento deste HD é do 
Tribunal de Justiça. 
Competência da Justiça Comum Estadual 
Tem caráter RESIDUAL 
Se for o caso de Prefeito do interior, Secretário 
de Município ou Particulares, será de 
competência da Justiça Comum Estadual na 
Vara Cível, pois, no plano infraconstitucional, o 
HD tem natureza de AÇÃO CIVIL. 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... 
 
1.13 MODELO DE PEÇA DO HABEAS DATA 
 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO – ler o caso pelo menos 3 vezes e fazer o resumo de 2 a 3 
linhas no máximo, não é uma reprodução do que já está escrito no caso, é o que entendeu 
deste. 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA – quem é o autor. 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA – contra quem essa peça será utilizada, a autoridade 
coatora. 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO – aqui pode colocar alguns fundamentos ao lado, algumas 
características da peça, exemplo: tutela de urgência, direito material envolvido etc. 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE – aproveita e já coloca o endereçamento. 
 
Exemplo: OAB (2010.3) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos 
políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi 
vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus 
movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de 
Segurança do Estado, organizados por agentes federais (...) 
Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações 
pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
24 
 
último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na 
necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos 
públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, 
procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação 
judicial para acessar os dados do seu tio. (...) 
Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, 
observando: 
a) Competência do Juízo; 
b) Legitimidade ativa e passiva; 
c) Fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
d) Os requisitos formais da peça inaugural. 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO – ler o caso pelo menos 3 vezes e fazer o resumo 
de 2 a 3 linhas no máximo, não é uma reprodução do que já está escrito no caso, é o que 
entendeu deste. 
Tício tentou acessar dados pessoais que foram negados pelo Ministro de Estado da 
Defesa. 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA – quem é o autor. 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro. 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA – contra quem essa peça será utilizada, a 
autoridade coatora. 
Ministro de Estado da Defesa. 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO – aqui pode colocar alguns fundamentos ao lado, 
algumas características da peça, exemplo: tutela de urgência, direito material envolvido 
etc. 
HABEAS DATA 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE – aproveita e já coloca o endereçamento. 
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 105, I, b, CRFB/88 
Art. 20, I, a, Lei 9.507/97 
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
(5 linhas) 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
25 
 
 
 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG nº ... e do CPF nº ..., endereço 
eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, 
conforme procuração anexa ..., com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, 
do CPC, vem, com fundamento nos termos do art. 5º, LXXII da CRFB e da Lei nº 9507/97, 
IMPETRAR o presente HABEAS DATA em face do Ministro de Estado da Defesa, com sede 
funcional ..., aduzindo para tanto o que abaixo se segue. 
 
I – DOS FATOS (de 2 a 3 parágrafos) 
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam 
oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes 
estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Além disso, seus movimentos foram 
monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, 
organizados por agentes federais. 
Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu 
pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado peloMinistro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação 
do sigilo das atividades do Estado, o que claramente viola a intimidade e vida privada do 
impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data. 
 
II – DA PROVA DA RECUSA À INFORMAÇÃO 
Conforme já narrado, o impetrante teve o seu pedido indeferido em todas as instâncias 
administrativas, conforme documentação anexa, comprovando o requisito essencial para a 
impetração da presente ação, de acordo com o art. 8º, parágrafo único, I, da Lei 9507/97 e da 
Súmula nº 2 do STJ. 
 
III – DOS FUNDAMENTOS 
O art. 5º, LXXII, da CRFB/88, dispõe que o Habeas Data é o remédio constitucional 
responsável pela defesa em juízo dos dados pessoais que se pretende conhecer ou retificar. 
A referida ação também encontra fundamento na Lei 9507/97, que ampliou as hipóteses 
de cabimento do Habeas Data, permitindo que o remédio também seja utilizado para a 
complementação de dados pessoais, de acordo com seu art. 7º, III. 
O direito à informação é um direito fundamental consagrado pelo texto constitucional no 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
26 
 
art. 5º, XXXIII. 
Além disso, conforme previsão no art. 5º, X, da CRFB/88, são invioláveis a intimidade, a 
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
A competência para julgamento do Habeas Data é fixada de acordo com a autoridade 
coatora. Sendo assim, por força do art. 105, I, b, da CRFB/88 e do art. 20, I, b, da Lei 9507/97, 
tendo em vista que a autoridade coatora é o Ministro de Estado da Defesa, o foro competente 
para julgamento da ação é o STJ. 
Também é importante ressaltar que o impetrante é o titular do dado pessoal que se 
pretende conhecer por meio desta, o que está em harmonia com a natureza personalíssima da 
ação. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer a V. Exa.: 
a) que seja notificada a autoridade coatora, o Ministro de Estado da Defesa, nos termos 
da presente, a fim de que preste demais informações que julgar necessárias; 
b) a procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante o 
acesso às informações de seu interesse; 
c) a intimação do Representante do Ministério Público; 
d) a juntada dos documentos. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
27 
 
 
2 AÇÃO POPULAR 
 
Art. 5º, LXXIII, CRFB/88. Qualquer CIDADÃO é parte legítima para 
propor ação popular que vise anular ato lesivo1 ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
 
2.1 Histórico, conceito e natureza jurídica 
 
Surgiu em 1934, foi excluída da Constituição de 1937, voltou a fazer parte da história 
constitucional com a Constituição de 1946 e teve seu objeto ampliado em 1988. 
A sua inspiração vem do direito romano, era a ação utilizada pelos cidadãos de Roma para 
defender as praças públicas, as sepulturas, para impedir que animais ferozes transitassem nas 
vias públicas, ou seja, uma ação que nasceu apresentando uma relação muito simbiótica entre o 
Estado e o Cidadão. 
 
A Ação Popular não vai defender direito individual ou de uma coletividade determinada, ela 
protege os chamados DIREITOS DIFUSOS (transindividuais), que pertencem a coletividade 
indeterminadas. Protege, por exemplo: mares, rios, lagoas, florestas, praça públicas, contra a 
imoralidade administrativa (combate contratos administrativos superfaturados, firmados sem base 
na lei) etc. 
É um remédio constitucional que visa anular/invalidar ato ou contrato administrativo que 
ameace ou viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a moralidade administrativa ou o meio 
ambiente. O ato pode ser comissivo ou omissivo. É uma ação que permite que o cidadão fiscalize 
a atuação da administração pública, é uma ação do povo, uma manifestação política (direito 
político positivo). 
 
Trata-se de uma AÇÃO CONSTITUCIONAL, mas no plano infraconstitucional é uma 
AÇÃO CIVIL DE PROCEDIMENTO COMUM (art. 7º, Lei 4717/65), permitindo a dilação 
probatória. 
 
2.2 Base Legal 
 
1 A lesão mencionada no dispositivo diz respeito à LESÃO FINANCEIRA, ou seja, ato lesivo é aquele 
que causa uma repercussão no erário, que viola o dinheiro do povo. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
28 
 
 
• Base constitucional – art. 5º, LXXIII, CRFB/88; 
• Base infraconstitucional – Lei 4.717/65. 
 
2.3 Finalidade 
 
• Ação Popular PREVENTIVA – quando há ameaça de lesão; 
• Ação Popular REPRESSIVA – quando a lesão já ocorreu. 
o Tem um prazo de 5 anos para ser apresentada (art. 21, Lei 4717/65) a partir do 
conhecimento da lesão, do fechamento do contrato, do ato administrativo divulgado etc. 
 
Exemplo de direitos difusos: art. 37, da CRFB/88. 
 
2.4 Jurisprudência 
 
Durante um tempo, o entendimento majoritário era de que o ato precisava ser lesivo e ilegal, 
atualmente, entretanto, NÃO é mais exigido esse binômio da lesividade e ilegalidade, ou seja, 
não necessariamente é preciso que o ato a ser questionado cause lesão financeira aos 
cofres públicos. 
 
A. Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento 
independentemente de danos ao erário 
A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio 
histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato administrativo. Com esse 
entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação que 
questiona a concorrência para exploração da ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), 
realizada em 1993. 
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres públicos para 
abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato administrativo que se visa anular. 
A ação, também movida em 1993, ataca o ato de pré-qualificação da licitação. 
No mesmo ano, a petição inicial foi indeferida pela Justiça Federal no Distrito Federal. Em 
apelação, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou o seguimento da ação, 
entendendo que a mera ausência de lesão econômica no ato administrativo atacado não basta 
para indeferir a petição inicial por alegada falta de interesse de agir de seu autor. Daí o recurso da 
União ao STJ. 
Lesão presumida 
O relator afirmou também que a jurisprudência do STJ entende desnecessário o dano 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
29 
 
material ou lesão efetiva, podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato 
administrativo que impõe limitação anormal à concorrência e à competição é presumido como 
lesivo e nulo, diante do disposto no artigo 4º da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65). 
 
 
AÇÃO POPULAR. PREJUÍZO. ERÁRIO. 
B. Trata-se de ação popular que comprovou que o prefeito construiu monumento referente 
ao Cristo Redentor sem previsão orçamentária nem processo licitatório e o condenou ao 
pagamento de perdas e danos no montante gasto. No REsp, o prefeito insurge-se contra a 
condenação; pois, a seu ver, não houve lesão ao patrimônio público. Para o Min.Relator, é 
possível afirmar a prescindibilidade do dano para a propositura da ação popular, sem adentrar o 
mérito da existência de prejuízo econômico ao erário. Isso porque a Lei de Ação Popular (Lei n. 
4.717/1965), em seu art. 1º, § 1º, ao definir o patrimônio público como bens e direitos de valor 
econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, deixa claro que o termo “patrimônio público” 
deve ser entendido de maneira ampla, a abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas 
também outros valores, entre eles, a moralidade administrativa. A Suprema Corte já se posicionou 
nesse sentido e, seguindo o mesmo entendimento, este Superior Tribunal tem decidido que a ação 
popular é instrumento hábil na defesa da moralidade administrativa, ainda que não exista dano 
econômico material ao patrimônio público. 
Além disso, as instâncias ordinárias, na análise dos fatos, chegaram à conclusão de que a 
obra trouxe prejuízo ao erário por ser construção sem infraestrutura, com sérios problemas de 
erosão no local etc. Diante do exposto, a Turma não conheceu do recurso. Precedentes citados 
do STF: RE 170.768-SP, DJ 13/8/1999; do STJ: REsp 474.475-SP, DJe 6/10/2008, e REsp 
172.375-RS, DJ 18/10/1999. REsp 1.130.754-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 
13/4/2010. 
 
2.5 Legitimidade Ativa (autor) 
 
CIDADÃO – brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos políticos (que tem 
título de eleitor) – art. 1º, §3º, Lei 4717/65. 
 
E o português equiparado? 
Se o português tiver título de eleitor no Brasil (politicamente equiparado também), a 
princípio, pode ajuizar a AP sim. 
 
NÃO podem ajuizar a Ação Popular: 
• Inalistáveis (art. 14, §2º, CRFB/88) – aqueles que não podem se alistar; 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
30 
 
o Estrangeiros; 
o Conscritos. 
• Inalistados; 
• Pessoa jurídica (Súmula 365, STF); 
• Ministério Público – é fiscal da lei em todas as Ações Populares, dando parecer. 
 
E o cidadão de 16 anos? 
Em que pese não tenha capacidade processual plena, o cidadão de 16 anos pode ajuizar 
Ação Popular, INDEPENDENTEMENTE do instituto da assistência. 
Entretanto, se na situação apresentada pela prova, a banca informa que o cidadão menor 
de idade procura seu escritório acompanhado do pai e/ou da mãe, aquele será o autor, mas se 
acrescenta “neste ato assistido por seu(sua) genitor(a) ...”, qualificando também o pai e/ou a mãe. 
 
2.6 Legitimidade Passiva (réus) 
 
Há um LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO entre TODOS os envolvidos 
(polo passivo plural). 
Art. 1º c/c art. 6º da Lei 4717/65: 
o Pessoa jurídica de direito público ou privado; 
o Agentes públicos: 
▪ Governador – indica também o Estado; 
▪ Prefeito – indica também o Município; 
▪ Presidente da república – indica também a União; 
▪ Presidente de uma autarquia – indica também a Autarquia e todos os demais 
envolvidos etc. 
o Particulares. 
 
2.7 Papel do MP 
 
Embora o Ministério Público NÃO possa ser autor da Ação Popular, aquele tem 4 atuações 
significativas no tramite desta: 
o O Ministério Público tem o papel de FISCAL DA LEI, precisa ser intimado para 
dar o seu parecer. A sua intimação é indispensável em todos os remédios constitucionais, sendo 
um dos pedidos a serem feitos (art. 7º, I, a, Lei 4717/65); 
o Pode também atuar na qualidade de SUBSTITUTO LEGAL (art. 9º, Lei 
4717/65); 
o Além disso, o MP é OBRIGADO a promover a execução quando esta não for 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
31 
 
promovida pelo autor depois de decorridos 60 dias da sentença condenatória (art. 16); 
o Por fim, poderá interpor recursos contra as sentenças e as decisões proferidas 
contra o autor da ação que forem suscetíveis de recurso (art. 19, §2º). 
 
2.8 Gratuidade 
 
• Art. 5º, LXXIII – se promovida de boa-fé, será GRATUITA; se de má-fé, será 
ONEROSA. Cabe ao Juiz decidir, na sentença final, se houve boa-fé ou má-fé. 
• Art. 12 – pedido de condenação dos réus ao pagamento das custas e honorários 
advocatícios. 
 
2.9 Tutela de Urgência 
 
É muito comum a tutela de urgência em sede de Ação Popular. 
Art. 5º, §4º, da Lei 4717/65 – suspensão LIMINAR (cautelar, que também pode ser 
chamada de liminar). 
Arts. 300 e 301, CPC. 
 
2.10 Competência 
 
Na Ação Popular, NÃO há prerrogativa de foro funcional para seu julgamento. 
 
Art. 5º, da Lei 4717/65 – conforme a origem do ato impugnação, a Ação Popular será 
proposta perante o juízo de 1º grau. 
 
ATENÇÃO! Qualquer cidadão, de qualquer parte do país, pode ajuizar ação em todo território 
nacional, uma vez que o título de eleitor tem validade nacional. 
 
“A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do 
Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de PRIMEIRO GRAU. 
Precedentes. Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais 
da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa obrigatória, 
ocorrerá a competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da 
CF.” (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-10-2001, Plenário, DJ de 
1º-8-2003.) Pet-AgR 3152 – MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE 
EMENTA: NÃO é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda 
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROCESSO E PEÇAS | Isis Miguel 
 
32 
 
que o réu seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os 
processos previstos na Constituição. 
 
Polo PASSIVO COMPETÊNCIA ENDEREÇAMENTO 
Art. 109, I, CRFB/88 – União, 
Autarquia, Empresas Públicas 
e Fundações Públicas 
Federais. 
Competência do Juiz Federal 
de 1º Grau 
EXMO. SR. DR. JUIZ 
FEDERAL DA ... VARA 
FEDERAL DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA ... 
Art. 5º, §2º, 2ª parte, da Lei 
4.717/65 – Estados, 
Municípios, suas autarquias e 
fundações públicas 
Competência do Juiz 
Estadual de 1º Grau – Vara 
de FAZENDA PÚBLICA 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE 
DIREITO DA ... VARA DE 
FAZENDA PÚBLICA DA 
COMARCA ... 
Sociedade de Economia Mista 
(Federal ou Estadual) 
Competência residual do Juiz 
Estadual de 1º Grau – Vara 
Cível 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE 
DIREITO DA ... VARA CÍVEL 
DA COMARCA ... 
 
ATENÇÃO! Há duas hipóteses em que a Ação Popular começa a tramitar 
originariamente perante o STF: 
o Quando houver conflito federativo (art. 102, I, f, CRFB/88) 
Rcl 2833 – MIN. CARLOS BRITTO 
EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA. PROCESSOS JUDICIAIS 
QUE IMPUGNAM A PORTARIA Nº 820/98, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. ATO NORMATIVO 
QUE DEMARCOU A RESERVA INDÍGENA DENOMINADA RAPOSA SERRA DO SOL, NO 
ESTADO DE RORAIMA. - Caso em que resta evidenciada a existência de litígio federativo em 
gravidade suficiente para atrair a competência desta Corte de Justiça (alínea “f" do inciso I do 
art. 102 da Lei Maior). - Cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ação popular em 
que os respectivos autores, com pretensão de resguardar o patrimônio público roraimense, 
postulam a declaração da invalidade da Portaria nº 820/98, do Ministério da Justiça. Também 
incumbe a esta Casa de Justiça apreciar todos os feitos processuais intimamente relacionados 
com a demarcação da referida reserva indígena. - Reclamação procedente. 
 
o Quando todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados ou quando mais da metade dos membros do Tribunal de origem estejam 
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, n, CRFB/88) 
Rcl 417 – MIN. CARLOS VELLOSO 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL.

Outros materiais