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Danielle Barbosa Cruz - 2ª período Distúrbios Acalasia A acalasia é um distúrbio no qual as contrações rítmicas do esôfago (os denominados movimentos peristálticos) estão ausentes ou comprometidas, o esfíncter esofágico inferior não relaxa normalmente e ocorre um aumento na pressão de repouso do esfíncter esofágico inferior. A causa pode ser desconhecida, mas geralmente é associada após a exposição a determinados vírus. O sintoma principal da acalasia é a dificuldade em engolir. Megaesôfago O megaesôfago ocorre após uma destruição parcial dos plexos nervosos da musculatura do esôfago, causando uma alteração e enfraquecimento de sua contratilidade, seguida de espasmo da cárdia, transição do esôfago ao estômago. Quando isso acontece, o alimento não consegue passar de um órgão a outro, havendo represamento da comida no esôfago, que progressivamente passa a se dilatar durante anos. Causa: O megaesôfago costuma ser contraído, no Brasil, por conta do Mal de Chagas, que é transmitido pela picada do mosquito barbeiro. Sintomas : Desconforto torácico durante as refeições; Disfagia, que é a dificuldade de engolir alimentos; e emagrecimento pois a pessoa não consegue se alimentar adequadamente. Gastrite Gastrite é a inflamação aguda ou crônica da mucosa que reveste as paredes internas do estômago. Essa alteração pode ser provocada por diferentes fatores. A doença pode ser aguda (surge de repente) ou crônica, quando o processo inflamatório se instala aos poucos e leva muito tempo para ser controlado. Causas: 1. Uso prolongado do ácido. acetilsalicílico e de anti-inflamatórios; 2. Consumo de bebidas alcoólicas; 3. Gastrite autoimune: a doença ocorre quando o sistema imune produz anticorpos que agridem e destroem as células gástricas do próprio organismo; 4. Tabagismo; 5. Infecção pela bactéria Helicobacter pylori. Úlceras gástricas e duodenal Quando a úlcera péptica surge no estômago, ela é denominada úlcera gástrica; quando surge no duodeno, ela é chamada úlcera duodenal. Danielle Barbosa Cruz - 2ª período O estômago produz ácido clorídrico, uma substância que ajuda no processo de digestão dos alimentos. Habitualmente, o interior do nosso estômago possui um pH naturalmente ácido, ao redor de 4 a 5. Quando comemos, a produção de ácido clorídrico eleva-se, e o pH do estômago pode cair para 1 ou 2, tornando-se um meio extremamente ácido e hostil a qualquer elemento orgânico. Para que o todo esse ácido produzido não corroa a parede do próprio estômago, ele é revestido com uma espessa camada de muco que serve como proteção para a sua mucosa. As úlceras ocorrem quando há alguma falha nessa proteção, seja porque a quantidade de muco foi reduzida ou porque a quantidade de ácido tornou-se excessiva. Independentemente da causa, as úlceras pépticas surgem quando o ácido no trato digestivo corrói a superfície da parede interior do estômago ou do duodeno. O contato do ácido com a mucosa pode abrir uma ferida, cujos sintomas mais comuns são a dor e o sangramento (hemorragia digestiva). Insuficiência pancreática A Insuficiência Pancreática é a incapacidade do pâncreas exócrino em produzir e expelir enzimas digestivas em quantidade suficiente para garantir a digestão e absorção intestinal dos alimentos. Geralmente a doença é resultado da lesão pancreática progressiva que pode ter diversas causas, como a Fibrose Cística, Pancreatite Crónica, diabetes do tipo 1 ou diabetes autoimune. As principais consequências da Insuficiência Pancreática são a desnutrição, perda de peso e insuficiência de vitaminas. Pancreatite ● Inflamação do pâncreas; ocorre nas formas aguda e crônica ● Pode ser causada por edema, necrose ou hemorragia ● Prognóstico bom quando associada a doença do trato biliar; ruim quando associada a alcoolismo A inflamação do pâncreas pode ser aguda ou crônica. A pancreatite aguda, que implica risco de vida, pode ser classificada como edematosa (intersticial) ou necrosante. Em ambos os tipos, a ativação inapropriada de enzimas causa lesão tecidual. O mecanismo que desencadeia essa ativação não é conhecido, mas várias condições estão associadas a ela. As mais comuns incluem obstrução do trato biliar devido a cálculos e abuso de álcool (o álcool aumenta a estimulação das secreções pancreáticas) Síndromes de má absorção intestinal Em geral, os pacientes com má absorção intestinal têm sinais e sintomas diretamente referidos ao sistema digestório, inclusive diarreia, flatulência, distensão, dor e/ou cólicas abdominais e ascite. Fraqueza, perda de massa muscular, emagrecimento e distensão abdominal são comuns. Em geral, o emagrecimento ocorre apesar da ingestão calórica normal ou excessiva. As fezes esteatorreicas contêm gordura em excesso. O teor aumentado de gorduras resulta na Danielle Barbosa Cruz - 2ª período formação de fezes volumosas, amarelo-acinzentadas e fétidas. Em um indivíduo que consome uma dieta contendo 8 a 100 g de gordura por dia, a excreção de 7 a 9 g de gordura indica esteatorreia. Além da perda de gordura nas fezes, as vitaminas lipossolúveis também não podem ser absorvidas. Isso pode resultar na formação de equimoses ao menor estímulo e sangramento (i. e., deficiência de vitamina K), dores ósseas, predisposição a ter fraturas e tetania (i. e., deficiências de cálcio e vitamina D), anemia macrocítica e glossite (i. e., deficiência de ácido fólico). Neuropatia, atrofia da pele e edema periférico também podem ocorrer. Doença celíaca Doença celíaca – também conhecida como espru celíaco e enteropatia sensível ao glúten – é uma doença mediada por mecanismos imunes, que é desencadeada pela ingestão de grãos contendo glúten (inclusive trigo, cevada e arroz). Até recentemente, a doença celíaca era considerada uma síndrome de má absorção rara, que se evidenciava nos primeiros anos da infância, mas hoje se sabe que é uma das doenças genéticas mais comuns, com prevalência média de 1 a 6% na população geral A doença celíaca é causada por uma resposta imune anormal dos linfócitos T à alfagliadina ingerida (um componente da proteína do glúten) pelos indivíduos geneticamente predispostos. Quase todos os pacientes com essa doença compartilham do alelo HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 do complexo de histocompatibilidade classe II. Esses pacientes têm níveis mais altos de anticorpos contra vários antígenos, inclusive transglutaminase, endomísio e gliadina. A reação imune resultante causa uma reação inflamatória intensa, que resulta na destruição das vilosidades absortivas do intestino delgado. Quando as lesões resultantes são extensivas, podem reduzir a absorção de macronutrientes e micronutrientes. O acometimento do intestino delgado é mais acentuado nos segmentos proximais, onde a exposição ao glúten é maior. Algumas populações estão mais sujeitas a desenvolver doença celíaca. Isso inclui pacientes com diabetes melito tipo 1, outras endocrinopatias autoimunes, dermatite herpetiforme, parentes de primeiro e segundo graus de pacientes com doença celíaca e portadores dasíndrome de Turner. Várias neoplasias malignas também parecem ser um resultado direto da doença celíaca, porque a incidência aumentada observada nos pacientes com esta doença volta aos patamares da população em geral depois de vários anos em dieta livre de glúten. ➔ Manifestações clínicas A forma clássica da doença celíaca é diagnosticada na lactência e evidencia-se por déficit de crescimento, diarreia, perda de massa muscular, distensão abdominal e, ocasionalmente, desnutrição grave. Depois do período de lactência, as manifestações clínicas tendem a ser menos dramáticas. As crianças maiores podem ter anemia, baixa estatura constitucional, anormalidades do esmalte dentário e constipação intestinal. Nos adultos, os sintomas referidos ao sistema digestório são diarreia, constipação intestinal ou outras queixas de má absorção, inclusive distensão abdominal por gases, flatulência ou eructações. Constipação Danielle Barbosa Cruz - 2ª período A constipação intestinal pode ser definida por evacuações infrequentes, incompletas ou difíceis. O problema dessa definição advém do fato de que existem muitas variações individuais da função normal. O que é considerado normal por um indivíduo (p. ex., duas a três evacuações por semana) pode ser entendido como evidência de constipação intestinal por outro. A constipação intestinal pode ocorrer como um distúrbio primário da motilidade intestinal, ou efeito colateral de um fármaco; como um problema associado a outra doença; ou como sintoma de lesões obstrutivas do sistema digestório. Algumas causas comuns de constipação intestinal são incapacidade de reagir ao desejo urgente de evacuar, ingestão insuficiente de fibras dietéticas e líquidos, enfraquecimento dos músculos abdominais, inatividade e repouso ao leito, gestação e hemorróidas. ➔ Fisiopatologia A fisiopatologia da constipação intestinal pode ser classificada em três grupos gerais: constipação intestinal com trânsito normal, constipação intestinal com trânsito lento e distúrbios da defecação ou evacuação retal. A constipação intestinal com trânsito normal (ou constipação intestinal funcional) caracteriza-se por dificuldade percebida de evacuar e, em geral, melhora com o aumento da ingestão de líquidos e fibras. A constipação intestinal com trânsito lento, que se caracteriza por evacuações infrequentes, comumente é causada por distúrbios da função motora do intestino grosso. Doença de Hirschsprung é um exemplo extremo de constipação intestinal com trânsito lento, no qual as células ganglionares do intestino distal estão ausentes porque houve uma falha durante o desenvolvimento embrionário; o intestino fica mais estreito na área que não contém células ganglionares. Embora a maioria dos pacientes com essa doença seja diagnosticada na lactência ou nos primeiros anos da infância, alguns com acometimento de segmentos relativamente curtos não têm sintomas, senão em uma idade mais avançada. Os distúrbios da defecação são atribuídos mais comumente às anormalidades da coordenação muscular do assoalho pélvico ou do esfíncter anal. As doenças associadas à constipação intestinal crônica incluem transtornos neurológicos (p. ex., traumatismo raquimedular, doença de Parkinson e esclerose múltipla); distúrbios endócrinos (p. ex., hipotireoidismo); e lesões obstrutivas do sistema digestório. Fármacos como narcóticos, anticolinérgicos, bloqueadores do canal de cálcio, diuréticos, cálcio (antiácidos e suplementos), suplementos de ferro e antiácidos com alumínio tendem a causar constipação intestinal. Os idosos com constipação intestinal crônica e esforço para evacuar podem desenvolver dilatações do reto, do cólon ou de ambos. Essa condição viabiliza a acumulação de grandes volumes de fezes com pouca ou nenhuma percepção consciente. Quando também há alterações dos hábitos intestinais, a constipação intestinal pode ser um sinal de câncer colorretal. Diarreia A diarreia pode ser aguda ou crônica e tem como causa agentes infecciosos, intolerância alimentar, fármacos ou doença intestinal. As diarreias agudas com menos de 4 dias de duração são causadas principalmente por agentes infecciosos e tem evolução autolimitada. Danielle Barbosa Cruz - 2ª período ➔ Diarreia aguda A diarreia que começa subitamente e persiste por menos de 2 semanas geralmente é causada por agentes infecciosos. As diarreias agudas frequentemente são subdivididas em não inflamatórias (volumes grandes) e inflamatórias (volumes pequenos) com base nas características das fezes diarreicas. Patógenos entéricos causam diarreia por vários mecanismos. Alguns não são invasivos e não provocam inflamação, mas secretam toxinas que estimulam a secreção de líquidos. Outros invadem e destroem as células epiteliais e, deste modo, alteram o transporte de líquidos, de modo que a atividade secretória continua, mas a atividade absortiva é interrompida. A diarreia não inflamatória está associada à eliminação de fezes líquidas volumosas, mas sem sangue; cólicas periumbilicais, distensão abdominal por gases; e náuseas ou vômitos. Em muitos casos, esse tipo de diarreia é causado por bactérias que produzem toxinas ou outros patógenos que interrompem a absorção ou o processo secretório normal do intestino delgado. Embora geralmente seja branda, a diarreia (que se origina do intestino delgado) pode ser volumosa e causar desidratação com hipopotassemia e acidose metabólica. Como não há invasão dos tecidos, também não aparecem leucócitos nas fezes. A diarreia inflamatória geralmente se caracteriza por febre e diarreia sanguinolenta (disenteria). Como as infecções associadas a esses microrganismos afetam predominantemente o intestino grosso, as evacuações são frequentes, têm volume pequeno e estão associadas a cólicas no quadrante inferior esquerdo, urgência para defecar e tenesmo. ➔ Diarreia crônica A diarreia é considerada crônica quando os sintomas persistem por 4 semanas ou mais. A diarreia crônica está associada frequentemente aos distúrbios como DII, SCI, síndromes de má absorção, doenças endócrinas (hipertireoidismo, neuropatia autônoma diabética) ou colite pós-irradiação. Existem quatro grupos principais de diarreia crônica: conteúdo intraluminal hiperosmótico; aumento dos processos secretórios do intestino; doenças inflamatórias; e processos infecciosos. A diarreia factícia é causada pelo uso indiscriminado de laxantes ou pela ingestão excessiva de alimentos laxativos. Com a diarreia osmótica, a água é atraída para dentro do lúmen intestinal pela concentração hiperosmótica do seu conteúdo, a tal volume que o cólon não consegue reabsorver o excesso de líquido. Isso ocorre quando partículas osmoticamente ativas não são absorvidas. Nos pacientes com deficiência de lactase, a lactose do leite não pode ser decomposta e absorvida. Os sais de magnésio no leite de magnésia e em alguns antiácidos não são bem absorvidos e causam diarreia quando são ingeridos em quantidades expressivas. Outra causa de diarreia crônica é a reduçãodo tempo de trânsito, que interfere na absorção. Em geral, a diarreia osmótica regride com a suspensão da ingestão alimentar. Colite ulcerativa Colite ulcerativa é uma doença inflamatória inespecífica do intestino grosso. Essa doença é mais comum nos EUA e nos países ocidentais e pode ocorrer em qualquer idade, com pico de incidência na faixa etária de 15 a 25 anos. Ao contrário da doença de Crohn, que pode Danielle Barbosa Cruz - 2ª período afetar vários segmentos do sistema digestório, a colite ulcerativa limita-se ao reto e ao intestino grosso. Em geral, a doença começa no reto e estende-se em direção proximal afetando basicamente a camada mucosa, embora possa chegar à submucosa. A extensão do acometimento proximal é variável e a doença pode acometer apenas o reto (proctite ulcerativa), o reto e o cólon sigmoide (proctossigmoidite) ou todo o intestino grosso (pancolite). O processo inflamatório tende a ser confluente e contínuo, em vez de ter áreas intercaladas de tecido normal, como acontece com a doença de Crohn. Um aspecto típico dessa doença são as lesões que se formam nas criptas de Lieberkühn na base da camada mucosa. O processo inflamatório resulta na formação de hemorragias puntiformes da mucosa que, com o tempo, supuram e transformam-se em abscessos das criptas. Essas lesões inflamatórias podem sofrer necrose e ulcerar. Embora as úlceras geralmente sejam superficiais, frequentemente se estendem e formam amplas áreas desnudas. Em consequência do processo inflamatório, a camada mucosa frequentemente desenvolve projeções linguiformes, que se assemelham a pólipos e, por esta razão, são conhecidas como pseudopólipos. A parede intestinal torna-se espessa em consequência dos episódios repetidos de colite. ➔ Manifestações clínicas Nos casos típicos, a colite ulcerativa evidencia-se por uma doença recidivante marcada por episódios de diarreia. A diarreia pode persistir por dias, semanas ou meses, mas depois regride e recomeça apenas depois de um intervalo assintomático de vários meses ou anos, ou até mesmo décadas. Como a colite ulcerativa acomete a camada mucosa do intestino, as fezes geralmente contêm sangue e muco. A diarreia noturna geralmente ocorre quando os sintomas são graves durante o dia. O paciente pode referir cólicas abdominais brandas e incontinência fecal. Anorexia, fraqueza e fadiga aos esforços mínimos são comuns.
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