i Subestações PROFESSOR ANTÔNIO CARLOS DELAIBA ii 1 - INTRODUÇÃO Uma subestação pode ser definida como sendo um conjunto de equipamentos com propósito de chaveamento, transformação, proteção ou regulação da tensão elétrica. A função ou tarefa mais importante das subestações é garantir a continuidade com a máxima segurança de operação e confiabilidade dos serviços a todas as partes componentes dos sistemas elétricos. As partes defeituosas ou sob faltas devem ser desligadas imediatamente e o abastecimento de energia deve ser restaurado por meio de comutações ou manobras. Portanto, deve-se fornecer a energia elétrica com alto grau de confiabilidade, tendo em vista os prejuízos elevadíssimos representados por paradas de produção. Desta forma, destaca-se a importância de uma criteriosa escolha dos componentes, os quais irão transformar, seccionar, proteger e comandar as subestações. A escolha, aplicação e a coordenação seletiva adequadas do conjunto de componentes que constitui uma subestação são um dos aspectos mais importantes e pouco entendido de um projeto elétrico. Ao especificar uma subestação, não é admissível, considerar somente o funcionamento normal (nominal) do sistema, deve-se prever, que equipamentos podem falhar, pessoas cometerem erros e imprevistos. Assim, a função da proteção é minimizar os danos aos sistemas e seus componentes, bem como limitar a extensão e a duração das interrupções no fornecimento de 2 iii energia, sempre que, em qualquer parte do sistema, acontecer uma falha (equipamentos e/ou humana) ou imprevistos indesejáveis, tais como: curto- circuito, sobrecarga, sobretensões, etc. Portanto, a escolha dos equipamentos de uma subestação embora deva atender a certas condições mínimas de segurança e confiabilidade, dependerá de fatores econômicos, bem como de uma criteriosa escolha dos equipamentos que irão desenvolver as seguintes funções: • • • • • • • • • Transformação; Seccionamento (manobra); Proteção; Etc. Nestas condições, este curso tem por objetivo desenvolver e discutir, criteriosamente, uma técnica que é de selecionar, coordenar, ajustar e aplicar os vários equipamentos elétricos de manobra, proteção, transformação normalmente utilizados nas subestações de energia. As análises irão contemplar várias situações normais e anormais, tais como: Operação em regime (carga nominal); Operação em sobrecarga; Condições de curto-circuito (efeitos térmico e dinâmico); Seletividade; Etc. 3 iv A título de uma melhor compreensão dos estudos citados, ao longo do curso, serão desenvolvidos e propostos vários exemplos de aplicação. Para atingir estas metas, este trabalho apresenta-se desenvolvido com a seguinte estrutura: CAPÍTULO 1 - REVISÃO SOBRE OS CONCEITOS BÁSICOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS Neste capítulo fez-se uma rápida revisão dos principais conceitos e extraiu-se da extensa teoria, as equações básicas referentes aos sistemas monofásicos e trifásicos. Desta forma, uma visão geral sobre os principais conceitos necessários ao desenvolvimento do curso foi evidenciada. CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Este capítulo preocupou-se tão somente em definir e conceituar as principais grandezas elétricas necessárias à compreensão do tema proposto. As definições foram extraídas da portaria 456 da ANEEL. Complementando os aspectos anteriores, apresentou-se os conceitos e definições envolvendo as sobretensões devido às descargas atmosféricas e aquelas provenientes de chaveamentos. E finalmente citou-se as principais definições envolvendo subestações. 4 v CAPÍTULO 3 - CONFIGURAÇÕES TÍPICAS DE SUBESTAÇÕES A representação gráfica de um sistema elétrico de potência, ou os diagramas elétricos deve conter a maior quantidade possível de informações, com o objetivo de representar os componentes e as suas funções específicas. Desta forma surge o capítulo 3 que tem por meta apresentar as diversas configurações típicas encontradas nas subestações. Finalmente, com base nos diagramas unifilares, mostra-se as vantagens e desvantagens de cada arranjo específico. CAPÍTULO 4 - DIAGRAMAS UNIFILARES TÍPICOS DE ALGUMAS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA Em função das necessidades, características elétricas, segurança, confiabilidade, etc., a subestação é definida a partir de um diagrama elétrico que fixa o princípio de funcionamento da mesma, características dos equipamentos de seccionamento, proteção, transformação e controle. Neste sentido este capítulo tem por objetivo complementar o anterior, mostrando e comparando os diagramas unifilares das subestações de algumas das principais concessionárias de energia elétrica brasileira.. 5 vi CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DOS EFEITOS TÉRMICOS E DINÂMICOS PROVOCADOS PELA CORRENTE DE CURTO- CIRCUITO Este capítulo faz uma abordagem da importância, dos conceitos, efeitos e cálculos das correntes de curto-circuito trifásica e monofásica nas redes elétricas em alta e média tensão. Isto se justifica, pois é imprescindível considerar, além dos aspectos nominais, os efeitos térmicos e dinâmicos provocados pelas correntes de curto-circuito necessários a especificação dos equipamentos. CAPÍTULO 6 - TRANSFORMADORES O transformador é um dos componentes vitais presentes nos sistemas elétricos de potência, e o mesmo encontra-se na interface entre os sistemas de energia e as cargas elétricas. Desta forma, este capítulo se propõe a estudar, de uma forma sucinta, a operação deste equipamento, focalizando os seguintes aspectos: princípio de funcionamento, rendimento, regulação, paralelismo e comportamento térmico. 6 vii CAPÍTULO 7 - TRANSFORMADORES DE CORRENTE E DE POTENCIAL Ao se estabelecer qualquer procedimento de medição deve-se, de antemão, ressaltar que os trabalhos requerem etapas distintas e relevantes para o processo. Estas compreendem adequação dos sinais de tensão e corrente aos requisitos impostos pelos instrumentos de medição e/ou proteção, o que é realizado pelos TC’s e TP's. Como parte integrante dos temas considerados neste trabalho, para fins de um melhor entendimento da operação dos TP's e TC’s, far-se-á necessária uma abordagem do tema, de forma a contemplar os seguintes aspectos: princípios de funcionamento, definições, principais características, classes de exatidão, tipos de conexão, etc. CAPÍTULO 8 - EQUIPAMENTOS DE SECCIONAMENTO E PROTEÇÃO A energia elétrica deve ser fornecida com alto grau de segurança, confiabilidade e continuidade. Desta forma, destaca-se a importância de uma criteriosa escolha dos componentes, os quais irão seccionar (dispositivos de manobra ou seccionamento) e proteger (dispositivos de proteção) a instalação. Assim, este capítulo tem por meta a descrição sucinta dos principais equipamentos de secionamento e proteção em subestações. Dentre estes, 7 viii destacam-se: fusíveis, disjuntores, seccionadores, relés, pára-raios, etc., onde serão analisados os seguintes aspectos: princípios de funcionamento, definições, curvas características, especificação, aplicações, etc. CAPÍTULO 9 - SELETIVIDADE Quando uma falta ocorre numa rede elétrica, ela pode ser detectada simultaneamente por diversos dispositivos de proteção situados em diferentes áreas. A seletividade do sistema de proteção dá prioridade de operação aos