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este processo, desenvolve-se em quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e utilização. Na figura 1, pode ser visto o diagrama de blocos de um sistema elétrico de potência típico, bem como a localização dos respectivos consumidores. Figura 1 - Esquema básico do sistema elétrico de potência; As 4 etapas, mostradas na figura 1, podem ser sucintamente definidas da seguinte forma: Geração: A conversão da energia primária em elétrica se faz, normalmente, através de conversões intermediárias até a geração de energia elétrica. De um modo 2 25 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 3 geral, a conversão eletromecânica de energia é realizada através de geradores síncronos alimentados por turbinas hidráulicas. Transmissão: O transporte de energia elétrica é feito através das linhas de transmissão, cujo valor de tensão, depende do comprimento da linha e da quantidade de energia a ser transportada. Sabe-se que, quanto maior a distância entre a geração e o consumo, maior será a tensão para a transmissão. Além disso, atualmente, tem que se levar em consideração, se a transmissão será feita em corrente alternada ou em corrente contínua. Distribuição Nesta etapa, a energia deverá ser fornecida a tensões compatíveis com os níveis de consumo. O diagrama unifilar, representado na figura 2, ilustra os níveis de tensão normalmente empregados nas diversas etapas envolvidas na transmissão da energia elétrica. Geração MT e BT Transmissão AT-EAT-UAT (CA e CC) Sub-Transmissão AT-EAT-UAT (CA e CC) Distribuição MT Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor Figura 2 – Sistema elétrico de potência consumidores; 3 26 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 4 Como pode ser visto na figura 2, existem consumidores, isto é, instalações elétricas, alimentadas diretamente a partir das diferentes etapas do sistema elétrico de potência em função da quantidade de energia e extensão. Deve-se introduzir um sub-sistema, entre a transmissão e a distribuição, para que se disponibilize aos consumidores todos os níveis de tensão, denominado de sub-transmissão. Dependendo do nível, a tensão é classificada em: • Baixa tensão ( BT ) até 1kV • Média tensão ( MT ) de 1 a 66 kV ( inclusive ) • Alta tensão ( AT ) de 69 kV a 230kV ( inclusive) • Extra alta Tensão ( EAT ) de 230kV a 800kV ( inclusive ) • Ultra Alta Tensão ( UAT ) maiores que 800kV Os consumidores estão classificados em quatro grupos: • Grupo 1 – Grandes consumidores; • Grupo 2 - Consumidores médios; • Grupo 3 - Pequenos consumidores em média tensão; • Grupo 4 - Pequenos consumidores em baixa tensão. 2 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES A título de ilustração e para o desenvolvimento deste curso, adotar-se-á as seguintes definições mais usuais extraídas da portaria 456 da ANEEL. 4 27 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 5 Carga Instalada: soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW). • • • • • • • Concessionária ou permissionária: agente titular de concessão ou permissão federal para prestar o serviço público de energia elétrica, referenciado, doravante, apenas pelo termo concessionária. Consumidor: pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada, que solicitar à concessionária o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade pelo pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão ou de adesão, conforme cada caso. Consumidor livre: consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica de qualquer fornecedor, conforme legislação e regulamentos específicos. Contrato de adesão: instrumento contratual com cláusulas vinculadas às normas e regulamentos aprovados pela ANEEL, não podendo o conteúdo das mesmas ser modificado pela concessionária ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma integral. Contrato de fornecimento: instrumento contratual em que a concessionária e o consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo “A” ajustam as características técnicas e as condições comerciais do fornecimento de energia elétrica. Contrato de uso e de conexão: instrumento contratual em que o consumidor livre ajusta com a concessionária as características técnicas e as condições de utilização do sistema elétrico local, conforme regulamentação específica. 5 28 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 6 Demanda: média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado. • • • • • • • • Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato de fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW). Demanda de ultrapassagem: parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em quilowatts (kW). Demanda faturável: valor da demanda de potência ativa, identificada de acordo com os critérios estabelecidos e considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW). Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW). Energia elétrica ativa: energia que pode ser convertida em outra forma de energia, expressa em quilowatts-hora (kWh). Energia elétrica reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt- ampere-reativo-hora (kvarh). Estrutura tarifária: conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativas de acordo com a modalidade de fornecimento. 6 29 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 7 Estrutura tarifária convencional: estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano. • • Estrutura tarifária horo-sazonal: estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano, conforme especificação a seguir: a) Tarifa Azul: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia. b) Tarifa Verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de uma única tarifa de demanda de potência. c) Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias consecutivas, exceção feita