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de transformadores. Onde os números identificados no diagrama unifilar 7, correspondem: (1) Imagem térmica (2) Sobrecorrente com dois ajustes (3) Sobrecorrente homopolar (4) Buchholz ou DGPT (5) Proteção de sobrecorrente para faltas `a carcaça (6) Proteção de terra restrita (7) Proteção diferencial para transformador 322 CAPÍTULO 10 – PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES 11 3.5 – RECOMENDAÇÕES SOBRE OS AJUSTES DAS PROTEÇÕES A tabela 1 ilustra um resumo sobre os ajustes dos dispositivos de proteção em função do tipo de falta. Tipos de falta Ajustes Sobrecarga • Disjuntor BT: In • Imagem térmica: In (corrente nominal) Curto-circuito • Fusível: I > 1,3In • Sobrecorrente com tempo independente ajuste inferior < 6In com temporização de 0,3 s (seletivo com a jusante), ajuste superior > Icc a jusante, instantâneo. • Sobrecorrente com tempo dependente Ajuste inferior de tempo inverso (seletivo com a jusante), ajuste superior > Icc a jusante, instantâneo. • Diferencial para transformador, 25% a 50% de In. Falta à terra Carcaça à terra: Ajuste da proteção > 20A com temporização de 100ms. Sobrecorrente homopolar: • Ajuste de 20% da sobrecorrente de falta à terra e 6% da relação nominal dos TC's ,se alimentado por 3 TC's independentes. A temporização é de 0,1s se o aterramento for feito no sistema. Por outro lado, se o aterramento for localizado no transformador, a temporização será de acordo com seletividade. Proteção de falta à terra restrita: • Ajuste da ordem de 20% da sobrecorrente de falta `a terra, se utilizado um único TC toroidal englobando as 3 fases. • Ajuste da ordem de 10% de In, se empregado o sistema somador com 3 TC's indepedentes. 323 CAPÍTULO 11 PROTEÇÃO DE GERADORES 324 CAPÍTULO 11 – PROTEÇÃO DE GERADORES 2 PROTEÇÃO DE GERADORES 1 - INTRODUÇÃO Este capítulo abordará os esquemas de proteção associados aos geradores. O alternador, de uma maneira geral, deve ser protegido contra as faltas internas e externas. Na ocorrência de uma falta interna, como por exemplo um curto- circuito entre espiras no enrolamento do estator, o sistema de proteção deverá efetuar, o mais rápido possível, o desligamento da máquina. Desta forma, os distúrbios provocados no sistema elétrico e os danos causados ao gerador são minimizados. 2 – TIPOS DE FALTAS Os geradores, assim como os motores, têm o seu comportamento elétrico e térmico afetados pela operação em condições anormais. Esta anormalidade pode estar vinculada a vários fatores, dentre os quais pode-se citar: sobrecargas, desequilíbrio e faltas internas entre fases. Todavia, alguns desses assuntos já foram abordados no capítulo anterior, e portanto, não serão descritos novamente. Complementando estes estudos, passa-se a analisar outros distúrbios que não foram contemplados quando da realização da análise da proteção em transformadores. 325 CAPÍTULO 11 – PROTEÇÃO DE GERADORES 3 Curto-circuito externo entre fases – Quando numa rede, o curto-circuito acontecer nas proximidades de um gerador, a corrente de falta tem o comportamento mostrado na figura 1. Figura 1 - Comportamento da corrente na armadura do gerador sob condições de curto-circuito. Observa-se na figura 1, que a corrente decresce ao longo do tempo. Define-se três períodos característico que definem com maior precisão os valores das correntes nas faltas externas. No período subtransitório a corrente de curto é calculado tomando-se como base a reatância subtransitória X”d. No período transitório a corrente deve ser calculado através da impedância transitória, X’d. Para a corrente de curto-circuito em regime permanente, a impedância a ser considerada deverá ser a síncrona Xd. Falta interna de fase para carcaça – Este tipo de falta é semelhante ao já visto em transformadores e seus efeitos dependem do sistema de aterramento adotado para o neutro. O regime de aterramento do neutro pode ser diferente, 326 CAPÍTULO 11 – PROTEÇÃO DE GERADORES 4 dependendo se o gerador estiver conectado ou não na rede. Assim sendo, os dispositivos de proteção devem ser adaptados a ambos os casos. Perda de excitação – Quando um gerador perde a sua excitação, a sua operação passa a ser dessincronizada com a rede. Portanto, a máquina operar no modo assíncrono, com ligeira sobrevelocidade, e absorve potência reativa. Como conseqüência, ocorre um sobreaquecimento no estator, pois a corrente reativa pode ser elevada. As correntes induzidas provocam um elevação de temperatura no rotor, uma vez que o mesmo não foi dimensionado para tais correntes. Operação como motor – Quando um gerador estiver sendo alimentado como um motor pela rede elétrica, ele fornece um energia mecânica no eixo, isto pode causar desgastes e danos à máquina primária (motriz). Variação de tensão e freqüência – Variações de tensão e freqüência durante o regime permanente são atribuídos ao mau funcionamento dos reguladores de velocidade e de tensão. Essas variações acarretam uma série de problemas, dentre os quais pode-se citar: • Freqüências acima de seu valor nominal causam um aquecimento anormal nos motores; • Freqüências abaixo de seu valor nominal provocam redução de potência nos motores; • Variações de freqüência acarretam variações de velocidade nos motores, que podem causar danos mecânicos; 327 CAPÍTULO 11 – PROTEÇÃO DE GERADORES 5 • Sobretensões exigem uma maior solicitação nos isolamentos em todos os componentes da rede, quando comparados com a tensão nominal; • Subtensões provocam redução no torque, consequentemente há aumento da corrente e aquecimento adicional nos motores. 3 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO Sobrecarga – Os dispositivos de proteção de sobrecarga para geradores são idênticos aos dos motores, ou seja, sobrecorrente com tempo dependente, imagem ou sonda térmica. Desequilíbrio – Neste caso, a proteção é semelhante aquela aplicada em motores. Os dispositivos de proteção detectam o desequilíbrio através da componente de seqüência negativa, com curvas de temporização do tipo dependente ou independente. Curto-circuito externo entre fases – Como o valor da corrente de curto- circuito decresce em função do tempo, uma simples detecção desta corrente pode ser insuficiente. Portanto, para que este tipo de falta seja detectada de maneira eficiente, deve-se utilizar a proteção de sobrecorrente com retenção de tensão. O ajuste de corrente do referido dispositivo obedece a relação entre tensão e corrente ilustrada na figura 2. A atuação é temporizada. 328 CAPÍTULO 11 – PROTEÇÃO DE GERADORES 6 Figura 2 - Comportamento da corrente de ajuste Ir em função da tensão. Curto-circuito interno entre fases – Para este tipo de falta, a proteção diferencial de alta impedância é uma solução rápida e sensível. Em certos casos, especialmente para um gerador de pequeno porte, a proteção contra um curto-circuito interno entre fases pode ser realizada da seguinte maneira: • Uma proteção de sobrecorrente instantânea (A), habilitada somente quando o disjuntor do gerador estiver aberto, com sensor de corrente localizado no lado do ponto neutro, com ajuste inferior a corrente nominal, • Uma proteção de sobrecorrente instantânea (B), com sensores de corrente localizados no lado do disjuntor, com um ajuste superior a corrente nominal do gerador. A figura 3 ilustra