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P Penal 8 1

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1 
www.g7juridico.com.br 
 
 
 
INTENSIVO I 
Renato Brasileiro 
Direito Processual Penal 
Aula 08 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
Ação penal III 
 
9. Causas extintivas da punibilidade relativas à ação penal privada 
 
Há quatro causas extintivas da punibilidade que estão diretamente relacionadas ao Processo Penal: decadência, 
renúncia, perdão do ofendido e perempção. 
 
CP, art. 107: “Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
(...)”. 
 
9.1. Decadência do direito de ação privada (ou de representação) 
 
I – Decadência é a perda do direito de ação penal privada ou do direito de representação em virtude do não exercício 
desse direito dentro do prazo legal. 
 
II – Natureza jurídica da decadência: causa extintiva da punibilidade (CP, art. 107, IV). 
III - Há três espécies de ação penal privada: exclusivamente privada, personalíssima e subsidiária da pública. 
 
 
 
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A decadência extingue a punibilidade, a exceção da ação penal privada subsidiária da pública. Nela, não obstante a 
perda do direito, o Ministério Público continua podendo oferecer a denúncia, já que em sua essência o crime é de ação 
penal pública – e não de ação penal privada. 
 
Em suma, a decadência é uma causa extintiva da punibilidade somente nas hipóteses de ação penal privada 
personalíssima ou de ação penal privada exclusivamente privada. 
 
IV – Previsão da decadência no Código de Processo Penal: 
 
CPP, art. 38: “Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do 
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia”. 
 
Observações: 
 
➢ A regra sobre decadência é o artigo 38. No entanto, há exceções a ela. 
 
➢ Em regra, o prazo decadencial é de seis meses. Observações em relação ao prazo: 
 
• Prazo de direito material. 
CP, art. 10: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum” (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
• O prazo é fatal e improrrogável. 
• Não se confunde com a prescrição - a decadência não está sujeita a causas suspensivas ou interruptivas. 
• É relevante para a decadência a verificação do exercício (ou não) do direito. 
• Em regra, o prazo decadência começa a fluir a partir do conhecimento da autoria. Exceção: CP, art. 236, 
parágrafo único: o prazo começa a fluir a partir do trânsito em julgado da decisão que anular o casamento. 
• O artigo 29 do CPP, citado pelo artigo 38, trata da ação penal privada subsidiária da pública. 
 
✓ Nesse caso, o prazo continua sendo de seis meses, mas ao contrário da regra, ele começa a fluir a partir 
do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia (caracterização da inércia do 
Ministério Público). 
✓ Essa decadência é denominada por alguns doutrinadores de decadência imprópria - não haverá a 
extinção da punibilidade (crime de ação penal pública). 
V - Jurisprudência: 
 
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STJ: “(...) Como regra, o prazo da decadência é de 06 (seis) meses e em se tratando de causa de extinção da punibilidade 
o prazo tem natureza penal, devendo ser contado nos termos do art. 10 do Código Penal e não de acordo com o art. 
798, § 1º do Código de Processo Penal, quer dizer, inclui-se no cômputo do prazo o dies a quo. Assim, tendo em vista 
que ambas as queixas foram oferecidas quando já esgotado o prazo legal, há que se reconhecer a extinção da 
punibilidade do querelado em razão da decadência. Queixas rejeitadas”. (STJ, Corte Especial, Apn 562/MS, Rel. Min. 
Felix Fischer, j. 02/06/2010). 
 
STJ: “(...) Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, ainda que perante juízo incompetente, não há falar em 
decurso do prazo decadencial. Precedentes do STF e do STJ”. (STJ, 6ª Turma, HC 11.291/SE, Rel. Min. Hamilton 
Carvalhido, DJ 23/10/2000). 
 
9.2. Renúncia ao direito de queixa 
 
I – A renúncia é um ato unilateral (não depende de aceitação). 
 
II – Ocorre antes do exercício do direito. 
 
III – Está relacionada ao princípio da oportunidade ou da conveniência. 
 
IV – Princípio da indivisibilidade: a renúncia concedida a um a todos beneficia. 
 
CPP, art. 49: “A renúncia ao exercício do direito de queixa, e relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá”. 
 
V – Conceito: ato unilateral e voluntário por meio do qual a pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica 
do seu direito de queixa. Cuida-se de causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente 
privada ou privada personalíssima. 
 
VI – A renúncia poderá ser: 
 
• Expressa: declaração inequívoca. 
• Tácita: prática de ato incompatível com a vontade de processar. 
 
Observação n. 1: de acordo com o Código de Processo Penal o recebimento de indenização não é sinônimo de renúncia 
tácita. Já a Lei dos Juizados é expressa no sentido de que a composição civil dos danos homologada pelo juízo acarreta a 
renúncia ao direito de queixa ou de representação. Dispositivos legais: 
 
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• CP, art. 104: “O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de 
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime”. 
• Lei n. 9.099/95, art. 74: “A composição dos danos civis será reduzida a escrito e homologada pelo juiz mediante 
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à 
representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação”. 
 
9.3. Perdão do ofendido 
 
I – Natureza jurídica: causa extintiva da punibilidade – apenas nas hipóteses de ação penal privada personalíssima ou 
ação penal exclusivamente privada. 
 
II – Ato bilateral (depende de aceitação). 
 
CP, art. 106: “O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito” (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
III – O perdão é cabível depois do exercício do direito de queixa e até o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
CP, art. 106, § 2º: “Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória”. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
IV – O perdão está relacionado ao princípio da disponibilidade. 
 
V - Conceito: ato bilateral e voluntário por meio do qual o querelante resolve não prosseguir com o processo que já 
estava em andamento, perdoando o acusado. Trata-se de causa extintiva da punibilidade nos casos de ação penal 
exclusivamente privada ou privada personalíssima. 
 
VI – Princípio da indivisibilidade: o perdão concedido a um querelado comunica-se a todos os outros, desde que haja 
aceitação. Caso contrário, o processo seguirá em relação àqueles que não aceitaram o perdão. 
CP, art. 106: “O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dadapela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...)”. 
 
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VII – O perdão pode ser: 
 
• Expresso: declaração inequívoca. 
• Tácito: prática de ato incompatível. 
 
Observação n. 1: a aceitação também pode ser expressa ou tácita. O silêncio do querelado no prazo de três dias, desde 
que tenha sido intimado, deve ser compreendido como aceitação tácita. 
 
CPP, art. 58: “Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro 
de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade”. 
 
VIII - O perdão concedido por uma das vítimas não prejudica o direito das demais: 
 
CP, art. 106: “O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
(...)”. 
 
IX – Perdão do ofendido e perdão judicial. 
 
A única semelhante entre eles é que ambos são causas extintivas da punibilidade: 
 
CP, art. 107: “Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
(...) 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei”. 
 
Exemplo de perdão judicial: 
 
CP, art. 121, § 5º: “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária” (Incluído pela Lei nº 
6.416, de 24.5.1977). 
 
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Perdão do ofendido Perdão judicial 
Ação privada. Ação pública ou privada. 
Concedido pelo ofendido. Concedido pelo juiz. 
Depende de aceitação. Não depende de aceitação. 
 
9.4. Perempção 
 
I - Conceito: é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da negligência do 
querelante, com a consequente extinção da punibilidade nos crimes de ação penal exclusivamente privada ou privada 
personalíssima. 
 
II - Diferença entre a perempção e decadência: 
 
• Perempção: é a perda do direito de prosseguir. 
• Decadência: é a perda do direito de dar início. 
 
III - Causas de perempção: 
 
CPP, art. 60: “Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos [seria 
prudente intimá-lo]; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no 
art. 36 [prevalece o entendimento de que não é necessária a intimação]; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente [o não comparecimento à audiência de conciliação não é causa de perempção], ou deixar de formular o pedido 
de condenação nas alegações finais [não confundir com os crimes de ação pública: artigo 385 do CPP]; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor”. 
 
 
 
 
IV – Questões: 
 
(MPE- PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO –MP/SP – 2017) - Assinale a alternativa correta. 
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(A) O perdão do querelante a um dos querelados, em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal, beneficia aos 
demais. 
(B) Nos crimes de ação pública condicionada, oferecida a representação contra um dos autores do crime, o Ministério 
Público deverá oferecer denúncia contra todos os autores. 
(C) O prazo decadencial para o oferecimento de queixa crime começa a fluir para o cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão a partir da morte do ofendido. 
(D) No caso de infração de menor potencial lesivo, a composição amigável dos danos civis homologada pelo juízo, 
acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
(E) A decadência e a perempção são formas de extinção da punibilidade que só ocorrem na ação privada em que vigora 
o princípio da oportunidade. 
 
Gabarito: D. 
 
(MPE- PROMOTOR DE JUSTIÇA –MP/SC – 2016) - ANALISE OS ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE 
“VERDADEIRO” – (V) OU “FALSO” – (F) 
 ( ) Nos termos do Código de Processo Penal, nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 
sessenta dias seguidos; quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo 
a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; quando, sendo o 
querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
Gabarito: falso. 
 
10. Ação penal privada subsidiária da pública (ação penal acidentalmente privada/supletiva) 
 
I – Pressuposto: inércia do Ministério Público. 
 
II - De acordo com alguns doutrinadores, ela poderia ir além da inércia do órgão ministerial, abrangendo a inércia do 
aparato estatal. 
 
A ideia da ação penal privada subsidiária da pública foi a de criar um mecanismo de controle sobre os órgãos 
persecutórios. Em outras palavras, de nada adianta outorgar ao Ministério Público a titularidade da ação penal pública, 
se concomitantemente não houver algum instrumento de controle sobre essa titularidade. Ademais, o próprio 
legislador constituinte, no rol de direitos e garantias fundamentais, previu ação penal privada subsidiária da pública. 
III - CF, art. 5º, LIX: “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”. 
 
Observação n. 1: 
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• O crime sempre continuará sendo de ação penal pública. Em outras palavras, a ação penal privada subsidiária da 
pública não transforma o crime em de ação penal privada. 
• “(...) se esta não for intentada no prazo legal”: pressuposto (inércia do Ministério Público). 
 
Observação n. 2: o Supremo no HC n. 74.276 considerou procrastinatórias diligências solicitadas pelo Ministério Público 
configurando-se, então, a inércia do órgão. Consequentemente, o Tribunal entendeu ser possível o ajuizamento de uma 
ação penal privada subsidiária da pública. 
 
IV – Em regra, é necessário que a vítima seja determinada, a semelhança da representação. Exceções: 
 
• CDC, art. 80: “No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e 
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os 
legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV1, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se 
a denúncia não for oferecida no prazo legal”. 
• Lei n. 11.101/05, art. 184: “Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. 
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1º, sem que o representante do Ministério 
Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administradorjudicial poderá oferecer ação penal 
privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses”. 
 
10.2. Prazo decadencial (decadência imprópria) 
 
É possível decadência na ação penal privada subsidiária da pública: o direito é perdido caso não exercido dentro do 
prazo de seis meses contado a partir da inércia do Ministério Público. No entanto, não haverá a extinção da 
punibilidade, pois o crime é de ação penal pública. 
 
10.3. Poderes do MP na ação penal privada subsidiária da pública 
 
I – Por tratar-se de um crime de ação penal pública os poderes do Ministério Público são amplos. 
 
1 CDC, art. 82: “Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 
9.008, de 21.3.1995) 
(...) 
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, 
especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; 
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa 
dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear”. 
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II – CPP, art. 29: “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos 
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, 
retomar a ação como parte principal”. 
 
III – Aditamento da queixa: acrescentar elementos essenciais ou acidentais. Exemplos: 
 
• Elementos essenciais: novos coautores, novos partícipes e novos fatos delituosos. 
• Elementos acidentais: circunstâncias de tempo e lugar. 
 
IV – Segundo a doutrina, mesmo que em perfeitas condições, o Ministério Público poderá repudiar a queixa. No 
entanto, caso afastada, o Ministério Público é obrigado a oferecer uma denúncia (substitutiva). 
 
Caso o órgão ministerial não fosse obrigado a denunciar - substituindo a queixa - haveria a própria negação do direito de 
ação penal privada subsidiária. 
 
V – Ação penal indireta: nos casos de ação penal subsidiária da pública, caso o querelante revele-se negligente, o 
Ministério Público reassume o processo como parte principal. 
 
11. Ação penal popular 
 
I – É citado por alguns doutrinadores. 
 
II – Exemplos: 
 
• “Habeas corpus” (pode ser ajuizado por qualquer pessoa). 
• Faculdade de qualquer cidadão oferecer “denúncia” contra agentes políticos por “crimes” de responsabilidade. 
 
Observações: 
 
• A “denúncia” acima citada é a “notitia criminis”. 
• Tecnicamente, os “crimes” de responsabilidade não são crimes, mas infrações político-administrativas (não 
preveem como sanção penas privativas de liberdade). 
 
12. Ação penal adesiva 
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Não há consenso sobre a expressão. Correntes: 
 
• 1ª corrente: litisconsórcio entre o Ministério Público e o querelante. 
• 2ª corrente (Direito alemão): o Ministério Público poderia promover a ação penal em um crime de ação penal 
privada, desde que visualizasse que há um interesse público no caso concreto. 
 
13. Ação de prevenção penal 
 
É aquela que visa à aplicação de medida de segurança para os inimputáveis (CP, art. 26, “caput”). Portanto, ela não seria 
uma ação penal condenatória propriamente dita. 
 
14. Ação penal secundária 
 
O crime em questão tem, como regra, uma espécie de ação penal, mas, a depender da presença de algumas 
circunstâncias, ocorrerá uma mudança da espécie de ação penal. Exemplo: 
 
• Crime contra: ação penal privada. 
• Crime contra a honra cometido contra o Presidente da Pública: ação penal pública condicionada à requisição do 
Ministro da Justiça. 
 
15. Ação penal nos crimes contra a honra 
 
I – Regra: ação penal privada. 
 
II – Exceções: 
 
➢ Injúria real. 
 
CP, art. 140, § 2º: “Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se 
considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência”. 
Ação penal: 
 
• Vias de fato: ação penal privada (as vias de fato serão absorvidas pelo crime contra a honra). 
• Violência que resulte em lesão corporal: 
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✓ Leve: ação penal pública condicionada à representação. 
✓ Grave ou gravíssima: ação penal pública incondicionada. 
 
➢ Crimes militares contra a honra: ação penal pública incondicionada. 
 
➢ Crimes eleitorais: ação penal pública incondicionada. 
 
➢ Injúria racial. 
 
III - CP, art. 145: “Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do 
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste 
Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 
140 deste Código” (Redação dada pela Lei nº 12.033 de 2009). 
 
IV – Injúria racial x racismo (Lei n. 7.716/89). 
 
A injúria racial é crime de ação penal pública condicionada à representação; o racismo é crime de ação penal pública 
incondicionada. 
 
V – Crime contra a honra de servidor público em razão das funções (crime “propter officium”). 
 
Pela leitura do Código Penal (artigo 145, parágrafo único) a ação penal seria pública condicionada à representação. No 
entanto, o Supremo entende que também é possível que o crime seja processado através de ação penal privada: 
 
S. 714 STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de 
suas funções”. 
 
Não obstante a súmula empregar o termo “concorrente”, isto não é exemplo de legitimidade concorrente, na qual duas 
ou mais pessoas poderiam agir concomitantemente, mas sim de legitimidade alternativa: oferecimento de queixa ou 
oferecimento da representação. 
STF: “(...) Ação penal: crime contra a honra do servidor público, propter officium: legitimação concorrente do MP, 
mediante representação do ofendido, ou deste, mediante queixa: se, no entanto, opta o ofendido pela representação 
ao MP, fica-lhe preclusa a ação penal privada: electa una via... II. Ação penal privada subsidiária: descabimento se, 
oferecida a representação pelo ofendido, o MP não se mantém inerte, mas requer diligências que reputa necessárias. 
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III. Processo penal de competência originária do STF: irrecusabilidade do pedido de arquivamento formulado pelo 
Procurador-Geral da República, se fundado na falta de elementos informativos para a denúncia”. (STF, Pleno, Inq. 
1.939/BA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 03/03/2004). 
 
16. Ação penal nos crimes de lesão leve praticados com violência doméstica contra a mulher 
 
I - O crime de lesão leve ou lesão culposa são processados mediante ação penal pública condicionada à representação 
(Lei n. 9.099/95, art. 88). No entanto, o artigo 41 da Lei Maria da Penhaafastou a aplicação da Lei dos Juizados: 
 
Lei n. 11.340/06, art. 41: “Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995”. 
 
Assim, se o crime de lesão leve for praticado no contexto da Lei Maria da Penha, a espécie de ação penal será a pública 
incondicionada, de acordo com o entendimento do STF. Ademais, o Supremo decidiu desta forma tanto em relação à 
lesão leve como também em relação à lesão culposa. 
 
II - Jurisprudência: 
 
• STF: “(...) AÇÃO PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL – NATUREZA. A ação 
penal relativa a lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada – 
considerações”. (STF, Pleno, ADI 4.424/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 09/02/2012). 
• STF: “(...) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 – GÊNEROS MASCULINO E FEMININO – TRATAMENTO 
DIFERENCIADO. O artigo 1º da Lei nº 11.340/06 surge, sob o ângulo do tratamento diferenciado entre os 
gêneros – mulher e homem –, harmônica com a Constituição Federal, no que necessária a proteção ante as 
peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira. COMPETÊNCIA – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 
11.340/06 – JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. O artigo 33 da Lei nº 
11.340/06, no que revela a conveniência de criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a 
mulher, não implica usurpação da competência normativa dos estados quanto à própria organização judiciária. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER – REGÊNCIA – LEI Nº 9.099/95 – AFASTAMENTO. O 
artigo 41 da Lei nº 11.340/06, a afastar, nos crimes de violência doméstica contra a mulher, a Lei nº 9.099/95, 
mostra-se em consonância com o disposto no § 8º do artigo 226 da Carta da República, a prever a 
obrigatoriedade de o Estado adotar mecanismos que coíbam a violência no âmbito das relações familiares”. 
(STF, Pleno, ADC 19/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 09/02/2012). 
• S. 536 STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos 
sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha”. 
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• S. 542 STJ: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica e familiar contra 
a mulher é pública incondicionada”. 
 
III – O ideal é concluir que a lesão corporal que é pública incondicionada é apenas a lese, a grave e a gravíssima. 
 
A lesão culposa não entra na Lei Maria da Penha. A legislação cuida da violência de gênero que consiste no 
aproveitamento da situação de vulnerabilidade da vítima para se sobrepor em relação a ela. Logo, a espécie de ação 
penal é a pública condicionada à representação. 
 
17. Ação penal nos crimes contra a dignidade sexual 
 
I – Atualmente, crimes contra a dignidade sexual são crimes de ação penal pública condicionada à representação. No 
entanto, o próprio Código contempla algumas exceções: vítima menor de 18 anos ou vulnerável (ação penal pública 
incondicionada). 
 
Redação antiga do Código Penal: 
 
CP, art. 225: “Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. 
§1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública: 
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à 
manutenção própria ou da família; 
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. 
§ 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação”. 
 
Redação atual do Código Penal: 
 
CP, art. 225: “Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública 
condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa vulnerável”. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
Quadro comparativo: 
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II – Segundo a doutrina, sob a ótica da vedação da proteção deficiente, não se pode admitir que um crime contra 
vulnerável dependa de representação. Portanto, a doutrina entende que neste caso a ação penal seria pública 
incondicionada. 
 
No entanto, o STJ entende que a vulnerabilidade deve ser analisada caso a caso, pois é possível cogitar-se em uma 
vulnerabilidade transitória e em uma vulnerabilidade permanente: 
 
• Transitória: ação penal púbica condicionada à representação. 
• Permanente: ação penal pública incondicionada. 
 
III – Na visão da doutrina a S. 608 do STF está ultrapassada (“overruling”) porque a Lei n. 12.015/09 não fez nenhuma 
ressalva quanto ao estupro praticado com violência real. 
 
S. 608 STF: “No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada”. 
 
18. Peça acusatória 
 
 
 
Questão n. 1: é possível haver um único processo com duas peças acusatórias (denúncia e queixa)? Sim. Trata-se do 
“simultaneus processus” que poderá ocorrer nas hipóteses de conexão ou continência. 
 
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18.1. Requisitos da peça acusatória 
 
Os requisitos da denúncia e da queixa são semelhantes e são extraídos do art. 41 do CPP. A única diferença é que a 
queixa-crime precisa vir acompanhada de uma procuração com poderes especiais. 
 
CPP, art. 41: “A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas”. 
 
a) Exposição do fato delituoso 
 
I – A exposição é importante porque contempla a imputação: é a atribuição a alguém da prática de determinada 
infração penal, funcionando como o ato processual por meio do qual se formula a pretensão penal. 
 
II - A imputação é essencial porque prevalece a orientação de que o acusado defende-se dos fatos que lhe são 
imputados. 
 
III – A exposição deve ser feita de maneira simples, objetiva e descritiva. 
 
Trata-se de uma narrativa que deve responder a questionamentos básicos - O que aconteceu; Por quê? Quando? Como? 
Contra quem? 
 
IV – Elementos da peça acusatória: 
 
➢ Elementos essenciais: fato típico. 
 
Ausência: nulidade absoluta. 
 
➢ Elementos acidentais: circunstâncias (tempo, lugar, “modus operandi”). 
 
Ausência: nulidade relativa. 
 
V – Pela leitura do artigo 41 do CPP a denúncia deverá fazer menção a tudo, inclusive agravantes e atenuantes. No 
entanto, o artigo 385 autoriza o juiz nos crimes de ação penal pública a reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha 
sido alegada: 
 
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CPP, art. 385: “Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público 
tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada”. 
 
Na visão da jurisprudência, por mais que uma agravante não tenha sido alegada, ela pode ser reconhecida pelo juiz sem 
que se possa objetar violação à ampla defesa. Precedente: 
 
STF: “(...) As agravantes, ao contrário das qualificadoras, sequer precisam constar da denúncia para serem reconhecidas 
pelo Juiz. É suficiente,para que incidam no cálculo da pena, a existência nos autos de elementos que as identifiquem. 
No caso sob exame, consta na sentença que a paciente organizou a cooperação no crime, dirigindo a atividade 
criminosa. Ordem denegada”. (STF, 2ª Turma, HC 93.211/DF, j. 12/02/2008). 
 
VI – Criptoimputação: é uma denúncia desprovida de exposição detalhada dos fatos delituosos. É um exemplo de 
nulidade absoluta. 
 
V - Denúncia genérica: é comum em crimes societários, os quais são praticados com o manto protetor de uma pessoa 
jurídica – exemplo: crime tributário. 
 
Antigamente, os Tribunais entendiam que seria possível uma denúncia genérica. Atualmente, ela não é mais admitida. 
Em outras palavras, ainda que se trate de um crime societário, o Ministério Público é obrigado a colocar na peça 
acusatória o vínculo do administrador àquele ato ilícito que lhe está sendo imputado, sob pena de inépcia e violação à 
ampla defesa. 
 
b) Qualificação do acusado 
 
I - Nome, RG, CPF, filiação, endereço. 
 
II – Caso não haja a qualificação seria possível o oferecimento da denúncia com base em esclarecimentos capazes de 
identificar o indivíduo. 
 
III - Atualmente, já não é mais viável o oferecimento de uma denúncia com base em meros esclarecimentos, sob pena 
da instauração de um processo de forma temerária contra uma pessoa incerta. 
 
Caso não haja a qualificação: identifica criminal; caso não compareça: condução coercitiva. 
 
c) Classificação do crime 
 
I - Diploma normativo, artigo, qualificadoras, concurso de crimes. 
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II - Não é um requisito obrigatório porque o acusado defende-se dos fatos que lhes são imputados. 
 
d) Rol de testemunhas 
 
I - O rol deverá constar da peça acusatória apenas se necessário. 
 
II – Número de testemunhas: 
 
 
 
III – Jurisprudência: 
 
STJ: “(...) O limite máximo de 8 (oito) testemunhas descrito no art. 401, do Código de Processo Penal, deve ser 
interpretado em consonância com a norma constitucional que garante a ampla defesa no processo penal (art. 5º, LV, da 
CF/88). Para cada fato delituoso imputado ao acusado, não só a defesa, mas também a acusação, poderá arrolar até 8 
(oito) testemunhas, levando-se em conta o princípio da razoabilidade e proporcionalidade”. (STJ, 5ª Turma, HC 
55.702/ES, Rel. Min. Honildo Amaral de Mello Castro, j. 05/10/2010). 
 
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