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Ciclo Ovariano e Ciclo Menstrual

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Ciclo Ovariano e Ciclo Menstrual (ou Ciclo Uterino)
O ciclo ovariano é dividido em três fases durante o ciclo mensal. A fase folicular, a fase da ovulação e a fase do corpo amarelo. O primeiro dia do ciclo menstrual é o primeiro dia do aparecimento da menstruação, e chamada de fase folicular, que dura em média 12 dias. Após estes 12 dias se inicia a chamada fase ovulatória que dura em média 8 dias e tem seu pico atingido no 14º dia a partir do início da menstruação. O ciclo menstrual termina com a fase lútea (corpo amarelo), que prepara o útero para o início da próxima menstruação. Durante o ciclo menstrual, os ovários sofrem várias alterações, devido a ação dos dois hormônios secretados pela hipófise anterior o LH e o FSH. Estes dois hormônios vão se ligar aos receptores das células ovarianas, e que vão estimular a secreção, crescimento e proliferação dessas células.
1. Fase Folicular
Cada menina que nasce, possui cerca de 1 milhão de folículos que estacionaram na fase da prófase da divisão meiótica, e que ainda são considerados óvocitos imaturos. Cada óvocito, nesta menina, é envolvido por uma única camada de células, chamadas células da granulosa, e nesta fase o óvocito, recebe o nome de folículo primordial. Durante a infância desta menina, acredita-se que as células da granulosa começam a fornecer “alimentos” necessários para o óvocito se desenvolver, além de secretarem um fator inibidor da maturação dos ovócitos, que o mantém em seu estado inicial (folículo primordial).
Na puberdade, os hormônios FSH e o LH secretados pela adeno-hipófise, começam a ser secretados em grandes quantidades, todo o ovário, juntamente com alguns de seus folículos, começa a crescer. A primeira fase do crescimento folicular consiste em aumento moderado do próprio óvocito, cujo diâmetro aumenta por duas a três vezes. Então, inicia-se o crescimento de mais camadas de células da granulosa, e, nessa fase, o folículo passa a ser chamado de folículo primário.
Durante os primeiros dias após o início da menstruação, ocorre um aumento nas concentrações de FSH e LH, sendo que a elevação do FSH ocorre alguns dias antes do que do LH. Esses dois hormônios, principalmente o FSH, são responsáveis pelo crescimento de 6 a 12 folículos primários a cada mês. O efeito inicial consiste na rápida proliferação das células da granulosa, dando origem a muito mais camadas dessas células. Muitas células começam a se acumular, formando várias camadas em volta das células da granulosa, estas camadas de células são chamadas de células da teca. A teca é dividida em duas partes: a teca interna, que tem a função de secretar hormônios, como o estrogênio. Já a teca externa é uma “cápsula” altamente vascularizada, e é responsável pela vascularização do folículo.
Após esta fase, que dura alguns dias, o conjunto de células da granulosa secretam o liquido folicular que tem altas taxas de estrogênio. Este líquido vai se acumular, formando um antro no interior da massa de células da granulosa. Com o surgimento do antro, as células da granulosa e as células da teca proliferam ainda mais rapidamente, a velocidade de secreção aumenta, e cada um dos folículos em crescimento transforma-se em folículo antral. O crescimento inicial do folículo primário até o estágio antral é estimulado principalmente pelo FSH. A seguir, ocorre crescimento acelerado dos folículos antrais, resultando na formação de folículos muito maiores, denominados folículos vesiculares. Depois de 1 semana ou mais deste crescimento acelerado, porém antes de ocorrer à ovulação, um dos folículos começa a se destacar dos demais, os quais começam, então, a involuir, são “destruídos” , e passam a ser chamados de atrésicos. Esse processo de atresia é importante, pois permite que apenas um dos folículos cresça o suficiente para ovular. O folículo que se desenvolve muito mais do que os outros é chamado de folículo maduro, e secreta grande quantidade de estrogênio.
2. Fase da Ovulação
A fase pré-ovulatória inicia-se com um aumento na velocidade da secreção de LH, cerca de 16 horas antes de ocorrer a ovulação, ocorre um pico do hormônio LH. O LH vai atuar no folículo antral, afastando as células da granulosa, que vão para um “canto” do folículo. Depois ocorre o rompimento da membrana do folículo, e é liberada a célula germinativa (o óvulo) que deverá ser fecundada pelo espermatozóide. Junto com esta célula também é liberado um liquido viscoso, que vai tem a função de transporta o óvulo circundado por vários milhares de pequenas células da granulosa que formam a corona radiata. A liberação do óvulo, normalmente ocorre ocorre 14 dias após o início da menstruação. O LH também atua especificamente sobre as células da granulosa e da teca, transformando-as em células secretoras de progesterona, e com menor secreção de estrogênio. Por conseguinte, a velocidade de secreção de estrogênio começa a diminuir aproximadamente 1 dia antes da ovulação, enquanto quantidades maiores de progesterona começam a ser secretadas.
3. Fase do Corpo Amarelo
Nas primeiras horas após à expulsão do óvulo, as células da granulosa que permaneceram no folículo crescem muito de tamanho e recebem grande quantidade de gordura, o que lhes dá um aspecto amarelado, passando a serem chamadas de células luteínicas e a massa total de células leterinicas recebe o nome de corpo lúteo. Esse processo é denominado luteinização, e depende principalmente do LH secretado pela adeno-hipófise. O corpo lúteo é um órgão altamente secretor e a sua função é produzir grandes quantidades dos hormônios sexuais femininos progesterona e estrogênio. Como resultado desse aumento na produção destes hormônios, a secreção de LH e FSH cessa. Em uma mulher normal, o corpo lúteo cresce até, aproximadamente 7 a 8 dias após a ovulação. A seguir, ele começa a involuir e a perder sua função secretora, cerca de 12 dias após a ovulação, ele transforma-se no chamado corpus albicans, o qual durante as semanas seguintes, é substituído por tecido conjuntivo, formando uma cicatriz no ovário.
Ciclo Uterino: Ciclo endometrial e menstruação
1. Fase Menstrual
Esta fase normalmente dura de três a sete dias, e é nela que ocorre a menstruação. A menstruação é a eliminação de um conjunto de células e secreções, como sangue, tecido endotelial (tecido que reveste internamente o útero), secreções e muco do útero. A menstruação é causada pela súbita redução dos estrogênios a da progesterona, durante esta fase, o nível de estrógeno e progesterona é muito baixo no sangue; isto estimula o hipotálamo a secretar o Hormônio Liberador de Gonadotropina (GnRh) que por sua vez vai estimular a adeno-hipófise a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do folículo primário, como já visto anteriormente. Mais ou menos um dia antes do inicio da menstruação, os vasos sanguíneos sinuosos que irrigam o endométrio, contraem-se, diminuindo a irrigação dessa camada interna do útero. A vasoconstrição e a diminuição da secreção do estrogênio e da progesterona, provocam a morte das células do endométrio , causando hemorragia. Gradualmente, as camadas externas “mortas” do endométrio descolam-se do útero sendo eliminadas na menstruação. A massa do tecido descamado e o sangue na cavidade uterina desencadeiam as contrações uterinas a eliminarem o seu conteúdo. Durante a menstruação, também é eliminado grande número de leucócitos, esses numerosos leucócitos tornam o útero altamente resistente à infecções durante a menstruação, embora as superfícies endometriais estejam “expostas”.
2. Fase Proliferativa
Após a menstruação, só permanece uma fina camada endometrial. Sob a influência dos estrogênios, secretados em quantidades crescentes pelo ovário durante a primeira fase do ciclo ovariano, as células epiteliais do útero, proliferam rapidamente. E a superfície do endométrio é “re-feito” dentro dos 4 a 7 dias após o início da menstruação. Durante as duas primeiras semanas do ciclo, até a ovulação, o endométrio aumenta acentuadamente de espessura, devido ao número crescente de células do estroma, ao progressivocrescimento das glândulas endometriais e dos vasos sanguíneos no endométrio. Na época da ovulação, o endométrio tem espessura aproximada de 3 a 4 mm. Por isso, que essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endotélio se proliferam, recebem abundante vascularização e formam novos vasos sanguíneos.
3. Fase Secretora
Durante a segunda metade do ciclo mensal, a progesterona e o estrogênio são secretados em grandes quantidades pelo corpo lúteo. Os estrogênios provocam grande proliferação das células do endométrio durante essa fase do ciclo endometrial. Além disso, o citoplasma das células do endométrio aumenta; os depósitos de lipídios e de glicogênio também sofrem acentuado aumento; e a irrigação sanguínea do endométrio aumenta ainda mais, tornando os vasos sanguíneos altamente sinuosos. No final da fase secretora, o endométrio apresenta espessura de 5 a 6 mm. A finalidade dessas alterações endometriais é a produção de um endométrio altamente rico, contendo grandes quantidades de nutrientes armazenados capazes de oferecer condições apropriadas para a implantação do ovo, se ocorrer a fecundação. Desde o momento da fertilização até a implantação do ovo, as secreções uterinas, denominadas “leite uterino”, proporcionam a nutrição para o ovo em início de divisão. Se nessa fase não houver fecundação o endométrio é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual.
Por Layse Estevam
MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS:
O principal mecanismo de ação dos anticoncepcionais orais de uso diário é justamente a manutenção de níveis hormonais constantes (progesterona e estrógeno), assim como ocorre durante a gestação. Os contraceptivos hormonais, em sua maioria compostos por estrogênio e progesterona sintéticos, agem sobrepujando os hormônios que desencadeiam a ovulação. Estes anticoncepcionais têm a função de manter níveis constantes de progesterona e estrogênio, que inibem a secreção hipofisária de LH e FSH através de um mecanismo chamado de “feedback” (ou retroalimentação), mantendo os óvulos “adormecidos” e impedindo a ovulação.

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