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Segundo bimestre | Bacteriologia Morfologia �1 AMANDA CARPES | ATM 23 COLORAÇÃO BACILOS gram - negativos Grupo amplo, características metabólicas diversas; Formas variadas: Bastonetes retos - P.aeruginosa; Bacilos pleomórficos - Haemophilus influenzae; Bastonetes curvos - Campylobacter spp; Bastonetes curtos - Acinetobacter spp, Neisseria. Classificadas em: Enterobactérias | fermentadoras; Não enterobactérias | não fermentadoras. GLICOSE OXIDASE ENTEROBACTÉRIAS FERMENTAM NÃO PRODUZEM NÃO ENTEROBACTÉRIA NÃO FERMENTAM MAIORIA PRODUZ BACILOS GRAM - NEGATIVOS �2 AMANDA CARPES | ATM 23 ENTEROBACTÉRIAS | FERMENTADORAS Maior e mais heterogêneo grupo de bacilos gram -negativos; Ubiquitários; Anaeróbios facultativos; Móveis (flagelos peritríquios) ou imóveis; Resistência a sais biliares - usada para distinguir patógenos entéricos dos mo comensais que não são inibidos pelos sais biliares; Catalase-positivas; Oxidase-negativas; Ausência de atividade citocromo oxidase; Não formam esporos; Estrutura: LPS, cápsula (alguns), flagelo (alguns); Fatores de virulência: endotoxina, cápsula, toxinas (LT, ST, Shiga), resistência sérica e a antimicrobianos; Identificação: métodos culturais e genotípicos; Microscopia Gram: bastonetes ou cocobacilos - não diferencia; Crescem em meios seletivos (ágar MacConkey) e em não seletivos (ágar-sangue); A capacidade de fermentar a lactose é usada para diferenciar cepas que fermentam lactose (Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter e Serratia - colônias rosa lilás no ágar MacConkey) das que não fermentado são lentas na fermentação (Proteus, Salmonella, Shigella, Yersinia spp - colônias sem cor no ágar- MacConkey). ESCHERICHIA COLI KLEBSIELLA ENTEROBACTER SERRATIA MARCESENS CITROBACTER/EDWARDSIELLA PROTEUS MORGANELLA PROVIDENCIA YERSINIA SHIGELLA SALMONELLA ESCHERICHIA COLI Bacilos Gram-negativos Anaeróbios facultativos Fermentadores Oxidase-negativos 5 grupos patogênicos causam gastroenterite Infecções variadas - 80% das ITU; septicemia A maioria das infecções é endógena (microbiota normal do paciente), embora as cepas que causam gastrenterite sejam geralmente adquiridas exogenamente Fatores de virulência: específicos - adesinas e exotoxinas A maioria dos bacilos que produz ITU é proveniente do cólon, contamina a uretra, ascende até a bexiga e pode migrar para o rim ou próstata. �3 AMANDA CARPES | ATM 23 EPEC - enteropatogênica - adere ás células epiteliais; diarréia aquosa, int. delgado, transmissão pessoa-pessoa; ETEC - enterotoxigênica - água e alimentos contaminados com fezes; diarréia, toxina LT e ST (cólera), int. delgado; EAEC - enteroagregativa - auto-algutinativa pela fímbria de aderência, forma muco, diarréia aquosa persistente com intensa desidratação, int. delgado; EIEC - enteroinvasora - invade e destrói, diarréia aquosa, mais em crianças, int. grosso, pode progredir para disenteria com fezes sanguinolentas EHEC - entero-hemorrágica - pequeno inóculo, toxina shiga, diarreia aquosa seguida de uma sanguinolenta, betalactamase, int. grosso, a cepa mais conhecida é o sorotipo O157:H7 Klebsiella K. pneumoniae, K.oxytoca Cápsula - responsável pelo aspecto mucóide das colônias isoladas e pelo aumento da virulência Presente na via respiratória, fezes e em 5% dos indivíduos sadios Causa feridas, infecções dos tecidos moles e ITU K. granulomatis: granuloma inguinal (donovanose), pode ser confundida com o cancro da sífilis Pneumonia - comunitária e hospitalar Surtos de cepas multirresistentes: ESBL e KPC Enterobacter Gênero composto de 12 espécies: E. aerogenes, E. cloacae, E. Agglomerans Infecção urinária Sepsemia em pacientes hospitalizados �4 AMANDA CARPES | ATM 23 Serraria marcescens Infecções hospitalares Pneumonia, bacteremia Multirresistentes Pigmento vermelho Proteus P. mirabilis, P. vulgaris Infecções quando deixam o trato intestinal: ITU, bacteremia Produção de urease favorece cálculos pós ITU Urease é a enzima que degrada a uréia e alcaliniza o pH urinário, isso precipita a formação de cálculos Morganella Morganella morganii Parecida com Proteus PROVIDENCIA P. rettgeri Microbiota intestinal Infecção urinária CITROBACTER C. freundii C. diversus Infecções hospitalares: ITU e sepsemia EDWARDSIELLA TARDA Oportunista YERSINIA Gênero composto por 10 espécies Capacidade de resistir a destruição fagocítica Y. pestis: altamente virulenta, doença sistêmica - peste, possui genes adicionais que auxiliam a disseminação, possui uma cápsula proteica Y. enterocolitica e Y. pseudotuberculosis: patógenos entéricos Todas espécies têm plasmídio com gene de virulência Infecções zoonóticas: peste urbana e silvestre Shigella Biogrupo da E. coli Infecções intestinais que causam sangue nas fezes Transmitida de pessoa para pessoa (oro-fecal) Humanos como único reservatório Possui endotoxinas (LPS - provoca irritação da parede intestinal) e exotoxina (shiga) Doença pediátrica com inóculo pequeno �5 AMANDA CARPES | ATM 23 Salmonella Antígenos O, H (flagelo) e K (capsulares altamente específico: Vi associados a invasão) Coloniza animais e homens Pode sobreviver no macrófago e se espalhar a partir do intestino para outros lugares; Não faz parte da colonização normal dos indivíduos, apenas naquelas que já tiveram a doença Espécies principais: S. typhi, S. choleraesuis, S. enteritidis Transmissão: ingestão de alimentos contaminados e orofecal; Indivíduos com risco de infecção são aqueles imunocomprometidos e com níveis reduzidos de ácido gástrico; Fontes mais comus: aves domésticas, ovos e laticínios Mais comum gastroenterite - naúsea, vômito e diarreia sem sangue Febre tifoide Bacteremia Septicemia Coloração de Gram de Salmonella typhi isolada de uma hemocultura positiva. Observe a intensa coloração nas extremidades da bactéria. A coloração bipolar é característica das enterobactérias. EXCEÇOES: FAMÍLIA VIBRIONACEA - gênero Vibrio �6 AMANDA CARPES | ATM 23 V. cholerea Bacilos curvos Fermentadores Oxidase-positivos O1 e O131 epidemia (toxina colérica) Comum em água salgada Inóculo grande - é necessário grande quantidade de bactérias para causar doença Gastroenterite Disseminação: água ou alimentos A doença se instaura em pessoas com pH estomacal sensibilizado (acloridria ou hipocloridia) Gastroenterite Fatores de virulência: flagelo, fímbrias, pili, algumas tem cápsulas, LPS, exotoxinas (bacteriófago - cepas lisogênicas), toxina colérica LT Família aeromonadaceae - gênero aeromonas Fermentadores Ubiquitários Causa doença diarreia, infecções em feridas, doenças sistêmicas Meses mais quentes Fatores de virulência: endotoxina, hemolisina, toxinas LT e ST Diarreia autolimitadaç Resistentes a penicilina e muitas cefalosporinas e eritromicina Maioria das cepas sensíveis a gentamicina, amicacina e sulfametoxazoltrimeltropim Não fermentadores | não enterobactérias �7 AMANDA CARPES | ATM 23 Pseudomonas P. aeruginosa Bastonetes geralmente móveis, retos ou ligeiramente curvados, dispostos em pares Aeróbios obrigatórios Cápsula polissacarídica mucoide - cepas típicas de pacientes com fibrose cística Ubíquos Infecções oportunistas: pulmonares, urinárias, otite, ocular, ferida (queimadura) Poucas exigências nutricionais Pigmentação verde Infecções pulmonares em pacientes com fibrose cística Burkholderia Parecido com Pseudomonas Ambientes úmidos Infecção oportunista - hospitalar B.cepacia: fibrose cística e baixa virulência B. pseudomalei: melioidose Stenotrophomonas maltophilia Infecções em pacientes debilitados: bacteremia, pneumonia Resistência intrínseca aos carbapens,beta-lactâmicos e aminoglicosídeos Haemophilus influenzae Bastonetes gram negativos pequenos com cápsula Pleomorfismo Vacina Meningite, epiglotite, pneumonia, otite, sinusite Pseudomonas Burkholderia Stenotrophomonas maltophilia Acinetobacter Haemophilus influenzae Haemophilus ducreyi Pasteurella multocida Bordetella Francisella Tularensis Brucella Legionella pneumophilia Campylobacter Helicobacter �8 AMANDA CARPES | ATM 23 Haemophilus ducreyi Cancro mole Sexualmente transmissível Desenvolvimento de pápula macia com base eritematoso, seguida de ulceração dolorosa Pasteurella multocida Pequenos cocos-bacilos gram-negativos Normal na orofaringe de animais: infecção por contato Infecção de feridas de mordida, doença pulmonar crônica, bacteremia, meningite Bordetella B.pertussi: tosse intensa, responsável pela coqueluche Cocobacilos Disseminação pessoa-pessoa Lesão tecidual e toxicidade sistêmica Francisella tularensis Cocobacilo pequeno, fracamente corável Patógenos zoonóticos: tularemia (febre carrapato), reservatórios (mamíferos silvestres e domésticos, coelhos, peixes) Tem cápsula, antifagocitária Acinetobacter A.baumannii Cocobacilo Ubíquo Frequente em UTI Normal na orofaringe Resistente a atb Infecções respiratórias, ITU, feridas e septicemia �9 AMANDA CARPES | ATM 23 Brucella Brucelose humana Menor toxicidade Bovinos, suínos e ovinos Bactéria fagocitada: sobrevive e é carregada para vários locais Incidência baixa pelo controle do reservatório (leite) Legionella pneumophilia Delgados Pleomórficos Coram fracamente Capazes de se replicar em macrófagos Doenças esporádicas ou epidêmicas Habitat: água Doença dos legionários: pneumonia Febre Pontiac: semelhante à gripe Campylobacter C.jejuni Bacilo espiralado (curvo) Móveis (flagelo) Cresce melhor a 42 graus e em ambientes com oxigênio reduzido em meio de cultura seletivo; Não são facilmente observáveis no gram; Dose infectante alta (leite reduz isso) Infecção zoonótica: aves, bovinos e ovinos Leite ou água contaminada Gastroenterite Associada à Síndrome de Guillian-Barrè Helicobacter H.pylori Bacilos espiralados Gastrite, úlcera péptica e carcinoma gástrico Produção de urease na úlcera Disseminação pessoa-pessoa (fecal oral) Fatores de virulência: urease, mucinase, fosfolipases, citotoxina Colonização: fator de proteção ao refluxo gastroesofageano e adenocarcinoma de esôfago helicobacter campylobacter �10 AMANDA CARPES | ATM 23 ESTAFILOCOCOS Células esféricas (cocos) gram - positivas dispostas em cachos irregulares, aos pares, tétrades ou isolados; Não formam esporos; São imóveis; A determinação da presença ou não de catalase é um teste que subdivide os gêneros de cocos gram - positivos em catalase - positivos (Staphylococcus) e catalase - negativos (Streptococcus, Enterococcus); Presentes na pele e nas membranas mucosas; Gênero composto de 40 espécies e 24 subespécies; Classificação baseada na coagulase; Staphylococcus aureus coloniza as narinas; Crescem em meio com altas concentrações de NaCl, temperatura entre 18 e 40 graus; Colônias são acizentadas ou brancas a amarelo dourado intenso (S.aureus); Resistentes ao ressecamento; Cepas resistentes; MRSA: S. aureus resistente a meticilina. 1. Estruturas: Cápsula: tem ação protetora, inibindo a fagocitose. A maioria deles produz uma camada mucoide/biofilme (monossacarídeos, proteínas e pequenos peptídeos); Peptídeoglicano (muitas camadas, funcionando como endotoxina); Ácido Teicoico: confere rigidez; Proteína A: componente da parede celular, presente na maioria das cepas de S. aureus Coagulase: proteína de superfície, fator de coagulação e importante fator de virulência; 2. Enzimas: Catalase - todos produzem; Coagulase - presente em S.aureus; Fibrolisina (estafiloquinase) - quase todas as cepas de S.aureus; Hialuronidase - produzida por mais de 90% dos S.aureus, facilita sua disseminação; Lipases - produzida por todos os S.aureus e mais de 30% dos STA coagulase- negativos; Nuclease - marcador do S.aureus; Penicilinase (beta-lactamase). �11 AMANDA CARPES | ATM 23 3. toxinas: Citotoxinas: 𝛼, 𝛽, 𝛾, 𝛿 e Panton Valentine (PVL) Toxinas 𝛼, 𝛽, 𝛾, 𝛿 são produzidas pela maioria das cepas S.aureus; Toxinas exfoliativas: SSSS - dermatite esfoliativa, 5 a 10% nas cepas S.aureus. Duas formas: ETA - termoestável e gene cromossômico; ETB - termolábil e mediada por plasmídio. Não estão associadas a citólise ou inflamação; Mais frequente em crianças de pouca idade. Toxina 1 da Síndrome do Choque Tóxico (TSST - 1): Mediada por cromossomo, resistente ao aquecimento. Enterotoxinas: A - intoxicação alimentar; B - enterocolite pseudomembranosa estafilococica; C e D - produtos lácteos contaminados. 4. Características culturais: Cocos isolados, aos pares, cadeias curtas e aglomerados; Crescimento em ágar não seletivo - 24h, 34-37 graus; Pigmentação - maioria dos S.aureus são pigmentados em amarelo ouro, outras espécies também podem apresentar pigmentação; Hemólise variável; Catalase positiva; 5. Detecção laboratorial: diferenciação das espécies Coagulase: Presente em S.aureus (identificação), duas formas: Ligada - detectada por aglutinação em lâmina, fator de coagulação, presente na maioria das cepas; Livre - detecção em tubo, presente em todas as cepas, catalisa a conversão do fibrinogênio em fibrina insolúvel (formação de camada de fibrina ao redor do abcesso estafilococo, protegendo da fagocitose). �12 AMANDA CARPES | ATM 23 6. habitat: 7. clínica: Ubíquos; Todos os indivíduos possuem estafilococo coagulase negativo (CNS) na pele; S.aureus - colonização em dobras úmidas da pele; Microbiota normal da pele e mucosa dos seres humanos; São sensíveis a altas temperaturas, desinfectantes e soluções anti-sépticas; Podem sobreviver por longos períodos em superfícies secas; Transmissão: contato direto ou fômites (roupas ou roupas de cama contaminadas). Síndromes clínicas de S. aureus: Síndrome esfoliativa: Síndrome da pele escaldada (SSSS - Síndrome de Ritter); Início abrupto de eritema perioral localizado, recobrindo todo o corpo em 2 dias; Bolhas e vesículas cutâneas seguidas de descamação do epitélio; Atinge principalmente RN e crianças de pouca idade; Atinge apenas adultos que estão imunocomprometidos. Impetigo bolhoso: Forma localizada da SSSS; Cepa específica de S. aureus; Material das lesões produz cultura positiva; Altamente contagiosa. Choque tóxico (TSS): Comunitária, prevalente em mulheres jovens; Produção de exotoxina 1, cepa única. Crescimento localizado da cepa produtora de toxina na vagina ou em ferimentos; As manifestações clinicas iniciam abruptamente - febre, hipotensão, exantema eritematoso - e envolve vários sistemas orgânicos; Há descamação da pele nas palmas das mãos e solas dos pés. S. aureus: Produção de toxina, invasão direta e destruição tecidual; Infecções hospitalares; Infecções piogênitas (impetigo, foliculite, furúnculo, carbúnculo); Bacteremia, pneumonia, ostemielite, endocardite; �13 AMANDA CARPES | ATM 23 Intoxicação Alimentar: Enterotoxina - a toxina é pré-formada e não tem efeito direto do microrganismo no paciente; Alimentos: carnes processadas, artigos de confeitaria com cremes, salada de batata e sorvetes; Contaminação do alimento por portadores humanos (com colonização assintomática de nasofaringe); Contaminação - alimento a temperatura ambiente ou mais quente - cresce o STA - liberação de toxina; Alimento contaminado não tem aparência nem paladar de estrago; Oaquecimento posterior elimina o STA mas não a toxina, pois ela é termoestável; O início da doença é abrupto e dura menos de 24horas; Sintomas: vômito, diarréia, dor abdominal ou náusea; STA não ingerido - tratamento não ATB. Infecções cutâneas: Impetigo • Infecção superficial; • Crianças pequenas (face e membros); • Inicialmente pequena mácula - vesícula com pus - crosta; • Múltiplas vesículas em diferentes estágios; • STE grupo A; Foliculite - embaixo da epiderme; Furúnculos - nódulos maiores; Carbúnculo - tecido subcutâneo mais profundo; Infecções de feridas - após procedimentos cirúrgicos; Bacteremias e endocardite; Pneumonia e empiema; Osteomielite. �14 AMANDA CARPES | ATM 23 Coagulase Negativo (SCN): S. epidermidis; S. lugdunensis - endocardites a válvulas nativas (estrepto); S.saprophyticus - patógeno ITU; Shaemolyticus; S.hominis subsp. Novobiosepticus - septicemia. Flora normal; Infecção hospitalar - S. epidermidis; • Infecções associadas a dispositivos permanentes; • Principal endocardite; • Infecções urinárias - nosocomiais e adquiridas na comunidade. Bacteremia, endocardite, osteomielite e outros Estreptococos e gêneros relacionados 1.CARACTERÍSTICAS GERAIS: Cocos gram-positivos esféricos ou ovalados; Arranjo: cadeias, pares; Catalase negativos; Anaeróbios facultativos (alguns capnofílicos); Fastidiosos; Exigências nutricionais complexas, necessitando meios enriquecidos com sangue ou soro para o isolamento; Parte da microbiota normal - oportunistas; �15 AMANDA CARPES | ATM 23 2.MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO: Hemólise: Tipos: Alfa - parcial; Beta - total; Gama - anemolítica. Estreptolisinas: Estreptolisina O - inativada pelo oxigênio; Estreptolisina S - estável em relação ao oxigênio A classificação das espécies dentro do gênero é de acordo com três diferentes esquemas que se complementam : 1. Propriedades sorológica: separação nos grupos de Lancefield; 2. Padrões hemofílicos: hemólise completa, incompleta e sem hemólise; 3. Propriedades bioquímicas (fisiológicas). É prático também dividir também em dois grupos: 1. Estreptococos beta-hemolíticos, que são classificados nos grupos de Lancefield; 2. Estreptococos alfa e gama-hemolíticos, que são classificados por testes bioquímicos (esse grupo é chamado coletivamente de estreptococos viridans) Os estreptococos viridans são subdivididos em cinco grupos clinicamente distintos. Algumas espécies deles podem ser beta-hemolíticas, assim como alfa-hemolíticas e não-hemolíticas, o que resultou na classificação desses microrganismos por ambos os esquemas, tanto pela grupagem de Lancefield quanto como estreptococos viridans. �16 AMANDA CARPES | ATM 23 Grupos imunológicos: Testes bioquímicos: Testes de sensibilidade - Bacitracina (S. pyogenes), Optoquina (S. pneumoniae); CAMP test (S. agalactiae); Bile esculina/crescimento em 6,5% de NaCl (Entereococcus spp). Streptococcus pyogenes: Beta hemolítico do grupo A; Cocos gram-positivos de crescimento rápido; Dispostos em cadeias; TRS: patógenos ou portadores sadios (colonizam orofaringe em crianças e adultos sadios; Responsável por doenças supurativas: faringite, impetigo, erisipela, escarlatina, fascite necrosante, sepse puerperal, pneumonia, bacteremia (fascite necrosante/síndrome do choque tóxico); Responsável por doenças não supurativas: febre reumática, glomerulonefrite; Patogenia: capacidade de aderir, invadir, resistir a fagocitose e produzir enzimas e toxinas; Fatores de virulência: Proteína M - aderência e invasão. Classe I (supurativas, glomerulonefrite e febre reumática) e Classe II (supurativas e glomerulonefrite); Ácido Lipoteicoico - aderência; Proteína F - aderência e invasão; Cápsula (algumas cepas) - Ác. Hialurônico - Infecções sistêmicas graves; Toxinas e enzimas: Toxinas eritrogênicas (Spe) - cepas lisogênicas; manifestações clínicas da fascite necrosante, síndrome do choque tóxico STE e a erupção cutânea da escarlatina; Estreptolisina S - ligada à célula, não imunogênica; Lise de leucócitos, eritro e plaquetas; �17 AMANDA CARPES | ATM 23 Estreptolisina O (SO) - Ac contra SO (ASO): imunogênico. Lise de leucócitos, eritro e plaquetas. Pele - não desenvolvem ASO pois SO é inibida pelo colesterol nos lipídios da pele. Estreptoquinase - facilita a disseminação, degradando fibrina/fibrinogênio. Ac antiestreptoquinase como marcador de infecção. DNAse (A e D) - cliva o DNA livre presente no pus, reduzindo viscosidade dos exsudatos, facilitando a disseminação. Ac desenvolvidos contra DNAse B como importantes marcadores de infecção cutâneas - não ASO; Hialuronidase e Difosfopiridina nucleotidase - patogênese desconhecida. Coloração de gram de Streptococcus pyogenes �18 AMANDA CARPES | ATM 23 DOENÇAS SUPURATIVAS: FARINGITE: Transmissão pessoa-pessoa; Crianças entre 5-15 anos (outras faixas etárias também); Dor na garganta, febre, mal-estar e cefaléia; Faringe posterior - eritematosa, com exsudato e linfodenopatia cervical; Se desenvolve 2 a 4 dias após contato; Diagnostico laboratorial para diferenciar de vírus ESCARLATINA: Complicação da faringe ocorre quando a cepa é lisogenizada por bacteriófago que estimula produção de toxina pirogênica; 1-2 dias depois sintomas faringite; Erupção eritematosa difusa: tórax depois extremidades; Palidez ao redor dos lábios, palma das mãos e sola dos pés; Melhor visualizada no abdomen e dobra da pele (linhas de Pastia) - clareia quando pressionada, desaparece em 5 a 7 dias, descamação; Língua de morango - revestimento branco amarelado inicial recobre a língua e depois se desprende (inflamada e vermelha). �19 AMANDA CARPES | ATM 23 PIODERMA: Principalmente 2-5 anos; Infecção purulenta limitada a pele, colonização direta (áreas expostas - face, braços e pernas); Pele colonizada - contato direto ou fômites - microrganismo introduzido nos tecidos subcutâneos; Vesículas - pústulas - crosta; Meses mais quentes e úmidos; Cepas diferentes da faringite; S. aureus; ERISIPELA: pele vermelha Infecção aguda de pele; Mais comum em crianças com pouca idade ou idosos (face e pernas); Dor localizada, inflamação, aumento de linfonodos e sinais sistêmicos (calafrios e febre); Pele acometida mais elevada e diferenciada da restante. �20 AMANDA CARPES | ATM 23 CELULITE: Não é clara a diferença entre as regiões infectadas das não infectadas; Identificar agente etiológico - outros microrganismos podem ser responsáveis; FASCITE NECROSANTE: gangrena estreptocócica Infecção profunda do tecido subcutâneo que se dissemina - invólucro fascial - destruição do músculo e gordura; ‘Bactéria carnívora’ Celulite - bolhas - sintomas sistêmicos - gangrena; Toxicidade, falência múltipla dos órgãos e morte; Tratamento inclui debridamento do tecido infectado SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTREPTOCÓCICO: Semelhante à estafilocócica, porém com bacteremia e fascite necrosante; Fatores de risco: HIV ou varicela zóster, câncer, diabetes melitos, doença cardíaca ou pulmonar, usuário de drogas; �21 AMANDA CARPES | ATM 23 DOENÇAS NÃO SUPURATIVAS: Complicação de doença por S. pyogenes (cepas distintas). FEBRE REUMÁTICA: Alterações inflamatórias - coração, articulações, vasos sangüíneos e tecidos subcutâneos; Dano crônico e progressivo das válvulas cardíacas; Proteína M (tipo I); Faringite e NÃO infecções cutâneas; Diagnóstico: dados clínicos, resultados de cultura, detecção de antígeno A em swabs orofaringe, aumento ASO/ antiDNAse/ antihialuronidase; GLOMERULONEFRITEAGUDA: Edema, hipertensão, hematúria e proteinúria; Cepas específicas nefrogênicas; Faringite e pioderma; Diagnóstico: apresentação clínica e na evidencia de doença pelo S. pyogenes TRATAMENTO: Penicilina; Cefalosporina (alérgicos a Penicilina); Cuidar infecções mistas S. aureus (oxacilina ou vancomicina); Aparecimento de cepas resistentes macrolídeos (azitromicina e claritromicina); Febre reumática - profilaxia antibiótica prolongada (previne recorrência); Glomerulonefrite - profilaxia não é indicada; �22 AMANDA CARPES | ATM 23 Streptococcus agalactiae Beta hemolítico do grupo B; Habitantes normais do TGI e gênito-urinário; 5 a 40% das gestantes; Pode colonizar o neonato: sepse, pneumonia e meningite no RN; Também está associado a infecções pós- parto; Rastreamento da colonização: cultura vag/ retal; Quimioprofilaxia: Pe G intravenosa (4 horas antes); Cefazolina ou Vancomicina (alérgicas); Fatores de risco: infecção filho anterior EGB; temperatura intraparto 38 graus; ruptura prematura de membrana 18 horas antes do parto; Gestantes - ITU, amnionites, endometrites e infecções e feridas; Homens e mulheres não-grávidas: infecções de pele e tecidos moles, bacteremias, sepse urinária (ITU com bacteremia) e pneumonia; Diabetes melito, doença crônica renal/ hepática, câncer e HIV. Tratamento: Penicilina (associacao aminoglicosídeos para infecções graves); Vancomicina. Grupo viridans Conjunto heterogêneo de estreito: alfa e gama hemolíticos, alguns beta (S. anginosus); Nome deriva de “verde" em latim - colônia esverdeada: hemólise; Colonizam orofaringe, TGI e TGU; Raramente na pele; �23 AMANDA CARPES | ATM 23 Streptococcus pneumoniae (pneumococo) Cocos encapsulados aos pares (diplococos); Não classificados conforme Lancefield; Lanceolados; Alfa-hemolíticos; Fastidioso; Coloniza oro e nasofaringe; Colonização mais comum em crianças (15% crianças e 5% adultos); Fatores de virulência: adesinas, ácido teicoico, cápsula e enzimas (protease, pneumolisina). Ação antifagocitária, adesão e citólise; Doença ocorre quando mecanismos naturais de defesa diminuem; Fatores de risco: Doença viral precedente (influenza); Alcoolismo; Diabetes melitus; Doença pulmonar/renal crônica; ICC. Pneumonia - comunitária; Sinusite - agente mais comum; Otite média - agente mais comum; Meningite - crianças e adultos; Bacteremia - 25 a 30% pneumonia, 80% meningite; Vacinação: redução da incidência. Tratamento: Penicilina, Fluoroquinolina (levofloxacina) ou Vancomicina com ceftriaxona enterococcus Aos pares ou cadeias curtas; Grupo D de Lancefield; E. faecalis (80-90%); E. faecium (5-10%); Todos tipos de hemólise; No homem coloniza o TGI e TGU; Infecções urinárias (10%) e hospitalares (16%); Infecções intra abdominais, bacteremia, endocardite; Problemas de resistência aos atb; �24 AMANDA CARPES | ATM 23 Cocos gram negativos Família neisseriacea Gêneros: Neisseria - 10 espécies; Eiknella corrodens e Kingella kingae (colonizam orofaringe - patógenos oportunistas); Veilonella (atypica, dentocariosi, dispar, párvula) - anaeróbios. Características: Diplococos gram negativos; Aeróbicos; Cocoides (com laterais adjacentes achatadas - grão de café) ou bacilares; Crescem 35/37 graus - sensíveis a temperaturas baixas. GÊNERO NEISSERIA 2 espécies com patogenicidade definitiva: N. gonorrhoeae (sempre patógeno) e N. meningitidis (coloniza orofaringe de pessoas saudáveis); Espécies mais exigentes para o crescimento; FATORES DE VIRULÊNCIA: Cápsula - N. meningitidis, N. gonorrhoeae tem uma estrutura semelhante à cápsula; Pili - aderência à célula do hospedeiro, transferencia de material genético, motilidade e resistência à destruição pelos neutrófilos; Protease - inativa imunoglobulinas; Porinas - protege da resposta inflamatória do hospedeiro e facilita a invasão; LOS - lipo-oligossacarídeo (lipídeo A como endotoxina). Espécies não patogênicas são capazes de crescer em ágar-sangue ou ágar-nutriente. �25 AMANDA CARPES | ATM 23 Neisseria gonorrhoeae Diplococos gram-negativos fastidiosos; Cresce melhor a 35-37 graus em atmosfera úmida suplementada com CO2; Oxidase e catalase-positiva; Produção de ácidos por oxidação da glicose; Membrana externa com diversos antígenos: pili, Por, Opa, Rmp (prot. modificada por redução, protege outros antígenos), receptores de transferrina, lactoferrina e hemoglobina; lipo- oligossacarídeo; protease, beta-lactamase; Ser humano é o único hospedeiro natural; Portadores podem ser assintomáticos (especialmente mulheres); Transmissão por contato sexual; Coloração gram de amostras uretras é adequada para diagnóstico em homens sintomáticos; A cultura é sensível e específica Ceftriaxona é o tratamento de escolha atualmente. Não cresce em ágar-sangue, mas cresce em ágar-chocolate e outros meios enriquecidos; Cepas expressam as proteínas Opa e formam colônias opacas em cultura; Doenças clínicas: Gonorreia, gonococcemia, oftalmia neonatal, faringite. Neisseria meningitidis Diplococos gram-negativos com requerimento nutricionais fastidiosos; Cresce melhor entre 35-37 graus, em atmosfera úmida; Oxidase e catalase-positiva; Produz ácido de glicose e maltose por via oxidativa; Antígenos de superfície: cápsula polissacarídica, pili e LOS; Receptores específicos para pili meningocócicos tipo IV permitem a colonização e replicação na nasofaringe; A bactéria é capaz de sobreviver à morte intracelular na ausência de imunidade humoral; A endotoxina medeia a maior parte das manifestações clínicas; Ser humano é o único hospedeiro natural; Transmissão pessoa-pessoa; Maior incidencia é em crianças com menos de 5 anos, em pessoas que vivem em instituições e em pacientes com deficiência dos componentes finais do complemento; Meses mais frios e secos do ano; A coloração de gram do LCR é sensível e específica; A cultura é definitiva, mas o microrganismo é fastidioso e morre rapidamente quando exposto a condições frias ou secas; Doenças clínicas: meningite, meningococcemia, pneumonia, artrite e uretrite. �26 AMANDA CARPES | ATM 23
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