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aula 8 - dos vícios redibitórios

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C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
 
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
 
Instituto disciplinado nos artigos 441 a 446 do CC 
-2002 
Tem suas raízes no direito Romano, e tanto o Vício 
Redibitório como a Evicção têm a finalidade de resguardar ou 
garantir o adquirente de determinada coisa em contratos 
onerosos, inclusive de doações onerosas. 
 
Podemos definir, portanto o vício redibitório, como 
defeitos OCULTOS da coisa que a tornam imprópria ao 
fim a que se destina, ou lhe diminuem sensivelmente 
o valor, de tal forma que o contrato não se 
realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, 
dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou 
para obter abatimento no preço. 
 
DEVEMOS LEMBRAR QUE: 
 
1 - O principal aspecto (característica) do 
instituto é justamente o fato de este vício ser 
oculto recôndito, ou seja, não aparente. 
 
Se for aparente não se tratará de Vício redibitório. 
 
2 - O defeito deverá acompanhar a coisa quando da 
sua tradição. 
 
Sim, pois se o vício é posterior à aquisição da 
coisa, ou seja, se a causa do defeito operou-se já 
quando estava em poder do adquirente, por má 
utilização ou desídia, este nada poderá pleitear. 
 
 
 
Fundamentação jurídica ou natureza jurídica: 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
 
Muitas são as teorias da fundamentação. Teoria do 
risco, teoria do erro, teoria do defeito. 
 
Entretanto devemos entender que a TEORIA DA GARANTIA 
é a mais adequada, ou seja, ao celebrar o contrato, 
comprometem-se o alienante a garantir o perfeito 
estado da coisa, assegurando-lhe a incolumidade, as 
qualidades anunciadas e a adequação aos fins 
propostos. Não pode o alienante fugir, portanto, à 
responsabilidade contratual, se a coisa se apresenta 
com defeitos ou imperfeições que a tornem inaptas 
aos seus fins ou lhe diminuam o valor, tendo, 
portanto o adquirente direito a compensação devida. 
 
Elementos caracterizadores do vício redibitório 
 
Conforme já dito não é qualquer defeito ou falha 
existente em bem móvel ou imóvel recebido em virtude 
de contrato comutativo que enseja à responsabilidade 
do alienante por vício redibitório. Defeitos de 
somenos importância ou que possam ser (removidos – 
extraídos – retirados) são insuficientes para 
justificar a invocação da garantia, pois não o torna 
impróprio ao uso a que se destina, nem diminuem o 
seu valor econômico. 
Segundo se extrai do artigo 441- 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por 
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe 
diminuam o valor. 
 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. 
 
Histórico 
• A redação é a mesma do projeto. Reproduz o Art. 1.101 do CC de 1916.0 
parágrafo único tem melhor redação, substituindo a antiga expressão “doações 
gravosas de encargo” por “doações onerosas 
Doutrina 
• Vícios redibitórios são os defeitos existentes na coisa objeto de contrato oneroso, 
ao tempo da tradição (ver Art. 444), e ocultos por imperceptíveis à diligência 
ordinária do adquirente (erro objetivo), tomando-a imprópria a seus fins e uso ou 
que lhe diminuam a utilidade ou o valor, a ensejar a ação redibitória para a rejeição 
da coisa e a devolução do preço pago (rescisão ou redibição) ou a ação estimatória 
(actio quanti mninoris) para a restituição de parte do preço, a título de abatimento. 
Diz-se contrato comutativo o contrato oneroso em que a prestação e a 
contraprestação são certas e equivalentes. 
• Integra-se ao instituto a redução de utilidade do bem em face do defeito oculto, 
embora cuide o dispositivo apenas da impropriedade do uso (inexatidão ou 
inaptidão ao uso a que se destina). 
• Pelo Art. 1.106 do CC de 1916 não responde o alienante se a coisa for alienada em 
hasta pública (entenda-se, venda forçada, a judicial ou a administrativa), tomando 
inadmissíveis a ação redibitória ou a estimatória. Tal dispositivo não tem 
correspondente no texto do CC de 2002, não prevalecendo mais a circunstância 
excepcionada como exclusão de direito. 
• A propósito do parágrafo único, anota Clóvis Beviláqua o seguinte: “As doações 
são contratos unilaterais e benéficos, aos quais não convém a classificação de 
comutativos. Todavia, se a doação é gravada com encargo, deve ser desclassificada 
de entre os contratos unilaterais, porque ao donatário é imposta igualmente a 
prestação, resultante do encargo”. 
 
 
Para efeito didático separamos os elementos da 
seguinte forma: 
 
1 – Que a coisa tenha sido recebida em virtude de 
contrato comutativo ou doações onerosas, ou 
remuneratórias. 
Contrato comutativo já o vimos, é aquele em que cada 
uma das partes, além de receber da outra prestação 
igual à sua, pode imediatamente apreciar e estimar 
essa equivalência. 
 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
Lembramos que embora o vício redibitório encontre 
na compra e venda seu habitat natural mais 
freqüente, a verdade é que ele pode ter também 
aplicação em todos os demais contratos comutativos 
como nas permutas, nas empreitadas, nas doações 
onerosas. 
 
2 – Que esse defeito seja oculto; 
 
Como já dito se o defeito for aparente, se conhecido 
do outro contratante, ou facilmente verificável, sem 
esforços, com a vulgar diligência e atenção de uma 
pessoa normal e prudente, não pode mais falar em 
vício redibitório. A negligência não merece 
proteção. Presume-se então que o adquirente já 
conhecia e que não os julgou capaz de impedir a 
aquisição, renunciando assim à garantia legal da 
redibição. 
 
3 – Que os defeitos sejam existentes no momento da 
celebração do contrato; 
 
É sempre bom lembrar que o vício tem que ser 
contemporâneo a celebração do contrato, assim o 
alienante responde pelo vício contemporâneo à 
alienação, ainda que venha a se manifestar só 
posteriormente. Se se trata de defeito 
superveniente, é claro que não tem cabimento a 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
invocação da garantia, entendendo ser decorrente de 
mau uso da coisa pelo comprador. 
 
4 - A diminuição do valor econômico ou do prejuízo 
à adequada utilização da coisa. 
 
Ou seja, o vício tem que ser grave tornando a coisa 
inapta a seus fins, ou lhe diminuindo o valor. Não 
ocorre tal circunstância se a coisa for menos bela, 
menos agradável, menos excelente. Defeito de somenos 
importância será insuficiente para acarretar o 
funcionamento da garantia. 
 
Ex de defeitos graves constantes dos repertórios de 
jurisprudência; freqüentes inundações do prédio por 
chuvas, a esterilidade das reses escolhidas e 
apartadas para reprodução. 
 
5 – Que o defeito seja desconhecido do adquirente. 
Presume-se, se os conhecia que renunciou à garantia. 
A expressão “vende-se no estado em que se encontra” 
muito comum em anúncios de venda de carro usados tem 
a finalidade de alertar os interessados de que não 
se acham eles em perfeito estado, não cabendo, 
nenhuma reclamação. 
 
Se os defeitos forem do conhecimento do adquirente, 
mesmo que não sejam aparentes, não se pode queixar 
de sua presença.C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
 
Não se aplica ao caso do cigano que fala o defeito 
esta na vista e na verdade o cavalo é cego. 
 
 
 
 
AÇÕES EDILÍCIAS 
 
Verificada a incidência de vícios redibitórios o 
adquirente não é obrigado, evidentemente, a manter 
o negócio e conservar a coisa que não se preste à 
sua finalidade ou esteja depreciada. 
 
Nesse caso o adquirente tem DUAS possibilidades: 
 
A) rejeitar a coisa, redibindo o contrato(via 
ação redibitória); artigo 441 
B) reclamar o abatimento o preço (via ação 
estimatória ou “quanti minoris”). Artigo 442 
 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (Art. 441), pode o 
adquirente reclamar abatimento no preço. 
 
Histórico 
• A redação é a mesma do projeto. Reproduz o Art. 1.105 do CC de 1916. 
Doutrina 
 
• A lei confere uma segunda alternativa de proteção ao prejudicado, presente o vício 
redibitório. Pode o adquirente, em vez de redibir o contrato, enjeitando a coisa, 
postular o abatimento do preço pago, conservando o bem, mediante a ação 
estimatória ou actio quanti minoris (ação de preço menor). Trata-se de ação edilícia, 
como também é denominada a ação redibitória. Essa alternativa deixa de existir, por 
exceção, na hipótese do art. 444, quando ao adquirente apenas cabe exercitar a ação 
redibitória, diante do perecimento da coisa em decorrência do vício redibitório. 
• A ação estimatória pode ser manejada, ainda, pelo comprador contra quem lhe fez 
a venda de móvel ou imóvel quando apurada a diminuição na qualidade ou na 
extensão para o efeito de abatimento proporcional no preço pago, não cabendo, v. 
g., se da escritura de compra e venda ficou claramente estipulado tratar-se de venda 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
ad corpus (TJPE, l~ Câm. Cível, AC 696/85). 
 
A primeira solução é a mais drástica. O alienatário 
ou adquirente, insatisfeito pela constatação do 
vício, propõe, dentro do prazo decadencial previsto 
em lei, uma ação redibitória, cujo objeto é, 
precisamente, o desfazimento do contrato e a 
devolução do preço pago, (artigo 441) podendo 
inclusive pleitear o pagamento das perdas e danos. 
(artigo 443) se o alienante tinha conhecimento do 
defeito, além de restituir o que recebeu. 
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu 
com perdas e danos; se não o conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais 
as despesas do contrato. 
Histórico 
• A redação é a mesma do anteprojeto. Reproduz o Art. 1.103 do CC de 1916, com 
pequena melhoria de ordem redacional. 
Doutrina 
• É atribuida ao alienante, por presunção legal, responsabilidade pelo vício 
redibitório, quer o conheça, ou não, ao tempo da alienação. Essa responsabilidade é 
aquilatada de acordo com a demonstração da conduta do alienante, ou seja, se 
transmitiu a coisa agindo de má-fé ou boa-fé. Portando ciência prévia do defeito 
oculto, restituirá o que recebeu, com o acréscimo de perdas e danos (RT, 447/216); 
ignorando-o, restituirá apenas o valor recebido e o das despesas contratuais. 
• Não é mais desonerado o alienante, por ignorância do vício, havendo cláusula 
expressa, como dispõe o CC de 1916 (art. 1.102). 
 
No segundo caso, opta o adquirente, também, dentro 
do prazo decadencial da lei, propor ação para 
pleitear o abatimento ou desconto no preço, em face 
do defeito verificado. (artigo 442) 
 
Esta faculdade não pode ser levada ao extremo de 
criar para o adquirente uma fonte de enriquecimento, 
mas deve ser limitada a proporcionar ao adquirente 
uma solução eqüitativa, ou seja, justa que o 
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resguarde de pagar pela coisa defeituosa o preço de 
uma perfeita. 
 
Salientamos que ao adquirente ocorrendo a hipótese 
de perecimento, não lhe cabe mais a ação estimatória 
e tão somente a redibitória, evidentemente por não 
existir mais o bem. 
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em 
poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
Doutrina 
• A responsabilidade do alienante subsiste quando, já em poder do adquirente, a coisa 
alienada perece em virtude do vício oculto, desde que este preexista à tradição da 
coisa. 
• Ao adquirente apenas cabe exercitar a ação redibitória, diante do perecimento da 
coisa em decorrência do vício redibitório, não tendo lugar, por óbvio, a aplicação 
do Art. 442. O alienante deverá restituir o que recebeu (valor do preço), acrescido 
das despesas contratuais, respondendo, ainda, por perdas e danos, caso verificada a 
prévia ciência do defeito oculto (Art. 443). 
 
Algumas legislações não são dadas esses direito de 
opção da ação. 
 
Ambas as ações encontram seu fundamento no principio 
que veda o enriquecimento ilícito; têm elas por fim 
preservar o adquirente de prejuízos, evitando que o 
transmitente à custa dele se locuplete. 
 
Obs. O código de 1916 desonerava o alienante que 
desconhecia o vício. O atual código não consagrou 
tal principio justamente em prol do principio da boa 
fé objetiva e da vedação do enriquecimento sem 
causa. 
Prazo 
 
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vícios redibitórios.doc 
O prazo prescritivo para as duas é de trinta dias, 
se a coisa for móvel, e de um ano, se imóvel, 
contados da sua entrega efetiva; se o adquirente já 
estava na posse dela, o prazo conta-se da alienação, 
reduzido a metade (artigo 445). 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço 
no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da 
entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à 
metade. 
 
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo 
contar-se-á do momento em que dele se tiver ciência, até o prazo máximo de cento 
e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
 
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão 
os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se 
o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. 
 
Doutrina 
 
• O dispositivo certifica tratar-se de prazo decadencial. Os prazos resultam dobrados 
em relação ao que dispõe o Art. 178, § 2». do CC de 1916 e para os fins previstos 
no Art. 443 do NCC. 
• O termo a quo para o cômputo do prazo é o da tradição da coisa, excetuando-se, 
todavia, quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, 
apurando-se o prazo, nesse caso, a pedir da ciência do vício oculto. Nas relações de 
consumo, prevalece a lei especial sobre as disposições gerais do CC, de tal forma 
que os prazos são diferenciados nos termos do Art. 26 do CDC, permitindo-se, 
inclusive, causa suspensiva. 
 
 
Destacamos a contagem pela metade do prazo se o 
adquirente já estava na posse do bem. Tal regra 
justifica-se uma vez que o adquirente já se 
encontrando na posse do bem, o nosso legislador 
entendeu que o adquirente já disporia de tempo maior 
para a detecção do defeito, razão pela qual o prazo 
seria considerado pela metade. 
 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
Atentar-se,pois a posse apenas por poucos dias ou 
até mesmo um só dia pode levar o adquirente a ter o 
prazo concedido pela metade. 
 
Destacamos, ainda, que no caso do artigo 446, 
enquanto estiver em curso o prazo de garantia 
contratual, a garantia legal estará sobrestada, 
paralisada, ou seja, não correrá prazo decadencial 
algum em desfavor do adquirente. 
 
Todavia verificado o defeito, o adquirente, por meio 
imperativo da boa fé objetiva, deverá denunciá-lo 
ao alienante nos 30 dias seguintes ao descobrimento, 
sob pena de decadência. 
 
Exemplo: garantia de (3) anos para automóveis. 
Independente da garantia de (3) anos o adquirente 
tem a obrigação de comunicar o vício no prazo de 30 
dias após o seu descobrimento. 
 
Lembramos mais uma vez que toda análise hermenêutica 
do novo diploma, especialmente na seara contratual, 
encontra-se profundamente influenciada pelo 
principio da boa fé objetiva. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula 
de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias 
seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
 
Doutrina 
• Cláusula de garantia é causa obstativa de decadência e como cláusula contratual, 
pela qual o alienante acoberta a indenidade da coisa, é complementar da garantia 
obrigatória e legal, a que responde. Não exclui, portanto, a garantia legal. 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
• O primeiro relatório ao projeto, de autoria do Deputado Ernani Satyro, já registrava 
não se haver “como confundir o fato de não correr prazo na constância da cláusula 
de garantia, com a obrigação que tem o adquirente de denunciar o defeito da coisa 
ao alienante, tão logo o verifique. Trata-se, como se vê, de consagração jurídica de 
um dever de probidade e boa-fé, tal como enunciado no artigo 422. Não é por estar 
amparado pelo prazo de garantia, que o comprador deva se prevalecer dessa situação 
para abster-se de dar ciência imediata do vício verificado na coisa adquirida”. 
 
Hipóteses de descabimento das ações edilícias 
 
Não cabem as ações edilícias nas hipóteses abaixo: 
 
Coisas vendidas conjuntamente. Artigo 503 – Nas 
coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de 
uma não autoriza a rejeição de todas. 
 
Só a coisa defeituosa pode ser restituída e o seu 
valor deduzido do preço, salvo se formarem um todo 
inseparável (uma coleção de livros raros ou um par 
de sapatos), ou seja, se o defeito de uma compromete 
a universalidade ou conjunto das coisas que forme 
um todo inseparável, pela interdependência entre 
elas, o alienante responderá integralmente pelo 
vício. 
 
Inadimplemento contratual. A entrega de coisa 
diversa da contratada não configura vício 
redibitório, mas inadimplemento contratual, 
respondendo o devedor por perdas e danos (CC, ART 
389) Ex. a compra de material determinado tipo e 
recebimento de outro. 
 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
O inadimplemento contratual, diferentemente, não 
resulta de imperfeição da coisa adquirida, mas de 
entrega de uma coisa por outra. 
 
Erro quanto às qualidades essenciais do objeto. Não 
configura vicio redibitório e não autoriza a 
utilização das ações edilícias o erro quanto às 
qualidades essenciais do objeto, que é de natureza 
subjetiva, pois reside na manifestação de vontade 
(CC, 139 I). 
O vício redibitório é erro objetivo sobre a coisa, 
que contém um defeito oculto. 
 
Se alguém, por exemplo, adquire um relógio que 
funciona perfeitamente, mas não é de ouro, como o 
adquirente imaginava (e somente por essa 
circunstância o comprou), trata-se de erro quanto à 
qualidade essencial do objeto. Se, no entanto o 
relógio é mesmo de ouro, mas não funciona por causa 
do defeito de uma peça interna, a hipótese é de 
vício redibitório. 
 
Caso Fortuito. 
Não configura vicio redibitório, o perecimento 
devido ao caso fortuito, pois que o dano ocorreria 
de qualquer modo. 
 
Culpa do Adquirente. 
 
C:\Documents and Settings\Edmundo.GLB\Meus documentos\c PESSOA JURÍDICA\FAMEC - CONTRATOS 2008\aula 6 - dos 
vícios redibitórios.doc 
Isento esta também o alienante de prestar a garantia 
se o defeito decorreu do mau uso do adquirente quer 
seja por (imperícia, imprudência ou negligencia). 
 
 
	DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS

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