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ANATOMIA E FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO Prof. Dra. Janeisa Franck Virtuoso DISCIPLINA: FISIOTERAPIA APLICADA À GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E UROLOGIA Anatomia do Assoalho Pélvico O que é o assoalho pélvico? Conjunto de ossos, músculos, ligamentos e fáscias cuja função é sustentar as vísceras abdominais e pélvicas, resistindo às pressões exercidas pelo aumento da pressão intrabdominal. (GALHARDO; KATAYAMA, 2007) Para Calais-Germain (2005), destina-se principalmente a sustentar as vísceras da pelve menor (bexiga, útero e reto). Estruturas Ósseas do Assoalho Pélvico PELVE: Anel ósseo formado posteriormente pelo sacro e cóccix (coluna vertebral) e pelos dois ossos ilíacos, ísquios e púbis (ossos do quadril). ESTRUTURAS PASSIVAS A abertura pélvica inferior é fechada pelo assoalho pélvico. A pelve tem duas bases: a maior e a menor. As vísceras abdominais ocupam a pelve maior; a pelve menor é a continuação mais estreita da pelve maior, inferiormente Tipos de pelve 50% das mulheres 20% das mulheres BACIA MASCULINA Função dos ossos pélvicos... Oferecer suporte e proteção aos órgãos pélvicos e transmitir as forças verticais da cabeça, braços e tronco às extremidades inferiores. Ligamento Uretral Externo Ligamento Pubo - uretral Ligamento Uterosacro Corpo Perineal Algumas Estruturas Ligamentares do Assoalho Pélvico Nível Nível 1 Nível 2 Nível 3 Localização Apical Vagina média Vagina distal Ligamentos Ligamento uterosacro Ligamento pubo- uretral Ligamento uretral externo Funcionamento anormal Prolapso uterino, enterocele (defeito mais posterior) Cistoceles (defeito medial) Hipermobilidade uretral (defeito anterior) CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE TECIDO CONJUNTIVO PROPOSTA POR DE LANCEY (2001) Níveis de suspensão dos órgãos pélvicos F O R M A D O P E L O : DIAFRAGMA PÉLVICO, DIAFRAGMA UROGENITAL, FÁSCIA ENDOPÉLVICA ( C O L E T T I ; H A D D A D ; B A R R O S , 2 0 0 5 ) . Estruturas Musculares do Assoalho Pélvico ESTRUTURAS ATIVAS Diafragma Pélvico É formado pelos músculos elevadores do ânus e pelos pequenos músculos isquiococcígeos e suas fáscias de revestimento O elevador do ânus é o principal componente do assoalho pélvico (90%), sendo responsável pela manutenção do tônus do hiato urogenital e contração reflexa em resposta ao aumento da pressão abdominal. Galhardo e Katayama (2007) Por natureza, trata-se de uma musculatura fraca – devido a postura ortostática. Diafragma Pélvico Fibras do Tipo I Fibras do Tipo II Grande densidade de capilares sangüíneos, mitocôndrias e alta concentração de mioglobina (alto potencial aeróbico) Baixo potencial aeróbico pela grande quantidade de enzimas glicolíticas e pequena concentração de mitocôndrias, portanto são mais fatigáveis. Contração lenta e por longos períodos sem sofrer fadiga. Responsável pela manutenção do tônus muscular Caracterizam-se por contrair rapidamente em resposta ao aumento súbito da pressão intrabdominal. Representam 70% das fibras do músculo elevador do ânus Representam 30% das fibras do músculo elevador do ânus COLETTI; HADDAD; BARROS, 2005 O tipo de fibra fundamenta a realização dos recursos fisioterapêuticos primeiramente para fibras LENTAS. Diafragma Pélvico O músculo elevador do ânus divide-se em: músculo pubococcígeo pubovisceral, músculo iliococcígeo e músculo puborretal. Diafragma Pélvico A contração do elevador do ânus leva o reto para a frente, indo a sua parede posterior ao encontro à anterior, comprimindo a vagina, cujas paredes também se unem, aproximando-se da uretra e auxiliando na continência urinária aos esforços. (GALHARDO; KATAYAMA, 2007). Diafragma Urogenital É formado pelos músculos transverso profundo e superficial do períneo, isquiocavernoso, bulboesponjoso (constritor da vagina) e o esfíncter uretral externo. (GALHARDO; KATAYAMA, 2007). O conjunto de músculos recebe esse nome por sua localização no trígono urogenital ou períneo anterior, portanto, é atravessado pela uretra e pela vagina. (COLETTI; HADDAD; BARROS, 2005) Diafragma Urogenital A função básica do diafragma urogenial consiste na sustentação do assoalho pélvico contra os efeitos do aumento da pressão intrabdominal e contra os efeitos da gravidade. (GALHARDO; KATAYAMA, 2007) A resistência do assoalho da pelve deve-se a uma estrutura que fica no centro do períneo, servindo de ponto de apoio e sustentação de todas essas camadas, o corpo perineal. As fibras anteriores circundam a vagina e inserem-se no centro tendíneo do períneo. Esta é a porção do músculo levantador do ânus particularmente suscetível a rotura durante o período expulsivo do parto. Fáscia Endopélvica A fáscia endopélvica é constituída por dois folhetos. Folheto parietal: reveste as paredes pélvicas e une-se com as fáscias dos músculos; Folheto visceral: recobre o útero, a vagina, a bexiga e o reto. (COLETTI; HADDAD; BARROS, 2005) Fáscia Endopélvica As fáscias viscerais interligam-se originando as fáscias vésico-vaginal e retovaginal, fundamentais para sustentação desses órgãos. Experiência prática: atuação na comunidade. Experiência Prática: na prática clínica A Uretra: é constituída de quatro camadas. 1 – Camada mais interna: mucosa e submucosa. Mantém o lúmen uretral ocluído devido às suas saliências e depressões, que constituem o “esfíncter mucoso” IMPORTÂNCIA DO ESTROGÊNEO Manutenção da integridade do epitélio uretral, além do aumento do número de vasos. Estrogênios e uretra feminina IMPORTÂNCIA DO ESTROGÊNEO Manutenção da integridade do epitélio uretral, além do aumento do número de vasos. 2 – Camada intermediária: tecido esponjoso uretral. TECIDO MUSCULAR LISO 3 – Camada mais externa: componente muscular estriado – rabdoesfincter. O rabdoesfincter é constituído de duas porções. 1) Porção mais interna: denominada de esfíncter parauretral é formada por fibras musculares de contração lenta (ou do tipo-1) densamente agrupadas e que se encontram em contato direto com uretra, sendo responsáveis pela manutenção de um tônus basal. 2) Porção mais externa: denominada de esfincter periuretral é formada por fibras do tipo-1 e do tipo-2. As fibras do tipo-2 derivam de feixes da musculatura elevadora do ânus, e caracterizam-se por contração rápida, com importância na contração reflexa que ocorre em resposta ao aumento da pressão abdominal, como ocorre na tosse ou espirro. A Q U A L I D A D E D A C O N T I N Ê N C I A E D A M I C Ç Ã O D E C O R R E D E U M I M P O R T A N T E E Q U I L Í B R I O E N T R E F O R Ç A S D E E X P U L S Ã O E F O R Ç A S D E R E T E N Ç Ã O D E U R I N A , M A N T I D A S P E L O F U N C I O N A M E N T O A D E Q U A D O E C O O R D E N A D O D O M Ú S C U L O D E T R U S O R E D A S E S T R U T U R A S U R E T R A I S Neurofisiologia da Micção e a Continência Urinária Forças de Retenção • tonicidade do esfíncter uretral liso e estriado; posição e configuração do colo vesical Forças de Expulsão • aumento da pressão intrabdominal e a ocorrência de contrações vesicais ... Equilíbrio CONTINÊNCIA URINÁRIA A pressão intrauretral deve ser superior a pressão intravesical no repouso ou durante os esforços com pressão de fechamento uretral positiva AS FORÇAS DE RETENÇÃO SÃO SUPERIORES ÀS FORÇAS DE EXPULSÃO Bexiga armazenando urina A bexiga funciona comoum sistema de baixa pressão que acomoda crescente volume de urina sem haver qualquer elevação da pressão vesical, permanecendo inferior a 10 cm H2O. O Sistema Nervoso Simpático (SNS), mediador da função de armazenamento de urina, origina-se na medula espinhal entre T10 e L2. A noradrenalina estimula os receptores alfa adrenérgicos na uretra aumentando o tônus e a pressão de fechamento uretral pela contração do esfíncter uretral. A estimulação dos receptores beta adrenérgicos, localizados na parede vesical, diminui o tônus muscular vesical, relaxando as fibras musculares lisas e inibindo a contração vesical Bexiga armazenando urina É importante saber... As propriedades viscoelásticas do músculo liso da parede vesical contribuem para a complacência durante o enchimento. A sensação de repleção vesical após enchimento de determinado volume de urina (350 a 500 ml) é enviada ao encéfalo por receptores de tensão/estiramento presentes no interior do músculo detrusor. O reflexo da micção é desencadeado via neuronal aferente no momento e local que for considerado adequado. Desejos miccionais BEXIGA NO ATO DE URINAR BEXIGA NO ATO DE URINAR A fase de esvaziamento inicia-se com o relaxamento do assoalho pélvico e do esfíncter externo da uretra. Segundo Henscher, nesse momento, o colo vesical desce, o músculo detrusor se contrai, a uretra se abre tornando-se mais curta e mais larga e o ângulo posterior entre bexiga e uretra desaparece. Essa fase de esvaziamento é mediada, principalmente, pelo Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) que é responsável pelo controle motor do detrusor, promovendo contração vesical efetiva. A ação parassimpática origina-se na medula espinhal entre S2 e S4 e utiliza como neurotransmissor a acetilcolina que produz a contração do músculo detrusor e o relaxamento do esfíncter uretral externo. A eliminação de urina ocorre devido o aumento da pressão vesical e, concomitante, diminuição da pressão de fechamento uretral. BASE DO TRATAMENTO COMPORTAMENTAL As contrações do assoalho pélvico levam a diminuição do desejo de urinar Fatores de Risco Estudos apontam vários fatores que estão associados ao risco de desenvolvimento da IU na mulher. Fatores Ginecológicos Fatores Obstétricos Fatores Antropométricos Fatores Comportamentais Experiência prática: atuação na comunidade. GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
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