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Arno Wiese
Gestão de Crédito, 
Cobrança e Risco
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Qual é a Importância do Crédito na Economia? ..........................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 O crédito ................................................................................................................05
1.1.1 A importância do crédito no processo econômico ...............................................05
1.1.2 Cenáriobrasileiro ............................................................................................07
1.1.3 A evolução do crédito ......................................................................................09
1.1.4 A Taxa de Juros ...............................................................................................11
1.2 Operações de crédito ...............................................................................................12
1.2.1 Modalidades de operações de crédito ...............................................................12
1.2.2 Prazos ............................................................................................................13
Síntese ..........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas ................................................................................................19
05
Capítulo 1 
Introdução
Por acaso você já vivenciou, ou conhece alguém que tenha vivenciado, alguma situação de ne-
cessidade de crédito? Provavelmente, você respondeu: “Claro que sim!”, pois trata-se de uma 
situação bastante comum. Quando falamos em falta de crédito, o que vem a sua mente? Saldo 
bancário? Contas para pagar? Salário? Pois bem, estes são alguns exemplos de situações coti-
dianas relacionadas ao crédito. 
Por este motivo, investigar em que consiste, o que é e como funciona o sistema de crédito, nos 
possibilita compreender o motivo pelo qual as pessoas, as empresas e os governos passam pelos 
problemas econômicos. A sociedade carece, cada vez mais, de produtos para saciar as suas 
necessidades, mas os recursos financeiros, muitas vezes, são escassos. Se o recurso é raro, o que 
acontece com as taxas de juros? Como as pessoas se comportam ante a este problema?
Neste capítulo veremos o conceito de crédito, suas modalidades, direcionamentos, e como o cré-
dito é importante para o funcionamento da economia de um país. Abordaremos também como 
está e de que forma o cenário brasileiro é regulado. A taxa de juros possui uma grande influência 
nas nossas vidas, portanto, veremos como ela nos afeta, tanto de forma positiva, como negativa.
Outro assunto abordado será a regulamentação do crédito, por meio das operações de crédito, 
as quais possuem suas modalidades, prazos e objetivos. Por fim, compreenderemos como fun-
ciona o Sistema Financeiro Nacional, órgão que controla toda a oferta de crédito no país, bem 
como as suas atribuições de regulação.
1.1 O crédito
Nesta primeira abordagem, compreenderemos no que consiste o crédito e qual a sua impor-
tância na economia. Mais adiante, verificaremos como a taxa de juros é regulada e qual a sua 
importância no processo inflacionário, bem como seu impacto na atividade econômica nacional. 
Saiba que a retração ou expansão da oferta de crédito permanece diariamente em debate, daí a 
necessidade de compreender como esta ferramenta de promoção econômica nos atinge.
1.1.1 A importância do crédito no processo econômico
Saiba que o desenvolvimento de qualquer economia está diretamente relacionado à capacidade 
de se obter crédito para financiar a produção, distribuição e consumo. Por meio do crédito é 
possível que ocorram as transações entre as partes, sejam estas representadas pela indústria, 
comércio ou consumidor.
Mas, você sabe definir o que é crédito? Se procurarmos no dicionário Houaiss (2015), veremos 
que a primeira explanação da palavra está ligada à noção de confiança, ou seja, a crença de 
que alguém é capaz de cumprir o que lhe for confiado. Se levarmos, portanto, tal conceito ao 
mundo da economia, teremos que crédito diz respeito a um valor confiado a outrem mediante 
um acordo pré-estabelecido. 
Qual é a Importância do 
Crédito na Economia?
06 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
De acordo com a relação descrita acima, teremos no mínimo duas partes: uma ofertante de cré-
dito e outra que o receberá. Podemos afirmar, então, que haverá uma fonte e um receptor, um 
credor e um beneficiário, ou devedor.
Sabemos que o crédito é fundamental para as pessoas físicas, isto é, indivíduos que desejam 
adquirir um bem ou serviço para quitá-lo posteriormente. Não se esqueça, no entanto, de que o 
crédito é importantíssimo também para pessoas jurídicas, ou seja, as empresas. 
Costumamos dizer que há uma operação de crédito quando houver a aquisição de um bem ou 
serviço sem que haja o desembolso imediato, que muitos entendem como pagamento à vista. 
O pagamento, nesse cenário, é trocado por uma promessa documentada de que o valor será 
reposto no tempo previamente estabelecido e acordado entre as partes.
Figura 1 – Crédito diz respeito a um valor confiado a outrem mediante um acordo previamente estabelecido. 
Fonte: Shutterstock, 2015.
O crédito possibilita a antecipação de compras e, portanto, é um facilitador das vendas. Com-
pra-se hoje para pagar em uma data futura estabelecida. José Odálio dos Santos (2009, p.1) 
corrobora o que apontamos acima, afirmando que “o crédito inclui duas noções fundamentais: 
confiança expressa na promessa de pagamento e tempo, que se refere ao período fixado entre a 
aquisição e a liquidação da dívida”.
Temos, então, que o crédito consiste na concessão feita a uma pessoa física ou jurídica que se com-
promete em honrar seu pagamento no futuro. Porém, é preciso avaliar o risco da transação, pois 
na ocorrência de algo que inviabilize o compromisso assumido pelo receptor, é necessário atribuir 
uma remuneração ao capital emprestado. Grave bem: esta remuneração é conhecida como juros.
A taxa de juros cobrada será diretamente proporcional ao risco da transação, ou seja, quanto 
maior o risco, portanto, maior será a taxa da operação. Para entender melhor, tome como exem-
plo o fato de dois requerentes irem ao banco solicitarem um empréstimo. Um dos requerentes é 
um empresário que atua com a venda de veículos novos, setor que está sofrendo uma crise devi-
do aos juros altos e a baixa demanda. O segundo requerente é um comerciante de um pequeno 
bairro, o qual vende em seu estabelecimento produtos essenciais para o consumo das famílias 
(como arroz, feijão, café, açúcar). 
Neste caso, qual empreendimento apresenta maior risco? A loja de automóveis que possui um 
faturamento, talvez, dez vezes maior que o mercado? 
07
Pois bem, se analisarmos as situações em momentos de crise econômica, certamente, a loja de 
automóveis apresenta maior risco, pois as famílias tendem a priorizar as necessidades primárias 
como a alimentação. Assim, os juros a serem aplicados nos contratos com o mercado serão 
inferiores aos juros que serão aplicados no contrato com a loja de automóveis. 
A concessão de microcrédito consiste na oferta de produtos e serviços financeiros para a po-
pulação que possui baixa renda, bem como para os empreendimentos de pequeno porte ou 
microempresas, pois tais perfis são, por vezes, excluídos do sistema financeiro tradicional. Dessa 
forma, o acesso ao microcrédito desenvolve uma função social desenvolvimentista por meio da 
inclusão social, decorrente da geração de trabalho e renda (RETAMIRO, 2013).
Porte Número
Participação 
(%)
Número
Participação 
(%)
MPE 4.958.731 99,3 6.633.120 99,0
MGE 34.956 0,767.001 1,0
Total 4.993.687 100,0 6.700.121 100,0
2003 2013
Quadro 1 – Participação das MPE’s e das MGE’s nos estabelecimentos formais (2003-2013).
Fonte: Sebrae, 2014.
O Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o De-
partamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, publicou o Anuário do Traba-
lho na Micro e Pequena Empresa – 2014, no qual constata a importância da Micro e Pequena 
Empresa (MPE) na participação dos empreendimentos formais brasileiros no ano de 2013. De 
acordo com o documento, há 6.633.120 MPE’s, enquanto que as Médias e Grandes Empresas 
(MGE) constituem 67.001 empresas, representando 99% e 1%, respectivamente. Podemos afir-
mar, portanto, que a grandeza dos números aponta a relevância deste segmento para o cenário 
econômico brasileiro (SEBRAE, 2015). 
VOCÊ QUER VER?
No documentário A ascensão do dinheiro – segundo episódio (2009), o professor Niall 
Ferguson, da Universidade de Harvard, debate sobre um pilar do sistema financeiro 
atual: o mercado de títulos públicos. De forma questionadora, o professor afirma que 
os governos tendem a gastar mais dinheiro do que arrecadam. Se o governo emitir mais 
papel-moeda, o resultado será um processo inflacionário, o que levará à necessidade 
de se adotar mecanismos para contrair a dinâmica econômica. Por este motivo, com 
o objetivo de financiar os gastos, surgiram os mercados de títulos públicos já na Itália 
renascentista. Disponível em: <https://youtu.be/do1K7nmEOx0>.
1.1.2 Cenáriobrasileiro
Saiba que é de responsabilidade do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão superior do 
Sistema Financeiro Nacional (SFN), a formulação da política da moeda e do crédito, objetivando 
a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. As decisões estratégi-
cas deliberadas são fundamentais para o desenvolvimento da nação. “Junto ao CMN funciona a 
08 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como órgão de assessoramento técnico na 
formulação da política da moeda e do crédito do País” (Banco Central, 2009).
Uma prática que todas as instituições financeiras adotam como forma de remunerar o valor do 
crédito cedido é a cobrança de juros, ou seja, um percentual aplicado sobre o capital empres-
tado. Confira, na figura 2, como o valor principal é modificado entre o período C0 e C3: o 
volume inicial fica maior com a taxa de 10% aplicada mensalmente. Entenda que o valor final 
é chamado de “montante”.
10%
100
C0 C1 C2 C3
10% 10%
133,1110 121
Figura 2 – Evolução do valor do capital com a aplicação da taxa de juros compostos.
Fonte: O autor, 2015.
Saiba que o critério de juros é também um instrumento de regulação econômica, por meio da 
Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. É 
por meio deste mecanismo que as instituições financeiras calculam seus juros. Assim, se a Selic 
subir, as taxas de juros de crédito bancário também se elevarão. O fenômeno inverso ocorrerá 
com a eventual redução da taxa Selic. Para exemplificar, em agosto de 2015, a taxa Selic atingiu 
o patamar de 14,25%, o que ainda é considerado elevado se comparado a termos mundiais 
(Banco Central do Brasil, 2015).
A redução da taxa Selic, em um ambiente econômico normal, contribuiria para que as empresas 
retomassem seus investimentos, o que consequentemente estimularia o consumo e a produção. 
Em uma situação econômica, na qual há um abalo no nível de confiança quanto à saúde finan-
ceira das empresas e dos indivíduos, limitam-se as operações de concessão de crédito. Como 
consequência, a oferta de crédito se torna ainda mais reduzida, não permitindo que ocorra a 
redução dos juros, devido ao risco de inadimplência.
Se a atividade econômica se mostra vulnerável e há aumento de desemprego, consequentemen-
te, eleva-se a inadimplência, decorrente da falta de remuneração e da taxa de juros aplicada 
pelos bancos. Desta forma, as instituições financeiras se tornam seletivas na hora de conceder o 
crédito, especialmente, quando os tomadores são as MPE’s e médias, as quais possuem menor 
acesso ao crédito a fim de financiar seu capital de giro. Mas por que isso ocorre? Bem, ocorre 
devido ao fato da “não diferenciação na análise de crédito das Micro e Pequenas Empresas 
(MPE’s) e grandes empresas, o que praticamente impossibilita essa análise, porque, na maioria 
das vezes, os demonstrativos das MPE’s não são confiáveis”. (ALMEIDA; ROSS, 2000, p. 267). 
Um exemplo disto é o evento “Sala de Crédito”, promovido pelo Departamento de Micro, Peque-
na e Média Indústria (Dempi), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O 
objetivo deste evento é orientar os empresários das MPE’s sobre as práticas adequadas na opção 
por linhas de crédito de longo prazo, facilitando assim, o acesso ao crédito.
09
O Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito, na variação acumulada em 
doze meses, aponta que as MPE’s elevaram suas demandas em 6,5% com base no mês de julho de 
2015, enquanto que as grandes empresas reduziram a tomada de crédito em -6,7% (Serasa, 2015).
A relação entre as taxas de juros e o risco de inadimplência, portanto, tem impacto na atuação 
econômica, tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas. Em relação às pessoas físicas, 
por exemplo, o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Física indica que, em ju-
lho de 2015, as dívidas em atraso junto às financeiras, cartões de crédito e empresas somavam 
19,2%, e as anotações de dívidas em atraso junto aos bancos consistiam em 15,5%. Tal infor-
mação é especialmente perturbadora se compararmos com o mesmo período do ano anterior, 
quando a taxa Selic estava no patamar de 11%, ecas variações acumuladas (anual) das taxas de 
inadimplência eram de 1,2% e -0,2%, respectivamente.
1.1.3 A evolução do crédito
Desde 2004, o crédito tem se tornado um fator de importância significativa na participação do 
Produto Interno Bruto (PIB). Entenda que a expansão do crédito melhora a capacidade de produ-
ção das empresas e, portanto, a riqueza do país.
Conforme apresentado no Quadro1, entre os períodos de dezembro de 2008 e dezembro de 
2013, a modalidade de crédito de recursos livres, cujas taxas de juros são acordadas entre os to-
madores e as instituições financeiras, saltou de 27,54% para 31,40%. Quando analisamos a mo-
dalidade de recursos direcionados, nos quais as taxas para os empréstimos são definidos por nor-
mas governamentais, vemos que houve uma evolução de 13,16% para 25,10%. Por meio deste 
quadro, verificamos, portanto, a importância da cessão de crédito para o crescimento econômico.
Meses Recursos livres Recursos direcionados
dez/08 27,54 13,16
dez/09 27,94 15,91
dez/10 28,06 17,37
dez/11 29,70 19,40
dez/12 31,80 22,00
dez/13 31,40 25,10
Tabela 1: Participação do credito no PIB (2008-2009)
Fonte: DIEESE- Nº 135
Quadro 2 – Participação do crédito no PIB (2008-2013).
Fonte: DIEESE – Nº135.
Ao analisar os Recursos Livres para Pessoa Jurídica, de acordo com a Nota Técnica do DIESSE 
(2014), podemos verificar que o saldo do crédito com recursos livres, que foram destinados às 
pessoas jurídicas, sofreu uma variação de 74,4%, no período entre janeiro 2008 e dezembro 2013.
Ao analisarmos a Tabela 1, podemos constatar que o recurso de crédito mais demandado pelas 
empresas está relacionado a um fator estratégico para a economia nacional: o financiamento às ex-
portações. Associar este fator a uma pesquisa da taxa cambial, quando o dólar esteve relativamente 
valorizado perante a moeda nacional, possibilitou o incentivo às exportações elevando o superávit 
da balança comercial, o que, consequentemente, elevou a demanda por esta linha de crédito. 
Você consegue perceber como as análises das condições macroeconômicasestão diretamente 
relacionadas ao crédito?
10 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Operações jan-08 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13
Variação Real 
Acumulada (%)
Financiamento a 
exportações
9.469 20.427 16.828 19.001 31.422 39.056 50.340 431,60
Antecipação de 
crédito
2.201 2.279 2.622 3.681 5.703 6.544 7.030 219,50
Cartão de crédito 2.510 3.194 3.285 4.713 5.424 6.090 6.847 172,70
Capital de giro 143.028 223.361 272.100 315.635 347.616 388.063 388.063 171,30
Aquisição de outros 
bens
3.561 3.432 3.610 5.112 6.884 8.174 8.738 145,40
Aquisição de 
veículos
13.121 12.733 13.725 16.791 22.769 23.669 21.703 65,40
Tabela 2: Saldo das operações crédito com recursos livres para PJ - Jan/2008 à dez/2013 (em R$ milhões de dez/2013)
Fonte: DIEESE, 2015Tabela 1–Saldo das (principais) operações de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas, 
de janeiro de 2008 a dezembro de 2013 (em R$ milhões de dezembro de 2013).
Fonte: DIEESE, 2015.
Embora apareça somente na quarta posição de variação percentual acumulada com 171,3%, 
o recurso de capital de giro é o que possui maior montante de valores: R$ R$143 milhões em 
janeiro de 2008 e R$ 388 milhões em dezembro de 2013.
Em relação aos Recursos Livres destinados às pessoas físicas, o crédito consignado, ou seja, 
aquele cujas parcelas de pagamento são deduzidas da folha de pagamento do beneficiário, foi o 
que obteve maior variação em pontos percentuais, saltando de 21,5% para 29,8%. O resultado 
resume-se em 8,3 pontos percentuais (p.p.) a mais no período entre janeiro de 2008 e dezembro 
de 2013. Tal resultado é decorrente do fato de que a taxa de juros é bem menor nesta modali-
dade de crédito, pois a quitação do valor emprestado é recolhida da fonte de pagamento (folha 
de pagamento, aposentadorias, etc.), o que oferece menor risco ao negócio. 
O cheque especial, o benefício por meio do qual o banco disponibiliza a um indivíduo um crédito “extra” 
vinculado a sua conta, o qual deve ser devolvido acrescido de juros, foi a modalidade que sofreu a maior 
retração no mesmo período: decaindo de 4,4% para 2,7%, o que resultou em uma redução de -1,7 p.p.
-5
0
5
10
15
20
25
30
jan/08 dez/13 Variação em p.p.
Crédito consignado
Aquisição de veículos
Cartão de crédito total
Crédito pessoal não consignado
Crédito pessoal não consignado
vinculado à renegociação de
dívidas
Cheque especial
Figura 3 – Participação percentual das linhas de crédito no total de empréstimos 
com recursos livres para a Pessoa Física (Jan/2008 e Dez/2013).
Fonte: Banco Central do Brasil - DIEESE
11
VOCÊ QUER VER?
O documentário Capitalismo: uma história de amor, do polêmico diretor Michael Mo-
ore, aborda os limites éticos, sociais e econômicos para se manter um processo eco-
nômico, tendo como base a crise financeira mundial de 2008, cuja origem ocorreu 
nos Estados Unidos da América. A proposta crítica do filme é abordar os fatos reais da 
crise econômica, possibilitando uma análise mais aprofundada e embasada do sistema 
econômico no qual vivemos e participamos.
1.1.4 A Taxa de Juros
Saiba que a variação das demandas pelas modalidades de crédito está, intrinsecamente, relacio-
nada à taxa de juros praticada pelas instituições financeiras. No Quadro 3 podemos notar que a 
modalidade de cartão de crédito é a que possui maior taxa de juros anuais, sendo de 334,84% 
em julho de 2015. Em segundo lugar aparece o cheque especial, com a taxa anual de 217,28% 
no mesmo período, o que faz desta modalidade a que maior obteve retração conforme o gráfico 
apresentado anteriormente. Obviamente, as taxas elevadas para a pessoa física implicam em 
retração da economia.
Linha de Crédito Taxa anual -% (Jul/2015)
Cartão de crédito 334,84
Cheque especial 217,28
Empréstimo pessoal - financeiras 143,55
Juros do comércio 84,78
Empréstimo pessoal - bancos 62,52
CDC - financiamento de automóveis 28,63
Taxa Básica de Juros - SELIC 14,25
Tabela 4: Taxa de juros anuais para Pessoa Física
Fonte: ANEFAC, 2015.Tabela 2 –Taxa de juros anuais para pessoa física.
Fonte: Anefac, 2015.
Como vimos anteriormente, o crédito tem uma participação fundamental no crescimento eco-
nômico do país. Concorda? Afinal, a cada ano, os consumidores utilizam as linhas de crédito 
destinadas às pessoas físicas ou pessoas jurídicas para adquirirem automóveis, caminhões, tra-
tores, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, máquinas para as empresas, dentre outros produtos. 
Mas, estes bens adquiridos, que possuem um prazo longo de utilização e são chamados de bens 
duráveis, dificilmente, serão substituídos num prazo inferior a cinco anos. Nisto, se identifica um 
esgotamento do modelo de crescimento; ou seja, oferecer crédito para manter a dinâmica da 
economia possui também um determinado prazo de funcionamento, pois com a duração dos 
bens e das parcelas, que deverão ser pagas pelo financiamento destes, dificultará que estes 
consumidores se comprometam com novas dívidas.
Desta forma, as empresas, independente do seu porte, podem surgir como uma alternativa a este es-
gotamento, pois elas possuem a capacidade de inovação nos produtos e nos processos. Entretanto, as 
empresas precisarão ser cada vez mais independentes dos benefícios fiscais, tendo em vista a redução 
de capacidade dos investimentos públicos (decorrentes de benefícios anteriormente fornecidos).
12 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
O ano em que o crédito parou, de Getúlio Bittencourt (Harvard Business Review, 2009) 
é um livro onde podemos constatar que, ao longo da história econômica, não só do 
Brasil, há momentos de euforia e crescimento, como também de súbitas crises e reces-
sões. No enredo, há um empresário, Antônio Dória, que passa a sofrer com os cortes 
na concessão de crédito, ou seja, no financiamento do seu capital de giro. O empre-
sário, então, se vê diante de uma situação crítica que o obriga a tomar uma decisão: 
vender a empresa ou arrumar um sócio. Um dos aspectos levantados por Dória é que 
sua empresa, que havia crescido 20 vezes durante 20 anos, não poderia continuar a 
se expandir, já que até mesmo o Banco Bear Stearns, fundado em 1926, desapareceu 
com a crise de 2008. Ao final do artigo, são apresentadas as opiniões de profissionais 
de mercado sobre o que Dória deveria fazer. Nossa sugestão é que você procure refle-
tir sobre qual seria a sua postura diante de uma situação similar à do ‘empresário’ e, 
deste modo, avalie as dimensões implícitas do crédito.
VOCÊ QUER LER?
1.2 Operações de crédito
Este capítulo aborda as operações de crédito, prazos das transações e fontes de financiamento. 
Veremos que organizar e registrar as informações de uma empresa pode ser muito útil para seu 
desenvolvimento futuro e manutenção, pois, por vezes, as instituições financeiras analisam o 
comportamento da empresa, bem como de seus colaboradores.
1.2.1 Modalidades de operações de crédito
As operações de crédito se dividem, basicamente, em três modalidades:
•	 Empréstimos – são operações realizadas que não constituem vínculo à comprovação 
da aplicação dos recursos, tais como: empréstimos para capital de giro, pessoais e os 
adiantamentos a depositantes. São os “famosos” saldos devedores em conta corrente.
•	 Títulos descontados – como o próprio nome diz trata-se do desconto de títulos. Para 
exemplificar, podemos citar o cheque, o qual segundo BACEN (2014) trata-se de “uma 
ordem de pagamento à vista, porque deve ser pago no momento de sua apresentação 
ao banco sacado”. Porém, um cheque emitido com data pré-datada poderá ser entregue 
ao Banco (custodiado), que adiantará os recursos para o portador do cheque até a data 
prevista para a apresentação negociada entre as partes (emitente/portador). O Banco, 
como forma de precaução, solicita a assinaturade um contrato pelo portador do cheque, 
no qual cobra os encargos financeiros antecipados do mesmo, caracterizando assim, uma 
operação de desconto de títulos. Este produto é similar ao desconto de duplicatas, faturas 
do cartão de crédito a vencer, notas promissórias, etc.
•	 Financiamentos – são operações vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos 
obtidos no financiamento, tais como: financiamento de parques industriais, máquinas e 
equipamentos, bens de consumo durável, rurais e imobiliários (BANCO CENTRAL, 2015). 
13
Figura 2 – Os financiamentos estão vinculados à comprovação da aplicação dos recursos obtidos.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Santos (2009) afirma que há, basicamente, duas modalidades de linhas de crédito:
•	 Linhas rotativas – Estão à disposição do cliente a fim de financiar suas necessidades, 
porém os valores, o prazo e a garantia são previamente determinados. É considerada a mais 
arriscada por não se saber o destino que o cliente dará ao recurso tomado emprestado. O 
cheque especial é um exemplo de linha rotativa de crédito, pois o banco fornece um limite 
ao cliente, que o utiliza e depois faz um depósito para cobrir o valor utilizado.
•	 Linhas pontuais – Nesta modalidade se sabe qual será o destino do recurso, pois é 
definida antecipadamente a finalidade, valor, prazo e garantia para o crédito. Neste 
caso, podemos citar o contrato de crédito, o qual possibilita à instituição financeira 
saber previamente em que será aplicado o crédito concedido, tais como a compra de 
equipamentos, aquisição de imóveis, etc. (JANUZZI, 2010).
1.2.2 Prazos
No que concerne aos prazos para a realização da transação de crédito, podemos dizer que são 
classificados em curto e longo prazo. Considera-se o crédito de curto prazo aquele que deve 
ocorrer dentro de um ano para a realização de seu recebimento, ou seja: o pagamento deve ser 
feito dentro de um ano. Consequentemente, o crédito de longo prazo é aquele cuja exigibilidade 
do pagamento se dá acima de um ano.
Segundo Brigham e Weston (2000), as taxas de juros são mais baixas no curto prazo do que no 
longo prazo. É evidente que sempre é preciso considerar as condições do mercado e da própria 
saúde financeira da empresa que irá tomar o crédito. Saiba que no Brasil, entretanto, muitas ve-
zes essa relação se inverte, em função da baixa confiança dos agentes econômicos nas políticas 
econômicas de longo prazo.
É preciso, no entanto, destacar que, se a empresa tomar empréstimos de curto prazo para hon-
rar os compromissos de longo prazo, poderá ter problemas de caixa em função da diferença 
de tempo, pois muitas vezes acaba resolvendo seus problemas financeiros imediatos, deixando 
acumular débitos mais longos que ficam acumulando juros.
Fontes de financiamentos de Curto prazo
Embora haja inúmeras fontes de financiamento de curto prazo, podem ser destacadas as provi-
sões, as contas a pagar (crédito comercial), os empréstimos bancários e Commercial Paper.
14 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
•	 Provisões – As provisões têm como característica a repetição contínua. Exemplo: os 
pagamentos de taxas, impostos, salários e comissões. Segundo Brigham e Weston (2000, 
p. 482) “esse tipo de dívida é ‘gratuito’, no sentido de que nenhum juro explícito é pago 
sobre os recursos captados por meio das provisões”.
•	 Contas a Pagar (Crédito Comercial) – Esta transação ocorre por meio da realização de 
compras entre as empresas, as quais registram a dívida contraída no Balanço Patrimonial 
em contas a pagar.
Fique atento: normalmente, as contas a pagar representam 40% dos passivos correntes de em-
presas de tamanho médio. Quanto maior a dificuldade de acesso a outras fontes de financia-
mento, maior a representatividade das contas a pagar.
Entenda que o crédito comercial é uma fonte de financiamento espontânea, que surge da reali-
zação de compra e venda entre as empresas. A empresa vendedora lança a transação em contas 
a receber ao passo que a compradora lança no contas a pagar. A diferença entre o tempo de 
compra e de pagamento gera um crédito para a empresa que vendeu. A expansão do intervalo 
de tempo entre a compra e o pagamento incide em um financiamento adicional. Exemplo: a Em-
presa K comprava ao prazo de 30 dias, mas posteriormente passou a comprar para pagar com 
40 dias de prazo, logo houve uma expansão do crédito.
Algumas empresas adotam uma política de crédito que pode oferecer um desconto caso o paga-
mento seja efetuado antecipadamente, isto é, um empréstimo inferior à taxa de desconto conce-
dida pelo fornecedor do produto. Exemplo: uma empresa havia contratado um crédito comercial 
para pagá-lo em 30 dias; porém, esta conseguiu saldar o valor em 20 dias. A diferença de 10 
dias antecipados será descontada, proporcionalmente, à taxa de juros contratada.
•	 Empréstimos bancários – Podemos deduzir que as empresas recorrem a esta modalidade 
de crédito devido à necessidade de recursos adicionais para o seu funcionamento. 
Normalmente, um aumento imperativo de seu capital de giro se faz necessário e conduz 
a empresa a contrair um empréstimo bancário de curto prazo. 
•	 Commercial Paper – é um tipo de nota promissória não garantida, emitido por empresas 
de grande porte, e vendido, principalmente, a outras empresas, bancos e fundos mútuos 
do mercado de capitais, com o objetivo de financiar seu capital de giro (Bovespa, 2015). 
Trata-se, portanto, de uma alternativa de crédito para o curto prazo com taxas de juros 
menores, pois não estão sujeitas ao spread bancário, bem como permitem maior agilidade 
às captações das empresas. Títulos como este conferem ao seu titular o direito de crédito 
contra o emitente do título. A empresa que desejar fazer a emissão de um título de crédito 
deve estar registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
A regulamentação desta atividade consiste na Instrução CVM 134/90 e suas alterações poste-
riores. Os prazos de vencimentos das promissórias dependem do comportamento da carteira 
de créditos vinculados à securitização, que consiste em “uma operação que envolve a venda de 
recebíveis de uma empresa originária para uma segunda” (BM&F BOVESPA, 2015). Os prazos 
podem ser analisados conforme a Instrução CVM Nº 480, de 7 dezembro de 2009.
Para uma compreensão mais ampla sobre o Sistema Financeiro Nacional acesse o site 
do Banco Central do Brasil e confira as informações sobre seu funcionamento, e sua 
importância. Disponível em:<http://www.bcb.gov.br/?sfn>.
VOCÊ QUER LER?
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A fim de atrair compradores para os commercial papers, estes são negociados com descontos em 
relação ao seu valor de face, que é o valor pago por ocasião do resgate.
A Custo Efetivo na calculadora HP-12cValor de face: 3.500.000,00
B Desconto mensal: 1,40% 49.000,00
C Período: 6 294.000,00
D Despesas diversas: 0,50% 17.500,00
E Valor Líquido A-(C+D): 3.188.500,00
3.188.500,00
3.500.000,0
6
CHS PV
FV
n
i
Exemplo com valores apenas ilustrativos:
Valor de face do título: R$ 3.500.000,0
Valor do desconto: 1,4% a.m
Outras despesas �nanceiras: 0,5%
Quadro 4 – Resolução do cálculo do valor de face (memória de cálculo e na calculadora HP12C).
Fonte: Profa. Ana Paula Yamashita, 2015.
No Quadro 4, vemos o cálculo do valor de face de um título de crédito. No nosso exemplo, o 
valor nominal (que é o valor negociado) de R$ 3.500.000,00 sofre um desconto mensal de 1,4% 
ao mês, no período de seis meses, ou seja, o valor sofre o redesconto, pois está sendo trazido ao 
Valor Presente. Subtraímos ainda as despesas diversas, as quais perfazem 0,5% do valor nominal, 
obtendo-se, portanto, o valor de face do título que é de R$ 3.188.500,00.
De acordo com a COSIF (2015) há quatro características básicas para a emissão de 
Nota Promissória – Commercial Paper, nas quais poderá ser emitida.Listamos estas 
características a seguir.
1. Como promessa pura e simples de pagamento de quantia, correspondente a 
uma dívida assumida, a um credor pessoa física ou jurídica não-financeira.
2. Como garantia de pagamento dado pelo devedor e por terceiro em contrato de 
empréstimos, tendo como credora as instituições do SFN - Sistema Financeiro 
Nacional.
3. Emitida para captação de recursos financeiros por empresa, desde que esta 
captação seja efetuada junto a sócios ou acionistas de sociedades de capital 
fechado, junto a parentes e amigos e junto a empresas ligadas, fornecedores 
ou clientes, devendo caracterizar-se como colocação não-pública (“ação entre 
amigos”).
4. Emitida por sociedades de capital aberto para captação de recursos financeiros 
no mercado de capitais, para subscrição pública, quando será necessária a 
autorização prévia da CVM - Comissão de Valores Mobiliários, com base na Lei 
6.385/76.
Fonte: COSIF, 2015. Disponível em:<http://cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=mtvm_notapromis>.
VOCÊ SABIA?
16 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Fontes de financiamentos de longo prazo
As fontes de financiamentos de longo prazo, que na linguagem contábil correspondem ao Exigível 
de longo prazo, são superiores a um ano e são empregadas para financiar os ativos permanentes 
da empresa. Essas fontes exigem o uso de técnicas de orçamento de capital, as quais represen-
tam o processo de avaliação empregado pelas empresas a fim de selecionar os investimentos de 
longo prazo que estejam em conformidade com as metas, no intuito de obter a maximização de 
lucro para seus investidores ou proprietários.
Segundo Gitman (2002, p. 343), há “quatro fontes consideradas básicas para os fundos de 
longo prazo nos negócios de uma empresa: dívidas de longo prazo, ações preferenciais, ações 
ordinárias e lucros retidos”. Tais componentes são percebidos no Balanço Patrimonial no Exigível 
no longo prazo como também no Patrimônio Líquido, conforme mostra o Quadro 5.
Normalmente, os investimentos de longo prazo estão relacionados ao ativo imobilizado das em-
presas, quer seja para a construção de uma planta quer para a aquisição/substituição de equipa-
mentos que possibilitem desenvolver a produção de modo mais eficaz. Saiba que a maioria das 
dívidas de longo prazo de sociedades anônimas ocorre por meio da venda de títulos de dívida, 
também conhecidos como debêntures. As debêntures conferem ao portador deste título o direito 
ao crédito contra a companhia emissora, pois àqueles que investem em debêntures se tornam 
credores dessas companhias (BOVESPA, 2015).
Na visão contábil, “a dívida de longo prazo é uma dívida com prazo de reembolso superior a um 
ano, a contar da data da emissão. Sua finalidade principal é financiar projetos de investimento 
ou alongar posições passivas” (SECURATO, 2003, p. 281).
Tanto o governo como as empresas podem emitir títulos de longo prazo para financiarem seus 
investimentos. Ambos prometem o pagamento de juros ao portador do título. No caso do gover-
no, este emite títulos de longo prazo via Banco Central, o qual também atua como referencial 
para a fixação da taxa de juros básica Selic.
Balanço Pratimonial
A
tiv
o
Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
• Ações Preferênciais
• Ações Ordinárias
• Lucros Retidos
Dívidas de Longo
Prazo
Quadro 5– Estrutura de um Balanço Patrimonial.
Fonte: Scherrer, 2012.
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Outra “ferramenta” à disposição do governo brasileiro, para o financiamento de projetos de 
longo prazo, é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cuja função 
é a de promover “(...) investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que 
inclui as dimensões social, regional e ambiental” (BNDES, 2015) por meio dos financiamentos 
de projetos de investimento.
Suas ações permeiam os setores da agricultura, infraestrutura, indústria, comércio e serviços, 
tanto para as empresas de grande e médio porte, como para as micros e pequenas empresas. 
Além disso, o BNDES possui linhas de investimentos nas áreas sociais, com foco na saúde, edu-
cação, saneamento e transporte.
Celso Furtado é um dos economistas mais reconhecidos do Brasil. Ele coordenou ações 
de desenvolvimento por meio do BNDES e da CEPAL (Comissão Econômica para Améri-
ca Latina e Caribe), quando desenvolveu o estudo sobre a relação centro-periferia, no 
qual relata que os países subdesenvolvidos são a periferia produtora de matéria-prima 
dos países centrais ou desenvolvidos.
Sua relação com a economia brasileira é de fundamental importância, pois ele propôs 
que o crédito fosse gerido para inserir as camadas de baixa renda no contexto econô-
mico.
Para conhecer mais sobre Celso Furtado e sobre sua visão de economia, leia o artigo 
“Celso Furtado e o desenvolvimento regional”, do professor º Clélio Campolina Diniz, 
da UFMG, disponível em: <http://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/arti-
cle/view/1045>. 
CASO
O cliente como financiador de seu fornecedor: o caso Bosch x ECS
Você já ouviu falar em casos nos quais o cliente passa a exercer o papel de financiador 
de seu fornecedor? Foi o que aconteceu entre a ECS, uma fabricante de autopeças 
gaúcha e seu cliente Bosch (fabricante de autopeças e de ferramentas). Até setembro 
de 2008, a ECS se preparava para fechar o ano com resultados recordes e operava no 
limite de sua capacidade. A crise econômica, entretanto, deixou a empresa em sérias 
dificuldades. 
O diretor-geral, Ivo Piccinini, já no mês de janeiro, percebeu que a situação havia 
chegado a um ponto insustentável e, após tentativas frustradas de obtenção de crédito, 
decidiu recorrer ao seu maior cliente, a Bosch, responsável por 30% do faturamento 
da ECS.
O reflexo de uma parada na produção da ECS poderia levar a uma correspondente 
parada de metade da indústria automotiva. A troca de um fornecedor implica em um 
período de testes que pode levar no mínimo 90 dias. A Bosch decidiu comprar seis 
vezes mais peças da ECS do que precisaria no período, conseguindo, assim, socorrer a 
ECS e evitar maiores consequências (EXAME, 2009).
VOCÊ O CONHECE?
18 Laureate- International Universities
Síntese
Neste capítulo, abordamos as definições de crédito e o quão importante é o sistema que rege 
esse recurso para a economia de um país. 
•	 Vimos que a taxa Selic regula os juros básicos a serem praticados pelas instituições 
financeiras.
•	 Conferimos que o crédito pode ser classificado como recurso livre ou direcionado.
•	 Vimos, também, a evolução das linhas de crédito e suas modalidades.
•	 Identificamos que apesar da taxa Selic estar em 14,25%, em agosto de 2015, as taxas 
aplicadas nas modalidades de crédito são consideravelmente elevadas.
•	 Vimos que as cessões de crédito ocorrem por meio de operações e que os prazos são 
acordados entre o credor e o requerente ao crédito.
•	 Identificamos as fontes de financiamento de curtos e longos prazos.
•	 Por fim, vimos a importância da estrutura de um Balanço Patrimonial.
Síntese
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nível em: <http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20150807.pdf >. Acesso em: 09 
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_______. FAQ - Empréstimos e financiamentos. Dez. de 2014. Disponível em: <http://www.
bcb.gov.br/?EMPRESTIMOEFINANCIAMENTOFAQ>. Acesso em: 10 set 2015.
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20 vezes em 20 anos. Agora sem capital de giro ele deve vender ou encontrar um sócio? São 
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DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEE-
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Análise de Investimento
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Economia, Contabilidade e Administração da Universidade de Taubaté. Taubaté, 2013.
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SECURATO, J. R. (coord.) Cálculo Financeiro das Tesourarias – Bancos e Empresas. São Pau-
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SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Anuário do 
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Estudos Socioeconômicos, 7. ed. São Paulo, 2015, 296p. 
WESTON, J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da administração financeira. 10. ed. São Paulo: 
Makron Books, 2000.

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