Buscar

Gestão de Crédito, Cobrança e Risco - Unidade 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Arno Wiese
Gestão de Crédito, 
Cobrança e Risco
Sumário
03
CAPÍTULO 2 – O que são as linhas de crédito? .................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
2.1 Aplicação das linhas de crédito – Pessoa Física ...................................................................05
2.1.1 Definições ......................................................................................................05
2.1.2 Cheque especial .............................................................................................06
2.1.3 Cartão de crédito ............................................................................................08
2.1.4 Contrato de crédito .........................................................................................09
2.1.5 Crédito direto ao consumidor ...........................................................................10
2.1.6 Crédito imobiliário ..........................................................................................10
2.1.7 Leasing ..........................................................................................................10
2.2 Aplicação das linhas de crédito – Pessoa Jurídica ........................................................10
2.2.1 Contratos de capital de giro .............................................................................10
2.2.2 Antecipação de recebíveis ................................................................................11
2.2.3 Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC) ..................................................12
2.2.4 Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE) .................................................12
2.2.5 Financiamento à importação ............................................................................13
2.2.6 Linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .........13
2.3 Os C’s do crédito ....................................................................................................15
2.3.1 Condições para o crédito .................................................................................15
2.3.2 Avaliação das informações: análise subjetiva de crédito ......................................16
2.3.3 Política e monitoramento da cobrança ...............................................................18
2.3.4 Período médio de cobrança ..............................................................................19
2.3.5 Fraudes ..........................................................................................................20
Síntese ..........................................................................................................................21
Referências Bibliográficas ................................................................................................22
05
Capítulo 2 
Introdução
Imagine que você foi selecionado para tomar a decisão sobre qual é a melhor estratégia de 
investimento em um projeto. Por meio do fluxo de caixa, você identifica que é necessário obter 
uma linha de crédito para completar o investimento. Qual é a linha de crédito que se adequa ao 
projeto em questão? Qual é a taxa de juros aplicada nesta linha de crédito? 
Você já deve saber que a ação da cobrança exige dos gestores uma percepção especial acerca 
do mercado, da carteira de clientes devedores, em relação ao seu perfil e ao prazo acordado. 
Além disso, conhecer as leis que regem o assunto é fundamental para apresentar uma postura 
ética e sociável diante das diferentes situações que levam as pessoas à inadimplência.
Este capítulo, portanto, apresenta as linhas de crédito disponíveis no mercado, cujo objetivo é 
atender às necessidades das empresas e das pessoas físicas. Nas próximas páginas, você verá 
que a gestão de crédito e das taxas de juros demandam análises apuradas para que a empresa 
não incorra em prejuízos.
Analisaremos também o perfil dos requerentes do crédito e quais são os conceitos que precisam 
ser observados para avaliar suas solicitações. Além disso, questões como inadimplência e prazo 
médio de cobrança também serão abordadas.
2.1 Aplicação das linhas de crédito – Pessoa Física
É comum passarmos por uma situação na qual testemunhamos ou vivenciamos a necessidade 
de crédito, certo? Seja por meio do cheque especial ou do cartão de crédito, a concessão de 
um valor pré-determinado mediante uma taxa de juros específica faz parte do cotidiano da so-
ciedade contemporânea. Neste tópico, iremos estudar quais são as linhas de créditos e as suas 
finalidades, bem como os cuidados necessários para a sua concessão.
2.1.1 Definições
Sabemos que as linhas de crédito existem para atender às necessidades de pessoas físicas, tanto 
no curto, quanto no longo prazo. Geralmente, o crédito é ofertado pelos bancos comerciais, os 
quais são definidos pelo Banco Central do Brasil (BACEN). 
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo 
principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio 
prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e 
terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica 
do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a 
forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” 
(Resolução CMN 2.099, de 1994).
O que são as 
linhas de crédito?
06 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Listamos, a seguir, as linhas de crédito mais usadas pelas pessoas físicas e que suprem suas 
eventuais necessidades. 
•	 Cheque especial
•	 Cartão de crédito
•	 Contrato de crédito
•	 Crédito direto ao consumidor
•	 Crédito imobiliário
•	 Leasing
Veremos, ao longo deste tópico, cada uma dessas modalidades. Acompanhe! 
2.1.2 Cheque especial
De acordo com o BACEN, o cheque especial consiste em um produto oriundo de uma relação 
contratual, cujo objeto consiste no fornecimento ao cliente de uma linha de crédito para cobrir 
cheques que ultrapassem o valor existente em sua conta, a qual é passível da cobrança de juros, 
conforme estipulado no contrato firmado entre as partes (BACEN, 2015).
Imagine o cheque especial como um crédito rotativo (com valores, prazos e garantias definidos). 
Entenda que os bancos concedem aos clientes esse crédito mediante um limite de uso previa-
mente aprovado e compatível com a renda e com o saldo médio diário, que permanece na conta 
por um período estipulado (normalmente três meses). Atualmente, porém, os bancos atentam, 
principalmente, para a renda comprovada e a ausência de restrições cadastrais no momento da 
concessão do crédito.
Saiba que o cheque especial é considerado uma operação de crédito. O cheque (independente-
mente se é especial ou comum), enquanto meio de pagamento, é legalmente considerado uma 
ordem de pagamento à vista, não importando a data de emissão, mas sua apresentação ao ban-
co. “Do ponto de vista da operação comercial, eventuais divergências contratuais entre credor e 
devedor podem ou até devem ser discutidas na esfera judicial.” (BACEN, 2015).
A instituição bancária define a taxa de juros e compete aos clientes aceitarem ou não. Periodi-
camente, no entanto, o perfil do cliente é revisto e uma taxa diferenciada poderá ser aplicada 
em função do risco que ele representa à instituição. Normalmente, a taxa de juros é superior em 
relação a um empréstimo, pois está sempre disponível ao cliente, mesmo que este não faça uso 
do crédito.
Há no mercado uma disparidade excessiva entre o valor das taxas de juros cobradas de cada 
banco. Atabela abaixo apresenta o ranking das instituições financeiras comerciais e suas res-
pectivas taxas, aplicadas no período de 25/08/2015 a 31/08/2015.
07
Posição
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
 Instituição
BCO INDUSVAL S.A
BCO ALFA S.A
BCO SOFISA S.A
BCO CEDULA S.A
BCO PAULISTA S.A
BCO CAPITAL S.A
BANIF BRASIL BM S.A
BANCO BONSUCESSO S.A
BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A
BANCOOB
BCO FATOR S.A
BCO LUSO BRASILEIRO S.A
BCO LA NACION ARGENTINA
BCO DA AMAZONIA S.A
BRB - BCO DE BRASILIA S.A
BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A
BCO DO EST. DO PA S.A
BCO SAFRA S.A
BCO DAYCOVAL S.A
CAIXA ECONOMIA FEDERAL S.A
BCO DO ESTADO DO RS S.A
BCO BRADESCO S.A
BCO DO BRASIL S.A
ITAÚ UNIBANCO BM S.A
BCO RENDIMENTO S.A
BCO CITIBANK S.A
HSBC BANK BRASIL S.A BCO MULTIP
BCO SANTANDER (BRASIL) S.A
BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A
Média Geral
%a.a.
20,46
25,77
27,32
30,55
34,67
41,46
47,56
50,36
65,02
66,34
67,88
73,90
83,14
107,41
121,24
156,43
159,04
186,42
207,05
208,45
220,96
225,11
231,55
253,68
275,78
316,75
359,61
380,70
533,12
157,85
%a.m.
1,46
1,93
2,03
2,25
2,51
2,93
3,30
3,46
4,26
4,33
4,41
4,72
5,17
6,27
6,84
8,16
8,26
9,17
9,80
9,84
10,21
10,32
10,50
11,10
11,66
12,63
13,55
13,98
16,62
7,30
Quadro 1 – Taxas mensais e anuais do cheque especial de pessoa física por instituição financeira.
Fonte: BACEN, 2015.
Posição
20
22
23
24
28
 Instituição
CAIXA ECONOMIA FEDERAL S.A
BCO BRADESCO S.A
BCO DO BRASIL S.A
ITAÚ UNIBANCO BM S.A
BCO SANTANDER (BRASIL) S.A
Média Geral
%a.a.
208,45
225,11
231,55
253,68
380,70
157,85
%a.m.
9,84
10,32
10,50
11,10
13,98
7,30
Quadro 2 – As taxas mensais e anuais do cheque especial das principais instituições 
comerciais aplicadas no período de 25/08/2015 a 31/08/2015.
Fonte: BACEN, 2015.
08 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Podemos verificar que os principais bancos comerciais do Brasil possuem a média de taxas de 
juros do cheque especial anual em 123,30 pontos percentuais (p.p.) acima da média das demais 
instituições, bem como 52,56% na variação percentual média.
Bancos
Principais bancos comerciais
Bancos secundários
Variação em p.p.
Variação relativa (%)
Taxa anual (%)
208,45
225,11
253,68
380,70
Taxa mensal (%)
9,84
10,32
11,10
13,98
Taxa média cheque especial
Tabela 1 – Análise comparativa entre os principais bancos comerciais e os demais sobre as taxas de 
juros do cheque especial de pessoa física aplicadas no período de 25/08/2015 a 31/08/2015.
Fonte: BACEN, 2015.
VOCÊ QUER VER?
Na reportagem “Taxa de juros sofre novo aumento pelo Banco Central”, transmitida no 
Jornal Novo Tempo, você poderá conferir como a elevação da taxa Selic impacta a 
vida das pessoas e das empresas. O escalonamento da elevação dessa taxa como uma 
forma de conter a inflação também é abordado. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=gXX5cj3yNj0&feature=youtu.be>.
2.1.3 Cartão de crédito
Lendo o item anterior sobre cheque especial você deve ter se lembrado do cartão de crédito, 
certo? Bem, saiba que ele também é uma modalidade de crédito rotativo, pois a empresa que o 
concede estabelece, previamente, os valores do crédito para compras e saques. Trata-se de um 
meio de pagamento eletrônico que possibilita ao seu usuário adquirir bens/serviços nos estabe-
lecimentos credenciados ou até mesmo realizar saques nos equipamentos eletrônicos habilitados.
Assim, como o cheque especial, os bancos se baseiam na renda líquida mensal comprovada pe-
los clientes. As taxas de juros cobradas são definidas, mensalmente, e podem variar em função 
do cenário econômico ou do risco apresentado pelo cliente (SANTOS, 2009). De acordo com o 
BACEN, são duas as categorias de cartão de crédito:
•	 básico – utilizado somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos 
credenciados;
•	 diferenciado – além da função convencional de pagamentos de bens e serviços, está 
associado a programas de benefício e/ou recompensas (programas de milhagem, seguro 
de viagem, atendimento personalizado no exterior etc.).
09
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), o 
volume médio de transações por meio do uso de cartões de crédito e débito, de janeiro a junho 
de 2015, se manteve em 903.339 transações. Isto denota que, apesar da taxa de juros chegar 
a 334,84% anuais, esta ferramenta ainda é bastante utilizada pelo público consumidor. Entenda, 
no entanto, que a taxa de juros será aplicada somente em dois casos: 1) quando o consumidor 
não realiza o pagamento integral da fatura em seu respectivo vencimento e 2) quando realizamos 
saques do limite do cartão. 
Janeiro
919.254
803.050
930.278 903.409
950.245 913.8001.000.000
900.000
800.000
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
Total
Fevereiro Março Abril Maio Junho
Crédito Débito
Figura 1 – Volume de transações com o uso de cartões de crédito (janeiro a junho, 2015).
Fonte: ABECS, 2015. 
O professor Muhammad Yunus está entre as 15 pessoas mais influentes no mundo dos 
negócios no ranking publicado pelo Wall Street Journal, em 2013. Por quê? Bem, entre 
1993 a 2011, o professor Yunus foi o diretor- geral do Grameen Bank em Bangladesh, 
sendo, antes disso, o diretor do projeto de microcrédito que resultou na criação do 
próprio Grameen. Ele também foi professor de diversas áreas na Chittagong University, 
em Bangladesh, e no Tennessee, nos Estados Unidos. Recebeu prêmios como o Nobel 
da Paz, em 2006, a Medalha Presidencial da Liberdade, em 2009, e a Medalha do 
Congresso Americano, em 2012. Saiba mais sobre o professor Muhammad Yunus em: 
<http://www.muhammadyunus.org/>.
VOCÊ O CONHECE?
2.1.4 Contrato de crédito
Esta linha de crédito é classificada como pontual, posto que é destinada a financiar necessidades 
previamente definidas. Dentre essas necessidades, podemos citar o financiamento de projetos 
pessoais, como os relacionados aos gastos com moradia (reformas ou construção de imóveis), 
saúde, educação e aquisição de bens. Saiba que o contrato de crédito é condicionado à amor-
tização parcelada do principal, acrescido de juros (SANTOS, 2009).
Santos (2009) também aponta a natureza deste crédito como sendo melhor assegurada quando 
a aprovação estiver condicionada à vinculação de bens patrimoniais dos clientes ou vinculada 
somente à avaliação de aval.
10 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
2.1.5 Crédito direto ao consumidor
O crédito direto ao consumidor, também conhecido como CDC, é uma linha de crédito pontual, 
pois se conhece previamente o destino do financiamento, normalmente relacionado à prestação 
de serviços ou aquisição de bens duráveis, com amortizações mensais fixas, nas quais estão in-
cluídos os encargos. Destina-se ao financiamento de eletrodomésticos e similares, bem como de 
automóveis. Em caso de inadimplência, tais bens são mantidos em garantia.
Há ainda a linha de CDC sem direcionamento, conhecida comumente como crédito pessoal, o 
qual também se trata de uma modalidade de empréstimo cujo objetivo não é, necessariamente, 
a aquisição de bens ou serviços (SODRÉ apud NETO, 2010).
2.1.6 Crédito imobiliário
O crédito imobiliário consiste em uma linha de crédito na qual a instituição bancária pode 
aprovar o cliente para adquirir um imóvel novo ou usado. O financiamentodeve ser amortizado 
em prestações mensais, podendo ter o prazo de até 35 anos para ser quitado, mediante o paga-
mento de parcelas mensais.
2.1.7 Leasing
Também conhecido como arrendamento mercantil, o leasing consiste em um contrato cujo objeto 
é a aquisição, por parte do arrendador (que é a empresa de leasing), do bem escolhido pelo 
arrendatário. Logo, o arrendador se torna o proprietário do bem, enquanto que o usufruto é do 
arrendatário, durante a vigência do contrato. Ao fim do contrato, pode-se prever a opção de 
compra, pelo arrendatário, do bem de propriedade do arrendador ou sua devolução à empresa 
de leasing. O mais comum no mercado é o arrendatário exercer a opção de compra. (BACEN, 
2015). Entenda, portanto, que o leasing não se constitui em financiamento, pois constitui uma 
operação com características legais próprias.
2.2 Aplicação das linhas de crédito – Pessoa Jurídica
Como nas linhas de crédito para pessoa física, as linhas de crédito para pessoa jurídica (PJ) exis-
tem para atender às necessidades tanto no curto, quanto no longo prazo. Tais recursos têm como 
objeto o investimento atrelado às imobilizações ou ao capital de giro, quando este é insuficiente 
no curto prazo. 
Neste tópico, veremos como o financiamento do capital de giro envolve operações para financiar 
a produção, ao passo que os investimentos destinam-se aos gastos em instalações, máquinas, 
equipamentos etc. 
2.2.1 Contratos de capital de giro
As instituições financeiras ofertam contratos para financiamento do capital de giro das empresas, no 
curto prazo, tanto na modalidade de créditos rotativos, como pontuais. Mas quais são as formas de 
garantia? Bem, geralmente a nota promissória ou até mesmo duplicatas, previamente seleciona-
das em valor que pode ser equivalente ou superior ao crédito desejado, funcionam como garantia 
(SANTOS, 2009).
Além disso, normalmente se inclui como avalistas/fiadores os donos ou diretores das empresas. 
Raramente, são exigidas garantias reais (veículos, imóveis, máquinas) para esse tipo de empréstimo.
11
2.2.2 Antecipação de recebíveis
Esta linha permite à empresa realizar as suas vendas a prazo, porém recebendo-as à vista do 
banco contratado. É um recurso que pode impulsionar os negócios, aumentando o volume de 
vendas sem prejudicar o capital de giro da empresa. A cessão desta modalidade de crédito é re-
alizada por meio do comprometimento de antecipação dos valores de duplicatas, cheques, notas 
promissórias etc. mediante desconto previamente acordado entre a empresa e a instituição finan-
ceira. Entenda que os riscos e encargos são de responsabilidade da empresa e, caso o emissor 
do cheque pré-datado, por exemplo, não cumpra seu pagamento, quem arcará com os custos 
(valor antecipado, diferença do desconto, multa, juros, etc.) será a empresa tomadora do crédito.
Outra modalidade de antecipação de recebíveis é o Vendor, na qual a empresa vendedora con-
trata um limite junto à instituição financeira tonando-se a fiadora da operação. Neste caso, os 
encargos financeiros serão arcados pelos compradores. Desta forma, à medida que são feitas 
as concessões de crédito para os clientes/compradores, o banco credita na conta corrente da 
empresa vendedora e emite um boleto de cobrança aos clientes/compradores dentro dos prazos 
acordados com o vendedor.
Figura 2 – Na antecipação de recebíveis, o vendedor torna-se fiador da dívida dos clientes.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Um dos benefícios que esta linha de crédito oferece ao vendedor é a possibilidade de dilatar os 
prazos de financiamento aos seus clientes, porém sem comprometer a sua liquidez devido ao 
recebimento à vista. No momento da negociação com o cliente, entretanto, a empresa deverá 
considerar para fins de balanço os valores relacionados aos custos e despesas, em especial os 
decorrentes das transações financeiras.
No sentido inverso ao Vendor, existe a linha denominada Compror, uma linha de crédito que per-
mite ao comprador o financiamento de bens e serviços adquiridos pela sua empresa. Neste caso, 
o risco da operação é da empresa compradora, que também arcará com os encargos financeiros.
12 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
Por intermédio desse limite, o comprador negocia em melhores condições o preço de aquisição, 
pois o fornecedor irá receber à vista. O tomador desta linha de crédito pode negociar com a 
instituição financeira o prazo de pagamento que lhe for mais adequado, mas precisa ficar atento 
aos juros aplicados na negociação. 
Um dos benefícios para o comprador é que esta operação implica em um menor risco de crédito 
e custo, além de apresentar melhores condições de negociação e até descontos. Existe também a 
possibilidade de expansão do prazo de pagamento em função do seu fluxo de caixa, a redução 
do custo de aquisição de mercadorias e o aumento do lucro operacional.
2.2.3 Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC)
Os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) constituem um mecanismo bastante co-
mum entre as empresas exportadoras. Esta operação é realizada por um banco comprador de 
moeda estrangeira que adianta o valor da moeda nacional ao exportador, de modo total ou 
parcial, durante a contratação do câmbio anterior ao embarque da mercadoria. Este tipo de 
financiamento proporciona apoio financeiro à produção ou mesmo à comercialização externa 
de mercadoria. As empresas que podem fazer uso desta linha são as que exportam direta ou 
indiretamente (exportadoras, trading companies, consórcios e cooperativas).
Saiba, porém, que a concessão do ACC está condicionada à aprovação de crédito baseada na 
idoneidade, solidez e pontualidade de pagamento do exportador. Sobre o adiantamento são 
cobrados juros variáveis em função do prazo de entrega dos documentos de embarque, valor da 
operação, modalidade de entrega (cobrança, carta de crédito etc.), conceito do importador e 
situação econômica do país do importador (SANTOS, 2009, p.15).
Cabe ressaltar que nestas situações, além dos juros convencionais à linha de crédito, o tomador 
está sujeito à variação do dólar americano ante a moeda nacional e às taxas aplicadas pelo ban-
co intermediador do exterior, cujo período ocorre desde a tomada até a quitação total do débito.
2.2.4 Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE)
O ACE representa uma antecipação de pagamento da exportação, ou seja, uma antecipação 
de recursos em moeda nacional (R$) ao exportador, semelhante ao ACC, inclusive quanto à va-
riação do dólar norte-americano, após o embarque da mercadoria para o exterior. Este recurso 
ocorre mediante a transferência ao Banco do Brasil dos direitos sobre a venda a prazo, cuja 
finalidade é prover recursos antecipados ao exportador, a fim de completar as diversas fases do 
processo de produção e comercialização da mercadoria exportada (BANCO DO BRASIL, 2009). 
Listamos os benefícios desta modalidade de crédito a seguir. 
•	 Taxas de juros internacionais – obtenção de recursos para produzir os bens destinados à 
exportação a um custo financeiro reduzido. 
•	 Capital de giro de até 360 dias antes do embarque do bem exportado (ACC). 
•	 As vendas ao exterior realizadas a prazo, com liquidação do contrato de câmbio prevista 
até o último dia útil do décimo segundo mês, subsequente ao embarque da mercadoria 
ou a prestação do serviço são recebidas à vista pelo exportador (ACE). 
•	 Isenção do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF. 
13
As modalidades de pagamento devem ser conduzidas com a participação do BB e po-
dem ser por meio de crédito documentário ou cobrança documentária. 
•	 No Crédito Documentário (Carta de Crédito) é realizada a abertura de carta de 
crédito nas quais constam descritas as condições em que a operação deve ser 
concretizada. Neste caso um banqueiro também se compromete, por ordem 
e conta de seu cliente, a pagar a mercadoria,mediante a apresentação dos 
documentos representativos da transação.
•	 Na Cobrança Documentária (com ou sem saque) o exportador entrega a um 
banco de sua preferência os documentos de embarque, acompanhados de um 
saque contra o importador.
•	 Já na Remessa sem Saque (ou remessa direta de documentos) não existe a 
intermediação de um banco, pois o importador recebe diretamente do 
exportador os documentos de embarque (sem saque) e promove o desembaraço 
da mercadoria na alfândega (Banco do Brasil, 2009).
VOCÊ SABIA?
2.2.5 Financiamento à importação
Nesta modalidade, o banco contratado permite que o importador realize a transação de merca-
dorias perante o exportador (fornecedor no exterior). Há no mercado linhas de crédito que po-
dem chegar a dez anos. O Banco do Brasil disponibiliza linhas de crédito especiais às empresas 
que desejam importar bens de capital, máquinas, equipamentos e serviços, a fim de proporcionar 
a modernização do parque industrial nacional. 
2.2.6 Linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Um importante agente de desenvolvimento por meio da cessão de crédito no Brasil é o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Tendo por base que os produtos 
financeiros são os meios de crédito de longo prazo, o BNDES, por meio destes produtos, define 
as regras gerais, as condições e procedimentos necessários para a cessão do financiamento. 
Para compreendermos a importância do BNDES, para o crescimento econômico nacional, pode-
mos verificar os valores de desembolsos realizados no período de 2000 a 2015 no Gráfico 1. Ao 
analisarmos com maior detalhe os anos de 2014 e 2015, verificaremos que a média mensal de 
desembolso fora de R$ 15,6 milhões e R$ 10,6 milhões, respectivamente. Embora o ano de 2015 
esteja contabilizado somente até o mês de agosto, quando analisado o desembolso mensal, a 
variação é de 32,09% inferior em relação a 2014.
14 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
An
o 2
00
0
23
.0
45
,8
3
25
.2
16
,5
2
37
.4
19
,2
7
33
.5
33
,5
9
39
.8
33
,9
0
46
.9
80
,2
4
51
.3
18
,0
2
64
.8
91
,8
0
90
.8
77
,9
1
13
6.
35
6,
36 16
8.
42
2,
75
13
8.
87
3,
44
15
5.
99
2,
27 19
0.
41
9,
04
18
7.
83
6,
87
85
.0
34
,1
6
An
o 2
00
1
An
o 2
00
2
An
o 2
00
3
An
o 2
00
4
An
o 2
00
5
An
o 2
00
6
An
o 2
00
7
An
o 2
00
8
An
o 2
00
9
An
o 2
01
0
An
o 2
01
1
An
o 2
01
2
An
o 2
01
3
An
o 2
01
4
An
o 2
01
5*
Gráfico 1 – Desembolsos do Sistema BNDES por Setor CNAE de 2000 a 2015* (em R$ milhões)
Fonte: BNDES, 2015.
Aos produtos financeiros chamamos de linhas de financiamento. Essas linhas possuem finalidades 
específicas, isto é, cada linha destina-se a setores econômicos, empreendimentos específicos e bene-
ficiários conforme o objetivo do projeto a ser financiado (BNDES, 2015). Assim, no quadro a seguir, 
podemos observar as principais linhas de financiamento do BNDES e as suas respectivas finalidades.
Linha do BNDES Finalidade
Finame Financiamentos para a produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos.
Automático Financiamento a projeto de investimento cujo valor seja, no máximo, R$ 20 milhões.
Finem Financiamentos a projetos de investimento de valor superior a R$ 20 milhões.
M icrocrédito
Destinado a ampliar o acesso ao crédito entre os microempreendedores formais e 
informais.
Finame Agrícola
Financiamentos para a produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, 
destinados ao setor agropecuário. 
Finame Leasing
Financiamento de aquisição isolada de máquinas e equipamentos novos, de fabricação 
nacional, destinados a operações de arrendamento mercantil.
Soluções 
Tecnológicas 
Financiamento de aquisição de soluções para atender às necessidades de 
criação/modi�cação/melhoria de produto ou processo.
Exim
Financiamentos destinados tanto à produção e exportação de bens e serviços quanto à 
comercialização destes no exterior.
Limite de Crédito
Crédito rotativo para o apoio a empresas ou Grupos Econômicos já clientes do BNDES e 
com baixo risco de crédito.
Empréstimo-Ponte
Financiamento a um projeto, concedido em casos especí�cos, para agilizar a realização de 
investimentos por meio da concessão de recursos no período de estruturação da operação 
de longo prazo.
Project Finance
Engenharia �nanceira suportada contratualmente pelo �uxo de caixa de um projeto, 
servindo como garantia os ativos e recebíveis desse mesmo empreendimento.
Fianças e Avais
Prestação de �anças e avais com o objetivo de diminuir o nível de participação nos 
projetos. Utilizado, preferencialmente, quando a combinação de formas alternativas de 
funding permitir a viabilização de operações de grande porte.
Quadro 4 – Linhas de financiamento do BNDES e suas respectivas finalidades.
Fonte: BNDES, 2015.
15
2.3 Os C’s do crédito
Neste tópico você terá contato com informações essenciais a respeito da averiguação da capa-
cidade financeira dos clientes. Veremos, por exemplo, a teoria dos cinco C’s do crédito, bem 
como a política de cobrança das empresas e os métodos de monitoramento de crédito para a 
detecção e combate à fraude.
2.3.1 Condições para o crédito
Sabemos que a concessão do crédito implica na avaliação da capacidade financeira do cliente 
em honrar o compromisso assumido, certo? Tendo isso em mente, compreenda que há uma ne-
cessidade constante de monitorar o risco de crédito que a operação pode sofrer.
Santos (2009, p.29) afirma que as empresas recorrem a duas técnicas para a análise do crédito: 
“(I) a técnica subjetiva baseada no julgamento humano; e (II) a técnica objetiva baseada em pro-
cedimentos estatísticos”. Saiba que a técnica subjetiva aplica os cinco C’s do crédito na análise 
para a concessão ou a recusa do crédito.
•	 Caráter: relaciona-se à probabilidade em honrar a promessa de pagamento da 
obrigação assumida. Sabemos que o fator moral é importantíssimo em uma avaliação de 
crédito, portanto, é fundamental o conhecimento dos desempenhos anteriores, tanto da 
empresa como dos indivíduos. Tais informações podem ser obtidas por meio de empresas 
especializadas de proteção ao crédito. Desta forma, o analista pode obter informações 
históricas e observar a pontualidade ou atraso dos pagamentos.
•	 Capacidade: refere-se ao poder de comprometimento que a pessoa física ou jurídica 
apresenta para honrar o pagamento. Tal percepção dá-se por meio do julgamento de 
valor feito pelo analista ao verificar o potencial de geração de receita da empresa em 
questão. É importante ao analista compreender a estratégia da direção da empresa e, 
assim, avaliar sua visão de futuro e capacidade administrativa. 
•	 Capital: consiste na análise dos demonstrativos financeiros, sendo, no caso de pessoa 
jurídica, o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício, a Demonstração 
do Fluxo de Caixa e, no caso da pessoa física, os demonstrativos de pagamento do salário 
(holerite) e a Declaração Anual do Imposto de Renda. Nisto, com ênfase nos índices de 
risco e de endividamento (liquidez). Este fator avalia a capacidade financeira, as formas 
como são aplicados os recursos e como eles são financiados. 
•	 Colateral: são as garantias que o cliente pode oferecer por meio de seus ativos, ou seja, 
de sua riqueza patrimonial. No mercado de crédito esse fator é denominado de “garantia 
acessória”, pois torna-se uma garantia secundária a fim de proteger o credor de situações 
que possam comprometer a capacidade financeira do cliente (SANTOS, 2009). Saiba 
que, neste item, avalia-se inclusive o valor da empresa e o patrimônio no caso de pessoa 
física.
•	 Condições: relaciona-sea fatores externos que podem influenciar/comprometer a 
capacidade do cliente em honrar os compromissos assumidos, tais como as tendências 
econômicas (inflação, taxa de juros, variação cambial, crescimento econômico) do país, 
do segmento da empresa analisada e até da pessoa física. Entenda que a análise deste 
fator é fundamental na determinação do risco da operação, pois momentos de crises 
setoriais, ou mesmo globais, podem interferir diretamente na capacidade do cliente em 
honrar seu compromisso.
16 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
VOCÊ QUER VER?
O vídeo Entenda a Crise dos Estados Unidos (Subprime) apresenta de forma rápida e 
clara como o fenômeno aconteceu e quais foram as suas consequências na avaliação 
de crédito, bem como no modus operandi das instituições financeiras. Disponível em: 
<https://youtu.be/wgn0izK-Svc>.
2.3.2 Avaliação das informações: análise subjetiva de crédito
Após as informações levantadas sobre o cliente com base nos cinco C’s, saiba que o processo de 
análise de crédito continua. O analista, munido das informações e também de seu conhecimento 
técnico e bom-senso, elabora o diagnóstico da situação do cliente, fornecendo um parecer favo-
rável ou desfavorável para a concessão de crédito.
Embora, atualmente, as empresas possuam sistemas informatizados que processam os dados, a 
decisão final ainda é realizada por meio do exercício de rating. Segundo Pazini, Rogers e Rogers 
(2005), os sistemas de ratings constituem uma classificação dos níveis de risco baseada em uma 
série de dados, nos quais são atribuídas notas para determinados quesitos e uma nota final aos 
conjuntos de quesitos analisados. 
Dessa forma, a avaliação econômica de uma das empresas determina seu risco a partir de dados 
técnicos sobre a sua capacidade futura de pagamento, bem como das suas condições de cumprir 
com os compromissos assumidos. A Tabela 1 expressa um sistema de ratings. 
Classi�cação DescriçãoClasse derisco
Excelente crédito comercial, quali-
dade dos ativos e capacidade de
pagamento.
Crédito aceitável mas com risco
considerável, base de ativos me-
nor e menos diversi�cado.
Com crédito comercial e boa
liquidez.
Deve-se ter a atenção especial e
uma considerável observação
AAA
AA
A
BB
1
2
3
4
Probabilidade de
inadimplência (%)
0 - 1
1 - 3
3 - 5
5 - 8
Tabela 2 – Modelo de sistema de rating.
Fonte: Pazini, Rogers, Rogers, 2005.
Outro modelo utilizado par avaliar o potencial receptor do crédito é o credit scoring, no qual o 
objetivo é determinar a probabilidade que o beneficiário tem de se tornar inadimplente, baseado 
na atribuição de probabilidades de ocorrência de inadimplência com base em informações pas-
sadas. Desse modo, a concessão de crédito dá-se mediante um conjunto de informações a res-
peito do histórico de comportamento do requerente. (PAZINI, ROGER E ROGER, 2005, pg. 5).
Imagine que a empresa XY elaborou um rating e categorizou seus clientes em dezessete classes 
de risco identificadas no mercado, sendo que: 
17
•	 de 1 a 5 são considerados os clientes de baixo risco;
•	 de 6 a 10 de médio risco;
•	 de 11 a 14 de alto risco;
•	 de 15 a 17 os clientes devedores;
•	 rating 99 significa que não foi possível classificar o risco do cliente.
Rating
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
99
Classe de Risco
TOTAL 5.906
Nº
Score
901 a 1000
801 a 900
701 a 800
651 a 700
601 a 650
551 a 650
501 a 550
451 a 500
401 a 450
351 a 400
301 a 350
201 a 300
101 a 200
001 a 100
DF cesta eventos
DF Concordata
DF Falência
Clientes 
-
123
376
342
599
511
542
527
609
335
456
760
142
146
73
-
-
365
Tabela 3 – O rating de risco elaborado pela empresa XX.
Fonte: Pazini, Rogers e Rogers, 2005.
Neste exemplo, a análise da carteira de clientes mostra que há 5.906 clientes ativos. Nota-se 
que 24,38% dos clientes estão classificados como clientes de baixo risco, ao passo que a grande 
maioria está classificada como sendo de risco médio. Há também a constatação de que 24,47% 
dos clientes são de alto risco, enquanto que 1,24% são de fato devedores e 6,18% o que não 
foi possível classificar.
VOCÊ QUER VER?
A economista Mara Araújo explica por meio do vídeo “Análise de Crédito” os procedi-
mentos e as análises necessárias para que as empresas possam se preparar para obte-
rem o crédito desejado. Disponível em: <https://youtu.be/B1Q59ile7Ig>.
18 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
2.3.3 Política e monitoramento da cobrança
As empresas, além de possuírem critérios para a concessão de crédito, precisam também es-
tabelecer as políticas de cobrança, isto é, adotar os procedimentos necessários à cobrança de 
contas vencidas (recebíveis). Saiba que, em geral, os processos de cobrança são dispendiosos e 
a eficácia deve ser sempre buscada no sentido de minimizar o número de clientes inadimplentes. 
Os procedimentos tradicionais empregados são: envio de cartas, visitas pessoais, contatos tele-
fônicos, o uso de agências especializadas e protesto. A eficiência da empresa é medida por meio 
do acompanhamento do índice de clientes inadimplentes e dos devedores incobráveis.
É fundamental para o bom monitoramento da cobrança que se elabore um cronograma de venci-
mentos das duplicatas que constituem essa cobrança. Tal procedimento exige que tais duplicatas 
sejam subdivididas em grupos, de acordo com a data de vencimento.
Dias
Mês
Duplicatas a receber
Porcentagem do total
Corrente
Dezembro
$60.000
30%
0 - 30
Novembro
$40.000
20%
31 - 60
Outubro
$66.000
33%
61 - 90
Setembro
$26.000
13%
Acima de 90
Agosto
$8.000
4%
Total
$200.000
100%
Quadro 3 – É fundamental que haja um monitoramento dos vencimentos das duplicatas em carteira.
Fonte: Gitman, 1997.
O quadro mostra que 30% das duplicatas a receber são correntes, 20% apresentam um mês de 
atraso, 33% dois meses, 13% estão com três meses e 4% estão com atrasos superiores a três 
meses. Podemos perceber uma irregularidade ocorrida no mês de outubro, pois houve uma alta 
porcentagem de recebíveis. Uma hipótese para explicar o caso é a entrada de um novo cliente 
que realizou uma alta compra sem efetuar o pagamento, ou mesmo uma mudança de gerente de 
crédito. Tenha em mente que é preciso investigar as causas das discrepâncias ocorridas em um 
cronograma. (GITMAN, 1997).
Possíveis mudanças na política de cobrança podem influenciar nas vendas, no prazo de cobran-
ça, como também na porcentagem de perda de dívidas não pagas. Todas as variáveis, portanto, 
devem ser consideradas antes de inserir uma nova política.
O departamento de cobrança das empresas deve monitorar os créditos concedidos a fim de veri-
ficar se ocorrem registros de atrasos, devolução de cheques e protestos que possam comprome-
ter o recebimento/liquidação dos créditos. Saiba que um dos meios empregados para monitorar 
o crédito consiste em traçar o perfil do cliente, que, segundo Santos (2009), pode ser feito da 
seguinte forma:
•	 Mau pagador – aquele cliente que simplesmente se recusa a pagar e esquiva-se do 
contato com o cobrador. 
•	 Mau pagador ocasional – o cliente que, dada às circunstâncias adversas, deixa de 
cumprir com suas obrigações, embora tenha a intenção de pagar a dívida. 
•	 Devedor Crônico – o cliente que sempre atrasa, mas paga. Normalmente, este tipo está 
relacionado à má gestão de sua empresa. 
Lembre-se de que muitas empresas adotam medidas para renegociarem a dívida ao avaliarem 
a situação de inadimplência do seu cliente, o que implica em uma nova análise minuciosa para 
a renegociação do crédito. Dentre as medidas para minimizar ainadimplência, destacam-se: 
19
prolongamento do prazo, redução na taxa de juros cobrada e o abatimento do saldo devedor 
por meio da concessão de descontos.
Política de Crédito: uma Análise das Micro e Pequenas Empresas do Setor de Tecidos, 
Vestuário e Calçados de São Gotardo–MG, de Lílian Eliene Barbosa e Ney Paulo Mo-
reira, publicado pela Revista Brasileira de Gestão e Engenharia em 2014. 
O ambiente competitivo e as restrições para a concessão de crédito levam os ofertan-
tes a promoverem as vendas a prazo com o intuito de elevarem o seu faturamento. 
Desta forma, podemos verificar que o crédito funciona também como estratégia para 
atrair os consumidores. O texto apresenta, portanto, o funcionamento deste sistema 
de vendas a crédito e os critérios de cobrança que podem ser eficazes na redução da 
inadimplência.
Disponível em: <http://www.periodicos.cesg.edu.br/index.php/gestaoeengenharia/ar-
ticle/view/158>.
VOCÊ QUER LER?
2.3.4 Período médio de cobrança
Saiba que o período médio de cobrança é também conhecido como idade média das duplicatas a 
receber. É bastante útil para que a empresa avalie e estabeleça as políticas de crédito e cobrança.
Seu cálculo é obtido por meio da divisão da média das vendas diárias pelo saldo de contas a 
receber. A fórmula a seguir pressupõe que todas as vendas são feitas em uma base de crédito. 
Duplicatas a receber x 360 dias
Média de vendas por dia
=Prazo Médio de cobrança
Imagine que determinada empresa apresentou 103.000 duplicatas a receber. Suas vendas anu-
ais foram de R$ 1.200.600,00. Calcule, então, o período médio de cobrança. Se aplicarmos a 
fórmula apresentada, o período médio de cobrança neste exemplo será de 30,88 dias e, pelo 
critério de arredondamento, teremos trinta e um dias.
Se a empresa está trabalhando com prazos de trinta dias, então poderemos dizer que ela tem 
operado de modo eficaz, pois praticamente recebe dentro do prazo estabelecido. Por outro lado, 
se o prazo concedido fosse de quinze dias e ela recebesse em trinta dias, teríamos uma defasa-
gem em função da pressão de mercado que trabalha com prazos maiores.
20 Laureate- International Universities
Análise de Investimento
No livro Análise do gerenciamento do processo de cobrança: uma proposta de fluxo-
grama e layout para uma instituição de ensino, de Graciela Dias Coelho Jones, Vanes-
sa Ramos Freitas e Kellen Silva Freitas, publicado pela Revista de Gestão, Finanças e 
Contabilidade, em 2014, a inadimplência nas instituições de ensino tem se elevado, 
levando-as a adotarem políticas de cobrança com o objetivo de restabelecerem suas 
receitas. O estudo apresentado contribui para analisar o gerenciamento do processo 
de cobrança em uma instituição privada de ensino, bem como apresenta os pontos crí-
ticos propondo um fluxograma e alterações no layout da área financeira da instituição 
que fora objeto de estudo. Disponível em: <http://www.revistas.uneb.br/index.php/
financ/article/view/65>.
VOCÊ QUER LER?
2.3.5 Fraudes
As empresas credoras muitas vezes são vítimas de fraudes, pois os devedores usam de artimanhas 
para mascarar sua real situação financeira. A análise meticulosa antes de conceder o crédito, 
portanto, é fundamental para evitar tais fraudes.
No que concerne às fraudes ao uso de cartões de crédito, (Financeiro, 2002) é preciso trabalhar 
em três blocos: prevenção, detecção e investigação. Sendo que a prevenção é o melhor caminho 
para a extinção desta prática e todos os envolvidos devem atuar em conjunto.
Como você já deve imaginar, a prevenção e a detecção de fraudes são tarefas árduas que devem 
ter início antes mesmo da concessão de crédito. São fatores importantes: a integração com os 
processos de prevenção, as tecnologias de controle dos cartões de crédito, bloqueios de uso no 
exterior e maior atenção na solicitação de alterações cadastrais, principalmente, de endereço 
com solicitação de segunda via. Uma vez detectada a fraude, é preciso iniciar um processo de 
investigação para apuração de quem a cometeu e averiguar quais são os processos vulneráveis 
(internos e externos) para que sejam implantadas medidas corretivas (Financeiro, 2002).
CASO
São bastante comuns os casos de cartões de crédito fraudados, porém sempre pensamos que 
esta situação dificilmente acontecerá conosco. Saiba, no entanto, que estamos todos suscetíveis 
a tal ocorrência. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) apresenta em seu website 
um caso no qual constam os procedimentos a serem realizados e um exemplo real.
Imagine que, após consultar o seu saldo bancário, uma consumidora notou que o valor era, con-
sideravelmente, inferior ao de costume. Dirigiu-se então à agência bancária a fim de obter infor-
mações sobre o que havia acontecido e diagnosticou que o seu cartão de crédito fora clonado.
Diante disto, a cliente apresentou os documentos necessários ao gerente da sua conta, para 
comprovar que fora vítima de um golpe e, após três dias, o dinheiro lhe foi devolvido.
Para obter mais informações a respeito desse caso e das medidas preventivas e compensatórias 
acesse o link: <http://www.idec.org.br/consultas/caso-real/carto-clonado-dinheiro-de-volta>.
21
Síntese
Abordamos, neste capítulo, questões importante sobre as linhas crédito, certo? Vimos, por exem-
plo, que:
•	 as aplicações das linhas de crédito e suas modalidades, seja para a Pessoa Física ou 
Jurídica;
•	 os juros aplicados nas principais linhas de crédito;
•	 a importância da análise por meio dos C’s do crédito;
•	 como se dá a análise da solicitação de um crédito;
•	 os modos de classificação (ranting) dos requerentes de crédito;
•	 o cálculo do período médio de cobrança; 
•	 a importância do combate às fraudes financeiras.
Síntese
22 Laureate- International Universities
Referências
ALTMAN, E. I. et al. Gestão de Risco de Crédito: o grande desafio dos mercados financeiros 
globais. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, Serasa, 2009.
Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). Indicadores 
mensais - Gastos no Brasil. São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.abecs.org.br/indi-
cadores-pesquisas>. Acesso: em 15 set. 2015.
Banco Central do Brasil. (BACEN). FAQ - Cheques. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/
pre/bc_atende/port/servicos6.asp#4>. Acesso em: 15 set. 2015.
______. FAQ – Cartão de Crédito. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/
cartao.asp#2>. Acesso em: 15 set. 2015.
______. FAQ - Arrendamento Mercantil (leasing). Disponível em: <http://www.bcb.gov.
br/?LEASINGFAQ>. Acesso em: 15 set. 2015.
______. Operações de Crédito. In: Capitulo 1 – Normas Basícas. Disponível em: <http://
www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDenorCosif:idvDenor
Cosif>. Acesso em: 10 out. 2015.
BARONE, F. M. et al. Introdução ao Microcrédito. Brasília: Conselho da Comunidade Solidária, 
2002. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/microcredito.pdf>. 
Acesso em: 23 set. 2015.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Estatísticas operacionais 
do Sistema BNDES. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBN-
DES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/Estatisticas_Operacionais/index.html>. 
Acesso em: 05 out. 2015.
______. Produtos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/
bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Produtos/>. Acesso em: 05 out. 2015.
______– Apoio Financeiro - Apresentação. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.
bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/>. Acesso em: 23 set. 
2015.
BARBOSA, L. E.; MOREIRA, N. P. Política de Crédito: uma Análise das Micro e Pequenas Empresas 
do Setor de Tecidos, Vestuário e Calçados de São Gotardo – MG Revista Brasileira de Gestãoe Engenharia, São Gotardo, n. 10, p. 57-85, 2014. Disponível em: <http://periodicos.cesg.
edu.br/index.php/gestaoeengenharia/article/view/158> . Acesso em: 10 nov. 2015.
BITENCOURT, G. O ano em que o crédito parou: Antonio Dora tem uma empresa que cresceu 
20 vezes em 20 anos. Agora sem capital de giro ele deve vender ou encontrar um sócio?. São 
Paulo: Harvard Business Review, mar. 2008, v. 87, n. 3, p. 16-23.; il.
BRASIL. Banco Central do Brasil. Resolução nº 2.099, de 1994. Aprova regulamentos que dis-
põem sobre as condições relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro Nacional. Disponível 
em: <http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf>. Acesso em: 
15 set. 2015.
Bibliográficas
23
BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Instrução CVM 134/90. Disponível em: <http://
www.cvm.gov.br/legislacao/inst/inst134.html>. Acesso em: 10 nov. 2015.
BOEGER, M. A; YAMASHITA, A. P. Gestão Financeira para Meios de Hospedagem. São Paulo: 
Atlas, 2005.
BRADESCO. Cartilha de Crédito Imobiliário – Pessoa Física. Disponível em: <https://www.
shopcredit.com.br/shopcredit/upload/br/creditoimobiliario/CartilhaCreditoImobiliario.pdf>. 
Acesso em: 23 set. 2015.
CAROLLO, J.R. Conhecendo e Aplicando o RAROC à política de crédito. Revista Tecnologia de 
Crédito, São Paulo, edição 66. Disponível em: <http://www.serasaexperian.com.br/serasaex-
perian/publicacoes/revistas/2008/66/revista_0354.htm>. Acesso em 23set 2015.
COSIF. Relatórios da administração. Disponível em: <http://cosif.com.br/mostra.
asp?arquivo=po-reladministracao>. Acesso em 23 set 2015.
AMORIM, Lucas. O cliente virou banco. Revista Exame, São Paulo, 16 abr, 2009. Disponí-
vel em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/941/noticias/cliente-virou-ban-
co-449538>. Acesso em: 23 set. 2015.
FINANCEIRO A REVISTA DO CRÉDITO. São Paulo: Acrefi, ano 7, n.. 57, mar. – abr. 2009. 
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: HARBRA, 2002.
GOMES, A. Gerenciamento do Crédito e Mensuração do Risco de Vender. Barueri: Manole, 2003.
HSBC. Empréstimos e Financiamentos. Disponível em: <http://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/
para-sua-empresa/emprestimos-e-financiamentos/financiamentos>. Acesso em 23 set 2015.
NETO, F. F. et al. A gestão das carteiras de crédito direto ao consumidor (cdc) e sua influência 
na competitividade das instituições financeiras. Jovens Pesquisadores-Mackenzie, São Paulo, 
v. 1, n. 1, 2010.
PAZZINI, F.L.S.; ROGERS, D.; ROGERS, P. Análise dos fatores que influenciam na concessão do 
limite de crédito: uma aplicação prática. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO FEA-USP: GLO-
BALIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS. Disponível em: <http://www.ead.fea.
usp.br/semead/10semead/sistema/resultado/trabalhospdf/215.pdf>. Acesso: em 17 set. 2015.
SANTOS, J. O. dos. Análise de Crédito: empresas, pessoas físicas, agronegócio e pecuária. 3. 
ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SAUDERS, Anthony. Medindo o Crédito de Risco: Novas abordagens para value at risk e outros 
paradigmas. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000. 
SECURATO, J. R (coord.). Cálculo Financeiro das Tesourarias – Bancos e Empresas. São Pau-
lo: Saint Paul, 2003.
SERASA – Estudos de Inadimplência. Disponível em: <http://www.serasaconsumidor.com.br/
category/estudos-de-inadimplencia/>. Acesso em: 23 set. 2015.
______ – Estudos Econômicos. Disponível em: <http://www.serasaconsumidor.com.br/category/
estudos-economicos/>. Acesso em: 23 set. 2015.
SODRÉ; M. C. Panorama setorial: Crédito Direto ao Consumidor (CDC). São Paulo: Gazeta 
Mercantil, 2001.

Outros materiais