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José L. C. Neves 1 FACULDADE DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS DO MAR LICENCIATURA EM ENGENHARIA INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÕES PROPAGAÇÃO E ANTENAS (2019 - 20 PARTE 1 Propagação de ondas EM Engº José Luís C. Neves 2 ONDAS Noção geral de onda. Classificação das ondas: natureza, direcção vibração e dimensão. Equação de onda: onda singular e onda periódica; comprimento de onda e período. Fase da onda. Velocidade de fase. Frente de onda ; Onda monocromática Onda plana: uniforme e não uniforme. Lugares geométricos de fase : Onda plana, cilíndrica e esférica. Vector de onda k. Atenuação de uma onda (vector de onda complexo); CONCEITO DE ONDA Perturbação que se propaga, transportando energia sem transporte de matéria; Manifestação de um fenómeno físico que envolve noções de espaço e de tempo; EXEMPLO: Ao deixar cair uma pequena gota de água numa superfície líquida em repouso observará que a perturbação provocada na superfície se transmite para os outros pontos. Como os pontos adquirem movimento, significa que foi transferida um certa quantidade de energia. Engº José Luís C. Neves 3 Engº José Luís C. Neves 4 Em suma, onda ou pulso de onda, é qualquer perturbação que se propaga através de um meio e, durante a propagação, transmite energia aos pontos do meio. CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Natureza: Ondas Mecânicas: perturbações que se propagam devido à continuidade de um determinado meio material, isto é, necessita de um meio material para se propagar. impulsos mecânicos que se transmitem através de vibrações das partículas que constituem o meio. Exemplos: onda Sonora; ondas em cordas e molas, ondas em superfícies líquidas etc. Engº José Luís C. Neves 5 Engº José Luís C. Neves 6 Ondas Mecânicas Ondas Eletromagnéticas (EM) São aquelas criadas a partir de cargas eléctricas vibrantes, cujo movimento de vibração origina campos eléctricos e magnéticos oscilantes. Essas ondas não necessitam de um meio material para se propagarem. São constituídas por dois campos perpendiculares entre si, um elétrico ( E) e um magnético( B), variáveis com o tempo; Exemplos: Ondas de rádio e TV, micro-ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios X Engº José Luís C. Neves 7 Engº José Luís C. Neves 8 Onda Electromagnética Engº José Luís C. Neves 9 Onda Electromagnética Espectro Eletromagnético CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Direcção de vibração Ondas transversais: São as ondas em que a direcção de vibração das partículas é perpendicular à direcção de propagação da onda. Ex.: ondas electromagnéticas, ondas numa corda. Engº José Luís C. Neves 10 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Direção de vibração Ondas longitudinais: São as ondas nas quais a direcção de vibração das partículas coincide com a direcção de propagação da onda. Ex.: o som propagando nos fluidos; Engº José Luís C. Neves 11 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Direção de vibração Ondas Mistas: São ondas em que as partículas vibram longitudinal e transversalmente, ao mesmo tempo. Ex.: Som nos sólidos, ondas nas superfícies dos líquidos. Engº José Luís C. Neves 12 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Dimensão Ondas Unidimensionais: Quando se propagam numa só direcção. Ex: uma perturbação numa corda. Engº José Luís C. Neves 13 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Dimensão Ondas bidimensionais: Quando se propagam ao longo de um plano. Ex: ondas na superfície da água. Engº José Luís C. Neves 14 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Quanto a Dimensão Ondas tridimensionais: Quando se propagam em todas as direcções. Ex: ondas sonoras. Engº José Luís C. Neves 15 SÍNTESE Todas as ondas electromagnéticas são transversais. As ondas mecânicas podem ser longitudinais, transversais ou mistas. A luz é uma onda transversal. O som nos fluidos é uma onda longitudinal O som NÃO se propaga no vácuo. Engº José Luís C. Neves 16 EQUAÇÃO DE ONDA O conceito de onda envolve as noções de espaço e de tempo e deve satisfazer uma determinada equação - a equação de onda O atributo essencial da onda é exibir o movimento de propagação; A ideia de onda mais generalizada implica um processo repetitivo, mas, há fenómenos ondulatórios que são singulares. Engº José Luís C. Neves 17 EQUAÇÃO DE ONDA ONDAS SINGULARES: Vejamos uma onda singular num ponto do espaço, x = 0, e deixemos correr o tempo. Engº José Luís C. Neves 18 EQUAÇÃO DE ONDA ONDAS SINGULARES: Se fizermos agora a mesma experiência no local genérico x, teremos Engº José Luís C. Neves 19 Esta função pode ser descrita pela expressão: At(t-x/v) EQUAÇÃO DE ONDA ONDAS SINGULARES: Consideremos agora a mesma onda singular, mas vamos parar o tempo e descrevê-la no espaço: Engº José Luís C. Neves 20 EQUAÇÃO DE ONDA ONDAS SINGULARES: Se a onda se propaga com uma velocidade v, passado o tempo t ela está no ponto x = vt Engº José Luís C. Neves 21 Esta função pode ser descrita pela expressão: Ae(x-vt) EQUAÇÃO DE ONDA ONDA PERIÓDICA: Considere uma corda, em que uma das extremidades esta presa numa parede. Na outra extremidade da corda, liga-se um gerador sinusoidal, como mostra a figura. Engº José Luís C. Neves 22 EQUAÇÃO DE ONDA ONDA PERIÓDICA: O deslocamento vertical(y) de cada elemento da corda localizado numa determinada posição x da corda, variará com o tempo (t) segundo uma função dada por: Onde: k – designado de número de onda (wavenumber) [rad/m]; - frequência angular [rad/s] Engº José Luís C. Neves 23 0( , ) cos( )y x t y kx t EQUAÇÃO DE ONDA ONDA PERIÓDICA: comprimento de onda ou periodicidade espacial Para t constante, define-se comprimento de onda unidade SI [metro: m], como a distância entre dois máximos ou dois mínimos. Engº José Luís C. Neves 24 EQUAÇÃO DE ONDA ONDA PERIÓDICA: Período ou periodicidade temporal Para x constante, define-se período (T), unidade SI [segundo: s], como o tempo decorrido entre dois máximos ou dois mínimos. Engº José Luís C. Neves 25 EQUAÇÃO DE ONDA ONDA PERIÓDICA: Relações Típicas Engº José Luís C. Neves 26 2 2 2 k f T FASE DA ONDA Considere a função f(x,t)=At(t-x/v). Esta função pode-se escrever como se segue: onde: Engº José Luís C. Neves 27 tf (x, t) A {T / ( 2 (t / T x / )2 ) } tf (x, t) A {T / ( (2 ) }x, t) 2 Fase da onda (adimensio( , ) nal)x t t x T VELOCIDADE DE FASE: A velocidade de fase ou velocidade da onda é a taxa de variação do espaço, em ordem ao tempo, com fase constante (estacionaridade na fase): Engº José Luís C. Neves 28 ( , ) 0 2 0 2 2 fase t x dx d x t d T v dt T t x d d T VELOCIDADE DE FASE: Exemplo: Considere a função: Determine a velocidade de fase da onda. SOLUÇÃO: Engº José Luís C. Neves 29 0( , ) cos( )y x t y kx t ( , )x t kx t 8 ( , ) 0 ( ) 0 3 10 ( / )f d x t d kx t kdx dt dx v c m s dt k x cte x cte f t ctet cte t t v k k xx FRENTE DE ONDA Frentes de onda são os lugares geométricos de todos os pontos de igual fase em que a função (de onda ) toma o mesmo valor. Engº José Luís C. Neves 30 ONDA MONOCRÓMATICAOnda monocromática é uma onda em que a frequência não varia com o tempo (a “cor” é sempre a mesma) Onda Plana – quando o lugar geométrico dos pontos com a mesma fase é um plano. Engº José Luís C. Neves 31 ONDA PLANA UNIFORME quando no plano de fase constante, a onda apresenta a mesma amplitude. Onda plana e uniforme Onda plana não uniforme Engº José Luís C. Neves 32 LUGARES GEOMETRICOS DE FASE ONDA PLANA: Engº José Luís C. Neves 33 LUGARES GEOMETRICOS DE FASE ONDA CILINDRICA: Engº José Luís C. Neves 34 LUGARES GEOMETRICOS DE FASE ONDA ESFÉRICA: Engº José Luís C. Neves 35 VECTOR DE ONDA (k) No caso de uma onda plana tridimensional as frentes de onda são planos e é possível definir um vector k normal às frentes de onda em que a grandeza toma o mesmo valor : Engº José Luís C. Neves 36 Engº José Luís C. Neves 37 Sobre o plano da frente de onda a grandeza que se propaga (onda), toma o mesmo valor em todos os pontos VECTOR DE ONDA (k) Sobre uma determinada frente de onda plana, a equação anterior verifica-se para todos os r. Consideremos a seguinte função: Engº José Luís C. Neves 38 ( ), cos( ) Re ( )0 0 ( ) 0: ( ) ( ) 0 0 0 j t k r j t r t A t k r A e r em r Amplitude complexa j onde A A em fase inic j i l A e a k r r VECTOR DE ONDA (k) Sobre a frente de onda a função tem sempre igual valor Se ao vector r se adicionar um vector com a direcção de k e com módulo , a função de onda não se altera. Engº José Luís C. Neves 39 ( ) 0( ) j k rr A e 0 0 k k k j k r j k kj k rkr A e A e e k VECTOR DE ONDA (k) Ou seja: Para que seja o período espacial, o vector k deverá ter módulo igual ao número de onda, pelo que se chama … vector de onda …… é perpendicular às frentes de onda e colinear com a direcção de propagação Engº José Luís C. Neves 40 0 j k r jkkr A e e k VECTOR DE ONDA Assim; para que: tem de verificar: Engº José Luís C. Neves 41 k r r k 2 1 2jke k k ^ ~ k k k VECTOR DE ONDA COMPLEXO Vejamos o formalismo da onda quando o vector de onda k é complexa : Substituindo na expressão da onda, vem: Engº José Luís C. Neves 42 r ik k jk . ( )( )0 0, i r k r j t k rj t k rr t A e A e e VECTOR DE ONDA COMPLEXO para A equação da onda mostra uma onda com uma amplitude a atenuar-se ao longo de r. Em tempo constante, a sua descrição no espaço é a seguinte: Engº José Luís C. Neves 43 0ik Engº José Luís C. Neves 44 Meios Tópicos Vácuo e meios materiais; Parâmetros que caracterizam electromagneticamente os meios; Meios dispersivos e não dispersivos; Plasmas; Engº José Luís C. Neves 45 Meios Na teoria da propagação de ondas EM, o modelo físico em que se baseia e portanto também o tratamento matemático, depende em grande medida dos meios em que se está a considerar a onda. Vácuo Definimos vácuo numa perspectiva macroscópica, dizendo que corresponde a um meio onde não existe matéria, ou seja, ausência de moléculas, átomos, electrões ou iões. Engº José Luís C. Neves 46 Vácuo Pode existir qualquer forma de radiação EM, fotões, ou campos de outro tipo, como o gravitacional. No vácuo a constante dieléctrica vale 0 e a permeabilidade magnética vale µ0. , 47 Parâmetros característicos dos MEIOS No vácuo, considerando a lei de Coulombo, no sistema de unidades internacional (SI), para que a força entre cargas de 1 Coulombo à distância de 1 metro, seja 1 Newton, e considerando que a velocidade da luz vale 3x10 8 m s -1, deverá ser: , 1- 9 0 m F 36 10 2 ba 0 ab r QQ 4 1 F 48 Parâmetros característicos dos MEIOS Este parâmetro 0 é uma constante e chama-se a constante dieléctrica ou permeabilidade eléctrica do vácuo. Num meio material, obrigatoriamente com um valor superior de constante dieléctrica, a força de Coulomb será menor. Sendo o campo eléctrico uma força por unidade de carga, o mesmo raciocínio se lhe aplica. , 1-1- b ab 2 a 0 a Vm ouNC Q F r Q 4 1 E 49 Parâmetros característicos dos MEIOS O parâmetro está directamente relacionado com a capacidade e esta com o armazenamento de energia eléctrica. A constante dieléctrica = r0 em que, r é a constante dieléctrica relativa, é normalmente um número complexo. O seu significado aparecerá claramente quando revirmos as equações de Maxwell e tem a ver com o fenómeno de perdas (degradação) de energia., 50 Parâmetros característicos dos MEIOS Tal como cargas dão origem a uma força electrostática de Coulomb, também elementos de corrente dão origem a forças de atracção ou repulsão. Aparece então a constante de proporcionalidade µ0 que mantém a coerência dimensional do sistema. Chama-se a permeabilidade magnética do vácuo e vale Neste caso, porém, a força é directamente proporcional à permeabilidade magnética. , 7 -14 10 Hm 51 Parâmetros característicos dos MEIOS A força entre dois elementos de corrente é µr vezes maior do que no vácuo. Também este parâmetro é, em geral, uma grandeza complexa. O vector POLARIZAÇÃO P é um parâmetro característico dos dieléctricos e está contido no conceito de permeabilidade eléctrica. A polarização P (vector) num determinado meio é a diferença entre o valor do Deslocamento Eléctrico D nesse meio e o valor do Deslocamento Eléctrico que existiria se fosse o vácuo, 0E. , 52 Parâmetros característicos dos MEIOS Também se pode falar em susceptibilidade eléctrica (e), que é um factor, adimensional, positivo e maior que a unidade, que está incluído na constante dieléctrica relativa. , P = D - 0 E Unidades (SI) Cm-2 (é uma densidade superficial de carga) r = 1 + e 53 Parâmetros característicos dos MEIOS D = E D = 0E + P com P = 0eE 0e= 0 (r - 1) = - 0 54 Parâmetros característicos dos MEIOS A MAGNETIZAÇÃO M que aparece num meio material, perante uma indução magnética aplicada (B), é a diferença entre o campo magnético que apareceria se o meio fosse vácuo (B/µ0) e o campo magnético que efectivamente aparece (H), no meio em apreço. M = µ0 -1 B – H 55 Parâmetros característicos dos MEIOS As relações entre a indução magnética aplicada (B), a susceptibilidade magnética do meio, e a resultante magnetização e campo magnético são: H = µ-1 B M = m H m = (µr - 1) 56 Parâmetros característicos dos MEIOS A densidade volumétrica de carga ρ, medida em Cm -3, multiplicada pela velocidade média dos electrões (m/s) é uma densidade volumétrica de corrente J (A m -2). A relação entre esta densidade de corrente e o campo eléctrico aplicado é a condutividade do meio. Onde: n é o número de electrões por m3, e é a carga do electrão, m a sua massa e tc o tempo médio entre colisões, numa unidade de volume. S m-1 57 Parâmetros característicos dos MEIOS J = E Num condutor perfeito, a condutividade considera- se infinita e o campo eléctrico, estático ou harmónico, será necessariamente zero. A densidade de corrente e as distribuições de carga são apenas superficiais. O campo magnético estáticopenetra no condutor perfeito. Num dieléctrico puro a condutividade é zero, não há distribuições de cargas ou correntes. 58 Resumimos as chamadas relações constitutivas do meio (vectoriais e complexas): D = E H = µ-1B J = E A constante dieléctrica, a permeabilidade magnética e a condutividade são, em geral, números complexos e, perante excitações (E e B) harmónicas, os seus valores dependem da frequência. 59 Um meio homogéneo é aquele onde um fenómeno se desenvolve igualmente em qualquer ponto. Num meio linear, o resultado da acção de um campo é igual à soma dos resultados da acção de vários campos que, juntos, igualem o primeiro. Um meio isotrópico não tem direcções privilegiadas, ou seja o que se passa ao longo de uma direcção pode passar-se ao longo de qualquer outra direcção. 60 Meios dispersivos e não dispersivos Um impulso, por exemplo quadrado, pode ser descrito por análise de Fourrier, como um conjunto de ondas sinusoidais de amplitudes diferentes e diferentes frequências. Nas Telecomunicações, os sinais com informação, correspondem a grupos de frequências, e portanto contêm frequências diferentes. Um impulso quadrado é disso um exemplo. Nesses meios, se as várias componentes de Fourrier se propagam a velocidade diferente, a forma do impulso vai-se progressivamente alongando, evidenciando uma dispersão. Estes meios chamam-se dispersivos e são disso exemplos os guias de onda. O vácuo e os meios dieléctricos indefinidos são não-dispersivos. 61 Plasmas Meios ionizados onde a separação das cargas, iões e electrões, e a sua densidade, levam à existência de oscilações próprias, frequências de ressonância, e portanto uma interacção complicada entre a matéria e os campos EM
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