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Clínica de Pequenos Animais 3 1 (Fernanda Yoshikado) sistema reprodutor feminino • afecções cirúrgicas: piometra • técnica cirúrgica: laparotomia, OSH/OHE 1 Laparotomia ou celiotomia Onde: primeira incisão deve começar na linha media ventral (ou linha alba), paracostal (ao lado da costela) ou pelo flanco • Linha média ventral o Pré-umbilical (xifoide → umbigo): fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, estômago, duodeno, jejuno, rim, diafragma o Retro umbilical: bexiga, uretra, ovário, íleo, intestino grosso, jejuno, ureteres, rim, baço o Pré-retro-umbilical: somente laparotomia exploratória • Paracostal (2cm caudal à última costela) o Direita: diafragma, lobos hepáticos, rim e vesícula biliar o Esquerda: diafragma, rim, fígado e vesícula biliar • Flanco: rim, glândula adrenal Indicação: neoplasia de órgãos abdominais, corpo estranho, ruptura diafragmática, colecistectomia, biópsia, abordagem às vísceras abdominais 1. Diérese a. Pele b. Subcutâneo → divulsionar até chegar à linha alba c. Músculo d. Incisão da linha alba → exposição da musculatura com a pinça Allis 2. Síntese Clínica de Pequenos Animais 3 2 (Fernanda Yoshikado) a. Músculo → fio de nylon (não absorvível) → ponto Sultan, simples contínuo ou simples interrompido (bordas tem que ficar paralelas) → somente fáscia e músculo (peritônio não é suturado!) para a sustentação da sutura b. Subcutâneo → fio absorvível (de preferência) → ponto simples interrompido, simples contínuo ou Cushing (envaginação → jogar as bordas para dentro) c. Pele → fio não absorvível ou absorvível, depende da região → ponto simples interrompido, Sultan, Wolf, Colchoeiro (cuidado para não everter!!) Retirar os pontos da pele em 10~15 dias 2 Ovário-salpingo- histerectomia (OSH/OHE) • Ovário direito → levemente mais cranial em gatas e cadelas • Ovários possuem ligamentos • Cadelas possuem os cornos envoltos em gordura, gatas não tem tanta gordura • Ligamento pode ser seccionado, mas o pedículo e o ovário não! Laparotomia pela linha média ventral (abertura em 3 planos) - Preparo: jejum, MPA, tricotomia - Antissepsia - Colocação dos panos de campo (1) - Incisão de pele com bisturi - Divulsão do SC com tesoura - Colocação dos panos de campo (2) - Tração do músculo reto do abdomen - Inicsão da linha alba com bisturi Clínica de Pequenos Animais 3 3 (Fernanda Yoshikado) 1) 1ª pinça → porção distal da veia e artéria ovariana 2) 2ª pinça → logo em seguida da 1ª pinça (na porção mais proximal) 3) 3ª pinça → mais proximal com certa distância da 2ª pinça 4) Secção entre a 2ª e a 3ª pinça 5) 1ª ligadura → sobre a primeira pinça 6) Tirar a 1ª pinça após dar o nó de cirurgião da 1ª ligadura → finalizar ligadura 7) 2ª ligadura → sobre a segunda pinça 8) Tirar a 2ª pinça após o nó de cirurgião da 2ª ligadura → finalizar ligadura Clínica de Pequenos Animais 3 4 (Fernanda Yoshikado) • Esterilização • Infecção • Neoplasias • Prevenção de algumas patologias (diminui as chances de neo mamária e elimina as de piometra) • Estabilizar doenças sistêmicas • Definição: infecção no útero • Fisiopatologia: durante o estro, a cérvix se abre e há entrada de microrganismos. A cadela sai do estro, a cérvix se fecha e se torna um ambiente favorável para a multiplicação dos microrganismos. A inflamação causa reações no rim (↑ureia e ↑ creatinina); as toxinas dos microrganismos vão inibir a produção de ADH e consequentemente a desidratação, lesionando mais ainda o rim. • Sinais e sintomas: ↑ de volume do abdômen, toxemia (mucosas hiperêmicas, febre, apatia...), PU/PD, anorexia, dor, vômito (azotemia pré-renal). o Com secreção vaginal: aberta o Sem secreção vaginal: fechada • Diagnóstico: exame físico, ultrassom (presença de conteúdo de alta celularidade em região de útero – muco, hemo, piometra?), hemograma (leucocitose com desvio a esquerda), perfil renal, último cio • Tratamento suporte: fluidoterapia, antibiótico de amplo espectro, analgésico, antipirético, cultura e antibiograma (98% dos casos de piometra são causados por E. coli, mas é E SE PERDER O PEDÍCULO? • Direito: duodeno → lateralizar para a esquerda • Esquerdo: cólon descendente → lateralizar para a direita E SE PERDER O COTO? Tracionar a bexiga e everter Clínica de Pequenos Animais 3 5 (Fernanda Yoshikado) interessante fazer a cultura e antibiograma para documentar se o ATB em uso é adequado ao tratamento) • Tratamento cirúrgico: não precisa esperar o perfil renal! Emergencial, fazer a cirurgia no mesmo dia se o paciente estiver estável. o Fechada: laparotomia com técnica das 3 pinças (OSH) com incisão em região retro-umbilical o Aberta: lavagem • Pós cirúrgico: o Pelo menos 24 horas de fluidoterapia → pode variar de acordo com o perfil renal do paciente o Antibiótico: enrofloxacina, amoxicilina, cefalexina (amplo espectro) o AIE: 1 dose → apenas quando o perfil renal do paciente estiver bom o Analgésico: tramal/dipirona o Protetor gástrico: sucralfato, omeprazol o Roupa e colar o Retorno em 72h • Complicações pós-osh o hemorragia o ligadura de ureter e vasos renais o granuloma e fístura por fio de sutura o deiscência de sutura o eventração o evisceração • US: resquício ovariano + coto ovariano espessado e com conteúdo • Tratamento: laparotomia exploratória → procurar o coto! • Pós-operatório com os mesmos cuidados Clínica de Pequenos Animais 3 6 (Fernanda Yoshikado) 3 neoplasias mamárias Características do câncer (neoplasia maligna): • Prolifera-se descontroladamente • Produz fatores angiogenicos – estimula o crescimento de vasos • Perde diferenciação celular – pode ser muito diferenciada ou pouco diferenciada • Invade tecidos vizinhos • Produz metástases via hematógena ou linfática • Metástase mamária geralmente é primária de linfonodo e secundária de pulmão – pode ser positivo para linfonodo e negativo para pulmão Cadelas geralmente tem 5 pares de mamas e gatas geralmente tem 4 pares. • Sexo: Fêmeas mais comum • Espécie: cadelas (1ª) e gatas (3ª) • Idade: o Cadelas entre 10 e 11 anos o Gatas entre 10 a 14 anos • Localização o Gatas M1, M2 (8) o Cadelas M4, M5 (10) • Raças: Poodle, Cocker, Teckel, Siameses (qualquer raça) • Progestágenos: hiperplasia lóbulo- alveolar e mioepitelial • Estrogênicos: desenvolvem crescimento ductal Canina • Receptores de estrógeno e progesterona • Gestação anterior não tem efeito protetor • Pseudociese não predispõe • Risco de desenvolvimento de neoplasia de mama em cães: o 0,5% se realizar OSH antes do 1º cio o 8% após o 1º cio o 26% após o 2º cio o Não há influência após o 3º cio (não há garantia de diminuição de risco) Felina • Risco de desenvolver neoplasia de mama em gatas: o 91% menor se fizer OSH antes de 6 meses o 86% menor se fizer OSH antes de 1 ano o > 3 cm → 6 meses de vida o < 2 cm → > 4 anos de vida Clínica de Pequenos Animais 3 7 (Fernanda Yoshikado) • Multifatorial o Hormonais o Diabéticos e obesidade o Alterações genéticas: mutação e/ou ativação de genes • Metástases: pulmões; linfonodos; fígado • Cadelas: 50% dos tumores são malignos • Gatas: 80 a 90% malignos • Carcinoma – neoplasia maligna de origem epitelial • Adeno – glândula Carcinoma mamário – adenocarcinoma de mama1 tipo celular: • Simples o Epitelial: tubular, túbulo- papilífero ou sólido o Mioepitelial 2 tipos celulares • Complexo – componente epitelial e mioepitelial sem metaplasia óssea ou cartilaginosa • Misto – componente epitelial e mioepitelial, além de metaplasia óssea ou cartilaginosa • Nódulos únicos ou múltiplos • Pedunculados ou sésseis • Ulcerados ou não • Crescimento rápido • Aderidos ou não • Sólidos ou císticos Carcinoma inflamatório – considerado mais agressivo • Dor • Edema • ↑ TC • Formação em placa • Edema de membro • Acomete mais de 1 glândula • Anamnese: “tumor de mama”, tempo de evolução, recidiva • Exame físico 1 Tumores benignos • Adenoma • Fibroadenoma • Tumor misto benigno 2 Tumores malignos Carcinomas • Carcinoma simples • Carcinoma complexo • Carcinoma anaplásico • Carcinoma tubular • Carcinoma sólido Sarcomas • Carcinossarcoma • Osteossarcoma • Lipossarcoma • Hemangiossarcoma Clínica de Pequenos Animais 3 8 (Fernanda Yoshikado) o Nódulos: número, localização, tamanho, consistência, aderido, ulcerado, secreção • Exame radiográfico de tórax • Ultrassonografia abdominal • Biópsia incisional/excisional • Citologia aspirativa Diagnóstico diferencial → hiperplasia mamária T: tumor primário • T1: menor que 3 cm de diâmetro • T2: entre 3 e 5 cm de diâmetro • T3: maior que 5 cm de diâmetro N: linfonodos regionais • N0: sem envolvimento neoplásico • N1: com envolvimento neoplásico M: metástases a distância • M0: ausência de metástase a distância • M1: presença de metástase a distância Estádios i. T1, N0, M0 ii. T2, N0, M0 iii. T3, N0, M0 iv. Qualquer T, N1, M0 v. Qualquer T, qualquer N, M1 M1 e M2 • Artérias: torácica interna, torácica lateral e epigástrica crianial • Linfonodos axilar e esternal M3 – podem ser tanto as artérias e linfonodos da M1 e M2 quanto as da M4 e M5 (irrigado e drenado) M4 e M5 • Artérias: epigástrica caudal • Linfonodos inguinal e ilíaco medial Clínica de Pequenos Animais 9 Fernanda Yoshikado • Excisão cirúrgica • Contraindicação: Metástases avançadas e carcinoma inflamatório • Técnicas: o biópsia excisional o mastectomia local (não tira linfonodos); o mastectomia regional (retira linfonodos); o mastectomia unilateral (retira os 2 linfonodos – inguinal e axilar superficial) e o mastectomia bilateral (1 ou 2 etapas) • Objetivo: remover toda neoplasia • ± OSH → castrar sempre que possível! • Biópsia Excisional o Indicações: massas pequenas (< 0,5 cm), firmes, superficiais e não fixas o Remover margem de tecido normal e fechar em 2 etapas • Mastectomia local – remoção de uma única glândula mamária o Indicações: lesões centralizadas, lesões > 1 cm, e massas com qualquer grau de fixação o Linfonodo de tamanho anormal ou normal é retirado para biópsia para metástases • Mastectomia regional – remoção de 2 ou mais glândulas mamárias e respectivos linfonodos o Indicações: grandes massas mamárias em glândulas adjacentes o Glândulas mamárias 1, 2 3 ± 4 drenam para o linfonodo axilar e cranial o Glândulas mamárias 3, 4, 5 ± 2 drenam para o linfonodo superficial inguinal • Mastectomia Unilateral – remoção de uma cadeira mamária inteira o Indicações: múltiplas massas mamárias de mais de 2 cm envolvendo 2 ou mais glândulas ipsilaterais o 2 incisões elípticas realizadas no final cranial para a glândula 1 e caudal para a glândula 5 próximo à vulva o Dissecação dos tecidos moles para a parede abdominal com a fáscia muscular inclusa no tecido ressecado o Linfonodo inguinal superficial – localizado na gordura inguinal o Linfonodo axilar – localizado imediatamente ventral para o músculo grande dorsal, próximo a artéria torácica • Mastectomia bilateral (com 2 etapas) – uma mastectomia unilateral a cada 6 semanas – retirada dos 4 linfonodos (inguinal, axilar, esternal e ilíaco medial) o Indicações: glândulas mamárias acometidas múltipla e bilateralmente o Vantagens: fechamento facilitado por conta da pele que sobra para esticar e é um procedimento mais curto que a bilateral sozinha o Processos com 2 etapas são preferíveis para raças com menos pele para fechar (ex.: Greyhound e Teckel) o Desvantagem: 2 anestesias gerais e 2 cirurgias • Mastectomia bilateral de 1 etapa o Indicações: glândulas mamárias acometidas múltipla e bilateralmente o Avaliar a flexibilidade da pele antes! Clínica de Pequenos Animais 10 Fernanda Yoshikado o Dissecção similar à mastectomia unilateral, exceto que a pele triangular sobre a xifoide é preservada • 500 dias para tumores mamários de estágio 1 • 420 dias para tumores mamários de estágio 2 • 210 dias para tumores mamários de estágio 3 • 90 dias para tumores mamários de estágio 4 Prognóstico bom a mau. Varia conforme: • Tipo histológico • Grau de invasão: Meta+ (5 meses), Linfonodo+ (recidiva 6 meses) • Tamanho do tumor o > 5 cm (10 meses) < 5 cm (28 meses) cadelas o > 3 cm (14 meses) < 3 cm (22 meses) cadelas o > 3 cm (4 a 12 meses); 2-3 cm (15 a 24 meses); < 2 cm (+3 anos) gatas Não existe comprovação que tenha adjuvante efetivo para o protocolo quimioterápico para tumores mamários malignos ou metastáticos • Doxorubicin e ciclophosfamida ou cisplatin mostrou alguns efeitos quimioterápicos contra o adenocarcinomas • Doxorubicin tem melhor eficácia que drogas de platina, e a carboplatin e cisplatin mostram efeitos semelhantes in vivo e a eficácia não parece ser afetada por tipo de célula • 5-fluoroucil e ciclofosfamida – a combinação aumenta o tempo de vida dos cães com carcinomas mamários de alto risco, quando seguido de cirurgia de ressecção comparada à cirurgia por si só • Piroxicam combinada com a radioterapia é o melhor tratamento para cães com carcinoma mamário inflamatório Bisfosfonatos e radioterapia paliativa para lesões de osso metastáticas Clínica de Pequenos Animais 11 Fernanda Yoshikado sistema reprodutor masculino 4 Anatomia 5 Afecções dos testículos • Anomalias congênitas o Anorquidismo o Monorquidismo – ausência de um dos testículos o Criptorquidismo – não migração de um ou ambos os testículos até o escroto • Localização ectópica o Pré-escrotal o Inguinal o Abdominal • Defeito testicular congênito mais comum (8% a 10% em cães e 2% em gatos) • Hereditário, recessivo • Raças predispostas: Chihuahuas, Schnauzers miniaturas, Pomerânios, Poodles, Huskies Siberianos, Yorkshires – raças pequenas tem risco maior de 2,7 vezes O Criptorquidismo é a principal alteração congênita dos testículos, que não descem para a bolsa normalmente ao nascimento. Esse movimento ainda pode ocorrer até os 6 meses de idade. O testículo deve migrar para a bolsa escrotal após o nascimento, e no Criptorquidismo eles permanecem na cavidade ou no trajeto até a bolsa, podendo ser uni ou bilateral. Tanto o Anorquidismo e o Monorquidismo são raros. Clínica de Pequenos Animais 12 Fernanda Yoshikado • Temperatura corporal anormal para os testículos – os testículos submetidos à temperaturas corporais sofrem degeneração do epitélio germinativo e portanto, não produzem espermatozoides. Mas a função endócrina persiste, mantendo as características secundárias do macho. • Maior risco de neoplasias e torções – o risco de neoplasia é 13 vezes maior • Diagnóstico: palpação, US (após 6 meses de idade → testículo pequeno e anel com aro maior quando jovem) o Palpação:Os testículos criptorquídicos são pequenos, de consistência mais amolecida o Cuidado com cães obesos (acúmulo de gordura abdominal) o Não confundir com linfonodos inguinais o O testículo ectópico está quase sempre está caudal a bexiga • Tratamento: Orquiectomia bilateral o Extra-abdominal: incisão na região pré-escrotal o Intra-abdominal: laparotomia exploratória retro umbilical → dutos espermáticos podem ser localizados a partir da próstata e servem como referência para identificação do testículo. 5.1.1 POSIÇÃO INTRA-ABDOMINAL • Torções → dor • 13,6% a mais de risco de desenvolver neoplasias: o 50% sertolinomas (feminilização) o 33% seminomas • Pouco frequente; uni ou bilateral • Associada epididimite o Refluxo proveniente da bexiga, uretra e próstata para ducto deferente o Via hematógena: E. coli, Staphylococcus, Streptococcus, Mycoplasma e Brucella canis. • Sinais e sintomas: dor e edema escrotal o Aguda: supurativa, fístulas → andar em cavalete, lambedura o Crônica: atrofia, irregular, firme, aumento de volume do epidídimo • Exames: hemograma (leucocitose → neutrófilos → bastonetes), cultura do sêmen, ultrassonografia • Tratamento: Antibioticoterapia, AINEs e orquiectomia • Benignos ou malignos o Células germinativas ou Seminomas o Células intersticiais ou Leydigomas mais frequentes o Células de Seroli ou Sertolinomas Clínica de Pequenos Animais 13 Fernanda Yoshikado • Predisposição: idosos; criptorquídicos; hérnia inguinal (risco 4x maior) • Sinais clínicos (gerais): aumento de volume e dor • Tratamento: o Orquiectomia o Quimioterapia 5.3.1 SERTOLINOMAS/TCS • Hiperestrogenismo: em 50 a 70% dos cães – esse sinal tende a regredir com a retirada do tumor, a persistência do sinal clínico sugere mestástase. • Metástase – 10 a 20% mais comum que em outras neoplasias testiculares • Sinais clínicos: alopecia simétrica bilateral, pele adelgaçada com pigmentação, ginecomastia, atrofia peniana e hiperestrogenismo • Acomete testículos intra ou extra-escrotais • Geralmente são unilaterais • Tratamento: orquiectomia e quimioterapia 5.3.2 SEMINOMAS • Pode acometer testículos normais ou ectópicos • Comportamento benigno, grandes massas • Quando funcional pode produzir andrógenos • Pode ser uni ou bilateral • Raramente causam alopecia e feminização • Metástases são raras • Pode estar associados a outras neoplasias testiculares • Tratamento: orquiectomia e quimioterapia 5.3.3 LEYDIGOMAS/TCI • Geralmente acomete testículos em bolsa escrotal • Maioria é benigno • Pode estar associado a HPB (Hiperplasia Prostática Benigna), hérnias perineais e adenomas perianais • Atrofia do testículo contralateral • Tratamento: orquiectomia Além desses sinais clínicos dermatológicos, o hiperestrogenismo pode ter consequências hematológicas irreversíveis como hipoplasia de medula óssea, gerando pancitopenia. A mielotoxicidade por estrógeno ocorre em 15% dos cães com sertolioma que apresentam síndrome de feminilização (FERRARIAS et al., 2009). Os estrogênios interferem na diferenciação das células estaminais hematopoiéticas, alteram a utilização do ferro pelos precursores dos eritrócitos, e possivelmente inibem a produção do fator estimulante dos eritrócitos em circulação. Inicialmente a intoxicação da medula óssea por estrogênios induz um aumento da granulocitopoiese e a redução dos megacariócitos e dos elementos eritróides, o que leva inicialmente à neutrófilia com desvio à esquerda, trombocitopenia e anemia (BOSSCHERE & DEPREST, 2010; FONSECA, 2009). Clínica de Pequenos Animais 14 Fernanda Yoshikado – • Incisão: o Gatos: na bolsa escrotal o Cães: pré-escrotal aberta ou fechada • Orquiectomia aberta • Orquiectomia felinos Clínica de Pequenos Animais 15 Fernanda Yoshikado • Inibe fertilidade, sem interferir na libido e comportamento → persistem hábitos de perambulação, demarcação de território com urina e agressão, ao mesmo tempo que as doenças de origem hormonal não são reduzidas • Geralmente não é recomendada • Pós vasectomia: espermatozoides podem permanecer no ejaculado por até 3 semanas • Incisão sobre o cordão espermático entre o anel inguinal e a bolsa escrotal (A); incisão da túnica vaginal (B); isolar o duto deferente, fazer ligaduras e tirar 0,5cm do duto (C); aproximar subcutâneo e pele 6 Alterações do prepúcio • • Inabilidade de expor o pênis através do orifício prepucial – abertura prepucial pequena ou inexistente • Congênita ou adquirida – pode ser uma falha no desenvolvimento ou adquirida por trauma ou estenose prepucial • Sinais e sintomas: distensão prepucial por urina., não visualização do orifício prepucial (ou diminuição do diâmetro), corrimento prepucial purulento ou hemorrágico, irritação prepucial, infecção secundária ao acúmulo de urina. (a forma congênita pode permanecer indetectável por meses) • Tratamento: reconstrução do orifício prepucial (balonoplastia) • Inabilidade de retrair o pênis para o interior do prepúcio Clínica de Pequenos Animais 16 Fernanda Yoshikado • Causas: hiperatividade sexual (cópula), discopatias, constrição do orifício prepucial (tecido cicatricial ou anel de pelos), lambedura constate, trauma e neoplasias → leva a inflamação por trauma e alteração circulatória, resultantdo em edema e isquemia que podem progredir para trombose do corpo esponjoso e necrose. Ou se cronicamente exposto pode ter a mucosa ressecada com fissuras e cornificado (o prepúcio normal deve ter aproximadamente 1 cm além do 16ênis • Sinais clínicos: pênis edemaciado, exposto, dolorido, traumatismo, hemorragia, necrose • Tratamento: soltar o prepúcio da base do pênis e restabelecer a circulação, para isso podem ser necessárias compressas geladas para reduzir o edema, ou até mesmo agentes hipertônicos, como o açúcar. 6.2.1 TRAUMATISMO PENIANO • Tratamento: compressas geladas, lavar e tentar reposicionar o pênis o Cirúrgico: ▪ Orquiectomia ▪ Correção cirúrgica do orifício prepucial ▪ Amputação do pênis (só em último caso – necrose) 7 Traumatismos e neoplasias penianas • Traumatismos: hematoma, lacerações, fissuras, fratura do osso peniano • Verificar viabilidade das estruturas e integridade da uretra • Tratamento: sutura, amputação parcial ou subtotal do pênis, uretrostomia, orquiectomia • Importante: limpeza do local, colar protetor, antibióticos, analgésicos e antiinflamatórios Benignos Malignos • Hemangiomas • TVT • Papilomas • Histiocitomas • Melanomas • Mastocitomas • Hemangiossarcomas • CEC Clínica de Pequenos Animais 17 Fernanda Yoshikado Tracionar o osso peniano mais caudal possível e a uretra com 1 a 2 cm maior que a secção do pênis. Encontrar o prepúcio proporcionalmente retirando uma secção mediana 8 Afecções da próstata • Cães castrados não apresentam • Secreção prostática regride • Castração regride • Testosterona estimula • Sinais clínicos: disúria; hematúria; tenesmo; hérnia perineal. • Diagnóstico o Radiografia o Toque retal o Ultrassonografia – HPB, cistos, abscessos, neoplasias e abscessos paraprostáticos o Biópsia aspirativa guiada por ultrassom • Tratamento: Orquiectomia – regressão de 2 a 3 semanas TUMOR VENÉREO TRANSMISSIVEL (TVT) ✓ Tumor de células redondas de ocorrência natural e contagiosa que acomete principalmente a genitália externa de animais da espécie canina ✓ Primeiro tumor descrito como transmissível✓ Sinônimos: Tumor de Sticker, Sarcoma Venéreo Transmissível (em desuso) ✓ Deposição de células tumorais íntegras na superfície de um tecido injuriado, através da barreira de histocompatibilidade Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) • Acúmulo de material purulento dentro do parênquima prostático ou extra parenquimatosos • Acomete machos idosos não castrados com HPB ou cistos prostáticos • Fatores predisponentes: prostatites, orquites, infecção urinária, hematógena (E. coli, Staphylococcus, Streptococcus, Brucella canis, Proteus) • Sinais e sintomas: dor abdominal, disúria, iscúria, disquezia, hipertermia, depressão, êmese, corrimento uretral • Tratamento: drenos múltiplos ou omentalização (colocação de um omentum dentro da cavidade que melhora sua drenagem) • Diagnóstico: Radiografia e ultrassonografia (citologia aspirativa) • Exames laboratoriais: hemograma e bioquímico sem alterações; análise do fluido prostático com presença de células epiteliais, raros leucócitos e bactérias • Tratamento o Cistos pequenos: orquiectomia o Cistos grandes: omentalização ou marsupialização • Pouco frequentes, acomete animais idosos, castrados ou não. • Tipos: carcinomas indiferenciados ou adenocarcinomas, sarcomas ou hemangiossarcomas • Altamente invasivos e com grande potencial metastático • Tratamento: prostatectomia e quimioterapia • Prognóstico: reservado a ruim Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) sistema urinário 9 Anatomia ➢ O ligamento redondo pode ser seccionado, mas o ligamento lateral não pode seccionar (caudal à região bexiga-uretra) ➢ Aorta → parênquima renal → artéria interlobar → ramificação em raio de bicicleta A bexiga vazia possui baixa pressão vesical e alta pressão uretral para armazenar a urina. Quando chega ao seu volume máximo suportado, a pressão vesical chega ao seu limite e a pressão uretral diminui e esvazia. A constante pressão alta da vesícula pode levar o animal a ter incontinência urinária. Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) 10 Urolitíase ➢ Em cães, 0,4 a 2% das consultas no total ➢ Raças mais acometidas: Yorkshire, Chihuahua, Teckel, Dálmata, Schnauzer o O dálmata possui tendência a ter cálculos de urato por conta da deficiência racial na produção de uréase, que impede a metabolização da ureia e consequentemente da dissolução dos cálculos de urato ➢ Obstrução é muito mais comum em machos ➢ Trato urinário elimina resíduos na forma líquida ➢ Urólitos: concreções policristalinas em urina supersaturada ➢ Fatores que propiciam a formação: o Elevados níveis de cálcio, oxalato e ácido úrico o Metabolismo anormal o Baixa ingestão de líquidos – corrigir com dieta líquida, + atividades físicas (incentiva o consumo de água), melhorar a oferta d’água, frutas (melão, melancia), etc. o Anormalidades anatômicas – na fase fetal o conteúdo urinário é eliminado pelo úraco (tecido fibroso). Ao nascer, o úraco deve se fechar, mas quando não fecha, forma o divertículo de úraco, que por ser um tecido fibroso, não reduz a não ser cirurgicamente. o Presença de infecção – urólitos de estruvita o Corpos estranhos – majoritariamente restos de fio de sutura I. Núcleo – o que origina a formação II. Pedra ou cálculo – o que vai sendo formado (deposição do cálculo) III. Parede – o que recobre o cálculo IV. Superfície – pó que não se aderiu a nenhuma camada, cristal não agrupado 10.1.1 CLASSIFICAÇÃO • Localização: o Nefrólito – rim o Ureterólito – ureter o Urocistólito – bexiga o Uretrólito – uretra • Formato: o Liso o Facetado o Piramidal o Laminado o Ramificados • Composição mineral das camadas: o SIMPLES: > 70% da sua estrutura composta apenas de um tipo de material o MISTOS: praticamente uma camada identificável, com mais de um componente e nenhum ultrapassa 70% o COMPOSTOS: presença de camadas justapostas de composições diferentes, com pelo menos 70% de um mesmo mineral numa camada, e de outro mineral em outra camada • Prevalência e tipos (do mais comum ao menos comum): 1º Estruvita 2º Oxalato de cálcio 3º Ácido úrico e urato de amônio – shunt portossistêmico 4º Cistina 5º Fosfato de cálcio 6º Sílica 7º Mistos Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) ➢ Polaquiúria, disúria, estrangúria ➢ Tenesmo? Às vezes o animal pode fazer mímica de defecação mas na verdade está tentando urinar ➢ Incontinência urinária ocasional – causada pela inflamação da mucosa vesical que o urólitos causam. ➢ Sinais clínicos ➢ Exame de urina (urinálise, cultura e antibiograma) – cistocentese sempre que possível ➢ Radiografias – nem todo cálculo é radiopaco, então não pode ser usado para fechar diagnóstico, mas pode ser útil para contar o número de cálculos. ➢ Ultrassonografia – localizar e ver outras complicações (dilatação de pelve renal, hidronefrose) 11 Rins Problemas mais frequentes ➢ Cálculos renais ➢ Obstruções → hidronefrose ➢ Neoplasias – não é comum, mas é o 2º mais acometido do sistema urinário ➢ Parasitas – Dioctophyme renale, parasita que se alimenta do parênquima renal. Comum em cães que tem acesso a rios e lagos (água doce). Raramente tem ciclo errático (parasita fica livre na cavidade abdominal) Técnicas aplicadas: ✓ Nefrotomia ✓ Nefrorrafias ✓ Nefrectomia ✓ Nefrostomia Extração de cálculos no rim ➢ Só pode retirar os cálculos que estiverem na pelve! ➢ Desvantagens: o Lesão de parênquima renal causa perda de função temporária (aproximadamente 15 dias) o Hemorragia (órgão altamente vascularizado ↑vol. sangue/min → precisa ser feito hemostasia temporária (máximo de 15 minutos!) o Animal precisa ficar internado e receber pelo menos 48 horas de fluidoterapia ➢ Incisão na face lateral (borda) do rim ➢ Fio absorvível ➢ Sutura em simples contínuo na cápsula e pegar o mínimo possível de parênquima ➢ Fazer aproximação em “U” Retirada do rim ➢ Fazer ligadura em: artéria e veia real, e ureter → a altura da ligadura do ureter vai variar, por exemplo, se houver neoplasia, deve retirar até a base. ➢ Ligadura da artéria – técnica das 3 pinças ➢ Indicação: neoplasia, Dioctophyme renale, hidronefrose Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) Incisão da pelve para a retirada de cálculos ➢ Vantagens: o Pelve é avascular – não tem hemorragias o Não lesa parênquima ➢ Indicações: só quando a pelve renal e seu terço proximal estiver dilatada e o cálculo deve estar obrigatoriamente em uma dessas regiões (ou entre) 12 Ureteres Problemas mais frequentes ➢ Cálculos ureterais ➢ Traumas – o ureter fica localizado no retroperitônio, protegido pela coluna, musculatura e todos os órgãos do peritônio ➢ Neoplasias – são muito raras ➢ Ectopia – relativamente comum Técnicas aplicadas ➢ Ureterotomia ➢ Ureterorrafia ➢ Ureterectomia (associada ao rim) ➢ Reimplantação do ureter 12.1.1 TRATAMENTO CLÍNICO Deve ser feito apenas quando ainda não há obstrução ✓ Prazosina – relaxa a musculatura lisa e expandem o diâmetro do ureter o Cão: 1mg/15 kg BID-TID, VO o Gato: 0,25-0,5 mg/kg SID-BID, VO ✓ Manitol – diurético, ajuda a empurrar o cálculo o 0,5-1g em 15 minutos ✓ Rowatinex – fitoterápico que lubrifica as vias urinárias o 1 ou 2 comprimidos TID Esses medicamentos devem ser administrados até expelir ou obstruir, por isso deve ser feitoUS para controle todos os dias (24h/24h) ou, se o proprietário não puder internar, deve ser feito a cada 48 horas. 12.1.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO Deve ser feito apenas quando o cálculo já obstruiu a via. ➢ Gatos: Subcutaneous Ureteral Bypass ou Ureteral Stenting. – deve ser a técnica de escolha sempre que possível. o Possui 3 componentes: ▪ Cateter renal com bloqueio “pigtail” ▪ Cateter vesical com “cuff” e fenestrado ▪ Válvula de titânio o Indicações: ▪ Reação ao “stent” ureteral ▪ Intolerância ao “stent” ureteral ▪ Estenose ureteral o Contra indicações: ▪ Coagulopatia ▪ Hidronefrose (<5mm) ➢ Cães: Ureteral Stenting (duplo J) ➢ Pode ser uni ou bilateral ➢ Quando bilateral, é incontinente 100% do tempo; já quando é unilateral há momentos de urina normal ➢ Fêmeas > machos ➢ SC: odor forte de urina, enegrecimento da região vulvar e dermatite úmida ➢ Possui 2 tipos: Clínica de Pequenos Animais (Fernanda Yoshikado) o Intramural: ureter sai do rim, entra na parede da bexiga e desemboca diretamente no canal vaginal ou uretra. o Extramural: ureter passa por fora da parede da bexiga, e pode desembocar no canal uretral ou vaginal. Tratamento: Ureteroneocistotomia Clínica de Pequenos Animais 24 (Fernanada Yoshikado) 13 Bexiga Afecções mais frequentes: ➢ Anomalias de úraco – persistência do úraco: causa onfaloflebite (pois o animal urina pela cicatriz umbilical) ➢ Rupturas – mais comum quando a bexiga está repleta o Uroperitônio ou hemoperitônio? No uroperitônio a creatinina e a ureia vai estar igual ao líquido livre do peritônio e não deve haver coágulos. ➢ Cálculos vesicais – tratamento: cistotomia na região do polo cranial. Lavar durante a cirurgia de fora pra dentro ou de dentro pra fora, e não precisa ser soro aquecido (a não ser que o animal esteja hipotérmico) ➢ Pólipos – formações benignas consequentes de cálculos ➢ Neoplasias malignas – a mais comum é o carcinoma de células de transição Técnicas aplicadas ✓ Cistotomia ✓ Cistorrafia ✓ Cistectomia ✓ Cistostomia Sempre fazer dois planos de sutura! 14 Uretra Afecções mais frequentes ➢ Cálculos uretrais ➢ Traumas – é muito comum acontecer na hora da sondagem (iatrogênico) ➢ Estenoses – mais comum em gatos ➢ Prolapso Em cães: tentar empurrar o cálculo para a bexiga e fazer cistotomia, só fazer uretrocistotomia se não conseguir empurrar o cálculo para a bexiga! 1. Anestesiar o animal 2. Esvaziar o máximo que puder da bexiga por cistocentese 3. Tentar empurrar com auxílio de uma sonda Manobra: apertar a sonda para fixá-la na entrada do pênis, e com a outra mão fazer palpação retal para encontrar o cálculo e fazer pressão para segurá-lo. Acoplar o soro na seringa e na sonda para injetar alguns mL. A uretra vai distender (porque vai estar segurando o cálculo), e Clínica de Pequenos Animais 25 (Fernanada Yoshikado) “soltar” o cálculo para fazer pressão e o turbilhonamento do soro fazer com que o cálculo volte para a bexiga. Em gatos: usar a sonda do tipo Slippery Sam, a Tom Cat tem mais tendência de causar rupturas. 1. Anestesiar o animal 2. Esvaziar a bexiga por cistocentese 3. Tracionar o pênis do gato caudalmente 4. Lavar a bexiga 5. Se não desobstruir fazer uretrostomia associado à penectomia 14.1.1 URETROSTOMIA Só fazer se a manobra acima não der certo. Qual fazer? Existem 3 tipos: 1. Perineal 2. Escrotal – nos cães é a de eleição, pois há 3 pontos que a favorecem: a) uretra é mais superficial nessa região; b) corpo cavernoso é menor, então há menos sangramento; c) região em que o diâmetro da uretra é mais distensível. 3. Pré-púbica Tirar pontos em 15 dias. 14.1.1.1 COMPLICAÇÕES ➢ Estenose de uretra – a excisão para o tamanho da uretrostomia deve ser 5 a 8x maior do que o diâmetro da uretra. ➢ Pós cirúrgico tem muita hemorragia – para gatos, o ideal é tirar a areia da caixa e substituir por jornal picado e tirar o colar elizabetano 2 a 3x por dia para o gato se lamber Predisposição: ➢ Machos ➢ Filhotes Clínica de Pequenos Animais 26 (Fernanada Yoshikado) oftalmologia 15 Anatomia e fisiologia do olho • a cavidade orbital é preenchida pelo bulbo ocular • A profundidade da órbita varia entre raças, sendo um importante detalhe quanto às alterações. Ex.: braquicefálicos possuem órbitas mais rasas Da mais externa para a mais interna: • Fibrosa o conjuntiva bulbar: reveste a superfície escleral → serve como barreira de defesa o córnea → transparente e refratora → 90% é formada por colágeno o esclera → mantém a forma, o tônus e o volume ocular • Úvea – é toda pigmentada e muito vascularizada o Anterior ▪ Íris: pigmento do olho ▪ Corpo ciliar: produz humor aquoso, fixa o cristalino o Posterior (coroide) – vascularização da retina • Nervosa o Retina – recebe o estímulo luminoso por fotorreceptores. Para captar a imagem, é preciso passar por todas as camadas anteriores o Nervo óptico – transporta a imagem até o córtex visual o Meios transparentes o Humor aquoso – preenche a câmara anterior e posterior. Seu fluxo é constantemente produzido pelo corpo ciliar e drenado pelo ângulo de drenagem (entre a íris e a córnea). Deve ser límpido; alterações pode causar variações na pressão intraocular o Cristalino (lente) – lente transparente e convexa que muda o foco da visão, é importante para refração o Vítreo ou humor vítreo – gelatinoso e sem fluxo corpo ciliar humor aquoso câmara posterior pupila câmara interior ângulo de drenagem Clínica de Pequenos Animais 27 (Fernanada Yoshikado) • Cones – reconhecimento de cores e imagem de melhor qualidade, mas para o estímulo precisam de bastante luz (↓ sensibilidade) • Bastonetes – não reconhece cores e sua qualidade de imagem é inferior, mas precisam de menos luz para ser estimulado • Visão noturna – os animais possuem um “espelho” que reflete a luz, aumentando seu aproveitamento, esse espelho é chamado de tapetum Cores • Cães: tons de amarelo e de azul • Gatos: a claridade ajuda a enxergar as cores, mas no escuro, não enxergam as cores e a visão fica mais proveitosa (muitos bastonetes) 16 Refração e acomodação A retina capta os feixes de luz (estímulo nervoso) que vai fazer um impulso nervoso que pelo nervo óptico vai para o córtex visual e forma a imagem Fazem parte delas: • Córnea • Humor Aquoso • Lente • Vítreo 17 Exame clínico do olho e procedimentos diagnósticos • Anamnese: presença de secreções no olho (aspecto, quantidade), vermelhidão, prurido, aumento de volume, assimetria, cegueira (alterações de comportamento) • Exame clínico o Inspeção ▪ Avaliação da visão: • Claro e escuro – o animal é solto numa sala clara e depois na sala escura para avaliar cones e bastonetes Clínica de Pequenos Animais 28 (Fernanada Yoshikado) • Teste de ameaça – ameaça a encostar no olho do animal e este deve piscar ou puxar a cabeça ▪ Simetria o Reflexo pupilar à luz ▪ Direto e consensual – estímulo de apenas 1 dos lados e a pupila deve contrair dos 2 lados o Teste lacrimal de Schirmer – colocar uma fita de papel absorvente (padrão) na borda do olho. Deve ser o primeiro a ser feito para que os estímulos dos outros exames não alterem o resultado deste ▪ Valores normais: cão > 15mm/min e gato .>1 7mm/min o Fluoresceína – se adere ao estroma da córnea quando houver lesões o Tonometria – mensura pressão ▪ Colírio anestésico ▪ Valores normais: 12 a 16 mmHg o Exame do olho com foco de luz e magnificação (iluminação direta e indireta) ▪ Precisade instilação de midriáco – tropicamida 1% o Oftalmoscopia direta e indireta o Eletroretinografia – resposta elétrica da retina o Ultrassonografia ocular – é útil para investigar alterações retroculares, como algum tumor. Não precisa de sedação! 18 Afecções das pálpebras • Rima palpebral – região de transição entre a pele externa e a conjuntiva • A parte mais externa da pálpebra se encontram os cílios (gatos não possuem) • Inversão da rima palpebral → os pelos ficam em contato com o olho, causando ulceras/lesões, secreção e dor • Raças predispostas: ChowChow, Sharpei, São Bernardo, Cocker, Labrador, Rottweiler, Pitbull → raças com muita prega facial ou com olho fundo e cabeça grande • Idade: varia entre meses e os primeiros anos de idade Clínica de Pequenos Animais 29 (Fernanada Yoshikado) • Muita recidiva, principalmente aqueles animais que possuem as duas características. Ex.: ChowChow e Sharpei • Pálpebra inferior lateral é costuma acontecer mais • Tratameno: cirúrgico (técnica de Hotz-Celsus) • Ao longo de toda a pálpebra inferior e superior tem glândulas sebáceas, as glândulas Tarsais; • Neoplasia mais comum em cães: adenoma de glândulas tarsais • As neoplasias costumam se espalhar na pálpebra (localmente) e tem baixo índice de metástase • Costumam ser muito vascularizadas! • Tratamento: preventivo/cirúrgico → deve ser tirado o quanto antes o Excisão cirúrgica (até 1/3): tirar a espessura da pálpebra e as glândulas Tarsais adjacentes (1 para cada lado). Reaproximar de maneira que fiquem perfeitamente encostadas (não pode ter degraus) o Maior que 1/3: tirar a pálpebra por inteiro Ocorre devido à frouxidão e subsequente rompimento dos ligamentos que prendem a glândula ao tecido periosteal adjacente, ou associado à eversão da cartilagem da terceira pálpebra. A glândula prolapsa, inflama e hipertrofia, ficando exposta a traumatismos e infecção secundária. • Raças predispostas: Beagle (mais afetados), Shar Pei, Bulldog inglês e campeiro, Lhasa Apso e Cocker Spaniel • Diagnóstico: presença de massa avermelhada e arredondada, exposta no canto medial do olho, também chamada de “cherry eye” ou olho de cereja. Dever ser feito o teste de Schirmer e o da fluoresceína. • Tratamento 1. Desinflamar a glândula ▪ Lubrificante a base de ácido hialurônico ▪ AINE (TID): diclofenato, setrolac, nevanac ▪ Antibiótico: Trobex ou Oflox TERCEIRA PÁLPEBRA A terceira pálpebra, ou membrana nictitante, é uma cartilagem em T coberta por conjuntiva que se encontra no canto medial do olho. A membrana nictitante move- se sobre o olho devido à retração do olho e contração de músculos lisos. A glândula da terceira pálpebra encontra-se na base da cartilagem, enquanto os folículos linfoides estão presentes na sua superfície. A terceira pálpebra ainda pode apresentar uma cor escura devido a uma pigmentação natural. A função da terceira pálpebra é proteger o olho e espalhar uniformemente a lágrima sobre a córnea, a camada externa do olho. A glândula da terceira pálpebra, na base da cartilagem, contribui com 30 a 50% da produção da fase aquosa do filme lacrimal. Ainda tem uma função protetora ao libertar imunoglobulinas para a pálpebra, protegendo-a de infeções. É a fase aquosa que realiza as principais tarefas funcionais do filme lacrimal. Lubrifica a córnea, evitando o choque de atrito com as pálpebras, propicia a remoção de poeira e outras sujidades que em entram em contato com a superfície ocular, propicia a difusão de nutrientes e oxigênio à córnea, possui elementos do sistema imune inato de defesa (lisozima, lactoferrina, além de constituir uma barreira física e mecânica à invasão de microorganismos), e do sistema adaptativo (presença de imunoglobulinas A). Sua importância é, como se pode perceber, essencial à saúde da córnea e da conjuntiva. TÉCNICA DE HOTZ- CELSUS Incisão em segmento elíptico, retira excesso de pele e sutura com pontos simples separados. Clínica de Pequenos Animais 30 (Fernanada Yoshikado) 2. reposicionamento cirúrgico ▪ Não pode ter secreção no dia da cirurgia ▪ Técnicas de ancoramento ▪ Técnica de bolso ▪ Colar elisabetano por até 15 dias após a cirurgia A ceratoconjuntivite seca é definida como a inflamação da córnea e conjuntiva causada pela baixa produção da fase aquosa da lágrima. O comprometimento dessa camada prejudica o filme lacrimal como um todo. A deficiência da fase aquosa provoca irritação mecânica contínua das estruturas da superfície ocular pelo atrito direto e pela não remoção e acúmulo de sujidades. A infecção secundária é facilitada por esse acúmulo de detritos e pela ausência e/ou baixa eficiência dos fatores de defesa. A integridade da córnea é ainda mais prejudicada pela menor oferta de nutrientes e oxigênio. • É o distúrbio oftálmico mais comum em cães • Etiologia: o Primária – imunomediada o Infecciosa – cinomose o Congênita – aplasia acinar o Iatrogênica – sulfas atropina, remoção da glândula da terceira pálpebra o Glândula da terceira pálpebra não reduzida o Lesão da inervação o Endocrinopatias • Sinais clínicos: córnea opaca, congestão e hiperemia da conjuntiva, acúmulo de secreção mucosa ou mucopurulenta, blefaroespasmo e ulceração de córnea. Opacificação superficial, vascularização e pigmentação da córnea são consequências da inflamação • Diagnóstico o Sintomas o Teste lacrimal de Schirmer o Fluoresceína – normalmente indica úlcera no centro da córnea • Tratamento 1. Substitutos da lágrima (só quando o Schirmer dá muito baixo): aquosos ou viscoelásticos → polietilenoglicol (Oftane), sulfato de condroitina (Tears), hialuronato (Hyabak), ácido poliacrílico (Vidsik) e outros → quanto mais viscoso, mais tempo fica na superfície 2. Imunomediadores → aumenta a produção de lágrimas e é AI, sempre usar!! a. Ciclosporina A 0,2% ou Tacrolimus 0,03% 3. Antibacterianos tópicos → amplo espectro Prognóstico: depende do estado do paciente. Os graves costumam ser de causa primária (crônica) Clínica de Pequenos Animais 31 (Fernanada Yoshikado) 19 Afecções da córnea • Filme lacrimal • Epitélio anterior – alta capacidade de regeneração, evita a perda de líquidos e a entrada de agentes patogênicos → cheio de projeções para facilitar a absorção da lágrima • Membrana basal (visível em algumas espécies) – proporciona à córnea solidez e potência (não se regenera) • Estroma – o agrupamento estreitos das fibrilas de colágeno determina a elasticidade da córnea, e por serem mais fortes, modelam o desempenho mecânico da córnea, ajuda a determinar a forma do filme lacrimal e, portanto, o estado refrativo • Membrana de Descemet (membrana basal do endotélio) – recobre a superfície do estroma e é bastante elástica por ser constituída por fibras colágenas • Endotélio – é importante que esteja sempre em plenitude para que a córnea seja transparente. Quando há perda das células endoteliais, ocorrem dois mecanismos para que o endotélio fique íntegro: o polimegatismo, que é o aumento das células endoteliais com formato hexagonal e o pleomorfismo, que é o aumento de forma dessas mesmas células A úlcera de córnea ou ceratite ulcerativa é uma das afecções oculares mais frequentes em cães e gatos, se caracteriza pela solução de continuidade do epitélio da córnea levando à exposição do estroma subjacente. 19.2.1 CLASSIFICAÇÃO • Úlcera corneal superficial → lesão do epitélio • Úlcera não progressiva → não contaminada • Úlcera progressivas (Melting) → contaminada! • Descemetocele → lesão que chegou a membrana de Descemet 19.2.2 ETIOLOGIA Emcães: qualquer idade, sexo ou raça, porém, algumas raças são mais predispostas por apresentarem com maior frequência outras alterações relacionadas à etiologia das úlceras: • Braquicefálicos • Shar Pei • Chow Chow Úlcera superficial A córnea é um tecido semi- hidratado, e sua perda de transparência tem dois motivos: • Hiper-hidratação • Desorganização das fibras colágenas do estroma Clínica de Pequenos Animais 32 (Fernanada Yoshikado) Em gatos: qualquer raça, mas gatos braquicefálicos, como o Persa, são mais predispostos ao desenvolvimento de entrópio. Nesta espécie, a infecção por Herpes Vírus Felino (HVF-1) é causa frequente de conjuntivites de gravidade variável Predisposições de raças aumentam a incidência da úlcera de córnea, mas também há outras causas, como: • Olho seco (principal causa) • Lesão direta • Afecções de cílio • Produtos químicos 19.2.3 SINAIS E SINTOMAS • Sinais de desconforto (blefaroespasmo, fotofobia, epífora) • Secreção de aspecto variável (purulenta na presença de contaminação) • Edema e opacidade da córnea • Eritema conjuntival • Uveíte secundária (miose, hipópio) • Dor → a inervação corneana é mais superficial, portando quando a úlcera é superficial dói mais → não deve ser usado como fator prognóstico 19.2.4 DIAGNÓSTICO Apresentação clínica e resultado positivo para o teste da fluoresceína. Cultura e antibiograma para determinar o(s) microrganismo(s) que está presente, e escolher um antibiótico que seja compatível com ele(s). 19.2.5 TRATAMENTO Clínico: • Antibiótico (tópico e/ou sistêmico) → o que deve variar é a frequência de aplicação (quanto mais profunda a lesão, maior deve ser sua frequência) o Antibiótico em úlcera não contaminada evita progressão → quinolonas de 3ª ou 4ª geração o Antibiótico em úlcera contaminada deixa a lesão menos infectada • Acetilcisteína 10% ou EDTA 0,35%, soro autólogo → retarda a anticolagenase • Lubrificantes que sejam, de preferência, a base de ácido hialurônico e sem conservantes ( HYABACK, Hilogel) • Analgésicos: nunca dar colírio anestésico (tóxico para epitélio corneano), só para diagnóstico • Colírio de atropina por período curto (2 a 3 dias) → relaxa os espasmos musculares • Colar protetor sempre Contra-indicados: corticoides e anti-inflamatórios tópicos → retardam a cicatrização Úlcera profunda com exposição da membrana de Descemet (Descemetocele) Clínica de Pequenos Animais 33 (Fernanada Yoshikado) Cirúrgico: só deve ser feito se comprometer 50% ou mais do tecido da córnea. Recobrimentos corneanos → flap da terceira pálpebra ou flap conjuntival pediculado Nesse caso o pedículo conjuntival é criado logo acima da úlcera de córnea. 1 Flap pediculado Clínica de Pequenos Animais 34 (Fernanada Yoshikado) 20 Catarata em pequenos animais A catarata é a opacificação, ou seja, a perda da transparência do cristalino. • Lente biconvexa, transparente e avascular – divide o bulbo ocular em segmento anterior e posterior • Zônulas – suspendem e fixam o cristalino em sua posição anatômica • Cápsula • Epitélio anterior • Fibras do cristalino Ampla variedade de condições para classificar as cataratas 1. Idade de desenvolvimento a. Congênita b. Juvenil c. Senil – paciente já com esclerose nuclear 2. Localização da opacidade a. Capsular b. Subcapsular c. Zonular d. Cortical e. Nuclear f. Axial g. Equatorial h. Nas linhas de sutura 3. Estágio de maturação a. Incipiente: quando não mais que 15% da lente estão acometidos – reflexo tapetal e visão ainda estão presentes b. Imatura: a lente apresenta-se com áres de opacidade aumentada em volume – reflexo tapetal e visão ainda estão presentes → comprometimento significativo da visão → já tem indicação para tratamento cirúrgico c. Madura: toda lente está envolvida – reflexo tapetal e visão estão ausentes d. Intumescente: toda lente está envolvida – reflexo tapetal e visão estão ausentes, a lente encontra-se dilatada e as suturas lenticulares são frequentemente observadas e. Hipermatura: o envolvimento da lente é completo, todavia inicia-se o processo de dissolução e reabsorção das proteínas da lente (cristalino), que se apresenta diminuída de tamanho. i. Morganiana: subdivisão da hipermatura em que se verifica reabsorção e dissolução totais do córtex lenticular, com persistência do núcleo catarotoso entre as duas cápsulas 4. Quanto a etiologia a. Catarata primária (congênita, juvenil ou senil) b. Catarata secundária i. Diabetes mellitus ii. Uveíte iii. Luxação de cristalino iv. Traumática Clínica de Pequenos Animais 35 (Fernanada Yoshikado) 20.2.1 CATARATA DIABÉTICA • Evolução rápida • Tratamento cirúrgico só quando a glicemia estiver controlada há 3 meses • Prevalência: 68 a 75% dos diabéticos • O sinal que o tutor percebe primeiro é normalmente a catarata 20.2.2 UVEÍTE FACOLÍTICA Sinais: • Miose • Hipotonia • Fotofobia • Injeção vascular • Eletrorretinografia • Ultrassom ocular Não há tratamento médico eficaz, mas pode ser feito a extração capsular. As vantagens da cirurgia extra capsular do cristalino baseiam-se na manutenção de uma membrana avascular entre a câmara posterior e o vítreo, que impede sua protusão e diminui sua movimentação (endoftalmodonese), conserva melhor a anatomia do globo ocular e diminui a drenagem de substâncias do humor aquoso para o polo posterior. Clínica de Pequenos Animais 36 (Fernanada Yoshikado) 21 Afecções de úvea O olho é formado por 3 túnicas: 1. Fibrosa – córnea e esclera 2. Vascular – úvea a. Úvea anterior – íris e corpo ciliar b. Úvea posterior – coróide 3. Neuroectodermal Doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coróide). Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo ótico e a retina 21.2.1 ETIOLOGIA • Endógenas o Infecciosa (ex.: leptrospirose, toxoplasmose) ▪ Bactérias: Brucella canis, Borrelia burgorferi (Lyme), Leptospira, Septcemia, Bartonela vinsoni ▪ Fungos: Candida albicans ▪ Outros agentes: Leishmania donovani, Toxoplasma gondii, Erlichia canis, Adenovirus, vírus da cinomose, Herpes vírus, Raiva o Imunomediada (ex.: uveíte facogênica) ▪ Catarata ▪ Trombocitopenia imunomediada ▪ Traumas da lente ▪ VKH o Doença sistêmica não contagiosa (ex.: toxemia) ▪ Diabetes mellitus ▪ Hiperlipemia o Idiopática • Exógenas: traumas, ceratite ulcerativa Causas da uveíte no cão • Hipertensão sistêmica • Coagulopatias • Radioterapia • Trauma • Toxemia • Fibrose ocular • Larva migrans ocular • Neoplasias Causas da uveíte no gato • FIV • PIF • FelV • Toxoplasma gondii • Histoplasma capsulatum • Coccioides immitis • Candida albicans • Erlichia • Neoplasias (linfoma) • Cataratas 21.2.2 SINTOMAS Uveíte anterior → acomete principalmente a íris e o corpo ciliar Clínica de Pequenos Animais 37 (Fernanada Yoshikado) • Miose → a inflamação causa espasmos musculares e a miose acusa muita dor • Fotofobia e blefaroespasmo • Dor (anorexia, apatia) • Epífora – lacrimejamento constante • Hipotonia – ↓ PIC • Congestão conjuntival e episcleral • Edema e alterações na pigmentação da íris • “flare” – disfunção na barreira dos vasos oculares, permitindo a passagem de células como proteínas, fibrinas e hemácias para o humor aquoso • Hipópio – pús na câmara anterior • Hifema – sangue na câmara anterior • Rubeosis iridis – vascularização da íris 21.2.3 SEQUELAS DA UVEÍTE• Aderência de íris → estruturas próximas se aderem a íris por conta da passagem de fibrina que acontece após a disfunção na barreira dos vasos oculares • Glaucoma (↑ da PIC) • Phthisis bulbi → atrofia do olho (perda da função) 21.2.4 DIAGNÓSTICO • Sinais clínicos • Exame de olho → sempre medir pressão ocular o Tonometria o Fluorosceína • Encontrar causa primária → histórico completo, hemograma completo, bioquímica sanguínea, sorologias 21.2.5 TRATAMENTO Objetivos: controlar a inflamação e seus efeitos; aliviar a dor; identificar e tratar a causa primária • AIE (corticosteroides) o Sistêmicos: prednisona – 1 a 2 mg/kg/dia (cães) ou 3 mg/kg/dia (gatos) o Tópicos: colírios, pomadas → acetato de prednisolona 1% ou dexametasona 0,1% • AINE o Sistêmico: Carboprofeno (2mg/kg BID), Meloxican (0,05 a 0,1 mg/kg SID) o Tópico: Flurbiprofeno (Ocufen®), Diclofenaco (Still®), Ketorolac – 1 gota 2 a 4 vezes/dia hérnias Conceito: Deslocamento de um órgão ou tecido da sua cavidade de origem para outra 22 Classificações • Verdadeiras – tem seu conteúdo revestido por um saco herniário geralmente constituído por peritônio • Falsas – não tem seu conteúdo revestido por um saco herniário geralmente constituído por peritônio • Redutível – por palpação, é possível colocar o seu conteúdo na região original Clínica de Pequenos Animais 38 Fernanda Yoshikado • Encarcerada – aquela que não é redutível, tem aderência do conteúdo e não é possível recolocar o tecido no local de origem • Estrangulada – a encarcerada pode se tornar estrangulada. Apresenta isquemia, e até mesmo necrose. 23 Composição da hérnia • Anel herniário – abertura da musculatura • Saco – tecido que envolve o conteúdo • Conteúdo – tecido ou órgão deslocado, depende da posição anatômica do anel herniário. Identificar qual é o conteúdo. 24 Hérnia umbilical Anel umbilical no feto: dá passagem para vasos umbilicais, ducto vitelínico e haste alantoide. Estrutura fetal importante para o feto, mas após o nascimento deve involuir e fechar. Nos indivíduos que desenvolvem a hérnia umbilical, há persistência do anel na linha alba, um defeito na musculatura. Seu diâmetro é variável. • Congênitas – hereditárias ou não • Onfalocele – evisceração em que existe defeito na musculatura e na pele. • A castração é indicada • Normalmente assintomático – ligamento falciforme (tecido adiposo do ligamento dentro do saco, na região epigástrica) • Aumento de volume indolor na região da cicatriz umbilical • Formação macia • Pode ter sinais de obstrução • Normalmente é encarcerado e não redutível A princípio por palpação: • Aumento de volume indolor; ou • Se ocorrer obstrução – dor, distensão e êmese (caso grave e agudo) Nem sempre é indicado o tratamento cirúrgico, depende do tamanho do anel (palpação). É um anel fibroso, portanto não aumenta o tamanho. Não é indicado o tratamento cirúrgico quando o anel é insuficientemente grande para as alças atravessarem. Quando o defeito não é muito grande, pode-se esperar para corrigir juntamente a outras cirurgias. Cirúrgico – redutível, anel maior que 1 cm ~ 1,5 cm 25 Hérnia inguinal Canal inguinal: • Macho: cordão espermático • Fêmea: ligamento redondo formando uma projeção de tecido adiposo (processo vaginal) • Ramo genital do nervo, artéria e veia gênito femoral • Artéria e veia pudenda externa – por causa desses plexos não pode ser fechada por completo Clínica de Pequenos Animais 39 Fernanda Yoshikado • Externo – fenda na aponeurose do oblíquo abdominal externo • Interno – fenda na aponeurose do oblíquo abdominal interno • Fêmeas adultas inteiras – mais comum • Machos jovens • Raras em gatos • Adquiridas (mais comum) ou congênitas (menos comum) Processo multifatorial: • Hereditário – fragilidade da musculatura abdominal → Teckel • Hormonais – relaxamento da musculatura por causa do estrógeno → fêmeas estro ou gestantes → aumento do peso por conta da gestação • Anatômica – os machos possuem cordão espermático que faz a musculatura ser mais resistente do que a das fêmeas Metabólicos – ↑ da pressão intra-abdominal → obesidade, hiperadrenocorticismo (causa acúmulo de gordura e fragilidade abdominal) Útero, alças intestinais, bexiga, omento, gordura, baço (só anéis muito grandes) • Normalmente assintomática • Formação inguinal indolor de tamanho variável • Macio • Sinais de obstrução intestinais ou estrangulamento • Exame clínico → palpação • Ultrassonografia para identificar o conteúdo é classificar (encarceramentos e estrangulamentos) • Diagnóstico diferencial para neoplasia de mama, abcessos, linfoadenopatias, hematomas, etc. Sempre cirúrgico – pode aumentar e encarcerar Acesso direto → incisão em cima do aumento de volume Acesso pela linha alba – dissecar a mama até chegar ao anel inguinal. Em fêmeas é preferível para aproveitar e realizar OSH. Em machos o pênis atrapalha, então é melhor fazer o acesso direto. • Antibioticoterapia • Anti-inflamatório • Analgésico • Roupa cirúrgica 26 Ruptura abdominal traumática – eventração e evisceração Clínica de Pequenos Animais 40 Fernanda Yoshikado • Traumas contusos – chutes, atropelamento (aumento de pressão súbita no abdômen) → locais predispostos: região paracostal e abdômen ventro-lateral caudal próximo da região inguinal. • Traumas perfurantes – sem região predisposta • Eventração – preservação da pele e conteúdo abdominal contido pelo subcutâneo (rompimento da musculatura) • Evisceração – externalização do conteúdo abdominal (rompimento da pele e da musculatura) • Lembrando que: podem ser pacientes politraumatizados, ou seja, diversas lesões podem estar associados a este trauma → identificar as lesões presentes e escolher o que priorizar • Aumento de volume abdominal • Assimetria do contorno abdominal • Choque hipovolêmico • Exame clínico → palpação • Radiografia – procurar lesões ósseas • Ultrassonografia – identificar conteúdo deslocado 1. Estabilizar o paciente!! 2. Eviscerações e feridas devem ser protegidas 3. Eviscerações → EMERGENCIA 4. Eventração – melhor momento para a intervenção cirúrgica? Animais sem outras lesões aparentes, é preferível esperar 24 horas após o trauma para verificar outras possíveis complicações. Acesso: • Linha alba nos pacientes agudos – laparotomia exploratória para avaliação do conteúdo abdominal. Suturar por dentro (pelo peritônio) • Direto nos pacientes crônicos (eventração antiga) → pode haver aderências, por isso é melhor acessar pelo aumento de volume para retirar as áreas de fibrose Evisceração excisional – acontece principalmente por erro técnico (fio inadequado, sutura mal feita, peritonite por contaminação cirúrgica) → deiscência de pontos • Antibiótico (pode ser preventivo) • Anti-inflamatório • Analgésico 27 Hérnia diafragmática Diafragma → estrutura músculo tendínea que separa o tórax do abdômen e auxilia na respiração. A região mais frágil é a costal e external, é onde geralmente acontece a ruptura, mas pode acontecer em qualquer área. Clínica de Pequenos Animais 41 Fernanda Yoshikado Traumas contusos, politraumatizados, com aumento súbito da pressão intra- abdominal O momento de maior susceptibilidade é quandoa glote está aberta (inspiração). Nos politraumatizados, o caso é muito mais agudo e grave → conteúdo abdominal (baço, intestino, estômago) vai para o tórax e dificulta a expansão do pulmão • Hipoventilação e hipóxia: pulmão não expande, e tem dor pra respirar, aumenta FR e movimentos curtos. (taquipnéia compensatória). • Pode ocorrer hemorragias, diminuindo volume circulante. • CHOQUE é o resultado/ falência múltipla dos órgãos • Fígado – efusão pleural, ascite • Estômago – timpanismo, pode sofrer torção nesse processo, fechando piloro e cardia, o gás não tem para onde sair, dilatando dentro do tórax. EMERGÊNCIA • Auscultação: silêncio em região de fígado e baço; burbúrios em tórax; abafamento dos sons cardíacos e respiratórios • Posição ortopneica • US – perda da caracterização/definição do diafragma • RX – presença de estruturas abdominais em tórax 1. Estabilizar o paciente para operar – tentar evitar o choque descompensatório. Oxigênio, transfusão? 2. Melhor momento para procedimento cirúrgico: dentro de 24 horas do trauma desde que esteja estabilizado Acesso: • Celiotomia pré-retro-umbilical (próximo à xifoide) – melhor para ver a cúpula toda. Reposicionar estruturas, suturar o diafragma e drenar o ar do tórax (fazer pressão positiva) o Pulmão hepatizado – pressão positiva no pulmão faz com que o órgão fique com aspecto parecido com o do fígado. Se a pressão continuar ruim após a punção de ar, pode ser feito compressão pulmonar hipoventilação hipóxia dor ➢ A hérnia diafragmática pode ficar crônica, principalmente em gatos → conseguem compensar ➢ Tem prognóstico reservado ➢ Quando crônica, existem mais riscos. Pensar no “custo/benefício” da cirurgia. ➢ Se o animal estiver compensado, vale a pena operar? (casos crônicos de anos) Clínica de Pequenos Animais 42 Fernanda Yoshikado uma toracocentese no pós- cirúrgico imediato. Se houver risco (por o causa de efusão pleural), pode ser feito uma toracostomia → deixar dreno “fixo” • Toracotomia intercostal – restrição por conta das costelas, limitando o acesso ao tórax. 28 Hérnia perineal Diafragma pélvico – musculatura que sugura o conteúdo pélvico, ou seja a sua falência, insuficiência por atrofia o conteúdo pélvico pode se tornar evidente (cães com rabo cortado/caudectomisados são sempre priores). Pode ser uni ou bilateral. Músculos atrofiados • Obturador interno • Coccídeo • Elevador do ânus • Externo do esfíncter 1. Espécie: cão mais acometido 2. Idade: idosos (> 7 anos) 3. Sexo: machos 4. Caudectomizados • Fragilidade no diafragma pélvico: atrofia muscular ou hormonal • Envolvimento prostático com HPB e tenesmo (↑ pressão da cavidade pélvica) • Estresse da musculatura perineal: colite, obstrução de uretra´ • Saculação ou flexura retal • Próstata, cistos prostáticos • Tecido conjuntivo ou adiposo retroperitoneal • Bexiga, jejuno ou cólon • Saco herniário – camada final de fáscia perineal bem fininha • Clínica dependente do órgão deslocado • Aumento de volume na região, uni ou bilateral • Grande maioria do deslocamento do reto- prolapso • Constipação, tenesmo, disquesia • Estrangúria • Incontinência urinária ou iscúria (dor e compressão), azotemia, uremia Clínica de Pequenos Animais 43 (Fernanda Yoshikado) • AGUDO E GRAVE • Clínico – fazer palpação • US – identificar conteúdo • RX Médico e conservativo (durante um tempo): • Conteúdo reto: dieta, laxante • Conteúdo bexiga: passa uma sonda, a uretra pode ter torcido, faz cistocentese, faz fluido pra evitar azotemia/uremia. 28.6.1 CIRURGIA Preparo: evitar contaminação por fezes, enema 24 horas antes, restrição alimentar de sólidos, alimentação líquida até jejum operatório. Limpeza do reto e sutura em bolsa de fumo do ânus temporária durante a cirurgia. • Orquiectomia. • Herniorrafia. • Colopexia ou cistopexia por láparo (é uma questão de protocolo terapêutico, faz em pacientes recidivantes que já tentaram tela). Incisão lateral ao ânus, disseca, tira aderência e identifica músculos e pode ser difícil isso, precisa ter noção anatômica. Antibiótico, analgésico, dieta e laxantes, limpeza do local sem contaminação das fezes, lavando com antisséptico como Protex e não coloca curativo, colar protetor é necessário. • Infecção da ferida - 6% a 26% • Incontinência - fecal <10% • tenesmo - 10% a 25% • prolapso de reto • disfunção urinária. • Tempo: 6 a 12 meses (8-18%) • >1 ano (25-50%) • Experiência do cirurgião • Orquiectomia • Número de intervenções (conforme tem que fazer novamente percebe que a chance de dar errado vai aumentando). sarcomas Clínica de Pequenos Animais 44 (Fernanda Yoshikado) Neoplasias mesenquimatosas e sarcomas: • 17% dos tumores • Mais de 20 tumores e subtipos distintos • Origem não está bem esclarecida (acomete mais derme e subcutâneo) • Vírus – fibrossarcomas • Traumatismos crônicos • Implantes de material estranho → antigamente era usado materiais de baixa qualidade em cirurgias (principalmente ligas de metal) que podiam causar alterações de medula • Predisposição genética 29 Hemangiossarcoma (HSA) • Origem mesodérmica e tecido conjuntivo • Qualquer órgão parenquimatoso (muito vascularizados – fígado e baço) • 2 tipos de manifestação: o Cutâneo o Parenquimatoso → maior a chance de nódulos da pele serem hemangiossarcoma. • Denominação – célula de origem → hemangiossarcoma = vasos sanguíneos • Estadiamento fundamental o US abdômen – principalmente aqueles já diagnosticado com HSA cutâneo → procurar metástases ou outras formações (atenção especial ao fígado e baço) o RX tórax – verificar se há nodúlos/metástase de pulmão o Ecocardiograma – identifica tumores no coração o Tomografia – mais nitidez na visualização e a invasão em outros órgãos. • Usualmente pacientes apresentam hemoperitôneo → causado pelo rompimento do fígado ou do baço por conta do aumento de volume → células neoplásicas espalhadas no abdômen → células se aderem a outros tecidos → morte súbita (prognóstico pior) • Ruptura de baço e de fígado é muito comum • Pastores alemães (predisposição racial), Golden e Bernese mais susceptíveis o Pastores tem menor sobrevida pós cirúrgica Os 2 principais alvos de metástase de hemangiossarcomas são tórax (coração) e cérebro (causa sinais neurológicos) o Pode ter formação de líquido no pericárdio (hidropericárdio/hemopericárdio) → deve-se realizar pericardectomia, junto com o tratamento com corticoides, diuréticos e ECG • Quimioterapia atua como adjuvante (doxorrubicina/ciclofosfamida) o Sobrevida sem quimioterapia: 4 meses o Sobrevida com quimioterapia: 6 a 8 meses • Doxorrubicina – cardiotóxico? Pode causar fibrose de miocárdio. Máximo de 35mg/m2 a cada 21 ou 28 dias (avaliar viabilidade do paciente) • Ciclofosfamida – tem diferença de sobrevida muito pequena e deve ser associado à doxo Clínica de Pequenos Animais 45 (Fernanda Yoshikado) É feito apenas quando o paciente tem o tipo parenquimatoso e o fígado ou o baço tem perigo de romper por conta do aumento de volume exacerbado, portanto é preciso avaliar a necessidade. Quando é preciso, deve ser feito a hepatectomia ou esplenectomia por laparotomia exploratória. HSA na presença de hemoperitôneo + anemia (transfusão) Em 71 cães avaliados, 76% tinham tumores malignos, e desses cães, 92,6% eram HSA esplênicos. Conclusão – presença de hemoperitôneo está fortemente associado ao diagnóstico de HSA esplênico em cãesElevada incidência para metástases • Disseminação hematógena • Transplantação trans-abdominal Sítios de metástases • Mais frequentes: fígado, omento, mesentério, pulmões e cérebro • Menos frequentes: rins, miocárdio, peritônio, diafragma, linfonodos, glândulas adrenais, ossos, intestinos. Clínica de Pequenos Animais 46 (Fernanda Yoshikado) 30 Osteossarcoma (OSA) Ocorrência em cães • Tumor ósseo mais comum em cães (85 a 98%) • 5 a 6% de todas as neoplasias • Nos EUA são 10000 casos novos por ano • Distribuição bimodal → animais de meia idade à idosos e aqueles com menos de 2 anos de idade • Raças grandes e gigantes são mais predispostos o 30% cães com mais de 40kg o 5% cães com mais 15 kg o 50% OSA axial • Dogue alemão, Rottweiler, Golden, Pastor Alemão • Machos são mais acometidos que fêmeas (1,5:1) OSA apendicular • 75% é OSA apendicular • Região metafisária • Membros anteriores 2x mais acometidos que membros posteriores • Rádio distal e úmero proximal/Fêmur distal e tíbia proximal • Não faz metástase do rádio e ulna para o úmero, mas pode fazer em outros ossos! 30.1.1 APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Dor • Claudicação aguda ou crônica com membro apoiado em pinça • Edema na área afetada Do mais acometido ao menos acometido • Muito raro! • Mama, SC, rins.... • Muito raro! Menos de 10% dos casos • Osso, SC, outros tecidos mandíbula maxila coluna crânio costela nasal pelve Clínica de Pequenos Animais 3 47 (Fernanda Yoshikado) O tratamento único não é indicado! Combinar modalidades de tratamento para alcançar maior tempo de sobrevida e boa qualidade de vida. Aliviar sinais clínicos e conduzir a evolução da doença. 30.5.1 MULTIMODALIDADE TERAPÊUTICA Tratamento local: • Cirurgia o Amputação – são mais indicados para controlar a dor do que para o controle da neoplasia em si → quando os tumores estão muitos grandes, já é um indicativo de micro metástases. É preciso avaliar quando é necessário amputar (além de avaliar a capacidade ortopédica do paciente – membros torácicos normalmente são mais difíceis de lidar do que membros pélvicos) → lembrando que esse tipo de neoplasia causa muita dor por ser localizada em ossos longos e atingirem sua medula → muita dor e desconforto diminuem a qualidade de vida! o Limb-sparing: Os pacientes mais adequados para membro poupadores são cães com tumores em extremidade distal do rádio ou ulna porque a função seguindo poupadores membro e artrodese do carpo é boa. Artrodese das articulações escapulo-umeral, coxofemoral, joelho, ou tarso seguindo membro poupando geralmente resulta em apenas justo função pobres. ▪ Não influencia o TMS (Tempo Médio de Sobrevida) ▪ Proprietário deve ser dedicado para cuidar do pós ▪ Boa a excelente função do membro em 80% dos casos ▪ Complicações possíveis: recorrência do tumor no local primário (76% dentro do período de 1 ano), infecções ▪ Tratamento local antes do limb sparing → perfusão isolada do membro com QT → citorredução antes do limb sparing (cisplatina, samário, RT) Candidatos 1. Confinado ao membro/lesão única 2. Menos de 50% do osso afetado 3. Ausência de fratura patológica 4. Menos de 360º de envolvimento de tecidos moles 5. Massa firme vs. Edematosa 6. Tumores de rádio distal e ulna Aloenxerto • Enxerto congelado embebido em antibiótico • Vantagem: pouco trabalho no pós-operatório, ausência de fixador externo The approach to the treatment depends on the owner’s goal. If the longest survival will be attempted, a multimodality treatment will be performed with the intent to cure the animal. Whereas if the owner just wants to allow the animal to feel better, palliative treatment will be performed. Clínica de Pequenos Animais 3 48 (Fernanda Yoshikado) • Desvantagem: 40 a 50% de infecção Prótese metálica • Complicações semelhantes ao aloenxerto • Vantagem: não precisa dispor de banco de ossos Autotransplante do osso pasteurizado • Osso com tumor é aquecido a 65ºC por 40 minutos • Vantagem: aposição anatômica excelente • Desvantagem: 15% de recorrência local, 30% infecção, 23% na falha do implante Transplante longitudinal do osso por osteogênese • Fixador Ilizarov, secção longitudinal de parte normal do rádio • 1 mm/dia • Vantagem: baixo risco de infecção • Desvantagem: grande envolvimento por parte do proprietário Transposição da ulna • Ulna distal ipsilateral como um autoenxerto • Rotação do enxerto preservando a artéria caudal e veia interóssea • Vantagem: baixo risco de infecção, maior cicatrização (vascularização • Desvantagem: complicações biomecânicas • Radioterapia o Baixas doses/fração – diariamente o Cães não candidatos à amputação e limb sparing o Estudo com 14 cães tratados com RT e QT o ILD local = 202 dias, taxa de resposta = 100% o TMS = 209 dias o Tratamento bem tolerado o Sem diferença de controle da doença local comparada à RT paliativa o Sem diferença de TMS • Radioterapia paliativa: opção para cães que não são candidatos à cirurgia o Doenças simultâneas o Estágio 3 com metástase óssea o Amputação recusada pelo proprietário o Objetivo: alívio dos sinais clínicos e melhora da qualidade de vida o Efeitos ▪ Indução de apoptose ▪ Diminuição da reabsorção óssea ▪ Redução do tamanho do tumor o Protocolos de 2, 3 ou 4 frações de RT – 6 a 10 Gy por fração o Analgesia 2 a 14 dias após a 1ª dose de RT Clínica de Pequenos Animais 3 49 (Fernanda Yoshikado) o Controle da analgesia = 75 a 90%, duração de resposta = 53 a 180 dias. Tratamento sistêmico: • Quimioterapia com carboplatina e cisplatina (SEMPRE) o Causa de morte: metástase o > 80% dos cães afetados morrem de metástase pulmonar dentro de 2 anos do diagnóstico o QT adjuvante aumenta a taxa de sobrevida ▪ TMS com cirurgia como terapia única = 134 a 175 dias ▪ TMS com cirurgia + QT = 262 a 413 dias o QTS mais comumente utilizados: carboplatina/cisplatina e doxorrubicina como agentes únicos, combinados ou alternados o Tempo médio de sobrevida de 1 ano = 29,5 a 50,5% (doxo a cada 2 semanas) o Tempo médio de sobrevida de 2 anos = 9,7 a 28% (doxo + cisplatina → tóxico) o Outros QTs: lobaplatina 35mg/m2 IV (3ª geração), satraplatina (oral), carbo + gemcitabina o Satraplatina 35mg/m2 VO 5 dias consecutivos: ILD = 456 dias, TMS = 659 dias • Imunoterapia o Muramil tripeptídeo fosfatidelatonalamina (MTP-PE) encapsulado em lipossomo ▪ Muramil tripeptídeo = análogo sintético da parede celular de Mycobacterium ▪ Aumento de macrófagos e monócitos: aumento de citocinas pró-inflamatórias ▪ Encapsulamento em lipossomo • Aumento da captação tecidual de MTP-PE por monócitos e macrófagos • Aumento da meia-vida na circulação • Terapia em alvo o Hormônio do crescimento → produção hepática de IGF-1 → aumento da mitogênese e angiogênese, anti-apoptose o Somatostatina (OncoLAR) reduz secreção de GH o Amputação + carboplatina + OncoLAR ou placebo ▪ OncoLAR reduziu IGF-1 (43%) ▪ Supressão de IGF-1 não interferiu no ILD e TMS o Palladia: no Brasil há pouco tempo • Controle de dor óssea o Anti-inflamatórios não esteroidais, opioides, análogos do GABA o Meta pulmonar: ↑ apetite, controle da tosse e síndrome paraneoplásicas → esteroides, codeína, butorfanol, mirtazapina, etc. Farmacodinâmica: A somatostatina é um tetradecapeptídeo cíclico obtido por síntese. Sua estrutura e ação são idênticas à da somatostatina natural. Em humanos, a somatostatina é encontrada principalmente no trato gastro-intestinal, hipotálamo e nas terminações nervosas.A
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