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Resumão N2 Clínica de pequenos 3

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Clínica de Pequenos Animais 3 
 
1 
(Fernanda Yoshikado) 
 
sistema reprodutor feminino 
• afecções cirúrgicas: piometra 
• técnica cirúrgica: laparotomia, OSH/OHE 
1 Laparotomia ou celiotomia 
Onde: primeira incisão deve começar na linha media ventral (ou linha alba), paracostal (ao lado da 
costela) ou pelo flanco 
 
• Linha média ventral 
o Pré-umbilical (xifoide → umbigo): fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, estômago, 
duodeno, jejuno, rim, diafragma 
o Retro umbilical: bexiga, uretra, ovário, íleo, 
intestino grosso, jejuno, ureteres, rim, baço 
o Pré-retro-umbilical: somente laparotomia 
exploratória 
• Paracostal (2cm caudal à última costela) 
o Direita: diafragma, lobos hepáticos, rim e 
vesícula biliar 
o Esquerda: diafragma, rim, fígado e vesícula 
biliar 
• Flanco: rim, glândula adrenal 
Indicação: neoplasia de órgãos abdominais, corpo estranho, ruptura diafragmática, colecistectomia, 
biópsia, abordagem às vísceras abdominais 
 
 
1. Diérese 
a. Pele 
b. Subcutâneo → divulsionar até chegar à linha alba 
c. Músculo 
d. Incisão da linha alba → exposição da musculatura com a pinça Allis 
2. Síntese 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
2 
(Fernanda Yoshikado) 
 
a. Músculo → fio de nylon (não absorvível) → 
ponto Sultan, simples contínuo ou simples 
interrompido (bordas tem que ficar paralelas) 
→ somente fáscia e músculo (peritônio não 
é suturado!) para a sustentação da sutura 
b. Subcutâneo → fio absorvível (de preferência) 
→ ponto simples interrompido, simples 
contínuo ou Cushing (envaginação → jogar 
as bordas para dentro) 
c. Pele → fio não absorvível ou absorvível, 
depende da região → ponto simples 
interrompido, Sultan, Wolf, Colchoeiro 
(cuidado para não everter!!) 
Retirar os pontos da pele em 10~15 dias 
 
2 Ovário-salpingo-
histerectomia (OSH/OHE) 
 
• Ovário direito → levemente 
mais cranial em gatas e cadelas 
• Ovários possuem ligamentos 
• Cadelas possuem os cornos 
envoltos em gordura, gatas não 
tem tanta gordura 
• Ligamento pode ser 
seccionado, mas o pedículo e o 
ovário não! 
Laparotomia pela linha 
média ventral 
(abertura em 3 planos) 
- Preparo: jejum, MPA, 
tricotomia 
- Antissepsia 
- Colocação dos panos de 
campo (1) 
- Incisão de pele com bisturi 
- Divulsão do SC com 
tesoura 
- Colocação dos panos de 
campo (2) 
- Tração do músculo reto 
do abdomen 
- Inicsão da linha alba com 
bisturi 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
3 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
 
1) 1ª pinça → porção distal da veia e artéria 
ovariana 
2) 2ª pinça → logo em seguida da 1ª pinça (na 
porção mais proximal) 
3) 3ª pinça → mais proximal com certa distância 
da 2ª pinça 
4) Secção entre a 2ª e a 3ª pinça 
5) 1ª ligadura → sobre a primeira pinça 
6) Tirar a 1ª pinça após dar o nó de cirurgião da 1ª 
ligadura → finalizar ligadura 
7) 2ª ligadura → sobre a segunda pinça 
8) Tirar a 2ª pinça após o nó de cirurgião da 2ª 
ligadura → finalizar ligadura 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
4 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
• Esterilização 
• Infecção 
• Neoplasias 
• Prevenção de algumas 
patologias (diminui as chances 
de neo mamária e elimina as 
de piometra) 
• Estabilizar doenças sistêmicas 
 
• Definição: infecção no útero 
• Fisiopatologia: durante o estro, a cérvix se abre e há entrada de microrganismos. A cadela 
sai do estro, a cérvix se fecha e se torna um ambiente favorável para a multiplicação dos 
microrganismos. A inflamação causa reações no rim (↑ureia e ↑ creatinina); as toxinas 
dos microrganismos vão inibir a produção de ADH e consequentemente a desidratação, 
lesionando mais ainda o rim. 
• Sinais e sintomas: ↑ de volume do abdômen, toxemia (mucosas hiperêmicas, febre, apatia...), 
PU/PD, anorexia, dor, vômito (azotemia pré-renal). 
o Com secreção vaginal: aberta 
o Sem secreção vaginal: fechada 
• Diagnóstico: exame físico, ultrassom (presença de conteúdo de alta celularidade em região 
de útero – muco, hemo, piometra?), hemograma (leucocitose com desvio a esquerda), 
perfil renal, último cio 
• Tratamento suporte: fluidoterapia, antibiótico de amplo espectro, analgésico, antipirético, 
cultura e antibiograma (98% dos casos de piometra são causados por E. coli, mas é 
E SE PERDER O PEDÍCULO? 
• Direito: duodeno → lateralizar para a esquerda 
• Esquerdo: cólon descendente → lateralizar para 
a direita 
E SE PERDER O COTO? 
Tracionar a bexiga e everter 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
5 
(Fernanda Yoshikado) 
 
interessante fazer a cultura e antibiograma para documentar se o ATB em uso é adequado 
ao tratamento) 
• Tratamento cirúrgico: não precisa esperar o perfil renal! Emergencial, fazer a cirurgia no 
mesmo dia se o paciente estiver estável. 
o Fechada: laparotomia com técnica das 3 pinças (OSH) com incisão em região 
retro-umbilical 
o Aberta: lavagem 
• Pós cirúrgico: 
o Pelo menos 24 horas de fluidoterapia → pode variar de acordo com o perfil renal 
do paciente 
o Antibiótico: enrofloxacina, amoxicilina, cefalexina (amplo espectro) 
o AIE: 1 dose → apenas quando o perfil renal do paciente estiver bom 
o Analgésico: tramal/dipirona 
o Protetor gástrico: sucralfato, omeprazol 
o Roupa e colar 
o Retorno em 72h 
• Complicações pós-osh 
o hemorragia 
o ligadura de ureter e vasos renais 
o granuloma e fístura por fio de sutura 
o deiscência de sutura 
o eventração 
o evisceração 
 
• US: resquício ovariano + coto ovariano espessado e com conteúdo 
• Tratamento: laparotomia exploratória → procurar o coto! 
• Pós-operatório com os mesmos cuidados 
 
 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
6 
(Fernanda Yoshikado) 
 
3 neoplasias mamárias 
Características do câncer (neoplasia maligna): 
• Prolifera-se descontroladamente 
• Produz fatores angiogenicos – estimula o crescimento de vasos 
• Perde diferenciação celular – pode ser 
muito diferenciada ou pouco diferenciada 
• Invade tecidos vizinhos 
• Produz metástases via hematógena ou 
linfática 
• Metástase mamária geralmente é 
primária de linfonodo e secundária de 
pulmão – pode ser positivo para 
linfonodo e negativo para pulmão 
 
Cadelas geralmente tem 5 pares de 
mamas e gatas geralmente tem 4 pares. 
 
• Sexo: Fêmeas mais comum 
• Espécie: cadelas (1ª) e gatas (3ª) 
• Idade: 
o Cadelas entre 10 e 11 anos 
o Gatas entre 10 a 14 anos 
• Localização 
o Gatas M1, M2 (8) 
o Cadelas M4, M5 (10) 
• Raças: Poodle, Cocker, Teckel, 
Siameses (qualquer raça) 
 
• Progestágenos: hiperplasia lóbulo-
alveolar e mioepitelial 
• Estrogênicos: desenvolvem 
crescimento ductal 
 
Canina 
• Receptores de estrógeno e 
progesterona 
• Gestação anterior não tem efeito 
protetor 
• Pseudociese não predispõe 
• Risco de desenvolvimento de 
neoplasia de mama em cães: 
o 0,5% se realizar OSH antes 
do 1º cio 
o 8% após o 1º cio 
o 26% após o 2º cio 
o Não há influência após o 3º 
cio (não há garantia de 
diminuição de risco) 
Felina 
• Risco de desenvolver neoplasia de 
mama em gatas: 
o 91% menor se fizer OSH 
antes de 6 meses 
o 86% menor se fizer OSH 
antes de 1 ano 
 
o > 3 cm → 6 meses de vida 
o < 2 cm → > 4 anos de vida 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
7 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
• Multifatorial 
o Hormonais 
o Diabéticos e obesidade 
o Alterações genéticas: mutação e/ou ativação de 
genes 
 
• Metástases: pulmões; linfonodos; fígado 
• Cadelas: 50% dos tumores são malignos 
• Gatas: 80 a 90% malignos 
 
• Carcinoma – neoplasia maligna de origem epitelial 
• Adeno – glândula 
Carcinoma mamário – adenocarcinoma de mama1 tipo celular: 
• Simples 
o Epitelial: tubular, túbulo-
papilífero ou sólido 
o Mioepitelial 
 
2 tipos celulares 
• Complexo – componente epitelial e 
mioepitelial sem metaplasia óssea ou 
cartilaginosa 
• Misto – componente epitelial e 
mioepitelial, além de metaplasia óssea 
ou cartilaginosa 
 
• Nódulos únicos ou múltiplos 
• Pedunculados ou sésseis 
• Ulcerados ou não 
• Crescimento rápido 
• Aderidos ou não 
• Sólidos ou císticos 
Carcinoma inflamatório – considerado mais agressivo 
• Dor 
• Edema 
• ↑ TC 
• Formação em placa 
• Edema de membro 
• Acomete mais de 1 glândula 
 
• Anamnese: “tumor de mama”, 
tempo de evolução, recidiva 
• Exame físico 
1 Tumores benignos 
• Adenoma 
• Fibroadenoma 
• Tumor misto benigno 
2 Tumores malignos 
Carcinomas 
• Carcinoma simples 
• Carcinoma complexo 
• Carcinoma anaplásico 
• Carcinoma tubular 
• Carcinoma sólido 
Sarcomas 
• Carcinossarcoma 
• Osteossarcoma 
• Lipossarcoma 
• Hemangiossarcoma 
Clínica de Pequenos Animais 3 
 
8 
(Fernanda Yoshikado) 
 
o Nódulos: número, 
localização, tamanho, 
consistência, aderido, 
ulcerado, secreção 
• Exame radiográfico de tórax 
• Ultrassonografia abdominal 
• Biópsia incisional/excisional 
• Citologia aspirativa 
Diagnóstico diferencial → hiperplasia mamária 
 
T: tumor primário 
• T1: menor que 3 cm de diâmetro 
• T2: entre 3 e 5 cm de diâmetro 
• T3: maior que 5 cm de diâmetro 
N: linfonodos regionais • N0: sem envolvimento neoplásico 
• N1: com envolvimento neoplásico 
M: metástases a distância 
• M0: ausência de metástase a 
distância 
• M1: presença de metástase a 
distância 
Estádios 
i. T1, N0, M0 
ii. T2, N0, M0 
iii. T3, N0, M0 
iv. Qualquer T, N1, M0 
v. Qualquer T, qualquer N, M1 
 
M1 e M2 
• Artérias: torácica interna, torácica lateral e 
epigástrica crianial 
• Linfonodos axilar e esternal 
M3 – podem ser tanto as artérias e linfonodos da M1 e M2 
quanto as da M4 e M5 (irrigado e drenado) 
M4 e M5 
• Artérias: epigástrica caudal 
• Linfonodos inguinal e ilíaco medial 
 
Clínica de Pequenos Animais 
9 
Fernanda Yoshikado 
 
• Excisão cirúrgica 
• Contraindicação: Metástases avançadas e carcinoma inflamatório 
• Técnicas: 
o biópsia excisional 
o mastectomia local (não tira linfonodos); 
o mastectomia regional (retira linfonodos); 
o mastectomia unilateral (retira os 2 linfonodos – inguinal e axilar superficial) e 
o mastectomia bilateral (1 ou 2 etapas) 
• Objetivo: remover toda neoplasia 
• ± OSH → castrar sempre que possível! 
• Biópsia Excisional 
o Indicações: massas pequenas (< 0,5 cm), firmes, superficiais e não fixas 
o Remover margem de tecido normal e fechar em 2 etapas 
• Mastectomia local – remoção de uma única glândula mamária 
o Indicações: lesões centralizadas, lesões > 1 cm, e massas com qualquer grau de 
fixação 
o Linfonodo de tamanho anormal ou normal é retirado para biópsia para metástases 
• Mastectomia regional – remoção de 2 ou mais glândulas mamárias e respectivos linfonodos 
o Indicações: grandes massas mamárias em glândulas adjacentes 
o Glândulas mamárias 1, 2 3 ± 4 drenam para o linfonodo axilar e cranial 
o Glândulas mamárias 3, 4, 5 ± 2 drenam para o linfonodo superficial inguinal 
• Mastectomia Unilateral – remoção de uma cadeira mamária inteira 
o Indicações: múltiplas massas mamárias de mais de 2 cm envolvendo 2 ou mais 
glândulas ipsilaterais 
o 2 incisões elípticas realizadas no final cranial para a glândula 1 e caudal para a glândula 
5 próximo à vulva 
o Dissecação dos tecidos moles para a parede abdominal com a fáscia muscular 
inclusa no tecido ressecado 
o Linfonodo inguinal superficial – localizado na gordura inguinal 
o Linfonodo axilar – localizado imediatamente ventral para o músculo grande dorsal, 
próximo a artéria torácica 
• Mastectomia bilateral (com 2 etapas) – uma mastectomia unilateral a cada 6 semanas – 
retirada dos 4 linfonodos (inguinal, axilar, esternal e ilíaco medial) 
o Indicações: glândulas mamárias acometidas múltipla e bilateralmente 
o Vantagens: fechamento facilitado por conta da pele que sobra para esticar e é um 
procedimento mais curto que a bilateral sozinha 
o Processos com 2 etapas são preferíveis para raças com menos pele para fechar 
(ex.: Greyhound e Teckel) 
o Desvantagem: 2 anestesias gerais e 2 cirurgias 
• Mastectomia bilateral de 1 etapa 
o Indicações: glândulas mamárias acometidas múltipla e bilateralmente 
o Avaliar a flexibilidade da pele antes! 
Clínica de Pequenos Animais 
10 
Fernanda Yoshikado 
 
o Dissecção similar à mastectomia unilateral, exceto que a pele triangular sobre a 
xifoide é preservada 
 
• 500 dias para tumores mamários de estágio 1 
• 420 dias para tumores mamários de estágio 2 
• 210 dias para tumores mamários de estágio 3 
• 90 dias para tumores mamários de estágio 4 
Prognóstico bom a mau. Varia conforme: 
• Tipo histológico 
• Grau de invasão: Meta+ (5 meses), Linfonodo+ (recidiva 6 meses) 
• Tamanho do tumor 
o > 5 cm (10 meses) < 5 cm (28 meses) cadelas 
o > 3 cm (14 meses) < 3 cm (22 meses) cadelas 
o > 3 cm (4 a 12 meses); 2-3 cm (15 a 24 meses); < 2 cm (+3 anos) gatas 
 
Não existe comprovação que tenha adjuvante efetivo para o protocolo quimioterápico para 
tumores mamários malignos ou metastáticos 
• Doxorubicin e ciclophosfamida ou cisplatin mostrou alguns efeitos quimioterápicos contra o 
adenocarcinomas 
• Doxorubicin tem melhor eficácia que drogas de platina, e a carboplatin e cisplatin mostram 
efeitos semelhantes in vivo e a eficácia não parece ser afetada por tipo de célula 
• 5-fluoroucil e ciclofosfamida – a combinação aumenta o tempo de vida dos cães com 
carcinomas mamários de alto risco, quando seguido de cirurgia de ressecção comparada 
à cirurgia por si só 
• Piroxicam combinada com a radioterapia é o melhor tratamento para cães com carcinoma 
mamário inflamatório 
Bisfosfonatos e radioterapia paliativa para lesões de osso metastáticas 
 
 
 
 
 
Clínica de Pequenos Animais 
11 
Fernanda Yoshikado 
 
sistema reprodutor masculino 
4 Anatomia 
 
 
5 Afecções 
dos testículos 
• Anomalias congênitas 
o Anorquidismo 
o Monorquidismo – ausência de um dos testículos 
o Criptorquidismo – não migração de um ou 
ambos os testículos até o escroto 
 
• Localização ectópica 
o Pré-escrotal 
o Inguinal 
o Abdominal 
• Defeito testicular congênito mais comum (8% a 10% em 
cães e 2% em gatos) 
• Hereditário, recessivo 
• Raças predispostas: Chihuahuas, Schnauzers miniaturas, Pomerânios, Poodles, Huskies 
Siberianos, Yorkshires – raças pequenas tem risco maior de 2,7 vezes 
O Criptorquidismo é a principal alteração 
congênita dos testículos, que não descem 
para a bolsa normalmente ao nascimento. 
Esse movimento ainda pode ocorrer até 
os 6 meses de idade. 
O testículo deve migrar para a bolsa 
escrotal após o nascimento, e no 
Criptorquidismo eles permanecem na 
cavidade ou no trajeto até a bolsa, 
podendo ser uni ou bilateral. 
Tanto o Anorquidismo e o 
Monorquidismo são raros. 
Clínica de Pequenos Animais 
12 
Fernanda Yoshikado 
 
• Temperatura corporal anormal para os testículos – os testículos submetidos à 
temperaturas corporais sofrem degeneração do epitélio germinativo e portanto, não 
produzem espermatozoides. Mas a função endócrina persiste, mantendo as características 
secundárias do macho. 
• Maior risco de neoplasias e torções – o risco de neoplasia é 13 vezes maior 
• Diagnóstico: palpação, US (após 6 meses de idade → testículo pequeno e anel com aro 
maior quando jovem) 
o Palpação:Os testículos criptorquídicos são pequenos, de consistência mais 
amolecida 
o Cuidado com cães obesos (acúmulo de gordura abdominal) 
o Não confundir com linfonodos inguinais 
o O testículo ectópico está quase sempre está caudal a bexiga 
• Tratamento: Orquiectomia bilateral 
o Extra-abdominal: incisão na região pré-escrotal 
o Intra-abdominal: laparotomia exploratória retro umbilical → dutos espermáticos 
podem ser localizados a partir da próstata e servem como referência para 
identificação do testículo. 
5.1.1 POSIÇÃO INTRA-ABDOMINAL 
• Torções → dor 
• 13,6% a mais de risco de desenvolver neoplasias: 
o 50% sertolinomas (feminilização) 
o 33% seminomas 
 
• Pouco frequente; uni ou bilateral 
• Associada epididimite 
o Refluxo proveniente da bexiga, uretra e próstata para ducto deferente 
o Via hematógena: E. coli, Staphylococcus, Streptococcus, Mycoplasma e Brucella 
canis. 
• Sinais e sintomas: dor e edema escrotal 
o Aguda: supurativa, fístulas → andar em cavalete, lambedura 
o Crônica: atrofia, irregular, firme, aumento de volume do epidídimo 
• Exames: hemograma (leucocitose → neutrófilos → bastonetes), cultura do sêmen, 
ultrassonografia 
• Tratamento: Antibioticoterapia, AINEs e orquiectomia 
 
• Benignos ou malignos 
o Células germinativas ou Seminomas 
o Células intersticiais ou Leydigomas mais frequentes 
o Células de Seroli ou Sertolinomas 
Clínica de Pequenos Animais 
13 
Fernanda Yoshikado 
 
• Predisposição: idosos; criptorquídicos; hérnia inguinal (risco 4x maior) 
• Sinais clínicos (gerais): aumento de volume e dor 
• Tratamento: 
o Orquiectomia 
o Quimioterapia 
5.3.1 SERTOLINOMAS/TCS 
• Hiperestrogenismo: em 50 a 70% dos cães – esse sinal tende a regredir com a retirada 
do tumor, a persistência do sinal clínico sugere mestástase. 
• Metástase – 10 a 20% mais comum que em outras neoplasias testiculares 
• Sinais clínicos: alopecia simétrica bilateral, pele adelgaçada com pigmentação, ginecomastia, 
atrofia peniana e hiperestrogenismo 
• Acomete testículos intra ou extra-escrotais 
• Geralmente são unilaterais 
• Tratamento: orquiectomia e quimioterapia 
5.3.2 SEMINOMAS 
• Pode acometer testículos normais ou 
ectópicos 
• Comportamento benigno, grandes 
massas 
• Quando funcional pode produzir 
andrógenos 
• Pode ser uni ou bilateral 
• Raramente causam alopecia e 
feminização 
• Metástases são raras 
• Pode estar associados a outras 
neoplasias testiculares 
• Tratamento: orquiectomia e 
quimioterapia 
5.3.3 LEYDIGOMAS/TCI 
• Geralmente acomete testículos em bolsa 
escrotal 
• Maioria é benigno 
• Pode estar associado a HPB (Hiperplasia Prostática Benigna), hérnias perineais e adenomas 
perianais 
• Atrofia do testículo contralateral 
• Tratamento: orquiectomia 
Além desses sinais clínicos dermatológicos, o 
hiperestrogenismo pode ter consequências 
hematológicas irreversíveis como hipoplasia de medula 
óssea, gerando pancitopenia. A mielotoxicidade por 
estrógeno ocorre em 15% dos cães com sertolioma 
que apresentam síndrome de feminilização 
(FERRARIAS et al., 2009). Os estrogênios interferem na 
diferenciação das células estaminais hematopoiéticas, 
alteram a utilização do ferro pelos precursores dos 
eritrócitos, e possivelmente inibem a produção do 
fator estimulante dos eritrócitos em circulação. 
Inicialmente a intoxicação da medula óssea por 
estrogênios induz um aumento da granulocitopoiese e 
a redução dos megacariócitos e dos elementos 
eritróides, o que leva inicialmente à neutrófilia com 
desvio à esquerda, trombocitopenia e anemia 
(BOSSCHERE & DEPREST, 2010; FONSECA, 2009). 
Clínica de Pequenos Animais 
14 
Fernanda Yoshikado 
 
 –
• Incisão: 
o Gatos: na bolsa escrotal 
o Cães: pré-escrotal aberta ou 
fechada 
• Orquiectomia aberta 
 
• Orquiectomia felinos 
 
 
Clínica de Pequenos Animais 
15 
Fernanda Yoshikado 
 
 
• Inibe fertilidade, sem interferir na libido e 
comportamento → persistem hábitos 
de perambulação, demarcação de 
território com urina e agressão, ao 
mesmo tempo que as doenças de 
origem hormonal não são reduzidas 
• Geralmente não é recomendada 
• Pós vasectomia: espermatozoides 
podem permanecer no ejaculado por 
até 3 semanas 
• Incisão sobre o cordão espermático 
entre o anel inguinal e a bolsa escrotal 
(A); incisão da túnica vaginal (B); isolar o 
duto deferente, fazer ligaduras e tirar 0,5cm do duto (C); aproximar subcutâneo e pele 
6 Alterações do prepúcio 
 
• 
• Inabilidade de expor o pênis 
através do orifício prepucial – 
abertura prepucial pequena ou 
inexistente 
• Congênita ou adquirida – pode 
ser uma falha no 
desenvolvimento ou adquirida por 
trauma ou estenose prepucial 
• Sinais e sintomas: distensão prepucial por urina., não 
visualização do orifício prepucial (ou diminuição do diâmetro), 
corrimento prepucial purulento ou hemorrágico, irritação 
prepucial, infecção secundária ao acúmulo de urina. (a forma 
congênita pode permanecer indetectável por meses) 
• Tratamento: reconstrução do orifício prepucial 
(balonoplastia) 
 
• Inabilidade de retrair o pênis para o interior do prepúcio 
Clínica de Pequenos Animais 
16 
Fernanda Yoshikado 
 
• Causas: hiperatividade sexual (cópula), discopatias, constrição do orifício prepucial (tecido 
cicatricial ou anel de pelos), lambedura constate, trauma e neoplasias → leva a inflamação 
por trauma e alteração circulatória, resultantdo em edema e isquemia que podem progredir 
para trombose do corpo esponjoso e necrose. Ou se cronicamente exposto pode ter a 
mucosa ressecada com fissuras e cornificado (o prepúcio normal deve ter 
aproximadamente 1 cm além do 16ênis 
• Sinais clínicos: pênis edemaciado, exposto, dolorido, traumatismo, hemorragia, necrose 
• Tratamento: soltar o prepúcio da base do pênis e restabelecer a circulação, para isso 
podem ser necessárias compressas geladas para reduzir o edema, ou até mesmo agentes 
hipertônicos, como o açúcar. 
6.2.1 TRAUMATISMO PENIANO 
• Tratamento: compressas geladas, lavar e tentar reposicionar o pênis 
o Cirúrgico: 
▪ Orquiectomia 
▪ Correção cirúrgica do orifício prepucial 
▪ Amputação do pênis (só em último caso – necrose) 
7 Traumatismos e neoplasias penianas 
• Traumatismos: hematoma, lacerações, fissuras, fratura do osso peniano 
• Verificar viabilidade das estruturas e integridade da uretra 
• Tratamento: sutura, amputação parcial ou subtotal do pênis, uretrostomia, orquiectomia 
• Importante: limpeza do local, colar protetor, antibióticos, analgésicos e antiinflamatórios 
 
Benignos Malignos 
• Hemangiomas 
• TVT 
• Papilomas 
• Histiocitomas 
• Melanomas 
• Mastocitomas 
• Hemangiossarcomas 
• CEC 
 
Clínica de Pequenos Animais 
17 
Fernanda Yoshikado 
 
 
Tracionar o 
osso peniano mais 
caudal possível e a 
uretra com 1 a 2 
cm maior que a 
secção do pênis. 
Encontrar o 
prepúcio 
proporcionalmente 
retirando uma 
secção mediana 
 
 
 
 
8 Afecções da próstata 
 
• Cães castrados não apresentam 
• Secreção prostática regride 
• Castração regride 
• Testosterona estimula 
• Sinais clínicos: disúria; hematúria; 
tenesmo; hérnia perineal. 
• Diagnóstico 
o Radiografia 
o Toque retal 
o Ultrassonografia – HPB, 
cistos, abscessos, neoplasias 
e abscessos paraprostáticos 
o Biópsia aspirativa guiada por 
ultrassom 
• Tratamento: Orquiectomia – 
regressão de 2 a 3 semanas 
TUMOR VENÉREO TRANSMISSIVEL (TVT) 
✓ Tumor de células redondas de 
ocorrência natural e contagiosa que 
acomete principalmente a genitália 
externa de animais da espécie canina 
✓ Primeiro tumor descrito como 
transmissível✓ Sinônimos: Tumor de Sticker, 
Sarcoma Venéreo Transmissível (em 
desuso) 
✓ Deposição de células tumorais 
íntegras na superfície de um tecido 
injuriado, através da barreira de 
histocompatibilidade 
 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
• Acúmulo de material purulento dentro 
do parênquima prostático ou extra 
parenquimatosos 
• Acomete machos idosos não castrados 
com HPB ou cistos prostáticos 
• Fatores predisponentes: prostatites, 
orquites, infecção urinária, hematógena 
(E. coli, Staphylococcus, Streptococcus, 
Brucella canis, Proteus) 
• Sinais e sintomas: dor abdominal, disúria, 
iscúria, disquezia, hipertermia, depressão, êmese, corrimento uretral 
• Tratamento: drenos múltiplos ou omentalização (colocação de um omentum dentro da 
cavidade que melhora sua drenagem) 
 
• Diagnóstico: Radiografia e ultrassonografia (citologia aspirativa) 
• Exames laboratoriais: hemograma e bioquímico sem alterações; análise do fluido prostático 
com presença de células epiteliais, raros leucócitos e bactérias 
• Tratamento 
o Cistos pequenos: orquiectomia 
o Cistos grandes: omentalização ou marsupialização 
 
• Pouco frequentes, acomete animais idosos, 
castrados ou não. 
• Tipos: carcinomas indiferenciados ou 
adenocarcinomas, sarcomas ou 
hemangiossarcomas 
• Altamente invasivos e com grande 
potencial metastático 
• Tratamento: prostatectomia e 
quimioterapia 
• Prognóstico: reservado a ruim 
 
 
 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
sistema urinário 
9 Anatomia 
➢ O ligamento redondo 
pode ser seccionado, mas o 
ligamento lateral não pode 
seccionar (caudal à região 
bexiga-uretra) 
➢ Aorta → parênquima 
renal → artéria interlobar → 
ramificação em raio de bicicleta 
A bexiga vazia possui baixa 
pressão vesical e alta pressão uretral para armazenar a 
urina. Quando chega ao seu volume máximo suportado, 
a pressão vesical chega ao seu limite e a pressão uretral 
diminui e esvazia. A constante pressão alta da vesícula 
pode levar o animal a ter incontinência urinária. 
 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
10 Urolitíase 
➢ Em cães, 0,4 a 2% das consultas no total 
➢ Raças mais acometidas: Yorkshire, 
Chihuahua, Teckel, Dálmata, Schnauzer 
o O dálmata possui tendência a ter 
cálculos de urato por conta da 
deficiência racial na produção de 
uréase, que impede a 
metabolização da ureia e 
consequentemente da 
dissolução dos cálculos de urato 
➢ Obstrução é muito mais comum em 
machos 
➢ Trato urinário elimina resíduos na forma 
líquida 
➢ Urólitos: concreções policristalinas em 
urina supersaturada 
➢ Fatores que propiciam a formação: 
o Elevados níveis de cálcio, oxalato 
e ácido úrico 
o Metabolismo anormal 
o Baixa ingestão de líquidos – 
corrigir com dieta líquida, + 
atividades físicas (incentiva o 
consumo de água), melhorar a 
oferta d’água, frutas (melão, 
melancia), etc. 
o Anormalidades anatômicas – na 
fase fetal o conteúdo urinário é 
eliminado pelo úraco (tecido 
fibroso). Ao nascer, o úraco deve 
se fechar, mas quando não 
fecha, forma o divertículo de 
úraco, que por ser um tecido 
fibroso, não reduz a não ser 
cirurgicamente. 
o Presença de infecção – urólitos 
de estruvita 
o Corpos estranhos – 
majoritariamente restos de fio de 
sutura 
 
I. Núcleo – o que origina a formação 
II. Pedra ou cálculo – o que vai sendo 
formado (deposição do cálculo) 
III. Parede – o que recobre o cálculo 
IV. Superfície – pó que não se aderiu a 
nenhuma camada, cristal não 
agrupado 
10.1.1 CLASSIFICAÇÃO 
• Localização: 
o Nefrólito – rim 
o Ureterólito – ureter 
o Urocistólito – bexiga 
o Uretrólito – uretra 
• Formato: 
o Liso 
o Facetado 
o Piramidal 
o Laminado 
o Ramificados 
• Composição mineral das camadas: 
o SIMPLES: > 70% da sua 
estrutura composta apenas de 
um tipo de material 
o MISTOS: praticamente uma 
camada identificável, com mais 
de um componente e nenhum 
ultrapassa 70% 
o COMPOSTOS: presença de 
camadas justapostas de 
composições diferentes, com 
pelo menos 70% de um mesmo 
mineral numa camada, e de 
outro mineral em outra camada 
• Prevalência e tipos (do mais comum ao 
menos comum): 
1º Estruvita 
2º Oxalato de cálcio 
3º Ácido úrico e urato de amônio – 
shunt portossistêmico 
4º Cistina 
5º Fosfato de cálcio 
6º Sílica 
7º Mistos 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
➢ Polaquiúria, disúria, estrangúria 
➢ Tenesmo? Às vezes o animal pode 
fazer mímica de defecação mas na 
verdade está tentando urinar 
➢ Incontinência urinária ocasional – 
causada pela inflamação da mucosa 
vesical que o urólitos causam. 
 
 
 
➢ Sinais clínicos 
➢ Exame de urina (urinálise, cultura e 
antibiograma) – cistocentese sempre 
que possível 
➢ Radiografias – nem todo cálculo é 
radiopaco, então não pode ser usado 
para fechar diagnóstico, mas pode 
ser útil para contar o número de 
cálculos. 
➢ Ultrassonografia – localizar e ver 
outras complicações (dilatação de 
pelve renal, hidronefrose) 
11 Rins 
Problemas mais frequentes 
➢ Cálculos renais 
➢ Obstruções → hidronefrose 
➢ Neoplasias – não é comum, mas é o 
2º mais acometido do sistema urinário 
➢ Parasitas – Dioctophyme renale, 
parasita que se alimenta do 
parênquima renal. Comum em cães 
que tem acesso a rios e lagos (água 
doce). Raramente tem ciclo errático 
(parasita fica livre na cavidade 
abdominal) 
Técnicas aplicadas: 
✓ Nefrotomia 
✓ Nefrorrafias 
✓ Nefrectomia 
✓ Nefrostomia 
 
Extração de cálculos no rim 
➢ Só pode retirar os cálculos que estiverem 
na pelve! 
➢ Desvantagens: 
o Lesão de parênquima renal causa 
perda de função temporária 
(aproximadamente 15 dias) 
o Hemorragia (órgão altamente 
vascularizado ↑vol. sangue/min 
→ precisa ser feito hemostasia 
temporária (máximo de 15 
minutos!) 
o Animal precisa ficar internado e 
receber pelo menos 48 horas de 
fluidoterapia 
➢ Incisão na face lateral (borda) do rim 
➢ Fio absorvível 
➢ Sutura em simples contínuo na cápsula e 
pegar o mínimo possível de parênquima 
➢ Fazer aproximação em “U” 
 
Retirada do rim 
➢ Fazer ligadura em: artéria e veia real, 
e ureter → a altura da ligadura do 
ureter vai variar, por exemplo, se 
houver neoplasia, deve retirar até a 
base. 
➢ Ligadura da artéria – técnica das 3 
pinças 
➢ Indicação: neoplasia, Dioctophyme 
renale, hidronefrose 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
 
Incisão da pelve para a retirada de cálculos 
➢ Vantagens: 
o Pelve é avascular – não tem 
hemorragias 
o Não lesa parênquima 
➢ Indicações: só quando a pelve renal e 
seu terço proximal estiver dilatada e o 
cálculo deve estar obrigatoriamente 
em uma dessas regiões (ou entre) 
12 Ureteres 
Problemas mais frequentes 
➢ Cálculos ureterais 
➢ Traumas – o ureter fica localizado no 
retroperitônio, protegido pela coluna, 
musculatura e todos os órgãos do 
peritônio 
➢ Neoplasias – são muito raras 
➢ Ectopia – relativamente comum 
Técnicas aplicadas 
➢ Ureterotomia 
➢ Ureterorrafia 
➢ Ureterectomia (associada ao rim) 
➢ Reimplantação do ureter 
 
12.1.1 TRATAMENTO CLÍNICO 
Deve ser feito apenas quando ainda não há 
obstrução 
✓ Prazosina – relaxa a musculatura lisa e 
expandem o diâmetro do ureter 
o Cão: 1mg/15 kg BID-TID, VO 
o Gato: 0,25-0,5 mg/kg SID-BID, 
VO 
✓ Manitol – diurético, ajuda a empurrar o 
cálculo 
o 0,5-1g em 15 minutos 
✓ Rowatinex – fitoterápico que lubrifica as 
vias urinárias 
o 1 ou 2 comprimidos TID 
Esses medicamentos devem ser 
administrados até expelir ou obstruir, por isso 
deve ser feitoUS para controle todos os dias 
(24h/24h) ou, se o proprietário não puder 
internar, deve ser feito a cada 48 horas. 
12.1.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO 
Deve ser feito apenas quando o cálculo já 
obstruiu a via. 
➢ Gatos: Subcutaneous Ureteral Bypass ou 
Ureteral Stenting. – deve ser a técnica de 
escolha sempre que possível. 
o Possui 3 componentes: 
▪ Cateter renal com 
bloqueio “pigtail” 
▪ Cateter vesical com 
“cuff” e fenestrado 
▪ Válvula de titânio 
o Indicações: 
▪ Reação ao “stent” 
ureteral 
▪ Intolerância ao “stent” 
ureteral 
▪ Estenose ureteral 
o Contra indicações: 
▪ Coagulopatia 
▪ Hidronefrose (<5mm) 
➢ Cães: Ureteral Stenting (duplo J) 
 
➢ Pode ser uni ou bilateral 
➢ Quando bilateral, é incontinente 100% do 
tempo; já quando é unilateral há 
momentos de urina normal 
➢ Fêmeas > machos 
➢ SC: odor forte de urina, enegrecimento 
da região vulvar e dermatite úmida 
➢ Possui 2 tipos: 
Clínica de Pequenos Animais 
(Fernanda Yoshikado) 
 
o Intramural: ureter sai do rim, 
entra na parede da bexiga e 
desemboca diretamente no 
canal vaginal ou uretra. 
o Extramural: ureter passa por fora 
da parede da bexiga, e pode 
desembocar no canal uretral ou 
vaginal. 
Tratamento: Ureteroneocistotomia
Clínica de Pequenos Animais 
24 
(Fernanada Yoshikado) 
13 Bexiga 
Afecções mais frequentes: 
➢ Anomalias de úraco – persistência do úraco: causa onfaloflebite (pois o animal urina pela 
cicatriz umbilical) 
➢ Rupturas – mais comum quando a bexiga está repleta 
o Uroperitônio ou hemoperitônio? No uroperitônio a creatinina e a ureia vai estar 
igual ao líquido livre do peritônio e não deve haver coágulos. 
➢ Cálculos vesicais – tratamento: cistotomia na região do polo cranial. Lavar durante a cirurgia 
de fora pra dentro ou de dentro pra fora, e não precisa ser soro aquecido (a não ser que 
o animal esteja hipotérmico) 
➢ Pólipos – formações benignas consequentes de cálculos 
➢ Neoplasias malignas – a mais comum é o carcinoma de células de transição 
Técnicas aplicadas 
✓ Cistotomia 
✓ Cistorrafia 
✓ Cistectomia 
✓ Cistostomia 
Sempre fazer dois planos de sutura! 
14 Uretra 
Afecções mais frequentes 
➢ Cálculos uretrais 
➢ Traumas – é muito comum acontecer na 
hora da sondagem (iatrogênico) 
➢ Estenoses – mais comum em gatos 
➢ Prolapso 
 
Em cães: tentar empurrar o cálculo para a 
bexiga e fazer cistotomia, só fazer uretrocistotomia 
se não conseguir empurrar o cálculo para a bexiga! 
1. Anestesiar o animal 
2. Esvaziar o máximo que puder da bexiga por cistocentese 
3. Tentar empurrar com auxílio de uma sonda 
Manobra: apertar a sonda para fixá-la na entrada do pênis, e com a outra mão fazer 
palpação retal para encontrar o cálculo e fazer pressão para segurá-lo. Acoplar o soro na seringa 
e na sonda para injetar alguns mL. A uretra vai distender (porque vai estar segurando o cálculo), e 
Clínica de Pequenos Animais 
25 
(Fernanada Yoshikado) 
“soltar” o cálculo para fazer pressão e o turbilhonamento do soro fazer com que o cálculo volte 
para a bexiga. 
Em gatos: usar a sonda do tipo Slippery Sam, a Tom Cat tem mais tendência de causar 
rupturas. 
1. Anestesiar o animal 
2. Esvaziar a bexiga por cistocentese 
3. Tracionar o pênis do gato caudalmente 
4. Lavar a bexiga 
5. Se não desobstruir fazer uretrostomia associado à penectomia 
14.1.1 URETROSTOMIA 
Só fazer se a manobra acima não der certo. Qual fazer? Existem 3 tipos: 
1. Perineal 
2. Escrotal – nos cães é a de eleição, pois há 3 pontos 
que a favorecem: a) uretra é mais superficial nessa 
região; b) corpo cavernoso é menor, então há 
menos sangramento; c) região em que o diâmetro 
da uretra é mais distensível. 
3. Pré-púbica 
Tirar pontos em 15 dias. 
14.1.1.1 COMPLICAÇÕES 
➢ Estenose de uretra – a excisão para o tamanho da uretrostomia deve ser 5 a 8x 
maior do que o diâmetro da uretra. 
➢ Pós cirúrgico tem muita hemorragia – para gatos, o ideal é tirar a areia da caixa e 
substituir por jornal picado e tirar o colar elizabetano 2 a 3x por dia para o gato se 
lamber 
 
Predisposição: 
➢ Machos 
➢ Filhotes 
 
 
Clínica de Pequenos Animais 
26 
(Fernanada Yoshikado) 
oftalmologia 
15 Anatomia e fisiologia do olho 
• a cavidade orbital é preenchida pelo bulbo ocular 
• A profundidade da órbita varia entre raças, sendo um 
importante detalhe quanto às alterações. Ex.: 
braquicefálicos possuem órbitas mais rasas 
 
Da mais externa para a mais interna: 
• Fibrosa 
o conjuntiva bulbar: reveste a superfície escleral → serve como barreira de defesa 
o córnea → transparente e refratora → 90% é formada por colágeno 
o esclera → mantém a forma, o tônus e o volume ocular 
• Úvea – é toda pigmentada e muito vascularizada 
o Anterior 
▪ Íris: pigmento do olho 
▪ Corpo ciliar: produz humor aquoso, fixa o cristalino 
o Posterior (coroide) – vascularização da retina 
• Nervosa 
o Retina – recebe o estímulo 
luminoso por fotorreceptores. 
Para captar a imagem, é preciso 
passar por todas as camadas 
anteriores 
o Nervo óptico – transporta a 
imagem até o córtex visual 
o Meios transparentes 
o Humor aquoso – preenche a 
câmara anterior e posterior. Seu 
fluxo é constantemente 
produzido pelo corpo ciliar e 
drenado pelo ângulo de drenagem (entre a íris e a córnea). Deve ser límpido; 
alterações pode causar variações na pressão intraocular 
o Cristalino (lente) – lente transparente e convexa que muda o foco da visão, é 
importante para refração 
o Vítreo ou humor vítreo – gelatinoso e sem fluxo 
corpo 
ciliar
humor 
aquoso
câmara 
posterior
pupila
câmara 
interior
ângulo de 
drenagem
Clínica de Pequenos Animais 
27 
(Fernanada Yoshikado) 
 
• Cones – reconhecimento de cores e imagem de melhor qualidade, mas para o estímulo 
precisam de bastante luz (↓ sensibilidade) 
• Bastonetes – não reconhece cores e sua qualidade de imagem 
é inferior, mas precisam de menos luz para ser estimulado 
 
• Visão noturna – os animais possuem um “espelho” que reflete 
a luz, aumentando seu aproveitamento, esse espelho é 
chamado de tapetum 
 
Cores 
• Cães: tons de amarelo e de azul 
• Gatos: a claridade ajuda a enxergar as cores, 
mas no escuro, não enxergam as cores e a 
visão fica mais proveitosa (muitos 
bastonetes) 
16 Refração e acomodação 
A retina capta os feixes de luz (estímulo nervoso) que vai fazer um impulso nervoso que pelo 
nervo óptico vai para o córtex visual e forma a imagem 
 
Fazem parte delas: 
• Córnea 
• Humor Aquoso 
• Lente 
• Vítreo 
17 Exame clínico do olho e procedimentos 
diagnósticos 
• Anamnese: presença de secreções no olho (aspecto, quantidade), vermelhidão, prurido, 
aumento de volume, assimetria, cegueira (alterações de comportamento) 
• Exame clínico 
o Inspeção 
▪ Avaliação da visão: 
• Claro e escuro – o animal é solto numa sala clara e depois na sala 
escura para avaliar cones e bastonetes 
Clínica de Pequenos Animais 
28 
(Fernanada Yoshikado) 
• Teste de ameaça – ameaça a encostar no olho do animal e este 
deve piscar ou puxar a cabeça 
▪ Simetria 
o Reflexo pupilar à luz 
▪ Direto e consensual – estímulo de apenas 1 dos lados e a pupila deve 
contrair dos 2 lados 
o Teste lacrimal de Schirmer – colocar uma fita de papel absorvente (padrão) na 
borda do olho. Deve ser o primeiro a ser feito para que os estímulos dos outros 
exames não alterem o resultado deste 
▪ Valores normais: cão > 15mm/min e gato .>1 7mm/min 
o Fluoresceína – se adere ao estroma da córnea quando houver lesões 
o Tonometria – mensura pressão 
▪ Colírio anestésico 
▪ Valores normais: 12 a 16 mmHg 
o Exame do olho com foco de luz e magnificação 
(iluminação direta e indireta) 
▪ Precisade instilação de midriáco – 
tropicamida 1% 
o Oftalmoscopia direta e indireta 
o Eletroretinografia – resposta elétrica da retina 
o Ultrassonografia ocular – é útil para investigar alterações retroculares, como algum 
tumor. Não precisa de sedação! 
18 Afecções das pálpebras 
• Rima palpebral – região de transição entre a 
pele externa e a conjuntiva 
• A parte mais externa da pálpebra se 
encontram os cílios (gatos não possuem) 
 
• Inversão da rima palpebral → os pelos ficam 
em contato com o olho, causando ulceras/lesões, secreção e dor 
• Raças predispostas: ChowChow, Sharpei, São Bernardo, Cocker, Labrador, 
Rottweiler, Pitbull → raças com muita prega facial ou com olho fundo e cabeça 
grande 
• Idade: varia entre meses e os primeiros anos de idade 
Clínica de Pequenos Animais 
29 
(Fernanada Yoshikado) 
• Muita recidiva, principalmente aqueles animais 
que possuem as duas características. Ex.: ChowChow e 
Sharpei 
• Pálpebra inferior lateral é costuma acontecer 
mais 
• Tratameno: cirúrgico (técnica de Hotz-Celsus) 
 
• Ao longo de toda a pálpebra inferior e superior 
tem glândulas sebáceas, as glândulas Tarsais; 
• Neoplasia mais comum em cães: adenoma de 
glândulas tarsais 
• As neoplasias costumam se espalhar na pálpebra 
(localmente) e tem baixo índice de metástase 
• Costumam ser muito vascularizadas! 
• Tratamento: preventivo/cirúrgico → deve ser tirado o quanto 
antes 
o Excisão cirúrgica (até 1/3): tirar a espessura da pálpebra 
e as glândulas Tarsais adjacentes (1 para cada lado). 
Reaproximar de maneira que fiquem perfeitamente 
encostadas (não pode ter degraus) 
o Maior que 1/3: tirar a pálpebra por inteiro 
 
Ocorre devido à frouxidão e subsequente rompimento dos ligamentos que prendem a 
glândula ao tecido periosteal adjacente, ou associado à eversão da cartilagem da terceira pálpebra. 
A glândula prolapsa, inflama e hipertrofia, ficando exposta a traumatismos e infecção secundária. 
• Raças predispostas: Beagle (mais 
afetados), Shar Pei, Bulldog inglês e 
campeiro, Lhasa Apso e Cocker 
Spaniel 
• Diagnóstico: presença de massa 
avermelhada e arredondada, exposta 
no canto medial do olho, também 
chamada de “cherry eye” ou olho de 
cereja. Dever ser feito o teste de 
Schirmer e o da fluoresceína. 
• Tratamento 
1. Desinflamar a glândula 
▪ Lubrificante a base 
de ácido hialurônico 
▪ AINE (TID): 
diclofenato, 
setrolac, nevanac 
▪ Antibiótico: Trobex 
ou Oflox 
TERCEIRA PÁLPEBRA 
A terceira pálpebra, ou membrana nictitante, é uma 
cartilagem em T coberta por conjuntiva que se encontra 
no canto medial do olho. A membrana nictitante move-
se sobre o olho devido à retração do olho e contração 
de músculos lisos. A glândula da terceira pálpebra 
encontra-se na base da cartilagem, enquanto os folículos 
linfoides estão presentes na sua superfície. A terceira 
pálpebra ainda pode apresentar uma cor escura devido 
a uma pigmentação natural. 
A função da terceira pálpebra é proteger o olho e 
espalhar uniformemente a lágrima sobre a córnea, a 
camada externa do olho. A glândula da terceira pálpebra, 
na base da cartilagem, contribui com 30 a 50% da 
produção da fase aquosa do filme lacrimal. Ainda tem 
uma função protetora ao libertar imunoglobulinas para a 
pálpebra, protegendo-a de infeções. 
 
É a fase aquosa que realiza as 
principais tarefas funcionais do 
filme lacrimal. Lubrifica a 
córnea, evitando o choque de 
atrito com as pálpebras, 
propicia a remoção de poeira 
e outras sujidades que em 
entram em contato com a 
superfície ocular, propicia a 
difusão de nutrientes e 
oxigênio à córnea, possui 
elementos do sistema imune 
inato de defesa (lisozima, 
lactoferrina, além de constituir 
uma barreira física e mecânica 
à invasão de 
microorganismos), e do 
sistema adaptativo (presença 
de imunoglobulinas A). Sua 
importância é, como se pode 
perceber, essencial à saúde 
da córnea e da conjuntiva. 
TÉCNICA DE HOTZ-
CELSUS 
Incisão em segmento 
elíptico, retira excesso de 
pele e sutura com pontos 
simples separados. 
 
Clínica de Pequenos Animais 
30 
(Fernanada Yoshikado) 
2. reposicionamento cirúrgico 
▪ Não pode ter secreção no dia da cirurgia 
▪ Técnicas de ancoramento 
▪ Técnica de bolso 
▪ Colar elisabetano por até 15 dias após a cirurgia 
 
A ceratoconjuntivite seca é definida como a inflamação da córnea e conjuntiva causada pela 
baixa produção da fase aquosa da lágrima. O comprometimento dessa camada prejudica o filme 
lacrimal como um todo. 
A deficiência da fase aquosa provoca irritação mecânica contínua das estruturas da superfície 
ocular pelo atrito direto e pela não remoção e acúmulo de sujidades. A infecção secundária é 
facilitada por esse acúmulo de detritos e pela ausência e/ou baixa eficiência dos fatores de defesa. 
A integridade da córnea é ainda mais prejudicada pela menor oferta de nutrientes e oxigênio. 
• É o distúrbio oftálmico mais comum em 
cães 
• Etiologia: 
o Primária – imunomediada 
o Infecciosa – cinomose 
o Congênita – aplasia acinar 
o Iatrogênica – sulfas atropina, 
remoção da glândula da terceira 
pálpebra 
o Glândula da terceira pálpebra não 
reduzida 
o Lesão da inervação 
o Endocrinopatias 
• Sinais clínicos: córnea opaca, congestão 
e hiperemia da conjuntiva, acúmulo de 
secreção mucosa ou mucopurulenta, 
blefaroespasmo e ulceração de córnea. 
Opacificação superficial, vascularização e 
pigmentação da córnea são 
consequências da inflamação 
• Diagnóstico 
o Sintomas 
o Teste lacrimal de Schirmer 
o Fluoresceína – normalmente indica 
úlcera no centro da córnea 
• Tratamento 
1. Substitutos da lágrima (só quando o 
Schirmer dá muito baixo): aquosos 
ou viscoelásticos → polietilenoglicol 
(Oftane), sulfato de condroitina 
(Tears), hialuronato (Hyabak), ácido 
poliacrílico (Vidsik) e outros → 
quanto mais viscoso, mais tempo fica 
na superfície 
2. Imunomediadores → aumenta a 
produção de lágrimas e é AI, sempre 
usar!! 
a. Ciclosporina A 0,2% ou 
Tacrolimus 0,03% 
3. Antibacterianos tópicos → amplo 
espectro 
Prognóstico: depende do estado do paciente. Os graves costumam ser de causa primária (crônica) 
Clínica de Pequenos Animais 
31 
(Fernanada Yoshikado) 
19 Afecções da córnea 
 
• Filme 
lacrimal 
• Epitélio 
anterior – alta 
capacidade de 
regeneração, 
evita a perda de 
líquidos e a 
entrada de agentes patogênicos → cheio de 
projeções para facilitar a absorção da lágrima 
• Membrana basal (visível em algumas espécies) – 
proporciona à córnea solidez e potência (não se regenera) 
• Estroma – o agrupamento estreitos das fibrilas de colágeno determina a elasticidade da 
córnea, e por serem mais fortes, modelam o desempenho mecânico da córnea, ajuda a 
determinar a forma do filme lacrimal e, portanto, o estado refrativo 
• Membrana de Descemet (membrana basal do endotélio) – recobre a superfície do estroma 
e é bastante elástica por ser constituída por fibras colágenas 
• Endotélio – é importante que esteja sempre em plenitude para que a córnea seja 
transparente. Quando há perda das células endoteliais, ocorrem dois mecanismos para que 
o endotélio fique íntegro: o polimegatismo, que é o aumento das células endoteliais com 
formato hexagonal e o pleomorfismo, que é o aumento de forma dessas mesmas células 
 
A úlcera de córnea ou ceratite ulcerativa é uma das 
afecções oculares mais frequentes em cães e gatos, se 
caracteriza pela solução de continuidade do epitélio da córnea 
levando à exposição do estroma subjacente. 
19.2.1 CLASSIFICAÇÃO 
• Úlcera corneal superficial → lesão do epitélio 
• Úlcera não progressiva → não contaminada 
• Úlcera progressivas (Melting) → contaminada! 
• Descemetocele → lesão que chegou a membrana de 
Descemet 
 
19.2.2 ETIOLOGIA 
Emcães: qualquer idade, sexo ou 
raça, porém, algumas raças são mais 
predispostas por apresentarem com maior 
frequência outras alterações relacionadas à 
etiologia das úlceras: 
• Braquicefálicos 
• Shar Pei 
• Chow Chow 
Úlcera superficial 
A córnea é um tecido semi-
hidratado, e sua perda de 
transparência tem dois 
motivos: 
• Hiper-hidratação 
• Desorganização das 
fibras colágenas do 
estroma 
Clínica de Pequenos Animais 
32 
(Fernanada Yoshikado) 
Em gatos: qualquer raça, mas gatos 
braquicefálicos, como o Persa, são mais 
predispostos ao desenvolvimento de entrópio. 
Nesta espécie, a infecção por Herpes Vírus 
Felino (HVF-1) é causa frequente de 
conjuntivites de gravidade variável 
Predisposições de raças aumentam a 
incidência da úlcera de córnea, mas também 
há outras causas, como: 
• Olho seco (principal causa) 
• Lesão direta 
• Afecções de cílio 
• Produtos químicos
19.2.3 SINAIS E SINTOMAS 
• Sinais de desconforto (blefaroespasmo, fotofobia, epífora) 
• Secreção de aspecto variável (purulenta na presença de 
contaminação) 
• Edema e opacidade da córnea 
• Eritema conjuntival 
• Uveíte secundária (miose, hipópio) 
• Dor → a inervação corneana é mais superficial, portando quando a 
úlcera é superficial dói mais → não deve ser usado como fator 
prognóstico 
19.2.4 DIAGNÓSTICO 
Apresentação clínica e resultado positivo para o teste da 
fluoresceína. 
Cultura e antibiograma para determinar o(s) microrganismo(s) que está presente, e escolher 
um antibiótico que seja compatível com ele(s). 
19.2.5 TRATAMENTO 
Clínico: 
• Antibiótico (tópico e/ou sistêmico) → o que deve variar é a frequência de aplicação (quanto 
mais profunda a lesão, maior deve ser sua frequência) 
o Antibiótico em úlcera não contaminada evita progressão → quinolonas de 3ª ou 
4ª geração 
o Antibiótico em úlcera contaminada deixa a lesão menos infectada 
• Acetilcisteína 10% ou EDTA 0,35%, soro autólogo → retarda a anticolagenase 
• Lubrificantes que sejam, de preferência, a base de ácido hialurônico e sem conservantes 
( HYABACK, Hilogel) 
• Analgésicos: nunca dar colírio anestésico (tóxico para epitélio corneano), só para diagnóstico 
• Colírio de atropina por período curto (2 a 3 dias) → relaxa os espasmos musculares 
• Colar protetor sempre 
Contra-indicados: corticoides e anti-inflamatórios tópicos → retardam a cicatrização 
 
Úlcera profunda com 
exposição da membrana de 
Descemet (Descemetocele) 
Clínica de Pequenos Animais 
33 
(Fernanada Yoshikado) 
Cirúrgico: só deve ser feito se comprometer 50% ou mais do tecido da córnea. 
Recobrimentos corneanos → flap da terceira pálpebra ou flap conjuntival 
pediculado 
Nesse caso o pedículo conjuntival é criado logo acima da úlcera de córnea. 
 
 
1 Flap pediculado 
Clínica de Pequenos Animais 
34 
(Fernanada Yoshikado) 
20 Catarata em pequenos animais 
A catarata é a opacificação, ou seja, a perda da transparência do cristalino. 
 
• Lente biconvexa, transparente e avascular – divide o bulbo ocular em segmento 
anterior e posterior 
• Zônulas – suspendem e fixam o cristalino em sua 
posição anatômica 
• Cápsula 
• Epitélio anterior 
• Fibras do cristalino 
 
Ampla variedade de condições para classificar as cataratas 
1. Idade de desenvolvimento 
a. Congênita 
b. Juvenil 
c. Senil – paciente já com 
esclerose nuclear 
2. Localização da opacidade 
a. Capsular 
b. Subcapsular 
c. Zonular 
d. Cortical 
e. Nuclear 
f. Axial 
g. Equatorial 
h. Nas linhas de sutura 
3. Estágio de maturação 
a. Incipiente: quando não mais que 15% da lente estão acometidos – reflexo tapetal 
e visão ainda estão presentes 
b. Imatura: a lente apresenta-se com áres de opacidade aumentada em volume – 
reflexo tapetal e visão ainda estão presentes → comprometimento significativo 
da visão → já tem indicação para tratamento cirúrgico 
c. Madura: toda lente está envolvida – reflexo tapetal e visão estão ausentes 
d. Intumescente: toda lente está envolvida – reflexo tapetal e visão estão ausentes, 
a lente encontra-se dilatada e as suturas lenticulares são frequentemente 
observadas 
e. Hipermatura: o envolvimento da lente é completo, todavia inicia-se o processo de 
dissolução e reabsorção das proteínas da lente (cristalino), que se apresenta 
diminuída de tamanho. 
i. Morganiana: subdivisão da hipermatura em que se verifica reabsorção e 
dissolução totais do córtex lenticular, com persistência do núcleo 
catarotoso entre as duas cápsulas 
4. Quanto a etiologia 
a. Catarata primária (congênita, juvenil ou senil) 
b. Catarata secundária 
i. Diabetes mellitus 
ii. Uveíte 
iii. Luxação de cristalino 
iv. Traumática 
Clínica de Pequenos Animais 
35 
(Fernanada Yoshikado) 
20.2.1 CATARATA DIABÉTICA 
• Evolução rápida 
• Tratamento cirúrgico só quando a 
glicemia estiver controlada há 3 
meses 
• Prevalência: 68 a 75% dos diabéticos 
• O sinal que o tutor percebe primeiro 
é normalmente a catarata 
20.2.2 UVEÍTE FACOLÍTICA 
Sinais: 
• Miose 
• Hipotonia 
• Fotofobia 
• Injeção vascular 
 
• Eletrorretinografia 
• Ultrassom ocular 
 
 Não há tratamento médico eficaz, mas 
pode ser feito a extração capsular. 
 As vantagens da cirurgia extra capsular do 
cristalino baseiam-se na manutenção de uma 
membrana avascular entre a câmara posterior e o 
vítreo, que impede sua protusão e diminui sua 
movimentação (endoftalmodonese), conserva 
melhor a anatomia do globo ocular e diminui a 
drenagem de substâncias do humor aquoso para o 
polo posterior. 
 
Clínica de Pequenos Animais 
36 
(Fernanada Yoshikado) 
21 Afecções de úvea 
 
O olho é formado por 3 túnicas: 
1. Fibrosa – córnea e esclera 
2. Vascular – úvea 
a. Úvea anterior – íris e corpo 
ciliar 
b. Úvea posterior – coróide 
3. Neuroectodermal 
 
Doença inflamatória que pode comprometer 
totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, 
corpo ciliar e coróide). Em alguns casos, a 
inflamação atinge também o nervo ótico e a 
retina 
21.2.1 ETIOLOGIA 
• Endógenas 
o Infecciosa (ex.: leptrospirose, 
toxoplasmose) 
▪ Bactérias: Brucella canis, Borrelia 
burgorferi (Lyme), Leptospira, 
Septcemia, Bartonela vinsoni 
▪ Fungos: Candida albicans 
▪ Outros agentes: Leishmania 
donovani, Toxoplasma gondii, 
Erlichia canis, Adenovirus, vírus 
da cinomose, Herpes vírus, Raiva 
o Imunomediada (ex.: uveíte 
facogênica) 
▪ Catarata 
▪ Trombocitopenia 
imunomediada 
▪ Traumas da lente 
▪ VKH 
o Doença sistêmica não contagiosa 
(ex.: toxemia) 
▪ Diabetes mellitus 
▪ Hiperlipemia 
o Idiopática 
• Exógenas: traumas, ceratite ulcerativa 
Causas da uveíte no cão 
• Hipertensão sistêmica 
• Coagulopatias 
• Radioterapia 
• Trauma 
• Toxemia 
• Fibrose ocular 
• Larva migrans ocular 
• Neoplasias 
 
Causas da uveíte no gato 
• FIV 
• PIF 
• FelV 
• Toxoplasma gondii 
• Histoplasma capsulatum 
• Coccioides immitis 
• Candida albicans 
• Erlichia 
• Neoplasias (linfoma) 
• Cataratas 
21.2.2 SINTOMAS 
Uveíte anterior → acomete principalmente a íris e o corpo ciliar
Clínica de Pequenos Animais 
37 
(Fernanada Yoshikado) 
• Miose → a inflamação causa 
espasmos musculares e a miose 
acusa muita dor 
• Fotofobia e blefaroespasmo 
• Dor (anorexia, apatia) 
• Epífora – lacrimejamento constante 
• Hipotonia – ↓ PIC 
• Congestão conjuntival e episcleral 
• Edema e alterações na pigmentação 
da íris 
• “flare” – disfunção na barreira dos 
vasos oculares, permitindo a 
passagem de células como proteínas, 
fibrinas e hemácias para o humor 
aquoso 
• Hipópio – pús na câmara anterior 
• Hifema – sangue na câmara anterior 
• Rubeosis iridis – vascularização da íris 
21.2.3 SEQUELAS DA UVEÍTE• Aderência de íris → estruturas 
próximas se aderem a íris por conta 
da passagem de fibrina que acontece 
após a disfunção na barreira dos 
vasos oculares 
• Glaucoma (↑ da PIC) 
• Phthisis bulbi → atrofia do olho 
(perda da função) 
21.2.4 DIAGNÓSTICO 
• Sinais clínicos 
• Exame de olho → sempre medir 
pressão ocular 
o Tonometria 
o Fluorosceína 
• Encontrar causa primária → histórico 
completo, hemograma completo, 
bioquímica sanguínea, sorologias 
21.2.5 TRATAMENTO 
 
Objetivos: 
controlar 
a 
inflamação e seus efeitos; aliviar a dor; 
identificar e tratar a causa primária 
• AIE (corticosteroides) 
o Sistêmicos: prednisona – 1 a 
2 mg/kg/dia (cães) ou 3 
mg/kg/dia (gatos) 
o Tópicos: colírios, pomadas 
→ acetato de prednisolona 
1% ou dexametasona 0,1% 
• AINE 
o Sistêmico: Carboprofeno 
(2mg/kg BID), Meloxican 
(0,05 a 0,1 mg/kg SID) 
o Tópico: Flurbiprofeno 
(Ocufen®), Diclofenaco 
(Still®), Ketorolac – 1 gota 2 
a 4 vezes/dia 
 
hérnias 
Conceito: Deslocamento de um órgão ou tecido da sua cavidade de origem para outra 
22 Classificações 
• Verdadeiras – tem seu conteúdo 
revestido por um saco herniário 
geralmente constituído por peritônio 
• Falsas – não tem seu conteúdo 
revestido por um saco herniário 
geralmente constituído por peritônio 
• Redutível – por palpação, é possível 
colocar o seu conteúdo na região 
original 
Clínica de Pequenos Animais 
38 
Fernanda Yoshikado 
• Encarcerada – aquela que não é 
redutível, tem aderência do 
conteúdo e não é possível recolocar 
o tecido no local de origem 
• Estrangulada – a encarcerada pode 
se tornar estrangulada. Apresenta 
isquemia, e até mesmo necrose. 
23 Composição da 
hérnia 
• Anel herniário – abertura da 
musculatura 
• Saco – tecido que envolve o 
conteúdo 
• Conteúdo – tecido ou órgão 
deslocado, depende da posição 
anatômica do anel herniário. Identificar 
qual é o conteúdo. 
24 Hérnia umbilical 
Anel umbilical no feto: dá passagem para 
vasos umbilicais, ducto vitelínico e haste 
alantoide. Estrutura fetal importante para o 
feto, mas após o nascimento deve involuir e 
fechar. Nos indivíduos que desenvolvem a 
hérnia umbilical, há persistência do anel na 
linha alba, um defeito na musculatura. Seu 
diâmetro é variável. 
• Congênitas – hereditárias ou 
não 
• Onfalocele – evisceração em 
que existe defeito na 
musculatura e na pele. 
• A castração é indicada 
 
• Normalmente assintomático – 
ligamento falciforme (tecido adiposo 
do ligamento dentro do saco, na 
região epigástrica) 
• Aumento de volume indolor na 
região da cicatriz umbilical 
• Formação macia 
• Pode ter sinais de obstrução 
• Normalmente é encarcerado e não 
redutível 
 
A princípio por palpação: 
• Aumento de volume indolor; ou 
• Se ocorrer obstrução – dor, 
distensão e êmese (caso grave e 
agudo) 
 
Nem sempre é indicado o tratamento 
cirúrgico, depende do tamanho do anel 
(palpação). É um anel fibroso, portanto não 
aumenta o tamanho. 
Não é indicado o tratamento cirúrgico 
quando o anel é insuficientemente grande 
para as alças atravessarem. Quando o defeito 
não é muito grande, pode-se esperar para 
corrigir juntamente a outras cirurgias. 
Cirúrgico – redutível, anel maior que 1 
cm ~ 1,5 cm 
25 Hérnia inguinal 
Canal inguinal: 
• Macho: cordão espermático 
• Fêmea: ligamento redondo 
formando uma projeção de tecido 
adiposo (processo vaginal) 
• Ramo genital do nervo, artéria e veia 
gênito femoral 
• Artéria e veia pudenda externa – por 
causa desses plexos não pode ser 
fechada por completo 
Clínica de Pequenos Animais 
39 
Fernanda Yoshikado 
 
• Externo – fenda na aponeurose do 
oblíquo abdominal externo 
• Interno – fenda na aponeurose do 
oblíquo abdominal interno 
 
• Fêmeas adultas inteiras – mais 
comum 
• Machos jovens 
• Raras em gatos 
• Adquiridas (mais comum) ou 
congênitas (menos comum) 
 
Processo multifatorial: 
• Hereditário – fragilidade da 
musculatura abdominal → Teckel 
• Hormonais – relaxamento da 
musculatura por causa do estrógeno 
→ fêmeas estro ou gestantes → 
aumento do peso por conta da 
gestação 
• Anatômica – os machos possuem 
cordão espermático que faz a 
musculatura ser mais resistente do 
que a das fêmeas 
Metabólicos – ↑ da pressão intra-abdominal 
→ obesidade, hiperadrenocorticismo (causa 
acúmulo de gordura e fragilidade abdominal) 
 
Útero, alças intestinais, bexiga, omento, 
gordura, baço (só anéis muito grandes) 
 
• Normalmente assintomática 
• Formação inguinal indolor de 
tamanho variável 
• Macio 
• Sinais de obstrução intestinais ou 
estrangulamento 
 
• Exame clínico → palpação 
• Ultrassonografia para identificar o 
conteúdo é classificar 
(encarceramentos e 
estrangulamentos) 
• Diagnóstico diferencial para neoplasia 
de mama, abcessos, 
linfoadenopatias, hematomas, etc. 
 
Sempre cirúrgico – pode aumentar e 
encarcerar 
Acesso direto → incisão em cima 
do aumento de volume 
Acesso pela linha alba – dissecar a 
mama até chegar ao anel inguinal. Em 
fêmeas é preferível para aproveitar e 
realizar OSH. Em machos o pênis atrapalha, 
então é melhor fazer o acesso direto. 
 
• Antibioticoterapia 
• Anti-inflamatório 
• Analgésico 
• Roupa cirúrgica 
26 Ruptura abdominal traumática – eventração e 
evisceração 
Clínica de Pequenos Animais 
40 
Fernanda Yoshikado 
 
• Traumas contusos – chutes, 
atropelamento (aumento de pressão 
súbita no abdômen) → locais 
predispostos: região paracostal e 
abdômen ventro-lateral caudal 
próximo da região inguinal. 
• Traumas perfurantes – sem região 
predisposta 
• Eventração – preservação da pele e 
conteúdo abdominal contido pelo 
subcutâneo (rompimento da 
musculatura) 
• Evisceração – externalização do 
conteúdo abdominal (rompimento da 
pele e da musculatura) 
• Lembrando que: podem ser 
pacientes politraumatizados, ou seja, 
diversas lesões podem estar 
associados a este trauma → 
identificar as lesões presentes e 
escolher o que priorizar 
 
• Aumento de volume abdominal 
• Assimetria do contorno abdominal 
• Choque hipovolêmico 
 
• Exame clínico → palpação 
• Radiografia – procurar lesões ósseas 
• Ultrassonografia – identificar 
conteúdo deslocado 
 
1. Estabilizar o paciente!! 
2. Eviscerações e feridas devem ser 
protegidas 
3. Eviscerações → EMERGENCIA 
4. Eventração – melhor momento para 
a intervenção cirúrgica? Animais sem 
outras lesões aparentes, é preferível 
esperar 24 horas após o trauma para 
verificar outras possíveis 
complicações. 
Acesso: 
• Linha alba nos pacientes agudos – 
laparotomia exploratória para 
avaliação do conteúdo abdominal. 
Suturar por dentro (pelo peritônio) 
• Direto nos pacientes crônicos 
(eventração antiga) → pode haver 
aderências, por isso é melhor acessar 
pelo aumento de volume para retirar 
as áreas de fibrose 
Evisceração excisional – acontece 
principalmente por erro técnico (fio 
inadequado, sutura mal feita, peritonite por 
contaminação cirúrgica) → deiscência de 
pontos 
 
• Antibiótico (pode ser preventivo) 
• Anti-inflamatório 
• Analgésico 
27 Hérnia diafragmática 
Diafragma → estrutura músculo tendínea que separa o tórax do abdômen e auxilia na 
respiração. A região mais frágil é a costal e external, é onde geralmente acontece a ruptura, mas 
pode acontecer em qualquer área. 
Clínica de Pequenos Animais 
41 
Fernanda Yoshikado 
 
Traumas contusos, politraumatizados, 
com aumento súbito da pressão intra-
abdominal O momento de maior 
susceptibilidade é quandoa glote está aberta 
(inspiração). 
Nos politraumatizados, o caso é muito 
mais agudo e grave → conteúdo abdominal 
(baço, intestino, estômago) vai para o tórax e 
dificulta a expansão do pulmão 
 
 
• Hipoventilação e hipóxia: pulmão 
não expande, e tem dor pra 
respirar, aumenta FR e movimentos 
curtos. (taquipnéia compensatória). 
• Pode ocorrer hemorragias, 
diminuindo volume circulante. 
• CHOQUE é o resultado/ falência 
múltipla dos órgãos 
• Fígado – efusão pleural, ascite 
• Estômago – timpanismo, pode sofrer 
torção nesse processo, fechando 
piloro e cardia, o gás não tem para 
onde sair, dilatando dentro do tórax. 
EMERGÊNCIA 
 
• Auscultação: silêncio em região de 
fígado e baço; burbúrios em tórax; 
abafamento dos sons cardíacos e 
respiratórios 
• Posição ortopneica 
• US – perda da 
caracterização/definição do 
diafragma 
• RX – presença de estruturas 
abdominais em tórax 
 
1. Estabilizar o paciente para operar – 
tentar evitar o choque 
descompensatório. Oxigênio, 
transfusão? 
2. Melhor momento para procedimento 
cirúrgico: dentro de 24 horas do 
trauma desde que esteja estabilizado 
Acesso: 
• Celiotomia pré-retro-umbilical 
(próximo à xifoide) – melhor para ver 
a cúpula toda. Reposicionar 
estruturas, suturar o diafragma e 
drenar o ar do tórax (fazer pressão 
positiva) 
o Pulmão hepatizado – 
pressão positiva no pulmão 
faz com que o órgão fique 
com aspecto parecido com 
o do fígado. Se a pressão 
continuar ruim após a 
punção de ar, pode ser feito 
compressão 
pulmonar
hipoventilação hipóxia dor
➢ A hérnia diafragmática pode 
ficar crônica, principalmente 
em gatos → conseguem 
compensar 
➢ Tem prognóstico reservado 
➢ Quando crônica, existem mais 
riscos. Pensar no 
“custo/benefício” da cirurgia. 
➢ Se o animal estiver 
compensado, vale a pena 
operar? (casos crônicos de 
anos) 
 
Clínica de Pequenos Animais 
42 
Fernanda Yoshikado 
uma toracocentese no pós-
cirúrgico imediato. Se houver 
risco (por 
o causa de efusão pleural), pode ser feito uma toracostomia → deixar dreno “fixo” 
• Toracotomia intercostal – restrição por conta das costelas, limitando o acesso ao tórax. 
28 Hérnia perineal
Diafragma pélvico – musculatura que sugura o conteúdo pélvico, ou seja a sua falência, 
insuficiência por atrofia o conteúdo pélvico pode se tornar evidente (cães com rabo 
cortado/caudectomisados são sempre priores). Pode ser uni ou bilateral. 
Músculos atrofiados 
• Obturador interno 
• Coccídeo 
• Elevador do ânus 
• Externo do esfíncter 
 
1. Espécie: cão mais acometido 
2. Idade: idosos (> 7 anos) 
3. Sexo: machos 
4. Caudectomizados 
 
• Fragilidade no diafragma pélvico: atrofia muscular ou hormonal 
• Envolvimento prostático com HPB e tenesmo (↑ pressão da cavidade pélvica) 
• Estresse da musculatura perineal: colite, obstrução de uretra´ 
 
• Saculação ou flexura retal 
• Próstata, cistos prostáticos 
• Tecido conjuntivo ou adiposo retroperitoneal 
• Bexiga, jejuno ou cólon 
• Saco herniário – camada final de fáscia perineal bem fininha 
 
• Clínica dependente do órgão deslocado 
• Aumento de volume na região, uni ou bilateral 
• Grande maioria do deslocamento do reto- prolapso 
• Constipação, tenesmo, disquesia 
• Estrangúria 
• Incontinência urinária ou iscúria (dor e compressão), azotemia, uremia 
Clínica de Pequenos Animais 
 
43 
(Fernanda Yoshikado) 
• AGUDO E GRAVE 
 
• Clínico – fazer palpação 
• US – identificar conteúdo 
• RX 
 
Médico e conservativo (durante um tempo): 
• Conteúdo reto: dieta, laxante 
• Conteúdo bexiga: passa uma sonda, a uretra pode ter torcido, faz cistocentese, faz fluido 
pra evitar azotemia/uremia. 
28.6.1 CIRURGIA 
Preparo: evitar contaminação por fezes, enema 24 horas antes, restrição alimentar de sólidos, 
alimentação líquida até jejum operatório. 
Limpeza do reto e sutura em bolsa de fumo do ânus temporária durante a cirurgia. 
• Orquiectomia. 
• Herniorrafia. 
• Colopexia ou cistopexia por láparo (é uma questão de protocolo terapêutico, faz em 
pacientes recidivantes que já tentaram tela). 
Incisão lateral ao ânus, disseca, tira aderência e identifica músculos e pode ser difícil isso, precisa ter 
noção anatômica. 
 
Antibiótico, analgésico, dieta e laxantes, limpeza do local sem contaminação das fezes, lavando 
com antisséptico como Protex e não coloca curativo, colar protetor é necessário. 
 
• Infecção da ferida - 6% a 26% 
• Incontinência - fecal <10% 
• tenesmo - 10% a 25% 
• prolapso de reto 
• disfunção urinária. 
 
• Tempo: 6 a 12 meses (8-18%) 
• >1 ano (25-50%) 
• Experiência do cirurgião 
• Orquiectomia 
• Número de intervenções (conforme 
tem que fazer novamente percebe 
que a chance de dar errado vai 
aumentando). 
sarcomas 
Clínica de Pequenos Animais 
 
44 
(Fernanda Yoshikado) 
Neoplasias mesenquimatosas e sarcomas: 
• 17% dos tumores 
• Mais de 20 tumores e subtipos distintos 
• Origem não está bem esclarecida (acomete mais derme e subcutâneo) 
• Vírus – fibrossarcomas 
• Traumatismos crônicos 
• Implantes de material estranho → antigamente era usado materiais de baixa qualidade em 
cirurgias (principalmente ligas de metal) que podiam causar alterações de medula 
• Predisposição genética 
29 Hemangiossarcoma (HSA) 
• Origem mesodérmica e tecido conjuntivo 
• Qualquer órgão parenquimatoso (muito vascularizados – fígado e baço) 
• 2 tipos de manifestação: 
o Cutâneo 
o Parenquimatoso → maior a chance de nódulos da pele serem hemangiossarcoma. 
• Denominação – célula de origem → hemangiossarcoma = vasos sanguíneos 
• Estadiamento fundamental 
o US abdômen – principalmente aqueles já diagnosticado com HSA cutâneo → 
procurar metástases ou outras formações (atenção especial ao fígado e baço) 
o RX tórax – verificar se há nodúlos/metástase de pulmão 
o Ecocardiograma – identifica tumores no coração 
o Tomografia – mais nitidez na visualização e a invasão em outros órgãos. 
• Usualmente pacientes apresentam hemoperitôneo → causado pelo rompimento do fígado 
ou do baço por conta do aumento de volume → células neoplásicas espalhadas no 
abdômen → células se aderem a outros tecidos → morte súbita (prognóstico pior) 
• Ruptura de baço e de fígado é muito comum 
• Pastores alemães (predisposição racial), Golden e Bernese mais susceptíveis 
o Pastores tem menor sobrevida pós cirúrgica 
 Os 2 principais alvos de metástase de hemangiossarcomas são tórax (coração) e cérebro 
(causa sinais neurológicos) 
o Pode ter formação de líquido no pericárdio (hidropericárdio/hemopericárdio) → 
deve-se realizar pericardectomia, junto com o tratamento com corticoides, 
diuréticos e ECG 
• Quimioterapia atua como adjuvante (doxorrubicina/ciclofosfamida) 
o Sobrevida sem quimioterapia: 4 meses 
o Sobrevida com quimioterapia: 6 a 8 meses 
• Doxorrubicina – cardiotóxico? Pode causar fibrose de miocárdio. Máximo de 35mg/m2 a 
cada 21 ou 28 dias (avaliar viabilidade do paciente) 
• Ciclofosfamida – tem diferença de sobrevida muito pequena e deve ser associado à doxo 
Clínica de Pequenos Animais 
 
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(Fernanda Yoshikado) 
 
É feito apenas quando o paciente tem o tipo parenquimatoso e o fígado ou o baço tem 
perigo de romper por conta do aumento de volume exacerbado, portanto é preciso avaliar a 
necessidade. Quando é preciso, deve ser feito a hepatectomia ou esplenectomia por laparotomia 
exploratória. 
 
HSA na presença de hemoperitôneo + anemia (transfusão) 
 Em 71 cães avaliados, 76% tinham tumores malignos, e desses cães, 92,6% eram HSA 
esplênicos. 
Conclusão – presença de hemoperitôneo está fortemente associado ao diagnóstico de HSA 
esplênico em cãesElevada incidência para metástases 
• Disseminação hematógena 
• Transplantação trans-abdominal 
Sítios de metástases 
• Mais frequentes: fígado, omento, mesentério, pulmões e cérebro 
• Menos frequentes: rins, miocárdio, peritônio, diafragma, linfonodos, glândulas adrenais, ossos, 
intestinos. 
 
Clínica de Pequenos Animais 
 
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(Fernanda Yoshikado) 
30 Osteossarcoma (OSA) 
Ocorrência em cães 
• Tumor ósseo mais comum em cães (85 a 98%) 
• 5 a 6% de todas as neoplasias 
• Nos EUA são 10000 casos novos por ano 
• Distribuição bimodal → animais de meia idade à idosos e aqueles com menos de 2 anos 
de idade 
• Raças grandes e gigantes são mais predispostos 
o 30% cães com mais de 40kg 
o 5% cães com mais 15 kg 
o 50% OSA axial 
• Dogue alemão, Rottweiler, Golden, Pastor Alemão 
• Machos são mais acometidos que fêmeas (1,5:1) OSA apendicular 
 
• 75% é OSA apendicular 
• Região metafisária 
• Membros anteriores 2x mais acometidos que membros posteriores 
• Rádio distal e úmero proximal/Fêmur distal e tíbia proximal 
• Não faz metástase do rádio e ulna 
para o úmero, mas pode fazer 
em outros ossos! 
30.1.1 APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
• Dor 
• Claudicação aguda ou crônica 
com membro apoiado em pinça 
• Edema na área afetada 
 
Do mais acometido ao menos acometido 
 
 
• Muito raro! 
• Mama, SC, rins.... 
 
• Muito raro! Menos de 10% dos casos 
• Osso, SC, outros tecidos 
mandíbula maxila coluna crânio costela nasal pelve
Clínica de Pequenos Animais 3 
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(Fernanda Yoshikado) 
 
O tratamento único não é indicado! Combinar modalidades de tratamento para alcançar maior 
tempo de sobrevida e boa qualidade de vida. Aliviar sinais clínicos e conduzir a evolução da doença. 
30.5.1 MULTIMODALIDADE TERAPÊUTICA 
Tratamento local: 
• Cirurgia 
o Amputação – são mais indicados para controlar a 
dor do que para o controle da neoplasia em si → 
quando os tumores estão muitos grandes, já é 
um indicativo de micro metástases. É preciso 
avaliar quando é necessário amputar (além de 
avaliar a capacidade ortopédica do paciente – 
membros torácicos normalmente são mais 
difíceis de lidar do que membros pélvicos) → 
lembrando que esse tipo de neoplasia causa muita 
dor por ser localizada em ossos longos e 
atingirem sua medula → muita dor e desconforto 
diminuem a qualidade de vida! 
o Limb-sparing: Os pacientes mais adequados para 
membro poupadores são cães com tumores em 
extremidade distal do rádio ou ulna porque a 
função seguindo poupadores membro e artrodese do carpo é boa. Artrodese das 
articulações escapulo-umeral, coxofemoral, joelho, ou tarso seguindo membro 
poupando geralmente resulta em apenas justo função pobres. 
▪ Não influencia o TMS (Tempo Médio de Sobrevida) 
▪ Proprietário deve ser dedicado para cuidar do pós 
▪ Boa a excelente função do membro em 80% dos casos 
▪ Complicações possíveis: recorrência do tumor no local primário (76% 
dentro do período de 1 ano), infecções 
▪ Tratamento local antes do limb sparing → perfusão isolada do membro 
com QT → citorredução antes do limb sparing (cisplatina, samário, RT) 
Candidatos 
1. Confinado ao membro/lesão única 
2. Menos de 50% do osso afetado 
3. Ausência de fratura patológica 
4. Menos de 360º de envolvimento de tecidos moles 
5. Massa firme vs. Edematosa 
6. Tumores de rádio distal e ulna 
Aloenxerto 
• Enxerto congelado embebido em antibiótico 
• Vantagem: pouco trabalho no pós-operatório, ausência de fixador externo 
The approach to the treatment 
depends on the owner’s goal. If 
the longest survival will be 
attempted, a multimodality 
treatment will be performed with 
the intent to cure the animal. 
Whereas if the owner just wants 
to allow the animal to feel better, 
palliative treatment will be 
performed. 
 
Clínica de Pequenos Animais 3 
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(Fernanda Yoshikado) 
• Desvantagem: 40 a 50% de infecção 
Prótese metálica 
• Complicações semelhantes ao aloenxerto 
• Vantagem: não precisa dispor de banco de ossos 
Autotransplante do osso pasteurizado 
• Osso com tumor é aquecido a 65ºC por 40 minutos 
• Vantagem: aposição anatômica excelente 
• Desvantagem: 15% de recorrência local, 30% infecção, 23% na falha do implante 
Transplante longitudinal do osso por osteogênese 
• Fixador Ilizarov, secção longitudinal de parte normal do rádio 
• 1 mm/dia 
• Vantagem: baixo risco de infecção 
• Desvantagem: grande envolvimento por parte do proprietário 
Transposição da ulna 
• Ulna distal ipsilateral como um autoenxerto 
• Rotação do enxerto preservando a artéria caudal e veia 
interóssea 
• Vantagem: baixo risco de infecção, maior cicatrização 
(vascularização 
• Desvantagem: complicações biomecânicas 
 
• Radioterapia 
o Baixas doses/fração – diariamente 
o Cães não candidatos à amputação e limb sparing 
o Estudo com 14 cães tratados com RT e QT 
o ILD local = 202 dias, taxa de resposta = 100% 
o TMS = 209 dias 
o Tratamento bem tolerado 
o Sem diferença de controle da doença local comparada à RT paliativa 
o Sem diferença de TMS 
• Radioterapia paliativa: opção para cães que não são candidatos à cirurgia 
o Doenças simultâneas 
o Estágio 3 com metástase óssea 
o Amputação recusada pelo proprietário 
o Objetivo: alívio dos sinais clínicos e melhora da qualidade de vida 
o Efeitos 
▪ Indução de apoptose 
▪ Diminuição da reabsorção óssea 
▪ Redução do tamanho do tumor 
o Protocolos de 2, 3 ou 4 frações de RT – 6 a 10 Gy por fração 
o Analgesia 2 a 14 dias após a 1ª dose de RT 
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(Fernanda Yoshikado) 
o Controle da analgesia = 75 a 90%, duração de resposta = 53 a 180 dias. 
Tratamento sistêmico: 
• Quimioterapia com carboplatina e cisplatina (SEMPRE) 
o Causa de morte: metástase 
o > 80% dos cães afetados morrem de metástase pulmonar dentro de 2 anos do 
diagnóstico 
o QT adjuvante aumenta a taxa de sobrevida 
▪ TMS com cirurgia como terapia única = 134 a 175 dias 
▪ TMS com cirurgia + QT = 262 a 413 dias 
o QTS mais comumente utilizados: carboplatina/cisplatina e doxorrubicina como 
agentes únicos, combinados ou alternados 
o Tempo médio de sobrevida de 1 ano = 29,5 a 50,5% (doxo a cada 2 semanas) 
o Tempo médio de sobrevida de 2 anos = 9,7 a 28% (doxo + cisplatina → tóxico) 
o Outros QTs: lobaplatina 35mg/m2 IV (3ª geração), satraplatina (oral), carbo + 
gemcitabina 
o Satraplatina 35mg/m2 VO 5 dias consecutivos: ILD = 456 dias, TMS = 659 dias 
• Imunoterapia 
o Muramil tripeptídeo fosfatidelatonalamina 
(MTP-PE) encapsulado em lipossomo 
▪ Muramil tripeptídeo = análogo 
sintético da parede celular de 
Mycobacterium 
▪ Aumento de macrófagos e 
monócitos: aumento de citocinas 
pró-inflamatórias 
▪ Encapsulamento em lipossomo 
• Aumento da captação 
tecidual de MTP-PE por 
monócitos e macrófagos 
• Aumento da meia-vida na 
circulação 
• Terapia em alvo 
o Hormônio do crescimento → produção 
hepática de IGF-1 → aumento da 
mitogênese e angiogênese, anti-apoptose 
o Somatostatina (OncoLAR) reduz secreção de GH 
o Amputação + carboplatina + OncoLAR ou placebo 
▪ OncoLAR reduziu IGF-1 (43%) 
▪ Supressão de IGF-1 não interferiu no ILD e TMS 
o Palladia: no Brasil há pouco tempo 
• Controle de dor óssea 
o Anti-inflamatórios não esteroidais, opioides, análogos do GABA 
o Meta pulmonar: ↑ apetite, controle da tosse e síndrome paraneoplásicas → 
esteroides, codeína, butorfanol, mirtazapina, etc. 
Farmacodinâmica: A 
somatostatina é um 
tetradecapeptídeo cíclico 
obtido por síntese. Sua 
estrutura e ação são idênticas 
à da somatostatina natural. Em 
humanos, a somatostatina é 
encontrada principalmente no 
trato gastro-intestinal, 
hipotálamo e nas terminações 
nervosas.A

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