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Aula 3 (20/08) - Introdução à Anestesiologia Anestesia ● Termo grego anaisthaesia que significa “insensibilidade”. O objetivo é deixar o animal insensível a qualquer estímulo. ● A anestesia é perda total da sensibilidade em todo o organismo (se for anestesia geral), ou parte dele (se for anestesia local ou regional) induzida por agentes que deprimem a atividade do tecido nervoso local, regional ou do sistema nervoso central (SNC). Usos da Anestesia ● Procedimentos cirúrgicos ● Procedimentos diagnósticos e terapêuticos: no caso de diagnóstico em clínica de equinos por exemplo: Se ele tiver uma claudicação, precisa fazer um bloqueio regional para descobrir o porque o animal está claudicando. Ou terapêutico para quem trabalha em UTI, precisa manter o animal anestesiado para conseguir ventilar. ● Contenção química: clínica de silvestres, por exemplo. Normalmente não consegue nem chegar perto desses animais, precisando anestesiar para conter e fazer os procedimentos. ● Procedimentos ambulatoriais: sedação para fazer uma coleta de líquor (líquido cefalorraquidiano), por exemplo. ● Transporte: silvestres novamente ● Eutanásia: só pode ser feita se o animal estiver anestesiado em anestesia profunda. Nas duas imagens, a primeira (esquerda) é o aparelho moderno de anestesiologia chamado “Fabius” e a da direita, temos o vaporizador universal de vidro. O indicado é aprender a mexer no vaporizador universal que são mais antigos e que podem ser mais complicados (não mostram parâmetros tão confiáveis e certos) e depois mexer no Fabius, pois será muito mais fácil. Esse do vaporizador, funciona de forma mais simples: se quiser uma anestesia mais profunda, abre mais a válvula e mais bolhas irão borbulhar. Se quiser uma anestesia mais superficial, abre menos a válvula e menos bolhas irão borbulhar. Quanto está indo exato de anestésico, não sabemos. Já o Fabius mostra certinho a porcentagem de quanto de anestésico está indo. Anestesiologia precisa das seguintes matérias: ● Fisiologia: cálculo de dose vai cair em toda a prova!!!! Ela vai dar na próxima aula. ● Farmacologia ● Clínica Médica: saber o mínimo de doenças para saber o que esperar na cirurgia (se o animal é hiper ou hipotenso, se tem hiperadreno, etc.) ● Clínica Cirúrgica ● Patologia Clínica ● Diagnóstico por Imagem: ajuda a saber se as situações são emergenciais ou se pode se preparar melhor para a anestesiologia. ● Aplicabilidade: precisa saber de anestesiologia em silvestres por exemplo, para conseguir conter e examinar. ● Autocontrole: estabilidade emocional para não surtar ao perder animal e lidar com tutor. Ao perder um animal é triste, mas é preciso refletir o que poderia ter feito diferente para na próxima fazer melhor, mesmo que não tenha sido sua “culpa” a morte. ● Confiança: a partir do momento que você conhece os fármacos, sabe usar com segurança. Monitor multiparamétrico: 1° parâmetro (104 na imagem): FC/min - batimentos por minuto. O número vem acompanhado do traçado do eletro. Se esse traçado estiver correspondente, da para confiar no número mas se já tiver estranho, não deve confiar no número, pode não estar pegando direito ou pode estar recebendo interferência de alguma coisa, o oxímetro por exemplo. 2° parâmetro: frequência de pulso, que tem que estar igual ao número da frequência cardíaca, se estiver diferente tem algo errado. Na imagem é o outro 104 em azul no inferior da tela. 3° parâmetro: oxímetro de pulso. Desse oxímetro sai uma onda pletismográfica que fica 99 de oximetria (igual no monitor) que normalmente precisa estar entre 98/ 99/ 100%. Oximetria é saturação de oxigênio, se estiver baixo não está com uma boa saturação, uma boa chegada de oxigênio. 4° parâmetro: movimento respiratório que também sai uma onda que no caso na imagem (o 19) não está boa, então não pode contar. Esse 19 de FR é o que pega pela movimentação dos cabos do eletro e normalmente o auxiliar e o cirurgião ficam em cima desse cabo, pela movimentação da cirurgia, e com isso o cabo fica mexendo e o valor fica alterado, o que quase nunca podemos confiar nessa FR. 5° parâmetro: pressão invasiva que não está conectada e por isso não aparece nenhum número (entre o 19 e 42). 6° parâmetro: capnografia. É a concentração de ETCO2 na expiração (concentração expirada de gás carbônico). Cada onda é onde ele inspirou e expirou (42 é o nível normal). 7° parâmetro: Pressão sistólica, média e diastólica. Esse animal no monitor está no oscilométrico que é o manguito que infla e desinfla. Nesse monitor a pressão está baixa (84/37) que lendo do jeito “humano” seria 8/3. 8° parâmetro: Temperatura (36.8) que é a temperatura esofágica. Ps: todos esses parâmetros veremos mais a fundo durante a matéria. Ela só quis explicar o que era cada coisa do monitor como introdução. Num centro cirúrgico tem a possibilidade de ter esse monitor, mas a campo não tem como e por isso canula a artéria pra ver pressão arterial direta, que chama pressão arterial invasiva, que é o padrão ouro de pressão arterial média (não de sistólica e diastólica, onde só dá para ver no monitor). O manguito ou o doppler não dá pra confiar tanto que está sempre certo, já essa pressão arterial invasiva dá. E a campo então vai ver a pressão arterial invasiva, a coloração de mucosa, movimento respiratório, palpando o pulso e auscultando, só isso. A campo se preocupa em fazer pressão arterial invasiva, pois um manguito ou doppler para cavalo a campo seria inviável, e hipotensão para cavalo é bem complicado. Para cão e gato, uma hipotensão não é tão grave pois consegue manter vivo (só se preocupa com o rim), mas tem muito menos musculatura que o cavalo, só acontece de demorar mais para levantar. O cavalo, se ficar hipotenso é mais grave por ter muita musculatura e precisa ter um aporte sanguíneo suficiente na musculatura, se não conseguir levantar ou apoiar o membro após a cirurgia, ele irá para a eutanásia. Por isso em equinos sempre precisa estar com a pressão arterial controlada e acima de 70. Enquanto nos cães e gatos até uns 60 permite, justamente pela questão da musculatura. Também em equinos precisa tomar cuidado com o tempo de mesa (quanto mais tempo deitado mais complicações pode causar com a circulação, precisa fazer massagem e etc.), e também precisa tomar cuidado de não ter nada pressionado, apertando, colocando acolchoados para evitar compreensões. A capnografia pode ser por agulha ou por acoplar na sonda (depende do aparelho), que nem na imagem (não tenho certeza se essa imagem está certa (achei na internet) porque ela retirou do slide a que usou em aula) que acopla na sonda e mede o CO2 direto na sonda. Na agulha o ar faz todo trajeto do caninho e mede dentro do aparelho. A diferença é que o direto na sonda tem maior acuidade por estar mais perto, principalmente em animais menores. Porém, tem o perigo do cão morder e estragar o aparelho ou você derrubar, já o daagulha não tem esse risco. Ao lado direito tem a imagem da capnografia por agulha. Importância da anestesia Na aula a professora passou um vídeo onde o cavalo não conseguia apoiar o membro depois de uma fratura por ter muita dor. O problema é que em equinos tudo causa problemas intestinais. E opióides, que é um analgésico (morfina, fentanil, etc) afeta a motilidade de todos os animais, mas no caso do equino é mais complicado. E a dor já faz reduzir a motilidade e então não pode utilizar opióide sistêmico pois causaria uma redução ainda maior da motilidade. Em vez de fazer eutanásia (opção do dono) fizeram uma alternativa aplicando um catéter epidural (na coluna, perto da traseira) com fentanil e morfina, tendo ação direta no local, a dose é muito menor e a absorção sistêmica é menor ainda, já que os receptores da dor estão ali e já faz analgesia imediata. Depois de 3 dias, o animal ainda andava esquisito mas já estava andando apoiando o membro. Depois teve alta. Uma dor mal tratada pode causar problemas crônicos pois os receptores da dor uma vez sensibilizados, as próximas dores da mesma causa será muito mais forte pelos receptores já estarem sensibilizados, resultando numa resposta muito maior. ● Tratamento humanitário dos animais – Abolição da dor e do estresse. É anti ético deixar o animal com dor. ● Promover condições cirúrgicas ideais – ausência resposta motora: o animal não pode puxar algum membro durante a cirurgia. – ausência de sensibilidade – relaxamento muscular ● Manutenção da vida: não adianta o animal estar com todos esses parâmetros e não sair vivo. História da Anestesia ● 1275 - alquimista espanhol Raimundo Lulio fez a combinação de ácido sulfúrico (vitríolo) + álcool formando o éter (vitíolo doce). ● 1540 médico Paracelsus produziu o éter, relatando seu efeito “soponífero” em galinhas ● 1772 um químico inglês Joseph Priestley – óxido nitroso (N2O) (gás do riso) ● Anos mais tarde – inglês aprendiz de farmacêutico – Humphrey Davy descobriu os poderes analgésicos do N2O – “gás do riso” – escreveu um livro mas foi menosprezado ● Inglês Henry Hill Hickmam – N2O (óxido nitroso) - uso em animais ● 1800 – inglês Michael Farada observou o efeito do éter em efeitos semelhantes ao N2O “folias do éter: pessoas usavam essas drogas juntas por ser divertido” e do “gás do riso” ● 1842 - Jovem médico americano Crawford Long – “ainda na época das folias do éter” – retirou dois cistos do amigo e dois dedos do escravo (um com anestesia e o outro sem e daí confirmou o poder da anestesia). Sendo ele que ficou conhecido por descobrir a anestesia. ● 1844 – dentista Horace Wells queria mostrar para a sociedade o N2O mas no dia não conseguiu provar, gás não foi administrado corretamente e por isso se suicidou aos 33 anos – Warren estava junto! ● 1846 – William Thomas Morton e John Collins Warren se juntaram e resolveram provar para a sociedade que realmente funcionava, apresentando o éter. Eles extirparam o tumor de um jovem de 17 anos, enquanto o primeiro aplicou a anestesia (obs: não foi documentada pois o fotógrafo passou mal). Com a ajuda e consultoria do médico Charles Thomas Jackson, ele criou o composto, que nada mais era o éter sulfúrico puro misturado com óleos aromáticos (para ficar mais inalável) Descobertas da Medicina ● 1a : Anatomia Moderna ● 2a: Bactérias ● 3a: Circulação do Sangue ● 4a: Vacina ● 5a: Anestesia ● 6a: Raios X ● 7a: Cultura de Tecidos ● 8a: Colesterol ● 9a: Antibióticos ● 10a: DNA História da Anestesia Veterinária ● 1847 o Edward Mayhew usou éter inalado em cães e gatos e notou que ficavam inconscientes entre 10 a 45 segundos, porém viu que ficavam excitados em seguida e essa excitação deixou dúvidas ● 1852 George H. Dadd foi realmente o primeiro médico veterinário a usar éter e clorofórmio em procedimentos cirúrgicos de forma rotineira. E utilizando os conceito de bem estar animal para eles não sentirem dor. Brasil: ● 1940: primeiro trabalho de anestesia veterinária publicado sobre thionembutal e pentobarbital sódico E. A. Matera e J. F. Tabarelli Neto FMVZ/USP ● 1973: primeira disciplina de Anestesiologia Veterinária FMVZ/UNESP-Botucatu Definições: ● Anestesiologia: é o estudo relacionado à anestesia ● Analgesia: é a insensibilidade à dor, sem perda porém, da consciência ● Tranquilização: mudança comportamental que reduz a ansiedade, porém o paciente permanece consciente. Ex: acepromazina (fenotiazínico) não age no SNC. ● Sedação: depressão central moderada associada a inconsciência, mas responsivo a dor, ainda sente dor! Ex: xilazina alfa 2 agonista (age no SNC). Quanto mais sedado, mais abaixa a cabeça. Não pode utilizar em braquicefálicos sedativos sem cautela pois pode não ter força da epiglote abrir por estar relaxado e assim o ar não entra e ele morre. Tanto que no pós operatório isso também pode acontecer, precisando desentubar apenas quando o animal já acordou. ● Hipnose: sono por moderada depressão do SNC, induzido por fármaco. Ex: tomar um rivotril para dormir. ● Neuroleptoanalgesia: ato anestésico capaz de causar sonolência e analgesia, sem perda da consciência, parecido com a tranquilização mas nesse caso é fazer uma tranquilização + analgesia. Ex: usar acepromazina e adicionar um opióide. DIAZEPAM: ela não vai cobrar ele na prova para falar sobre qual definição ele é pois pode ser considerado tranquilizante ou sedação (ainda não foi bem estabelecido qual é) Os anestesistas volantes não gostam de tranquilizar, pois o animal demora mais para acordar. Eles preferem sedar direto e com isso usar doses maiores na anestesia para recuperar mais rápido e poder ir para o próximo trabalho. Isso não é errado mas não está pensando muito no bem-estar animal, pois ele ficaria muito mais confortável relaxando ao chegar no veterinário antes de fazer a cirurgia. ● Anestesia Local: é todo o ato que visa o bloqueio reversível das impulsos nervosos aferentes, insensibilidade local (ex: tumor na mão e faz uma anestesia na mão ao redor do tumor) ou regional (ex: epidural onde não sente as duas pernas, é uma região). ● Anestesia Dissociativa: é todo o ato anestésico capaz de maneira seletiva, de dissociar o córtex cerebral, causando analgesia e alteração de consciência do paciente, sem perda dos reflexos protetores (o animal pisca, está deglutindo). Usado para contenção química em silvestres ou em um animal muito bravo, onde quer que continue tendo reflexo, só quer que fique parado para conseguir examinar, ele fica sem consciência mas ainda tem reflexos. Ex: quetamina. Na quetamina não vai conseguir entubar pois ele estará deglutindo. Já um anestésico GERAL ele não vai conseguir piscar, o olho vai ficar imóvel, fica sem reflexo, não vai deglutir e irá conseguir entubar. ● Anestesia Geral é todo ato anestésico, reversível que satisfaz os seguintes requisitos básicos (precisa saber os requisitos): – Perda da consciência – Analgesia (supressão temporária da percepção dolorosa) – Proteção neurovegetativa: o coração está batendo, o intestinoestá funcionando… O animal está vivo! – Relaxamento muscular ligado à ausência de reação de defesa à uma agressão Ex: propofol. Efeito curto com infusão contínua ou para induzir a anestesia (usa para relaxar o animal e conseguir intubar ou também pode usar para relaxar e depois que entubar colocando em infusão contínua). ● Anestesia Balanceada: técnica de anestesia geral baseada no conceito de que a associação de um ou mais fármacos anestésicos em menores quantidades reúne grandes vantagens. Uso de vários fármacos para usar dose baixa de todos e não causar os efeitos adversos deles. Por exemplo, no caso de colocar o cachorro na máscara de isofluorano até conseguir relaxar, entubo e deixo o isoflurano até finalizar a cirurgia e isso junto com um analgésico (pois o isoflurano não causa analgesia). Não é uma anestesia balanceada por usar somente o isoflurano e é ruim pois ele causa vasodilatação que leva à hipotensão, e como usou muito isoflurano terá que usar bastante durante a cirurgia por só ter esse medicamento. A chance de ter hipotensão é muito grande nesse caso. Invés disso, pode usar uma medicação pré-anestésica (acepromazina e imeperitina para sedar, por exemplo) e na hora de induzir faz fentanil, propofol e isoflurano e um bloqueio local. Invés de usar 1 anestésico, usa 5 e com isso a dose de isoflurano é bem menor, causando um risco muito menor de causar hipotensão. E fazendo o uso de vários medicamentos, usa uma dose reduzida em todos, conseguindo aproveitar tudo que eles oferecem de bom, evitando os efeitos adversos. Períodos Anestésicos ● Período pré-anestésico: o intervalo de tempo compreendido entre a indicação anestésica e o momento de iniciá-la. Pode ser de 3 tipos: – Período destituído de urgência: cirurgia eletiva não tem urgência ou pressa, planejando tudo com calma. – Período de extrema urgência: como uma hemorragia, tudo é feito às pressas e o anestesista precisa de tudo pronto para chegar e já anestesiar direto. – Período de relativa urgência: uma piometra, por exemplo. Precisa ser feito naquele momento mas não tem tanta pressa, dá para conversar e avaliar. ● Período trans-anestésico: intervalo de tempo que vai desde o início da anestesia propriamente dita até o início da recuperação. É o momento onde fica mais em cima do paciente, que ele está sendo mais monitorado e que podem acontecer diversas coisas. ● Período pós-anestésico: intervalo de tempo que vai desde o início da recuperação até o restabelecimento total da consciência e dos parâmetros fisiológicos; divide-se em: imediato, mediato e tardio. Nesse período ocorre muito problema por ser um período menosprezado, a supervisão é menor achando que já está bem, mas também é preciso fazer todos os parâmetros até acordar e ter certeza que está realmente bem. Vias de Administração: ● Oral ● Inalatória ● Intramuscular ● Intravenosa ● Subcutânea ● Tópica ● Espinhal (epidural, raquianestesia). A diferença entre a anestesia epidural e raquidiana é que a epidural é injetada entre as vértebras da região lombar, no espaço epidural. Já a raquidiana é aplicado o anestésico no espaço subaracnóideo, compreendido entre uma vértebra e outra, onde circula o líquido cefalorraquidiano. Funções do Anestesista ● Assegurar adequada hipnose e analgesia (ficar atento à profundidade da anestesia para o animal não acordar no meio) ● Conferir conforto do paciente (se não tem um membro sobre o outro, está confortável, se o elástico da sonda não está apertando, etc). ● Promover condições cirúrgicas adequadas ● Manutenção dos parâmetros vitais, dentro dos limites fisiológicos ou aceitáveis para a condição do paciente ● Manter a vida! ● Estimar perda sanguínea (saber quanto de sangue está sendo aspirado para repor o sangue que perdeu, inclusive as compressas cheias de sangue precisando pesar para saber quanto de sangue perdeu). ● Adequar fluídos necessários (quantidade e tipo) ● Adequar ventilação, oxigenação (deixar ventilando e oxigenando bem) ● É responsável pelo pós-operatório imediato. Existe uma escala para poder liberar o paciente de todos os parâmetros. ● Planejar terapia analgésica pós-operatória (o que irá usar no pós) ● Informar ao cirurgião as condições do paciente (é obrigada a falar para o cirurgião se o paciente não tiver bem para tirar ou não da anestesia, se não estiver mais respondendo e precisar acordar o paciente). ● Avaliar o procedimento cirúrgico – Duração – Grau de estimulação: dor – Porte ● Estado geral do paciente: exame pré-anestésico ● Fármacos e equipamentos disponíveis ● Planejamento da Anestesia Etapas da Anestesia 1. Avaliação pré-anestésica (Anamnese, exame físico, exames complementares) 2. Planejamento 3. MPA – preparo do paciente 4. Indução 5. Intubação 6. Manutenção anestésica 7. 7. Monitoração 8. 8. Recuperação pós anestésica Avaliação Pré-anestésica ● Consentimento do proprietário: não pode fazer nada sem o consentimento do proprietário. A NÃO SER que tenha risco iminente de morte. – Expor as possíveis complicações (pode ser que precise ficar internado, pode ser que precise de transfusão, etc). – Explicar todos os procedimentos que serão realizados: desde fazer uma tricotomia (e onde vai fazer), até o que vão fazer na cirurgia e depois. – Termo de consentimento: o mais completo possível e de preferência contendo o orçamento da cirurgia e o melhor é entregar um dia antes do procedimento pois se ele não leu a culpa foi dele. ● Identificação do paciente ● Anamnese ● Exame físico ● Exames complementares ● Tipos de procedimento ● Familiaridade do anestesista com os fármacos ● Disponibilidade de fármacos ● Disponibilidade de equipamentos Identificação do paciente ● Nome ● Raça: braquicefálicos tem que ter muito mais cuidado. ● Idade: Um idoso também precisa tomar cuidado e filhote precisa tomar cuidado com o excesso de jejum. ● Sexo ● Peso: paciente obeso tem que descontar pois gordura não metaboliza nada. E a mesma quando quando está grávida. Anamnese ● Histórico ● Temperamento ● Duração e gravidade da doença ● Sintomas – diarréia / vômito / hemorragia / epilepsia / intolerância ao exercício / tosse / oligúria e poliúria / perda de peso ● Anestesia Prévia: qual anestesia foi, qual foi, se ficou bem, etc. ● Uso de Medicamentos – antibióticos / diuréticos: se já tomou, quanto tomou. ● Jejum Jejum ● Cães e Gatos: 8-12 horas alimentar e 3 horas hídrico (se for pediátrico faz 1h de hídrico no máximo) – Pacientes pediátricos 1-2 horas alimentar – Pacientes neonatos: não realizar jejum ● Equinos: 12 – 18 horas alimentar e 4 hídrico ● Ruminantes: – 72 horas: meia ração – 48 horas: meia ração – 24 horas: jejum total – 6 horas: dieta hídrica. Exame físico ● Condição Geral – Obesidade / caquexia / gestação / hidratação / temperatura. Paciente desidratado sofre com hipotensão e rim sofre e piora com anestesia, precisa hidratar. ● Pele e anexos – Turgor pele – Neoplasias: tem medicamentos que não podem administrar com neoplasias. – Enfisema subcutâneo – trauma ● Sistema Cardiovascular- Auscultação: FC e ritmo - TPC (tempo de preenchimento capilar) - PA / Qualidade do pulso Esses parâmetros são muito importantes para comparar o animal antes de ser anestesiado e durante a anestesia, pois tem situações que podem parecer alteradas mas é um parâmetro que o animal já estava antes da anestesia. ● Sistema respiratório - FR e amplitude - Coloração de mucosas - Percussão Categoria de risco pela ASA: toda ficha anestésica tem, é necessário para saber os cuidados que o paciente demanda. Muitos problemas ocorrem em pacientes ASA I que é o paciente que as pessoas normalmente menos se preocupam. Tipos de Procedimento – Contenção química – Exame complementar – Cirurgia: Local / Duração / Habilidade do cirurgião (se o cirurgião não for bom, a anestesia será afetada) Esse questionário abaixo é para o proprietário preencher, contendo todas as informações do paciente. Quando que foi o último cio: se estiver no cio tem chance de sangrar muito mais. E quanto à transfusão, normalmente a primeira transfusão não causa problemas, já na segunda a chance de dar problema é maior. Esse formulário abaixo é um controle do anestesista, onde tem todas as informações do paciente, o ASA que ele é, se fez BNM (que é o bloqueador neuromuscular e se fez, a dose, se fez reaplicação e também a descurarização, que é quando reversão do bloqueador. É importante saber que horas que fez a descurarização pois a maioria dos bloqueadores NM que se usam são competidores da acetilcolina na fenda (diminui a quantidade do bloqueador para a Ach ficar em maior quantidade e ganhar a ação competitiva), e quando começa a reverter o bloqueador, é porque a ACH está ganhando. Quando o animal vai para a recuperação, pode acontecer da ACH diminui novamente e pode voltar o bloqueador a rebloquear. Uma hipotermia ou um paciente séptico pode causar aumentar o efeito do bloqueador neuromuscular. Se o animal perdeu 300ml de sangue, se for repor em fluido, precisa repor 3 vezes esse volume, por isso conta e pesa compressas usadas na cirurgia, para saber se está fazendo pouco ou muito. Essa outra tabela abaixo, é para assinalar e cada parâmetro tem um sinal (FC por exemplo é um asterisco). E vai assinalando em diversos momentos da cirurgia, em cada mudança de parâmetro, anotando hora e minutos. Assim sabemos de bater o olho como foi a anestesia, se manteve um padrão nos quadrados ou se foi uma montanha russa de sinais preenchidos nos quadrados. Aula 3.2 (20/08) - FISIOPATOLOGIA DA DOR DOR: “A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão efetiva ou potencial dos tecidos...” (IASP, 2007). ● Quinto sinal vital. Já aconteceu caso do animal ter problema de coluna e a posição que ficou na mesa piorou esse problema. ● Avaliamos nossos pacientes diariamente para a dor? Normalmente não. CLASSIFICAÇÃO DA DOR ● Aguda (Nocioceptiva) - Somática: musculatura esquelética - Visceral: vísceras ● Crônica (Neuropática) – vira doença se passar de 2-3 semanas. - Alodinia: estímulo que não é para ter dor e o paciente tem dor. Ex: pegar um algodão molhado com álcool e joga água nas costas dele e ele grita de dor, algo que não causa o estímulo da dor ele sente. - Hiperalgesia: uma dor muito maior do que deveria ser. Ex: apertar a pata - num caso normal deveria puxar o membro, por exemplo. Mas nesse caso ele grita, esperneia de dor. É um estímulo aumentado da dor. Esse é o caminho da dor. Tem um estímulo que pode ser mecânico, químico ou térmico. Esse estímulo vai passar por um processo de transdução no nosso receptor, e vai do receptor ser e transmitido pelo neurônio aferente, essa transmissão vai até a medula espinhal e nela, ocorre a modulação. Depois será projetada até o córtex cerebral onde ocorre a percepção. A projeção nessa figura é a projeção da dor para o córtex. A percepção é mais importante. O anestésico geral que não deixa o paciente perceber a dor, age na percepção. Mas o estímulo está acontecendo, ele só não está percebendo… até desligar o anestésico. Por isso é muito importante a partir do momento que superestimular a via, conseguir resgatar esse paciente. Por isso é melhor utilizar medicamentos em conjunto que agem em várias vias para não ter essa superestimulação. Quem age na transdução, inibindo a sensibilização dos nossos receptores são os anestésicos locais e opióides, anti inflamatório não esteroidal e corticoesteróides. Se usou uma dessas classes farmacêuticas, está ajudando a inibir essa transdução dos nossos receptores. Na transmissão, quem inibe a condução de impulsos ou são os analgésicos locais ou os agonistas alfa2. Para inibir a sensibilização central (modulação do trajeto espinhal) pode usar diversos fármacos como diz na imagem ao lado. E para inibir a percepção, se usa demais outros também como segue a imagem à esquerda. Anestesia multimodal: usar fármacos que agem em diferentes locais para ter uma analgesia adequada. Invés de ficar aumentando a dose de um analgésico apenas que não está dando conta, muda e tenta outro. Anestesia de resgate: entre as medicações coloca outra medicação para ajudar se o animal estiver com dor. Essa medicação usada é mais potente que as outras para tirar o paciente da dor extrema para depois poder voltar a que ele estava que não estava adiantando muito. Diz “resgatar” pois já está com o estímulo da dor, precisando lançar a mão de uma medicação mais forte. OBS: para ver as imagens mais nítidas, olhar nos slides (aqui ficaram um pouco distorcidas) O analgésico depende muito de paciente para paciente, precisa adequar o uso para cada situação. A avaliação da dor depende muito do proprietário para relatar tudo que está acontecendo. Experiências vividas: um paciente que não teve dor, se der uma pequena reclamação de dor o proprietário já vai dizer que foi nota alta. Já um paciente que teve dores anteriores e o proprietário presenciou, uma vez que ele faz “aí!” ele não vai falar que foi muito, irá dar uma nota mais baixa. Avaliação da dor Tem várias escalas para a avaliação da dor, onde assinala qual é o nível de dor que está aquele paciente. É mais fácil ter um guia para avaliar pois se for ver cada animal sem uma base, será mais difícil. Escala de dor Lascelles e Warteman (1997): mais completa, se usa em casos mais específicos. Em uma internação é mais difícil (na rotina). Dá uma nota para cada ítem e no final soma esse escore para saber se o animal precisa de resgate. Essa da imagem abaixo é a que a professora utilizou no mestrado dela com felinos. ● 1 - Sem dor, sem sinais de desconforto e sem resistência a pressão firme; ● 2 - Dor leve, sem sinais de desconforto, mas resiste à pressão firme; ● 3 - Dor moderada, algum sinal de desconforto que pioram pela pressão firme; ● 4 - Dor intensa, óbvios sinais de desconforto persistente que pioram pela pressãofirme
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