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Técnicas Cirúrgicas - Paramentação e mesa cirúrgica

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Técnicas Cirúrgicas e Anestesiologia 
➢ Aula 2 – Paramentação e montagem da mesa de instrumentos 
O kit estéril que utilizamos é composto de 3 campos cirúrgicos, 2 aventais e 2 compressas e 
tudo isso está esterilizado. 
− Preparo: 
Para começar, colocamos o gorro e a máscara. Depois disso devemos abrir o kit estéril usando 
a parte externa do campo cirúrgico que está embrulhando o kit. Quando fazemos isso, chegamos 
aos outros materiais, mais ainda não podemos mexer neles para não os contaminar. Abrimos então 
os pacotes de luvas, tomando cuidado para não tocar nelas, assim como as agulhas e a caixa 
cirúrgica/de instrumentos. Esses equipamentos são meio “jogados” em cima da mesa pois não 
podemos tocar nem neles nem na mesa enquanto ainda não estamos paramentados e não fizemos 
a antissepsia das mãos. Devemos fazer isso sem nenhum adorno como anel, brinco, pulseira etc. 
*sobre a caixa cirúrgica, se ela for ser esterilizada na autoclave, deve ser furada, para o calor 
entrar e o vapor escorrer para fora. A caixa fechada na autoclave acumula água pois o vapor não 
tem por onde sair, então deve ser esterilizada com outro meio. 
− Antissepsia: 
Agora já podemos nos lavar para começar o resto dos processos. Primeiro pegamos a 
escovinha, que no caso da aula era do tipo seca, que precisa que seja adicionado o antisséptico, 
depois vamos até a pia, que deve ter uma torneira longa e uma haste longa, para que a gente consiga 
abrir e fechar com os cotovelos. Coloca os braços na água e molha mais ou menos até os cotovelos. 
Nessa parte pode lavar com agua e sabão primeiro e depois coloca o antisséptico na escovinha e 
começa a esfregar de 15 a 20 vezes começando pelas extremidades seguindo a ordem: ponta dos 
dedos -> lateral dos dedos -> palma das mãos -> dorso das mãos -> antebraços, sempre fazendo 
movimentos no sentido de distal para proximal, que levem os micro-organismos no sentido da ponta 
dos dedos para os antebraços. Isso deve ser feito tudo em um braço e depois tudo no outro. Quando 
terminar os dois, tem que ir enxaguar em água corrente, também no sentido distal para proximal. 
Para secar as mãos, deve usar uma compressa estéril, usando um lado 
para cada mão. Depois de estar com a mão seca, pega o avental do kit estéril 
pela gola, para ser mais fácil de vestir e as mangas não tocarem no chão. Para 
colocar, não pode tocar na parte externa, que vai ficar voltada para o paciente, 
só na cola e de preferência pela parte interna dele. Depois disso, pede para 
alguém amarrar, e aí já pode colocar a luva igual na imagem ao lado. 
Quando já estiver com as luvas, pode montar os instrumentos na caixa 
cirúrgica. 
− Montagem da mesa cirúrgica: 
A mesa é montada baseada nos 4 tempos cirúrgicos, que são as etapas de um procedimento 
cirúrgico. Deve-se seguir os tempos fundamentais da cirurgia dessa maneira: 
• 1° tempo cirúrgico – Tempo diérese: é a etapa de incisão/separação dos tecidos, por isso 
colocamos na mesa primeiro os cabos de bisturis e as tesouras, pinças dente de rato e as pinças 
anatômicas. Para fazer a incisão é melhor entrar com o bisturi num ângulo reto de 90°de acordo 
com a pele do animal, para que os bordos da incisão fiquem no formato ao invés de 
um ângulo de 45° a partir da pele do animal para os bordos não ficarem , sendo que 
esse bisturi deve ser segurado com a mão que usamos para escrever. 
A incisão pode ser de 3 tipos: deslizante (que é a mais comum), perfurante (utilizado para 
penetrar massas por exemplo) ou lâmina invertida (mais difícil e menos utilizada). 
 
 
 
 
 
 
As tesouras podem ser de 3 tipos: fina-fina, romba-fina, romba-romba. 
Além dessas existem também a tesoura de Mayo, que tem o tamanho das 
lâminas e da haste quase iguais e serve para auxiliar na incisão e na divulsão 
grosseira (corte dos tecidos e vasos todos juntos) e a tesoura Metzembaum que 
o tamanho da haste é maior que o das lâminas (um terço de lâmina para dois 
terços de cabo)é utilizada para divulsão fina, em que perfura a pele e então 
abre a tesoura e se não tiver vasos ali, corta o tecido. 
 
 
 
 
 
 
 
Para ajudar na incisão, podemos usar também a pinça dente de rato, que 
faz uma melhor apreensão do tecido ou a pinça anatômica. 
Portanto a ordem da mesa cirúrgica até agora é: Bisturi -> Tesouras (Mayo e Metzembaum) -> 
Pinça dente de rato e/ou Pinça anatômica. 
• 2° tempo cirúrgico – Hemostasia: É o controle e a prevenção de hemorragias. Visa portanto 
impedir ou reparar o sangramento. É a manutenção do sangue dentro do vaso não só para manter 
a pressão do paciente, mas por que grandes quantidades de sangue no local da cirurgia atrapalham 
a visibilidade, favorecem o crescimento bacteriano e podem resultar em choque hipovolêmico. 
Essas hemorragias podem ser de 3 tipos: Arterial (quando vinda das artérias, tendo alta pressão 
do sangue); Venosa (vinda das veias e sem tanta pressão; Capilar (vinda dos capilares e que 
normalmente é difusa, acontece em mais locais). 
O organismo consegue parar ou diminuir o sangramento por meio da vasoconstrição e da 
agregação plaquetária, que vai criar coágulos, porém isso demora um certo tempo e não é bom ficar 
parado esperando tudo isso acontecer principalmente pois pode afetar a perfusão sanguínea e a 
difusão da anestesia que precisa de uma boa pressão sanguínea, e quando há sangramentos, essa 
pressão diminui, e para não chegar a esse ponto, fazemos a hemostasia temporária por meio da 
compressão da região, tamponamento do fluxo com garrotes ou torniquetes ou clampeamento com 
o uso de pinças hemostáticas. Esses métodos são bons para hemorragias menores e as pinças usadas 
são a Pinça Kelly, que é serrilhada até a metade da haste, Pinça de Crile, que é serrilhada na haste 
toda, Pinça Cocher, que é serrilhada na haste toda e tem a ponta dente de rato e a Pinça Halsted 
Mosquito (também chamada de mosquitinho) que é pequena e serrilhada na haste toda. Podemos 
fazer também a hemostasia definitiva em que fazemos uma ligadura dos vasos. As ligaduras podem 
ser: ligadura simples, em que pega um único vaso isolado e dá um ponto nele, ligadura em massa 
que pega mais de um vaso e faz a ligadura deles todos juntos, mas que dependendo do tamanho 
Mayo Metzembaum 
Pinça 
anatômica 
Pinça dente de rato 
dos vasos a serem ligados, pode escapar, então se for um plexo importante, é feita a ligadura 
transfixada. 
 
 
 
 
 
 
 
Outros meios de se fazer a hemostasia é por meio da torção, em que vai torcendo o vaso até 
parar o sangramento; cauterização por meio do uso do bisturi elétrico (normalmente para vasos 
menores); eletrocoagulação que é parecida com o método de cauterização; esmagamento por meio 
do uso de instrumentos como o emasculador por exemplo; sutura compressiva em que costura a 
compressa no local de modo a fazer pressão; esponja de fibrina que pode ser colocada em alguns 
sangramentos para ajudar a coagular mais rápido; adrenalina que estimula a vasoconstrição e pode 
ser injetada direto nesse vaso ou embeber uma compressa e colocar em cima da região; outros 
medicamentos como o ácido tranexânico, transamim e hemobloque; transfusão de sangue, plasma 
ou plaquetas (só vai ser eficiente se o animal estiver com uma contagem de plaquetas muito baixa, 
se não só vai repor o volume perdido). 
*A administração de vitamina K só vai ajudar se o animal tiver uma deficiência de vit K e mesmo 
assim, se for administrada na hora da cirurgia vai demorar muito tempo para ela agir. 
Regras no controle da hemostasia: deve ser feita plano a plano, ou seja, em cada camada de 
tecido que vai sendo incisionada, vai sendo feita a hemostasia,não podemos simplesmentes fazer 
a incisão de todos os tecidos juntos e então fazer a hemostasia de todos eles; em hemostasias 
menores, como de capilares, que tendem a ser mais difusas, deve ser dada preferência as 
hemostasias de compresão e/ou elétrocoagulaçao, que são mais práticas; em vasos maiores deve 
ser feita ligadura ou transfixação; sempre trabalhar com a menor quantidade de tecido possível, 
para causar poucos danos; em neoplasias e processos inflamatórias, a ligadura deve ser feita 
primeiro nos vasos que saem desses locais e depois nos que entram neles. 
Os instrumentos na mesa até agora são: Bisturi -> Tesouras (Mayo e Metzembaum) -> Pinça 
dente de rato e/ou Pinça anatômica -> Pinças hemostáticas (Kelly, Crile, Cocher e/ou Halsted 
Mosquito). 
• 3° tempo cirúrgico – exposição/manipulação 
Os instrumentos a serem utilizados nessa fase dependem muito de qual será a cirurgia, mas o 
que normalmente é usado são as pinças de Allis, que servem para segurar algum tecido, afastadores 
manuais de Farabeuf que são menos práticos pois os braços tendem a cansar de segurar e é preciso 
muita força para conseguir separar algumas estruturas, sendo melhor usar os afastadores 
autoestáticos, como o de Gosset ou o de Finochietto e Pinça Backhaus, que é utilizada para fixar os 
campos cirúrgicos no paciente. 
Os instrumentos na mesa até agora são: Bisturi -> Tesouras (Mayo e Metzembaum) -> Pinça 
dente de rato e/ou Pinça anatômica -> Pinças hemostáticas (Kelly, Crile, Cocher e/ou Halsted 
Mosquito) -> Pinças Allis -> Afastadores (Gosset ou Finoshietto). 
• 4° tempo cirúrgico – Síntese/Sutura 
Os materiais utilizados são agulhas, fios, porta-agulhas e pinça de tecidos. 
As agulhas podem ter a ponta cilíndrica, que tem a ponta arredondada e também é chamada 
de atraumática por causar menos traumas no tecido), trifacetada, que tem a ponta triangular e 
penetra melhor os tecidos, mais facilmente e por isso é também chamada de traumática e romba 
Ligadura Simples Ligadura Transfixada Ligadura em Massa 
 
(não é utilizada em suturas pois não consegue perfurar o tecido) e corpo da agulha pode ser 
cilíndrico, achatado ou triangular. Esses modelos podem ser todos conbinados, por exmplo uma 
agulha com a ponta trifacetada e o corpo achatado, ou uma cilíndrica com o corpo triangular. 
Suas curvaturas são classificadas em 5/8 (cinco oitavos) de volta que é a mais curva de todas, ½ 
(meia) volta, 3/8 (três oitavos) de volta e 1/4 (um quarto) de volta. Quanto mais circular a agulha 
for, mais precisa rodar o punho para suturar. A escolha da agulha vai depender do tipo de sutura 
que vai ser feita. 
O fio pode já vir agulhado como no fundo da agulha francês (que o fio encaixa e é mais difícil 
de soltar, por isso é considerado melhor)ou então a agulha vem separada e é preciso colocar o fio 
nela, no chamado fundo fechado (o fio só passa e não é preso em nenhum lugar, sendo mais fácil 
de soltar). 
Os porta agulhas servem para segurar a agulha para suturar e podem ser do tipo Mayo-Hegar 
que tem as argolas que quanto mais aperta, mais ele trava, parando no ultimo encaixe ou Mathieu, 
também chamado de auto-estático, que quando passa do terceiro encaixe ele destrava sozinho. 
Algumas pessoas usam as pinças hemostáticas para fazer a sutura, porém as ranhuras dela, são em 
um único sentido, o que faz com que a agulha rode e talvez escape, sendo melhor o porta agulhas, 
já que ele tem ranhuras em todos os sentidos, não deixando a agulha rodar. 
Regras para uma boa sutura: antissepsia e assepsia, hemostasia (junto com as duas primeiras, 
são onde pode haver infecção), as bordas devem ser regulares (não inclinar o bisturi na hora da 
incisão e não levantar a pele na hora da incisão ajuda a deixar as bordas regulares), o material deve 
ser delicado (fios e agulhas devem condizer com o local a ser suturado), utilizar uma tração 
moderada, pois muita força pode prejudicar, evitar espaço morto, que é um vazio entre a pele e os 
músculos e que favorece o acumulo de líquidos que são chamados de seroma e favorecem o 
crescimento bacteriano, não deixar corpos estranhos entremeados na sutura nem tecidos 
necrosados, fazer uma distribuição adequada dos pontos, sempre sendo condizente com o tamanho 
da incisão, não podendo ter muito nem pouco, sendo que na musculatura abdominal é indicado 
fazer mais pontos para aguentar a pressão feita pelos órgãos.

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