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EDUCAÇÃO SUPERIOR Modalidade Semipresencial Química Aplicada São Paulo 2017 Química Aplicada Luciana Borin de Oliveira Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional PRODUÇÃO EDITORIAL - CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL. CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL O48q Oliveira, Luciana Borin de. Química aplicada. / Luciana Borin de Oliveira. São Paulo: Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual, 2017. 88 p. Inclui bibliografia ISBN: 978-85-8456-207-7 1. Química. 2. Ciências exatas. I. Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual. II. Título. CDD 540 Pró-Reitoria de Educação a Distância: Prof. Dr. Carlos Fernando de Araujo Jr. Autoria: Luciana Borin de Oliveira Revisão: Luciene Oliveira da Costa Santos, Luciano Vieira Francisco, Eliane Tavelli Alves e Vera Lídia de Sá Cicaroni 2017 © Cruzeiro do Sul Educacional. Cruzeiro do Sul Virtual. www.cruzeirodosulvirtual.com.br | Tel: (11) 3385-3009 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e detentor dos direitos autorais Química Aplicada Plano de Aula 9 Unidade I – Estados da Matéria 23 Unidade II – Substâncias e Misturas 37 Unidade III – Classificação Periódica dos Elementos 49 Unidade IV – As Funções Químicas 65 Unidade V – Ciência dos Materiais SUMÁRIO 6 PLANO DE AULA Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. formação acadêmica e atuação profissional, siga Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. 7 Objetivos de aprendizagem Un id ad e I Estados da Matéria » Abordar as fases ou estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. O principal objetivo desta unidade é compreender como a matéria se apresenta, as características dos estados e suas mudanças de fase. Un id ad e I I Substâncias e Misturas » Identificar as substâncias, misturas, com apresentação das mesmas e seus métodos de separação utilizados no mercado. Un id ad e I II Classificação Periódica dos Elementos » Entender as propriedades periódicas e aperiódicas; » Avaliar as ligações químicas e a geometria molecular. Un id ad e I V As Funções Químicas » Classificar, avaliar e conhecer funções orgânicas e inorgânicas. Un id ad e V Ciência dos Materiais » Conceituar Materiais (seta) substâncias que compõem tudo o que nos rodeia; Materiais muito utilizados e comumente encontrados são: a madeira, o vidro, o aço, o plástico, o papel, o cobre, o concreto. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni I Estados da Matéria Estados da Matéria UNIDADE I 10 Contextualização Para iniciar esta unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre as diferentes apresentações da substância água na natureza. Água Gelo Vapor Figura 1 Fonte: Adaptado de Thinkstock / Getty Images Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: » Por que isso acontece? » Quais fenômenos estão envolvidos? » Como controlar esses estados? Estados da Matéria 11 Introdução “A química, como toda ciência, não é nada magico ou superior, reservado para mentes brilhantes. Nem tampouco existe uma receita mirabolante para se aprender ou fazer ciência, algo como o mito do fantástico ‘método cientifico’ que os cientistas seguem como uma maquininha de fazer leis e teorias... Existem tantos métodos quanto cientistas; tudo é válido para se resolver um problema e não existe necessariamente uma ordem a ser seguida” (MATHEUS, 2001). Matéria Vivemos rodeados por objetos que são diferentes, mas que têm uma coisa em comum: ocupam um lugar no espaço. Sendo assim, não se consegue colocar duas ou mais coisas no mesmo lugar. Princípio da Impenetrabilidade “Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço” O espaço ocupado é chamado de volume e o tamanho dele, com maior ou menor quantidade de substância, chama-se massa. Chamaremos de matéria tudo o que ocupa lugar no espaço e tem massa. Para Pensar Aninha pegou um copo e encheu-o com suco de uva. Como estava muito calor, colocou três pedras de gelo no copo. Nesse momento, o suco transbordou e Aninha chorou, pois molhou e sujou seu vestido. Pergunta: Por que o líquido transbordou? Fenômenos Os objetos que nos rodeiam sofrem transformações. Essas transformações podem alterar a matéria final ou não. Ao derreter uma barra de ferro numa fundição, não há alteração de matéria, pois o ferro continua sendo ferro; só muda o estado físico de sólido para líquido pela ação da alta temperatura. Por outro lado, ao se incinerar, no laboratório, uma amostra de carne, teremos a formação de cinzas. Estados da Matéria UNIDADE I 12 Fenômeno físico Fenômeno químico Figura 2 e 3 Fonte: Adaptado de Thinkstock / Getty Images O fenômeno físico não altera a matéria, já o fenômeno químico proporciona a formação de outra substância. Exemplificando: Ir ao cabelereiro e cortar o cabelo é um fenômeno físico, porém queimar esse cabelo que foi cortado é um fenômeno químico. Exemplos de propriedades químicas: Combustão ao colocarmos a gasolina em contato com uma fonte de calor, ela pega fogo; o suco de uva não. Digestão ao ingerirmos os alimentos, eles vão para o estômago, onde recebem o ácido estomacal, momento em que são digeridos, quebrados em partículas menores para absorção do organismo. Oxidação o ferro sofre oxidação e enferruja. A oxidação é a reação do material com o oxigênio contido no ar. Estados da Matéria 13 Estados da matéria: sólido, líquido e gasoso Abordaremos, adiante, as mudanças de fase da matéria. A matéria pode se apresentar nos estados sólido, líquido e gasoso. A mudança de estado da matéria é um fenômeno físico. No nosso dia a dia, observamos a água em diferentes formas: » ao abrirmos o congelador, deparamo-nos com os cubos de gelo. » ao abrirmos a torneirae o chuveiro, temos a água que lava nossas roupas, louças e nos higieniza no banho. » e quando colocamos água na caneca sobre fogo alto do fogão, temos a formação do vapor de água. A água é um elemento que se apresenta diariamente nos três estados: sólido, líquido e gasoso. Como vimos, as substâncias podem se apresentar em três fases: fase sólida, fase líquida e fase gasosa. A temperatura do ambiente e pressão são os fatores que determinam o estado em que as substâncias se encontram. Dessa forma, cada material se apresenta de uma forma diferente em cada ambiente. E, toda vez que uma substância muda do estado sólido para líquido, líquido para gasoso, por exemplo, diz-se que houve uma mudança de estado ou mudança de fase. Esse fenômeno explica-se, pois as substâncias são formadas por átomos e, ao se fornecer energia para os átomos, eles começam a se movimentar. Exemplifi cando: Imagine um grupo de amigos que está conversando e uma música começa a tocar. O grupo começa a se agitar, o calor aumenta e eles começam a se separar. Da mesma forma, quando a música para, o grupo volta a se reunir para continuar conversando. A mesma coisa acontece com os átomos. Ao receber o calor (= energia), os átomos começam a se movimentar e a se distanciar. Ocorre, então, a mudança do estado sólido para líquido e de líquido para gasoso. Os átomos, ao perderem energia, param de se agitar, voltam a se aproximar e temos as mudanças de gasoso para líquido e de líquido para sólido. Concluindo, vemos que o que define um estado físico da matéria são as forças de coesão e repulsão. A coesão aproxima as partículas e a repulsão tende a separá-las. » Se a força de coesão for maior que a força de repulsão, a substância se apresentará na fase sólida. » No momento em que as forças apresentarem a mesma intensidade, ocorrerá a fase líquida. » E, quando a força de repulsão superar a força de coesão, teremos a fase gasosa. Estados da Matéria UNIDADE I 14 Sólido Os sólidos apresentam forma e volume bem definidos. É como se comporta uma bola de boliche. No estado sólido, as partículas encontram-se organizadas em posições bem definidas, lado a lado. Líquido O líquido adquire a forma do recipiente em que está contido, como um copo de água estreito e um copo largo de 300 mililitros. A forma pode mudar, mas o volume continua sendo o mesmo. Nesse estado, existe menor atração entre as partículas e elas ficam se movendo e deslizando umas sobre as outras. Gasoso Um material no estado gasoso é denominado gás ou vapor. Um gás passa facilmente de um lugar para outro, pois possui grande fluidez. Ele sempre ocupa o volume do recipiente que o contém. A matéria nesse estado não possui forma e volume próprios. O ar pode ocupar uma sala de aula e pode ser acondicionado num cilindro. Resumindo numa tabela: Sólido Líquido Gasoso Ligação entre átomos intensa fracas muito fracas Movimento vibração translação intenso Forma geométrica definida sem definição Indefinida Volume constante constante indefinido Estados da Matéria 15 Mudanças de Estados da Matéria O derretimento das geleiras e a evaporação da água são fenômenos físicos que acontecem por mudanças de temperatura e pressão. As mudanças de estado recebem nomes especiais: Fusão Vaporização Sólido Líquido Gasoso Solidi�cação Sublimação Liquefação (condensação) Fusão Fonte: Thinkstock/Getty Images É a passagem do estado sólido para o estado líquido. Ocorre quando uma substância sólida é aquecida. A temperatura em que ocorre a mudança de fase denomina-se Temperatura de Fusão ou Ponto de Fusão. Importante! O sistema permanecerá em Temperatura de Fusão até que toda substância no estado sólido passe para o estado líquido Fonte: Adaptado de profmcastro.wordpress.com Estados da Matéria UNIDADE I 16 Vaporização Fonte: Thinkstock/Getty Images É a passagem do estado líquido para o estado gasoso. Ocorre quando uma substância líquida é aquecida. A vaporização pode ocorrer de duas formas diferentes: • evaporação, quando o líquido passa para o estado gasoso lentamente à temperatura ambiente; • ebulição, quando a passagem do estado líquido para o gasoso é rápida e com formação de bolhas. A temperatura em que ocorre a mudança de fase denomina- se Temperatura de Ebulição ou Ponto de Ebulição. Importante! O sistema permanecerá em Temperatura de Ebulição até que toda substância no estado líquido passe para o estado gasoso. Liquefação (Condensação) Fonte: Thinkstock/Getty Images É a passagem do estado gasoso para o estado líquido. Ocorre quando uma substância gasosa perde calor. Importante! Chamamos de condensação quando a substância no estado gasoso é um vapor e liquefação quando a substância no estado gasoso é um gás. Solidifi cação Fonte: Thinkstock/Getty Images É a passagem do estado líquido para o estado sólido. Ocorre quando uma substância líquida perde calor. Estados da Matéria 17 Sublimação Fonte: Thinkstock/Getty Images É a passagem direta do estado sólido para o estado gasoso sem a passagem pelo estado líquido. Para pensar A tabela, a seguir, fornece os Pontos de Fusão e Pontos de Ebulição de algumas substâncias. Substância Fusão (ºC) Ebulição(ºC) A 50 200 B -100 100 C -200 90 Considere essas substâncias nas geleiras (temperatura de – 40ºC), em São Paulo (temperatura de 25ºC) e no deserto (temperatura de 60ºC). Quais os estados físicos das substâncias em questão nos três locais indicados? Estados da Matéria UNIDADE I 18 Outras Propriedades da Matéria Densidade É a propriedade do material que relaciona massa e volume. md v = Ela é uma propriedade específica de cada material, como o Ponto de Fusão e o Ponto de Ebulição, e serve para diferenciá-los dos demais. A unidade de densidade no Sistema Internacional (SI) é o quilograma por metro cúbico (kg/ m3), embora as unidades mais utilizadas sejam o grama por centímetro cúbico (g/cm3) ou o grama por mililitro (g/mL). A densidade da água é 1,0 g/cm3 Significa que 1 grama de água cabe num cubo de 1 centímetro de largura, 1 centímetro de profundidade e 1 centímetro de altura. Re� ita Você já deve ter observado que alguns objetos afundam e outros não. A diferença entre os materiais que afundam e os que não afundam é explicada pela densidade. Não é o material de maior massa que afunda, e sim o material mais denso. Esta é uma observação importante: os objetos com densidade superior à da água afundam e os materiais com densidade inferior não afundam. Faça o teste: encha vários copos de água e mergulhe diversos materiais neles! Propriedades Organolépticas São aquelas perceptíveis aos cinco sentidos dos seres humanos: visão, paladar, olfato, audição e tato, e servem para identificar determinado material. Exemplo: o açúcar é branco, a cândida tem cheiro forte, o ácido cítrico tem sabor azedo. É possível identificar o açúcar e o sal pelo paladar; pela visão fica difícil, pois ambos são pós brancos utilizados na cozinha. Pode-se, também, identificar o óleo e a água pela aparência, pois são líquidos com cores diferentes. As análises físico-químicas são muito importantes na identificação dos materiais, mas, como foi apresentado acima, as propriedades organolépticas não devem ser desprezadas na identificação das substâncias. Estados da Matéria 19 Você sabia? A Análise Sensorial é uma ciência que se utiliza da percepção das propriedades organolépticas para classificar produtos. De acordo com Isaac et al. (2012), a análise sensorial tem sido utilizada como instrumento de medida científica na avaliação da qualidade de cosméticos. É fonte de informação única e a mais próxima possível do ser humano, porque avalia a aceitação e a preferência pelos produtos,quanto a atributos como a aparência, viscosidade, fragrância, espalhabilidade, resíduo graxo, secagem rápida, podendo ser muito útil na elucidação de problemas relacionados à aceitação do produto pelo consumidor. A aquisição e a continuidade do uso do produto estão relacionadas à sensação provocada no consumidor e pode ser a avaliada pela Análise Sensorial. • Se a aparência não agrada, o consumidor não compra, não usa. • Pelo tato, é possível verificar a sensação graxa residual: a maciez, a hidratação, a refrescância, o toque seco, entre outros atributos proporcionados por um determinado cosmético. • Pelo gosto, envolvendo a percepção do doce, do salgado, do ácido, do amargo, do adstringente, do metálico, pode ser definida a compra de um batom ou a continuidade do uso de uma pasta dentifrícia. • A aquisição e/ou a utilização constante podem, também, ser definidas quando a fragrância de um cosmético e o odor de um perfume podem ser percebidos pelo homem. Em estudos de mercado, a análise sensorial pode ser aplicada em ensaios comparativos entre produtos concorrentes e, também, em ensaios de aceitação dos consumidores por produtos a serem lançados para consumo. Em resumo, tudo o que nos cerca tem química. Falamos de materiais, estados, mudanças de fase e propriedades. Cabe a nós observar, a partir de agora, as coisas com outros olhos, os olhos de quem estuda e desvenda química. Estados da Matéria UNIDADE I 20 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, leia o seguinte artigo: Livros: ZIEBELL, Luiz Fernando. O quarto estado da matéria. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física, 2004. 30 p. : il. (Textos de apoio ao professor de física, ISSN 1807- 2763; v. 15) Essa leitura irá enriquecer sua compreensão sobre o assunto tratado nesta unidade. Estados da Matéria 21 Referências ISAAC, V., CHIARI, B. G., MAGNANI, C., CORREA, M. A. Análise sensorial como ferramenta útil no desenvolvimento de cosméticos. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., 2012;33(4):479-488. MATHEUS, A. L. Química na cabeça. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos II Substâncias e Misturas Substâncias e Misturas UNIDADE II 24 Contextualização Para iniciar esta unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre a forma de apresentação das substâncias na natureza. Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: O que é substância? O que é mistura? Por que num momento se misturam e no outro não? Como separá-las? Substâncias e Misturas 25 Introdução Sabemos que a matéria é formada por substâncias que são constituídas por elemen- tos químicos. Os elementos químicos são representados por símbolos internacionais descritos na Tabela Periódica. E as fórmulas são representações das substâncias, ou seja, o conjunto dos símbolos dos elementos que constituem as substâncias. As substâncias podem ser classificadas como simples ou compostas. Substâncias Simples As substâncias simples são aquelas formadas a partir de um único elemento. Como exemplo, podemos nos lembrar de: oxigênio O2, ozônio O3 e o Ferro Fe. Substâncias Compostas As substâncias compostas são formadas por mais de um elemento e, nesta categoria, podemos listar a água H2O, o gás carbônico CO2 e a Glicose C6H12O6. Substâncias e Misturas UNIDADE II 26 Substância Pura e Mistura Teremos caracterizada uma substância pura quando, no sistema em que ela se apresenta, encontrarmos apenas partículas dela. Quando a substância pura for composta por um único elemento químico, ela é uma substância pura e simples. E quando encontrarmos uma substância pura composta por uma substância que contenha um ou mais elementos, ela é considerada pura e composta. Substâncias Puras CompostaSimples A mistura se caracteriza por um sistema que apresenta mais de um tipo de substância. Exemplos: RELEMBRANDO PONTO DE FUSÃO: temperatura em que a substância passa do estado sólido para o estado líquido. PONTO DE EBULIÇÃO: temperatura em que a substância passa do estado líquido para o estado gasoso. Agora aprenderemos a diferenciar uma substância pura de uma mistura por meio da observação de suas constantes físicas: o ponto de ebulição, o ponto de fusão, a solubilidade e a densidade. Durante as mudanças de estado, as substâncias puras mantêm suas constantes, já as misturas apresentam comportamento diferente. Exemplo: a água pura apresenta suas constantes físicas definidas, e a mistura de água e sal de cozinha não apresenta constantes. Substâncias e Misturas 27 Esta visualização fica bem pronunciada quando colocamos estes parâmetros em gráficos. Temperatura (°C) Temperatura (°C) Tempo Sólido Líquido PF Líquido VaporVapor Sólido e Líquido Sólido e Líquido Sólido e Vapor Sólido e Vapor t1 0 100 Δt Δt t2 t3 t4 t1 t2 t3 t4 Tempo Sólido No primeiro gráfico, a substância pura apresenta suas propriedades ponto de fusão e ponto de ebulição bem definidas, ou seja, as temperaturas que permanecem fixas durante todo o processo de mudança de fase (Sólido + Líquido - de t1 a t2 e Líquido + Gasoso – de t3 a t4). Diferente do segundo gráfico que representa uma mistura, não existe patamar de temperatura constante durante a troca de estado físico. Podemos dizer, então, que mistura é a união de duas ou mais substâncias em que cada uma mantém suas propriedades. As misturas são divididas em duas categorias: homogênea e heterogênea. A mistura homogênea é caracterizada quando não podemos distinguir a olho nu quantas substâncias fazem parte do sistema. Como exemplo, podemos pensar na adição de pequena quantidade de sal a um copo de água; ao misturarmos este sistema com uma colher, e compararmos com um copo contendo apenas água, não conseguimos distinguir o copo que contém o sal. Por outro lado, a mistura heterogênea é caracterizada pela perfeita distinção visual dos componentes. Num sistema contendo azeite e água, é muito fácil e possível distinguirmos as duas substâncias visualmente. A maneira como observamos uma mistura dá a classificação de misturas homogêneas e heterogêneas. Levando isso em consideração, uma mistura que, a olho nu, é classificada como mistura homogênea, ao passar por uma análise microscópica, pode se revelar uma mistura heterogênea. Água e açúcar Fonte: iStock/Getty Images Substâncias e Misturas UNIDADE II 28 As misturas heterogêneas cujos componentes só podem ser observados com o auxilio de um microscópio, são chamadas de coloides. Os coloides estão muito presentes no nosso dia a dia nos alimentos, como a maionese e a gelatina, e em alguns produtos vendidos em farmácias, como as pomadas. “Os sistemas coloidais formam misturas heterogêneas (coloides) que são compostas por uma fase finamente dividida denominada fase dispersa, e um meio de dispersão, denominada fase continua. O tamanho das partículas dispersas em coloides tem um intervalo entre 0,001 a 1 µm” (JAFELICCI JÚNIOR; VARANDA, 1999) Fonte: iStock/Getty Images Entendemos, então, que as misturas heterogêneas apresentam fases distintas, que podem ser observadas a olho nu. Ao observarmos uma mistura de acetona com pedaços de alumínio, temos caracterizada uma mistura heterogênea bifásica, que apresenta duas fases bem nítidas, dois componentes distintos: a acetona e o alumínio. A classificação de um sistema contendo água, cubos de gelo e areia é um sistema trifásico constituído de dois elementos: água e areia. Água e Gelo 1 Componente 2 Fases 2 Componente 2 Fases 2 Componente 2 Fases Vários componentes Polifases Água e Óleo Água e AreiaSangue Devemos observarbem os sistemas para caracterizar componentes e fases. Avalie a classificação acima e discuta com seus colegas! Melhor do que isso, comece a classificar as misturas que você encontra no seu dia a dia e traga exemplos aos colegas para fóruns de debate. Substâncias e Misturas 29 Separação de Misturas As misturas podem ter seus componentes separados. Existem várias técnicas conhecidas que realizam a separação de misturas. É muito importante frisar que o que definirá o tipo de separação é o tipo de mistura com a qual iremos trabalhar. Separação de Sólidos Para separar sólidos, podemos utilizar os métodos: CATAÇÃO a separação é feita recolhendo com as mãos ou um equipamento específico um dos componentes da mistura. Exemplo: retirar as impurezas do feijão antes de cozinhar. Fonte: iStock/Getty Images PENEIRAÇÃO ou TAMIZAÇÃO é o método que separa sólidos de tamanho maior dos sólidos de tamanho menor, utilizado também para separar sólidos em suspensão de líquidos. Exemplo: a indústria produtora de arroz usa esta técnica para classificar seu produto para venda. Fonte: iStock/Getty Images Substâncias e Misturas UNIDADE II 30 LEVIGAÇÃO é o método que utiliza água corrente como veículo para separar as substâncias mais densas das substâncias menos densas. Exemplo: esse processo é utilizado nos garimpos de ouro para separar o ouro que é um material mais denso de outros materiais como a areia que é um material menos denso. Fonte: iStock/Getty Images DISSOLUÇÃO consiste na utilização de solvente para dissolver uma mistura; importante observar que este solvente deve ter uma densidade intermediária entre as densidades dos componentes do sistema a ser separado. Exemplo: ao se adicionar água à mistura de serragem e areia, a areia se deposita no fundo e a serragem flutua. Água Serragem Areia Você sabia? A DISSOLUÇÃO FRACIONADA também utiliza o solvente para dissolver a mistura, porém, neste caso, o solvente terá ação em apenas um dos componentes da mistura. Exemplo: numa mistura de sal e areia, a água dissolve o sal, mas não dissolve a areia. A filtração é o método utilizado para separar a areia, que deve ficar retida no filtro, da água salgada. Logo após, utiliza-se o processo de evaporação para separar a água do sal. Substâncias e Misturas 31 SEPARAÇÃO MAGNÉTICA é utilizada quando temos uma mistura em que um material magnético é um dos componentes. O equipamento utilizado para este fim contém um ímã ou eletroímã que atrai o material magnético e o separa da mistura. Exemplo: o malte recebido na indústria cervejeira pode conter pequenas sujidades como pregos, por exemplo; então, a separação magnética retira este material no recebimento de matéria-prima, garantindo a segurança alimentar do produto que será armazenado em silos. Fonte: iStock/Getty Images VENTILAÇÃO é um método utilizado para separar componentes sólidos com densidades diferentes pela aplicação de um jato de ar sobre a mistura. Exemplo: os produtores de arroz utilizam este método para separar o arroz da palha antes da distribuição. Fonte: iStock/Getty Images Substâncias e Misturas UNIDADE II 32 Separação de Sólidos e Líquidos Para separar misturas de sólidos e líquidos, podemos utilizar os seguintes métodos: SEDIMENTAÇÃO é o método de separação que deixa a mistura em repouso até que o componente sólido, por ser mais pesado, se deposite no fundo do recipiente. Este é um processo muito lento e qualquer movimentação no sistema coloca a areia novamente em suspensão. Exemplo: mistura de água + areia. DECANTAÇÃO é um processo de separação de misturas que contenham líquidos imiscíveis, que não se misturam. O recipiente escolhido para o processo, por exemplo, um Becker, que contem os líquidos deve ser inclinado para derramar o líquido que fica em cima em outro recipiente escolhido. Uma forma de tornar este processo mais eficiente é a utilização de um funil de bromo. O funil de bromo é uma vidraria muito utilizada em laboratório. Muito parecido com um funil comum, porém, tem forma de balão e sua abertura superior é menor e uma torneira em baixo. A mistura dos líquidos imiscíveis pode ser colocada neste equipamento deixando um béquer posicionado bem abaixo da torneira. O processo consiste em abrir a torneira. Desta forma, o líquido que ficou embaixo escorre rapidamente para o béquer pela torneira, e o líquido que ficou em cima, mais leve, fica retido no funil. É importante ter a percepção de fechar a torneira exatamente no momento em que a passagem do líquido finalizar. CENTRIFUGAÇÃO é o processo que acelera a sedimentação com o auxílio de um aparelho chamado centrífuga. A centrífuga, como o próprio nome diz, utiliza da força centrífuga para separar o material mais denso do material menos denso. FILTRAÇÃO é um método de separação que separa mistura sólido- líquido ou sólido-gás quando o sólido se encontra disperso por um líquido ou gás. Esta metodologia acontece com o auxílio de uma superfície porosa conhecida como papel- filtro. O papel-filtro serve para reter o material sólido e deixar o líquido passar. EVAPORAÇÃO é o método utilizado para separar sólido-líquido, ele dispersa por evaporação o líquido que está misturado com um sólido. Exemplo: o sal de cozinha é obtido por este processo. O sal grosso é o resultado do processo de evaporação nas salinas e ao ser purificado torna-se o sal refinado ou sal de cozinha. Substâncias e Misturas 33 Separação de Misturas Homogêneas Os métodos de fracionamento são baseados na manutenção da temperatura constante durante as mudanças de estados da matéria. Estes métodos são utilizados para separar os elementos das substâncias de misturas homogêneas. Apresentaremos a seguir: fusão e destilação. FUSÃO FRACIONADA é o método que separa substâncias sólidas de misturas homogêneas. O componente sólido é aquecido e derretido até o seu ponto de fusão, separando-se das demais substâncias. É importante que as substâncias tenham pontos de fusão bem distintos. Como exemplo, temos a separação de mistura sólida de metais. O metal com ponto de fusão menor funde-se primeiramente seguindo a mesma lógica da destilação. Fonte: iStock/Getty Images DESTILAÇÃO é o método que separa líquidos e sólidos com pontos de ebulição diferentes, sendo que os líquidos devem ser miscíveis entre si. Como exemplo, temos a mistura de água + álcool etílico que é imperceptível ao olho nu. Seguindo a dinâmica da destilação, o ponto de ebulição do álcool etílico é menor do que o ponto de ebulição da água. Por esse motivo, o álcool deve ferver em primeiro lugar ao aquecermos a mistura. No condensador, o vapor do álcool se resfria e vira álcool líquido no frasco coletor. Você sabia? Fonte: iStock/Getty Images Para essa técnica, também chamada de destilação simples, utiliza-se o destilador, que é um conjunto de vidrarias, tais como mangueiras, suportes, balão de destilação, haste metálica, bico de gás, condensador, termômetro, agarradores e frasco coletor. A destilação fracionada é estudada em disciplinas de química orgânica e muito utilizada nas organizações em processos de separação de misturas líquidas de dois ou mais componentes. Como exemplo, podemos enumerar gasolina, óleo diesel e querosene que são produzidos em torres de separação de petróleo. Substâncias e Misturas UNIDADE II 34 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, consulte os livros disponíveis em Minha Biblioteca: Livros: BRASIL, Nilo Índio do, ARAÚJO, Maria Adelina Santos, and SOUSA, Elisabeth Cristina Molina de (orgs.). Processamento de Petróleo e Gás. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. VitalBook file. SCHWANKE, Cibele. Ambiente: Conhecimentose Práticas. Série Tekne. Porto Alegre: Bookman, 2013. VitalBook file. KOBLITZ, Maria Gabriela Bello. Matérias-Primas Alimentícias. Composição e Controle de Qualidade. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. VitalBook file. Leia-os para enriquecer sua compreensão sobre o assunto tratado nesta unidade. Bom estudo! Substâncias e Misturas 35 Referências BROWN, T.L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química, a Ciência Central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHANG, R. Química Geral. Conceitos Essenciais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. SARDELLA, A. Curso de Química: Química Geral. 25. ed. 2ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2002. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Eliane Tavelli Alves III Classifi cação Periódica dos Elementos Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 38 Contextualização Para iniciar esta unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre a classificação periódica de um elemento. Trata-se de uma representação do elemento Ferro extraída da Tabela Periódica. A figura aborda alguns números que são específicos de cada elemento. Para Pensar Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: Como diferenciar um elemento do outro? Quais são os critérios para montagem da Tabela Periódica? Classi� cação Periódica dos Elementos 39 Introdução Glossário Significado de átomo de acordo com o dicionário on-line de português: s.m. Fisioquímica. A menor partícula que compõe um elemento químico, composta pelo núcleo cujo interior está repleto de prótons e nêutrons, e por elétrons que estão ao redor deste mesmo núcleo. P.ext. O que é excessivamente pequeno; insignificante. P.ext. Intervalo de tempo muito breve; instante. Filosofia. Segundo os adeptos do atomismo, a determinação das características de cada objeto é feita por partículas (infindáveis, pequenas e não divisíveis) que se combinam e se separam por serem movidas por forças da natureza. (Etm. do grego: átomos.os.on) Qual a explicação de átomo que você tinha até hoje? Distribuição Eletrônica e a Tabela Periódica Para o conhecimento da Tabela Periódica e sua construção, precisamos primeiro entender como é feita a distribuição eletrônica, ou seja, entender como os elétrons se distribuem em torno do núcleo do átomo. Os elétrons se dividem em níveis, também chamados camadas, em torno do núcleo. Na natureza os elétrons conseguem se distribuir até a sétima camada. E em cada uma delas temos um limite de elétrons que podem se acomodar. Camada K L M N O P Q Nível 1 2 3 4 5 6 7 Número máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 2 Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 40 Os elétrons distribuem se em níveis, que se distribuem em subníveis que, por sua vez, apresentam orbitais. Os subníveis são quatro: s, p, d, f, que também possuem uma limitação de elétrons em cada um deles. Subnível s p d f Número máximo de elétrons 2 6 10 14 O elétron ocupa posição nos níveis e subníveis em ordem crescente de energia: da posição de menor energia para a posição de maior energia, sendo que a posição de menor energia é a que está mais próxima do núcleo. Considerando isso, o químico Linus Pauling chegou a seguinte tabela para facilitar a visualização da distribuição eletrônica: 1s2 2s2 3s2 4s2 5s2 6s2 7s2 K L M N O P Q 2p6 3p6 4p6 5p6 6p6 7p6 3d10 4d10 5d10 4f14 5f14 6d10 Vamos exercitar? Átomo Cloro 17Cl = 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p5 Última camada de distribuição ou camada 3 (M) contém 7 elétrons Íon Cloro 17Cl- 1 = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 Última camada de distribuição ou camada 3 (M) contém 8 elétrons A camada de valência corresponde à última camada do átomo, a camada com maior energia. As ligações químicas entre os elementos acontecerão entre os elétrons que se encontram nesta camada. E a quantidade de elétrons nesta camada irá determinar sua posição na Tabela Periódica. Classi� cação Periódica dos Elementos 41 Tabela Periódica A Tabela Periódica criada por Mendeleyev dispõe os elementos de acordo com suas pro- priedades. Fonte: Wikimedia Commons Estrutura As colunas apresentam os elementos químicos com a mesma confi guração eletrônica nos últimos subníveis e são denominados por GRUPOS ou FAMÍLIAS. A Tabela Periódica possui: · Família 1A (Grupo 1): Metais Alcalinos · Família 2A (Grupo 2): Metais Alcalinos-Terrosos · Família B (Grupo 3 a 12): Metais de Transição · Família 3A (Grupo 13): Família do Boro Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 42 · Família 4A (Grupo 14): Família do Carbono · Família 5A (Grupo 15): Família do Nitrogênio · Família 6A (Grupo 16): Calcogênios · Família 7A (Grupo 17): Halogênios · Família 0 ou 8A (Grupo 18): Gases Nobres Os Metais se apresentam normalmente no estado sólido, única exceção é o Mercúrio que se apresenta no estado líquido. Estes elementos possuem como características serem bons condutores de calor e de eletricidade, serem maleáveis e terem boa ductilidade. Os Ametais se apresentam na forma líquida, gasosa ou sólida. Não são bons condutores de calor e de eletricidade, e não podem ser moldados. E os Semimetais, como o próprio nome indica, possuem características intermediárias entre os metais e os não metais, como consequência a condutibilidade elétrica também é intermediária. Fonte: iStock/Getty Images Temos ainda os Gases Nobres que apresentam baixos pontos de fusão e de ebulição, pois possuem forças de atração fracas porque possuem os níveis de energia exteriores completos com elétrons. Classi� cação Periódica dos Elementos 43 As linhas horizontais da tabela apresentam elementos com o mesmo número de níveis e são denominadas PERÍODOS. A localização dos elementos na Tabela Periódica se dá indicando o GRUPO ou FAMÍLIA e o PERÍODO onde se encontram. A posição de um elemento na tabela diz muito sobre suas propriedades físicas e químicas. A variação destas propriedades em função do número atômico pode ser: · Periódicas quando ocorrem à medida que o número atômico de um elemento químico aumenta, assumindo valores que crescem e decrescem em cada período da Tabela Periódica, como densidade, temperatura de fusão, temperatura de ebulição e volume atômico, e · Aperiódicas quando os valores variam à medida que o número atômico aumenta não se repetindo em períodos regulares e não obedecendo à sua posição na tabela, como dureza e massa atômica. São exemplos de propriedades periódicas: • O raio atômico que se refere ao tamanho do átomo. Quanto maior o número de níveis, maior será o tamanho do átomo. • A energia de ionização que é a energia necessária para remover elétrons de um átomo isolado no estado gasoso. O tamanho do átomo interfere na sua energia de ionização. • A afinidade eletrônica que é a energia liberada quando um átomo no estado isolado captura um elétron. Quanto menor o raio, maior a sua afinidade eletrônica em uma família ou período. Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 44 Ligações Químicas As ligações químicas representam interações entre dois ou mais átomos, interações essas que podem ocorrer por doação ou compartilhamento de elétrons e que vão gerar as moléculas. Cada um desses processos é caracterizado por um tipo de ligação química. H - H H - H H - H H - F H - F H - F H - H H - H H - H H - F H - F H - F Para iniciar esta caminhada pelo universo das ligações químicas, vamos observar as forças que atuam nas moléculas: temos as forças intermoleculares, isto é, entre as moléculas, e as forças intramoleculares, que agem no interior dessas moléculas, entre dois ou mais átomos. As forçasintermoleculares são as Pontes de Hidrogênio ou Forças de Van der Waals. Já as forças intramoleculares são as famosas ligações químicas do tipo iônica, covalente ou metálica. A molécula da água é formada por Pontes de Hidrogênio que são ligações químicas formadas por um átomo de hidrogênio que é compartilhado entre duas moléculas, portanto, essas pontes são formadas pelas forças intermoleculares. Esse tipo de ligação tem baixa energia e pode ser facilmente rompida com o aumento da temperatura. Os átomos de hidrogênio e oxigênio podem interagir com outras moléculas diferentes dando à água a característica de solvente universal. Água Gelo Vapor Regra do Octeto Os gases nobres estão livres porque obedecem à regra do octeto, eles contêm 8 elétrons na sua camada de valência, aquela mais afastada do núcleo. A Regra do Octeto diz que os elementos químicos devem conter sempre 8 elétrons na última camada, fi cando estáveis, como a confi guração dos gases nobres. Então os átomos dos demais elementos químicos devem adquirir estabilidade através das ligações químicas. Como vimos, há três tipos de ligações químicas promovidas pelas forças intramoleculares: · Ligação Iônica – perda ou ganho de elétrons; · Ligação Covalente – compartilhamento de elétrons (normal ou dativa); · Ligação Metálica – átomos neutros e cátions mergulhados numa “nuvem eletrônica”. Classi� cação Periódica dos Elementos 45 Ligação Iônica Para ocorrer uma ligação iônica devemos ter a doação e o recebimento de elétrons entre dois átomos. A ligação iônica é responsável pela formação de compostos iônicos. Ocorre entre um átomo metálico e um átomo não metálico e um átomo metálico e um átomo de hidrogênio. Propriedades destes compostos: · São sólidos em condições ambiente; · Apresentam altos pontos de fusão e ebulição; · São condutores de eletricidade quando no estado líquido ou quando dissolvidos em água; · A maioria dos compostos é solúvel em água. Fórmula Molecular das Substâncias Fórmula química representa o número e o tipo de átomos que constituem uma molécula. É a representação que aponta quantos átomos de cada elemento químico constitui a molécula. Exemplos: H2O (água), CO2 (gás carbônico). A+X B-Y AY BX Ligação Covalente A ligação covalente acontece quando se combinam dois átomos que possuem uma mesma tendência de ganhar e perder elétrons. Nessas condições, não ocorre uma transferência total de elétrons, ocorre um compartilhamento de pares de elétrons. A ligação covalente ocorre sempre entre dois átomos não metálicos, ou ametal e hidrogênio. Propriedades destes compostos: · São sólidos, líquidos ou gasosos em condições ambiente; · Apresentam baixos pontos de fusão e ebulição (comparados aos iônicos); · São maus condutores de eletricidade, alguns podem conduzir quando em meio aquoso (ionização); · A maioria dos compostos é solúvel em solventes orgânicos. A ligação covalente pode ser polar ou apolar, conforme indicação abaixo: Ligação apolar quando a diferença de eletronegatividade é igual a zero. Geralmente, acontece em moléculas de átomos iguais. · Cl2, O2 Ligação polar quando a diferença de eletronegatividade é diferente de zero. Geralmente, acontece em moléculas de átomos diferentes. · HCl, H2S Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 46 Ligação Metálica Na ligação metálica os elétrons distribuem-se sobre os núcleos positivos de átomos metálicos, formando uma nuvem eletrônica responsável pelas propriedades metálicas da matéria constituída. Esta nuvem de elétrons funciona como a ligação metálica, que mantém os átomos unidos formando as chamadas ligas metálicas. As ligas têm mais aplicação do que os metais puros e são cada vez mais importantes para o nosso dia a dia. Alguns exemplos: Bronze (cobre e estanho) Aço Comum (ferro e carbono) Aço Inoxidável (ferro mais carbono, cromo e níquel) Latão (cobre e zinco) Ouro para fabricação de joias (ouro e cobre) Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Classi� cação Periódica dos Elementos 47 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos e enriquecer sua compreensão sobre o assunto tratado nesta unidade, leia o artigo: Livros: TOLENTINO, M.; ROCHA FILHO, R. C.; CHAGAS, A. P. Alguns aspectos históricos da classificação periódica dos elementos químicos. Química Nova, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, 1997. Classi� cação Periódica dos Elementos UNIDADE III 48 Referências BROWN, T.L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química, a ciência central. 9ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo: Ed. Moderna, 1998. v. 1. SARDELLA, A. Curso de química: química geral. 25ª ed. 2ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2002. IV As Funções Químicas Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco As Funções Químicas UNIDADE IV 50 Contextualização Para iniciar esta Unidade, a partir das seguintes ilustrações reflita sobre as diferentes funções e apresentações das substâncias químicas na natureza. Figuras 1, 2 e 3 – Limão, cal, ferrugem e sal de cozinha. Para pensar Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: • Qual a função dessas substâncias? • O que as diferencia ou as une em um mesmo grupo? As Funções Químicas 51 Introdução Fonte: iStock/Getty Images O conhecimento e a classifi cação das funções químicas são importantes para entender o comportamento das substâncias e como essas reagem, podendo transformar-se em outras. Função Química Funções químicas são definidas como os grupos de substâncias compostas que apresentam propriedades químicas semelhantes. Os fenômenos de acidez, basicidade, solubilidade em água e reatividade são temas estudados. Os quatro principais tipos de função inorgânica são: óxidos, ácidos, bases e sais, compostos que não possuem cadeia carbônica. C H H H H CH3 CH3 CH3 CH3 O O O O O O C HH OH OH N H3C H3C H3C H3C HH H H H H C C C O Já os compostos orgânicos apresentam átomos de carbono distribuídos em cadeias, átomos de carbono ligados diretamente ao hidrogênio. As Funções Químicas UNIDADE IV 52 Função Inorgânica A base de classificação das funções inorgânicas é a Teoria da Dissociação Iônica,proposta por Arrhenius, em 1884, após realização de experimentos para explicar a condutividade de algumas soluções. Figura 1. Svante Arrhenius Fonte: Wikimedia Commons De acordo com fatos históricos, Svante Arrhenius concluiu que as soluções iônicas transportavam corrente elétrica pelo fato de que os seus íons se separavam quando colocados em água, constatando que a condutividade elétrica das soluções dependia dos íons responsáveis pelo transporte de carga. Já as substâncias moleculares em água, sofriam o fenômeno da ionização. Daí surgiu o fenômeno da dissociação iônica. Após essa conclusão, Arrhenius descreveu que certos grupos de substâncias inorgânicas liberavam os mesmos cátions quando colocados em água; ao passo que em outros grupos,essas substâncias liberavam os mesmos ânions. As substâncias inorgânicas foram então divididas em grupos menores – ou funções inorgânicas –, conhecidas até hoje como ácidos, bases, sais e óxidos. Observe os dois seguintes experimentos: Figura 2. Experimento com eletrodos Temos eletrodos mergulhados em duas soluções diferentes: uma de sacarose e outra de sal de cozinha (fi gura ao lado) Re� ita: por que a lâmpada só acende na solução aquosa dosal de cozinha? Dissociação iônica e ionização Quando uma substância iônica funde ou se dissocia em água ocorre o fenômeno da dissociação iônica - a separação dos íons que constituem a substância. Compostos iônicos quando fundidos ou dissolvidos em água liberam seus íons, tornando-se condutores de eletricidade. Quando uma substância molecular reage com água pode ocorrer a formação de íons. Esse fenômeno é chamado de ionização. Quanto maior a tendência de ionização de um composto molecular, maior será sua condutibilidade elétrica. Fonte: Abril Educação As Funções Químicas 53 Importante! Número de Oxidação (NOX) Para entender o fenômeno da eletroquímica, torna-se necessário saber calcular o número de oxidação das substâncias que são envolvidas em uma reação química. Apresentaremos a seguir alguns exemplos da forma de calcular o Número de Oxidação – mais conhecido como NOX: Substância simples: quando não há perda, nem ganho de elétrons. H2 NOX H = 0 Átomo como íon simples: apresenta sua própria carga. Na+ NOX Na = 1+ Metais alcalinos: 1+ NaCl NOX Na = 1+ Metais alcalino-terrosos: 2+ CaO NOX Ca = 2+ Halogênios: 1- NaCl NOX Cl = 1- Calcogênios: 2- CaO NOX O = 2- Elementos Ag: 1+ AgCl NOX Ag = 1+ Elementos Zn: 2+ ZnCl2 NOX Zn = 2+ Elementos Al: 3+ AlCl3 NOX Al = 3+ Hidrogênio em composto: 1+ H2O NOX H = 1+ Hidrogênio como hidreto metálico: 1- NaH NOX H = 1- Oxigênio em composto: 2- H2O NOX O = 2- Oxigênio ligado a flúor: 1+ e 2+ O2F2 NOX O = 1+ Oxigênio como peróxido: 1- H2O2 NOX O = 1- As Funções Químicas UNIDADE IV 54 Ácido Ácido é o grupo que compreende toda substância que libera um íon H+ em água, segundo a teoria de Arrhenius. Contudo, na teoria mais atual de Brønsted-Lowry ácido é toda substância com capacidade de receber um par de elétrons. A partir dessas duas teorias, a de Arrhenius sofreu atualização e hoje podemos dizer que ácido é toda a substância que libera um íon H+. A classificação dos ácidos pode ser realizada de diversas formas e a partir da observação de sua fórmula: A partir da presença ou não de oxigênio, temos: HIDRÁCIDOS Não possuem oxigênio na fórmula. Exemplo: HF OXIÁCIDOS Possuem oxigênio na fórmula. Exemplo: H2CO3 Levando em consideração o grau de dissociação iônica, observa-se que o cálculo de α nos ácidos é igual ao desenvolvido nas bases. Sendo α – em porcentagem – igual a cem vezes o número de moléculas dissociadas, é dividido pelo número total de moléculas dissolvidas: α > 50% → forte e α < 5% → fraco Dessa forma, os Hidrácidos se classificam: • Fortes: HCl < HBr < HI • Médios: HF • Fracos: os demais. Quanto aos Oxiácidos, observando que x é igual ao número de oxigênio, menos o número de hidrogênio, temos: Se x > 1: Fortes como o H2SO4 Se x = 1: Médios como o HClO2 Se x < 1: Fracos como o HClO As Funções Químicas 55 A nomenclatura dos ácidos também apresenta particularidades de acordo com a sua composição. Para os Hidrácidos utilizamos a seguinte nomenclatura: Ácido + elemento + ídrico Assim: HCl = ácido clorídrico Para os Oxiácidos é necessário observar o NOX: NOX Prefixo Sufixo Cabe ressaltar que quanto menor a quantidade de oxigênio na fórmula, menor será o NOX do elemento que está na posição central; por sua vez, quanto maior a quantidade de oxigênio na fórmula, maior será o NOX. +1 ou +2 hipo oso +3 ou +4 - oso +5 ou +6 - ico +7 (hi)per ico Fonte: elaborado pela autora. Logo, utilizamos a nomenclatura abaixo: Ácido + prefixo + elemento + sufixo Assim: HClO4= ácido perclórico (onde o NOX do Cloro será Cl = +7) As Funções Químicas UNIDADE IV 56 Base As bases são os compostos que se dissociam em meio aquoso, liberando ânions OH _ . Na teoria de Lewis a base é definida como uma substância capaz de doar um par de elétrons. A classificação das bases segue as seguintes regras: Em função de seu grau de dissociação, utilizamos o mesmo cálculo dos ácidos: PARA α = 100% FORTES São as bases formadas por metais dos grupos 1A e 2A, alcalinos e alcalinos terrosos, ou seja, quando o grau de ionização é praticamente 100%. Para α < 5% FRACAS São as bases cujo grau de ionização é, na maioria dos casos,inferior a 5%. Podemos exemplificar com o hidróxido de amônio e os hidróxidos dos metais em geral, excluindo as bases formadas por metais das famílias dos metais alcalinos e alcalinos terrosos. A nomenclatura das bases também apresenta particularidades: Quando o cátion possuir NOX fixo, será chamada de: hidróxido de + cátion Exemplo: KOH= Hidróxido de Potássio Quando o cátion não possuir NOX fixo, será chamada de: hidróxido + cátion + sufixo ou hidróxido de + cátion+ NOX* Exemplo: Exemplo: Fe(OH)2= Hidróxido ferroso Fe(OH)2= Hidróxido de ferro II *esse representado em algarismo romano As Funções Químicas 57 Sal Sais são os compostos que apresentam característica de dissociação em meio aquoso e liberação de um cátion diferente de H+ e um ânion específico de OH–. Podem também ser definidos como os compostos resultantes da reação de uma substância ácida e uma substância básica. Tem a propriedade de se tornarem condutores de eletricidade quando dissolvidos em água. A classificação dos sais se faz de acordo com: A PRESENÇA OU NÃO DE OXIGÊNIO Halóides quando não possuem oxigênio. Exemplo: KBr Oxissais quando possuem oxigênio. Exemplo: CaCO3 A PRESENÇA DE ÍONS H+ OU ÍONS OH- É sal normal aquele formado pela neutralização completa na reação de um ácido e uma base. Detalhe, esse tipo de sal não possui íon H+ nem OH- Exemplo: HCl+ NaOH NaCl+ H2O Já o hidrogenossal – ou hidroxissal – é formado na reação de neutralização quando ocorre a neutralização parcial, com sobra de íons H+ ou íons OH_, isso quando o ácido e a base não se apresentam em proporção estequiométrica. Exemplo: H2CO3+ NaOH NaHCO3+ H2O SAL MISTO Apresenta mais de um cátion, ou mais de um ânion, os quais diferentes em sua fórmula. Esse sal é formado pela neutralização de um ácido por mais de um tipo de base, ou de uma base por mais de um tipo de ácido. Exemplo: Al(OH)3+ HCl+ H2SO4 AlClSO4+ 3H2O A nomenclatura dos sais segue as seguintes regras: Pela terminação do ácido: Ácido Ânion Exemplo: HCl = ácido clorídrico NaCl= cloreto de sódio ídrico eto oso ito ico ato Fonte: elaborado pela autora. Para oxissais temos: NOX Prefixo Sufixo Óxidos ácidos e Oxiácidos Oxissais +1 ou +2 hipo oso ito +3 ou +4 - oso ito +5 ou +6 - ico ato +7 (hi)per ico ato Fonte: elaborado pela autora. As Funções Químicas UNIDADE IV 58 Atenção Os elementos B+3, C+4 e Si+4 são exceções à regra, pois só possuem sufi xo “ico” na forma de ácido. Assim, quando sais, usa-se sempre o sufi xo “ato”, como se segue: KNO2 (NOX N = +3) = Nitrito de Potássio. Outra exceção aparece quando na fórmula do sal há um hidrogênio, devendo ser acrescentado o prefi xo “bi” ao nome do cátion. Daí temos: NaHCO3 = bicarbonato de sódio. Óxido Os óxidos são compostos binários que apresentam o oxigênio com número de oxidação igual a -2, sendo o elemento mais eletronegativo da fórmula.As classificações e propriedades de um óxido dependem das características iniciais do elemento formador desse óxido. Vamos à classificação dos óxidos: ÓXIDOS NEUTROS São aqueles formados por um elemento ametal e oxigênio. Suas características são: • Possuir ligação covalente; • Não reagir com água, base ou ácidos. Exemplo: CO = Monóxido de Carbono ÓXIDOS BÁSICOS São aqueles formados por um metal e oxigênio. Sua principal característica é possuir ligação iônica. Exemplo: BaO = Óxido de Bário ÓXIDOS DUPLOS OU MISTOS São aqueles formados por dois óxidosprovenientes de um mesmo elemento químico. Exemplos: Fe3O4 = Magnetita FeO + Fe2O3 Fe3O4 ÓXIDOS ANFÓTEROS São os óxidos básicos na presença de ácidos e os óxidos ácidos na presença de bases. Exemplo: Al2O3 = Óxido de Alumínio ÓXIDOS ÁCIDOS São formados por um elemento ametal e oxigênio. Suas principais características são: • Possuir ligação covalente; • Na presença de água, tornar-se um ácido; enquanto na presença de base, tornar-se sal e água. Exemplo: So2 = Óxido de Enxofre PERÓXIDOS São formados por um elemento qualquer e oxigênio do grupo. Exemplo: Na2O2 = Peróxido de Sódio As Funções Químicas 59 A nomenclatura dos óxidos segue a seguinte classificação: Para qualquer óxido: prefixo + óxido de + prefixo + elemento(ou de elemento + NOX) Exemplo: Fe3O4= tetróxido de triferro (de ferro(3)) Para elementos com NOX fixo: óxido de + elemento Exemplo: Al2O3= óxido de alumínio Para os elementos que não apresentam NOX fixo: óxido + elemento + sufixo ou óxido de + elemento + NOX* Exemplo: Exemplo: Fe2O3= óxido férrico Fe2O3= óxido de ferro III *esse representado em algarismo romano Apenas para os óxidos ácidos: anidrido + prefixo + elemento + sufixo NOX Prefixo Sufixo +1 ou +2 hipo oso +3 ou +4 - oso +5 ou +6 - ico +7 (hi)per ico Fonte: elaborado pela autora. Novamente as exceções são os elementos B+3, C+4 e Si+4, onde apenas se usa o sufixo “ico”. Exemplo: Mn2O7= anidrido permangânico A nomenclatura dos peróxidos é a seguinte: peróxido de + elemento Exemplo: H2O2= peróxido de hidrogênio Quanto à nomenclatura dos superóxidos: superóxido de + elemento Exemplo: Na2OH2= superóxido de sódio As Funções Químicas UNIDADE IV 60 Função orgânica Dado o grande número de compostos orgânicos existentes, foi necessário agrupá-los em funções orgânicas. Assim, as substâncias são classificadas de acordo com a semelhança de suas propriedades e composições,melhorando o estudo desses compostos. As principais funções orgânicas são: • Hidrocarboneto; • Álcool; • Cetona; • Éter; • Ácido carboxílico. Hidrocarboneto Os hidrocarbonetos correspondem à função mais simples da Química orgânica. A partir do seu conhecimento é possível determinar com facilidade as demais funções. O petróleo e o gás natural são exemplos de fontes de hidrocarbonetos. Ponto de partida para a produção de combustíveis, plásticos, corantes e muitos outros produtos largamente utilizados pelo homem. Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados exclusivamente por hidrogênio e carbono. Daí vem o nome hidrocarboneto, hidro = H e carboneto = C. Sua fórmula geral é CxHy Exemplos: Propano (C3H8) que está presente no gás de cozinha GLP: Octano (C8H18) = gasolina As Funções Químicas 61 Álcool O Álcool é a denominação de uma substância orgânica contendo um ou mais grupos Oxidrila ou Hidroxila (OH) ligados diretamente aos átomos de carbono saturados. O álcool etílico– ou etanol – é de grande importância.Trata-se de componente das bebidas alcoólicas. É considerada uma substância tóxica,pois age no organismo como agente depressivo do sistema nervoso. Apresenta grande importância na indústria química, em processos de laboratório, na fabricação de perfumes e aromas, na produção de solventes e nos combustíveis. A representação de um monoálcool pode ser: R — OH Onde: R = radical OH = hidroxila Exemplos: Cetona Todo composto orgânico que possui o grupo funcional – CO – é chamado de Cetona. Nos aldeídos e nas cetonas, chamamos esse grupo – CO – de Carbonila. Por esse motivo, os Aldeídos e Cetonas fazem parte do grupo dos Carbonilados. As Cetonas são encontradas em abundância na natureza em flores e frutos. São líquidos que apresentam odor agradável. As diversas Cetonas artificiais e naturais são usadas amplamente na indústria de aromas e fragrâncias como perfumes e aromatizantes. Temos também como exemplo de Cetonas os compostos cetônicos da urina, que são substâncias medicinais. As cetonas possuem o grupo Carbonila – CO – ligado a outros dois átomos de carbono. São exemplos de cetonas: Propanona Butanona Ciclobutano O || H3C — C — CH3 O || CH3 — C — CH2 — CH3 As Funções Químicas UNIDADE IV 62 Éter Chamamos de éter a todo composto orgânico que apresenta a cadeia carbônica ligada por Oxigênio – O – entre dois carbonos. Esse oxigênio deve também estar diretamente ligado a dois radicais orgânicos. Entre os compostos classificados como éter mais conhecidos temos o éter dietílico, ou comumente chamado de éter comum. Esse possui característica de ser um líquido altamente volátil, dado que seu ponto de ebulição gira em torno de 35°C. Possui ainda característica de alta inflamabilidade, é incolor e tem odor muito conhecido e característico. É um composto muito utilizado em formulações de solvente de óleos, resinas e tintas. Pela possibilidade de utilização como composto alucinógeno, possui uso restrito. O éter apresenta uma fórmula genérica R – O – R, sendo que R é a representação do Radical, enquanto O é o elemento Oxigênio. Eis algumas fórmulas para exemplificar: Ácidos Carboxílicos Os ácidos carboxílicos são compostos orgânicos que apresentam um ou mais grupos – COOH – ligados à cadeia de carbonos. Entre os ácidos carboxílicos conhecidos, temos o ácido fórmico, que é o ácido mais simples por conter apenas um carbono em sua fórmula. Fórmico é o nome popular do ácido metanoico, por esse ser o elemento presente nas picadas de formigas e abelhas. Concluindo, seguem representações de ácidos carboxílicos: As Funções Químicas 63 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta Unidade, leia o seguinte artigo: Livros: • FERREIRA, A. de M.; SILVA, G. C. S.; DUARTE, H. A. Materiais funcionais para a proteção ambiental. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, n. 8, p. 30-38, maio 2014. https://goo.gl/9BjvVN E para maiores conhecimentos consulte: • BRADY, J. E.; SENESE, F. A.; JESPERSEN, N. D. Química – a matéria e suas transformações. v. 1. 5. ed. [São Paulo?]: LTC, 2009a. • ______. Química – a matéria e suas transformações, v. 2., 5. ed. São Paulo: LTC, 2009b. As Funções Químicas UNIDADE IV 64 Referências ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química. Porto Alegre, RS: Bookman, 2001. PERUZZO, F.; CANTO, E. do. Química na abordagem do cotidiano – Química orgânica. v. 3. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. REIS, M. Completamente Química. São Paulo: FTD, 2001. USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química – Química orgânica. v. 3. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos V Ciência dos Materiais Ciência dos Materiais UNIDADE V 66 Contextualização Para iniciar esta unidade, a partir das imagens abaixo reflita sobre os diferentes materiais e sua utilização nas organizações. Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: • Qual a função desses materiais? • O que as diferencia ou as une num mesmo grupo? • Como definir sua melhor utilização? Ciência dos Materiais 67 Introdução Diálogo com o Autor Segundo Callister (2012), a disciplina ciência dos materiais envolve a investigação das relações que existem entre as estruturas e as propriedades dos materiais. Transportes, comunicação, recreação, habitação, vestuário e produção de alimentos — virtualmente, cada seguimento de nossas vidas diárias é influenciado em maior ou menor grau pelos materiais. Quais são os critérios para seleção de materiais que serão utilizadosnos processos industriais de produção? O processo de seleção de materiais envolve uma análise das propriedades químicas e físicas do material a ser escolhido. O primeiro passo é a verificação das condições a que o material será exposto para determinar o tipo de material que pode proporcionar melhor desempenho no processo. Como exemplo, podemos avaliar as seguintes considerações: • Resistência à corrosão é uma característica muito importante na seleção do material, onde deve ser avaliado o material ou os materiais que entrarão em contato e o meio ambiente a que está exposto. • As características do produto final, sua combinação de resistência à corrosão e resistência mecânica, suas propriedades mecânicas são fundamentais para a seleção do material. • Os métodos de fabricação do produto, incluindo todos os processos a que o material será submetido. • Uma análise de custo é recomendada para avaliar os custos de material e os custos relativos à manutenção, conservação e substituição de peças. • É essencial ter em conta a disponibilidade do material. • É recomendável entregar ao usuário do produto uma lista de recomendações para o cui- dado e manutenção dos equipamentos que favorece o desempenho esperado do material. Ciência dos Materiais UNIDADE V 68 PAPEL Fonte: iStock/Getty Images Introdução A madeira das árvores é a matéria-prima cuja transformação dá origem ao papel. A madeira dos eucaliptos é a mais utilizada para a produção de papel, porém, pode-se também fazer papel a partir da reciclagem do próprio material. A reciclagem favorece o equilíbrio do meio ambiente, evitando o corte de novas árvores que contribuem para a qualidade do ar. Esses processos ainda são poluentes e consomem grandes quantidades de água. Transformação Os troncos de madeira, depois de descascados, são triturados em pedaços. Depois, a madeira é moída até se desfazer completamente e se transformar numa pasta de celulose. A pasta é submetida a um processo de branqueamento até ficar pronta para a produção de papel. Finalmente, passa por rolos aquecidos, formando as folhas de papel. Propriedades Textura: pode ser lisa e brilhante, ou rugosa e áspera. Espessura: existem papéis muito finos e muito grossos. A espessura é medida de acordo com o seu peso em gramas por metro quadrado. Resistência: resistência ao corte e a serem rasgados é uma propriedade que varia de papel para papel. Absorção: a facilidade, maior ou menor, com que absorvem a água e até mesmo a humidade do ar é um fator a ter em conta no seu armazenamento. Combustibilidade – o papel arde com grande facilidade. Propriedades óticas: cor, brilho. MADEIRA Fonte: iStock/Getty Images Introdução A madeira é extraída dos troncos, ramos e das raízes das árvores. Podemos obter madeira de árvores ditas folhosas (folha caduca ou persistente), como o castanheiro, a nogueira, o eucalipto, o carvalho etc.; árvores como o pinheiro, o cedro e o abeto são resinosas (folhas persistentes, possuem resina e têm frutos em forma de cone). As madeiras exóticas são originárias das florestas tropicais. Transformação Após o corte da árvore, a madeira é cortada ainda verde, ou seja, quando ainda contém água no seu interior. A seguir, é feita a secagem. Propriedades Cor: as diferentes árvores dão origem a madeiras de cores e tonalidades diversas. Cheiro: tem um cheiro característico, que varia de espécie para espécie. Resistência: resiste às forças de compressão, tração e fl exão, mantendo a sua consistência. Densidade e peso: um mesmo volume de madeira pode ser diferente no peso e dureza. Combustibilidade: arde com muita facilidade. Ciência dos Materiais 69 ARGILA Fonte: iStock/Getty Images Introdução A argila é uma rocha que é extraída do solo. Por isso é de origem mineral. Pode ser de várias cores, de acordo com a constituição dos solos de onde são extraídas. Pode ser acinzentadas, amareladas ou avermelhadas. Transformação Ao local de extração da argila chama-se barreiro. O barro pode ser encontrado na superfície ou em camadas mais profundas. Após a extração, passa por três fases de transformação. A primeira é a desagregação, que consiste em partir os torrões da terra, transformando- os em pequenos pedaços de tamanho mais ou menos igual. A segunda fase é a da limpeza, que é passar a argila desagregada por uma peneira ou crivo, para separar pedras, areias grossas e outras impurezas. Depois, inicia-se a lavagem barro amolece na água durante vários dias, sendo mexida frequentemente. A operação fica concluída quando a mistura passa por uma rede e são extraídas as impurezas mais finas. Quando a água evapora, está pronta para ser trabalhada. Propriedades Plasticidade: assume várias formas por pressão de uma força, neste caso, dos dedos da mão. Solubilidade: antes de ser cozida a altas temperaturas, a argila amolece por ação da água, sendo solúvel se misturada com esta. Estabilidade: as dimensões de um pedaço de argila variam antes e depois da secagem. Antes de secar, é mais volumosa do que depois de seca, quando a água se evapora. Resistência: depois de cozida a altas temperaturas, a cerâmica adquire resistência. Sonoridade: a cozedura confere uma dureza e consistência às peças de cerâmica, que se traduz num som característico quando batemos com dedos na sua superfície. Impermeabilidade: depois de cozidas e vidradas, as peças tornam-se impermeáveis, deixando de absorver líquidos. Os materiais estão intimamente ligados à evolução do homem desde o início de sua existência. Nas idades mais remotas da Terra, veja os MATERIAIS que mais foram usados: • PEDRA • MADEIRA • OSSOS • FIBRAS • PELES • ARGILA O avanço das civilizações pode ser medido pela íntima relação entre as CIVILIZAÇÕES e os MATERIAIS por ela utilizados em suas atividades diárias. Podemos fazer uma classificação dos períodos da história ressaltando a IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS: Ciência dos Materiais UNIDADE V 70 Períodos da história Materiais mais utilizados em cada época: Idade da Pedra > Idade do Cobre > Idade do Bronze > Idade do Ferro De acordo com Navarro, em seu artigo “A Evolução dos Materiais. Parte1: da Pré- história ao Início da Era Moderna”, desde os primórdios, a história do Homem está interligada aos materiais. Essa ligação é uma soma de todos os materiais que inventamos ou descobrimos, manipulamos, usamos e abusamos, incluindo desde histórias de opulência e mistérios envolvendo materiais preciosos (ouro e prata), histórias mundanas, como no caso do ferro e da borracha pelos seus aspectos meramente industriais, passando por histórias de segurança e devastação ligadas aos materiais atômicos e aos lixos doméstico, industrial e hospitalar não processado. Desde eras muito remotas, a movimentação do Homem e os aglomerados humanos tinham como origem suas necessidades e disponibilidades dos locais em atendê-las. A necessidade essencial, comum a todos os selvagens, era a alimentação, e ela provinha basicamente da proteína animal, ou seja, o homem primitivo (homídeos) era um caçador. Como caça não se faz apenas com as mãos, os homídeos tiveram que construir instrumentos para conseguir caçar e ter seus alimentos. Embora de perfil majoritariamente nômades, ao descobrirem um território fértil tanto em caça como em matérias-primas para a produção de artefatos domésticos e de caça, os homídeos tinham que demarcar e defender o território correspondente contra os avanços de tribos semelhantes. A partir daí, surge a necessidade de desenvolvimento de artefatos bélicos, os quais representariam a força de uma tribo à medida que fossem mais contundentes e fabricados de maneira mais fácil e em maior quantidade. Manutenção de vastos territórios e o crescimento populacional estavam diretamente relacionados com as disponibilidades(alimento e matérias-primas) da área sob domínio e da capacidade do grupo dominante em explorá-la e defendê-la a contento. Quando uma dessas premissas não era atingida, as tribos, por seu próprio comportamento nômade, partiam em buscas de outras paragens. A busca incessante por alimentação e/ou matérias-primas e/ou a dispersão causada pelas lutas territoriais fizeram com que os homídeos se deslocassem por áreas muitas vezes inóspitas, ou o próprio ambiente assim se mostrava quando das glaciações, e os primitivos tiveram que cobrir seus corpos cada vez mais desprovidos de pelos. Os animais agora não serviam apenas como fonte de alimentos, mas de vestimentas (feitas com suas peles) e de instrumentos mais elaborados (feitos com seus ossos e chifres). Mesmo naquela época, a caça não era tão farta assim, de forma que os homídeos tiveram que domesticar e criar esses animais. Tornaram-se, então, cada vez menos nômades e assumiram uma postura sedentária, para os padrões de então, ao desenvolverem a agricultura e a criação de animais. Essa nova postura não só criou a necessidade de desenvolvimento de outro tipo de ferramenta, como também o estabelecimento de outro tipo de moradia: os homídeos abandonaram as cavernas e passaram a construir suas primeiras habitações. Ainda durante seus deslocamentos e tendo em vista as novas necessidades, os homídeos travaram contato com rochas mais duras e cujas lascas produziam artefatos mais resistentes e contundentes. Algumas delas, por ocasião das fogueiras para aquecimento corporal ou transformação de alimentos apresentaram comportamento até então desconhecido: o amolecimento (a fusão) e posterior endurecimento (solidificação); outras, por outro lado, menos consistentes originavam pós que assumiam consistência quando molhados, assim Ciência dos Materiais 71 como determinados depósitos de solo de regiões alagadas, ou que antes faziam parte de pequenos lagos que secaram. Desse ponto em diante, os homídeos, alguns já pertencentes à mesma espécie do homem moderno, tomaram conhecimento de novas e mais versáteis matérias-primas. Para cada nova mudança de comportamento, correspondiam o domínio e o uso de uma nova matéria-prima, e aqueles mais eficientes nesse aspecto preponderavam sobre os outros, principalmente, porque, desde sempre, as matérias-primas novas se destinavam, em primeiro lugar, para fins bélicos e só depois assumiam um aspecto doméstico ou caseiro. Assim como hoje, preponderava quem detinha o conhecimento e reservas do que se configurava como estratégico, e, assim como os alimentos, os materiais sempre acompanharam o homem ao longo de sua história evolutiva: quanto mais avançada a civilização, mais estratégicos os materiais à sua disposição e mais elaborados e eficientes os artefatos e equipamentos produzidos. Classifi cação dos materiais Os materiais sólidos são agrupados em três classificações básicas: Metais | Cerâmicas | Polímeros Essa classificação é baseada na composição química e na estrutura atômica, sendo que a maioria dos materiais se enquadra dentro de um ou outro grupo. Além disso, existem três outros grupos importantes: Compósitos | Semicondutores | Biomateriais Estrutura dos materiais As características e propriedades que pontuam o comportamento dos materiais dependem da sua estrutura interna. A análise da estrutura dos materiais pode ser feita em diversos níveis de observação, dentre eles: NÍVEL OBSERVAÇÃO SUBATÔMICO Avalia o átomo de forma individual, levando em consideração também o comportamento dos seus elétrons, prótons e nêutrons. ATÔMICO Chega à observação da interação entre os átomos, suas ligações e seus padrões na formação de moléculas. MICROSCÓPIO Permite a classificação dos arranjos atômicos e arranjos moleculares, a formação das estruturas cristalinas, moleculares e amorfas. MACROSCÓPICO É a observação constante, o acompanhamento do desempenho do material quando colocado em serviço. Ciência dos Materiais UNIDADE V 72 Propriedades dos materiais As Propriedades dos materiais são aquelas inerentes aos materiais relativas à sua forma de obtenção, sua constituição e sua composição química. Essas propriedades definem o que é o material. Dentre elas, podemos destacar: Condutibilidade térmica É a capacidade do material dissipar energia, na forma de calor. Essa propriedade pode se apresentar como: · Condução: é a principal forma de propagação de calor de uma partícula a outra. O calor passar de uma partícula a outra pela vibração intensa, sem a necessidade de uma partícula se chocar com a outra. · Convecção: é a transferência de calor pela matéria em movimento, formando correntes de convecção que estabilizam a temperatura, facilitando o aquecimento dos líquidos e gases. · Radiação: é a propagação de calor por ondas eletromagnéticas. Condutibilidade elétrica É a propriedade de certos corpos que permitem a passagem da corrente elétrica. Quando os corpos permitem a passagem da eletricidade, temos o grupo dos condutores, como, por exemplo, os metais, que são bons condutores de eletricidade. De outro lado, os materiais como a madeira são conhecidos como isolantes por não deixarem passar a eletricidade. Peso específico É o que corresponde à massa existente em uma unidade de volume do material observado. Fusibilidade É a que determina a temperatura na qual o material muda de estado, passando do estado sólido para o estado líquido pela ação do calor. Todo o material é essencialmente fusível, porém, para ser fusível industrialmente, é preciso que tenha o ponto de fusão baixo e que não sofra oxidações, nem alterações na sua estrutura e homogeneidade durante o processo de fusão. Dilatação Térmica É a propriedade do material que permite a dilatação e contração de acordo com a variação da temperatura, impedindo a utilização de certos materiais em condições de temperatura extremas, como os processos que utilizam fornos, caldeiras, sistemas de refrigeração e frigoríficos. Ciência dos Materiais 73 Propriedades tecnológicas dos materiais As Propriedades Tecnológicas dos Materiais são as propriedades que relatam o comportamento dos materiais, tendo como variáveis as diferentes ações mecânicas e tratamentos térmicos. Dentre elas, podemos destacar: Maleabilidade É a propriedade do material que expressa o grau de facilidade que o material tem para ser deformado de forma permanente por ação de pressão, ou carga de compressão, sem rompimento. Em outras palavras, é a que representa o quanto ele pode ser laminado, forjado ou dobrado. A maleabilidade pode ser conduzida a quente ou a frio, sendo que, se o material apresenta grande maleabilidade a frio, ele é chamado plástico. Ductilidade É a capacidade do material de sofrer deformação permanentemente, por carga de tração sem rompimento, ou seja, possibilitando ser estirado ou trefilado. Fragilidade É a característica do material de apresentar repentina ruptura quando submetido a um esforço, sem apresentação de deformação aparente. Pode-se dizer que a fragilidade é o oposto da ductilidade. Ciência dos Materiais UNIDADE V 74 Materiais metálicos São substâncias inorgânicas compostas por um ou mais elementos metálicos, podendo em alguns casos ser composta por elemento não metálico. Nesta categoria de materiais, temos: AÇO (Fe+C) | ALUMÍNIO | NÍQUEL | LATÃO (Zn+Cu) Os materiais metálicos são muito resistentes e deformáveis, dando abertura ao seu amplo uso em aplicações estruturais. Ao estudarmos a classe dos materiais metálicos, podemos dividi-los em dois grupos distintos: ferrosos e não ferrosos. Materiais metálicos ferrosos De uma forma geral, podemos dividir os mesmos em dois grupos distintos, mais importantes: AÇO: é uma liga Ferro-Carbono contendo até cerca de 2% de Carbono, e alguns elementos
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