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O amor que dá a vida Kimberly Hann

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Kimberly Hahn 
�QUADRANTE 
A Al 1 KA 
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bcrly Kirk Ht hn na·
1 q 7, nos t do
d , um, fomíli · 1 .. 
pr shit ri n . orm u-
un 1 • � o s i 1 m 1 79
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m t lo :Jia. 
u p qu1 d 
Kimb rly des o­
briu qu 1 r j atóli a era a
úni a onfi ao ri tã a condenar 
ontra p ão, atitude que as 
confissõe protestantes abando­
naram na década de 1930. Foi
essa doutrina aberta a vida que 
iniciou o processo de conversão 
de Kimberly, que culminaria com 
o seu batismo em 1990, quatro
anos depois do marido. 
Mãe de seis filhos - todos
educados por ela mesma -, a au­
tora hoje dedica-se a ministrar
palestras e escrever 1 ivros sobre
diversos temas de doutrina, es­
piritualidade e família. A auto­
biografia escrita com o marido
Scott - Todos os caminhos vão
dar a Roma -, em que o casal
narra a sua conversão ao catol i­
cismo, é um fenômeno editorial ' 
acumulando edições em vários
idiomas.
1 
KIMBERL Y HAHN 
O Al\fOR QUE 
DA VIDA 
Tradução de 
Emérico da Gama 
�QUADRANTE 
São Paulo 
2012 
Títul original 
LIFE-GIVJ G LO E 
Cop righr © 2012 ervan r B ok 
Cap 
Roberto Ramalho 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Li' ro SP Brasil) 
Hahn, Kimberly 
O an1or que dá vida / Kimb rl Hahn· rr du -o e E 'i o 
Gama. - São Paulo : Quadr nte 2012 - ( o1 ção \ érri e; - -) 
Título original: L�fe-gi ing Lo e. 
ISBN: 9 8-85- 46 -O 0-8 - coleção 
ISBN: 9 8-85- 65-155-2. 
l. Casamento - Aspectos religiosos - Cri ti ni mo -· 10 ej 
lica - Doutrinas 3. Reprodução humana - As ecro relib'o: -
Cristianismo 1. Título. II. Série 
12-03604 
Índice para catálogo sistemático: 
l. Reprodução humana : Aspectos religio o : Cri tiani mo _ 
Todos os direi tos reservado a 
QUADRANTE, Sociedade de Publicaçõe Cu.lr r ·­
Rua Iperoig, 604 - Tel.: 3873-2270 - Fax: 36 3- -­
CEP 05016-000 - São Paulo - P 
www.quadrante.com.br / info@quadrante. on1.' r 
PRÓL 
O que este livro ensina é v rdade . onstirui um de afio.
E muda a vida. Sei tudo isto porque tive a alegria e pnv1-
légio de descobrir a sua verdade , o desafio que encerra a
transformação que causa, ao lado da autora, que é a minha
esposa, Kimberly. 
O que a Igreja ensina sobre o amor, o sexo e o matri­
mônio é verdade. Isto deveria ser óbvio por si só, já que ne­
nhuma outra coisa parece trazer às famílias uma felicidade 
duradoura. Os críticos acusam os Papas de terem perdido o 
contacto com a realidade e de estarem desatualizados. Mas 
foi "a libertação" sexual da sociedade que demonstrou não 
funcionar no mundo real, pois destrói lares e corações, e es­
maga os corpos com a doença e as almas com o pecado. 
Os ensinamentos da Igreja servem e funciona,m no 
mundo real porque se baseiam na nossa natureza. A lei mo­
ral procede de Deus, que criou o mundo real, a natureza 
humana e os nossos corpos. Ele conhece-nos melhor do que
nós a nós mesmos. Ama-nos mais do que nos amamos ou 
podemos amar os outros. Portanto, a sua lei, longe de repri­
mir-nos, aperfeiçoa-nos e conduz-nos pelo bom caminho. 
Não é mais repressiva do que possa ser um mapa para um
. . 
vtaJante. 
Isto deveria ser suficiente para aconselhá-la. Mas há 
. 
tnnr i qu 
qu r.lnd 
�1a-
·na que a rr di - risrã n u lara-
mente. a ez ai . ão o urr an1inh s ue. n1 er.l 
de espe ar se reve am irremedi ,-dn1ente difí eis. n1pli .1-
dos e e ' ti a in rânci , oer d re de lidá . 
• esres em o dominado pela n1ani� de ru pttn jar e 
controlar rerende-se fazer o mesn1 quanr ' 'id onju­
gal e esta é a razão pe a qual e p-ern ranr{ e ran as no 
pJanejamen o dos 1Jhos e no onrr le da nar lidt; d . f l a 
PR L I 
ida r a1 di rr muito pouca vezes pelo caminh qu pl -
n j .. n1 . orno diz uma conhecida canção a vid ' q uil 
qu a ont e enquanto e ramos ocupados em le\ r a b 
outros planos. 
A doutrina da Igreja muda a vida e i to su r muit 
gente porque o plano de Deus para nós pode al rerar a­
nhos que forjan1os a respeito da vida, da carre ira d f: mí­
l ia. Posso dar fé desta real idade. Tinha toda a minha r­
reira programada detalhadamente quando Kin1b d) u re­
solvemos deixar de usar anticonceptivos. Tinha tudo pr pa­
rado para dedicar-me a um prestigioso progran1a d dour -
rado em Abeerdeen, na Escócia. 
Mas o plano de Deus é sempre rnelhor para nó d qu 
teria sido qualquer dos nossos maiores sonho . Ao r r­
nar-me pai, aprendi o que nenhum programa de dourorad 
poderia ter-me ensinado: aprendi a conhecer nun1 sentido 
mais profundo a paternidade de Deus. 
Os caminhos divinos nem sempre mudam a vida no 
sentido que queremos, mas sim naquele de que preci arno . 
Seguindo a verdade perene da Igreja em matéria de amor e 
sexo, Kimberly e eu alcançamos um respeito e uma grat idão 
mais profundos entre nós e acerca do mistério do matrimo­
nio. Também descobrimos que não estávamos sós. Nas duas 
últimas décadas , foi-nos dado conhecer pessoalmente cente­
nas de famílias que experimentaram a mesma transforma­
ção, centenas de crianças encantadoras que não existi riam se 
seus pais não tivessem mudado de vida e de modo de pensar. 
Essas crianças são portadoras de uma mensagem. 
E este l ivro é portador dessa mensagem; procede de 
uma autora que sabe que está na verdade, uma verdad que 
constitui um desafio e que muda a existência. Ela rec b u-a 
com carinho do Autor da vida. 
Scott Hann 
Dedico este livro a Cri to Ai 
nha alma, e à minha alma g m u n1 
como esposa e cooperou com 
da maternidade. Sempre e rar i 
verdade que enconrran1 e u 
ver juntos já Já vão vinte n . 
Muito obrigado a . <l� urn d > 11 �< ' tllh 4u 
parte da civiliza a d . m r n n Lu. f ur lh n' 't 
n1or qu dá vida: Mi h� 1, . l i 1. 1 111i.1h }ü· 
stph e avid. a n filh qu . or n1 Jnc · d· n ''· 
Raph J, N · 1 Franci e Angcli l·r n s. u 1 cl u 
amor e ora CÜ\'Ulgu m. flclm ntc a v rd d . 
INTRODUÇÃO 
Este manuscrito foi concebido há muito tempo e por 
fim vê a luz. Anos de palestras e artigos esparsos, tentativas 
intermitentes de elaborar um livro completo acabaram por 
dar o seu fruto. Como é mais importante viver a mensagem 
do que escrever sobre ela, foram necessários vários períodos 
sabáticos que interromperam este trabalho, enquanto me 
preparava e dava as boas-vindas a novos filhos. 
Dou graças por ter tido o privilégio de abordar nas pró­
ximas páginas a doutrina da Igreja sobre o ato conjugal e a 
abertura para a vida. Deus chamou-nos à existência, ho­
mem e mulher, para que fôssemos imagem do seu amor que 
dá vida. O meu maior desejo é convidar as pessoas casadas a 
participar mais plenamente da vida divina e do amor de 
Deus. 
Às vezes, há quem diga aos outros secamente: "Esta é a
doutrina da Igreja. Aguente-se. Outros o fizeram!" Este mo­
do de ver faz com que nos sintamos como que encerrados 
numa prisão, sem escapatória. Mas não é a maneira de ex­
primir a verdade dita com amor. Mais que atar-nos, a ver­
dade liberta-nos para que possamos ser tudo aquilo para 
que fomos criados. Por isso disse Jesus: "Conhecereis a ver­
dade e a verdade vos libertará" Uo 8, 32). 
T ai como um jovem levanta o véu da sua noiva para
que mostre a sua beleza, assim o Senhor tira o véu à sua
l\1�11\l·IU li llN 
\ n1 i.l p.ll .l n\l st 1.11 o �·�pi ·ndnr 1. sua b �J "Jz : a verd d vi­
Yid.\ l' 'l( s t'illhlS d' l) ·us. A .lh 11ura para vida itua- e.o n 
. nr" h d.l no�s.l \'ida 't 111 L) ·us. N o · trata simplcsmen­
h.' d · un\.\ l r k1n :\ qu� �cja pr Jc;i 'O >be<l · cr, ma de uma 
r t li i' qu l ·nh s d� vi l:I. 1n ·u des jo n1ai · profundo -
"' qu<: p .. 'l .\o S •nhor qu to los junto nheçamo 
n1.\t!' pr" fun bn\ 'l\t · apr · ·i ·rnos o d ·sfgnio divino que 
c:,n -.un inh. p.tr:\ l • li.u\ '.l tnatr i1no1 i:tl J o lugar que ocupa 
n.\ '-h.un�td .. l p.\ ,\ ,t .uitid·ld · l\ll · rcc IJen10·. 
l 
B L ZA 
PR RIA Ã u 1 
O MEU TESTEMUNHO 
Sou a mais velha de cinco irmãos, fruto d ej d de
um casamento transbordante de amor. Meu pai tinham
pensado em ter um pequeno número de filho · rna m­
preenderam que Deus tinha um plano melh r e n idera­ram-nos a cada um de nós como um te our quer entr "­
semos nos seus planos ou não. Foi tã div rrid ter r ido 
numa família numerosa que desejava qu o rneu furur 
poso quisesse ter muitos filhos. e de ejo nã e b. eava
tanto numa convicção de abertura para a ida, om na
vontade de imitar o exetnplo da rninh família. 
Scott e eu enamorarno-nos quando e...,rávamo n Grove 
City College, na Pensilvânia· sentimo que Deus nos chama­
va a servi-lo juntos. Um dia enquanto conversávamos nun1 
edifício do campus, reparei que embora estivéssemos pro­
metidos, nunca tínhamos falado de ter filhos nem de q uan­
tos iríamos ter. Escolhi um n1omento oportuno para fa­
lar-lhe. 
- Scott, queres ter filhos não é verdade? 
Respondeu imediatamente: 
- É claro, mas não demasiados.
12 KIMB �RLY HAH 
Pensei: 'Oh não! erá que vou a ar-m com um 
ZPGer?" (um ZPGer é uma pe oa partidária d Zero Popu­
lation Growth, "cre cimento zero da população,', e portanto 
lim ita a sua família a doi filho para manter o atual nível 
de população, em vez de aumentá-lo). Re pirei profunda­
m ente, procurando aparentar tranquilidade. 
- Quantos são "não dema iado "? 
- Penso que não poderíamos passar de cinco ou ei . 
Naquele instante tive que fingir que me contentava. 
- Sim , é melhor que não pa semo de cinco ou seis -
disse, contendo um orri o. 
Meses depoi numa conver a pré-matrimonial com 
meu pai , que é pr bit riano além dis o era meu pastor, 
falamos do n1étod nticoncepcionais: não se devíamos 
ou não utilizá-lo ma quais utilizar. Achávamos que uma 
das obriga - s de um cristão protestante era um cuidadoso 
planejamento familiar, especialmente no nosso caso, porque 
íamos estudar teologia no seminário e não tínhamos muito 
dinheiro para sustentar uma família. A anticoncepção era 
obviamente a opção prudente. 
Meu pai disse-me: 
- Que vais fazer para controlar a natalidade? 
- Vou tomar a pílula - disse-lhe. 
Respondeu-me: 
- Como pastor, não vejo nenhum problema; mas, como 
pai, tenho algumas objeções. 
Dissipei os seus receios com alguns lugares-comuns que 
o ginecologista nos tinha repisado, e m udamos de assunto. 
Fim da conversa. Papai sabia q ue, à medida que o nosso 
amor conjugal crescesse, cresceria o nosso desejo de ter fi­
lhos. De momento, o centro das atenções éramos nós e o 
nosso futuro casamento. 
A cerimônia de casamento foi magnífica, mas em ne­
nhum momento se mencionaram os filhos como parte da 
chamada que Deus dirige aos que vão constituir uma nova 
M� T T·MUNHO 13 
famíl i a. (I to contra ta con1 o ca amento catól ico, em que os 
nubent se comprometem publ icamente a receber de Deus 
os filhos que Ele dispu er e a educá-los na sua doutrina). 
Três semanas depoi , Scott eu viajamos à Nova Ingla­
terra para que Scott estudasse no sen1inário presbiteriano de 
teologia de Gordon-Conwell. Depois de eu ter trabalhado 
um ano em tempo integral nquanto Scott não se formava, 
pude dedicar-me can1bém a e tudar. Foi um tempo de for­
mação que mudou a nos a v ida. 
O primeiro trabalh qu tiv qu faz r no seminário foi 
aprofundar no tetn do ab rro preparar uma palestra para 
adolescentes . Qu nt m, i expunha a verdade sobre a vida, 
mais via qu j en pr ciavam a sua beleza. Além dis­
so , estavam farto d. m ntira que lhes tinham contado no 
colégio acerca do borro. 
M as paradoxalmente muitos deles faziam perguntas so­
bre a anticoncepção . A princípio, i sso incomodava-me. Di­
zia: "Estamos saindo do rema, temos que cingir-nos ao abor­
to". Até que certo dia umas pessoas nos demonstraram que 
alguns métodos anticonceptivos , como o DIU e a pílul a, po­
dem ser abortivos, e que os consideravam um método infalí­
vel para o controle da natalidade. Fiquei horrorizada ao des­
cobrir que uma de cada cinco mulheres que abortam no nos­
so país é casada 1• Talvez a relação entre o aborto e os anti­
conceptivos fosse maior do que eu pensava no princípio. 
Como comentário pessoal , posso acrescentar que expe­
rimentei os efeitos secundários da mini-pílula que o gineco­
logista me tinha receitado. Quando procurei outro médico, 
perguntou-me: "Você sabia que algumas pílulas , sobretudo 
as mini-pílulas , são abortivas? Não impedem a ovulação , 
(1) A instituição National Rjght to Lift, citando estatísticas (1997) dos centros 
norte-americanos de con trole de doenças, verificou que 19% do abortos nos Estados 
Unidos se dão entre mulheres casadas. Este dado manteve-se constante durante mais 
de dez anos. 
f\ 1 \ 1 IH· J 1 Y f l 1 1 1 
n ,1lt r,1n1 a p · d J 
inq Janta - ' . 
.. · 
p ·rpl 
t' r p r d 
p n 
r os 
r r z p r q u n a mo-
n1 nr . Im diaram nt p amo n-
ric nc privo de barr ira. 
Um cur o de é tica cri rã num minári pr t r 
ofer ceu-me a oportunidade de aprofundar no a unto. 
p rofes or mandou-nos escolher um tema d at ual idade p ra 
que o estudássemos e expuséssemos em pequeno grupo. 
Depois que soube da relação entre o aborto e o anricon­
ceptivos, pense i que val ia a pena estudar mai a fundo a 
contracepção. 
Sete de nós escolhemos esse tema. Quando no reuni­
mos no fim da aula, um dos presentes d isse: Va mo excluir 
qualquer coisa que seja abortiva. Mas acei taremos os méro­
dos anticonceptivos de barreira. Os ún ico que pen am que 
a anticoncepção é má são os catól ico . Foi como se de e 
por resolvido o assunto antes de estudá-lo. erá que não ha­
via outros aspectos que estudar? 
- Por que os catól icos opõem aos métodos anticon-
cepcionais ? , perguntei em voz a l ta . 
Não sabia que o catól i os opunham à contracepção· 
n nhum an1igo católico n1 t inha mencionado esse ponto. 
- Só há duas razões re pondeu o rapaz sarcasticamente 
m tom de autoridade : a primei ra é que o Papa não está ca­
ado; não tem que arcar com as consequências! E a segunda 
é que o catól icos só querem que, quanto mais católicos 
haja, melhor! 
Con1 certeza que há mais razões que essas", pensei. E 
dis e: 
- Não acredito que os católicos expl iquem a sua posição 
com esses argumentos . 
15 
nr- p r qu tuda o que p n am?, de afiou-
. , 
-m . u J, J o qu p n o.
u faz -lo r pondi . 
irn o fiz. 
Depoi do j antar, cott e eu falamos das nossas aulas.
Adtn i rou- e de que eu tivesse escolh ido o tema da contra­
cepção e de que outros também o fizessem . No ano ante­
rior ninguém o ti nha escolhido. À medida que o curso
avançava, o meu assombro crescia. Comecei a fazer meus os 
argumentos contra os métodos anticonceptivos artificiais , 
que p rocediam não só de autores católicos, mas também 
das Escrituras . 
Ta1nbém me surpreendeu a s imples , mas profunda, ex­
pl icação do ato con jugal no contexto da fé cristã que desco­
bri na Encícl ica Humanae vitae de Paulo VI. Embora eu não
fosse catól ica a Humanae vitae tocou-me o coração, porque
mostrava um modo maravilhoso de encarar o casamento 
como fonte de verdade e de amor. Bem poucos anos depois 
de publicada, já se podia apreciar o seu caráter profético . 
A famosa oradora a favor da castidade, Molly Kelly, 
qualificou a Encícl ica como "o documento mais profético 
do século, porque Paulo VI nos disse que a mentalidade an­
ticonceptiva nos levaria à mentalidade abortiva, uma vez
que - quando o filho não é considerado como um presente 
de Deus , antes pelo contrário deve ser preterido, prevenido 
ou, se tudo i sso falha, abortado -, então os nossos filhos 
não são em s i mesmos uma dádiva, mas um fardo. E três 
milhões e seiscentos mil abortos são o resultado de que a 
Humanae vitae fosse rejeitada ou silenciada"2• 
Um dia, falei com um bom amigo que me animou a 
(2) Ao longo deste livro, cito muitas pessoas de todo o país, identificando-as
implesmente pelo nome próprio ou pelo lugar de origem a fim de proteger a sua pri­
vacidade. As citações que não renham uma nota no pé de página procedem de cartas
que recebi e de um inquérito que dirigi.
16 KI B R HAHN 
considerar o reina mais profundamente. Tinha deduzido 
das minhas intervenções que eu parecia e tar egura de que 
a anticoncepção era un1 erro. 
- Kimberly, você parece ser firn1e1nentecontra os anti­
concepcionais. Continua a usá-los? 
A pergunta fez-n1e pensar. 
- Não é tão fácil - respondi -. É co mo no velho conto 
da galinha e do porco. Os doi pa seavam um dia pela rua, 
quando a galinha comentou com o p rco a generosidade do . . 
granJetro. 
''Vamos preparar-lhe algun1a oi a de pecial " , disse a 
galinha. 
"Que te rre ? " , p r un r u porco. 
'Pod n1 , prepar.u-lhe uni d jejun1 d,. ovos com ba­
con" di e a . ilinh·1. 
p r.1 ' �t n� l: nenhum problema. Trata-se de 
nr . P._ a n1itn e un1 c rnpr mis o total", disse o 
u qui di er con1 esse conto era que o meu in­
terlocur r. nl seminarista solteiro, não tinha de arcar 
com s onsequências, mas eu teria de enfrentá-las se nessa 
noite deixasse de usar o anticonceptivo. Mas agradeci-lhe 
que me ti,esse animado a viver aquilo em que acreditava. 
Saí da biblioteca sabendo que estava convencida; mas 
éramos duas pessoas no meu matrimônio. Tinha que falar 
demoradamente com Scott. 
Conversamos durante horas. Rezamos. Depois, pedi­
mos conselho a outros e continuamos a pensar no assunto 
um pouco mais. 
Finalmente, compreendemos que o desígnio divino 
para o amor conjugal é, no fundo, um abraço marital livre 
de artimanhas ou planos egoístas. O nosso ato de auro­
doação devia ser uma imagem da autodoação de Deus. Na­
da menos. 
Adiar a obediência é desobedecer. Já convencidos de 
T M 17 
que a abertura para a id era o certo corn çamos a proc -
der de acordo com essa con icção. Em 1°. de abri l , deixa­
mo de usar anriconcepcionais para sempre . 
ão m ai comprimidos, plásticos ou cremes! Esse dia, 
que nos Estados Unidos é o D ia dos I nocentes ("dos idiotas 
ou rolos ) significou para nós deixarn1os de fazer de tolos 
para sempre nesse cam po e assumir o papel de "tolos" por 
Cristo . Esc revi no meu diário : Louvado seja o Senhor! 
gora passamos a honrá-lo mai corn a nossa coerência. Se­
nhor cumpriremos sempre a rua vontade nos momentos 
em que Tu quiseres . 
I mpressionava-nos Se te e a 1nin1, que só a Igreja Ca­
tól ica 3 com mais de um bi l h1 de n1embros, defendesse 
essa valente doutrina 'bíbl ic ' trevo-me a dizer) que p ro­
clama ao arrepio da no ulrura, a verdade sobre a aber­
tura para a 'ida. Está amo con1ovidos, mas não foi ainda 
nesse momento que no apro ·imamos do catolicismo. De 
qualquer modo pen o que a emente plantada enquanto 
estudá' amos esse tema abriu os nossos corações, anos de­
pois à plenitude da fé c ristã de que é depositária a Igreja 
Católica . 
RAZÕES CO?\: 'Il\iCENTES 
Surpreendeu-nos ver como estavam de acordo com a ra­
zão a atitude católica sobre a abertura para a vida e as Escri­
turas que a ratificavam. Talvez seja esta a razão pela qual os 
protestantes defenderam unanimemente até 1930 o mesmo 
ponto de vista da Igreja Católica. Que descoberta! 
Podem-se citar muitos líderes e teólogos protestantes que 
(3 ão conMço nenhum outro grupo cristão que mantenha uma posição con-
trária à aruiconccpçio. 
l 1�1BER1 1 f H 
d m n tr ram firm m nt e ntrári ao 
nar l idad . rá ido impl m nt por-
u pr t ran t nã coo gui ram rradicar até 1930 
úl rin1 v tígio de (( rom an i 1no' a r pei to da ét ica o ial. 
u não erá porque afirmaram ao longo do éculo a verda­
d bá ica que devem reger todo o matrimonio cristão -
aról icos ou não - para que cada casal refli ta na ua família o 
amor vivificador da Santíssima Trindade? 
Afinal de contas , o casamento não é uma ins ti tuição 
criada pelo homem . É uma obra de Deus segundo o desíg­
nio de Deus. Basicamente, não se trata de um tema de de­
bate entre católicos e protestantes , m as entre cristãos e não 
cristãos. Esta é a razão pela qual m uitos não catól icos \êm 
retornando à concepção cristã do poder, da beleza e da ver­
dade que se encontram no amor con jugal vivido como 
Deus manda. 
Em 1930, a Conferência Angl icana de Lambeth, na 
Inglaterra, converteu-se no primeiro organ ismo oficial cris­
tão a aprovar o uso da anticoncepção em casos extremos. 
Em resposta, o jesuíta pe. David Lord publ icou a seguinte 
anál ise: 
1) O controle da n tal idade destrói a diferença entre as 
prostitutas e a mulh r re peitáveis , porque elimina o 
ideal da 1nat rnidad ubsti tui ndo-o pelo do prazer e da 
autos ati fação pe soal . 
2) O controle da natal idade conduz à infidelidade, por­
que de trói o autocontrole e a autodiscipl ina. No caso dos 
lt iros el in1 ina o medo às consequências. 
3) Ao rejeitar a cooperação com Deus na criação dos fi-
( ) fr. h ri Provan, TI e Bible and Birth Conrrol, Zimmer, Monongahel .. 
P . l , ue ir lídere prore tanres da Reforma até o no os dias, daramt'nr� 
anri oncep -o. 
M U 19 
lh controle da natal idade bloquei a uma nobre faculda-
d ubstitui ndo-a pelo prazer . 
4) O controle da natal idade afeta o futuro. Substitui o 
filho pela gratificação própria e assim ataca a própria fonte 
da vida humana . 
A partir de 1930, todas as denominações protestantes 
de importância foram abandonando a sua posição contra a 
anriconcepção, e hoje em dia muitas delas chegam a permi­
ti r o aborto e se mostram favoráveis a eutanásia. A Igreja 
Catól ica defende sozinha a continuidade do ensinamento 
cristão de todos os séculos. 
A p rincípio, a autoridade da Igrej a e a doutrina do Ma­
gistério não eram para Scott e para mim, senão uma ajuda, 
porque não tínhamos nenhum interesse em converter-nos 
ao catolicismo (Scott não acreditava que um cristão inteli ­
gente pudesse pertencer à Igreja Católica!) . Apesar disso, a 
Igreja intrigou-nos pela sua disposição de tomar uma posi­
ção obviamente pouco popular na cultura atual , e de pro­
clamá-la ao mundo - independentemente de que o mundo 
quisesse ou não escutá-la - simplesmente porque cria que 
era a verdade. 
A IMPORTÂNCIA DA HUMANAE VITAE 
Em 25 de julho de 1968, pouco depois do encerramento 
do Concílio Vaticano li, Paulo VI publicava a esperada 
Encícl ica Humanae vitae. Historicamente, era uma época de 
muita confusão: estava em pleno auge a revolução sexual ; 
considerava-se a pílula como o anticonceptivo perfeito, que 
(5) David Lord, S.J . , Five Great Encyclicals, Nova York, s.a., pág 92; citado por 
Alfred M. Rehwin kel, Planned Parenthood and Birth Control in the Light of Christian 
Ethics, Concordia, St. Louis, 1958, pág. 37 e segs. 
20 KIMB RLY HAH 
tinha sido aguardado durante tanto tempo como remédio 
para as doenças sociais relacionadas com a superpopulação; e 
o próprio clero catól ico recomendava ao Papa que adaptasse 
a Igre ja aos tempos , conforme sol icitava no seu rel atório a 
Comissão que tinha sido criada por João XXIII . 
Paulo VI reconheceu o méri to do trabalho da Comis­
são, mas deixou de lado a conclusão a que tinha chegado. 
Reiterou a responsabilidade da autoridade docente da Igreja 
em interpretar fielmente a situação à l uz da Sagrada Escritu­
ra e da Tradição . Em muito poucas páginas , explicou o de­
sígnio de Deus para o matrimônio cristão e o ponto de vista 
da Igreja acerca da anticoncepção, da esteril ização e do 
aborto no quadro da santidade do matrimônio. 
Não era essa a mensagem que muitos , dentro ou fora da 
Igreja, queriam ouvir. No começo, foram muitos, mesmo 
entre os teólogos e sacerdotes catól icos, que zombaram da­
quilo que, do ponto de vista deles, revelava uma Igreja anti­
quada, empenhada em ser obedecida por pessoas de pensa­
mento l ivre e sem preconceitos que entendiam os tempos. 
No entanto, como disse atrás , o documento mostrou ser 
profético quando descreveu a cultura de morte que aguarda 
os que rejeitam a bela doutrina acerca da vida e do amor 
que Deus nosso Senhor estabeleceu na Igreja Católica. 
Essa foi a primeira Encíclica que Scott e eu lemos sendo 
ainda protestantes. O seu modo direto - sem deixar de ser 
pastoral - de encarar uma matéria tão difíci l deixou-nos im­
pressionados . A sua doutrina não dependia dos tempos; 
expunha verdades intemporais com as quais se poderiam re­
cuperar os alicerces da nossa cultura. 
Uma mãe de Haslett, Michigan, escreveu-nossobre a 
importância que a Humanae vitae teve na sua vida conjugal: 
"O meu marido era quem mais estava convencido acer­
ca da doutrina da Igreja. Quanto a mim, o que me ajudava 
a rejeitar a contracepção era a questão estética: os riscos de 
'- lt r r 
1n-n1 
d u 
T M H 
m u rp m a pílula o r m 
r pul a. Finalm nte o meu cor çã 
l r ntender a Humanae vitae . 
... 1 
t . u -
ramb m 1nu-
uma pena que muitos católicos nunca renham xperi­
m nr do uma reação semelhante ao lerem e ta doutrin, 
ucinta n1as magnífica. 
FAZER CASO OMIS O DA HUMANAE VITAE 
Às vezes, são os parentes que tentam convencer os ca a­
dos a não seguir a doutrina da Igreja neste ponto se não es­
tão de acordo com ela. Uma m ulher conta: 
'Meu m arido e eu usávamos anticoncepti os quando 
nos casamos. Até que um dia a minha irmã nos telefonou 
da Indonésia , chorando e suplicando que a perdoássemos. 
Como, graças a Deus, nos dávamos bem , não compreendi 
que m al poderia ela ter-me causado do o utro lado do ocea­
no. Pedia-me perdão porque me tinha animado a usar a pí­
lula quando me casei , e, no caso dela e de outros conheci­
dos, parecia ter dado certo. Mas depois soube que podia 
provocar um aborto. Disse-me que nos m andaria informa­
ções sobre o assunto, bem como sobre o planejamento fa­
miliar natural (PFN) e a doutrina da Igreja". 
Ainda q ue no começo o telefonema da irmã tivesse des­
concertado essa senhora, ajudou-a a cair em si e a viver se­
gundo a verdade. 
Às vezes, os p ais recomendam aos filhos que não te­
nham m uita descendência para que não passem pelos sacri­
fícios q ue eles tiveram de passar. Embora estejam cheios de 
boa intenção, esses pais, como também parentes e amigos, 
l �1 y 
b doria do mund orn bedoria divi­
m1go: n . m 01- de hingron c m nt 
'Do que r almenre preci á amo ra de um bom estímu­
lo bíblico e que no anin1a n1 a f; zer qu Deus queria de 
nós isto é a dei ar que D u fo e D u planeja e a nossa 
família. É surpreendente r 01no os crit 'rio do n1undo se 
infiltrar m ho ·e em di ntre pe o d Igreja . 
Há n1uit qu n 
. outr im rn 
Leil : 
. 
n nr 
111 
r- a par d doutrina da Igreja· 
it r a ua autoridade, como 
ntra pç-o era um fato tão nor­
v r o dente . Eu tinha ouvido 
r um nt d lgre · a contra a contracepção arti­
re eu-m qu r m sensatos. Mas não me propus 
seaui-lo . Al� dia aprenderia os métodos naturais, mas 
não ne e momento que eram os meus primeiros anos de 
cas d . o fim e ao cabo, Deus é compreensivo! 
'l\ ais tarde comecei a estudar a fundo a minha religião 
o catolicismo e compreendi que a Igreja falava em nome de 
Cristo e enamorei-me dela. Como agora digo as pessoas 
Deus premia a fidelidade, e eu dispus-me a aceitar o planeja­
mento familiar natural. Meu marido era um judeu agnóstico 
mas desejoso de encontrar o seu Messias! Sabia que os judeus 
ortodoxos se opõem ao controle artificial da natalidade e a 
doutrina da Igreja passou a fazer sentido para nós dois. 
'A consequência mais surpreendente da adesão à dou­
trina da Igreja nesta matéria foi o desejo, totalmente inespe­
rado, de ter mais filhos! Tivemos o nosso quarto filho em 
fe, ereiro e recebemo-lo como o nosso milagroso «filho cató­
lico». (Antes, sentíamo-nos realizados com os nossos três fi­
lhos e tínhamos decidido que o meu marido faria a vasecto­
mia). Estamos tão agradecidos a Deus pelo nosso novo fi­
lho Paul Joseph, que desejamos ardentemente ter mais! Fo-
O MEU TE EMUNHO 23 
mos abençoados com a doutrina da Igreja, e a nossa visão 
do mundo mudou". 
A beleza da doutrina da Igreja brindou esse casal não só 
com a vinda de mais um filho, mas com a nova vida espiri­
tual que lhe trouxe a conversão do marido . 
Quando um sacerdote diz a um casal que deve seguir o 
que lhe dita a consciência, isso pode ter como consequência 
que esse casal faça o que quiser, porque a vida é difícil . 
Uma senhora de Richfield, Minnesota, escreveu: 
"Atualmente, muita gente vem adaptando a doutrina da 
Igreja às suas necessidades , em vez de permanecer fiel . Em 
1966, meu marido dava aulas em tempo integral e eu traba­
lhava. Já tínhamos dois filhos e não é preciso dizer que não 
queríamos ter outro naquele momento. Conversamos com 
um sacerdote do Centro Newman e ele disse-nos que for­
mássemos a nossa própria opinião, porque a «Igreja» real­
mente não sabia se [o controle artificial] era pecado ou não . 
Acrescentou que muitos dos jovens da sua comunidade co­
mungavam aos domingos, ainda que usassem a pílula. Ele 
não os impedia, porque dizia que a Igreja já não estava se­
gura da sua doutrina. Apesar de, no fundo, sabermos a res­
posta correta, convencemo-nos de que, se a Igreja não esta­
va segura, então não podia realmente haver pecado na nossa 
d " con uta . 
Certos católicos afirmam que procuram seguir a doutri­
na da Igreja sem saber por que a Igreja ensina o que ensina. 
Uma mãe de Crestline, Califórnia, contou-me a sua expe-
. " . 
nenc1a: 
"Fui católica durante toda a minha vida. Aprendi desde 
pequena as orações, o catecismo e todas as normas. Mas se­
guia as normas, não por entende-las como preceitos amaro-
IMBER HAlJ 
o e ábi de eu , ma por m do de qu , e não a se­
gui ina p r o inferno. Quando o meu marido e eu ex­
p rim ntávamo fort impul o conjugais, e e meu medo 
não era uficient . omecei a indignar-me com Deus por 
acuar-me co1n o planejamento familiar natural. Não consi­
derava os meu cinco filhos como uma bênção. Pensava que 
Deus queria tirar-me a paz, despedaçar-me. 
"Inscrevemo-no num curso de orientação familiar e, na 
oitava semana, quem o dirigia, que era cristão, pergun­
tou-me qual era a posição da Igreja a propósito do controle 
da natalidade. Eu conhecia a norma, mas não a razão. Dis­
se-me que queria que lhe explicasse o que a Igreja sustenta­
va e que o pesquisasse. Passaram dois anos, ouvi as grava­
ções do programa Life-Giving Love e, quem o diria?, agora 
sou católica de todo o coração. Do mais fundo da minha 
alma, agradeço a Deus que depois de tanto tempo, me fizes­
se ouvir e entender o que Ele q ueria dizer-me. Não terei 
medo de receber outro filho quando Deus quiser voltar a 
b 
,, a ençoar-me . 
Quanto mais compreendemos as razões da doutrina da 
Igreja, mais a seguimos de todo o coração, especialmente 
quando chegam as dificuldades. 
São tantos os fatores que, além da ignorância, influem 
no uso dos anticoncepcionais!: a imprensa laica, os profes­
sores de medicina, a pressão dos amigos, a falta de fé, a au­
sência de uma vida de oração, os próprios cursos de prepa­
ração para o casamento e mesmo as aulas de certas Univer­
sidades católicas . . . Temos de combater essas influências co­
nhecendo melhor a nossa fé e crescendo nela. 
OS FRUTOS DA OBEDif.NCIA NA FÉ 
Uma mãe ofereceu o seu testemunho: "Cresci numa 
época em que o «normal» era não usar anticoncepcionais. 
M T E H 25 
u 1n u m rido e eu no casamos, sempre que nos 
r pon abilidade era de ambos; não era só 
1z1 n- o . I so ajudou-nos a confiar em Deus em 
ir u n t ân ia da nossa vida)) . 
utra n1- e falou-nos da graça que sign ifica começar a 
nºugal em anticoncepção: "Deixamos que Deus 
i e o inon1ento en1 que queria que t ivéssemos os fi­
omeçar as i m a vida matrimonial ajudou-nos a cen­
tr r no o an1or no sa riftcio e na abnegação)). 
utra ai nda r urniu im o benefícios da fé na dou-
trina d l0re·a: Dei "am de ntir-no culpados, e tivemos 
mui to fill o sirnp ti ís irno. . 
"Qu nd elin1i n mo t do o anticonceptivos e nos 
brin10 por mpl t r d nova vida - diz outra mãe-, 
re enr u- e ' n a rel çõ conjugais uma sacra/idade 
- . . ,, que ante na e.xi u 
ma futur e po impressionou-se, em vez de assus-
t r-se com o irme compromisso do seu noivo com a dou­
trina da Igreja: Fui abençoada com um marido que tem 
uma fé m uito firme. Antes de nos termos casado, disse-me 
claramente que para ele, Deus e a fé católica estavam em 
primeiro lugar e que nunca renunciaria a esse princípio. A 
sua fé fez com que a Igreja Católica - e ele - se tornassem 
mais atrativosaos meus olhos e me levassem à conversão". 
Uma m ulher de cinquenta anos, de Boston, reparou no 
efeito neste caso negativo , que teve a anticoncepção na sua 
ida matrimonial : "Estávamos muito voltados para nós 
mesmos e o nosso casamento acabou em divórcio. Penso 
que a minha falta de abertura para a vida contribuiu para 
esse final". 
Uma senhora de Chicago diz, agradecida: " Deus por 
fim ajudou-me a ver que a mensagem das Escrituras traz es­
tabilidade e uma grande paz, amor e alegria". 
Se até agora você não ouviu a verdadeira doutrina da 
Igreja nesta matéria de abertura para a vida, peço-lhe que 
26 KIMBERLY HA 
não ten te averiguar "de qu m é a culpa" . Em vez disso 
convido-o - e rezo para que sej a assim - a abrir o coração o 
mais que possa à verdade e pondere cuidadosamente a sua 
resposta. Nosso Senhor, pela voz da sua Igreja, desafia-nos 
- a você e a mim - a seguir a verdade que faz com que os 
nossos corações se tornem livres para amá-lo e servi-lo fiel­
mente no casamento. 
O que começou comigo com um pequeno grupo de de­
bate e um relatório sobre uma pesquisa acabou por levar­
-nos - a Scott e a mim - a decisões que m udaram a nossa 
vida e, no meu caso, a escrever estas páginas. O Senhor 
quer que toda a vida conj ugal tenha êxito e dê fruto: nós 
não esperamos menos. Vejamos a seguir q uai é o desígnio 
divino para o casamento. 
FAMÍLIA DE DEUS . O E TRINO:
AMANTES QUE DÃO A VIDA E DOADORES
QUE AMAM A VIDA
Certa ez um a erdore de idade foi a uma sala de aula 
do segundo ano de en i no fundamental e perguntou aos 
alunos : 'Quem be dizer-me o que é a Trindade?"
Uma menina que estava no fundo da sala respondeu 
prontamente: O Pai o Fi lho e o Esp írito Santo" . 
O sacerdote que não ouvia bem aproximou-se dela e 
disse-lhe: 'Desculpe-me mas não entendi" . 
A menina rep l icou: ão tem por que entendê-lo: é um 
. , . , m1ster10 . 
Para nós, muitos aspectos da Trindade constituem um 
mistério . Como podemos imaginar alguém que não tem 
princíp io nem fim? Como podemos entender um Ser que 
sabe tudo, que está em toda a parte, que pode tudo? 
Como foi que Deus se revelou? Deus é uma comunhão 
de Pessoas : Pai , F i lho e Espírito Santo. Cada uma das Pes­
soas da Trindade é plenamente Deus: é santa, j usta, verda­
deira, amável ; portanto, como podemos distingui-las ? 
Somos capazes de distingui-las pela relação que existe 
entre elas . Desde a eternidade, o Pai gera o Filho por meio 
2 8 K I M B R HA I 
do seu am or q ue e entrega. O F i lho , à i m i tação do Pai , e11, 
trega-se ao Pai (dando-se a si mesmo) . E o vínculo en tre 
eles é mais que um espírito de amor: con stitui em si mesmo 
a Pessoa do Espíri to Santo . 
A própria vida íntima de Deus de entrega total cria uma 
comunhão íntima de amo r e vida. Deus não é apenas amá­
vel : é a própria essência do amo r (cfr . Jo 4 , 8) . É fonte de 
toda a vida. 
HOMEM E MULHER C RIADOS 
À I MAGEM DE DEUS 
Três Pessoas - Pai , F i lho e Esp ír i to S anto - em um só 
Deus . Esta famíl ia de a1nor e vida criou o homem e a mu­
lher à sua imagem e semelhança. 
" Então Deus disse: « Façamos o homem à nossa imagem, 
à nossa semelhança» [ . . . ] . E Deus criou o homem à sua ima­
gem, criou-os à imagem de Deus, criou-os varão e mulher. E 
Deus abençoou-os e disse-lhes : «Crescei e m ultiplicai-vos, 
enchei a terra e submetei-a; e domi nai sobre os peixes do mar 
e as aves do céu e sobre todos os animais que habitam a ter­
ra» " (Gên 1 , 26-28) . 
Deus não criou o homem e a mulher à sua imagem e se­
melhança por senti r-se só , poi s "Deus no seu mistério mais 
íntimo não é uma soli dão, mas uma famíl ia, já que traz em 
s i mesmo a paternidade, a filiação e a essência da família 
que é o amor" 6• Deus , como expressão do seu amor dador 
de vida, criou-nos pela alegri a de criar-nos e de fazer-nos 
amantes que dão a vida como Ele mesmo. 
Diz o Concílio Vaticano II que "o homem, que é na 
(6) João Paulo I I . Homilia, 28 de janeiro de 1 979 no CELAM, Puebla. 
M I lA D � R I 29 
/ . r rr un 1 r 1 t u ra q u u qui po r i m m a, não 
p d n o n t rar- a i m m o n ã p l a i nc ra entrega de 
i m m ' ( audium et spe n . 24) . Homen e m ulh res fo­
ram cri d para reflet i r a vida ín t ima e o amor de Deus, 
tant ind ividual m n te c mo na vida con j ugal . 
Depoi de ter criado o pr i m i ro homem, Deu dis e: 
" N ã bom qu hom m e t j ó· vou dar- lhe uma aj uda 
que lh j a ad quada
,, 
( " n 2 1 ) . riou Eva com o am i-
ga co m pa n h i ra d Ad - no Paraí o om a mesm a dig-
n idad d h m m . 
Deu u n i u h m n1 m u l h r m al iança m atri mo-
n ial . U m al i n n t r to . U m con t rato é uma 
permut d m u m ba a parte estão de 
acord · um n trato o vínculo cessa. 
U n1 l i n un1 oas: eu dou-me a você e 
vo e d ' - m i m . n1 n t r to tão diferente de uma 
al i anç m u m h m m q ue paga a uma prostituta é dife-
ren t d marid u \ i om a esposa. 
D u e m p re rabeleceu alianças com o seu povo: " Eu 
er i o o Deu e ' ó sereis o meu povo" (Lev 26, 1 2) . 
Quando une o ho mem e a m ulher mediante a aliança do 
matrim o n io abençoa-os com a obrigação de se darem com­
pletamente um ao outro , de crescer e m ultiplicar-se, en­
chen do a terra. Em essência, diz ao seu povo: " Foste criado 
à nossa i m agem t ri n itária; agora faz o que nós fizemos. Usa 
do poder vivifican te do amor que recebeste para seres co­
nosco cocriador de novas vidas" . 
Depois de tudo, o m atrimônio é ideia de Deus. O Cate­
cism o da Igreja Católica (n . 1 603) insiste neste ponto, citan­
do a Constituição Gaudium et spes, n. 43: "A com unidade 
da vida e do amor conj ugal foi fundada pelo Criador e do­
tada de leis próprias. O próprio Deus é o autor do matri-
� . )) mon10 . 
A união de marido e m ulher numa só carne no ato matri­
monial é tão poderosa - dois que se convertem num só - que 
3 
pr d uz um 
e 
u e ac a am ba-
m an im ai s, a re d s 
re pei t s de díén-
n m r m úru . O hum anos nã dist ' n -
guem d an i n1 · por poderem planejar a ua procri ação, 
m por pod rem usar da sua razão e da ua alm a para com­
p reender o ign ificado do m atri mónio como al iança. 
COARAM S . ·o�'viAS DEP 1 DA QC DA? 
Podemos ter a tentação de pensar: "Com certeza q ue, 
depoi s da queda, quando o pecado entrou no m undo a 
norm as do casamen to m udaram . Já n ão e seguia o ideaJ do 
Jardi m do Éden, m as descemo à real idade da vida" . Quan­
do tudo era perfeito, era fáci l que Adão e va e t ives em 
abertos à v ida e con fia e m a Deus o cuidado das coi as . 
Mas num m undo caído, cheio de pe ador , encontramo­
-nos perante novas circun câncias (cfr. 1ên 3, 1 6- 1 9) : p -
sou a custar-nos o suor do ro ro su tcn t r fam íl ia , ror-
(..,, ) Scot t H ann , P"'""'"° "4 41n(}r. 
( 8) Congr . para a Dou uin da f t f n rr . Vo"""' Jm, �2� J. 'J 7. ln t_rod. n 1 . 
.\M IL E DEC · TRI 3 1 
nou- e mais djfícil ter filho m (o partos torna­
ram-se mais doloro os que ante ) e c m çou a haver mais 
conflito no casal sobre quem d ia ter o comando . Com 
efeito cometeram-se durant muito n pecados tão de­
senfreados que Deu aniqui lou os homen om exceção de 
oé, da sua esposa, dos filhos e das esposas do filhos. 
Depois do di lú io un iversal , abriram-se as porcas a um 
novo começo. Quais foram as primeiras palavras que Deus 
dirigiu aos quatro casais dessa nova ' criação? "E Deus 
abençoou Noé e seus filhos dizendo-lhes: "Crescei , m ulti­
pl icai-vos e enchei a cerra . 
Tal como dissera a Adão e Eva, essa primeira bênção ou 
preceito mostrava que a procriação é o primeiro fim do ho­
mem. O Catecismo da Igreja Católica acrescenta uma nota 
explicativa: "Após a queda [dos nossos primeiros pais] , o 
matrimônio ajuda a vencer o encerramento em si mesmo, o 
egoísmo, a busca do prazer pessoal , e a abrir-se ao outro, à 
mútua ajuda, ao dom de si" (n. 1609) . As passagens do 
Antigo Testamento expõem outras bênçãos do ato conjugal , 
além da procriação: o aspectounitivo (cfr. Gên 2, 24) e o 
prazer (cfr. o Cântico dos Cânticos) . São bênçãos que se po­
dem distinguir, mas não separar da abertura para uma nova 
vida. João Paulo II escreve: "As duas dimensões da união 
conjugal, a unitiva e a procriativa, não podem ser separadas 
artificialmente sem alterar a verdade íntima do próprio ato 
conjugal" 9• Estas duas dimensões estão indivisivelmente 
unidas no ato do matrimônio. 
SE DEUS CRIASSE UMA SOCIEDADE DIFERENTE . . . 
Se Deus criasse uma sociedade diferente, como seria? 
Basta-nos olhar os antigos israeHtas. Quando vagueavam 
9) João Pau lo I I; Cart• às famili11J, n . 1 2. 
32 . . . . :- ' I Y H H . . 
n rm que rege m a 
m a b rrura p ra a 
ri r para d r rm i­
n1 ando de Moi-
r d i n i a no t mpo 
nr nder a chav da 
n t r i n1 pu ro dianre da le i , um 
r o to c n jugal enão uma sem ana 
da m ulher cfr. Lev 1 2 , 2 . 5 ; 1 5 
m o men to do c iclo mensal da mulher se 
r r varo ? a ovulação! Seria uma simples coin­
cid n ia u · o e ai m an tivessem relações quando pos­
ivelmence ela era mais férti l e ele teria m aior quantidade de 
e perma ? 
Ourra lei esrabeleci a que o homem não devi a i r para a 
guerra logo depois do casamento : 
Se um homem está recém-casado, não sairá com o exér­
ci ro nem deverá ser obrigado a prestar nenh um serviço; fica­
rá livre em sua casa por um ano, a fim de alegrar a mulher 
q ue desposou (Deut 24, S ) . 
Por q uê? Era para que o esposo e a esposa pudessem co­
nhecer um ao outro? Sim. Em sentido bíblico, em hebreu 
"conhecer" outra pessoa significa com frequência '' ter rela­
ções íntimas das quais pode nascer outro indivíduo" (cfr. 
Gên 4, 1 ). Presumivelmente o marido tinha que passar o 
seu primeiro ano de vida m atri monial antes de al istar-se no 
serviço militar para que pudesse ter fi lhos no caso de vir a 
morrer na guerra. (Isco contradiz claramente a ideia atual de 
que é melhor não ter filhos durante uns anos para que ma­
rido e m ulher possam conhecer-se m utuamente) . 
Deus esubeJcccu a s ua lei e revelou-a por meio de 
alianças com o u povo, mediante as quais era abençoado 
I L 
qua ndo a cun1 p ria e u n 
Em Oeur r nom io 2 8 i n u m r q u o 
povo receber ia pel su fidel idad � a l i 
suas terras e rebanho dariam muit 
maldições, en umero u o aborto 111 rre r ido 
e a inferti l idade da pe so do t:' d . \ erdad i r r iqueza 
consistia, como benção da al i an a na rerr e no de cen­
dentes. 
Que contraste com a no cultura! Hoje em dia , con i-
dera-se que é fel iz aquele que não tem filhos ou tem pou­
cos , como se considera que um casal com m uitos filhos é ví­
tima de uma maldição. !vias temos de poder dizer com o 
salmista: "A tua m ulher será como vi nha fecunda dentro da 
tua casa; os teus filhos serão como rebentos de oliveira à 
volta da tua mesa. Vede, assim será abençoado o homem 
que teme o Senhor" (Sal 1 28 , 3-4) . 
Entendamos estas passagens no seu contexto: o povo de 
Deus afastou-se coletivamente do bom caminho e recebeu 
coletivamente o castigo. Atualmente, a nossa terra está 
manchada pelo sangue inocente dos abortos, e os que acla­
mam o nome de Cristo vão-se afastando dEle. Talvez o au­
mento dos abortos e da infertilidade esteja relacionado com 
a infidelidade da nossa sociedade a Deus. Mas as bênçãos e 
m aldições da antiga aliança apl icavam -se aos pecados de um 
povo, não aos de uma pessoa. No entanto, não podemos es­
quecer-nos da responsabil idade que temos, como membros 
de um povo, pela imoralidade da nossa cultura. 
RELAÇÃO ESPONSAL DE DEUS COM ISRAEL 
A relação de Deus com Israel era descrita com frequên­
c ia como uma aliança matrimonial . Por exemp lo , o profeta 
I saías diz: "Como o noivo se alegra com a noiva, assim o 
Senhor se deleitará cm ti" (Is 62, 5). E é revelador que os 
jovens israel i tas não fossem autoriz.ados a ler a p ssagcm de 
4 
111 qu 
1' l B · R L ' H. H . . 
"c r m r d u por I r el 
r u n ri nha i n1agen mi -
m r quencia o i rael i ra a 
r. Jer 3, 1 1 - 1 2) pois des-
cr ' i m a m r p n u por I rael como fiel e ex-
l u i o . � a i ainda, D us mandou ao profeta Oseias que 
r s ras e un1a pro c i rura e se ca a e com ela· e quando esta 
o abandonou dis e-lhe que a redimisse da sua prostituição 
e a leva se de ol ra para ca a (cfr. Os 1-3) . Por que fez i so� 
Porque queria dar um exemplo vivo de como Ele via a pros­
t ituição do povo elei to por seguir deuses falsos e de como 
persistia na sua fidelidade e misericórdia para com Israel 
sua esposa. 
Outro profeta, Malaquias, repreendeu o povo pela infi­
delidade para com as esposas . "O que é que Ele deseja? Des­
cendência divina. De modo que tomai nota e não deixeis 
ninguém ser infiel à mulher da sua j uventude. «Porque eu 
odeio o divórcio» , diz o Senhor, Deus de Israel" (Mal 2 
1 5- 1 6) . Em outras palavras, Deus deseja a fidelidade entre 
os esposos para que os seus filhos O conheçam e amem. 
O mesmo quer Ele agora. Como se pode contrair casa­
mento e não ter o propósito de ter filhos, se o fim principal 
do casamento é ter filhos de Deus, isto é, descendência di­
vina? 
A IGREJA t. A ESPOSA DE CRISTO 
São Paulo vê a união mística do abraço conjugal como 
uma imagem da união entre Cristo e a sua Igreja, entre 
Deus e o seu povo. "Grande mistério é este, mas eu o digo 
en1 relação a Cristo e à sua Igreja" (Ef 5 , 3 1 -32). 
O ministério de Cristo tem do princípio ao fim um ca .. 
ráter nupcial . O primeiro m ilagre que Ele fez teve lugar 
numa festa de casamento, quando converteu a água em vi-
C'\ ,...,,.... ..... ..... ,..., ,-.1 ""' , r"' ,... .........., Q _ _ _ _ - -
1-.: l I H ! Rl ) l l A I J 
z q ui 1 1 , m q u '.> " d �· l-rc v 
a t a l r a id <> , p rq u 
, rn r d u por I rael , 
n r i nha imag n semie-
n1 req u n i a o israel i ta a 
( fr. ] r 3 1 1 - 1 2) , pois des-
r vi n1 u por I rae l como fiel e ex-
d u i i i n u 1nandou a o profeta Oseias que 
re g ra uma pro c ir ura e se ca as e com ela; e q uando esta 
o ba ndonou , dis e-lhe que a redim isse da sua prosti tuição 
e a Je se de vol ra para casa (cfr. Os 1 -3) . Por q ue fez i sso? 
Porque queria dar um exemplo vivo de como Ele via a pros­
tituição do povo elei to por eguir deuses falsos e de como 
persistia na sua fidelidade e m isericórdia para com Israel , 
sua esposa. 
Outro profeta, Malaquias, repreendeu o povo pela infi­
delidade para com as esposas. "O que é que Ele deseja? Des­
cendencia divina. De modo que tomai nota e não deixeis 
ninguém ser infiel à mulher da sua juventude. «Porque eu 
odeio o divórcio», diz o Senhor, Deus de Israel " (Mal 2, 
1 5- 1 6) . Em outras palavras, Deus deseja a fidelidade entre 
os esposos para que os seus filhos O conheçam e amem . 
O mesmo quer Ele agora. Como se pode contrair casa­
mento e não ter o propósito de ter filhos, se o fim principal 
do casamento é ter filhos de Deus, isto é, descendência di­
vina? 
A IGREJA t. A ESPOSA DE CRISTO 
São Paulo vê a união mística do abraço conjugal como 
uma imagem da união entre Cristo e a sua Igreja, en rre 
Deus e o seu povo. "Grande mistério é este, mas eu o digo 
em relação a Cristo e à s ua Igreja" (Ef 5 , 3 1 -32) . 
O ministério de Cristo cem do pri ncípio ao fim um ca­
ráter nupcial . O primeiro milagre que Ele fez teve l ugar 
numa festa de casamento, quando converteu a água em vi-
F M I LIA D r D r l u E TRJ 
nho (cfr. Jo 2, 1 - 1 1 ) . E o ponto ál gid do novo da 
nova terra cul m i n ará no ' matrim "' i upre.mo do rdei-
ro", quando o Senhor receber a sua espo , a Igreja (cfr. 
Apoc 1 9 , 7-9) . 
No Novo Testamento, Deus eleva o matrimôn io à ca t -
goria de sacramento . O marido e a mulh r ão os m in i stros 
desse sacramento . Convertem-se em canais da graça sacra­
mental para eles. Henry Sattler explica-o assim : 
"A experiência do amor único, total , exclusivo, perma­
nente, incondicional e criativo, tanto dado como recebido, 
faz-se presente paradigmática e sacramentalmente no ato se­
xual cristão, que foi elevadode expressão natural a sinal so­
brenatural da entrega total, mútua e exclusiva a Cristo e em 
nome de Cristo" 1 0 • 
O matrimônio cristão é uma entrega total de uma pes­
soa a outra, e de ambos a Cristo. 
Como Scott e eu estávamos batizados validamente, em­
bora não fôssemos católicos, o nosso casamento era sacra­
mental e reconhecido pela Igreja. Tínhamos consciência 
(tanto quanto é possível num compromisso de tal dimen­
são) daquilo a que nos comprometíamos. Aceitamos livre­
mente a entrega de um ao outro. Sabíamos que não nos 
comprometíamos simplesmen te a umas obrigações contra­
tuais e a uns benefícios: era uma permuta de pessoas . 
Portanto, éramos livres de exprimir a unidade que agora 
possuíamos através do ato matrimonial. Qualquer filho que 
tivéssemos seria uma recordação constante da nossa união 
indissolúvel, porque. . . como se pode dividir uma criança 
nas duas partes das pessoas de quem procede? 
� este amor conjugal verdadeiro que nos torna capazes, 
( 1 O) Henry Satt l�r, "Sacr.1mcncal Sau Ji riy r . em Communio (inverno de 
1 98 ] ) . 
36 K I M BERLY H A H N 
como diz o Concíl io Vaticano II, de " [ 1nanifestar] a todos a 
presença viva do Salvador no mundo e a autêntica natureza 
da Igrej a, quer pelo amor dos esposos, da sua generosa fe­
cundidade, unidade e fidelidade, quer pela cooperação 
amorosa de todos _os seus membros" ( Gaudium et spes, n. 
48) . Temos a oportunidade de ser a i magem diante do 
mundo da amorosa, sacrificada e m útua entrega que existe 
entre Cristo e a Igreja 1 1 • 
São Paulo recorda-nos a natureza do matrimônio como 
aliança: um intercâmbio de bens e serviços que culmina 
com um acordo matrimonial. 
'O marido cumpra o seu dever para com a esposa e da 
mesma forma também a esposa o cumpra para com o mari­
do. A mulher não pode dispor do seu corpo, pois pertence ao 
seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do 
seu corpo, pois pertence à sua esposa. Não vos recuseis um 
ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, pa­
ra vos apl icardes à oração; e depois retornai novamente um 
ao outro, para que Satanás não vos tente pela vossa i nconti­
nência" ( 1 Cor 7, 3-5). 
Pelo ato conjugal, renova-se a aliança inaugurada pelo 
casamento, e marido e mulher convertem-se em cocriadores 
com Deus de um ser humano novo que nunca teria existido 
se não fosse por eles. 
COMO FAZER QUE UM CASAMENTO 
TENHA tx!TO 
Certa vez, ouvi por acaso vários estudantes da Universi­
dade responderem à pergunta : "Você tem vocação?" com a 
típica resposta: "Oh não! Eu quero casar-me". 
r'\ - - · - - - - - · • - --
( 1 1 ) Cfr . CtU1cinno J.11 lreJ11 C'1tóticA. n . 1 66 1 . 
br 
o r r . 
l , t\ 1 I l L\ -: s T RI 37 
n 1 111 n t u n a inda catól ica, ma Jem-
. 
u p r u n t i 
u m a r sp t tól ica? Não parece . 
N; s a não u m a resposta catól i ca - disse-me 
A o a · o uma chamada à san tidade num modo de 
vid ncreto. Oferecemos ao Senhor no a exualidade 
qu r vivendo a castidade no cel ibato, na ida con sagrada , 
numa ordem rel igiosa quer vi endo-a d n r ro do matrimô­
nio. As duas opções são uma voca ão. Deus é anro, e quer 
que os seus filhos tan1bém o jan1 . 
O macrin1ônio é un1 a ramento , em parte porque pre­
cisamos de mai graça para iver esta vocação de uma ma­
neira que seja agradá el a Deus . Há quem pense erronea­
mente que a convivência (viver juntos como se fossem ma­
rido e mulher antes de o serem verdadeira e sacramental­
mente) é um bom teste para a relação . Mas isso é expor-se a 
fracassar ao menos em dois sentidos. 
Em primeiro lugar, por não estarem casados, o homem 
e a mulher não possuem a graça sacramental própria do ma­
trimônio de que precisam para que a sua união corra bem. 
Em segundo lugar, como ter relações sexuais fora do casa­
mento é pecado mortal, bloqueiam a graça sacramental da 
Confissão e da Comunhão que poderiam receber. 
Uma relação que fracassou depo is dessa convivência de­
monstra que o matrimônio não teria dado certo? Não. Só 
demonstra que a convivência sem a graça do sacramento 
não dá certo. 
Ninguém se casa esperando fracassar. Todos queremos 
casais que se unam para sempre e deem lugar a famílias feli­
zes e sadias . O salmista dá-nos a chave: 
"Se o Senhor não constrói a casa, cm vão trabalham os 
que a edificam. Se o Senhor não guarda a cidade, cm vão vi­
giam as sentinelas. Em vão madrugais e ides deitar-vos rarck, 
J 8 ' l. M B E RL HAI 
ós qu on1 1 o pã d fadigas : porque Ele o dá ao u 
an1 i e 1qu n dorn1 en1 ' ( a l 1 27 , 1 -2) . 
'Con rruir a ca a é um modo de referir poeticamen t a 
con stituição de uma fam íl ia . O Senhor é o único que con -
t rói a fam íl ia para que possa enfrentar as dificuldades da 
vida . Ele é a rocha sobr a qua l devemos edificar, e não o 
são as areias mov di as da op i ni ão públ ica e a cultura da so­
ciedade. D outro modo será vão o nosso esforço por ter 
urna famíl ia ó l id . Arquiteto do tnatrimônio tem uns 
p lano e uma forma de edificar que darão certo. Tem todos 
os recursos necessários para concluir "a casa" . 
Deus compartilha a sua vida divina conosco , permitin­
do-nos experimentar a comunhão com Ele como esposos e 
estendendo-a depois aos filhos. O objetivo de cada famíl ia é 
ser pois, como diz João Paulo II , "uma civi l ização do 
amor' 1 • 
Como sacramento que é, o matrimônio proporciona a 
capacidade de crescer em santidade mesmo no meio das ati­
vidades quotidianas no mundo. Às vezes, sinto inveja da 
freira que, uma hora antes do j antar, está ajoelhada em ora­
ção e cheia de fel icidade diante do Santíssimo Sacramento, 
ao passo que na minha vida não vejo a hora de que chegue 
o jantar: as crianças berram, o telefone não para de tocar e 
Scott volta tarde do trabalho. E, no entanto, Deus me quer 
tão santa como a doce irmã. Ele pôs na minha vocação 
muitas oportunidades de morrer para o egoísmo a fim de 
servir o meu esposo e os meus filhos sacrificadamente. 
O Concílio Vaticano II recorda-nos que o Senhor, quan­
do fala de santidade, não exclui os casados: "Para enfrentar 
com constância as obrigações desta vocação cristã, requer-se 
uma virtude insigne: por isso, os esposos, capazes já de ter 
( 1 2) Can. b famllüu, n. 1 3 . 
FAM I L IA DE l:U � E R I 3 9 
uma vida santa p la gr ça , foment r.-o a fi rmeza no amor, a 
generos idade do coração e o e pírito de sacrifício, pedindo-o 
assiduamente na oração " ( Gaudium et spes, n. 49) . 
Crescer n a virtude não é algo auron1ático, mas é pos­
sível com a graça de Deus. O amor onduz à vida , e a vida 
conduz a um serviço sacrificado. A Igr j a cham a-nos a ofe­
recer generosamente o nosso tempo talentos e bens mate­
riais , como também os nossos co rpos , para construirmos o 
reino de Deus nas nossas famílias, na Igreja e no mundo in­
teiro - e por essa ordem. Quando somos generosos com 
Deus desse modo, descobrimos um princípio básico: que 
Deus não se deixa vencer em generosidade. Como diz São 
Paulo, o que semeares, isso colherás (cfr. 2 Cor 9, 6- 1 5 . ) . 
A MATERNIDADE COMO SERVIÇO 
SACRI FICADO 
Um sacerdote perguntou numa aula de religião católica 
a alunos do ensino primário o que é que Jesus dizia do ma­
trimônio. Uma menina levantou a mão e arriscou: "Pai, 
perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". 
Sorrimos ante uma resposta tão cheia de inocência. Mas 
é verdade que muitos de nós não sabíamos em que nos está­
vamos metendo quando íamos a caminho do altar para nos 
comprometermos diante de Deus. 
O ritual do casamento católico inclui uma promessa so­
lene de abertura para a vida por parte dos nubentes. São 
Paulo ensina: "A mulher salvar-se-á pela maternidade, se 
perseverar com modéstia na fé, na caridade e na tarefa da 
santificação" ( 1 Tim 2, 1 5) . (Segundo outros versículos, esta 
passagem aplica-se apenas às mulheres casadas, já que abrir­
-se à vida é para elas parte integrante de uma vida de obe­
diência a Deus) . Reparemos no condicional : não basta ter fi­
lhos; a salvação não resulta apenasde ter filhos: é resultado 
de uma fé duradoura, do amor e da santidade de .vida. 
o K I M H h l l I IA ! í 
A m t rn id d 1 � i Jn ão da fem i n il idade da 
nl uJher p rq u e lab r n1 u na riação e m an uten-
ção da vida. Joã Pau lo I I d iz q u e de todo os atri buros que 
a Sand s im i r rn r ebcu o .mai excel o é o de <<Mãe' 
já qu ' ervi r s ignifi a r i n ar' 1 • P la graça de Deus, Maria 
foi fi l à chan1ada para ser a m ãe do Sal vador do m u ndo. 
Do 1nesmo modo p 1 graça de Deus, n ós podemos ser 
fiéi à chamada q ue o riador nos faz para termo e educar­
mos unia d cendencia divina . 
A SOB RA N I DE US 
A nossa cultura está obcecada com a ideia de que plane­
jar um bebe é um grande privilégio. No entanto, muitas 
pessoas que não tinham a intenção de ter mais filhos emo­
cionam-se diante de um filho que não fora planejado. Aper­
cebem-se de que tinham oposto resistência à "ideia" de o u­
tro filho, não ao filho real . 
Certa vez, uma adolescente saiu chorando da sua festa 
de aniversário quando soube que seus pais a tinham conce­
bido antes de casar-se. Embora não tivessem pensado em ter 
filhos antes de casar-se, tinham-se enganado ao calcular o 
tempo que durariam como noivos sem cair na tentação. 
Calcularam mal, caíram; mas amavam-se profundamente e 
amavam a filha, apesar de a terem concebido ao arrepio dos 
seus planos. 
Independentemente de uns pais planejarem o u não ter 
um filho, Deus o faz. Nenhum de nós nasceu por acidente. 
Consideremos estas palavras de São Paulo: 
"Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 
que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espi ri -
( J 3) João Paulo I I , Carta pon. Mulitris tlipitat�m obre a dignidade e a vocJ� 
ç.lo d.i mulher. 
r l LI > ... l l ·. l ' . f: I R I • 4 1 
t u l e m m u n -
do par crm i rr l h o . 
N o u a m o r, pr de r i n u - n m 
filho u por Je us r i s t , e T u nd u a l i -
vre vo n tad , para fazer resplande c r u a m a r i l h a graça, 
que no fo i e n did por l no B m- n d . [ . . . ] ele é 
q ue forno o l h ido predc r i n do egu n d de ígn i o da­
quele que t udo real iza po r u m a to del i berad da ua von tade, 
para servi rmo de l o uvo r , ua glór i a nó que de d o come­
ço voltamos as n os e peran a pa ra Cri to,, Ef 1 , 3-6; 
1 1 - 1 2) . 
Vejamos algumas destas verdades em relação à abertura 
para a vida. 
Antes de o m undo ter sido criado, cada um de nós era 
um pensamento na mente de Deus. Ele escolheu-nos para 
sermos seus filhos e deu-nos graças abundantes para que as­
sim pudéssemos viver dando-lhe honra e glória mediante o 
cumprimento da sua Vontade. Deus cumpre o que se pro­
põe. 
Pode-se ter um filho que Ele não planejou? Um jovem 
casal de Pittsburgh sofreu três abortos quando já tinha três 
filhos. Um amigo da mulher disse-lhe: "Sue, você não per­
cebe? Deus não quer que tenha um quarto filho. Deve dei­
xar de tentá-lo". 
Sue perguntou-me se era possível que alguns casais con­
cebessem filhos e Deus os fizesse abortar por não estarem 
incluídos nos seus planos. Respondi-lhe que não. Cada fe­
cundação é um ato único de Deus em cooperação com os 
pais. Diz o sal mista: "Quando eu estava informe, os teus 
olhos já me viam, pois tudo está escrito no teu livro; os 
meus dias estavam contados antes de que nenhum deles 
existisse" (Sal 1 39, 1 6) . O plano de Deus inclui todos os 
nossos filhos, por mais curto que seja o tempo que durar a 
sua vida. 
Trata-se de mistérios profundos, e excede a finalidade 
'" l l\ 1 1: R l Y H . \ l L 
de ta págin i r n1ai 1 n u r- n a n a 
medida m qu t nh in r m . D u é o 
Pai eterno de quetn t 01 , a 1n íl i n o céu e 
na rerr ' (E 1 n fiar n l pa ra que planeje 
s no tàm íl ia . d rn u i r form as a 
ua le ldad n l uturo . 
pr fer J erenl i . re rd palavr de Deu a Israel 
quando v l r u u rdar- l h fid l idade: " u bem sei os de-
ígni qu me r pu en1 \ o o favor, oráculo do Senhor: 
� -o de ígn i d p. e n ão d desgraça, de ventura e espe­
ran . l nYo -n1e- i vi reis rezar-me, e Eu vos escutarei . 
Pro ur r-me-ei e se me procurardes de todo o coração , en­
contr r-m -ei ' er 29 1 1 - 1 3) . Estas promessas aplicam-se 
também a nós. 
Um casal de Omaha, Jim e Nancy, experimentou a fi­
delidade de Deus em resposta à sua fidelidade para com 
Ele: 
'Quando Jim e eu nos casamos há cinco anos, não sa­
bíamos que eu tinha ovários policísticos. Engravidei na lua 
de mel e tivemos Michael ; dois anos depois, nasceu Kolbe. 
Estamos muito agradecidos a Deus pela doutrina da Igreja 
Católica neste e em muitos outros temas. 
'{Quando Kolbe tinha dezessete meses e tentei engravi­
dar de novo, o meu ginecologista disse-me que eu tinha essa 
patologia. Nem por isso deixamos de rezar e de esperar que 
o Senhor nos abençoasse com mais filhos. Graças a Deus, 
não nos servirmos de nenhum método de controle da nata­
lidade, porque, se o fizéssemos, poderíamos não ter ne­
nhum outro filho. O que nos permitira ter os nossos dois 
maravilhosos filhos fora a graça da oração e a abertura para 
a vida" . 
Há pouco, Deus abençoou esse casal com um terceiro 
fi lho. 
F 1 1 1 E E U 
Diz a on t i tu i ão p t ral audium 
lio Vaticano I I : As im o p 
d ivina Providên ia cu l t i nd 
ri ficam o Criador t nd tn pc. r 
quando, con1 re pon abi l id., d n r ., d 
cumprem a su m i ão p r riad r (n. 
43 
t ijJes do oncí­
nfiando n 
a r ifício, glo-
. 
n to 
cri rã , 
Para outro ca a1 .oll . J im nã rr tou pena de 
confiar no Senhor quando for n1 n s nd o filh s . Molly 
teve de confiar esses filhos ao nhor a inda en1 outro senti­
do quando J im morreu num ac idenre : 
"Começamos a nossa vida matrimonial abertos à vida, e 
fomos abençoados com oito filhos em doze anos. J im mor­
reu quando o mais velho estava no sétimo ano da escola e o 
últ imo tinha catorze meses. Os nossos filhos são um teste­
munho vivo do nosso amor eterno. As pessoas pergun­
tam-me: «Se você tivesse sabido que J im ia morrer, teria tido 
menos filhos?» E respondo: «Teria tido mais, porque todos 
os meus filhos refletem uma parte diferente de J im»". 
56 Deus sabe o que o futuro nos reserva. O que sabe­
mos é que Ele tem um plano para a nossa vida e que pode­
mos confiar nEle. 
O SENHORIO DE CRISTO 
As pessoas costumam encarar a lei de um modo negati­
vo: parece impor-nos restrições que não queremos e trazer­
-nos consequências que tememos. Mas não é assim que a 
via o povo de Deus no Antigo Testamento. O Salmo 1 9 , 
por exemplo, descreve a lei como "mais doce que o mel des­
til ado pelo favo" (v. 1 O) . 
Era por isso que os israelitas, antes de falarem a um fi­
lho da lei , lhe tocavam a l íngua com meJ . Queriam que o fi-
� l l R I \ 1 L\ H 
l 1ad 
1 cLL ' 1 l 
r , da l 
n l a on h im n ro 
z t nh mo d mudar a 
. . . . 1 para 1 m 1 ra r os no o i r-
P i-Nosso , dizemos: "Seja fei ta 
n t r ra m no éu" . Como se obe-
u n e u ? uni 01 do p rn i ro . Portanto, o que 
é que lhe obede a m os com perfeição. 
lher s 111 ndamen tos a que vam os obe-
nh r vontade d ivina e cumpri-la de 
Je u u d iscípulos que não é suficiente cha-
mar-Ih r. e depois lhe desobedecemos: "Nem todo 
qu m di enhor Senhor» entrará no reino dos céus, 
m aqude que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" 
� f t - _ l . Tudo o que façamos deve submeter-se ao se­
nhorio de Cristo. Não basta professarmos a nossa fé nEle 
se, ao mesmo tempo, não queremos submeter-lhe a nossa 
vida. 
Scott e eu costumávamos discorrer sobre o alcance que 
tinha em nossas vidas o senhorio ou reinado de Cristo. Do 
ponto de vista monetário, contribuíamos com o dízimo, 
mesmo quando os nossos ordenados eram baixos. Relativa­
mente ao tempo, santificávamos o Dia do Senhor e deixáva­
mos de lado os livros de estudo (para nós, estudantes, esse 
era o nosso trabalho), descansávamos e abríamos a casa aos 
colegas. Quanto aos nossos talentos, fazíamos o esforço de 
assumir algum encargo de caráter pastoral, apesar de termos 
uns horários de aulas bemapenados , porque queríamos ser­
vir a Cristo. E em relação aos nossos corpos, cuidávamos da 
nossa al imentação e fazíamos esporte para manter o corpo 
cm forma e assim servir melhor a Deus. Mas nunca nos 
ocorreu pensar especificamente em que tínhamos de entre­
gar ao senhorio de Cristo a nossa ferti lidade. 
Neste aspecto, a nossa atitude era como a de muitos 
TRI 4 5 
n o rt - m ri a n nhor p d dispor do no so tem po, 
do n t lent e b n m ar riai , mas nós co n trolaremo 
a no a f; rt i l idad . er mo filho q uando no convier" . 
Não 111 lembro quer d t r m ditado n a o ração sobre o 
tema de e carmo ou nã ab rto à vida. P nsávamos que 
era u1na medida de prudencia L pl i C rn10 pri ncíp ios de g s­
cão mediante a anticoncepção . 
Mas a primeira Carta aos Corín tio (6, 1 8-20) colocou­
-nos diante de um desafio superior: 
" F ugi da fo rnicação . Todo o pecado que um homem co­
mete fica fora do seu co rpo mas quem forn ica peca contra o 
seu p rópr io co rpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo 
do Esp írito San to, que está em vós e recebestes de Deus, e 
que não vos pertenceis? Fostes com prados por um grande 
preço . Portanto , glorificai a Deus no vosso corpo" . 
Sabíamos que tínhamos de glorificar a Deus com o cor­
po, mas isso incluía a nossa fertilidade? Sim! Também a fer­
tilidade. 
Que são as nossas vidas, comparadas com a eternidade? 
São relativamente fugazes. Durante quantos anos vamos 
estar casados? E desses anos, quantas oportunidades tere­
mos de conceber um filho? E dessas oportunidades, q uan­
tas vezes Deus no-lo mandará? E dessas vezes, quantos che­
garão a nascer? A nossa fertilidade é mais frágil do que pen­
samos. 
Scott e eu queríamos entregar o nosso coração plena­
mente a Cristo. Sabíamos que podíamos confiar em Deus 
para que planejasse a nossa família como quisesse. Mas pre­
cisávamos de um tempo para pensar melhor antes de em­
preendermos as mudanças que marcariam a nossa vida para 
sempre. Contávamos com ter filhos, mas . . . será que todo o 
ato conjugal devia estar aberto à vida? 
Os sacrifícios implícitos pareciam enorm.es. Porém, os 
4 6 K I :..1 B Jt LY HA H . . 
exem plo da Vi rg m (" aça- e em m i e d · a r ua pala­
vra ' , Lc 1 , 38) d Je u C' ã e a a a m i n h a v n ade, 
m as a tua" , M t 26 39) , e m am ém de tr pe as 
santa , dem on t ravam q u o q u agrad a e u é q ue lhe 
entreguemo a n a v n t d . 
Um dia , exp u n h a u ta j d j n u m p r gram a d rá­
dio protestante a q ue t i n ha ido con vi dada. J efl n u uma 
pessoa q ue se ident ificou como uma prore tan te e n rrária 
ao aborto e contou um epi ódio q ue t i n h a m udado a ua 
vida. 
Enquan to defendia a sua posição n um a cl ín i ca abortiva 
assaltou-a u ma ideia: com o usava anticon cep t ivo , o q ue fa­
zia afin al era apoiar a mesma organização contra a q ual e 
opunha, porque uti l izava os produtos q ue l á se di fundiam . 
Reparou que n ão lhe bastava ser con tra o aborto: tinha que 
l utar a favor da vida. Nesse momento, decidiu que, ao vol­
tar para casa, jogaria pela janela todos o anticoncepri vos e 
para sempre. 
Depois de um casal de Li tdetown, Colorado, ter rido o 
pri meiro filho, os dois reagiram de forma diferente quando 
souberam da comprometedora verdade acerca da abertura 
para a vida. Dana exprimi u o confli to: 
((O mais difícil para mim foi aceitar que tínhamos de 
abri r-nos à vida. A princípio, meu marido e eu não estáva­
mos de acordo com a doutrina da Igreja. Para mim , era ab­
surda , sobretudo porque a tínhamos ouvido de um sacerdo­
te celibatário; pessoalmente, eu não acreditava que essa 
doutrina viesse de Deus. Mas o meu marido ace i tou-a an tes 
de mim , tomou-a muito a sério e não consentia outra coisa. 
Nosso Senhor deu-me um amor tão grande pelo meu mari ­
do que tive de aceitar essa doutrina con tra a minha vonta­
de. Estávamos à espera do segundo filho, mas ainda tínha­
mos que avançar para a unidade neste rema. 
"Ouvi falar do planejamento fam il iar natural num mo-
FAM LIA DE U U E RINO 47 
n1ento em q ue estava desesperada porque não queria engra­
vidar rodos os anos ( t ínhamos outros dois filhos quando 
ouvimos falar desse planejamento) . O Senhor tinha obvia­
mente um p!�no diferente para nó , porque, depois de ass is­
tir à primeira aula de planejamento fami l iar natural , engra­
videi de mais um filho, a que n1 chamo «O filho da minha 
conversão» . E ainda outro depoi desse. Ago ra estamos to­
talmente abertos à vida. Acabamos de saber que estou grávi­
da do sexto filho e estamos muito contentes '' . 
Como muitos desses casais , Scott e eu fomos compreen­
dendo cada vez mais o terrível papel dos anticonceptivos na 
cultura da morte, pois atacam diretamente a cultura da vida 
que queríamos e tínhamos que abraçar. 
PA I l ' E I I 
V J A N RA 
C � L' l ' RA A M R� 
VA IU AR FI LHO 
Pens mos nas seguintes "bem-aventuranças" modernas: 
' Bem-aventurados o homem e a mulher que têm ape­
nas do is filhos, porque poderão custear-lhes os estudos uni-
. , . ,, vers1tanos . 
" Bem-aventurados o homem e a mulher que deixam 
passar ao menos quatro anos entre um filho e outro, porque 
não terão de m udar as fraldas em dobro" . 
" Bem-aventurado o casal que não tenha filhos ao menos 
durante dois ou três anos, porque assim ele e ela poderão 
conhecer-se melhor". 
(( Bem-aventurado o casal que tenha planejado as gravi­
dezes perfeitamente espaçadas, porque conhece a vontade 
de Deus" . 
E "b " . d sras em-aventuranças pertencem a esse t1po e sa-
bedoria m undana que nos m artela os ouvidos a toda a hora, 
embora não ten ham nen h um fundamento na Palavra de 
Deus. Não refletem a sabedoria divina. Com efeito, não 
existe nenhuma passagem da Bíbl ia q ue d screva os filhos 
Rl R S H L I 1 . 49 
m t rmo n o-ativo . Para D u o · fill o -o unicamente e 
sen1pre uma bençâo. 
Estamo en olvido numa gu rra cu l tural : u l tu ra da 
vida contra a cul tura d m rr . J ão P . ulo I I o rta-nos a 
recuperar o verdad i ro ent ido d ua l idad humana, para 
que possamo con tru i r uma ul rura d é mor d vida. De­
pois de recordar a adv rten i. i r . pela n í l i ca Huma­
nae vitae acerc d s con qu n i qu ac rret a rejeição do 
verdadeiro sent ido d t n j uga l f: z- co do repto q ue 
Moisés dirigiu ao pov d u n fi nal da sua vida: 
" Hoje invoc po r t e, t m u n ha co n tra vós os céus e a ter­
ra: ponho diante de vó a vida e a morte, a bênção e a maldi­
ção. Escolhe pois a vida para que tu e a tua descendência vi­
vais amando a Deus e curando a sua voz e aderindo a Ele, 
porque Ele é a tua vida e o prolo ngamento dos teus dias na 
terra que o Senhor prometeu dar aos teus pais Abraão, Isaac e 
Jacó,, (Deut 30 1 9-20) . 
O povo de Deus continua a ter de fazer uma escolha: 
escolher ou rejeitar a vida! 
O VALOR DOS FILHOS NA NOSSA SOCIEDADE 
Nos dias de hoje, muitos casais estudam o momento de 
ter filhos como calculariam a possibilidade de adquirir uma 
casa ou um carro. Avaliam os prós e os contras como se ava­
liassem os dados do balanço de uma empresa. Se o resulta­
do for positivo, é o momento de terem um filho; senão, 
têm de esperar. 
Esse modo de focar a questão não tem fundamento. 
Não se pode quantificar o valor de um filho. Os filhos não 
são objetos que é preciso adquirir, mas presentes que se re­
cebem, almas confiadas aos nossos cuidados. 
Há pessoas a quem, desde que eram crianças se dissua­
diu de ter filhos. Há colégios em que se manda fazer um 
5 0 ! 1 
t • • 
x rei i o q u 1 a f .u t · 1 1 . r J U .1� ado l 
d m. n ut i l izai un ) u ros u 1 f a 
modo de filh . J u n r JTI ) S �11 u n . . 1 s � a r 
cuidem do filh ' n 1 f , , � n 1 n 1 a r jdo 
q ut 
e-
vem dedicar tem p u i ar i l v igiá- J po r urno , e, 
quando saírem j u n r · l r u rar u ni babá. 
O que se p rer nde 1 11 is '<.: n i n r o tàrdo q ue repre-
se�ta cuidar de um fi lh , para qu o. cu an te q uei ram 
evitar a gra idez. e r í i mos ra , re ponsabi J idade 
semmostrar as rec n1p n as. Não se faz a 1n enor al usão ao 
amor nem à alegri comparti lhada em fan1 íl ia , nem ao ca­
lor no relac ionamento nem aos sorriso e ao cari n ho do fi­
lho que recon1pensam o sacrifício de cuidar del e. Ensina-se 
aos estudantes que devem evitar a gravidez como se se tra­
tasse de evitar uma doença infecciosa, em vez de ensiná-los 
a receber uma nova vida como receberiam um m il hão de 
dólares. 
Semelhante exercício, que fomenta o medo às mudan­
ças que implica ter um filho, não conta com a graça que se 
recebe no sacramento do matrimônio, graça que anula o te­
mor mediante o amor, como diz São João: "No amor não 
h á temor, pois o amor perfeito el imina o temor" ( 1 Jo 4, 
1 8) . E este é o tipo de amor que Deus quer que haja no 
nosso matrimônio: um amor que acolha os filhos, em vez 
de temê-los. 
Tem-se chegado até a criar foros e páginas web com in­
formações sobre clubes para adultos sem filhos que rejeitam 
o que chamam uma vida "filhocêntrica" . Um desses clubes, 
No Kidding (Sem filhos) , anima a nunca ter filhos e opõe-se 
às iniciativas governamentais que ajudam os pais na missão 
de cuidar dos filhos. Um artigo do jornal Lincoln ]our­
nal-Star transmitia a opin ião de vários dos seus membros: 
"«Sem filhos� é uma expressão que ind ica que estamos 
4(livres de� , livres de um fardo, de uma responsabilidade. Li-
VALC R l ZAR S F I L H 5 1 
vramo-no do fardo q u o filh acarretam para a nossa 
di pon ibi l idade de tempo, d inhei ro e recursos. Não estamos 
« em » algum a coisa" - diz Katie Andrews, de 3 1 anos , pro­
fessora de um colégi o de_en i no primário, casada e sem fi­
lhos. 
E na mesma linha, Lor i Kranz, de 39 anos, que reside 
na Cal ifórnia, declara: "Temos l iberdade para fazer o que 
quei ramos, quando queiramos. Os dois somos profissionais 
e estam.os com prometidos com o nosso trabalho" . Lori , que 
é católica, diz que, durante as aulas do cursinho pré-matri­
monial a que ela e o noivo assisti ram na sua paróquia, abor­
daram o tema de não ter filhos e ninguém procurou fazê-los 
mudar de opinião 1 4 • 
Semelhante modo de pensar revela, no melhor dos ca­
sos, uma visão míope, e , no pior, um perigo não só para os 
indivíduos, mas também para a sociedade. Na sua Carta às 
familias, João Paulo I I diz: 
"Uma nação verdadei ramente soberana e espi ritual­
mente forte compõe-se sempre de famílias sólidas, cons­
cientes da sua vocação e da sua missão na história [ . . . ] . Re­
legar a família a um papel subalterno e secundário, excluin­
do-a do l ugar que lhe cabe na sociedade, significaria provo­
car um grave dano ao autêntico crescimento de todo o cor­
po social" . 
E o Papa prossegue: 
"A cultura reduz-se a uma civilização de «coisas» e não 
de (lpc soas » , a uma civi lização em que as pessoas são usadas 
com o se fossem coisas. No contexto da civi l ização do pra­
zer, a mulher pode chegar a ser um objeto p ara o homem, 
r 1 4; Vakríe akama. No K.dding! More Coup1es Rtmain hildlc s by Choi­
.. , m lí11eoln {N�b k.a J ]t1t11'714t-St•r, 5- J 1 - 1 999. 
5 2 1'. l 1 H l·.H. I Y 1 1 \H 
os filho um ob t ' ulo par 
ção que di ficulta a l i b rdad 
O VALOR O ILH 
a i , a famíl ia uma in r i tui­
u n1 mbro " 1 5 • 
fBLlA 
Nenhum v rs ículo d Bíbl ia diz que a abertura para a 
vida tenha um lado negativo . En1 lugar nenhum se deixa 
entrever e sa sabedoria,, que encara os filhos como um 
peso , um gasto ou un1 obstáculo ao desenvolvimento profis­
sional ou à formação dos pais. 
Os filhos não são uma "coisa" que se possui , nem o ob­
j eto que vamos adquirir depois do carro , da casa ou do ca­
chorrinho; não são um salário extra que ganhamos. Não são 
o plano que vem depois de o casal ter realizado os anteriores 
e estar bem estabelecido na vida. Não são o próximo proje­
to depois de o casal se ter organizado para atender aos cui­
dados de que o cachorrinho necessita e de sentir-se prepara­
do para dar mais um passo. Não têm valor por nós o termos 
dado. Têm valor em si mesmos por terem sido criados por 
Deus à sua imagem e semelhança. São puro dom. 
São fundamentalmente dE/e, não nossos. Ele no-los ofe­
rece a título de "empréstimo", para que cuidemos dos seus 
corações, mente e alma. Como deveremos receber cada um 
deles ? 
- Com alegria, porque - afirma Suzanne - "uma nova 
vida é muito melhor que todos os bens materiais ou todos 
,., . . ,, os exttos terrenos JUntos . 
- Com gratidão: "Os filhos são bblçãos, e a fecundidade 
um dom de Deus. Quanto o Senhor ama os seres humanos, 
as almas, as criancinhas!", exclama uma mãe de Phoenix . 
- Com bumiúiade: " Sinto-me muito honrada por Deus 
( 1 S) Cirt11 � famllw. n. 1 7 e n . t 3. 
53 
e t rvi de l m a para o seu 
exa . 
. 
r 1 n 
. . , . 
me1 r an 1 v r n 
di ca r in h m e r � l 
. 
m m rar o nosso pn-
m u m fi l ho de u m mês! " , 
1 t n P n i lvânia . 
o m é p ív l ter m edo? uma da uas p rimeiras 
vi agen ao rad Un ido , a Mad re er a de Calcutá to­
m o u um a ri anc inha n bra ouvi ran1 -na dizer: " Por 
que têm tan t m d de t i ?" 
Ou, com palavr de Carhy, u m a person agem dos q ua­
drinho : "A m i n h a geração tem q ue decidir entre ter um fi­
lho ou é- lo". 
Parece q ue a no a cul tu ra e q ueceu o valor de um filho. 
Basta i r a um parqu públ ico das grandes cidades para ver a 
quantidade de pe oas q ue pa eiam u m cachorro e as pou­
cas que empurram um carr i nho com um bebê. Algum a coi­
sa não bate em emel han te panorama. 
Qual é o val or do fi l ho ? O sal m ista exprime a visão que 
Deu tem do filho corn o val ioso presentes: 
Vede: a herança d Se n h or ão os fil hos, a sua recompen-
a o fru to da.5 u as en t ran h as . o rno flechas n a mão do guer­
rei ro, i.m ão o fi l ho da j uven tude. Feliz o homem que 
encheu dele a ua aljava. Não sai rão envergonhados da 
d i pu ta n a praça com os seu i n i m igos (Sal 1 27, 3-5) . 
ramo n uma batalha espiritual e os nossos filhos são 
· flechas. ua n ras flechas você quer ter na sua aljava quan­
do for com bater? 
. Pergunta ram a um homem que t inha onze filhos se a sua al Java e tava cheia, e ele rc pondeu com um sorriso: "Sem­
pre ouvi d i1,er que na aljava cabe uma dúzia". Você imagina 
u rn e mera de 1V que chegue à ca a desse homem quando 
cl ) a m ulher e do o filho es[áo cntados à mesa para o 
1 \ l l 1 I ' l \ 1 1 1 
1 i i 1 : " \ ' i t' q l· p< b r 
u n ' . l ·o n �e ' l l i L n .. t r i u ] · - J n a 
l � . t l 1 n i s t l l d i 1. l f l l l css ho rncm ri ! 
1 r u n -.u t . l / p 1 • i i �se�� : L• / orqu e " l l h todos 
s . · u 1 i ! " · · , \ t u . t 1 1 u d h -r ser.l ·< 1 11 > i n h 
t . .u d � i l l l l . t ·· t, s :t . ) , t eus d ho , m r n -
1 i " i . 1 1 1 1 t o r ) l a t u a .r n "sa . A. s .i n 1 é ab n ado 
.. .. n lh . r hn r n · r n q ut· o r 1 1 1 ; " S. 1 1 8 -4) . 
1 1 1 .1 ' 1 n 1 il i .1 n u n 1 t• t > -.1 u 1 n a h n 1 d � eu . M j to 
i�n i 1 � a q u · u n1 .1 f:un l i a p q u c n � · n ã ten h a i mp rrân-
1d 1 l l h e n1 u 1n ai > r i 1 h n i o me·1n q u j fi l ho 
l .t:i 3 .1 t h c.;ra rn u rn t l h : I a ; I aa e Re-
n1 n r d i � e m c s : • . ú � J a ó . No n tan ro es a 
u l [ m íl i .1. desunp n ha r. m u m p ape l cru cial na hi tória 
'1 alva ã . erra 1n n re n i nguén1 d uvida da im portan cia 
a a . r d F m l i � rn bora só houv e u m Fi lho n a 
a . 
i magem do fil ho o rn o uma flecha i l us tra a i mportân­
cia de não apen t r fi lh s, mas d ducá-los na fé. Para 
preparar uma boa flecha q u pos a acertar no a lvo , u m ar­
queiro afia a pon r coloca cuidadosament as penas . Os 
filhos tem de ser afie do co.m discip l i na e trei nados na fé· 
depois sai rão ao mundo para J var a cabo o trabal ho que 
Deus lhes quei ra con fiar. 
O VALOR DOS FI LH S PARA NÓS 
"Os filhos são dom xcelcntfssimo do matri mônio e 
contribuem enormem n re para o bem dos seus próprios 
pais'', proclama o Concíl io V ticano I I ( Gaudium et

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