das representações hegemônicas, de veríamos q uestionar se algum adulto
deveria estar sem escolaridade ou sem alfabetização, bem como refletir se a
educação tem sido ou não un iversal. Ao entendermos que a educação é para
todos, vale analisar de que fo rma ela responde ou não às necessidades concretas
daqueles que querem e devem ter ace sso a elas. Para tanto , no ssa compreensão
deve estar fundamentada , ainda que de forma breve , pela história da educação
no Brasil.
TEMA 1 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: 1930 A 1960 E O
CRESCIMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE FORMAÇÃO DE ADULTOS
Durante séculos, a economia brasileira se assentou em um só referencial,
o modelo agroexportador de açúcar, ouro, café e borracha, que perdurou até a
crise do café, em 1929. Nesse período, não havia uma po lítica educacional estata l
voltada para a f ormação dos trabalhadores. Até e ntão, a educação brasileira
ficava sob o monopólio da Igreja Católica, a qual oferecia sua formação aos
futuros bacharéis de belas artes, direito e medicina, ass im como fo rmava os
futuros teólogos.
Coube à iniciativa do movimento operário organizar -se sindicalm ente a
partir d e 1858, influenciado pelas ideias socialistas e anarquistas trazidas pelos
imigrantes europeus e pela Revolução Russa. Os operários come çara m a
manifestar-se em torno de um ensino público que colocava o Estado como
regulador, criticando, desse modo, a inoperância governamental na oferta da
educação pública. Esboçava-se, assim, uma concepção de educação libertária,
por meio da qual os traba lhad ores aspiravam por uma educação que se
autogerisse. O que eles desejavam e ra a ruptu ra com a hegemonia burguesa,
expressada por meio da Igreja Católica.
A educação no s primórdios da d écada de 1930, portanto, expressou o
cenário dos conflitos sociais, nesse sentido, o riginou um rico período de
efervescência ideológica e política no cenário da educação brasileira.
De acordo com Guiraldelli (2001), a f ase de 1930 representou o “declínio
das o ligarquias”, em decorrência da s mod ificações na estrutura econômica. A
crise do café, em 1929, impulsionou o modelo de substituição das importações,
deslocando o capital de investimento para outros setores prod utivos urbano -
industriais no Brasil . A expansão urbana, o êxodo rural, a industrialização
crescente, o aumento do capital e do trabalho operário, bem como a consolidação