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a tora sofre um segundo corte na segunda serra, proporcionando um corte duplo. Este equipamento é utilizado para a transformação de toras em pranchões, semi-blocos ou até blocos. No último caso, a serraria deverá dispor de duas serras tandem, a fim de se evitar o retorno da peça no fluxo da serraria. FIGURA 20. SERRA FITA TANDEM (METALÚRGICA TURBINA). FIGURA 21. EXEMPLOS DE CORTE NA SERRA FITA TANDEM. FONTE: EWD (2002). TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 23 3.2.5 SERRA FITA QUÁDRUPLA Esta máquina consiste em dois pares de serras simples. Um par é disposto com as duas serras uma de frente para a outra. O segundo par de serras posiciona-se logo após o primeiro, também com uma serra de frente para a outra (FIGURAS 22, 23 e 24). Esta serra executa um corte quádruplo, onde pode-se obter um semi-bloco juntamente com dois pranchões ou duas tábuas. No caso de toras de pequenos diâmetros, pode-se obter a tora desdobrada diretamente em tábuas ou peças com espessuras finais, as quais serão enviadas para as operações de refilo e destopo. FIGURA 22. SERRA FITA DO TIPO QUÁDRUPLA. FONTE: TUSET & DURAN, 1979. FIGURA 23. SERRA FITA QUÁDRUPLA – VISTA LATERAL. FONTE: EWD (2002). TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 24 FIGURA 24. CORTES REALIZADOS EM SERRA FITA QUÁDRUPLA. FONTE: EWD (2002). 3.2.6 SERRA FITA HORIZONTAL A serra fita horizontal é idêntica à vertical, porém é disposta na posição horizontal, executando um corte simples na tora ou peça a ser serrada (FIGURAS 25 e 26). Porém, apresenta algumas desvantagens quando utilizada como serra principal. No desdobro de toras grandes, tem-se uma perda de tempo calçando as mesmas, o que faz com que esta serra tenha produção inferior a uma serra vertical de tamanho equivalente. Há a necessidade de uma parada após cada percurso, para a retirada da peça cortada. FIGURA 25. ESQUEMA DE UMA SERRA FITA HORIZONTAL PARA DESDOBRO PRINCIPAL. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 25 FIGURA 26. SERRA FITA HORIZONTAL PARA DESDOBRO DE TORAS DE GRANDES DIÂMETROS. FONTE: KARA (2002). Em função de suas desvantagens, a serra fita horizontal foi pouco utilizada por um longo período nas serrarias. Porém, no desdobro de toras de reflorestamentos, que são de pequenas dimensões e com o crescente aumento do custo de matéria prima, tem se tornado um equipamento cada vez mais frequente nas serrarias, e atualmente, a maioria das indústrias fabricantes de máquinas para serraria, dispõe de algum modelo. Muitos “layouts” apresentam várias serras horizontais, todas em linhas, uma subsequente a outra. Neste sistema, uma tora, bloco ou semi bloco, passa nesta sequência de serras, sendo transformado em tábuas ao final do conjunto (FIGURA 27), proporcionando uma boa produtividade com melhor rendimento, em relação às serras circulares. FIGURA 27. SEQUÊNCIA DE QUATRO CABEÇOTES DE SERRAS DE FITA HORIZONTAIS PARA DESDOBRO DE TORAS DE PEQUENOS DIÂMETROS. FONTE: MILL – INDÚSTRIA DE SERRAS LTDA. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 26 3.2.7 SERRA FITA DE RESSERRA OU REAPROVEITAMENTO A serra fita de resserra ou reaproveitamento, é um equipamento frequentemente utilizado nas operações de desdobro secundário. Existem dois tipos mais utilizados, a serra fita com braço radial e a serra fita horizontal, muito utilizada no reaproveitamento de costaneiras. A serra fita com braço radial consiste numa serra fita simples com volantes de diâmetro pequeno, provida de uma mesa, um braço radial acionado e um anteparo com rolos (FIGURA 28). O braço radial pressiona a peça a ser serrada contra o anteparo com rolos e a leva de encontro a serra, proporcionando a precisão no corte. Esta serra é utilizada em operações de resserragem, para dar a espessura final das peças ou para o reaproveitamento de costaneiras. OPÇÕES DE OPERAÇÕES FIGURA 28. SERRA FITA DE REAPROVEITAMENTO OU RESSERRA (INDÚSTRIAS LANGER LTDA.) Um outro tipo de resserra consiste numa serra de fita com mesa, porém, com dois suporte laterais providos de rolos acionadas, sendo dispostos um de cada lado da lâmina (FIGURA 29). Este tipo de máquina pode ser utilizado tanto para reaproveitamento, como para outras operações de resserragem. Uma outra possibilidade para esta máquina, é a conjugação de duas máquinas, na forma de geminada, permitindo a realização de dois cortes simultâneos na peça (FIGURA 30). TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 27 FIGURA 29. SERRA FITA DE RAPROVEITAMENTO COM ROLOS ACIONADOS LATERIAS. FONTE: EWD (2002). FIGURA 30. SERRA FITA GEMINADA PARA OPERAÇÕES DE RESSERRAGEM. FONTE: EWD (2002). A serra de fita horizontal é atualmente o equipamento mais utilizado para reaproveitamento de madeira de reflorestamento, principalmente costaneiras. Tem como vantagem sobre a resserra de reaproveitamento, a maior facilidade de apoio da costaneira ao passar pela serra. Enquanto que na resserra de reaproveitamento, a costaneira passa em pé apoiada entre o braço radial e um suporte com rolos, na serra fita horizontal a costaneira vai de encontro com a serra sobre correia transportadora ou cilindros acionados, apoiada pela sua superfície reta (FIGURA 31). TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 28 FIGURA 31. DESDOBRO DE COSTANEIRAS EM SERRA FITA HORIZONTAL. FONTE; MENDES (2002). 3.3 SERRAS CIRCULARES As serras circulares são máquinas que sempre estarão presentes em qualquer tipo de serraria, seja ela pequena ou grande. Porém é muito importante que este equipamento seja utilizado nas operações adequadas, pois em função de utilizar discos de serras, a geração de serragem é muito maior que nas serras de fita. O fio de corte de uma serra circular pode facilmente atingir 5 mm ou mais, devido ao fato dos discos de serra serem muito espessos, proporcionando corte de 10 a 20 mm ou mais (FIGURA 32). São serras de simples instalação e boa produção de madeira serrada e seus dentes têm formas variadas, de acordo com a finalidade da serra. FIGURA 32. DISCO DE SERRA CIRCULAR PARA DESDOBRO PRINCIPAL DE TORAS DE ATÉ 60 CM DE DIÂMETRO. FONTE: WILLISTON, 1989. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 29 A FIGURA 33, apresenta o diagrama de corte na operação de resserragem de um semibloco e de um bloco em uma serra circular múltipla de dois eixos. Caso sejam serradas peças com 27 mm de espessura e o fio de corte seja de 5 mm, tem-se uma perda de aproximadamente 20% da madeira na forma de serragem. Na situação A da figura, no desdobro de um semibloco, tem-se os dois cortes mais externos que retiram as costaneiras e que não implicam em desperdício de madeira, pois o fio de corte posiciona-se para fora da madeira utilizável, ou seja, faz parte da costaneira. Os demais cortes são internos e transformam a madeira utilizável em serragem, afetando o rendimento . Na situação B, todos os cortes são realizados internamente na peça, reduzindo o rendimento da madeira utilizável. A – DESDOBRO DE SEMIBLOCO B – DESDOBRO DE BLOCO FIGURA 33. ESQUEMA DO DESDOBRO DE UM SEMIBLOCO EM SERRA CIRCULAR MÚLTIPLA DE DOIS EIXOS. FONTE: ROCHA (2002). Como as serras circulares são equipamentos que podem atingir maiores velocidades, tem-se a possibilidade de utiliza-las na configuração de dois eixos, a qual permite reduzir as dimensões dos discos de serra e, consequentemente suas espessuras, diminuindo a geração de serragem. Estes equipamentos transformam a tora em um semibloco ou bloco para posterior desdobro secundário. Na canteagem e destopo das peças, a serra circular é utilizada com muita eficiência, pois nestas operações são realizados