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Anatomorfofisiologia do Sistema Cardiorrespiratório e Nervoso

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Indaial – 2019
AnAtomorfofisiologiA 
do sistemA 
CArdiorrespirAtório
e nervoso
Prof.ª Sara Cristiane Barauna
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Sara Cristiane Barauna
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B227a
 Barauna, Sara Cristiane
 Anatomorfofisiologia do sistema cardiorrespiratório e nervoso. / Sara 
Cristiane Barauna. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 186 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0369-0
 1. Sistema cardiorrespiratório. – Brasil. 2. Sistema nervoso. – Brasil. 
II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 612
III
ApresentAção
Prezado acadêmico, iniciaremos o estudo dos sistemas 
cardiorrespiratório e nervoso, associando conceitos teóricos ao dia a dia. 
Você estará preparado para ingressar nessa proposta e, ao final deste livro 
didático, terá um amplo conhecimento, o qual é fundamental para a sua vida 
como profissional da saúde.
Neste livro, você aprenderá os conceitos sobre os sistemas 
cardiovascular, respiratório e nervoso, os quais serão de extrema importância 
para o tratamento de seus futuros pacientes, sendo que as decisões que serão 
tomadas, enquanto um profissional da saúde, poderão ser vivenciadas através 
de todos os conhecimentos abordados neste livro didático, envolvendo 
anatomia, embriologia, farmacologia, fisiologia, histologia e patologia dos 
sistemas cardiorrespiratório e nervoso.
Na Unidade 1 serão abordados os temas relacionados ao sistema 
cardiovascular, abrangendo o estudo do sangue, dos vasos sanguíneos, da 
circulação sanguínea e do coração. Além disso, nessa unidade você ainda 
estudará os conceitos e a organização do sistema respiratório. 
Na Unidade 2 trabalharemos o sistema nervoso central, desde sua 
organização anatômica, constituição histológica e funções de cada região 
desse sistema tão complexo.
E, por fim, na Unidade 3 abordaremos o estudo do sistema nervoso 
periférico, bem como o desenvolvimento embrionário de todo o sistema 
nervoso.
Nos deparamos com várias situações no nosso dia a dia, relacionadas 
de alguma forma com o corpo humano. Após completar o estudo deste livro, 
você será capaz de entender diversas situações relacionadas aos sistemas 
cardiorrespiratório e nervoso vivenciadas no cotidiano. 
Bom estudo!
Prof.ª Sara Cristiane Barauna
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO .................................................................... 1
TÓPICO 1 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE ............................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 ERITRÓCITOS ...................................................................................................................................... 5
3 LEUCÓCITOS ....................................................................................................................................... 8
4 PLAQUETAS .......................................................................................................................................... 10
5 HEMOCITOPOESE .............................................................................................................................. 12
5.1 ERITROPOESE ................................................................................................................................. 13
5.2 GRANULOCITOPOESE ................................................................................................................. 14
5.3 LINFOCITOPOESE .......................................................................................................................... 15
5.4 MONOCITOPOESE ......................................................................................................................... 15
5.5 MEGACARIOCITOPOESE ............................................................................................................. 15
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO ........................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 LOCALIZAÇÃO E CAMADAS DO CORAÇÃO ........................................................................... 20
3 CAVIDADES DO CORAÇÃO ........................................................................................................... 21
4 VASOS DA BASE DO CORAÇÃO ................................................................................................... 23
5 VALVAS CARDÍACAS ........................................................................................................................ 24
6 CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA ............................................................................................................ 27
7 IRRIGAÇÃO E DRENAGEM DO CORAÇÃO............................................................................... 28
8 COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO .............................................................................. 30
9 CICLO CARDÍACO ............................................................................................................................. 34
10 BULHAS CARDÍACAS ..................................................................................................................... 35
11 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO CORAÇÃO ....................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS ..................................... 39
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................39
2 ARTÉRIAS .............................................................................................................................................. 40
3 CAPILARES ........................................................................................................................................... 41
4 VEIAS ...................................................................................................................................................... 43
5 PRINCIPAIS ARTÉRIAS DO CORPO HUMANO ........................................................................ 44
6 PRINCIPAIS VEIAS DO CORPO HUMANO ................................................................................ 45
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 47
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 48
sumário
VIII
TÓPICO 4 – SISTEMA RESPIRATÓRIO............................................................................................ 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 PORÇÃO DE CONDUÇÃO E PORÇÃO DE RESPIRAÇÃO ...................................................... 51
3 NARIZ ..................................................................................................................................................... 53
4 FARINGE ................................................................................................................................................ 54
5 LARINGE................................................................................................................................................ 55
6 TRAQUEIA ............................................................................................................................................ 55
7 BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS .................................................................................................... 56
8 PULMÕES .............................................................................................................................................. 56
9 ALVÉOLOS E SEPTO INTERALVEOLAR ...................................................................................... 59
10 MECÂNICA DA VENTILAÇÃO PULMONAR ........................................................................... 61
11 TRANSPORTE DE GASES .............................................................................................................. 63
12 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO .......................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 67
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 68
UNIDADE 2 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL ............................................................................. 71
TÓPICO 1 – TECIDO NERVOSO ........................................................................................................ 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 HISTOLOGIA DO TECIDO NERVOSO ......................................................................................... 74
2.1 NEURÔNIOS .................................................................................................................................... 75
2.2 NEURÓGLIA .................................................................................................................................... 77
3 POTENCIAL DE AÇÃO ...................................................................................................................... 79
4 SINAPSE ................................................................................................................................................. 83
5 NEUROTRANSMISSORES ............................................................................................................... 84
6 MENINGES ............................................................................................................................................ 86
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 – MEDULA ESPINAL ......................................................................................................... 95
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 95
2 REGIÕES INTERNAS DA MEDULA ESPINAL ............................................................................ 98
3 FUNÇÕES DA MEDULA ESPINAL ................................................................................................. 99
4 REFLEXOS E A MEDULA ESPINAL ..............................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................104
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................105
TÓPICO 3 – ENCÉFALO ......................................................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 TRONCO ENCEFÁLICO...................................................................................................................108
2.1 BULBO .............................................................................................................................................109
2.2 PONTE .............................................................................................................................................110
2.3 MESENCÉFALO ............................................................................................................................111
3 CEREBELO ...........................................................................................................................................112
4 DIENCÉFALO ......................................................................................................................................114
4.1 TÁLAMO ........................................................................................................................................114
4.2 HIPOTÁLAMO ..............................................................................................................................115
4.3 EPITÁLAMO ..................................................................................................................................116
IX
5 TELENCÉFALO ...................................................................................................................................116
5.1 SUBSTÂNCIA BRANCA CENTRAL ..........................................................................................119
5.2 NÚCLEOS DA BASE .....................................................................................................................120
5.3 SISTEMA LÍMBICO .......................................................................................................................1225.4 VENTRÍCULOS ..............................................................................................................................123
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................126
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
UNIDADE 3 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO ......................................................................131
TÓPICO 1 – SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO ............................................................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 NERVOS ...............................................................................................................................................133
2.1 NERVOS ESPINHAIS ...................................................................................................................135
2.2 NERVOS CRANIANOS ................................................................................................................138
3 GÂNGLIOS ..........................................................................................................................................143
4 TERMINAÇÕES NERVOSAS ..........................................................................................................144
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................145
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147
TÓPICO 2 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO .........................................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO ...............................................................................................151
3 SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO..................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 3 – SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS ............................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 SENTIDOS GERAIS ..........................................................................................................................163
3 SENTIDOS ESPECIAIS .....................................................................................................................165
3.1 VISÃO ..............................................................................................................................................165
3.2 OLFATO ..........................................................................................................................................168
3.3 GUSTAÇÃO ....................................................................................................................................169
3.4 AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO ...........................................................................................................171
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176
TÓPICO 4 – DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO ................179
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................179
2 DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA NERVOSO ...................................................179
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................184
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................185
X
1
UNIDADE 1
SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a organização dos sistemas cardiovascular e respiratório;
• associar as funções dos sistemas cardiovascular e respiratório com os 
órgãos que constituem cada sistema;
• conhecer a estrutura morfofuncional do sistema cardiovascular e 
 respiratório;
• entender como ocorre o desenvolvimento embrionário dos sistemas 
cardiovascular e respiratório.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
TÓPICO 2 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO 
TÓPICO 3 – SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS
TÓPICO 4 – SISTEMA RESPIRATÓRIO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
1 INTRODUÇÃO
O sistema cardiovascular é formado por vasos sanguíneos, sangue e 
coração. Funcionalmente, esses órgãos devem levar material nutritivo e oxigênio 
às células; transportar os produtos residuais do metabolismo celular, desde os 
locais onde foram produzidos até os órgãos encarregados de eliminá-los.
O sangue está contido em um sistema fechado, nominado como “Sistema 
Circulatório”, que permite a sua circulação no interior dos vasos sanguíneos, 
os quais são representados pelas veias, capilares e artérias (Figura 1). O sistema 
circulatório tem função de transporte de gases, nutrientes, produtos metabólicos 
e hormônios para todo o corpo.
FIGURA 1 – ESQUEMA DA CIRCULAÇÃO DO SANGUE
Sistema Fechado
Vasos Sanguíneos
Sangue
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
4
O sangue é um tecido conjuntivo viscoso e denso com uma temperatura 
aproximada de 38 oC e um pH que varia entre 7,35 a 7,45. O sangue está 
constituído por uma parte líquida denominada plasma (55%) e uma parte celular, 
os elementos figurados (45%). O plasma é a parte acelular do sangue constituído 
por 90% de água, 8% de proteínas, 1% de sais inorgânicos e o restante formado por 
compostos orgânicos diversos. A parte celular do sangue, os elementos figurados, 
é formada por hemácias, leucócitos (neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos 
e basófilos) e plaquetas, que são restos celulares, os quais se encontram dispostos 
no quadro a seguir (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
QUADRO 1 – CONSTITUIÇÃO DO SANGUE
PLASMA ELEMENTOS FIGURADOS
• Água
• Proteínas (albumina, globulinas, fibrinogênio)
• Sais
• Íons
• Bicarbonato
• Glicose
• Hormônios
• Enzimas
• Gases
• Aminoácidos
• Vitaminas
• Eritrócitos
• Plaquetas
• Neutrófilos
• Eosinófilos
• Basófilos
• Monócitos
• Linfócitos
FONTE: A autora
Referente ao Hematócrito, esta é uma técnica na qual o sangue, após ser 
centrifugado, separa-se em diversas camadas, sendo o plasma a porção fluida 
e de coloração amarelada que fica acima da camada celular (Figura 2). A parte 
celularforma duas regiões, uma inferior, de coloração avermelhada, composta 
pelos eritrócitos (35 a 50% do volume total) e uma fina camada acinzentada logo 
acima dos eritrócitos, a qual está constituída pelos leucócitos (1% do volume de 
sangue). As plaquetas formam uma camada delgada sobre os leucócitos, não 
sendo visível a olho nu (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018). 
Através do hematócrito é possível estabelecer o volume que os eritrócitos 
ocupam no sangue, o qual espera-se que este se encontre entre 30 a 49% para 
mulheres e 40 a 54% nos homens. A redução do volume de eritrócitos no sangue 
é conhecida popularmente como anemia.
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
5
FIGURA 2 – TÉCNICA DE HEMATÓCRITO
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
FIQUE LIGADO!!!
Anemia é definida como uma diminuição na capacidade do transporte de oxigênio pelo 
sangue e pode ter várias causas, sendo todas caracterizadas pela diminuição da hemoglobina 
no sangue ou pela contagem reduzida de eritrócitos. Para saber mais sobre anemias, 
sugerimos a leitura do artigo a seguir, que está disponível no link:
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/obstetricia/anemias.pdf.
DICAS
2 ERITRÓCITOS
Os eritrócitos – ou hemácias – caracterizam-se como sendo a maior 
população de células do sangue, correspondendo a um total de 4,8 – 5,4 milhões/
µl, contém uma proteína que transporta gases denominada de hemoglobina, está 
constituída por uma cadeia polipeptídica, a porção globina e um grupamento 
ligado ao ferro, denominado porção heme. Estas células têm origem dos 
eritroblastos na medula óssea, os quais perdem suas organelas e passam a ser 
constituídos apenas por uma membrana plasmática, citosol e hemoglobina. 
Quando chegam ao sangue, originam os eritrócitos, que sobrevivem cerca de 
120 dias e depois são fagocitados por macrófagos do fígado, baço e medula 
óssea. Durante a fagocitose, ocorre a separação das porções heme e globina da 
hemoglobina. O ferro é dissociado da porção heme e liga-se à transferrina, uma 
proteína transportadora de ferro que circula no sangue. O ferro ligado à transferrina 
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
6
chega até a medula óssea onde é utilizado para síntese de hemoglobina. A região 
heme sem o ferro ligado é convertida em biliverdina, um pigmento esverdeado, 
e depois em bilirrubina, um pigmento amarelo-alaranjado, que é transportado 
até o fígado, onde é lançado na bile. A bile é secretada no intestino delgado, 
chega ao intestino grosso, onde a bilirrubina é convertida em urobilinogênio, 
que em parte é reabsorvido pelo intestino grosso, volta ao sangue, onde origina 
um pigmento amarelo denominado urobilina, que é excretado pela urina. O 
restante do urobilinogênio origina um pigmento marrom, a estercobilina, que é 
eliminada pelas fezes e dá a elas a sua coloração característica. O referido evento 
metabólico está disposto a seguir, em forma de fluxo, para que você possa melhor 
compreender o seu processo (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
FIGURA 3 – DEGRADAÇÃO DOS ERITRÓCITOS
MACRÓFAGOS 
(fígado,baço e 
medula óssea)
HEMOGLOBINA
HEME
GLOBINA
FERRO+
TRANSFERRINA
BILIRRUBINA BILE
FONTE: A autora
Os eritrócitos (Figura 4) são células bicôncavas que se apresentam 
anucleadas com um halo no interior da célula. Sua membrana é constituída por 
uma quantidade maior de lipídios que o necessário para envolver seu conteúdo, 
dando à hemácia fluidez ótima para penetrar e se distorcer em espaços menores 
que seu tamanho, levando assim nutrientes para todas as partes do corpo 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Existem diferentes tipos sanguíneos, sendo estes classificados em A, B, AB 
e O, os quais são determinados por glicoproteínas presentes na membrana dos 
eritrócitos. Essas glicoproteínas são antígenos de superfície ou aglutinógenos, 
determinados geneticamente. Assim, indivíduos com sangue tipo A apresentam 
antígeno A; com sangue tipo B, antígeno B; tipo AB apresentam os antígenos 
A e B e, ainda, tipo O, que é nulo, ou seja, não apresenta nenhum antígeno de 
superfície. 
Ao fazer o registro do tipo sanguíneo, além de especificar o tipo de antígeno 
presente, deve-se fazer referência à presença ou ausência do antígeno D (fator 
Rh), sendo determinado como Rh-positivo ou Rh-negativo. Esta determinação 
deve-se à presença ou ausência do antígeno D no sangue. 
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
7
VOCÊ SABIA? Que seu tipo sanguíneo precisa ser verificado ao receber uma 
transfusão sanguínea?
NOTA
Os antígenos de superfície são ignorados pelo seu sistema imunológico. 
Entretanto, seu plasma contém anticorpos (imunoglobulinas) 
programados para atacar antígenos de superfície “estranhos” ao 
corpo. Esses anticorpos são conhecidos como aglutininas. Indivíduos 
de sangue tipo A, tipo B ou tipo O sempre contêm anticorpos que 
reagirão a antígenos estranhos. Por exemplo, em um indivíduo de 
sangue tipo A, o plasma circulante contém anticorpos anti-B que 
atacarão eritrócitos tipo B. Já em um indivíduo de sangue tipo B, o 
plasma circulante contém anticorpos anti-A que atacarão eritrócitos 
tipo A. Indivíduos de sangue tipo O não apresentam antígenos A e 
B, e o plasma contém anticorpos anti-A e anti-B. No outro exemplo, 
o plasma de indivíduos tipo AB não contém anticorpos anti-A nem 
anti-B (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 537). 
FIGURA 4 – ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE
1. Eritrócito; 2. Plaquetas; 3. Neutrófilo; 4. Eosinófilo; 5. Basófilo; 6. Linfócito; 7. Monócito.
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
8
3 LEUCÓCITOS
Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células responsáveis pela 
defesa do organismo. Essas células não desempenham sua função no sangue, 
sendo este apenas um meio pelo qual elas podem se locomover. Por um processo 
denominado diapedese, essas células migram por entre as células endoteliais que 
revestem a parede dos vasos sanguíneos e chegam ao tecido alvo (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018).
Diferente dos eritrócitos, os leucócitos são nucleados e podem ou não 
apresentar grânulos, sendo classificados em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos 
e basófilos) e agranulócitos (monócitos e linfócitos). Os granulócitos possuem 
grânulos contendo substâncias químicas específicas que podem ser visualizados 
pelo microscópio óptico quando realizada a técnica de esfregaço sanguíneo. 
Esta é uma técnica utilizada para visualizar as células sanguíneas através do 
microscópio. Para realizar o esfregaço, uma gota de sangue deve ser colocada 
na extremidade de uma lâmina de vidro limpa e seca e, então, com o auxílio de 
uma lâmina extensora, a gota deve ser espalhada sobre a lâmina e então corada 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018). 
FIGURA 5 – TÉCNICA DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO
FONTE: <http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/wp-content/uploads/2014/10/tecnica-de-
esfrega%C3%A7o-03-1024x1024.jpg>. Acesso em: 21 ago. 2019.
Os neutrófilos são polimorfos nucleares, com núcleo lobulado com dois 
a cinco lóbulos unidos por um filamento de cromatina (Figura 4 – célula 3). São 
os mais numerosos dos leucócitos. Pertencem à classe dos granulócitos e seus 
grânulos específicos possuem coloração salmão. Essas células são rapidamente 
recrutadas para sítios de inflamação, em que sua principal função é combater 
bactérias e certos fungos por meio de fagocitose e liberação dos grânulos para 
o meio extracelular. Em alguns momentos, a liberação dos grânulos pelos 
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
9
neutrófilos também pode ser prejudicial para o hospedeiro, quando danifica 
tecidos saudáveis (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Outro tipo de granulócitos são os eosinófilos, que possuem grânulos 
específicos maiores que os dos neutrófilos, dispostos por todo o citoplasma. O 
núcleo possui dois lóbulos em forma de “fone de ouvido”, por isso são também 
chamados de polimorfonucleados (Figura 4 – célula 4). Realizam defesa seletiva, 
estão associados a infecções parasitárias e alergias. Podem fazer fagocitose, 
mas seu principal modo de agir é através da degranulaçãoe da liberação de 
mediadores químicos presentes em seus grânulos.
Em menor quantidade entre os leucócitos encontramos os basófilos, que 
são células granulócitas, arredondadas, podendo ser pleomórficas, com núcleo 
em forma de “S”, frequentemente mascarados pelos grânulos específicos de 
seu citoplasma que são negros ou roxos, metacromáticos (Figura 4 – célula 5). 
Tais grânulos possuem histamina e heparina. Sua membrana plasmática é rica 
em receptores para IgE, responsáveis pela ativação celular em casos de alergia 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
O segundo tipo mais comum de leucócito no sangue são os linfócitos, 
células que fazem parte da resposta imune adaptativa. São células arredondadas 
com núcleo denso, também arredondado, que ocupa praticamente toda a célula 
(Figura 4 – célula 6).
Os linfócitos B – agranulócitos – realizam defesa em nível humoral 
diferenciando-se em plasmócitos, enquanto os linfócitos T realizam defesa 
em nível celular. São muito importantes na defesa contra vírus. No esfregaço 
sanguíneo corado pelo Giemsa, não é possível diferenciar os tipos de linfócitos. 
Os monócitos são as maiores células circulantes com núcleo em forma de rim e 
excêntrico. São agranulócitos e seu citoplasma é levemente basófilo. A cromatina 
dos monócitos apresenta-se vacuolizada (Figura 4 – célula 7). Fazem parte do 
sistema mononuclear fagocitário, se diferenciando em macrófagos quando 
migram para o tecido conjuntivo, onde podem permanecer durante meses. Eles 
são umas das principais células da resposta imune inata, onde atuam modulando 
o processo inflamatório e combatendo patógenos. Uma função muito importante 
dos macrófagos é interligar a resposta inata com a adquirida, isso porque são 
células especializadas em apresentar antígenos para os linfócitos T (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018).
Em condições normais, o volume de leucócitos no sangue é de 5.000 a 
10.000/µL, sendo que sua duração é de poucos dias e em casos de infecções por 
vírus ou bactérias, seu tempo de vida pode reduzir para apenas algumas horas. 
Um aumento na contagem de leucócitos no sangue, a leucocitose, pode ocorrer 
como uma resposta a certos micróbios invasores, anestesia ou ainda cirurgia, 
indicando uma inflamação ou infecção. Por outro lado, uma redução na contagem 
de leucócitos no sangue, uma leucopenia, pode ser provocada por exposição à 
radiação ou agentes quimioterápicos ou um quadro de choque hipovolêmico 
(TORTORA; DERRICKSON, 2017).
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
10
4 PLAQUETAS
As plaquetas ou trombócitos ajudam a parar o sangramento proveniente 
de vasos sanguíneos danificados, unindo-se para formar um tampão de plaquetas 
que preenche o espaço na parede do vaso sanguíneo, onde sobrevivem cerca de 
cinco a nove dias. São pequenos fragmentos de células anucleadas em forma de 
disco que se originam dos megacariócitos presentes na medula óssea (Figura 
4 – número 2). Possuem funções na hemostasia, envolvendo a coagulação 
sanguínea e manutenção do endotélio vascular. Possuem sistemas de túbulos 
e vesículas, bem como grânulos de glicogênio no seu interior (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018).
A hemostasia é uma sequência de respostas que tem como função parar 
o sangramento após lesão da parede de um vaso sanguíneo e, quando bem-
sucedida, impede a hemorragia (grande perda de sangue). O espasmo vascular, 
a formação do tampão plaquetário e a coagulação do sangue são os mecanismos 
que atuam para impedir a perda de sangue, ou seja, agem como mecanismo de 
compensação (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
Logo após a lesão de um vaso sanguíneo, ocorre a ativação e consequente 
contração da musculatura lisa da parede do vaso, reduzindo a perda de sangue 
durante minutos a horas, tempo suficiente para que os outros mecanismos 
hemostáticos comecem a atuar. Quando um vaso sanguíneo é lesado, as 
plaquetas mudam suas características e se associam para formar um tampão. O 
tampão plaquetário ajuda a fechar a parede do vaso lesionado, temporariamente 
(Figura 6).
FIGURA 6 – FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO
Lesão da Parede
Vascular
Adesão 
Plaquetária
Ativação 
Plaquetária
Liberação de
Substâncias Químicas
Agregação
Plaquetária
Tampão 
Plaquetário
FONTE: A autora
Caso a lesão vascular seja acentuada, ocorre um processo mais demorado 
denominado coagulação sanguínea. É o processo de formação de um coágulo, 
o qual é dependente da ativação dos fatores de coagulação (cálcio, enzimas e 
substâncias associadas a plaquetas). Existem duas vias de coagulação sanguínea: 
a via extrínseca e a via intrínseca. Na via extrínseca, considerada como a mais 
rápida, ocorre a liberação no sangue de uma substância denominada fator tissular, 
que é convertido em protrombinase, uma enzima que converte a protrombina 
(proteína plasmática formada no fígado) em trombina (Figura 7). Após formada, 
a trombina converte o fibrinogênio (outra proteína plasmática sintetizada no 
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
11
fígado) em fibrina, a qual “amarra” o tampão plaquetário, formando o coágulo 
sanguíneo. Quanto à via intrínseca, esta é mais complexa e, consequentemente, 
ocorre de maneira mais demorada. Essa via é ativada quando as células que 
revestem a parede dos vasos (células endoteliais) são danificadas (Figura 8). Nesse 
caso, o contato do sangue com o tecido conjuntivo abaixo das células endoteliais 
ativa os fatores de coagulação que, na presença de Ca++, levam a formação da 
protrombinase e então a trombina é formada (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
FIGURA 7 – VIA EXTRÍNSECA DA COAGULAÇÃO
FONTE: A autora
FIGURA 8 – VIA INTRÍNSECA DA COAGULAÇÃO
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
12
Alguns coágulos sanguíneos podem se formar na parede de um vaso 
sanguíneo que não possui lesão, nesse caso, se tem uma trombose e o coágulo 
é chamado de trombo. Muito comum em pacientes hospitalizados, a Trombose 
Venosa Profunda (TVP), como o próprio nome já se refere, caracteriza-se pela 
formação de trombos no interior de veias localizadas profundamente. Uma outra 
complicação grave relacionada a essa coagulação excessiva refere-se à embolia 
pulmonar, quando houve o desprendimento do trombo da parede do vaso, agora 
chamado de êmbolo, o qual chega até os pulmões realizando a obstrução da 
passagem do sangue para o referido órgão, podendo resultar em Insuficiência 
Respiratória Aguda (IRA), Insuficiência Ventricular Direita (IVD) e morte 
(TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Nesses casos, a administração de substâncias denominadas anticoagulantes 
é essencial. Anticoagulantes são substâncias que retardam ou evitam a coagulação 
sanguínea. Um exemplo clássico de anticoagulante é a heparina. Essa substância 
inibe a conversão da protrombina em trombina. Já os agentes trombolíticos 
(estreptoquinase) são substâncias injetadas na circulação sanguínea para destruir 
um coágulo já formado.
5 HEMOCITOPOESE
Hemocitopoese é o nome dado ao processo de formação das células 
sanguíneas, as quais devem ser renovadas constantemente, pois possuem um 
curto tempo de vida. A formação de células sanguíneas se inicia durante o período 
embrionário por volta do 19° dia de gestação, em uma estrutura denominada saco 
vitelino. Após, o fígado assume a função de formação das células sanguíneas, 
bem como o baço, timo e linfonodos. Nos últimos três meses antes do nascimento 
e por toda a vida pós-natal, essa função é realizada pela medula óssea vermelha. 
Na medula óssea vermelha, através da participação de vários fatores 
de crescimento e diferenciação, células tronco dão origem aos eritrócitos 
(eritropoese), os granulócitos (granulocitopoese), os linfócitos (linfocitopoese), os 
monócitos (monocitopoese) e as plaquetas (megacariocitopoese) (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018). A medula óssea é um tecido conjuntivo localizado no canal 
medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Nos recém-
nascidos, toda a medula óssea é do tipo vermelha. Já em adultos, a maior parte da 
medula óssea vermelha é convertida em medula óssea amarela,rica em adipócitos 
e inativa na produção de células sanguíneas.
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
13
5.1 ERITROPOESE
Os eritrócitos se originam a partir de um processo de maturação de 
células eritrocíticas. Conforme amadurecem, essas células são chamadas de 
proeritroblastos, eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos 
ortocromáticos, reticulócitos e eritrócitos. As mudanças são a diminuição do 
volume e do núcleo da célula, sua cromatina torna-se altamente condensada até 
que o núcleo é expulso da célula. Os polirribossomos, as mitocôndrias e outras 
organelas diminuem e aumenta a quantidade de hemoglobina no citoplasma 
(Figura 9) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
FIGURA 9 – ERITROPOESE
FONTE: Adaptada de Junqueira e Carneiro (2018)
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
14
5.2 GRANULOCITOPOESE
Os granulócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos se formam a partir 
de um processo chamado granulocitopoese. Durante a maturação dessas 
células ocorre a produção de grânulos que se acumulam no citoplasma. Esses 
grânulos armazenam proteínas, que são sintetizadas no retículo endoplasmático 
rugoso e empacotadas no complexo de Golgi. Os três tipos de granulócito 
tem sua origem proveniente de uma célula comum, o mieloblasto. Conforme 
amadurece, o mieloblasto se diferencia em promielócito neutrófilo, eosinófilo ou 
basófilo, mielócito, metamielócito, granulócito com núcleo em bastão e, por fim, 
granulócito maduro (neutrófilo, eosinófilo e basófilo) (Figura 10) (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2018).
FIGURA 10 – GRANULOCITOPOESE, MONOCITOPOESE E LINFOCITOPOESE
HemocitoblastoCélulas-tronco
Célula progenitora linfoideCélula progenitora mieloide
MieloblastoMieloblastoMieloblasto
Promielócito Promielócito Promielócito
Mielócito
neutrofílico
Mielócito
basofílico
Mielócito
eosinofílico
Bastão
neutrofílico
Bastão
basofílico
Bastão
eosinofílico
NeutrófilosBasófilosEosinófilos
Leucócitos granulares
Monócitos Linfócitos
Leucócitos agranulares
Plasmócitos
Alguns 
se 
tornam
Alguns se tornam
Macrófagos (teciduais)
Promonócito Prolinfócito
Linfoblasto
(a) (b) (c) (d) (e)
Células
Comprometidas
Vias de
desenvolvimento
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
TÓPICO 1 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE
15
5.3 LINFOCITOPOESE
A célula precursora dos linfócitos é o linfoblasto que, conforme vai 
amadurecendo, origina o prolinfócito, que dará origem aos linfócitos (Figura 
10). Os linfócitos B já saem maduros da medula óssea, enquanto os linfócitos T 
adquirem sua imunocompetência no timo, onde se tornam maduros e então 
chegam à circulação sistêmica. Ao atingir os tecidos, os linfócitos B se diferenciam 
em plasmócitos. 
5.4 MONOCITOPOESE
O promonócito, originário do mieloblasto, é a célula mais jovem que dará 
origem aos monócitos. Os monócitos, ao atingirem os tecidos, amadurem em 
macrófagos (Figura 10).
5.5 MEGACARIOCITOPOESE
As plaquetas são fragmentos de grandes células da medula óssea vermelha 
denominadas megacariócitos, os quais amadurecem de uma célula precursora, 
o megacarioblasto (Figura 11). Os megacariócitos são células grandes, com 
citoplasma repleto de granulações (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
FIGURA 11 – MEGACARIOCITOPOESE
Célula-tronco Rota do desenvolvimento
Hemocitoblasto Megacarioblasto Promegacariócito Megacariócito Plaquetas
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
16
Neste tópico, você aprendeu que:
• O sangue é um tecido formado por uma parte líquida, denominada plasma e 
os elementos figurados que são os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas.
• O hematócrito é uma técnica utilizada para separar o plasma dos elementos 
figurados do sangue.
• Os eritrócitos são as células mais abundantes no sangue, têm formato de disco 
bicôncavo, são anucleadas e responsáveis pelo transporte de gases. 
• Os tipos sanguíneos A, B, AB e O são determinados por glicoproteínas presentes 
na membrana dos eritrócitos.
• As células de defesa do sangue são os leucócitos, que compreendem um 
grande grupo formado por granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e 
agranulócitos (monócitos e linfócitos).
• Os neutrófilos são os leucócitos mais numerosos e formam a primeira linha de 
defesa, combatendo bactérias e certos fungos por meio de fagocitose.
• Os eosinófilos atuam na defesa seletiva contra parasitas e alergias.
• Os leucócitos menos numerosos no sangue são os basófilos, responsáveis pela 
ativação celular em casos de alergias.
• Os linfócitos são células que participam da defesa imune, são arredondados 
com núcleo grande e citoplasma escasso.
• As maiores células circulantes no sangue são os monócitos, que ao migrarem 
para o tecido conjuntivo originam os macrófagos.
• As plaquetas são fragmentos de megacariócitos e participam do processo de 
coagulação sanguínea.
• Quando a parede de um vaso sanguíneo é lesionada, ocorre uma série de 
eventos para estancar o sangramento, impedindo assim uma hemorragia.
• Os elementos figurados do sangue têm origem de células tronco da medula 
óssea vermelha, através de um processo denominado hemocitopoese.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 Os glóbulos brancos do sangue, tidos como primeira linha de defesa, ou seja, 
aquelas células que primeiro entram em combate com agentes agressores e 
que representam mais da metade de todos os glóbulos brancos são os:
a) ( ) Eosinófilos.
b) ( ) Basófilos.
c) ( ) Neutrófilos.
d) ( ) Linfócitos.
e) ( ) Fibrócitos.
2 No plasma sanguíneo podemos encontrar:
a) ( ) Água.
b) ( ) Hormônios.
c) ( ) Proteínas.
d) ( ) Bicarbonato.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
3 Transporte de oxigênio, fagocitose de microrganismos e liberação de 
substâncias relacionadas a reações alérgicas são funções desempenhadas, 
respectivamente, pelas seguintes células sanguíneas:
 
a) ( ) Eritrócitos, basófilos, neutrófilos.
b) ( ) Basófilos, neutrófilos, monócitos.
c) ( ) Eritrócitos, neutrófilos, basófilos.
d) ( ) Eosinófilos, monócitos, linfócitos.
e) ( ) Eritrócitos, linfócitos, eosinófilos.
4 São leucócitos agranulócitos:
a) ( ) Linfócitos e monócitos. 
b) ( ) Eosinófilos e basófilos.
c) ( ) Neutrófilos e eosinófilos.
d) ( ) Basófilos e linfócitos.
e) ( ) Monócitos e neutrófilos.
AUTOATIVIDADE
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19
TÓPICO 2
SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O coração é o órgão central do sistema cardiovascular responsável pelo 
bombeamento de todo o sangue pelo corpo. Pesa em média 250 g nas mulheres e 
300 g nos homens. 
O coração lembra o aspecto de um cone, sendo que a porção pontiaguda está 
voltada inferiormente e à esquerda, sendo denominada de ápice. Do lado oposto 
ao ápice encontramos a base, onde chegam e saem os grandes vasos do coração, 
denominados vasos da base. O coração possui duas faces: a face esternocostal, 
localizada posteriormente ao esterno e às costelas; e a face diafragmática, 
representada pela parte do coração que repousa sobre o diafragma. Além disso, 
o coração possui duas margens: a margem direita, voltada para o pulmão direito 
e a margem esquerda, voltada para o pulmão esquerdo (TORTORA, 2007). 
FIGURA 12 – MARGENS E FACES DO CORAÇÃO
FONTE: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 552)
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
20
2 LOCALIZAÇÃO E CAMADAS DO CORAÇÃO
É um órgão muscular, oco, que funciona como uma bomba contrátil-
propulsora, situado na cavidade torácica, posteriormente ao osso esterno, 
superior ao músculo diafragma, no espaço compreendido entre os dois pulmões 
e a pleura, denominado mediastino.
Três camadas constituem o coração: o endocárdio, o miocárdio e o epicárdio 
(Figura 13). O endocárdio é a camada mais interna do coração, é contínuo com a 
camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. Ele é formado por uma 
camada de tecido epitelial apoiado sobre uma fina camada de tecido conjuntivo 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
A camada média do coração, o miocárdio, é formado por tecido muscular 
estriado cardíaco, o qual forma a massa principaldo coração e é responsável 
por realizar a sua contração. O tecido muscular estriado cardíaco é formado por 
células cilíndricas alongadas, denominadas fibras. Essas células possuem um ou 
dois núcleos centrais, suas fibras podem apresentar ramificações e estão presentes 
estrias transversas devido à presença de sarcômeros nestas células. Além disso, 
estão presentes os discos intercalares, estruturas celulares formadas por junções 
comunicantes, que permitem a propagação do estímulo nervoso através dessas 
células. Os discos intercalares também possuem estruturas que realizam a adesão 
entre as células musculares, mantendo-as unidas, de modo que não se separem. 
Externamente ao miocárdio encontramos a terceira camada, o epicárdio, que é a 
membrana serosa que reveste o coração (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
O pericárdio é um saco fibro-seroso que envolve o coração e o separa 
dos outros órgãos do mediastino e limita a sua expansão durante a diástole 
ventricular. É formado por dois folhetos, um externo e fibroso, o pericárdio fibroso 
e o outro interno e seroso, denominado pericárdio seroso. Duas camadas formam 
o pericárdio seroso, a lâmina parietal (externa) e a lâmina visceral (interna), 
também denominada epicárdio. Entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio 
seroso existe um espaço, a cavidade do pericárdio, que contém uma fina camada 
de líquido pericárdico que funciona como um fluido lubrificante, evitando o 
atrito entre as lâminas durante os movimentos do coração (TORTORA, 2007).
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
21
FIGURA 13 – AS CAMADAS DO CORAÇÃO
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
FIQUE LIGADO!!!
Quando ocorre a inflamação da membrana do pericárdio temos uma pericardite, que pode 
levar a uma diminuição da quantidade de líquido pericárdico, gerando atrito entre as lâminas 
do pericárdio e dor. Algumas vezes pode ocorrer um acúmulo de líquido na cavidade 
pericárdica, comprimindo o coração. Esta condição é conhecida como tamponamento 
cardíaco e pode ser uma ameaça à vida, uma vez que reduz a quantidade de sangue do 
ventrículo e diminui o débito cardíaco (TORTORA, 2007). 
IMPORTANT
E
3 CAVIDADES DO CORAÇÃO
O coração contém quatro câmaras e está dividido da seguinte forma: em 
duas câmaras superiores – átrio direito e esquerdo, e em duas câmaras inferiores 
– ventrículo direito e esquerdo. Separando os dois átrios, existe uma parede 
denominada septo interatrial, onde encontramos o forame oval, resquício da 
fossa oval, uma estrutura embrionária que desvia o sangue do átrio direito para 
o átrio esquerdo, uma vez que os pulmões fetais ainda não são funcionais. Entre 
os ventrículos encontramos o septo interventricular. Estruturas denominadas 
aurículas, estando localizadas na parede anterior de cada átrio, com a finalidade 
de aumentar a capacidade de armazenamento sanguíneo dos átrios.
Os átrios formam as cavidades que recebem o sangue que chega no coração 
pelas veias, enquanto os ventrículos enviam o sangue para fora do coração através 
de artérias. A parede posterior dos átrios é lisa, enquanto a parede anterior é 
rugosa, formada por cristas musculares denominadas músculos pectíneos. 
Pericárdio fibroso
Lâmina pariental do
pericárdio seroso
Cavidade
pericárdica
Lâmina visceral
do pericárdio
seroso
(epicárdio)
Miocárdio
Endocárdio
Câmara cardíaca
Parede
cardíaca
Miocárdio
Pericárdio
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
22
Formando a margem direita do coração, temos o átrio direito que recebe o sangue 
proveniente do corpo e da parede do coração pelas Veia Cava Superior (VCS) e 
Veia Cava Inferior (VCI) e pelo seio coronário, respectivamente. O sangue contido 
no átrio direito é lançado ao ventrículo direito através da valva atrioventricular 
direita (valva tricúspide), sendo esta melhor descrita adiante. O átrio esquerdo 
forma a maior parte da base do coração e recebe o sangue dos pulmões através das 
quatro veias pulmonares. O sangue contido no átrio esquerdo passa através da 
valva atrioventricular esquerda (valva mitral) e segue até o ventrículo esquerdo. 
Os ventrículos possuem uma parede rugosa, formada pelas trabéculas cárneas. 
Algumas trabéculas cárneas emitem projeções denominadas músculos pectíneos, 
que fixam as valvas através das cordas tendíneas (explicado adiante). O ventrículo 
direito recebe o sangue do átrio direito e envia para os pulmões através do tronco 
pulmonar. Já o sangue contido no ventrículo esquerdo é lançado para todo o 
corpo através da artéria aorta.
FIGURA 14 – CAVIDADES DO CORAÇÃO
FONTE: Adaptada de Netter (2011)
VOCÊ SABIA? 
Que a espessura do miocárdio é variável nas quatro câmaras cardíacas?
NOTA
A espessura do miocárdio varia de acordo com a função de cada uma das 
câmaras. Como os átrios recebem o sangue proveniente do corpo e dos pulmões, 
seu miocárdio não é tão espesso quanto nos ventrículos, uma vez que não precisa 
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
23
realizar a contração para ejetar o sangue do coração. Em contrapartida, nos 
ventrículos, o miocárdio é mais espesso. O ventrículo esquerdo, por precisar de 
uma força maior de contração para ejetar o sangue para todo o corpo, é a região 
do coração em que o miocárdio é mais espesso.
4 VASOS DA BASE DO CORAÇÃO
A base do coração possui os grandes vasos que entram e saem do coração. 
Os vasos da base do coração são a veia cava superior, a veia cava inferior, o tronco 
pulmonar, as artérias pulmonares, as veias pulmonares e a aorta (Figura 15).
A VEIA CAVA SUPERIOR chega ao átrio direito do coração trazendo o 
sangue venoso das regiões superiores do corpo, localizadas acima do coração, 
enquanto a VEIA CAVA INFERIOR leva o sangue proveniente das regiões 
inferiores do corpo para o átrio direito.
As VEIAS PULMONARES são em número de quatro e transportam o 
sangue arterial, rico em oxigênio, proveniente dos pulmões para o átrio esquerdo 
do coração. Saindo do ventrículo direito, temos o tronco pulmonar, que se ramifica 
nas artérias pulmonares esquerda e direita.
As ARTÉRIAS PULMONARES levam o sangue venoso para os pulmões, 
onde ele será oxigenado. Por fim, a artéria aorta, o maior vaso sanguíneo do 
corpo, transporta o sangue arterial do ventrículo esquerdo para todas as células 
do corpo. Lembrando que os vasos que chegam no coração são as veias, e as 
artérias são vasos de paredes mais calibrosas e saem do coração. 
FIGURA 15 – VASOS DA BASE DO CORAÇÃO
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
24
FONTE: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 553)
5 VALVAS CARDÍACAS
Para direcionar a circulação sanguínea no coração existem dois pares de 
valvas ou válvulas situadas na entrada e saída dos ventrículos. Cada uma dessas 
estruturas ajuda assegurar o fluxo unidirecional do sangue, abrindo-se para 
deixar passar o sangue e fechando-se para evitar seu refluxo. As valvas cardíacas 
são lâminas de tecido conjuntivo recobertas em ambas as faces pelo endocárdio 
que apresentam subdivisões, as quais recebem o nome de válvulas ou cúspides 
(Figura 16) (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
As valvas atrioventriculares direita e esquerda, como seu nome sugere, 
estão localizadas entre os átrios e os ventrículos. Enquanto os átrios e ventrículos 
estão relaxados (em diástole), essas valvas permanecem abertas e o sangue 
contido nos átrios flui em direção aos ventrículos. Quando os ventrículos se 
contraem (sístole ventricular), essas valvas se fecham e impedem que o sangue 
retorne aos átrios, direcionando, assim, o sangue contido nos ventrículos para o 
tronco pulmonar e a aorta.
A valva atrioventricular direita é também chamada de valva tricúspide, 
pois apresenta três válvulas ou cúpides, enquanto a valva atrioventricular 
esquerda é chamada de mitral ou bicúspide por apresentar apenas duas válvulas 
(Figura 16).
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
25
FIGURA 16 – VALVAS CARDÍACAS
FONTE: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 557)
Estruturas semelhantes a tendões – denominadas cordas tendíneas – se 
fixam na parteinferior das valvas atrioventriculares e, pela outra extremidade, 
estão presas a projeções musculares da parede dos ventrículos, os músculos 
papilares (Figura 16). No momento da contração ventricular, os músculos 
papilares também se contraem, encurtando seu comprimento e colocando em 
tensão as cordas tendíneas, o que impede a eversão (virar ao contrário) das 
válvulas das valvas (TORTORA, 2007).
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
26
Além das valvas atrioventriculares, outras duas valvas constituídas cada 
uma por três cúspides estão localizadas na entrada do tronco pulmonar, a valva 
do tronco pulmonar, e na entrada da aorta, a chamada valva da aorta. Essas 
valvas impedem o refluxo do sangue contido no tronco pulmonar e na aorta para 
os ventrículos direito e esquerdo, respectivamente, durante a contração (sístole) 
ventricular.
VOCÊ SABIA?
Que as valvas cardíacas podem apresentar problemas?
NOTA
As valvas cardíacas podem apresentar problemas denominados estenose 
ou insuficiência valvar. A estenose (estreitamento) ocorre quando a valva não se 
abre completamente ou se apresenta com estreitamento, dificultando a passagem 
(fluxo) do sangue do átrio em direção ao ventrículo. Já a insuficiência é quando 
a valva não se fecha completamente, permitindo assim o refluxo de sangue do 
ventrículo para o átrio.
O prolapso da valva atrioventricular esquerda é a forma mais comum de 
insuficiência valvar, acometendo até 30% da população e sendo mais comum 
em indivíduos do sexo feminino. Nessa condição, uma ou as duas válvulas 
(folhetos) da valva átrio ventricular esquerda são projetadas em direção ao átrio 
esquerdo durante a contração do ventrículo esquerdo, permitindo que ocorra um 
refluxo de parte do sangue contido no ventrículo esquerdo em direção ao átrio 
esquerdo. Essa condição pode ser decorrente de um dano na válvula ou devido 
ao rompimento das cordas tendíneas. 
 
A febre reumática é uma infecção sistêmica aguda, que geralmente ocorre 
após uma infecção estreptocócica da garganta. Os anticorpos produzidos para 
combater esta infecção chegam aos tecidos conjuntivos do coração e outros 
órgãos causando uma inflamação, danificando as valvas cardíacas, sendo que 
as mais frequentemente acometidas são as valvas atrioventricular esquerda e da 
aorta (TORTORA, 2007).
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
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6 CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
A circulação sanguínea é a passagem do sangue através do coração 
e dos vasos e está dividida em dois grandes sistemas: circulação sistêmica e 
circulação pulmonar.
FIGURA 17 – CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
28
Na circulação sistêmica, o ventrículo esquerdo funciona como uma bomba 
propulsora, permitindo que o sangue chegue a todas as células do corpo. Durante 
a contração do ventrículo esquerdo, o sangue é lançado em direção à aorta, que sai 
do coração e se ramifica em artérias menores até chegar nas arteríolas presentes no 
interior dos tecidos. As arteríolas terminam nos capilares, local em que o oxigênio 
do sangue passa para as células e o gás carbônico produzido pelas células retorna 
ao sangue. O sangue dos capilares, agora venoso, segue em direção às vênulas 
e, destas, para as veias, até chegar às veias cavas superior e inferior, as quais 
desembocam no átrio direito do coração.
O ventrículo direito é a bomba que vai lançar o sangue em direção aos 
pulmões, dando início à circulação pulmonar. Durante a contração do ventrículo 
direito, o sangue é lançado ao tronco pulmonar e deste segue para as artérias 
pulmonares direita e esquerda, as quais levam o sangue venoso, com pouca 
concentração de oxigênio, para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente. 
No interior dos pulmões ocorre a respiração pulmonar, na qual o oxigênio contido 
no interior dos alvéolos passa, por difusão, para o sangue e o gás carbônico do 
sangue segue para os alvéolos. Após, o sangue agora arterial, presente no interior 
dos capilares, é lançado para pequenas veias e destas para as veias pulmonares, 
as quais saem dos pulmões e chegam ao átrio esquerdo do coração.
FIQUE LIGADO!
Nem todas as veias transportam sangue venoso e nem todas as artérias contêm sangue 
arterial. As artérias pulmonares saem do coração levando o sangue venoso para os pulmões, 
onde, após ser oxigenado, o sangue, agora arterial, retorna para o coração através das 
veias pulmonares. Além destes vasos, no cordão umbilical, as artérias umbilicais também 
transportam o sangue venoso do feto para a mãe, enquanto a veia umbilical retorna para o 
feto trazendo sangue arterial.
ATENCAO
7 IRRIGAÇÃO E DRENAGEM DO CORAÇÃO
As artérias coronárias direita e esquerda são ramos da parte ascendente da 
artéria aorta que enviam sangue oxigenado para irrigar a parede do coração. 
Após se originar, a artéria coronária direita segue pela direita no interior do sulco 
coronário. Seus ramos suprem o átrio direito, parte do átrio esquerdo, o septo 
interatrial, todo o ventrículo direito, uma parte do ventrículo esquerdo e o terço 
póstero-inferior do septo interventricular. Seus ramos estão ilustrados na Figura 
18 (TORTORA, 2007). 
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
29
A artéria coronária esquerda supre grande parte do ventrículo esquerdo, 
uma pequena região do ventrículo direito, a maior parte do átrio esquerdo e dois 
terços anteriores do septo interventricular. Quando chega à face esternocostal 
do coração, dá origem aos ramos circunflexo e interventricular anterior. O ramo 
circunflexo curva à esquerda e segue no interior do sulco coronário, enquanto o 
ramo atrioventricular anterior segue no sulco de mesmo nome (TORTORA, 2007).
Todo o sangue venoso, coletado das pequenas veias cardíacas, é drenado 
através das veias cardíaca magna e cardíaca média, ao seio coronário, uma grande 
veia localizada na região posterior do sulco coronário. Inferiormente ao óstio da 
veia cava inferior, no átrio direito, o seio coronário se abre. Seus ramos estão 
ilustrados a seguir.
FIGURA 18 – IRRIGAÇÃO E DRENAGEM DO CORAÇÃO
FONTE: Adaptada de Netter (2011)
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
30
A obstrução parcial das artérias coronarianas pode ocasionar uma redução 
do fluxo de sangue para o músculo miocárdico (suas células), gerando um evento clínico 
conhecido como isquemia cardíaca, levando à diminuição do suprimento tanto de glicose 
quanto de oxigênio para as respectivas estruturas ligadas a estes segmentos arteriais. A 
isquemia pode ser acompanhada de angina pectoris, uma forte dor descrita como uma 
sensação de aperto no peito, frequentemente referida ao pescoço e irradiando-se para 
outras regiões do corpo, como cervical, dorso (nas costas), epigástrica (sobre o estômago), 
braço esquerdo e/ou cotovelo. Caso ocorra uma obstrução completa do fluxo de sangue em 
uma artéria coronária, pode ocorrer um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), conhecido como 
ataque cardíaco. Devido à falta de oxigênio para as regiões do miocárdio que ficaram sem 
sangue, ocorre morte das células e substituição por um tecido fibroso cicatricial, ocasionando 
a perda da função desta região do coração. 
ATENCAO
8 COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO
Durante o desenvolvimento embrionário, aproximadamente 1% das 
fibras musculares cardíacas se torna células auto-rítmicas, isto é, 
células que geram potenciais de ação rítmica e repetitivamente. As 
células auto-rítmicas atuam como um marcapasso, ajustando o ritmo 
para a contração e todo o coração, e formam o complexo estimulante 
do coração, a via de propagação dos potenciais de ação para todo o 
músculo do coração. O complexo estimulante do coração assegura 
que as câmaras do coração sejam estimuladas a se contrair de forma 
coordenada, o que torna o coração uma bomba eficiente (TORTORA, 
2007, p. 463).
O tecido muscular cardíaco apresenta a característica de possuir atividade 
contrátil independente de estímulo nervoso ou hormonal. Isso é possível graças 
às células autoexcitáveis, denominadascélulas nodais e fibras condutoras 
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). O ritmo da contração cardíaca é 
dado pelas células nodais e as fibras condutoras distribuem o estímulo por todo o 
tecido cardíaco. Assim, os potenciais de ação das células cardíacas propagam-se 
da seguinte maneira (Figura 19):
1. Nó Sinoatrial (NSA):
• região especial do coração que controla a frequência cardíaca;
• localizado próximo à junção entre o átrio direito e a veia cava superior;
• inicia e controla os impulsos para contração, sendo considerado o marcapasso 
do coração ou marcapasso fisiológico;
• os potenciais de ação gerados no nó sinoatrial propagam-se pelos dois átrios 
através das junções comunicantes presentes nos discos intercalares das fibras 
musculares cardíacas fazendo com que ocorra a contração dos átrios.
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
31
2. Nó Atrioventricular (NAV):
• localizado no septo entre os dois átrios;
• recebe o estímulo proveniente das células dos átrios;
• diminui o potencial de ação permitindo que os átrios descarreguem sangue 
nos ventrículos.
3. Fascículo Atrioventricular:
• localizado na porção inicial do septo interventricular, próximo aos átrios;
• momento no qual os potenciais de ação passam dos átrios para os ventrículos.
4. Ramos direito e esquerdo do fascículo atrioventricular:
• são ramos do fascículo atrioventricular;
• seguem pelo septo interventricular conduzindo os potenciais de ação em 
direção ao ápice do coração.
5. Fibras de Purkinje:
• são ramos subendocárdicos, calibrosos;
• conduzem o potencial de ação de maneira rápida, permitindo a contração dos 
ventrículos (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
FIGURA 19 – COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO
FONTE: Adaptada de Marieb e Hoehn (2009)
Átrio direito
Átrio esquerdo
Ramos
subendo-
cárdicos
Septo
interventricular
Veia cava
superior
Nó sinoatrial
(SA)
Feixe
internodal
Nó
atrioventricular
Fascículo
atrioventricular
(AV) (feixe de His)
Ramos do
fascículo AV
Ramos
subendocárdicos
(fibras de Purkinje)
(a)
1
2
3
4
5
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
32
O ritmo para a contração do coração é definido pelo nó sinoatrial, que 
gera potenciais de ação entre 90 a 100 vezes por minuto. Caso ocorra uma lesão 
e morte das células do nó sinoatrial, o nó atrioventricular assume a função de 
marcapasso fisiológico, porém sua frequência de contração é menor, gerando, 
em média, 40 a 60 batimentos por minuto. Caso o nó atrioventricular também 
perca a sua capacidade de gerar potenciais de ação, o fascículo atrioventricular 
assume a função, gerando potenciais mais lentamente, em torno de 20 a 35 vezes 
por minuto. Todavia, nesse caso, como o batimento cardíaco fica muito lento, o 
ritmo deve ser restaurado através do implante de um marcapasso artificial. Este 
marcapasso é um dispositivo eletrônico que estimula as contrações do coração 
para manter o débito cardíaco adequado (TORTORA, 2007).
A velocidade de disparo de potenciais de ação pelo nó sinoatrial, pode 
ser controlada por hormônios e alguns neurotransmissores. Quando estamos 
em repouso, a liberação de acetilcolina pelo sistema nervoso parassimpático 
geralmente leva a uma diminuição da frequência do nó sinoatrial para, 
aproximadamente, 75 batimentos por minuto (TORTORA, 2007). 
É possível detectar, através de um equipamento eletrônico, a transmissão 
dos potenciais de ação pelo complexo estimulante do coração, uma vez que 
estes geram uma corrente elétrica. O registro dessas correntes é chamado 
eletrocardiograma (ECG) e permite a identificação de três ondas em cada ciclo de 
contração do coração: a onda P, o complexo Q, R, S e a onda T. A onda P marca 
a propagação do potencial de ação do nó sinoatrial pelos dois átrios, e logo em 
seguida os átrios se contraem. O complexo QRS marca a propagação do estímulo 
pelos ventrículos, os quais se contraem em seguida. A última onda, denominada 
onda T, marca o momento de relaxamento dos ventrículos (Figura 20).
FIGURA 20 – ELETROCARDIOGRAMA
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
33
FONTE: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 567)
O registro das ondas de um ECG é muito importante para acompanhar a 
evolução de pacientes que sofreram uma parada cardíaca e/ou que apresentaram 
algum sinal de injúria ou isquemia (diminuição de nutrição e oxigenação no 
músculo cardíaco). Variações no tamanho e na duração das ondas são úteis no 
diagnóstico de ritmos cardíacos e padrões de condução anormais.
 
O ritmo habitual de batimentos cardíacos, estabelecido pelo nó 
sinoatrial, é chamado de ritmo sinusal normal. O termo arritmia ou 
disritmia se refere a um ritmo anormal resultante de um defeito no 
complexo estimulante do coração. O coração pode bater irregularmente, 
de forma muito acelerada ou muito lenta. São sintomas esperados 
dessa irregularidade: dor torácica, falta de ar, tontura, vertigem e 
síncopes (desmaios). As arritmias podem ser provocadas por fatores 
que estimulam o coração, como estresse, cafeína, álcool, nicotina, 
cocaína e determinadas substâncias que contenham cafeína ou outros 
estimulantes. As arritmias também podem ser provocadas por defeito 
congênito, doença arterial coronariana, infarto, hipertensão, valvas 
cardíacas defeituosas, doença reumática cardíaca, hipertireoidismo e 
deficiência de potássio (TORTORA; DERRICKSON, 2017, p. 386). 
Registro rítmico do ECG
O ventrículo retorna
ao estado de repouso
Onda T
O impulso dissemina-se
pelos ventrículos, 
deflagrando as 
contrações ventriculares
Complexo QRS
O impulso dissemina-se
pelos átrios, deflagrando
as contrações atriais
Onda P
UNIDADE 1 | SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO
34
9 CICLO CARDÍACO
É o período compreendido entre o início de dois batimentos cardíacos 
consecutivos. Este ciclo, que envolve períodos de contração alternados por 
períodos de relaxamento do coração, ocorre, em média, 70 vezes por minuto 
(Figura 21). O ciclo cardíaco compreende três fases, de acordo com Tortora (2007):
1. Fase de relaxamento: período em que as quatro câmaras cardíacas estão em 
relaxamento.
2. Sístole Atrial: ocorre a contração dos átrios e o sangue é enviado em direção 
aos ventrículos. 
3. Sístole Ventricular: os ventrículos contraem e encaminham o sangue para a 
artéria aorta e para o tronco pulmonar. 
FIGURA 21 – CICLO CARDÍACO
FONTE: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 562)
TÓPICO 2 | SISTEMA CARDIOVASCULAR: CORAÇÃO
35
10 BULHAS CARDÍACAS
Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que 
podem ser ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um 
estetoscópio. Em um coração saudável existem quatro bulhas durante um ciclo 
cardíaco, porém, podemos auscultar apenas duas bulhas cardíacas. A primeira 
bulha (B1) lembra o som de “tum”, ela é mais alta e longa do que a segunda bulha 
(B2). A B1 é decorrente do fechamento das valvas atrioventriculares, que ocorre 
logo após o início da sístole ventricular. Já a segunda bulha (B2) é mais baixa e 
curta que a B1, lembra um som de “tac” e é produzida devido ao fechamento das 
valvas da aorta e do tronco pulmonar, no início da diástole ventricular.
Muitas vezes, durante uma ausculta cardíaca, podem ser detectados 
sons anormais entre ou após as duas bulhas normais. Esses sons anormais são 
denominados sopros cardíacos e indicam ou sugerem, na maioria das vezes, algum 
distúrbio das valvas, como uma estenose ou uma insuficiência. 
11 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO CORAÇÃO
O coração tem origem do mesoderma extraembrionário a partir da 
terceira semana de desenvolvimento e é o primeiro órgão a se tornar funcional. 
Isso é extremamente necessário, pois o embrião está em pleno crescimento e 
suas células apresentam uma alta taxa metabólica, necessitando de oxigênio e 
nutrientes provenientes do sangue.
Na extremidade cefálica do embrião, um grupo de células do mesoderma 
extraembrionário começa a se diferenciar, formando a área cardiogênica. As 
células desta região dão origem aos cordões angioblásticos, dois tubosalongados 
que mais tarde originarão os tubos endocárdicos. Logo depois, os dois tubos 
endocárdicos se fundem em um tubo único, o tubo cardíaco primitivo. Por volta 
do 22º dia após a fertilização, o tubo cardíaco primitivo se divide em cinco regiões 
e começa a bombear o sangue:
1. Seio venoso: origina parte do átrio direito, do seio coronário e do nó sinoatrial.
2. Átrio: origina parte dos átrios direito e esquerdo.
3. Ventrículo: dará origem ao ventrículo esquerdo.
4. Bulbo cardíaco: desenvolve-se em ventrículo direito.
5. Tronco arterial: origina parte da aorta e o tronco pulmonar.
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O coração é um órgão muscular, constituído por três camadas: endocárdio, 
miocárdio e epicárdio.
• Os átrios são as cavidades superiores do coração e recebem o sangue proveniente 
do corpo e dos pulmões, enquanto os ventrículos se localizam inferiormente e 
bombeiam o sangue para as células do corpo e para os pulmões.
• Os vasos da base do coração são as veias pulmonares, as artérias pulmonares, 
o tronco pulmonar, as veias cavas superior e inferior e a aorta.
• Quatro valvas, dois atrioventriculares, uma da aorta e outra do tronco pulmonar 
tornam o fluxo do sangue unidirecional. 
• A circulação sistêmica é aquela que o sangue circula entre o ventrículo esquerdo, 
corpo e átrio direito.
• A circulação pulmonar ocorre entre o ventrículo direito, os pulmões e o átrio 
esquerdo.
• As artérias coronárias direita e esquerda são ramos da parte ascendente da 
aorta e fazem a irrigação das células da parede do coração.
• Algumas células do miocárdio são autocontráteis e enviam sinais para a 
contração do coração.
• O complexo estimulante do coração é formado pelo nó sinoatrial, nó 
atrioventricular, fascículo atrioventricular, ramos direito e esquerdo e pelas 
fibras de Purkinje.
• Um ciclo cardíaco é o período compreendido entre o início de dois batimentos 
cardíacos consecutivos e compreende as fases de relaxamento, sístole atrial e 
sístole ventricular.
• Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que podem ser 
ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um estetoscópio. 
• O coração tem origem embrionária do mesoderma extraembrionário a partir da 
terceira semana de desenvolvimento e é o primeiro órgão a se tornar funcional.
37
1 O ciclo cardíaco é o ciclo completo de um batimento cardíaco; por definição 
são os eventos cardíacos que ocorrem desde o início de um batimento até o 
batimento seguinte. Esses eventos envolvem contração e relaxamento das 
cavidades cardíacas. Consiste nos movimentos de sístole e diástole. Em 
relação a estes mecanismos, leia as alternativas a seguir com muita atenção 
e depois assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O sangue passa dos átrios para os ventrículos durante o período 
denominado sístole ventricular. 
b) ( ) A fase de relaxamento, quando os átrios e ventrículos estão em diástole, 
marca o início de um novo ciclo. As valvas atrioventriculares estão 
fechadas enquanto o sangue flui para os ventrículos. 
c) ( ) Durante a sístole ventricular, as valvas atrioventriculares abrem-
se, enquanto as valvas da aorta e do tronco pulmonar permanecem 
fechadas, permitindo que o sangue flua dos ventrículos para as artérias.
d) ( ) A primeira fase que marca o início de um novo ciclo é denominada 
sístole ventricular, quando o sangue flui dos átrios em direção aos 
ventrículos.
e) ( ) No período da sístole atrial, as valvas atrioventriculares estão abertas 
para que o sangue flua dos átrios para os ventrículos.
2 Levando em consideração a anatomia interna do coração e sabendo que 
a circulação do sangue depende diretamente deste órgão central, o qual 
se conecta a inúmeros vasos sanguíneos, observe as alternativas a seguir e 
escolha aquela que contenha as respostas para as seguintes perguntas:
1- Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que traz(em) sangue para o átrio direito 
do coração?
2- Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que faz(em) a comunicação entre o 
átrio direito e o ventrículo direito?
3- Por qual(s) vaso(s) o sangue proveniente dos pulmões retorna ao coração?
a) ( ) 1- artérias pulmonares; 2- endocárdio; 3- veias cavas.
b) ( ) 1- veias cavas; 2- valva atrioventricular direita; 3- veias pulmonares.
c) ( ) 1- veias pulmonares; 2- valva bicúspide; 3-artéria aorta.
d) ( ) 1- artérias coronárias; 2- valva da aorta; 3- veias coronárias. 
e) ( ) 1- veias cavas; 2- valva mitral; 3- artérias pulmonares.
3 A contração da musculatura cardíaca é essencial para que o coração 
desempenhe sua função de bomba. A ativação elétrica ordenada do 
coração se dá pela propagação, em sequência, de potenciais de ação 
despolarizantes através das estruturas anatômicas deste órgão. O batimento 
AUTOATIVIDADE
38
cardíaco tem início no ___________, com um potencial de ação gerado de 
maneira espontânea. Em seguida, essa onda de ativação converge para 
uma conexão elétrica existente entre o miocárdio atrial e o miocárdio 
ventricular:___________, diminuindo a frequência do potencial de ação 
entre ambos. Após, essa onda de ativação atinge o___________ e passa por 
ele até chegar às fibras de Purkinje, que são responsáveis por conduzir 
rapidamente o potencial de ação até o ápice do miocárdio ventricular. 
Deste modo, a onda de despolarização – o impulso cardíaco – é distribuída 
a todo o miocárdio dos ventrículos direito e esquerdo, determinando a 
contração___________. 
Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE as lacunas:
a) ( ) Nó atrioventricular, nó sinoatrial, fascículo atrioventricular, atrial.
b) ( ) Nó sinoatrial, nó atrioventricular, fascículo atrioventricular, ventricular.
c) ( ) Feixe de His, nó sinoatrial, nó atrioventricular, ventricular.
d) ( ) Nó sinoatrial, nó atrioventricular, fibras de Purkinje, atrial.
e) ( ) Nó atrioventricular, nó sinoatrial, fascículo atrioventricular, ventricular.
39
TÓPICO 3
SISTEMA CARDIOVASCULAR: VASOS SANGUÍNEOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os vasos sanguíneos constituem uma rede fechada de tubos ou canais, 
pelos quais circula o sangue graças à contração rítmica do coração. Incluem: 
artérias, capilares e veias.
De maneira geral, os vasos sanguíneos são formados por três túnicas: 
1. Túnica íntima: é a mais interna e está em contato direto com o sague. Duas 
camadas de tecido formam a túnica íntima, o endotélio e o subendotélio. 
O endotélio é o tecido epitelial pavimentoso simples e suas células são 
denominadas células endoteliais. Inferiormente ao endotélio, uma faixa delgada 
de tecido conjuntivo frouxo constitui o subendotélio. Nas artérias encontramos 
uma faixa de fibras elásticas logo após o subendotélio denominada limitante 
elástica interna. 
2. Túnica média: é formada por uma faixa de tecido muscular liso no qual as 
células estão dispostas concentricamente circundando a luz do vaso. Nas 
artérias, externamente ao músculo liso, encontramos a limitante elástica 
externa, uma faixa de fibras elásticas. A musculatura lisa da túnica média pode 
contrair, fazendo uma vasoconstrição (diminuição do diâmetro da luz do vaso) 
ou relaxar, neste caso, fazendo uma vasodilatação (aumento do diâmetro da 
luz do vaso) em resposta a diversos fatores, regulando assim o fluxo sanguíneo 
e a pressão arterial. 
3. Túnica adventícia: está localizada externamente à túnica média e é constituída 
por tecido conjuntivo frouxo. Esta camada tende a ser mais desenvolvida nas 
veias do que nas artérias.
A estrutura em camadas das paredes confere considerável resistência 
às artérias e veias. A combinação de componentes elásticos e 
musculares permite alterações controladas no diâmetro dos vasos 
conforme ocorrem variações da pressão ou do volume sanguíneos. 
As paredes dos vasos são espessas demais para permitir difusão 
entre a corrente sanguínea e os tecidos circundantes, ou mesmo 
entre o sangue e os tecidos do próprio vaso. Assim, as paredes dos 
vasos maiores contêm pequenas artérias e veias suprem as

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