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ao Teorema 6.2.4, temos que [T−1]αα = ([T ] α α) −1 = [ 1 3/2 1 2 ] . A transformação linear T−1 é, então, determinada usando a fórmula (3) da Seção 1, como segue: [T−1(x, y)]α = [T−1]αα [(x, y)]α = [ 1 3/2 1 2 ][ x y ] = [ x+ 3 2 y x+ 2y ] , 3. OPERADORES LINEARES EM R2 E EM R3 163 o que fornece T−1(x, y) = (x+ 3 2 y, x+ 2y). Problemas 2.1 Sejam A = 1 0 10 2 −1 0 0 1 e B = 1 1 −10 0 1 −1 2 0 . Determine a transformação linear T : R3 → R3 tal que TA = TB ◦ T . 2.2 Considere as matrizes A = 1 20 1 1 −1 e B = 1 1 1−1 0 0 1 2 1 . Determine: (a) KerTA; (b) ImTA; (c) KerTB; (d) ImTB; (e) Ker(TB ◦ TA); (f) Im(TB ◦ TA). 2.3 Prove a Proposição 6.2.2. 3 Operadores Lineares em R2 e em R3 Dentre os operadores lineares mais importantes em R2 e em R3 estão os que produzem reflexões, projeções e rotações. A seguir, passamos a estudar alguns destes operadores. Reflexões Consideremos o operador linear T : R2 → R2, chamado de refle- xão em torno do eixo Ox, que transforma cada vetor v = (x, y) ∈ R2 em sua imagem simétrica em relação ao eixo Ox. Figura 10 Se escrevermos w = T (v) = (w1, w2), obtemos as equações w1 = x = 1x+ 0y, w2 = −y = 0x− 1y. 164 CAPÍTULO 6. TRANSFORMAÇÕES LINEARES E MATRIZES Assim, se α denota a base canônica de R2, segue que [T (v)]α = [ 1 0 0 −1 ] [v]α. Em geral, os operadores lineares de R2 ou de R3 que levam cada vetor em seu simétrico em relação a alguma reta ou plano são chamados de reflexões . Abaixo, apresentamos algumas das reflexões mais comuns em R2 e R3. Fi- xamos a notação α para denotar a base canônica de R2 ou de R3. 3. OPERADORES LINEARES EM R2 E EM R3 165 Operador Equações Matriz [T ]αα Reflexão em torno do eixo Oy { w1 = −x w2 = y [ −1 0 0 1 ] Reflexão em torno da reta y = x { w1 = y w2 = x [ 0 1 1 0 ] Reflexão em torno do plano xOy w1 = x w2 = y w3 = −z 1 0 00 1 0 0 0 −1 Reflexão em torno do plano yOz w1 = −x w2 = y w3 = z −1 0 00 1 0 0 0 1 Reflexão em torno do plano xOz w1 = x w2 = −y w3 = z 1 0 00 −1 0 0 0 1 Projeções Consideremos o operador linear T : R2 → R2 que transforma cada vetor v = (x, y) ∈ R2 em sua projeção ortogonal sobre o eixo Ox (Figura 11). Se escrevermos w = T (v) = (w1, w2), obteremos as equações w1 = x = 1x+ 0y, w2 = 0 = 0x+ 0y. Assim, se α denota a base canônica de R2, temos [T (v)]α = [ 1 0 0 0 ] [v]α. Figura 11 Em geral, uma projeção (ou, mais precisamente, uma projeção ortogonal) de R2 ou R3 é um operador linear que transforma cada vetor em sua projeção 166 CAPÍTULO 6. TRANSFORMAÇÕES LINEARES E MATRIZES ortogonal sobre alguma reta ou algum plano que passa pela origem. A seguir, apresentamos algumas das projeções mais comuns. Operador Equações Matriz [T ]αα Projeção sobre o eixo Oy { w1 = 0 w2 = y [ 0 0 0 1 ] Projeção sobre o plano xOy w1 = x w2 = y w3 = 0 1 0 00 1 0 0 0 0 Projeção sobre o plano yOz w1 = 0 w2 = y w3 = z 0 0 00 1 0 0 0 1 Projeção sobre o plano xOz w1 = x w2 = 0 w3 = z 1 0 00 0 0 0 0 1 Rotações Consideremos o operador linear T : R2 → R2 que gira cada vetor v = (x, y) ∈ R2 de um ângulo fixado θ (Figura 12). T é chamado de rotação por θ em R2. Figura 12 3. OPERADORES LINEARES EM R2 E EM R3 167 Se escrevermos w = T (v) = (w1, w2), segue da trigonometria que x = r cosφ, y = r senφ (1) e w1 = r cos(θ + φ), w2 = r sen(θ + φ), (2) onde r denota o comprimento de v e φ denota o ângulo entre v e o eixo Ox positivo no sentido anti-horário. Aplicando identidades trigonométricas em (2), temos { w1 = r cos θ cosφ− r sen θ senφ w2 = r sen θ cosφ+ r cos θ senφ. Substituindo (1) nas expressões acima, obtemos as equações{ w1 = x cos θ − y sen θ w2 = x sen θ + y cos θ. (3) Assim, se α denota a base canônica de R2, obtemos [T (v)]α = [ cos θ − sen θ sen θ cos θ ] [v]α. Em geral, uma rotação de vetores em R3 é feita em relação a uma reta partindo da origem, chamada eixo de rotação. À medida que um vetor gira em torno do eixo de rotação, ele varre uma porção de um cone (Figura 13). 168 CAPÍTULO 6. TRANSFORMAÇÕES LINEARES E MATRIZES O ângulo de rotação, que é medido na base do cone, é descrito no sentido horário ou anti-horário em relação a um ponto de vista ao longo do eixo de rotação olhando para a origem. Por exemplo, na Figura 13, o vetor T (v) resulta da rotação no sentido anti-horário do vetor v em torno do eixo Ox por um ângulo θ. Assim como em R2, os ângulos são positivos se gerados por rotações no sentido anti-horário e negativos se gerados por rotações no sentido horário. Figura 13 Na tabela a seguir, apresentamos as rotações em R3 cujos eixos de rotação são os eixos coordenados. 3. OPERADORES LINEARES EM R2 E EM R3 169 Operador Equações Matriz [T ]αα Rotação anti-horária em torno do eixo Ox por um ângulo θ w1 = x w2 = y cos θ − z sen θ w3 = y sen θ + z cos θ 1 0 00 cos θ − sen θ 0 sen θ cos θ Rotação anti-horária em torno do eixo Oy por um ângulo θ w1 = x cos θ + z sen θ w2 = y w3 = −x sen θ + z cos θ cos θ 0 sen θ0 1 0 − sen θ 0 cos θ Rotação anti-horária em torno do eixo Oz por um ângulo θ w1 = x cos θ − y sen θ w2 = x sen θ + y cos θ w3 = z cos θ − sen θ 0sen θ cos θ 0 0 0 1 Para cada uma das rotações na tabela acima, uma das componentes do vetor permanece inalterada durante a rotação e a relação entre as duas outras componentes pode ser deduzida da mesma forma que deduzimos (3). Sabemos que a multiplicação por escalar de um vetor em R2 e em R3, de- pendendo do valor do escalar, produz no vetor uma dilatação, contração ou inversão. Podemos representar estes efeitos geométricos por meio de opera- dores lineares. De fato, o operador linear Ta : R2 → R2, dado por Ta(v) = av, em que a ∈ R e v ∈ R2, dilata v, se a ≥ 1; contrai v, se 0 ≤ a < 1; inverte o sentido de v, se a < 0. No caso particular de a = −1, o operador Ta é chamado reflexão em torno da origem. O que acabamos de ver vale também para R3 (Figura 14). Figura 14 Exemplo 1. Determinemos se T1 ◦ T2 = T2 ◦ T1, onde T1 : R2 → R2 é a projeção ortogonal sobre o eixo Ox e T2 : R2 → R2 é a projeção ortogonal sobre o eixo Oy. Como vimos na Seção 2, compor transformações lineares é equivalente a multiplicar as matrizes que representam estas transformações. Seja α a base 170 CAPÍTULO 6. TRANSFORMAÇÕES LINEARES E MATRIZES canônica de R2. Como [T1] α α = [ 1 0 0 0 ] e [T2] α α = [ 0 0 0 1 ] , segue que T1 ◦ T2 é dada pelo produto[ 1 0 0 0 ][ 0 0 0 1 ] = [ 0 0 0 0 ] (4) e que T2 ◦ T1 é dada pelo produto[ 0 0 0 1 ][ 1 0 0 0 ] = [ 0 0 0 0 ] . (5) De (4) e (5), obtemos que T1 ◦ T2 e T2 ◦ T1 são o operador nulo em R2. Portanto, T1 ◦ T2 = T2 ◦ T1. Problemas 3.1* Encontre a matriz na base canônica para a composição de uma rotação de 90◦ seguida de uma reflexão em torno da reta y = x, em R2. 3.2* Determine a inversa do operador linear em R3 dado por uma reflexão em torno do plano xOy. 3.3 Sejam T : R2 → R2 a reflexão em torno do eixo Oy e S : R2 → R2 a reflexão em torno do eixo Ox. Mostre que S ◦ T = T ◦ S. 4. MUDANÇA DE BASE E MATRIZES SEMELHANTES 171 3.4 Sejam T : R2 → R2 a reflexão em torno da reta y = x e S : R2 → R2 a projeção ortogonal sobre o eixo Oy. Mostre que S ◦ T 6= T ◦ S. 3.5 Mostre que se T : R3 → R3 é uma projeção ortogonal sobre um dos eixos coordenados, então os vetores T (v) e v − T (v) são ortogonais,