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Resumo de Pediatria II Conteúdo A2 FCMSJF Lucas Silva 2/2019 1.0 Bronquiolite Viral Aguda E Lactente Sibiliante Aula 1 - 21/10/2019 - Patrícia Dahan 1.1 Introdução - 40% das crianças terão um ou mais episódios até 1 ano - Desses 20% persistiram sibilando mais tardiamente 1.2 Bronquiolite - Definição - Infecção respiratória de natureza predominantemente viral principalmente Vírus Sincicial Respiratório (A e B) sendo A mais grave. Acomete o trato respiratório inferior e manifesta-se com sibilância - Em países desenvolvidos principal causa de internação em lactentes A) Fatores de Risco - Para aquisição de BVA (bronquiolite viral aguda) e Gravidade B) Fatores de Risco Para Hospitalização 1) Prematuridade 2) Baixa renda 3) Desmame Precoce 4) Tabagismo passivo C) Fatores de Proteção - Aleitamento Materno - Prevenção com Palivizumabe D) Etiologia - Vírus Sincicial Respiratório 50-80% casos BVA, Vírus RNA, Paramyxoviridae - 2 tipos - A e B - De acordo com sazonalidade o tipo A pode estar associado com maior gravidade - 30% crianças assintomáticas - Maior incidência no inverno E) Fisiopatologia 1) Transmissão - Inoculação na mucosa nasofaríngea ou conjuntival mediante secreções infectadas 2) Período de Incubação - 2 a 8 dias 3) Eliminação Viral - Até 3 semanas (média de 8 dias) - Se imunodeficiência: pode durar meses (bloqueio ineficaz da replicação intracelular) 4) Viabilidade - Pele (20 minutos) - Luvas e Borrachas (90 minutos) - Superfícies duras (Até 6 horas) - Lembrar que o estetoscópio é um veículo F) Clínica - Evolução Normal - Regeneração da mucosa inicia-se em 3-4 dias (costuma melhorar), os cílios reaparecem em 15 dias. Tosse pode persistir por até 15 dias. - Grupos mais graves pode ter cianose e/ ou apneia - Lembrar da apneia patológica maior igual a 20seg + bradicardia e/ou cianose G) Grupo de Risco - Maior taxa de hospitalização, maior tempo de hospitalização, maior necessidade de cuidados intensivos, maior necessidade de ventilação mecânica, maior taxa de mortalidade - Prematuros - Cardiopatas - Displasia broncopulmonar - Pneumopatias Crônicas Baixa Idade (menor de 3 meses) - Via aérea estreita e horizontalizada propicia - Queda de anticorpos maternos Prematuridade e Baixo Peso Cardiopatias Congênitas Displasia Broncopulmonar - Ficou no O2 e lesou o pulmão Imunodeficiências Síndrome de Down - Muita IVAS Fibrose Cística Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 1 26 - Lactente muitas vezes < 6 meses - Começa com tosse, coriza, ausculta limpa (Sintomas de VAS - Resfriado) e 2 -3 dias após - Sintomas de VAI (Via aérea inferior) - Desconforto respiratória, sibilância, estertores subcreptantes, taquicardia, mucosa mais demasiada, muco espesso, geralmente sem febre H) Diagnóstico - Essencialmente clínico - Sintomas IVAS que mãe relata e depois fica chiador - Exames complementares: desnecessários na maioria dos casos - Radiografia de Tórax: casos atípicos ou graves - Gasometria arterial: insuficiência respiratória c/ suporte ventilatório - Exames sorológicos VSR: utilidade na hospitalização para evitar disseminação - Hemocultura na febre e/ou sepse (graves sem melhora) I) Tratamento - Em casos de suspeita de possível asmático pode fazer teste terapêutico com broncodilatador em maiores de 6 meses (B2 agonista) - Não há indicação de internação casos leves - Orientar pais sobre evolução da doença (3 semanas) e sinais de gravidade (febre, taquipneia, recusa de ingesta alimentar), reavaliações 1) Indicações para internação - Dificuldade de ingesta - Taquipneia acima de 60 IRPM - Cianose - Apneia - SAT O2 menor que 90-92% - Grupo de Risco tem maior facilidade para internação, mas não necessariamente isso é um preditor de internação - Baixa idade (menor que 3 meses), prematuridade, baixo peso, cardiopatias congênitas, displasia broncopulmonar, imunodeficiência, síndrome de down, fibrose cística J) Prevenção - Nenhuma vacina eficaz - Palivizumabe - Anticorpo monoclonal de eficácia comprovada na redução de hospitalização de lactentes de alto risco - Tem que solicitar pelo SUS - Até 5 doses (uma por mês) iniciando um mês antes da SAZONALIDADE DO VSR - Região Sudeste Março a Julho K) Complicações da Bronquiolite - Pneumonia Secundária - Recorrência das Crises (Asma?) - Com 7 anos já podemos ter maior certeza - Bronquiolite Obliterante - Aqui muda o agente. Sendo o mais frequente o Adenovírus do que o sincicial - Citado que a bronquiolite induzida por RSV pode estar associada com o desenvolvimento de ASMA em 30% do estudo demonstrado 1.2 Definição de Lactente Sibiliante - Criança com menos de 2 ou 3 anos com 3 ou mais episódios de sibilância em um período mínimo de 2 meses ou então sibilância por mais de 30 dias - Nem todo lactente que chia tem asma A) Causas de Chiado Recorrente - Asma da infância - Asma atópica - Refluxo gastroesofágico - Incoordenação motora - Corpo estranho Prematuridade Cadiopatia Congênita Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade Sistema imune imaturo Hiperreatividade vascular pulmonar Injúria em pulmão imaturo levando a necessidade de suplementação de oxigênio e outras terapias Reduzida transferência de anticorpos maternos Hipertensão Pulmonar Ventilação mecânica e maior tempo de internação Reduzido calibre das vias aéreas Maior Gravidade Maior Mortalidade Critérios de Inclusão para Palivizumabe 1) Prematuros com Idade Gestacional ≤28 semanas (até 28 semanas e 6 dia) no primeiro ano de vida 2) Crianças com idade inferior a 2 anos incompletos com doença: A) Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade B) Displasia Broncopulmonar C) Doença Cardíaca Congênita com Repercussão hemodinâmica demonstrada Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 2 26 1) Oxigênio para saturação <92% CPAP nos casos mais graves 2) Hidratação por sonda ou parenteral - Outros: Displasia broncopulmonar, insuficiência cardíaca, malformações, fibrose cística, discinesia ciliar, tuberculose, coqueluche, síndrome de loeffler, compressão extrínseca (tumor, linfonodo), bronquiolite obliterante - 50 a 80% das crianças asmáticas desenvolvem sintomas antes do quinto ano de vida B) Fenótipo Lactentes Sibilantes 1.3 Identificando Futuros Asmáticos - Manifestações mais sugestivas de asma ≤ 5anos A) Episódios frequentes de sibilância (mais de uma vez por mês) B) Tosse ou sibilos que ocorrem a noite ou cedo pela manhã, provocado por riso ou choro intenso ou exercício físico C) Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias D) Presença de atopia: especialmente rinite e dermatite atópica E) História familiar de asma e atopia F) Boa resposta clínica a B2 agonistas inalatórios, associados ou não a corticoides orais ou inalatórios 2.0 Pneumonias Adquiridas na Comunidade Aula 2 - 28/10/2019 - Patrícia Dahan 2.1 Introdução - Infecção de alta morbidade e mortalidade - A maioria das crianças tem 4 a 6 infecções respiratórias agudas (IRA) por ano - 2 a 3% evoluem para pneumonia - 80% das mortes por IRA é decorrente de pneumonia - Idade mais vulnerável são menores de 5 anos - 80% das crianças internadas com pneumonia são menores de 5 anos - OMS chama atenção para sinais clínicos que permitem diagnóstico - Instituição do tratamento em crianças com pneumonia aguda adquirida na comunidadede acordo com a faixa etária - Em crianças com tosse + dificuldade respiratória - Avaliar dispnéia (TIC-tiragem intercostal) e contar FR (irpm) - Na suspeita SBP recomenda radiografia de tórax (PA e perfil). Normalmente pedimos PA. - Acamados ou crianças que não sentam, o pedido deve ser feito em AP 2.2 Conceito - Infecção das vias aéreas respiratórias inferiores gerando processo inflamatório podendo comprometer os alvéolos, bronquíolos e espaço intersticial - Streptococo Pneumoniae causa mais comum de pneumonia típica exceto no período neonatal 2.3 Fatores de Risco Relacionados ao Hospedeiro - Idade inferior a um ano (idade mais susceptível falência respiratória e septicemia) - Desnutrição grave - Desmame precoce Classificação Pneumonia Típica: Pneumonia na qual predominam sintomas respiratórios - Germes típicos - Pneumococo, Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus Pneumonia Atípica: Pneumonia na qual os sintomas sistêmicos são mais importantes que os sintomas respiratórios - Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Chlamydia trachoma’s Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 3 26 Sibilantes Transitórios Crianças que sibilam até 3 anos e deixam de sibilar depois Sibilantes Persistentes Não Atópicos Crianças que tem crises de IRA obstrutiva desencadeada por vírus. Geralmente melhoram na idade escolar 5 a 6 anos Sibilantes Persistentes Atópicos Asmáticos 65% 35% - Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento - História pregressa de internação - História pregressa de pneumonia - Doenças pulmonares pré-existentes (asma, fibrose cística) - Refluxo gastroesofágico - Doenças neurológicas (encefalopatia crônica) - Imunodeficiências - Doenças crônicas como cardiopatias, diabetes, nefropatias, hemoglobinopatias 2.4 Fatores de Risco Relacionados ao Ambiente - Más condições socioeconômicas com más condições de higiene, insuficiente cobertura vacinal, dificuldade de acesso a serviços de saúde - Permanência em creches - Tabagismo passivo - Mãe adolescente ou analfabeta 2.5 Etiologia - Vírus (80%) - Bactérias (80%) - Fungos - Protozoários - Inalantes Químicos - Migração Larvária - Recomenda-se a terapêutica em função dos agentes ais prováveis para cada faixa etária - Agentes etiológicos - PROVA - Vírus responsáveis pela maioria das PAC ( 90% <1 ano e 50% escolares) VSR, influenza, parainfluenza, adenovírus, rinovírus, metapneumovírus e bocavírus - Lembrar do mycobacterium tuberculosis em todas as faixas - Principalmente quando foi tratado porém não houve melhora - < 3 dias: agentes transmitidos verticalmente Listeria não tem muito no Brasil - > 3 dias: ainda temos os gram negativos, mas passamos a ter também estafilococo aureus e o epidermidis - Todas as faixas etárias acima de 1 mês a bactéria mais comum é o pneumococo - Haemophilus influenza e Staphyloccus aureus ocorrem mais em crianças abaixo de 5 anos - No brasil - Até 2 anos predomina etiologia viral (62%) e coinfecção vírus-bactéria de 20-30% - Após 2 anos, etiologia bacteriana é tão frequente quanto a viral 2.6 Diagnóstico - Criterios de entrada 1) Tosse 2) Dificuldade para respirar 3) Taquipnéia (Sempre que possível associar radiografia) - Em menores e 5 anos a taquipnéia é o sinal isolado mais sensível 2.7 Avaliação de Gravidade - 2 e 3 Deverá internar a criança Récem Nascido - Menores que 3 dias : Streptococcus grupo B ; Gram negativos (E.coli), Listeria sp. (pouco comum no nosso meio) - Neonatos : Staphylococcus aureus, Staphylococcus pyogenes, E.coli 1 a 3 Meses Vírus Sincicial Respiratório ,Chlamydia trachomatis, Ureaplasma Urealyticum 1 mês a 2 anos Vírus, Streptococcus Pneumoniae, Haemophilus influenza tipo B e cepas não tipáveis, Staphylococcus aureus 2 a 5 anos Vírus, Streptococcus Pneumoniae, Haemophilus influenza tipo B e cepas não tipáveis,Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia Pneumoniae, Staphyloccus aureus 6 a 18 anos Vírus ,Mycoplasma pneumoniae Chlamydia pneumoniae, Streptococcus Pneumoniae, Mycobacterium tuberculosis Níveis de Taquipnéia ≤ 2m FR ≥ 60 irpm 2m a 11m FR ≥ 50 irpm 1 a 5 anos FR ≥ 40 irem 1) Pneumonia - Taquipnéia - Crepitações 2) Pneumonia Grave - Taquipnéia em Menores de 2 meses - Tiragem Intercostal 3) Pneumonia Muito Grave - Cianose Central - Dificuldade Respiratória Grave - Incapacidade de Beber Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 4 26 - Outros sinais de gravidade - Sinais de hipoxemia que precedem a cianose como sudorese, palidez, alternância entre agitação e sonolência, gemência, apnéia - Estimular a avaliação da medida periférica da saturação de oxigênio (oximetria) SATO2 <96% - dar o2 - Pneumonia em menores de 2 meses é sempre grave (internação) - Outras situações clínicas de suspeita de pneumonia - Clínica: febre de etiologia indefinida, tosse persistente (>1 mês mesmo que assintomática deve ser feito Rx) dor torácica (ter em mente pneumonia) - Exame Físico: aumento frêmito toraco vocal (consolidação) e diminuído no derrame, percussão com macicez (derrame pleural), ausculta com crepitações, ausculta assimétrica - Diagnóstico - Clínica - Radiografia de Tórax - Na dúvida diagnóstica - Pneumonia com hipoxemia, desconforto respiratório, entre outros sinais de gravidade - Falha terapêutica (48-72h) ou piora progressiva (complicações?) - Paciente hospitalizado 2.7 Considerações A) Pneumonia Estafilicócica - Início mais abrupto e apresenta-se com maior gravidade desde o início (toxemia, febre alta, evolução rápida para taquidispnéia) - Sempre considerar em <1 ano com lesões cutâneas associadas B) Pneumonia por Haemophilus Influenza - Início semelhante ao da pneumocóccica mas cm evolução mais lenta, podendo se apresentar com maior gravidade C) Pneumonia Afebril do Lactente - (Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, pneumocystis jirovecii, CMV, vírus sincicial respiratório) - 3 semanas a 3 meses de idade filho de mãe infectada - Chlamydia trachomatis, principal agente - Pródromos de conjuntivite e tosse seca que evolui para tosse irritativa - Dispnéia/Crepitaçnoes a ausculta pulmonar 2.8 Padrão Radiológico -Radiografia não define etiologia -Pode ser empregada para auxílio no diagnóstico de pneumonia em crianças (em associação com os dados clínicos) -Permite definir: extensão do processo inflamatório e ocorrência de complicações - Principais padrões I) Pneumonia lobar ou segmentar - Acometem lobo ou segmento geralmente por pneumococo ou outras bactérias, mais frequentes em crianças maiores II) Broncopneumonia - Lesões não respeitam a segmentação pulmonar, podem ser únicas ou múltiplas de limites irregulares, confluentes ou dispersas / causada por estafilococo e outras bactérias III) Pneumonia Intersticial - Aumento da trama broncovascular, espessamentos peribrônquicos e Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 5 26 Lembrar: 1) Pode não vir acompanhada de febre (Chlamydia trachoma’s e Ureaplasma ) 2) Estertores não são sinônimos de pneumonia principalmente se grosseiras 3) Dor abdominal pode ser o único sintoma (condensações de base) 4) A ausculta está normal em 30% dos casos 5) Tosse pode não estar presente 6) Meningismo pode ocorrer em pneumonias hiperinsuflação. As vezes: atelectasias/ Geralmente causadas por vírus ou Mycoplasma 2.9 Padrão Radiológico - O Mycoplasma pneumoniae determinaalterações radiológicas mistas (padrão viral ou bacteriano, ou ambos) - As consolidações são mais frequentes em escolares e adolescentes, infiltrados intersticiais e espessamento hilar mais frequentes em pré escolares - A radiografia não define etiologia - Não existe indicação de radiografia para controle de cura (exceto na piora clínica) 2.10 Etiologia - Hemograma completo - Leucocitose acima de 15000 com predomínio polimorfonucleares sugere infecção bacteriana - Eosinofilia na pneumonia febril sugere Chlamydia trachomatis - PCR ≥ 40 etiologia bacteriana - Hemocultura solicitar de rotina na internação - Líquido pleural (cultura, citologia, gram, pH, pesquisa de antígenos) - Dosagem de crioaglutininas (elevadas em 50% dos casos de peumonia por mycoplasma pneumoniae) - Sorologia Específicas para chlamydia ou mycoplasma pneumoniae - Testes diagnósticos rápidos para influensa e VSR: secreções da nasofaringe - Tomografia de tórax: derrame pleural, abscessos, cavitações, aspiração de CE - Punção pulmonar (não usar de rotina) ou LBA - Pesquisa de Ags em outros materiais (VAS, escarro, sangue, aspirado pulmonar, urina) 2.11 Tratamento Ambulatorial Empírico - PROVA - Hidratação oral, antitérmico e analgésicos - Antibióticos - 2 opção - Reavaliação em 48-72 horas - Associar gentamicina sempre que pensar em Gram - 2.12 Indicações de interação - Menores de 6 meses, principalmente 2 meses - Sinais clínicos de gravidade - Dificuldade e irregularidade respiratória, apneia, cianose, hipoxemia, dificuldade de alimentar, vômito, desidratação, irritabilidade, convulsão, instabilidade hemodinâmica - Sinais radiológicos de gravidade - Derrame pleural, abscesso, pneumatocele, pneumotórax, pneumonia extensa - Condições associadas - Cardiopatias, pneumopatia crônica, doença falcêmica, desnutrido Pneumonia Bacteriana Pneumonia Viral - Padrão Alveolar segmentar ou lobal - Espessamentos brônquicos e peribrônquicos - Broncograma aéreo - Infiltrados intersticiais - Abscessos - Adenopatia hilar e parahilar - Pneumatoceles - Hiperinsuflação - Espessamento ou derrame pleurais - Atelectasia - Imagens arredondadas Bacteriana Atípica 2m a 5 anos Amoxicilina Azitromicina > 5 anos Amoxicilina 50-90mg/kg/dia 8/8 ou 12/12h Azitromicina - 10mg/kg/dia (primeiro dia) - 5 mg/kg/dia (segundo ao quinto) 2m a 5 anos Amoxicilina + Clavulanato > 5 anos Associar macrolídeo Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 6 26 - Situação social seriamente comprometida - Insucesso do tratamento ambulatorial 2.13 Indicações de internação em UTI -SpO2 <92% com fração inspirada de oxigênio >60% - Hipotensão arterial - Evidência clínica grave falência respiratória e exaustão - Apneia recorrente ou respiração irregular 2.14 Conduta no Hospital A) Oxigenoterapia - TIC, Taquipnéia , Cianose central, gemência, saturação menor 92%, incapacidade de deglutição B) Administração de Líquidos - Preferência via oral - Se necessário via venosa C) Nutrição - Sempre que possível VO 2.15 Tratamento Hospitalar 2.16 Complicações e falha terapêutica - Criança permanece com febre - Clinicamente instável após 48-72h de admissão com pneumonia (e com uso adequado de medicação) A) Pesquisar complicações (derrame?) B) Diagnóstico correto? Conduta certa? C) Etiologia Correta? (Atípica? Viral?) D) Resistência Bacteriana 2.17 Derrame Pleural - Complicação mais frequente (ocorre em 40% das pneumonias hospitalizadas) - Principal etiologia - Streptococcus pneumoniae (64%) - Staphylococcus aureus (15%) - Haemophilus influenza (7%) - Considerar S. Aureus nos casos de toxemia, menores de 1 ano, fatores de risco como lesões cutâneas infectadas - Clínica - Semelhante a da pneumonia não complicada exceto por presença de febre por período maior antes da admissão - Murmúrio vesicular diminuído - Macicez a percussão - Postura antálgica - USG Tórax - pode auxiliar na confirmação, se existe loculações, definir volume, identificar melhor o local para toracocentese ou drenagem - TC excepcionalmente no derrame complicado - Tratar sempre internado - Indicado toracocentese (DP≥1cm) - Derrame complicado: - pH<7,2; - Glicose <40mg/dl ou gram e/ou cultura + - Derrame não complicado - pH >7,2; - Glicose >40mg/dl 2.18 Outras complicações 1) Pneumatocele - Cavidade pulmonar cística, paredes finas, geralmente involução espontânea (semanas a mais de um ano) 2) Abscesso Pulmonar - Área de cavitação do parênquima pulmonar resultante de necrose e supuração, paredes espessas e nível hidroáereo 3) Também: Atelectasias, pneumotórax, pneumonia necrotisante, bronquiectasia, septicemia ou hemoptise Líquido Purulento Empiema Líquido Não Purulento - Drenagem Pleural - Análise Bioquímic, pH, celularidade, cultura + gram - Pode dispensar exame bioquímico - Derrame não complicado não drenar - Solicitar cultura e bacterioscopia - Derrame complicado (ou no desconforto respiratório) drenagem fechada Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 7 26 MENORES QUE 2 MESES - Sempre internar - Ampicilina ou Penicilina + Aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina) - Na suspeita de Chlamydia trachomatis: macrolídeo - Na suspeita de S.Aureus: oxacilina MAIORES QUE 2 MESES A) Casos Graves (sem doença base) - Penicilina cristalina ou ampicilina 7 dias - Segunda opção: Amox + clavulanate (ou sulbactram) ou cefuroxima B) Casos Muito Graves - Oxacilina + Ceftriaxone - 7 a 10 dias / 2 a 4 semanas nas complicações - Na suspeita de bactéria atípica (Mycoplasma ou Chlamydia pneumoniae) Associar macrolídeo 2.19 Prevenção de Pneumonias A) Medidas Gerais B) Imunoprofilaxia - Vacinas anti pneumocócicas conjugadas 10 valente (SUS) / 13 valente (sorotipo 19A) - Vacina contra pneumococo polissacarídica: pneumo 23 - Vacina contra influenza - Palivizumabe (prevenção infecção VSR) 3.0 Asma Aula 3 - 05/11/2019 - Patrícia Dahan 3.1 Introdução - Doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores a alérgenos diverso e por limitação ao fluxo aéreo (doença obstrutiva- expiração prolongada) - Reversível espontaneamente ou com tratamento - Apesar de ser reversível deve ser evitada as crises por risco de morte, remodelamento (que torna o tratamento cada vez mais difícil) e lesões irreversíveis - O fato de ser crônico ao longo dos anos pode levar a lesões irreversíveis - Asmático que mais morre é o moderado - PROVA - Uso do espaçador sempre 3.2 Clínica - Episódios recorrentes de: A) Tosse - principal sintoma B) Sibilância C) Dispnéia D) Aperto no peito particularmente a noite 3.3 Fatores de risco, agravantes e Desencadeantes - Fatores genéticos, infecções respiratórias, fumo passivo, epitélio e pêlo de animais, ácaros, baratas, mofo, emoções (mãe relata que criança que quando filho ri ou chora muito tosse), exercício - Rinite alérgica e dermatite atópica são outros quadros alérgicos coexistentes 3.4 Fatores de Proteção - Aleitamento materno é um fator de proteção indireto - Diminui os quadros de infecções de vias aéreas 3.5 Epidemiologia da Asma - Doença crônica agrave da infância mais comum - Mortalidade por asma está aumento - E o grupo mais afetado são os da Asma moderada 3.6 Fisiopatologia da asma. Inflamação e broncoconstrição - Com inflamação vamos ter edema da parede do. Brônquio que somado a broncoconstrição e a expressão de muco espesso diminuído - A broncoconstrição torna a passagem de ar mais estreita dificultando a expiração - O antígeno para cada indivíduodesencadeiam resposta mediada por linfócitos TH2 produz citocinas IL4/IL5 Com isso temos o início e manutenção do processo inflamatório 1) Linfócitos TH2 produz então citocinas IL4 -> Estimula produção de IgE. Vale lembrar que mastócitos e eosinófilos possuem receptor para IgE. E em contato: A) Mastócitos - Já passou por uma sensibilização prévia - Reação imediata por histamina, PGs, leucotrienos - Levando a broncoconstrição B) Eosinófilos - Reação tardia que gera inflamação crônica - Reforçando depois que o cenário de resposta está todo pronto com: mastócitos, macrófagos, linfócitos T, eosinófilos, neutrófilos, células epiteliais. Podemos ter como repercussão: Realização adequada de Pré Natal Aleitamento Materno exclusivo no primeiro semestre Acompanhamento Nutricional Calendário Vacinal completo Tratamento Adequado das comorbidades Uso criterioso de antimicrobianos Avaliação criteriosa das creches Combate ao tabagismo passivo Portanto: Contato com alérgeno Ativação das células Liberação de mediadores inflamatórios Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 8 26 3.7 Diagnóstico de Asma - Baseado em: 1) Anamnese 2) Exame Clínico E sempre que possível, 3) Provas de Função Pulmonar - Espirometria 4) Avaliação da Alergia A) Diagnnóstico Clínico - Tosse crônica (principalmente a noite e primeiras horas da manhã), sibilância (mãe relata nebulização com sabultamol no HPS), dor ou desconforto torácico - Sintomas episódicos, melhora espotânea ou com uso de broncodilatador ou antiinflamatório esteróides, variabilidade sazonal, história familiar de asma, exlusão de outros diagnósticos (DRGE, alergia alimentar, corpo estranho, adenomegalia) - 50 a 80% das crianças asmáticas desenvolvem sintomas antes do quinto ano de vida - Dentre esse grupo de crianças sibilantes menores que 5 anos, 65% serão divididos - Sibilantes transitórios (sibilam até 3 anos e deixam de sibilar) - Sibilantes não atópicos (crises de IRA obstrutiva desencadeada por vírus, geralmente melhor com idade escolar) - Os outros 35% são sibilantes atópicos que são os verdadeiros asmáticos B) Diagnóstico Funcional 1) Espirometria - Método de escolha para estabelecer diagnóstico de asma, determinar grau de obstrução e documentar as modificações de correntes de tratamento (VEF1 e CVF) - Espirometria normal não exclui asma - Mais teste de reversibilidade com broncodilatador - Geralmente realizado em maiores de 5 anos 2) Pico de Fluxo Expiratório (Peak Flow) - Para diagnóstico, monitorização e controle da asma. - Criança assopra e avalia o volume expiratório - Mais medidas seriadas de PFE 3) Testes Adicionais -Teste de broncoprovocação com agentes broncoconstrictores (metacolina, histamina) ou com exercício C) Diagnóstico da Alergia I) Provas in vivo - Testes cutâneos por técnica de puntura II) Provas in vitro - Dosagem de IgE específica) que confirma e complementa os testes cutâneos Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 9 26 - Lesões e alterações na integridade epitelial - Anormalidades no controle neural autonômico - Anormalidades no tônus da via aérea - Alterações na permeabilidade vascular - Hipersecreção de muco - Mudanças na função muco ciliar - Aumento da reatividade do músculo liso da via aérea - Dano e ruptura do epitélio ciliado - Depósito intersticial de colágeno na lâmina reticular da membrana basal - Remodelamento*** Importante - Esse remodelamento é de difícil tratamento, limiar alterado não percebe mais que está grave - Hipertrofia e hiperplasia do músculo liso - Elevação no número de células caliciformes - Aumento das células submucosas - Alteração no depósito e degradação dos componentes da matriz extracelular IRREVERSIBILIDADE DA OBSTRUÇÃO TOSSE CRÔNICA? PENSAR EM ASMA - Atenção para: A) Saturação de O2 quando está baixo há agitação do paciente e depois uma sonolência B) Ausência de sibilo pode significar gravidade = ausência de passagem de ar 3.8 Classificação da Asma - Gina 2019 - Para maiores de 5 anos - Portanto, 1) Asma controlada - Nenhum critério 2) Asma parcialmente controlada - 1 ou 2 critério 3) Asma não controlada - 3 ou 4 critérios 3.9 Medicações para Crise 1) Broncodilatadores B2 agonista de CURTA DURAÇÃO I) Via Inalatória - Efeito: 4 a 6 horas - Alivia Sintomas (Crise) - Salbutamol (aerolin), Fenoterol (Berotec) relacionado com problemas cardíacos-Não Usar, Terbutalina (Bricanyl) A) Salbutamol - Via Inalatória - Com aerossol dosimetrado 400-600mcg repetir a cada 20 minutos no período de 1 hora - Com nebulização: 0.07-0.15mg/kg/dose Uma gota = 0.25mg (máximo 20 gotas) de 20/20 minutos no período de 1 hora II) Outras Vias de administração B2 agonista de curta duração - Subcutânea (terbutalina) - Salbutamol venoso (uso em UTI ou na emergência nos casos que não respondem a via inalatória (bolus) - Evitar Via Oral: Inativação do salbutamol VO no metabolismo de 1a passagem - Uso excessivo indica o não controle da asma III) Efeitos Colaterais dos Broncodilatadores - Taquicardia - Tremores (15min passa) - Hipopotassemia (Uso todo dia) - Raramente: cefaleia, ansiedade, sedação, fadiga, náuseas e vômitos 2) Broncodilatadores Anticolinérgicos Via Inalatória Brometo de Ipratrópio (Atrovent) - Tem efeito broncodilatador mas de início mais demorado - Usado em associação com B2 de curta duração nas crises mais graves - Ou isolado nas reações graves ao B2 (arritmias) - ÚNICA EXCEÇÃO - Doses: A) Abaixo de 10kg: 0,125mcg (10 gotas) B) Acima de 10kg: 0.250mcg (20 gotas) Junto com B2 curta de 20 em 20 minutos no período de uma hora I) Efeitos Colaterais - Boca seca, glaucoma e retenção urinária 3) Corticosteróides Sistêmicos Usados na crise em períodos curtos Oral ou Endovenoso - Efeito de ambos são equivalentes A) Via Oral - Prednisona (Meticorten) - Prednisolona (Presim) - 1 a 2 mg/kg/dia 1-2 tomadas/dia VO por 3-5 dias Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 10 26 Uma exacerbação em qualquer semana é indicativo de asma não controlada Qualquer exacerbação é indicativo da necessidade de revisão do tratamento de manutenção B) Via Endovenosa - Metilprednisolona - 0.5-1mg/kg/dose 6/6h ou 4/4h - Hidrocortisona - Dose inicial de 4a 8 mg/kg/dose - Depois manter 20 a 40mg/kg/dia de 6/6h com máximo de 250mg/dose 4) Oxigenoterapia - Desejado para saturação O2 < 95% - Suspender quando saturação O2 ≥95% - Usar máscara com reservatório O2 7L/Min 5) Outras Drogas - Sulfato de magnésio: também quando o tratamento padrão não foi efetivo e há piora clínica - uso em UTI - Saber principalmente as atitudes das 2 primeiras horas - Se estabilizou observar pelo oxímetro por 1 hora em ar ambiente QUADRO ABAIXO Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 11 26 Sempre que a saturação O2 ≤ 92% 3.10 Tratamento Preventivo - Tratamento objetivo principal é obtenção e manutenção do controle da doença A) Objetivos - Controlar sintomas e permitir as atividades normais - Previnir limitações crônicas ao fluxo aéreo - Manter função normal ou a melhor possível - Evitar crises, idas a emergência e hospitalizações - Reduzir a necessidade de broncodilatador e corticosteróides sistêmicos - Previnir morte e complicações por asma - Educação do paciente e familiares parceria entre médico e paciente- Pra melhor adesão ao tratamento - Controle ambiental - Evitar tabagismo (ativo/passivo), medicamentos e alimentos que causem asma, ácaros, mofo, barata, pelo de animal, poeira, poluição, exposição ocupacional (reduzir ou abolir) - Escore da asma aumenta em: -14% (pai fumante) - 38% (mãe fumante) - 48% (pai e mãe fumante) - Tratamento medicamentoso B) Medicações para prevenção - Corticosteróides inalatórios - Broncodilatadores de longa duração (LABA) - Anti leucotrienos - Outros I) Corticosteróides Inalatórios - Usados no tratamento de manutenção da asma persistente - Menor incidência de efeitos colaterais do que sistêmicos - Podem ser usados associados aos LABA - Existem diferenças de potência clínica e diferentes dispositivos 1) Blecometasona (Clenil) 2) Fluticasona (flixotide) 3) Budesonida (busonid) 4) Mometasona (oximax) II) Efeitos Colaterais dos corticosteróides inalatórios - Não são frequentes - Locais: candidíase oral, rouquidão, tosse e irritação na garganta (esses que são evitados) - Sistêmicos: Nas doses altas e uso prolongado - osteoporose, catarata e glaucoma, desaceleração do crescimento III) Equivalência Estimada dos Corticóides Inalatórios para Crianças 6-11 Anos IV) Broncodilatadores B2 Longa Duração - Via inalatória - Efeito: Até 12 horas - Serve para o controle dos sintomas (manutenção) - Segurança a partir de 4 anos - Salmeterol, Formoterol 1) Os CI tem menor incidência de efeitos adversos do que os CS 2) Ocorre diminuição na velocidade de crescimento com uso prolongado de CI mas a estatura final é atingida 3) Orientar a lavar a boca após o uso de CI para diminuir incidência de candidíase oral e diminuir absorção sistêmica 4) SEMPRE USAR ESPAÇADOR Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 12 26 Chamado de Plano escrito de Automanejo guiado - Dar todo plano de tratamento escrito nas crises para evitar ida a emergência São evitados quando usado com espaçador e higiene Usar sempre associado ao corticosteróides inalatórios V) Antagonistas de Leucotrienos - Bloqueiam a síntese ou as interações com receptores - No Brasil: Montelucaste e Zafirlucaste - Efeito: Broncodilatador antiinflamatório - Permitem a redução na dose de corticosteróides ou no caso de pacientes que não podem ou não querem utilizar corticosteróides - Isolado: Ação inferior a do corticoide inalatório VI) Outras Drogas - Imunoterapia específica com alérgenos - Aplicação progressiva de alérgenos em pacientes sensibilizados - Maior eficácia em crianças e adolescente - Não indicado nos pacientes que respondem bem ao controle ambiental e tratamento farmacológico - Via: Subcutânea e sublingual - Opção para asma de difícil controle >12a A) Omazulimabe (anti-IgE): Ac monoclonal recombinante B) Anti IL5 e Anti IL5R - Outra opção em maior de 6 anos: - Tiotrópio (anticolinérgico de longa duração ) 3.11 Acessórios A) Espaçador - Diminui o depósito em orofaringe - Aumenta a quantidade que chega no pulmão - Espaçador com máscara para crianças: não necessita de coordenação bucal - Quando já consegue controlar pode usar apenas o bucal 3.12 Técnica de uso - Acordado em pé ou sentado - Em bebês: aguarda 30 segundos com a máscara no rosto - Crianças que cooperam: - Respirar fundo 6-8 vezes profundamente - Repetir para cada jato - Ordem: 1) Expira 2) Coloca o bocal na boca 3) Dispara um jato 4) Inspira e segura a respiração por 10 segundos 5) Repetir para cada jato 3.13 Escolha do mecanismo inalatório segundo a faixa etária - A técnica de uso de IP não é trivial e mais de 50% dos pacientes cometem erros 3.14 Manejo da Asma Baseado no Nível de Controle para Maiores de 5 anosEscolha da Primeira Opção - VIA INALATÓRIA Nebulizado a jato Aerossóis dosimetrados (sprays) Inaladores de Pó Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 13 26 A partir de 4-5 anos: Espaçador sem máscara com bocal Checar a técnica inalatória a cada consulta I) Escolha da Etapa Inicial II) Reduzindo o tratamento com o controle obtido - Redução da dose (50%) a cada 3 meses com controle - Lembrar que a asma é uma doença de frequentes variações portanto as reavaliações periódicas são indispensáveis 3.15 Manejo de Tratamento para menores de 5 anos 3.16 Vacinas 1) Pneumocóccicas A) Pneumo 10 valente - Faz parte do PNI B) Pneumo 13 valente C) Pneumo 23 - Não disponíveis no CRIE para o asmático 2) Influenza - No calendário PNI para >6 meses - Disponível no CRIE para o asmático Etapa 1 Asma Controlada - Pacientes com sintomas ocasionais: - (tosse, sibilos ou dispnéia ≤ 2 vezes/ semana) - Sem sintomas intercríticos - Com função pulmonar normal Etapa 2 ou 3 Asma Parcialmente Controlada ou Não Controlada - Pacientes com sintomas diurnos ≥ 3 vezes/ semana - Com sintoma intercríticos - Com função pulmonar diminuída Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 14 26 4.0 Rinite Aula 4 - 05/11/2019 - Patrícia Dahan 4.1 Introdução - Rinite x Sinusite - Termo correto: Rinossinusite - Exitem 3 tipos de rinite: - Rinite alérgica: causa mais comum de rinossinusite não infecciosa 4.2 Rinossinusite Alérgica - Inflamação da mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais IgE dependente após exposição a alérgenos levando ao aparecimento de pelo menos um dos seguintes sintomas I) Obstrução Nasal II) Rinorreia não purulenta III) Espirros ou prurido nasala que desaparece com ou SEM tratamento - Prevalência de: - 6 a 7 anos 23.2% - 13 a 14 anos 41,8% - Rinite Alérgica pode começa aos 18 meses 4.3 Classificação 4.4 Etiopatogenia - Entra em contato com alérgenos ambientais - Há sensibilização alérgica - Quando se expões novamente - Reação imediata (dura minutos) - Liberação de mediadores inflamatórios, principal é histamina - Espirros e Rinorreia - Histamina+PGs+leucotrienos = congestão nasal - 4 a 6 Horas após reexposição ao alérgeno: Temos a FASE TARDIA -> Processo inflamatório - Com infiltrado de células T, Basófilos, Eosinófilos e mais mediadores - Continuidade dos sintomas nasais com predomínio da congestão 4.5 Quadro Clínico - Sintomas se repetem frente as mesmas situações de exposição alergênica - Espirros recorrentes, prurido nasal, obstrução nasal, rinorreia aquosa - Prurido no Palato, ouvidos e faringe - Saudação alérgica - Tiques faciais, respiração facial, roncos, voz anasalada e alterações do olfato -Sintomas oculares (prurido, hiperemia, lacrimejamento) -Queixas otológicas (estalidos, sensação de ouvido tampado) - Tosse 4.6 História Clínica - Antecedentes familiares: com atopias - História social: investigação detalhada das condições do meio intra e extradomiciliar A) Intradomiciliar: Ácaros de poeira doméstica, epitélio de animais, presença de insetos como barata, fungos, tabagismo Também possível Gotejamento nasal posterior Conjuntivite alérgica Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 15 26 1) Rinite Infecciosa 2) Rinite Alérgica 3) Rinite não infecciosa e não alérgica Persistente Sintomas 4 ou mais dias/semana E ≥ 4 semanas Intermitente Sintomas < 4 dias/semanas Ou <4semanas Leve Sono normal Atividades normais Sintomas não incomodam Moderada/Grave Um ou mais itens Sono comprometido Atividades comprometidas Sintomas incomodam D U R A 2 A 3 H O R A S D U R A 18 A 2 4 H O R AS B) Extradomiciliar - Pólens e fungos 4.7 Sinais de Rinite 4.8 Diagnóstico - Clínico - Testes alérgicos - Prick test ou testes cutâneos de puntura - Dosagem de IgE específica in vitro - Só realizar se suspeita fortemente de algum alérgeno específico - Teste de provocação nasal e ocular (mais pesquisa/ ou na rinite ocupacional) - Citologia esfregaço nasal: diferenciar RA alérgica X infecciosa - Radiografia simples: hipertrofia de adenoides - TC ou RNM nas suspeitas de complicações 4.9 Tratamento A) Medidas de controle ambiental B) Anti histamínicos - Não sedantes ou mínima sedação - não clássicos: cetirizina, desloratadina, loratadina, ebastina, epinastina, fenoxenadina, levocetirizina, rupatadina C) Corticóides Intranasais - Terapêutica de escolha para rinite alérgica persistente - Persistente SEMPRE - Intermitente AVALIAR necessidade - Beclometasona, budesonida, fluticasona, mometasona e triacinolona D) Solução Nasal Salina - Importante para evitar infecção E) Corticóide Oral - Restrito a crises graves - Usar por um tempo curto F) Descongestionantes - Curto período de tempo 5 a 10 dias - Finilefrina, pseudoefedrina - Não usar em lactentes G) Cromonas - Ação modesta para sintomas nasais, melhor nos sintomas oculares H) Antileucotrienos - Antagonista dos receptores dos leucotrienos - Melhor resposta quando associado aos corticóides nasais - Montelucaste I) Imunoterapia alérgeno específica - Via subcutânea/novas vias: - SL, VO e Intranasal - Crucial diagnóstico do alérgeno - Aplicação por médico treinado - Local adequado em caso de anafilaxia - Necessário conhecer o alérgeno - Descongestionante - lactentes não 5.0 Cardiopatias Congênitas Aula 5 - 11/11/2019 - Luciano Fontes 5.1 Introdução - A circulação fetal possui 3 shunts 1) Ducto venoso 2) Forame Oval 3) Ducto Arterial - Todos os shunts fecham funcionalmente após o nascimento, podem levar alguns dias - Circulação fetal: - O sangue fetal oriundo da placenta, através da veia umbilical segue 2 vias 1- Circulação hepática 2 - Veia Cava Inferior -> Átrio Direito -> Átrio Esquerdo Hipertrofia e palidez dos cornetos inferiores Prega nasal (saudação alérgica) Linhas de Dennie Morgan na Pálpebra Inferior Edema Palpebral e cianose periorbitária Alterações no crescimento craniofacial Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 16 26 Avaliar o quanto a rinite interfere na qualidade de vida do paciente (sono, desempenho escolar, fadiga diurna, limitação atividades físicas e de lazer) - Quando o bebê nasce a circulação placentária é interrompia - Resistência periférica aumenta subitamente - Levando a uma asfixia progressiva - Essa asfixia faz com que o RN realize movimentos respiratórios vigorosos e os pulmões se expandem (diminuindo a pressão intrapleural) - Quando expandido, a resistência vascular pulmonar cai para menos de 20% do valor intra uterino - Isso faz com quem fluxo sanguíneo pulmonar aumente significativamente 5.2 Após o Nascimento - Ele entra em hipóxia e respira fundo 1) Contração do esfíncter do ducto venoso. A veia umbilical atrofia, formando o ligamento teres e venoso 2) A areação pulmonar aumenta o fluxo sanguíneo por diminuir a resistência. - Assim aumenta-se o volume que chega ao AE - Aumentando a pressão do mesmo, fechando assim o forame oval (fechamento fisiológico) - Em até 1 ano ocorre o fechamento 3) Fechamento do ducto arterioso. As primeiras respirações fazem com que haja produção de bradicinina e que se aumente a pressão de O2 no sangue - Esses dois fatores fazem a musculatura lisa da parede do ducto arterioso contrair até fechar - Na vida intra útero PGs e baixa pressão de O2 Mantém o canal aberto 5.3 Sopros Cardiovasculares - Definição - Sensação auditiva produzida por uma série de vibrações relativamente prolongadas - Fluxo laminar passa a ser turbilhonado - A partir do Grau 4 é patológico I) Sem manifestações Clínicas - Sopro funcional (orgânico) - inocente - Cardiopatia sem repercussão II) Com manifestações Clínicas - Cardiopatia - Congênita - Adquirida - Na suspeita: - Primeira e segunda conduta: 5.4 Cardiopatias Congênitas - Anormalidade tanto na estrutura como na função cardiocirculatório presente já ao nascimento, mesmo que seja identificada muito tempo depois - Responsável por 3-5% dos óbitos neonatais - Mais frequentes: 1) Defeito no septo ventricular CIV 15,6/10.000 2) Estenose pulmonar 3) Defeito no septo atrial CIA 3,7/10.000 4) Defeito no septo atrioventricular 3,6/10.000 5) Tetralogia de Fallot 3,3/10.000 Classificação Segundo Levine Grau 1 (+1/+6) - Som débil, ouvido somente depois que se sintoniza - Sem frêmito Grau 2 (+2/+6) - Suave, ouvido imediatamente após colocar o estetoscópio sobre a parede torácica - Sem frêmito Grau 3 (+3/+6) - Moderamente forte - Sem frêmito Grau 4 (+4/+6) - Extremamente forte, pode ser ouvido com esetoscópio fora da parede torácia - Com frêmito Grau 5 (+5/+6) - Muito forte - Com frêmito Grau 6 (+6/+6) - Extremamente forte, pode ser ouvido com estetoscópio fora da parede torácica - Com Frêmito Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 17 26 - Ganho de peso insuficiente - Infecções respiratórias - Fadiga - Interrupção na amamentação - Cianose a esforço físico - Sinais de ICC - Hipoxemia Anamnese Exame Físico ECG Radiografia de Tórax Para confirmação: Ecocardiograma Cateterismo 5.5 Clínica 5.6 Cardiopatias Congênitas Acianóticas 5.7 Cardiopatias Congênitas Cianóticas 5.8 Cardiopatias Congênitas 1) Acianóticas - Com hiperfluxo pulmonar - CIA, CIV, PCA - Sem hiperfluxo pulmonar 2) Cianóticas - Com hiperfluxo pulmonar - Sem hiperfluxo pulmonar 5.9 Fatores Ambientais X Cardiopatia - PROVA? 5.6 Comunicação Interventricular (CIV) - Cardiopatia Congênita mais frequente - Defeito no septo interventricular - 41.59% de todas cardiopatias congênitas - Classificação: - Perimembranosas, musculares, de via de Saída e de via de entrada, de acordo com Posição anatômica. Também são classifi- Casas levando em conta o seu tamanho - Desvio do sangue da cavidade ventricular Esquerda para a direita - Com tempo haverá dilatação das câmaras esquerdas - Coração mergulhado pra baixo No início, como a resistência pulmonar ainda está aumentada o shunt ainda não é tão importante - Com o tempo a túnica muscular das arteríolas pulmonares invoquem e a pressão no leito pulmonar diminuir (2-3 semanas) - Podendo ser por vida de entrada ou via de saída - Resumindo: Se trata de uma cardiopatia congênita acianótica (sangue desviado vai para o pulmão) com hiperfluxo pulmonar (quadros de pneumonia de repetição) e hipodesenvolvimento, icc nos primeiros meses (dispnéia e hepatomegalia) - Exames Diagnósticos 1) RX Tórax - Cardiomegalia, aumento da vascularidade pulmonar - Hiperresistência pulmonar: abaulamento do arco médico e dilatação dos vasos hilares, contrastando com periferia, pouco vascularizada Sopros Arritmias Alterações da segunda bulha NUNCA DAR ALTA Especialmente se hiperfonese Cianose/Hipoxemia Insuficiência Cardíaca Rubéola Congênita PCA / Estenose Pulmonar Síndrome Álcool Fetal CIV / T4F Diabetes Mellitus TGA Trissomia do 18 CIV Trissomia do 21 DSAVSíndrome Turner Coarctação Aorta LES Bloqueio Cardíado Coxsackie B / Toxoplasmose Miocardite Caxumba Fibroelastose Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 18 26 - Comunicação Interventricular CIV - Comunicação Interatrial CIA - Defeito no Septo Atrioventricular DSAV - Persistência do Canal Arterial (PCA) - Dupla Via de Saída do Ventrículo Direito (DVSVD) - Estenose Aórtica - Estenose Mitral - Coarctação de Aorta - Estenose Pulmonar - Tetralogia de Fallot - Transposição de Grandes Artérias - Atresia Tricúspide - Atresia Pulmonar - Truncus Arteriosus - Drenagem Anômala Total de Veias Pulmonares - Anomalia de Ebstein Via de Entrada - Defeito está em cima, o que entra no ventrículo são as válvulas tricúspide e mitral Via de Saída - Defeito está mais embaixo - Sopro Regurgitativo em borda esternal esquerda baixa. As manifestações dependem do tamanho do defeito. - Geralmente assintomático no período neonatal - O sopro é audível com 1 ou 2 meses, ou seja, nasce e só após haverá repercussão audível 2) ECG - Norma ou com sobrecarga de átrio esquerdo - Hipertrofia de ventrículo esquerdo (volumétrica) e Hipertrofia de ventrículo direito (pressórica) 3) Ecocardiograma (ECO) - Determinar tamanho e localização do defeito - Diagnóstico de defeitos associados - Informações sobre a Pressão de artéria pulmonar 4) Cateterismo Cardíaco (CAT) - Defeitos associados - CIV musculares múltiplos - Avaliação da hipertensão arterial pulmonar - Quanto maior o fluxo pulmonar, maior a relação QP/ QS, maiores serão as manifestações - Pequena QP/QS <1.4 - Moderada QP/QS entre 1.4 e 2.2 - Grande QP/QS > 2.2 - Indicações cirúrgicas - Preferencialmente nos dois primeiros anos de vida - ICC refratária a medicação, retardo do desenvolvimento, quadros pneumônicos de repetição e hipertensão pulmonar - CIV na via de saída (certamente ou geralmente cirúrgico) - Paliativo - Bandagem da artéria pulmonar - Prognóstico A) Defeitos Pequenos - Endorcardite bacteriana incomum - Fechamento espontâneo 80% dos casos - Vida adulta sem repercussões B) Defeitos Grandes - Hipertensão pulmonar - CIV é grande quando tiver aproximadamente 2/3 do diâmetro da aorta 5.7 Comunicação Interatrial (CIA) - Temos: A) CIA venoso: perto da veia cava B) Ostium secundam: no meio do septo (+ comum) C) Ostium primum: embaixo - É uma cardiopatia congênita com comunicação do sangue do átrio esquerdo para o átrio direito, sendo portanto acianótica com hiperfluxo pulmonar - Aqui há aumento da câmara direita (átrio direito aumenta para tentar suportar mais sangue) - Quadro Clínico - Apresenta-se com quadro de sopro sistólico efetivo borda média com desdobramento fixo (TRÁÁ..) no foco pulmonar e desdobramento fixo de B2 - Tardiamente, pode evoluir para aumento da resistência vascular pulmonar causando sobrecarga de câmaras (como já foi dito…levando a insuficiência cardíaca congestiva) - Inicialmente criança é assintomática e desenvolve infecções respiratórias, arritmias auriculares, hipertensão pulmonar que com a mudança de pressão, pode fazer alteração do shunt que passa a ser do átrio Direito para o esquerdo (síndrome Eisenmenger - cerca da terceira a quarta década de vida se não tratado) - Exames A) Rx de tórax - “Coração em bota” - Aumento das câmaras direitas, da trama vascular e das artérias pulmonares B) Eletrocardiograma - Desvio do eixo para a direita, aumento de câmaras direitas e bloqueio de ramo direito C) Ecocardiograma - Visualização do defeito septal interatrial e repercussões hemodinâmicas - Quando visualização - Tratamento - Indicações de Cirurgia - QP/QS for 1.4 - Atualmente o tratamento de eleição é o cateterismo Condições: 1) Ostium Secundum 2) Bordos Apropriados para implantação do dispositivo 3) Diâmetro inferior a 20-25mm * tem que ter os 3 critérios 5.8 Tetralogia de Fallot A) Estenose Pulmonar B) Dextroposição da Aorta C) Defeito do Septo Ventricular D) Hipertrofia de VD - Cardiopatia congênita cianótica sem hiperfluxo pulmonar - Coração em taco de golfe - Quadro Clínico - Depende do grau da obstrução da via de saída do ventrículo direito - Na obstrução leve: - A cianose pode estar ausente (Pink Fallot) - Na obstrução moderada: - Há cianose ao nascimento ou logo após o período neonatal - Cianose relacionada a esforço fisico (choro e mamada) - Déficit pôndero estatura - Crise hipoxêmica principal causa de internação - Exames: A) Físico: cianose, hipocratismo digital, hipodesenvolvimento físico, sopro sistóico na BEEA e B2 única (com P2 hipofonética ou ausente) B) ECG: sobrecarga de VD C) Rx Tórax: - Afilamento dos vasos da base - Arco médio escavado - Aumento de VD D) ECO: - Diagnóstico e avaliação do grau de obstrução da via de saída do ventrículo direito E) Outros: - Hemograma, gasometria arterial, eletrólitos séricos F) CAT: Confirmação diagnóstica e avaliação pré operatória Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 19 26 - Crise Hipoxêmica - A criança geralmente situa-se em posição genupeitoral (aumenta RVS - aumento do fluxo pulmonar/diminui retorno venoso MMII) - Deve ser feito: 1) Oxigenioterapia 2) Hidratação 3) Correção da anemia e infecções 4) Correção da acidose metabólica 5) Sedação (morfina/meperidina) - Para diminuir o drive e ter melhor tratamento 6) B bloqueador - propranolol - Diminui a pós carga, facilita que o sangue saia de VD para a artéria pulmonar 7) Prostaglandina E1 - período neonatal - Manter o canal arterial pérvio, chegar mais sangue nos pulmões - Cirurgia de Correção - Indicações - Apx 70% com teratologia requerem cirurgia no primeiro ano de vida devido a crises hipóxicas e hipoxemia persistente - No passado, preferia-se a cirurgia paliativa (shunt aortopulmonar) Ex: Blalock.-Taussig - Altas taxas de morbidade e mortalidade - Crescentes evidências de que a correção precoce minimiza danos secundários, principalmente para o coração, pulmões e SNC - Blalock.-Taussig - Anastomose artéria subclávia e artéria pulmonar - Modificado Gore Tex (3,5 a 4mm) - Objetivos da Correção Cirúrgica - Alívio da obstrução da via de saída de VD - Fechamento do defeito do septo ventricular 6.0 Principais Distúrbios Respiratórios do RN Aula 6 - 18/11/2019 - Patrícia Dahan 6.1 Introdução - 2% dos nascidos vivos - Responsável por mais de 1/3 da mortalidade neonatal - Causas: A) Condições Pulmonares B) Condições Não Pulmonares 6.2 Fatores de Risco 6.3 Diagnóstico - Clínica muitas vezes inespecífico - Radiografia mais esclarecedora - Estabilizar RN antes dos procedimentos para elucidar diagnóstico 6.4 Apnéia da Prematuridade - Respiração periódica - Caracterizada por ciclos respiratórios regulares e recorrentes, com duração de 10 a 15 segundos, interrompidos por pausas respiratórias de duração de pelo menos 3 segundos (em média 7) - Podendo chegar a apnéias de 10-15seg - Período 2 a 4 semanas de vida A) Definição de Apnéia Patológica - Interrupção da respiração - ≥20 segundos OU - <20 segundos associadaa bradicardia, cianose ou palidez - Incidência inversamente proporcional ao peso do nascimento - 100% dos PN <1000g - Classificação I) Central: Ausência de movimentos respiratórios II) Obstrutiva: Ausência de fluxo de ar nas vias aéreas superiores na vigência de movimentos respiratórios (esforço) III) Mista: Ocorre quando a obstrução das vias aéreas com esforços inspiratórios precede ou sucede a apnéia central (50%) - Etiologia: - Imaturidade do controle respiratório - Resultado de outras desordens do RNPT - Como hipotonia muscular, sepse, causas circulatórias (choque, PCA), anemia, RGE distúrbios de regulação térmica, problemas metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia) - A respiração do RN é extremamente dependente da quantidade/qualidade de estímulos sensoriais aferentes (estímulos excitatórios > inibitórios) Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 20 26 Pentalogia de Fallot - Tetralogia de Fallot + CIA - Pré Natais (Maternos): Febre, ITU, diabetes, colonização por SGB, polidrâmnio ou oligodrâmnio, uso de AINH - Natais: Sofrimento fetal agudo, líquido amniótico meconial, cesária eletiva sem trabalho de parto - Pós natais: Idade gestacional, necessidade de reanimação, malformações e etc A apnéia da prematuridade é a apnéia mista que ocorrem geral em RN <37 semanas sem causa aparente (após investigação) exceto por imaturidade do sistema neurológico e respiratório, podendo ocorrer em RN a termo - Registro de Episódios 1) Número de episódios em 24h 2) Duração dos episódios 3) Repercussão Clínica 4) Associação com procedimentos e posição 5) Manobras necessárias para revers˜åo - 3 ou mais apnéias/ 24 horas que necessitam de intervenção (ressuscitação com ambu) deve INTERVIR - Tratamento I) Não farmacológico - Oxigenioterapia: Incubadora, CPAP, VM - Transfusão sanguínea - Estimulação tátil II) Farmacológico - Teofilina - Aminofilina (EV) 4 a 6mg/kg/dia (ataque) e 1,5 a 3mg/kg/dia (manutenção) - Cafeína - Citrato de cafeína (VO) - 20mg/kg/dose (ataque) - 5mg/kg/dose (24/24h) - Melhor sobrevida e menos efeitos colaterais que cantinas 6.5 Taquipnéia Transitória do Recém Nascido (TTRN) - Definição - Distúrbio relativamente leve ou autolimitado, que habitualmente afeta RNT ou próximo do termo - Pulmão molhado - Caracteriza-se por taquipnéia com sinais de leve desconforto respiratório - Incidência: 5,7/1000 nascidos a termo e mais de 10/1000 em pré termos A) Fatores de Risco Neonatais - Prematuridade - Cesárea eletiva sem trabalho de parto - Asfixia perinatal - Prolapso de cordão umbilical - Fatores maternos: asma e diabetes B) Fisiopatogenia - Retardo na depuração do líquido pulmonar fetal - Edema pulmonar transitório - Redução da complacência pulmonar - Taquipnéia C) Quadro Clínico - Disfunção respiratória moderada - Início imediatamente após o nascimento - Duração geralmente 48-72hs podendo durar dias (3 a 5 dias) - Sintomas: Taquipnéia (FR>60 até 100irpm), batimentos de aletas nasais, tiragem intercostal, gemência D) Diagnóstico I) Radiografia de Tórax - Sinais de edema pulmonar - Diminuição da transparência pulmonar - Trama vascular perfilar proeminente (ingurgitamento vasos linfáticos) - Atlerações geralmente simétricas - Cissurite - Sinais radiológicos geralmente resolvem em 48h II) Gasometria - Graus variados de hipoxemia e acidose respiratória E) Tratamento - Evolução benigna - Cuidados gerais - Tratar causas subjacentes - Oxigenioterapia: pra manter saturação de O2 acima de 90% - Capacete (Hood) - RN Respirando espontaneamente - RN a termo sem grande esforço respiratório - Hipoxemia sem hipercapnia - No desmame do CPAP - CPAP nasal - Usado o Gemido, hipoxemia com ou sem hipercapnia, apnéias - DMH, TTRN, pneumonia neonatal - Síndrome de aspiração de mecônio - Todas as causas de DDR do RN de causa pulmonar - RN cardiopata - CPAP precoce diminui muito as chances de precisar de ventilação mecânica F) Prevenção - Não realizar cesárea eletiva antes das 39 semanas ou antes de iniciar trabalho de parto G) Prognóstico - Bom, mas risco aumentado de asma nos primeiros anos de vida 6.6 Síndrome de Desconforto Respiratório ( Doença de Membrana Hialina) - Enfermidade resultante da imaturidade pulmonar e deficiência na produção de surfactante - Importante causa de morbimortalidade em prematuros - Incidência e gravidade aumentam com a diminuição da IG e peso ao nascer - Incidência da SDR segundo peso ao nascer - 1251-1500g -> 23% - 1001-1250g -> 37% - 751-1000g -> 55% - 501-750g -> 71% Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 21 26 A) Fatores de Risco - Prematuridade - Baixo nível socioeconômico - Ausência de cuidados pré natais - Asfixia perinatal - Hipotermia, hipovolemia - Diabetes materno mal controlado - Isoimunização RH - DPP, placenta prévia, parto cesáreo - Segunde gemelar - Sexo masculino, cor branca B) Fisiopatologia - 20 a 24ª semana de gestação - Formação dos sacos alveolares e diferenciação dos pneumócitos Tipo I em II - Cortisol endógeno estimula fibroblastos pulmonares a produzir o fator fibroblasto do pneumócito (FFP) - FFP faz com que o pneumócito II aumente seu ritmo e taxa de produção de sufactante - Surfactante Pulmonar - Composição 90% lipídeos e 10% proteínas - Fosfatidilcolina saturada : principal componente tensoativo e as apoproteinas são determinantes na determinação da estrutura, função e metabolismo do surfactante - Produção - Início entre 25 a 30 semanas de vida - Estabilidade a partir de 33 a 35 semanas - Etapas - Deficiência/Inativação do surfactante - Aumento da tensão superficial alveolar acarretando colabamento pulmonar progressivo - Diminuição da capacidade residual e complacência pulmonar/ prejuízo ventilação/ perfusão/ hipoxemia/ hipercapnia/ Acidose - Esforço respiratório crescente - Cansaço muscular - Atelectasia progressiva C) Diagnóstico - Quadro clínico: Taquipnéia, tiragem sub e intercostal, retração esternal e de fúrcula, batimento de aletas nasais, gemido expiratório, cianose, apnéia e diminuição de entrada de ar - Inicia ao nascer ou primeiras horas de vida e evolução é progressiva - Boletim de Silverman-Anderson 0 = Nenhuma dificuldade respiratória - Prognóstico excelente 1-4 = Dificuldade respiratória ausente ou leve - Prognóstico satisfatório 5-7 = Dificuldade respiratória moderada - Prognóstico grave 8-10= Dificuldade respiratória severa - Prognóstico muito grave 1) Diagnóstico Radiológico - Pobre aeração pulmonar - Padrão retículo nodular com broncograma aéreo - Hipotransparência pulmonar bilateral (vidro moído) 2) Avaliação de Insuficiência Respiratória - Saturação de oxiemoglobina (SatO2) - Gasometria arterial: hipercapnia e hipóxia e eventualmente acidose metabólica D) Prevenção - Redução das taxas de prematuridade - Adequada assistência pré natal - Corticoterapia - Gestantes 24 a 34 semanas - Betametasona 12mg IM (2 doses) 24/24h- Dexametasona 6mg IM (4 doses) 12/12h E) Tratamento - Medidas gerais controle de temperatura corporal - Manutenção equilíbrio hidroeletroolítico/ metabólico - Acesso Venoso (cateter umbilical) - Balanço hídrico rigoroso: diurese (1 a 4ml/ kg/hora) drenagens, grau de hidratação, peso diário - Nutrição enteral - Monitorização dos sinais vitais - Antibioticoterapia - Assistência ventilatória HOOD -> CPAP -> VM - CPAP (pressão positiva constante nas vias aéreas) precoce/ sempre que tiver respiração espontânea - Ventilação mecânica - Apneias frequentes - Situação não sustentável com CPAP Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 22 26 Surfactante exógeno: 100mg/kg - Administração via tubo traqueal em bolus: - Sintético: Exosurf - Origem animal/novilho (survanta-infasurf) - Origem animal/suíno (curosurf) * Cuidados após administração: vigilância clínica por monitorização - Indicações profiláticos ou terapêutico - Primeiras horas de vida e antes de completar 24h A) RNPT (IG<30 semanas) entubado B) RNPT(IG>30 semanas) entubado com diagnóstico de SDR necessitando de FiO2>40% 6.7 Síndrome de Aspiração de Mecônio - A presença de mecônio no líquido amníotico ocorre em 13% das gestações - Mais frequente na pós maturidade, sofrimento fetal e condições intra-uterinas adversas como insuficiência placentária e compressão de cordão umbilical - SAM: presença de mecônio na árvore respiratória 5% dos RN com LA meconial - A aspiração de mecônio antes ou durante o parto pode obstruir as vias respiratórias, interferir nas trocas gasosas e causar grave sofrimento respiratório - É uma importante causa de insuficiência respiratória no RN contribuindo para a morbidade e mortalidade significantes A) Grupos de Risco - RN a termo, pós termo, com retardo de crescimento intrauterino, parto pélvico, RN macrossômico B) Fisiopatologia - Hipóxia aguda ou crônica - Eliminação de mecônio in utero - Aspiração de líquido amniótico com mecônio “gasping" - Obstrução de vias aéreas - Sofrimento Respiratório C) Incidência - 30% das gestações 42 semanas mecônio - Líquido com mecônio raramente é visto antes da trigésima sétima IG - Líquido tinto de mecônio - 5 a 33% sintomas respiratórios e alterações radiológicas D) Quadro Clínico - Aspecto: geralmente recém nascido pós termo (pele áspera, ressecada) - Impregnação meconial de coto umbilical - Desconforto respiratório imediato ao nascimento ou de evolução progressiva (de acordo com a gravidade da aspiração) - Geralmente nas primeiras 12 horas - Cianose, gemência, retrações, taquipneia e aumento do diâmetro AP do tórax - Ausculta: roncos e estertores subcreptantes E) Complicações - Pneumotórax, acidose metabólica, distúrbios metabólicos, choque, hipertensão pulmonar F) Alterações Radiológicas - Áreas de atelectasia com aspecto nodular grosseiro e irregular contrastando com áreas de hiperinsuflação - Pode haver envolvimento pulmonar difuso e nos casos mais graves opacificação quase total - Complicações: derrames aéreos (enfisema e pneumotórax) G) Prevenção e Tratamento do RN com Líquido Amniótico Meconial - Adequado seguimento no pré natal e assistência a sala de parto - PRN: SBP/AAP - Assistência neonatal depende da vitalidade ao nascer - RN Vigoroso: passos iniciais da reanimação e cuidados da sala de parto - RN deprimido: Aspirar hipofaringe e traqueia sob visualização direta sob fonte de calor radiante e uma única vez Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 23 26 Desmame precoce para minimizar lesão pulmonar pelo O2 e retinopatia da prematuridade H) Tratamento - Cuidados gerais: monitorização clínica e por aparelhos - Manutenção de assistência respiratória - CPAP - Ventilação mecânica - Prevenção e tratamento - Hipoxemia/Acidose - Tratamento medicamento - Antibioticoterapia - Surfactante exôgeno - Oxigenação por membrana extra corpórea (ECMO) 7.0 Hepatites Virais Aula 7 - 18/11/2019 - Patrícia Dahan 7.1 Hepatite A - Muitos casos sem registros (assintomáticos) - Problema de saúde pública no mundo inteiro - Uma das doenças infecciosas notificáveis mais comum - Associada a condições sanitárias e de higiene precárias - Importante causa de morbidade e eventual mortalidade - Não cronifica - Crianças geralmente assintomáticas - Adultos frequentemente sintomáticos A) Quadro Clínico - Início com sintomas gripais, febre, prostração, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia - Evolui com colúria, hipocolia e icterícia - Hepatomegalia e as vezes esplenomegalia - Cura geralmente 30-40 dias - 15% quadro prolongado ou sintomas recorrentes (<6 meses) B) Diagnóstico - Dosagem de anti HVA IgM (positiva por 1-2 meses, raramente até 6 meses) - Depois HVA IgG se torna positiva (por toda vida) C) Profilaxia: Vacina Anti HVA - No SUS: Dose única (15 meses) - Calendária SBP e Sim (12m-18m) - Duas doses (100% de soroconversão) 7.2 Hepatite B - Alta morbidade e mortalidade - Infecção responsável pelo aumento no número de transplantes - Deve ser encarada como infecção a ser erradicada - Indivíduos com HBsAg positivo são infectastes mas aqueles co HBeAg são ainda mais infectantes - Principalmente 15-39 anos (infecção aguda) A) Transmissão - Na transmissão perinatal A) Mãe HbsAg+ HbeAg+ ——> 70-90% risco de hepatite crônica B) Mãe HbsAg+ HbeAg- ——> 10% risco de hepatite crônica - Na transmissão intrafamiliar - Risco de 14 a 60% - Contato com lesões dermatológicas, compartilhar escovas de dentes, contato com superfícies contaminadas pelo vírus B - Infecções crônicas mas comuns quando a infecção ocorreu na infância - Maior risco de CA de fígado, cirrose e transmissão B) Diagnóstico - Hepatite B Aguda: HBsAg+; Anti HBc IgM+ - Hepatite B Crônica: HBsAg+; Anti HBc IgG+ - As vezes HBeAg e anti HBe positivos - PCR e quantificação do vírus: apenas para aqueles que vão tratar Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 24 26 Transmissão Fecal Oral - (pessoa a pessoa ou água, alimentos contaminados/raramente sangue Viremia - Início dos sintomas até o final da icterícia Grupos de Risco - Pessoas que vivem ou viajam para países endêmicos, pessoas que convivem com infectados, contatos sexuais, drogados - Via percutânea ou mucosa, exposição ao sangue infectado ou fluídos corporais que contenham sangue infectado - Apenas sangue, sêmen e saliva são infecciosos - Transmissão perinatal ou intrafamiliar: principais fontes de infecção em lactentes Grupo de Risco: Múltiplos parceiros sexuais e uso de drogas C) Profilaxia - Vacina Anti HVB - No SUS disponível ao nascer, depois repetir aos 2, 4, 6 meses (pentavalente) - Também disponível para adolescentes até 19 anos, para todos os pacientes de risco 7.3 Hepatite C - Principal agente Vírus C - Sofre inúmeras mutações: não confere imunidade a reinfecção por cepa homóloga - Altas taxas de cronificação (+80%) - Possibilidade de infecções recorrentes - Lugar de replicação do vírus: fígado mas o vírus também tem tropismo pelas células mononucleoses do sangue - Raramente causa infecção aguda - Pode causar hepatopatia crônica, cirrose e carcinoma hepato celular A) Grupo de Risco - Múltiplos parceiros - Uso de drogas injetáveis - Pessoas que receberam transfusão antes de 1990 - Receptores de órgãos e transfusão - Crianças que nascem de mãe infectada (risco intermediário) - Trabalhadores da saúde B) Transmissão Lucas Silva ResumoPediatria II Página de 25 26 - Sangue contaminado - infecções novas frequentemente associadas a drogas injetáveis , indivíduos com risco de infecção pelo VHC também tem risco de infecção pelo VHB e HIV - Transmissão perinatal - risco 4% (aumenta para 19% se mãe HIV+) transmissão no parto C) Diagnóstico - Dosagem de Acs Anti VHC (20-150 dias) - Significa contato com o vírus - Nos pacientes sintomáticos (raro), detectados no início dos sintomas em 50-70% dos casos pode estar negativo em imunodeprimidos - PCR na viremia: RNA VHC detectável (7 a (21 dias após exposição) - Significa vírus circulante - Genótipo e quantificação viral quando for tratar o paciente - Na criança <18 meses com IgG+ para hepatite C (mãe sabidamente portadora) fazer PCR (IgG atravessa barreira placentária) fazer com 3 meses e repetir com 6 e 12 meses após - Cronicidade em crianças: - Possibilidade da viremia ceder espontaneamente até 3 anos após a inoculação: Repetir RNA HVC - Não há vacinas. Apenas medidas de prevenção 7.4 Insuficiência Hepática Fulminante A) Vírus A - Rara mas devastadora B) Vírus B - Principal causa nos países onde ele é endêmico e em muitos países desenvolvidos/mortalidade em até 84% - Crianças com HbsAg e anti Hbe + filhos de mãe com HB crônica tem risco grande nos primeiros meses C) Vírus C - Também associada a IHF - Existem testes rápidos para os vírus B e C (fluído gengival ou sangue na APS) Lucas Silva Resumo Pediatria II Página de 26 26
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