Ciclo menstrual

FISIOLOGIA DO CICL O MENSTRUAL Padronização do ciclo com duração de 28 dias. Eixo hipotálamo-hipófise-ovário 1. Hipotálamo: ➔ Liberação de GnRh → vai atuar na hipófise ➔ Há áreas extra-hipotalâmicas que também controlam a liberação de GnRh ➔ Células produtoras de GnRH se originam da área olfatória e formam o núc leo arqueado GnRH: ➔ Molécula similar em todos os mamíferos ➔ Potente inibidor da secreção de prolactina ➔ É liberado na circulação portal pelos neurônios. Atua na hipófise. ✓ Hiperprolactinemia causada por medicações → inibe a liberação de GnRH ➔ Maior secreção na metade do ciclo (para liberar LH ) ➔ Secreção diminuída durante a fase lútea do ciclo ➔ Meia-vida no sangue: 2 a 4 minutos ➔ Secreção pulsátil, modulada por catecolaminas, ativinas, inibinas e esteroides − Noradrenalina estimula − Dopamina e endorfinas inibem 2. Hipófise ➔ Recebe o GnRh ➔ Secreta gonadotrofinas, de forma pulsátil ➔ O padrão de secreção é diferente de acordo com a fase do ciclo ➔ São liberados: − FSH − LH − PIF − TSH O que regula o eixo hipotálamo-hipófise: ➔ Opiáceos endógenos (beta-endorfina) → diminuem a secreção de GnRh ➔ Maior concentração das beta-endorfinas: antes da ovulação ➔ Beta-endorfinas atingem o nível mais antes da ovulação 3. Ação das gonadotrofinas nos ovários: ➔ Desenvolvimento folicular ➔ Crescimento e diferenciação do ovócito I ➔ Proliferação das células da granulosa ➔ Desenvolvimento da teca 4. Ação do FSH: ➔ Desenvolvimento folicular ➔ Prepara o folículo para que ele responda ao LH ➔ Folículo em crescimento e o maduro produzem estrogênio (na teca interna ) ➔ Faz a aromatização dos androgênios. A partir dos 35 anos, há diminuição da qualidade e quantidade folicular. isso se deve a uma alteração da liberação adequada do FSH. Se ele estiver muito alto, ele não 5. Ação do LH ➔ Liberado pelo aumento do estradiol plasmático ➔ Estimula a teca a fazer esteroidogênese ➔ Faz hipertrofia das células foliculares Para haver um ciclo ovariano adequado, é necessário: 1. Crescimento folicular 2. Ovulação 3. Corpo lúteo adequado 6. Ovários ➔ Desenvolvimento de células germinativas ocorre entre a 16ª e a 20ª semana de gestação. ➔ Ao nascimento, são cerca de 2 milhões ➔ Na puberdade, são cerca de 400 mil folículos ➔ Ao longo da menacme, cerca de 40 folículos são liberados. ➔ A velocidade do consumo do folículo depende do metabolismo e é diferente ao longo da vida ➔ Aproximadamente aos 50 anos ainda existem folículos, mas eles deixam de ser sensíveis às gonadotrofinas ✓ Menopausa: Hipogonadismo hipergonadotrófico → diminuição do ovário, aumento da concentração sérica do FSH e LH ✓ Histerectomia: sem indicação de ooforectomia direta, porque a remanescência dos folículos auxilia na diminuição dos sintomas de menopausa ➔ O crescimento inicial do folículo independe de gonadotrofinas ➔ Da fase antral em diante, o crescimento do folículo é muito dependente das gonadotrofinas. ➔ O crescimento folicular é contínuo e ocorre em todas as fases da vida ➔ O ovário tem 2 pools de folículos: um em repouso (não iniciou o cresc imento, até a puberdade) e outro em crescimento. 7. A Produção hormonal: ➔ Folículo sintetiza estrogênios na fase pré-ovulatória ➔ ➔ Corpo lúteo produz estrogênio e progesterona 8. Fases do ciclo ovariano: I. Crescimento folicular II. Ovulação III. Formação do c orpo lúteo I. Crescimento folicular No folículo primordial: ➔ Formação dos receptores de FSH (só nas células da gra nulosa) ➔ Formação dos receptores de estradiol (estimulam mit ose e aumentando a se nsibilidade do siste ma do FSH) ➔ Formação dos receptores da testosterona (que participam na for mação de es trogênio, na degeneraçã o das células foliculares e na atresia folicular) No folículo secundário: ➔ Formação dos receptores de LH (nas células da gran ulosa) ➔ Aumento da atividade da aromatase (induzida por FSH) ➔ Formação do líquido folicular ➔ Formação dos receptores de prolactina e prostagl andinas II. Ovulação: Postura ovular (ovulação é a expulsão, postura ovular é o processo que leva à ovulação – ocorre 24h antes do pico de LH): ➔ Produção de enzimas proteolíticas ➔ Formação do estigma Ovulação: ➔ Duração de 24h ➔ Após pico de LH III. Formação do c orpo lúteo ➔ Dura cerca de 10 dias 9. Atresia folicular: ➔ É a morte do óvulo e desintegração das células da granulosa ➔ Ao mesmo tempo, as células da teca se hiperplasiam e hipertrofiam ➔ Os folículos menores são reabsorvidos e os maiores, convertidos em membrana hiali na → por isso o na puberdade temos 4 00.000 ovócitos e liberam os cerca de 40 a o longo da vida, por que a cada mês, vários são consumidos (100 a 2 00) ALTERAÇÕES DO ENDOMÉTRIO: 10. Fase menstrual: ➔ D1: endométrio congestionado e hemorrágico ➔ Infiltração leucocitária no estroma, e as glândulas estão esgotadas ➔ D2 e D3: alterações degenerativas tornam-se mais pronunciados. As glândulas são fragmentadas e colabadas. Estroma fica em um vermelho mais vi vo. Fase proliferativa ou pré-ovulatória do endométrio ➔ Início durante a menstruação ➔ Termina no dia do pico de LH ➔ Divisão celular intensa e regeneração rápida ➔ Crescimento e aumento do calibre dos vasos e glândulas ➔ Pequena quantidade de secreção na luz do endométrio ➔ Formação alta de receptores de progesterona Fase secretora: ➔ Vai do dia do pico de LH até a próxima menstruação ➔ A progesterona faz com que haja aumento do comprimento e da tortuosidade das glândulas secretoras e dos vasos ➔ A mucosa não aumenta mais e passa a ficar mais compactada, atingindo o ápice no período pré - menstrual Minha explicação do ciclo: O número da imagem é explicado pelo número do parágrafo . A análise deve começar pelo FSH 1. Ele é secretado pela hipófise, em picos p ulsáteis. É ele que vai fazer a maturação folicular. ➔ Aumento da granulosa 2 3 4 5 6 7 8 9 ➔ Diferenciação da teca ➔ Células da granulosa vão produzir estradiol diretamente. Células da teca produzem testosterona pela ação do LH. O FSH p ossibilita a transformação em estradiol, pela aromatase. Isso vai fazer com que haja aumento na curva do estradiol. O folículo produz inibina B. 2. O estradiol, em pequenas concentrações (que é o caso neste momento) faz feedback negativo para a liberação de FSH (é a razão para a queda da concentração do FSH) 3. A medida que o folículo vai se maturando, há maior concentração d e estradiol. Quando ele fica em altas concentrações, passa a fazer feedback positi vo para a liberação de FSH (o que explica e, quando fica em altas concentrações por longo período (50h), possibili ta que haja o pico de LH. Então, ocorre a ovulação. 4. Os folículos remanescentes vão passar por atresia → o pico de LH faz com que haja grande liberação de testosterona e a aromatização para transformar em estradiol não dá conta de transformar tudo. Os folículos que estão no ovário sofrem a influência da testosterona e se torn am atrésicos (essa é a explicaçã o de um “consumo” mensal de cerca de 100 a 200 folículos por mês) . Não vai mais haver produção de estradiol pelos folículos, porque a fase folicular acabou, expli cando a primeira queda dele. 5. O corpo lúteo produz progesterona. Ela faz fee dback negativo par a a liberação de FSH e LH, impe dindo que haja um novo crescimento folicular. Ele também produz estradiol. (explicando a segunda subi da do estradiol). As células da granulosa liberam inibina A durante a fase lútea. Ela também faz a inibição da liberação do FSH. 6. À medida que o corpo lúteo involui, diminui a concentração de progester ona e estradiol produzidos e também a de inibina A. Consequentemente, volta a aumentar a liberação de FSH. O ciclo do endométrio: 7. Fase proliferativa: ➔ A proliferação das células endometriais “acompanha” o aumento do estra diol no ciclo ovariano. ➔ Ocorre hipertrofia da mucosa uterina. É uma preparação do endométrio para a impla ntação do embrião. 8. Fase secretora: ➔ Ocorre durante a fase lútea do ciclo ovariano (ou seja, pelo domínio da pr ogesterona, já que houve uma queda nos níveis de estradiol quando acabou a fase folicular). ➔ Ocorre diferenciação das células do endométrio, de epiteliais para secretoras. ➔ É o tempo chamado de “janela de implantação”, onde o endométrio está mais preparado para a recepção do embrião. 9. Fase menstrual: ➔ Ocorre pela queda dos níveis de progesterona e estrógeno (porque o corpo lúteo involuiu). ➔ Durante a primeira fase dessa etapa, ocorre acúmulo de enzimas proteolíticas, o que causa proteólise e isquemia no tecido (porque as enzimas fazem vasoconstricção). Essa isquemia faz com que os capilares se rompam e haja o sangramento. ➔ Há também, na segunda metade do ciclo, liberação de prostaglandinas, o que hidroliza ainda mais o tecido.

Ciclo menstrual

UNISUL

Ginecologia

Continue navegando

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Por definição, é correto afirmar que a dismenorreia é uma dor A lancinante, localizada em hipogástrio, que ocorre em direta associação com o ciclo ...

Por definição, é correto afirmar que a dismenorreia é uma dor A lancinante, localizada em hipogástrio, que ocorre em direta associação com o ciclo ...

O conhecimento sobre o ciclo menstrual é fundamental para a prática clínica do ginecologista, pois permite compreender as alterações hormonais e os...

Sabemos que o período entre o início de uma menstruação e o início de outra é chamado de ciclo menstrual. Esse ciclo é controlado pelo aumento e di...

Outros materiais