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CRISTIANO SOBRAL mapas mentais DIREITO DO CONSUMIDOR recursos constitucionais Banco de dados O art. 43 da legislação consumerista trata do tema de banco de dados e cadastro de consumidores. São direitos dos consumidores em relação aos bancos de dados: a) o acesso (art. 43, caput); b) a informação (art. 43, § 2º); c) a retificação (art. 43, § 3º); d) a exclusão (art. 43, §§ 1º e 5º). O direito do consumidor no acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele ocorrerpá Por meio do habeas data, com fundamento no art. 5º, inciso LXXII, da CF/88. Período de permanência Art. 43, § 1º, CDC. Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos. *Súmula n. 323 do STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição da execução. Dever de comunicação da inscrição Havendo abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo sem a solicitação do consumidor, a mesma deverá ser comunicada a ele por escrito (art. 43, § 2º, CDC). *Súmula n. 359 do STJ: Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição. Súmula n. 404 do STJ: “É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros” Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público, conforme a previsão do § 4º do art. 43, do CDC. Todas as informações de que trata devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor (art. 43, § 6º, CDC) Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. inversao do onus da prova Diante da facilitação da defesa do consumidor, será permitido ao juiz realizar uma análise de critério subjetivo para se inverter o ônus da prova: Art. 6º, VIII, CDC. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.. Pode ser: Ope Legis: A inversão exposta no inc. VIII do art. 6º do CDC é a considerada ope iudicis e, por essa razão, poderá o magistrado inverter quando presentes a hipossuficiência ou a verossimilhança Ope judicis: a lei mostra outra modalidade de inversão presente nos arts. 12, § 3º, 14, § 3º, e 38, denominada de ope legis. Nessa segunda modalidade, a carga probatória já é transferida ao fornecedor. É a suspensão epiSÓdica da eficácia do ato constitutivo. O art. 28 do CDC trata do tema: Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má-administração. § 1° (VETADO). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. CDC x CC O CDC optou por adotar a Teoria Menor da Desconsideração da Personalidade Jurídica, pois com a apresentação da mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, o juiz poderá suspender a eficácia do ato constitutivo, independente de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. O CC/2002 escolheu a Teoria Maior em seu artigo 50, exigindo a prova de insolvência, o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial O CPC/15 inovou ao prever em seus arts. 133 a 137 o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O fornecedor possui diversas formas de exigir do consumidor o adimplemento da obrigação, porém, nenhuma delas poderá ser feita de forma vexatória, enxovalhando a imagem daquele que é o vulnerável. *Art. 71, CDC. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou laze. Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. Toda cobrança realizada pelo fornecedor, segundo a Lei nº 12.039/09 que introduziu o art. 42-A, CDC deverá possuir as seguintes informações: Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. O consumidor que for cobrado em quantia indevida e realizar o pagamento em excesso terá direito à devolução em dobro, salvo se o fornecedor apresentar engano justificável: Art. 42, CDC. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Formada por elementos subjetivos e objetivos: a) Subjetivos - dividem-se em duas partes: consumidor e fornecedor. b) Objetivos, referem-se à prestação em si, isto é, o produto e o serviço. Consumidor É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. (art. 2º, caput, CDC). Esse é o tipo de consumidor intitulado standard, stricto sensu ou mesmo padrão. Mas, além deste, a lei apresenta em três artigos o chamado consumidor equiparado ou por equiparação. São eles: - A coletividade de pessoas: Art. 2º, Parágrafo único, CDC. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. - As vítimas do evento danoso (vítimas bystanders): Art. 17, CDC. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. - Aquele exposto às práticas comerciais: Art. 29, CDC. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. Fornecedor É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (art. 3º, caput, CDC) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de naturezabancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (art. 3º, § 2º, CDC). Produto É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (art. 3º, § 1º, CDC) Elementos da Relacao de Consumo Artigo 6º São direitos básicos do consumidor: [...] V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Sempre que o contrato de consumo se iniciar desequilibrado pela presença de uma cláusula abusiva, o consumidor irá requerer a sua modificação em razão da presença de uma prestação desproporcional, isto é, uma lesão congênere. Contudo, se um fato superveniente acarretar o desequilíbrio na relação de consumo, o consumidor irá buscar a revisão do mesmo. Fica claro então que a primeira parte do art. 6º, inc. V, abordou a teoria da lesão consumerista, e a segunda, a teoria do rompimento da base objetiva do negócio jurídico. Modificacao de Clausulas e Revisao Artigo 6º São direitos básicos do consumidor: [...] V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Educar, orientar e informar os consumidores e fornecedores são deveres básicos para que ocorra a devida prevenção dos danos; já com relação à reparação destes, aplica-se o princípio da restitutio integrum. Assim sendo, qualquer tipo de tarifação ou mesmo tabelamento será considerado abusivo. A lei enfatiza que deverão ser reparados os danos materiais e morais, individuais, coletivos e difusos. Prevencao e Reparacao de Danos O conceito de oferta, bem como o princípio da vinculação, pode ser extraído da leitura do art. 30 do CDC e divide-se em informação e publicidade: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Caso o fornecedor não cumpra com a oferta, o consumidor poderá as seguintes medidasquais medidas: Artigo 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. O art. 32, do CDC delimita a responsabilidade para o fabricante e importador no caso da reposição de peças, enquanto não cessar a fabricação ou a importação do produto. Uma vez suspensa a fabricação ou importação das peças, elas deverão ser mantidas por um tempo de vida útil. O princípio da veracidade da oferta está intimamente ligado à boa-fé objetiva, referido no art. 31 da lei de proteção ao consumidor. Caso ocorra venda por telefone ou reembolso postal, o CDC obriga a devida identificação do fabricante ou do importador para que fique caracterizada a transparência (art. 33, CDC). A responsabilidade solidária dos fornecedores do produto ou serviço novamente é citada pela lei consumerista no art. 34, CDC. Oferta Protecao contratual Princípio da Transparência Máxima Art. 46, CDC. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Art. 6º, CDC. São direitos básicos do consumidor: (...) III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Princípio da Interpretação Mais Favorável ao Consumidor Art. 47, CDC. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. *O art. 423, do CC está em total sintonia com o mesmo, contudo esse último só poderá ser aplicado se o contrato for de adesão. Direito de arrependimento Tratado no art. 49, do CDC, é um direito potestativo do consumidor. Terá prazo de 7 (sete) dias para ele refletir se deseja ou não ficar com o produto ou serviço, independente deste mostrar vício ou não. Tal direito somente poderá ser exercido se a compra tiver sido realizada fora do estabelecimento empresarial. Uma vez exercido o arrependimento, o consumidor irá ter o direito de reaver imediatamente tudo que pagou e ainda monetariamente atualizados. Cláusulas Abusivas O rol do art. 51, do CDC é exemplificativo, ou seja, numerus apertus. Serão declaradas nulas de pleno direito as cláusulas que contrariem as normas estabelecidas na lei de proteção ao consumidor. Garantia Contratual É complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que ela consiste, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações (art. 50, CDC). *O STJ possui o seguinte entendimento: deve-se contar inicialmente com a garantia contratual e, finda a mesma, com a legal. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e seus parágrafos.
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