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Metabolismo celular: processos oxidativos e fermentativos Engenharia de Bioprocessos Universidade do Oeste de Santa Catarina Metabolismo • Conjunto de reações bioquímicas que ocorrem no organismo. Ex.: biossíntese de nucleotídeos e aminoácidos, degradação de carboidratos e ácidos graxos. Metabolismo: integração entre catabolismo e anabolismo Complexidade do Metabolismo Visão geral do metabolismo Vias centrais GLC R-5P CIT ICI ACEACA AKG FUM AcCoAmit PYRmit PYRcytOAA cytAsx PEP Thr Gly Ser 3-PG GAP ETOH E4P S-7P F-6P G-6P Ethanol Acetat Biomasse Biomasse Mitochondria Cytosol Biomasse Biomasse OAA mit AcCoAcyt DHAP v3 v2 Glycerin v4 v27 v4 v12 v13 v30 v28 v31 v14 v19 v17 v15 v16 CIT cyt ICI cyt v26 v21 Glycerin v8v9 v24v25 v23 GLYOX v33 v5 v6 v6 v29 v1 v7 v10 SUC v18 MAL v20 v22 C1 Como a energia é armazenada na célula? • Nas ligações fosfato da molécula de ATP. • ATP = Adenosina trifosfato • Armazena nas suas ligações fosfato a energia liberada na quebra do substrato. • Quando a célula precisa de energia para realizar alguma reação química, as ligações entre os fosfatos são quebradas, energia é liberada e utilizada no metabolismo celular. Processos de liberação de energia • Aeróbios: Também chamado de respiração. Ocorre com a participação do oxigênio. Ele é o aceptor final de elétrons e hidrogênios. • Anaeróbios: Também chamado de fermentação. Acontece sem a utilização de oxigênio. Os aceptores finais dependem do tipo de fermentação. • É o procedimento mais comum às células e compreende 3 etapas: 1) Glicólise e oxidação do piruvato à acetil- CoA (quando o substrato é a glicose) 2) Ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) 3) Cadeia respiratória Respiração Fermentação • É o processo de oxidação incompleta de substâncias orgânicas com liberação de energia. É realizada principalmente por microrganismos. • Existem diversos tipos de fermentação. No processo de fermentação o aceptor final de hidrogênios é o produto final. • Uma implicação é o rendimento energético inferior: nenhum aceptor alternativo apresenta potencial tão oxidante quanto O2. Tipos de fermentação e a respiração Glicose álcool etílico + CO2 + 2 ATP Fermentação Alcoólica Glicose ácido acético + CO2 + 2 ATP Fermentação Acética Glicose + O2 CO2 + H2O + 32 ATP Respiração Glicose ácido lático + 2 ATP Fermentação Lática Destino metabólico da glicose Glicose Glicogênio, amido, sacarose armazenagem Ribose-5-fosfato Piruvato oxidação pela via glicolítica oxidação pela via das pentoses fosfato Glicólise Sinônimos: - via glicolítica - via de Embden-Meyerhof-Parnas Glicólise O que é? Glicólise é a seqüência de reações que oxidam uma molécula de glicose a duas moléculas de piruvato havendo produção de energia na forma de ATP C6 H1 2 O6 Glicose glicólise 2 CH3 CCOO - Piruvato + 2 H+ O Glycolysis tem a sua origem no grego em que glyk = doce + lysis = dissolução Sua localização no mapa metabólico Glicólise Ocorre no citoplasma das células Pode ocorrer em dois meios diferentes Anaerobiose Aerobiose O produto final é piruvato que posteriormente é fermentado em ácido láctico ou etanol O produto final é o piruvato que depois, por processos posteriores à glicólise, é oxidado em CO2 e H2O Glicólise - Obtenção de energia; - Em organismos aeróbicos - primeiro passo para a oxidação completa da glicose; - Fonte de intermediários biossintéticos. Funções da glicólise Relações da glicólise com outras vias metabólicas • Enzimas e substratos comuns ao Via das Pentoses-Fosfato. • O piruvato também tem origem na degradação de alguns aminoácidos. • O glicerol é oxidado no Ciclo de Krebs passando pela Via Glicolítica. • Os carbonos da di- hidroxiacetona fosfato são utilizados na Síntese de Triacilgliceróis. Glicose para piruvato 2 fases: - gasto de ATP - geração de ATP • Fase Preparatória • Ativação ou fosforilação da glicose • 2 fosforilações • Quebra de 1 hexose em 2 trioses • ATP é investido para formar compostos com maior energia livre de hidrólise • Fase do Pagamento • Transformação do gliceraldeído-3-P em piruvato • Armazenamento da energia livre na forma de ATP • Apenas 5,2% da energia de oxidação da glicose foram liberados. O restante permanece nas moléculas de piruvato. Glicose + Consumo de 2 ATP 2 Ácidos Pirúvicos + 4 H+ + Produção de 4 ATP (2C3H4O3) 2H+ são Transportados pelo NAD passando Para o estado reduzido de NADH Obs: Consumo de 2 ATP e Produção de 4 ATP Rendimento energético: 2 ATP Fase preparatória (fase de investimento energético) Nesta primeira fase temos: - Utilização de ATP (2 Moléculas) - Formação de duas moléculas de triose-P: dihidroxicetona fosfato e gliceraldeído 3-P Fase de pagamento (fase de geração de energia) Nesta segunda fase temos: -Formação de ATP -Oxidação da molécula do gliceraldeído-3-P -Redução do NAD+ -Formação de piruvato • A necessidade glicolítica varia de acordo com os diferentes estados fisiológicos • Há uma ativa degradação deste açúcar após uma refeição rica em carboidratos, assim como uma acentuada redução durante o jejum. • Deste modo, o grau de conversão de glicose para o piruvato é regulado, por forma a satisfazer as necessidades celulares Controle da Glicólise Reação líquida Glicólise Glicose + 2 ADP + 2 Pi + 2 NAD + 2 Piruvato + 2 ATP + 2 NADH + 2 H+ + 2 H2O Outros substratos para a glicólise Oxidação do Piruvato O piruvato pode seguir dois caminhos diferentes após a sua formação, dependendo das conduções do meio: ➢ Em condições anaeróbias: Formam-se produtos de fermentação (etanol e CO2 no caso da fermentação alcoólica; ácido láctico na fermentação láctica) ➢Em condições aeróbias: Forma-se o acetil-CoA que vai entrar no Ciclo de Krebs Esquema Geral Piruvato + NAD + CoA Acetil-CoA + NADH + H + CO2 I. O piruvato entra na mitocôndria associado ao transportador do piruvato II. Vai então ser oxidativamente descarboxilado por ação de um complexo multienzimático (piruvato desidrogenase) associado à membrana interna da mitocôndria Etapas da oxidação do piruvato (em condições aeróbias) Enzimas Intervenientes (complexo piruvato desidrogenase) E1 – Piruvato desidrogenase – que contém a tiamina pirofosfato E2 – Dihidrolipoil transacetilase – que tem o ácido lipóico ligado covalentemente à cadeia lateral de um resíduo de lisina E3 – Dihidrolipoil desidrogenase – que tem uma flavoproteína (FAD) ( 4 coenzimas: TPP, CoA, NAD+ e FAD e o grupo prostético ácido lipóico) Transformações Ocorridas I. O piruvato começa por ser descarboxilado pela piruvato desidrogenase, formando-se o hidroxietil mantendo-se ligado a tiamina pirofosfato II. O hidroxietil, posteriormente, vai reagir com a lipoamida oxidada (grupo prostético da dihidrolipoil transcetilase), originando o acetil lipoamida III. Este último, reagirá com a coenzima-A para constituir a acetil-coenzima A IV. O ácido lipóico é reoxidado pela dihidrolipoil desidrogenase Etapas gerais da oxidação do piruvato (em condições anaeróbias) Fermentação GLICÓLISE Piruvato Acetil-CoA CADEIA RESPIRATÓRIA CICLO DE KREBS Acetaldeído Etanol C2H5OH Ácido acético CH3COOH Ácido lático C2H4OHCOOH Sem O2 Sem O2O2 CO2 2NADH 2NAD+ 2NAD+ 2NADH NADH NAD+ Acetobactériasleveduras Lactobacilos músculos Fermentação alcoólica A levedura e outros microrganismos fermentam a glicose em etanol e CO2. Equação geral Glicose + 2ADP + 2Pi 2 etanol + 2CO2 + 2ATP + 2H2O A piruvato descarboxilase está presente nas leveduras de cervejaria e padaria. O CO2 produzido na descarboxilação de piruvato pelas leveduras de cervejaria é o responsávelpela carbonatação característica das bebidas alcoólicas. Na panificação, o CO2 liberado provoca o aumento de volume da massa panificada. Está ausente nos tecidos de animais vertebrados Está presente em organismos que sintetizam o álcool • O Ciclo de Krebs (assim denominado em homenagem ao bioquímico alemão Hans Krebs que estabeleceu, em 1937, as sequências de reações a partir de estudos preliminares), também chamado Ciclo do Ácido Tricarboxílico ou Ciclo do Ácido Cítrico, é a mais importante via metabólica celular. Ocorre sob a regência de enzimas mitocondriais, em condições de aerobiose, após a descarboxilação oxidativa do piruvato a acetil-CoA, após o final da glicólise. Ciclo de Krebs Ciclo do Ácido Cítrico (1) A oxidação de ácidos graxos, glicose e alguns aminoácidos libera acetil-CoA (2) A oxidação dos grupos acetil ocorre através do Ciclo do Ácido Cítrico onde são retirados e- (3) Os e- transportados por NADH e FADH2 são introduzidos na cadeia transportadora de e-. O fluxo de e- fornece energia para a síntese de ATP Catabolismo de proteínas, lipídios e carboidratos: 3 estágios da respiração celular O Ciclo de Krebs está associado a uma cadeia respiratória, ou seja, um complexo de compostos transportadores de prótons (H+) e elétrons (e-) que consomem o oxigênio (O2) absorvido por mecanismos respiratórios, sintetizando H2O e gerando ATPs através de um processo de fosforilação oxidativa. Cadeia Respiratória A acetil-CoA também é originária da degradação de ácidos graxos (β-oxidação) a partir da mobilização dos triglicerídeos armazenados no tecido adiposo e também de alguns dos aminoácidos originários da degradação das proteínas (alanina, cisteína, glicina, serina, isoleucina, leucina, lisina e fenilalanina). Corpos cetônicos também podem ser degradados em acetil-CoA e aproveitados pelos músculos e neurônios. Acetil-CoA O Ciclo de Krebs inicia-se com a união de uma molécula de acetil-CoA (2C) com uma de oxalacetato (4C) gerando o citrato (6C) que possui três carboxilas. O Ciclo de Krebs pode ser dividido em oito etapas consecutivas: Ciclo de Krebs Ciclo de Krebs ▪ O Ciclo de Krebs libera os 2C iniciais como CO2, regenerando a molécula de oxalacetato, reiniciando o ciclo. ▪ Durante esta regeneração, são produzidos 4 substratos altamente energético derivados das reações de desidrogenação: 3 NADH e 1 FADH2, além de 1 ATP no nível dos substratos. Ciclo de Krebs ▪ O Ciclo de Krebs utilizando poucas moléculas do substrato oxalacetato pode converter uma quantidade enorme de acetil-CoA já que no final do ciclo, o oxalacetato se regenera e possibilita o a captação de nova molécula de acetil-CoA. ▪ Desta forma, qualquer biomolécula que ao ser degradada forneça acetil-CoA (p.ex.: glicose, ácidos graxos, certos aminoácidos, etanol, ácido acético) é potencial “combustível” mitocondrial para a formação de ATP pelo Ciclo de Krebs. Ciclo de Krebs A acetil-CoA disponível na mitocôndria possui vários destinos metabólicos, além do Ciclo de Krebs. Dentre eles os principais são: 1) dar início à síntese de ácidos graxos pela ação da enzima ácido graxo sintase (estimulada pela insulina); 2) duas moléculas podem condensar-se originando os corpos cetônicos; 3) pode ser incorporada, através de uma série de reações enzimáticas, em um núcleo ciclo-pentano-perhidro- fenantreno, indo sintetizar o colesterol. 4) pode ser requerida para a síntese dos aminoácidos cetogênicos. Controle do Ciclo de Krebs Fosforilação Oxidativa A energia liberada pelos elétrons, durante passagem destes pelos componentes da cadeia respiratória, é usada para a formação de um gradiente eletroquímico de prótons H+. Forma de Síntese de ATP Citoplasma Interior da mitocôndria Balanço Energético da Respiração
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