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A ARTE E SUAS LINGUAGENS

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A ARTE E SUAS 
LINGUAGENS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRÉA M. GIANNICO DE ARAÚJO VIANA CONSOLINO 
ELIANA DE CÁSSIA V. DE CARVALHO SALGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ARTE E SUAS LINGUAGENS 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora da Universidade de Taubaté 
EDUNITAU 
2017 
 
 
 
Copyright©2017. Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof. Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto 
Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto (interino) 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. Mario Celso Peloggia (interino) 
Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia 
Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lucia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti 
Coordenação Geral EaD Profa. Dra. Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa. Ma. Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação de Tecnologias de Informação e Comunicação Wagner Barboza Bertini 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico 
Diagramação 
Autor 
 Profa. Ma. Ely Soares do Nascimento 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Me. Benedito Fulvio Manfredini 
Bruna Paula de Oliveira Silva 
Andréa M. Giannico de Araújo Viana Consolino 
Eliana de Cássia V. de Carvalho Salgado 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432 – Centro 
Taubaté – São Paulo. CEP:12.020-270 
Central de Atendimento: 0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 
 
 
 
Polo São Bento do Sapucaí 
 Avenida Marechal Deodoro, 605 – Jardim Santa Clara 
Taubaté – São Paulo. CEP: 12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12) 3621-1530 
Secretaria: (12) 3622-6050 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av. Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
EMEF Cel. Ribeiro da Luz. Av. Dr. Rubião Júnior, 416 – São Bento do 
Sapucaí – CEP: 12490-000 
Tel.:(12) 3971-1230 
e-mail: polosaobento@ead.unitau.com.br 
Horário de atendimento: das 18h às 21h (de segunda a sexta-feira) / das 8h 
às 12h (aos sábados). 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU 
C755a Consolino, Andréa M. Giannico de Araújo Viana 
 A arte e suas linguagens. /Andréa M. Giannico de Araújo Viana Consolino; Eliana de Cássia 
 V. de Carvalho Salgado. Taubaté: UNITAU, 2017 
 106f. : il. 
 
 ISBN: 978-85-9561-008-8 
 Bibliografia 
 
 1. Artes visuais. 2. Linguagens híbridas. 
 I. Salgado, Eliana de Cássia V. de Carvalho II. Universidade de Taubaté. III. Título 
mailto:polosaobento@ead.unitau.com.br
 
 
 
1 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar certo, 
carece de relações saudáveis, tanto de ordem 
afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais diversificadas 
atividades humanas. Afinal, a obtenção de 
conhecimentos é o nosso diferencial de 
conquista frente a universo tão competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a orientações 
de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Prefácio 
 
Neste livro-texto, apresentamos a Arte – considerada como uma das mais antigas 
manifestações culturais da humanidade – e a variedade de Linguagens que vêm sendo 
utilizadas pelo homem para expressá-la. 
As Artes são importantes na escola, porque desempenham um relevante papel na 
formação integral do aluno, uma vez que têm o poder de transformar o estudante por meio 
da magia, da fantasia, da descoberta e da aventura, permitindo e estimulando o 
desenvolvimento da sensibilidade e da criatividade da criança, desde a mais tenra idade. 
Tendo em vista que os PCN preconizam que as aulas de Artes devem contemplar 
atividades que envolvam quatro linguagens: música, teatro, dança e artes visuais, o 
principal objetivo do estudo desenvolvido ao longo do presente livro e da disciplina 
homônima é o de propiciar aos participantes do curso, futuros professores de Artes, um 
conhecimento mais abrangente acerca das Linguagens da Arte, a fim de que possam 
refletir sobre as diferentes linguagens e suas possibilidades de aprendizagem nos 
processos educativos, compreendendo os elementos que estruturam e organizam as áreas 
da arte, suas linguagens e sua relação com a sociedade contemporânea; conhecendo as 
linguagens artísticas e refletir sobre suas especificidades; investigando as linguagens 
artísticas e suas potencialidades na pesquisa e na prática do educador. 
 
Bons estudos e sucesso! 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
5 
 
Sobre o autor 
 
ANDRÉA MARIA GIANNICO DE ARAUJO VIANA CONSOLINO: é graduada em 
Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas e Música, pela Faculdade Santa 
Cecília de Pindamonhangaba. É especialista em Didática do Ensino Superior pela 
Faculdade Santa Cecília de Pindamonhangaba e mestre em Desenvolvimento Humano 
pela Universidade de Taubaté. Foi curadora da Galeria Tangará vinculada à Faculdade 
Santa Cecília, em Pindamonhangaba. Foi professora do ensino superior na licenciatura 
em Educação Artística, com habilitação em Artes Visuais e Música, e do bacharelado em 
Música na Faculdade Santa Cecília de Pindamonhangaba. Atualmente atua como Docente 
de Apoio no curso de licenciatura em Artes Visuais, na modalidade a distância, da 
Universidade de Taubaté. Foi Coordenadora do setor de Tecnologia de Informação e 
Comunicação e agora é Supervisora Pedagógica das salas virtuais da EAD/Unitau. 
 
ELIANA DE CÁSSIA VIEIRA DE CARVALHO SALGADO: licenciada em 
Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Faculdade Santa Cecília de 
Pindamonhangaba; mestre em Desenvolvimento Humano: políticas e práticassociais pela 
Universidade de Taubaté (UNITAU). Professora efetiva da Rede Estadual do Estado de 
São Paulo, na cidade de Pindamonhangaba. É Coordenadora do Curso de Artes Visuais e 
Docente de Apoio no curso de Licenciatura em Artes Visuais, na modalidade a distância, 
da Universidade de Taubaté. Atua na área de artes visuais e educação, com ênfase nos 
temas: linguagens da Arte, práticas de ensino e formação docente. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
7 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros( as) alunos( as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com 
profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência 
adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de 
mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada 
especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das Unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
 
 
8 
 
 
 
 
9 
 
Sumário 
 
Palavra do Reitor .............................................................................................................. 1 
Prefácio ............................................................................................................................. 3 
Sobre o autor ..................................................................................................................... 5 
Caros(as) alunos(as) ......................................................................................................... 7 
Ementa ............................................................................................................................ 11 
Objetivos ......................................................................................................................... 12 
Unidade 1 Conceituando Arte .................................................................................... 15 
1.1 O que é Arte? ............................................................................................................ 16 
1.2 Importância da arte na formação do ser humano ...................................................... 20 
1.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 24 
1.4 Para saber mais ......................................................................................................... 25 
1.5 Atividades ................................................................................................................. 25 
Unidade 2 As Linguagens da Arte ............................................................................. 27 
2.1 Artes visuais ............................................................................................................. 30 
2.2 Música ...................................................................................................................... 38 
2.3 Teatro ........................................................................................................................ 54 
2.4 Dança ........................................................................................................................ 59 
2.5 Linguagens híbridas .................................................................................................. 63 
2.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 67 
2.7 Para saber mais ......................................................................................................... 67 
2.8 Atividades ................................................................................................................. 69 
 
 
 
10 
 
Unidade 3 Dialogando com as Linguagens ................................................................ 71 
3.1 Dialogando com outras linguagens artísticas ........................................................... 71 
3.2 Dialogando com outras disciplinas ........................................................................... 74 
3.3 Dialogando com os temas transversais ..................................................................... 77 
3.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 78 
3.5 Para saber mais ......................................................................................................... 78 
3.6 Atividades ................................................................................................................. 79 
Unidade 4 As Áreas da Arte e Educação ................................................................... 81 
4.1 Relação com a escola ................................................................................................ 83 
4.2 O papel do educador ................................................................................................. 86 
4.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 93 
4.4 Para saber mais ......................................................................................................... 94 
4.5 Atividades ................................................................................................................. 95 
Referências ..................................................................................................................... 99 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
A ARTE E SUAS 
LINGUAGENS 
 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
EMENTA 
 
 
 
Significados e papéis da arte; definições e abrangências do termo 
arte. Experiências e vivências das diferentes linguagens artísticas e 
suas possibilidades de diálogo com as outras disciplinas do curso. A 
arte como princípio educativo. Organização curricular a partir dos 
conteúdos estruturantes que constituem uma identidade para a 
disciplina de Arte e possibilitam uma prática pedagógica que articula 
as quatro áreas da Arte: artes visuais, teatro, dança e música. 
 
 
 
12 
 
Objetivo Geral 
 
Este livro-texto tem por objetivo geral propiciar aos participantes do curso um 
conhecimento mais abrangente acerca das Linguagens da Arte, para que possam 
refletir sobre as diferentes linguagens e suas possibilidades de aprendizagem nos 
processos educativos.Obj eti vos 
 
Objetivos Específicos 
 
• Compreender os elementos que estruturam e organizam as áreas da arte, 
suas linguagens e sua relação com a sociedade contemporânea; 
• Conhecer as linguagens artísticas e refletir sobre suas especificidades; 
• Investigar as linguagens artísticas e suas potencialidades na pesquisa e 
na prática do educador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Introdução 
 
A arte pode ser encontrada em diferentes lugares, tempos e contextos. Podemos percebê-
la se estivermos atentos para ver, ouvir e sentir o que pode acontecer ao mesmo tempo. 
Somos seres contemporâneos e percebemos as novas linguagens por onde passamos, 
basta um olhar mais apurado. Também somos seres tecnológicos; vivemos em um mundo 
com grande diversidade de imagens, sons, gestos, movimentos e palavras. Houve uma 
época em que não estávamos acostumados a tudo isso, mas hoje essas manifestações 
fazem parte do nosso cotidiano. E, mesmo assim, ainda nos perguntamos: qual a razão 
disso tudo? 
Pode ser que o homem necessite de uma resposta para tudo o que percebe a sua volta. 
Interpretar as criações, ações e manifestações requer um diálogo com as leituras do 
mundo e suas diversas linguagens. Dar sentido e significados às coisas talvez possa 
responder a alguns desses questionamentos. 
Assim, na Unidade 1 desse livro-texto, abordaremos as definições de arte, suas linguagens 
e seus significados. A arte se constitui por algo muito especial, pois a atribuição de 
significados está atrelada a sua forma sensível de apresentação e é inseparável dela. 
Na Unidade 2, vamos apresentar as linguagens artísticas como as artes visuais, a música, 
a dança, o teatro, além das linguagens híbridas, como a performance e o happning, mas 
primeiramente vamos entender o que é linguagem. 
Na Unidade 3, veremos que as linguagens se misturam, são interdisciplinares, híbridas, 
isto é, dialogam entre si. A arte, pela sua própria natureza, tem o privilégio de conseguir 
transitar por outras áreas de conhecimento, assim como pelos temas transversais 
propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1997). 
 
 
 
14 
 
Por fim, na Unidade 4, abordaremos os conhecimentos pertinentes à arte aplicados em 
suas diferentes linguagens, as quais devem ser investigadas e vivenciadas como produto 
da cultura, e compreendidas de maneira ampla, a fim de que se percebam os modos de 
produção, percepção e significação de sua trajetória, relacionando-os com a sociedade 
contemporânea; esses conhecimentos devem permear toda a Educação Básica. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
15 
 
Unidade 1 
Unidade 1Conceituando Arte 
 
A função da arte não é a de passar por portas abertas, mas a 
de abrir portas fechadas (FISCHER apud MORAIS, 2002, p. 
38). 
Ininterruptamente o ser humano confere significados ao mundo por meio de uma 
atividade para a qual damos o nome genérico de leitura. Não lemos apenas os textos 
escritos, mas lemos igualmente outros tipos, como os não verbais. A partir do momento 
em que começamos a estabelecer relações entre as situações que nos são impostas pela 
nossa realidade e a nossa atuação frente a elas, na tentativa de compreendê-las e resolvê-
las, também passamos a conferir significados. A arte se constitui em um texto muito 
especial, pois, no que refere a ela, a atribuição de sentidos está presa a sua forma sensível 
de apresentação e é inseparável dela; a leitura se torna real quando estabelecemos essas 
relações. 
Na medida em que a arte é uma linguagem universal e integradora, compõe uma 
oportunidade para uma compreensão mais abrangente da própria leitura, no sentido de 
criar uma conexão entre o mundo pessoal interno e a realidade externa concreta. Essa 
transformação não ocorre apenas quando se frui das linguagens artísticas, mas estende-se 
a todas as áreas do conhecimento. 
Desenvolver a capacidade de entender as linguagens da arte talvez seja, no nosso dia a 
dia, o maior desafio. Vivemos em um mundo carregado de informações visuais, auditivas, 
táteis e olfativas, e nem sempre temos consciência disso. Por conta da correria cotidiana, 
deixamos, muitas vezes, de usar ou até mesmo de trabalhar nossa sensibilidade, mas com 
a arte temos essa oportunidade, pois essa é uma das suas funções. Não podemos nos deixar 
absorver por todas essas informações sem, ao menos, refletir sobre elas. 
 
 
 
16 
 
As diferentes linguagens da arte representam um dispositivo para uma aprendizagem 
totalizadora e integradora, possibilitando um desenvolvimento não fragmentado do 
conhecimento e do ser humano ao potencializar caminhos criativos. 
 
1.1 O que é Arte? 
 
Poucos fenômenos são tão difíceis de definir quanto a arte. Uma das razões dessa 
dificuldade provém do fato de que a arte é uma produção histórica. Isso significa que não 
existe uma definição universal que dê conta de todas as variações da criação artística no 
tempo e no espaço (SANTAELLA apud FERRARI, 2015, p. 282). 
Como a arte está intimamente vinculada a seu tempo, não podemos afirmar que ela se 
esgote em um único sentido ou função. 
Segundo o Dicionário Houaiss (s. d.), a palavra arte se define assim: 
Produção consciente de obras, formas ou objetos, voltada para 
expressão da subjetividade humana, os nossos sentimentos e 
opiniões, assim como para retratar as nossas experiências, transmitir 
informações e semear beleza, divertimento e reflexão. [...] usa-se 
para referir o talento, a contribuição própria da inteligência e da 
sensibilidade de um artista. [...] obra humana, de funções práticas ou 
mágicas, e posteriormente considerada bela, sugestiva (HOUAISS, 
s. d.). 
Segundo Buoro (2009), conceituar arte não é fácil; a autora pontua que aquele que a 
realiza ou a estuda muitas vezes tem dela uma concepção, mesmo inconsciente. Luigi 
Pareyson, escritor, estudioso da arte em seu livro Os problemas da Estética, 1989, agrupa 
as definições de arte encontradas na história do pensamento ocidental em três vertentes 
principais, que predominam alternadamente em diferentes períodos da história. 
Arte como Fazer, como Conhecer e como Exprimir. Olhando por essa perspectiva, “o 
autor teoriza uma estética da formatividade, segundo a qual a atividade artística consiste 
propriamente no formar, isto é, exatamente num executar, produzir e realizar, que é, ao 
 
 
17 
 
mesmo tempo, inventar, figurar, descobrir” (PAREYSON, 1989, p. 32, apud BUORO, 
2009, p. 25). 
A autora entende a arte como produto do embate vital entre homem/mundo, e considera 
que, por meio dela, o homem faz sua própria interpretação, construindo forma ao mesmo 
tempo em que se descobre, inventa, representa e conhece. 
Segundo Ferraz e Fusari (2010): 
A arte é uma das mais inquietantes e eloquentes produções do 
homem. Arte como técnica, lazer, derivativo existencial, processo 
intuitivo, genialidade, comunicação, expressão, são variantes do 
conhecimento arte que fazem parte de nosso universo conceitual, 
estreitamente ligado ao sentimento de humanidade (FERRAZ, 2010, 
p. 101). 
 
Considera-se a arte uma linguagem universal. Linguagem artística que vem 
atravessando séculos e milênios, fronteiras geográficas e culturas das mais diversas, 
preservando significados para os que viverão amanhã. A arte pode ser considerada uma 
linguagem natural do ser humano. Usamos todo o potencial dessa linguagem para nos 
comunicarmos com espontaneidade. São sempre as formas não verbais da comunicação 
artística que constituem o motivo concreto da arte ser tão acessível e não exigir a erudição 
das pessoas para ser entendida. O que ela exige é inteligência e sensibilidade sempre. A 
arte continua sendo uma necessidade para os homens, caminho essencial de conhecimento 
e realização de vida. Ostrower (2009) completa afirmando que a arte é a linguagem 
natural da humanidade e representa um caminho de conhecimento da realidade humana. 
SegundoOstrower (2009): 
As formas de arte representam a única via de acesso a este mundo 
interior de sentimentos, reflexões e valores de vida, a única maneira 
de expressá-los e também de comunicá-los aos outros. E sempre as 
pessoas entenderam perfeitamente o que lhes fora comunicado 
através da arte (OSTROWER, 2009, p. 25). 
 
 
 
 
18 
 
Segundo Coli (2007, p. 64), “é importante ter em mente que a ideia de arte não é própria 
a todas as culturas e que cada povo possui uma maneira muito peculiar de concebê-la”. 
A arte é o reflexo da cultura e da história, possibilitando ao homem expressar ideias, 
emoções, percepções e sensações. Como criação humana, ela se manifesta e se modifica 
em diferentes contextos socioculturais. A arte evolui com o tempo e em cada época, 
assim, de acordo com o contexto histórico, observa-se uma tendência a certo estilo. Ao 
longo da história, criamos diferentes formas de fazer arte, que são mantidas pelo contexto 
em que o homem se encontra e fundamentam identidades sociais. 
Para Ferrari (2015), a arte esteve presente na história da humanidade desde os primórdios 
dos tempos na forma de ofício, quando as pessoas desenhavam e confeccionavam seus 
materiais de trabalho. Esse conhecimento tornou-se parte da cultura de todos os povos 
porque foi transmitido de pessoa para pessoa. 
A arte trata das ideias e ideologias de culturas e etnias; assim a história da humanidade se 
faz mais compreensível em sua forma de manifestação, seja para representar a realidade 
ou simplesmente criar novas formas de se perceber a realidade. 
Aranha (2013) escreve que, do ponto de vista da antropologia, o termo cultura refere-se 
a tudo o que o ser humano faz, pensa, imagina, inventa, porque ele é um ser cultural. O 
homem não é capaz somente de viver conduzido por seus instintos, ele é levado a idealizar 
e construir ferramentas que possam auxiliá-lo a viver melhor, a sobreviver e desenvolver 
sua humanidade. 
A forma como nos relacionamos com a arte está sempre em mudança. O papel da arte não 
é o mesmo em cada época, lugar ou cultura. 
A arte nos faz perceber e expandir aquilo que somos porque passamos a observar o mundo 
e a nós mesmos sob diferentes prismas. Ela aguça nossa sensibilidade: ensina a ter nítida 
percepção dos estímulos que provêm dos nossos sentidos e a relacioná-los com nossos 
conhecimentos, lembranças e vivências, possibilitando a compreensão do mundo em que 
vivemos. “A arte, enfim, é uma ocasião de prazer porque nos oferece a compreensão 
profunda do mundo e de nós mesmos” (ARANHA, 2013, p. 345). 
 
 
19 
 
Costa (2004) afirma que, para alguns autores, a arte é a descoberta da intencionalidade 
artística da ação humana e dos princípios formais por meio dos quais ela se expressa e se 
torna comunicável. 
Alguns estudiosos escreveram que a arte é o conceito que engloba todas as criações 
realizadas pelo ser humano para expressar uma visão sensível do mundo, seja este real ou 
fruto da imaginação. Para esse fim, várias abordagens e recursos podem ser utilizados: 
pintura, escultura, desenho, cinema, teatro, dança, música, arquitetura, dentre outros. 
Segundo Vygotsky (2009), a arte é uma forma de expressão da linguagem, fazendo a 
mediação do homem com o mundo e servindo como instrumento de transformação e de 
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. A arte pode elucidar o 
pensamento, ajudando o homem a construir seu espaço interior e a consciência de si. 
Lowenfeld e Brittain (1970) pontuam que a interação é importante, pois a criança gosta 
de imitar o que o adulto faz, ela percebe seus gestos e ações e tenta reproduzir, seu 
interesse é pela ação e não pelo que o adulto está fazendo. Sendo assim, é fundamental o 
incentivo, tanto da família como da escola, para que haja essa convivência. Para os 
autores, “a arte pode contribuir imensamente para esse desenvolvimento, pois é na 
interação entre a criança e seu meio que se inicia a aprendizagem” (p. 115). 
As manifestações da arte são inerentes ao homem; elas têm o seu espaço, que foi 
conquistado por sua autonomia. Como Elliot Eisner pontua: “existem quatro coisas 
principais que as pessoas fazem com a arte. Elas veem arte. Elas entendem o lugar da arte 
na cultura, através dos tempos. Elas fazem julgamentos sobre suas qualidades. Elas fazem 
arte” (BARBOSA, 2008, p. 84). 
Segundo Brasil (2011), a arte é uma linguagem de potência inquestionável que ousa e se 
aventura a falar de acontecimentos e percepções da vida pela voz de fazedores de práticas 
artísticas, sejam ou não artistas. 
 
 
 
 
20 
 
1.2 Importância da arte na formação do ser humano 
 
Segundo Frenda, Guzmão e Bozzano (2013), a arte está presente em todas as sociedades 
humanas. O fascínio pela arte e pela estética é um dos elementos que nos identifica como 
espécie. Essas manifestações podem ser muito peculiares, mas dificilmente conseguirão 
isolar-se completamente do seu contexto cultural e social. Em muitos grupos humanos, a 
arte se manifesta por meio de uma estética propositalmente coletiva, que representa a 
identidade e valores culturais daquela sociedade. Sendo assim, pontua-se que a arte pode 
ser estudada por meio da concepção dos conhecimentos das diversas áreas: filosofia, 
história, sociologia, antropologia entre outras. Nenhuma delas, de fato, consegue analisar 
a arte livremente. Todas as áreas citadas acabam se relacionando, por conta da 
complexidade que envolve as manifestações humanas. No Brasil, há um conjunto de 
diferentes culturas, porquanto o processo de colonização ocorrido aqui impôs a arte e a 
cultura de origem europeia. Isso não impediu a preservação de outras culturas ancestrais, 
como a indígena e a africana, que estão enraizadas em nossa formação cultural. Mesmo 
sabendo dessa presença, muitos brasileiros desconhecem essas culturas, ou as percebem 
simplesmente de um jeito estereotipado. 
A arte apresenta diferentes funções em cada sociedade. Ela pode contar histórias, educar, 
provocar reflexões; pode representar a realidade ou pode criticá-la; ser manifestação do 
artista, do sonho, da imaginação ou do fervor religioso; ou pode também não ter função 
alguma, ela mesma se basta. Ao entrar em contato com o público, a arte pode também 
gerar interpretações diferentes das que seriam as pretensões do artista. De forma geral, as 
manifestações artísticas possuem em comum o caráter estético. 
A arte manifesta-se por linguagens e é criada a partir de preocupações sociais, de 
sentimentos, de emoções, do que alguns chamam de inspiração e de ideias, a arte é feita 
pelos seres humanos desde sempre (FRENDA, GUSMÃO, BOZZANO, 2013). 
Ao pesquisar a história, descobrimo-nos criadores, tendo esse poder gerador dentro de 
nós, pronto para ser acessado e, assim, conceber nosso tempo segundo as nossas próprias 
potencialidades criativas (PEIXOTO, 2008). Portanto, quando o homem cria, ele 
 
 
21 
 
representa a expressão de uma cultura e de sentimentos, uma interpretação, um 
conhecimento do mundo, resultando em expressões imaginativas, provenientes de 
sínteses emocionais e cognitivas. 
Contudo hoje podemos dizer que uma das funções da arte é refletir a sociedade. Porém a 
arte é mais que um espelho da realidade, ela também é produtora dessa realidade. Ao 
longo dos tempos, criamos diferentes modos de fazer arte, por razões diversas. 
A forma como a arte se manifesta pode ser considerada estilo. Dentro de cada linguagem 
da arte, existem diversos estilos. 
Segundo Martins (2010), a arte é uma forma de criação de linguagens: linguagem visual, 
linguagem musical, linguagem do teatro, linguagem da dança e linguagem 
cinematográfica, entre outras. 
As linguagens artísticas possibilitam, de uma forma singular, a reflexão do homem, ou 
seja, é a reflexão/reflexo do seu existir no mundo. Quando o homem trabalha as 
linguagens da arte, seu coração e sua mente atuam juntos em poética intimidade.Há 
muitas linguagens dentro das linguagens artísticas que se movem, conectam-se, 
articulam-se e se transformam reciprocamente. Por ser inventada e produzida por meio 
de renovações, na linguagem da arte, tudo vira linguagem, tudo se transforma em signo, 
seja o suporte nas artes visuais; ou o corpo, no teatro. Por isso, na composição da 
linguagem da arte, do seu sistema sígnico, o homem induz ao extremo sua capacidade de 
inventar e ler signos com fins artístico-estéticos. 
Segundo Martins (2010), é na escolha de: 
operar e manejar a linguagem das cores, dos sons, do movimento, 
dos cheiros, das formas e do corpo humano para fins artístico-
estéticos que o homem realiza a alquimia maior de criador: a 
linguagem da arte (MARTINS, 2010, p. 35). 
 
É importante destacar que cada estudante compreenderá a arte de maneira diferente, já 
que a experiência e as vivências são singulares. A cada momento em que os estudantes 
conectarem o conhecimento prévio, com experiências e novas informações, um 
 
 
 
22 
 
conhecimento é construído ou aprimorado. O resultado de tais associações pode ser o 
desenvolvimento da criatividade. Nesse sentido, o ensino da arte na educação deve 
considerar os conhecimentos que cada sujeito traz consigo para dentro da sala de aula e 
utilizá-la como parte do processo. 
Segundo Martins (2010), a arte sempre esteve presente por meio de suas diversas 
representações de natureza estética, as quais são adequadas aos valores de cada época, no 
desenvolvimento dos contextos histórico e sociocultural da humanidade. Tais 
representações acabavam sendo tomadas como elementos de fundação para a explicação 
de um determinado padrão de beleza, para o momento ao qual estavam relacionadas. 
O homem vem ao mundo com singularidades culturais, psicológicas e sociais, o que 
possibilita fazer ligações com a natureza e com o mundo. Sendo a arte parte essencial 
desse movimento, proporciona a representação e interpretação do mundo, pelas quais são 
desenvolvidas habilidades de seleção, classificação, identificação, entre outras 
indispensáveis para organização humana (BUORO, 2009). 
É evidente a importância da arte no desenvolvimento do ser humano como forma de 
expressão e de linguagem. Os Referenciais Curriculares Nacionais – RCN (BRASIL, 
1998) – enfatizam o papel da disciplina de Arte na educação, considerando-a 
conhecimento indispensável à criança. 
A arte deve ser concebida como uma das mais relevantes formas de expressão humana, 
principalmente para as crianças; assim, é imprescindível refletir sobre a prática 
pedagógica, de modo a valorizar as diferentes formas de expressão possibilitadas pelas 
atividades artísticas, considerando seus aspectos distintos, determinados nos RCN 
(BRASIL, 1998), a apreciação, o fazer artístico e a reflexão; ou seja, o conhecimento 
sobre as obras e sua produção, e a reflexão sobre o que foi aprendido por parte dos 
educandos. 
Faz-se necessário evidenciar a importância da arte e das suas linguagens no processo de 
construção da identidade, no desenvolvimento da autonomia e na possibilidade de auxílio 
na formação do indivíduo integral. 
 
 
23 
 
Fischer (1983) define a arte, como substituto da vida, dessa forma: 
[...] a arte como meio de colocar o homem em estado de equilíbrio 
com o mundo que o rodeia – eis uma ideia que contém em si o 
reconhecimento parcial da natureza da arte e da sua necessidade. E 
já que não se pode esperar um permanente equilíbrio entre o homem 
e o mundo que o cerca mesmo na sociedade mais desenvolvida, a 
ideia sugere também que a arte não só foi necessária no passado 
como o continuará a ser sempre (FISCHER, 1983, p. 9). 
 
Segundo Fischer (1983), a arte surgiu com os primórdios da humanidade, mostrando-se 
com suas primeiras ações, particularmente por meio do trabalho, condição necessária para 
a subsistência, a partir do qual o homem utiliza a natureza, transformando-a. 
As pinturas rupestres caracterizavam as primeiras formas de ação e demonstravam que o 
homem da caverna, naquele tempo, já se interessava em se expressar de maneira diferente. 
A arte é, para o homem, a possibilidade de manifestação de seus sentimentos mais 
complexos, projetando por meio de formas, linhas, cores, sons, gestos e ritmos uma nova 
percepção da realidade. Assim, formas, cores, sons, movimentos e até mesmo recursos 
tecnológicos, em constante desenvolvimento, servem de base para o início de 
manifestações como o desenho, a pintura, a música, a dança, os quais foram mudando sua 
forma de apresentação e complexidade à medida que as civilizações se desenvolveram, 
sendo ainda contempladas por outras expressões, tais como a escultura, o teatro e, 
posteriormente, o cinema. 
Ao fazer arte, o homem cria, mas seu objeto artístico nem sempre condiz com a realidade 
ou com a representação da realidade por ele vivida, e sim com o modo como as coisas 
devem ou podem ser, segundo sua visão ou desejo. Assim, a função da arte e o seu valor 
para o homem estão na representação simbólica do mundo humano. 
Ferraz e Fusari (2009) afirmam que são vários os estilos representados por meio da arte 
pela sociedade, não sendo iguais a todas elas, pois cada uma apresenta seus próprios 
valores, sejam eles morais, religiosos e artísticos; cada região tem sua cultura; sendo 
assim, a arte se manifesta de acordo com elas . 
 
 
 
24 
 
A arte influencia ações em uma sociedade, pois é possível afirmar que a cultura é a base 
da formação do homem; por meio dela ele fala, pensa, reflete e realiza muitas coisas. 
Segundo os PCN (1997), conhecendo a arte de outras culturas, o homem poderá perceber 
a relatividade dos valores onde estão enraizados seus modos de pensar e agir, conceber 
um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura à 
riqueza e à diversidade da imaginação humana. Outrossim, torna-se capaz de perceber 
sua realidade cotidiana mais profundamente, reconhecendo objetos e formas que estão à 
sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura, criando 
condições para uma melhor qualidade de vida. 
Pode-se citar como exemplo a forma como o homem se manifesta ao utilizar as letras das 
músicas, pinturas, representações em uma apresentação teatral e, por que não, nos dias de 
hoje, ao fazer uso da tecnologia. A arte tem um papel fundamental no diálogo do homem 
com o mundo que o cerca. 
O mundo passa constantemente por diversas mudanças, mas, na história recente da 
humanidade, nenhuma mudança foi tão transformadora quanto os avanços tecnológicos 
das últimas décadas. 
Internet, Wi-fi, redes socais – essas são apenas algumas das tecnologias criadas nos 
últimos anos que se tornaram praticamente indispensáveis na vida de milhares de pessoas 
em todo o mundo. 
 
 
 
1.3 Síntese da Unidade 
 
Nesta Unidade, apresentamos o que é arte. Segundo alguns estudiosos e autores, a arte é 
inerente ao ser humano. Discutimos também qual a importância da arte na formação do 
ser humano e as manifestações artísticas, as quais são criadas a partir das preocupações 
sociais. 
 
 
25 
 
1.4 Para saber mais 
 
 
Livros 
• Arte na Educação Escolar, das autoras Maria F. de Rezende e Fusari. Como 
saber arte? Como ser professor de arte? Esse livro visa contribuir para que o 
educador de arte possa organizar um trabalho com fundamentação teórico-
metodológica. 
• A Educação nas Múltiplas Linguagens das Artes, da autora Carol de Kácia. 
Esse livro reúne reflexões de variadas manifestações artísticas e suas diversas 
possibilidades em sala de aula, na perspectiva de ampliar o repertório de práticas 
de educadores, bem como relatar significativas experiências. Os autores 
transitaram entre teorias e práticas, discutindo temas ligados às linguagens da arte. 
• A Necessidade da Arte, do autor Ernst Fischer. 
A leitura desse livro nos faz refletir sobre o porquê fazemos arte e utilizamosdiferentes linguagens para nos expressar. São questionamentos sobre os quais vale 
a pena pensar e compartilhar com nossos alunos. 
 
1.5 Atividades 
 
Para aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo dessa Unidade, sugerimos a 
realização destas atividades: 
Atividade 1 - Selecione várias frases que definam “o que é arte”. 
Sugira que os alunos formem grupos para que se possa fazer uma roda de conversa sobre 
esse conceito. Distribua as frases entre eles, marque um tempo e depois permita que todos 
os grupos, cada um representado por um aluno, emitam suas opiniões. Vale lembrar que 
 
 
 
26 
 
nem sempre o que um grupo pontuar é o que o outro acredita ser o correto. Você deverá 
ser o mediador desse conhecimento, assim as informações serão significativas e 
possibilitarão o início de outra conversa. 
Atividade 2 – Trabalhando com temas. 
Converse com seus alunos sobre a importância da arte na formação do ser humano. 
Explique que, ao fazer arte, o homem cria. Sugira que eles pontuem o que têm em casa 
que possa representar a arte. Após essa conversa, convide-os a trazerem esses objetos para 
mostrar aos colegas em outro encontro, que poderá ser na próxima aula. Se o objeto não 
puder ser levado para a sala de aula, dê a sugestão de fotografarem. Certamente, esse será 
um momento de reflexão que poderá ser compartilhado. 
 
 
27 
 
Unidade 2 
Unidade 2 .As Linguagens da Arte 
 
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de 
ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes 
vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, 
porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, 
contudo, não se afastam da vida – umas porque usam de fórmulas 
visíveis e, portanto, vitais, outras porque vivem da mesma vida 
humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um 
romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance 
dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de 
sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém 
fala em verso. (FERNANDO PESSOA, 1982) 
 
Na Unidade anterior, você conheceu os conceitos de arte e, nesta Unidade, vai estudar as 
linguagens da arte. Primeiramente vamos entender o que é linguagem. O homem pré-
histórico já utilizava vários tipos de linguagem para se comunicar, como demonstram as 
pinturas rupestres, e para expressar seu pensamento, sua cultura e sentimento, com 
desenhos, esculturas, danças e ritmos musicais. Portanto a linguagem sempre esteve 
presente na vida do ser humano. 
Segundo Martins (2010, p. 32), “a linguagem é a forma essencial da nossa experiência no 
mundo e, consequentemente, reflete nosso modo de estar no mundo. Por isso é que toda 
linguagem é um sistema de representação pelo qual olhamos, agimos e nos tornamos 
conscientes da realidade”. A linguagem da arte está por toda parte, em todos cantos do 
mundo. Não apenas em museus ou espaços culturais. Não conseguimos viver sem som, 
sem imagem ou dança. 
 
 
 
28 
 
O homem sempre teve necessidade de comunicar suas ideias e sentimentos de diversas 
formas, isto é, por sinais, gestos, signos, escrita, fala e códigos, e por meio de diferentes 
linguagens, como a verbal e não verbal. 
A linguagem verbal utiliza a palavra para se comunicar. É por ela que expressamos 
nossas ideias e sentimentos. Como exemplo, temos a fala e a escrita no teatro 
(encontramos os textos e os roteiros, entre outros). Segundo Fiorin: 
A linguagem verbal é, então, a matéria do pensamento e o veículo 
da comunicação social. Assim como não há sociedade sem 
linguagem, não há linguagem sem comunicação. Tudo o que se 
produz como linguagem ocorre em sociedade, para ser comunicado, 
e, como tal, constitui uma realidade material que se relaciona com o 
que lhe é exterior, com o que existe independentemente da 
linguagem (FIORIN, 2006, p. 6). 
 
A linguagem não verbal utiliza outros códigos (simbologia), que não fazem parte da 
palavra e da escrita, como a dança, os gestos, o corpo, as cores, os desenhos, a música, as 
imagens, a escultura, isto é, lança mão de signos visuais e sensoriais. 
 
Segundo Martins (2010), toda e qualquer linguagem é instrumento para recortar, 
categorizar e perceber o mundo. Sendo assim, para Lévy (1996) é também: 
Um instrumento com o qual os seres humanos podem se desligar 
parcialmente da experiência corrente e recordar, evocar, imaginar, 
jogar, simular. Assim, eles decolam para outros lugares, outros 
momentos e outros mundos. Não devemos esses poderes às línguas, 
mas igualmente às linguagens plásticas, visuais, musicais, 
matemáticas, etc. Quanto mais as linguagens se enriquecem e se 
estendem, maiores são as possibilidades de simular, imaginar, fazer 
imaginar um alhures ou uma alteridade (LEVY, 1996, p. 72). 
 
Toda linguagem é uma forma de comunicação e interação com o outro. 
 
 
29 
 
Vamos conhecer também as linguagens visuais (ou artísticas) que são formadas por 
muitas outras linguagens. A arte tem características próprias, as quais se manifestam de 
diversas formas ou estilos, e possui uma linguagem bem particular, isto é, seu próprio 
meio de se comunicar e de se “expressar”. 
 
 
 
 
 
Para Bakhtin: 
Expressão é tudo aquilo que, tendo se formado e determinado de 
alguma maneira no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se 
objetivamente para outrem com a ajuda de algum código de signos 
exteriores. A expressão comporta, portanto, duas facetas: o conteúdo 
(interior) e sua objetivação exterior para outrem (ou também para si 
mesmo) (BAKHTIN, 2002, p. 111). 
 
A arte, sendo uma manifestação da linguagem, possui códigos e signos que são 
interpretados e/ou reconhecidos pelo público, quando ouvimos uma música, apreciamos 
um quadro, assistimos a um espetáculo de dança ou teatro. É pela linguagem que 
identificamos a cultura de um povo. 
Segundo Martins (2010, p. 35), “a arte é uma forma de criação de linguagens – a 
linguagem visual (artes visuais), a linguagem musical, a linguagem do teatro, a linguagem 
da dança, a linguagem cinematográfica, entre outras”. Essas linguagens são 
manifestações artísticas que fazem o homem pensar, sentir e criar. 
Existem ainda outras linguagens, como a formal (uso da escrita e do desenho, entre 
outros), a natural (uso da voz e do gesto, entre outros), a oral ou gestual (comunicação 
“Linguagem artística é constituída de conteúdo e forma, ou seja, é uma 
trama de signos emitidos voluntariamente para transmitir conteúdo. Esses 
signos podem ser verbais, no caso de obras escritas, cantadas ou faladas, e 
não-verbais, no caso de dança, pintura, escultura, desenho e algumas obras 
musicais e dramáticas” (RIZZALTI, MENDES, GODOY, 2002, p. 53). 
 
 
 
 
30 
 
por sinal) e as audiovisuais (televisão e cinema, entre outros), apenas para elencar 
algumas. O importante é fazer uso das linguagens para nos comunicar. 
Agora que entendemos o que é linguagem e quais são as linguagens da arte, iremos 
conhecer algumas delas. 
 
2.1 Artes visuais 
 
As artes visuais são manifestações artísticas que envolvem o sentido da visão, como a 
pintura, a escultura, o desenho, a gravura e a fotografia, entre outras (FRENDA, 
GUSMÃO, BOZZANO, 2013). Pais et al. (2000) completam que elas também expressam 
mensagens, sensações, da mesma forma que a língua falada, gestual ou escrita. 
Desde a pré-história, as técnicas de artes visuais já existem, com a utilização de elementos 
bi e tridimensionais (duas e três dimensões). Além de serem consideradas manifestações 
artísticas, elas também são uma manifestação natural, pois expressam sentimentos. 
2.1.1 Elementos da linguagem visual 
A linguagem visual se expressa por intermédio de 
elementos visuais que, combinados entre si, formam 
imagens. Aqui iremos apresentar apenas os 
elementos básicos, mas existem outros, como 
espaço, plano, movimento, escala, perspectiva, 
simetria, equilíbrio,proporção, dimensão, que 
podem contribuir para a análise de uma obra de arte. 
Muitas obras podem conter alguns desses elementos 
ou a maioria deles. 
Figura 2.1: Pontilhismo – Um 
domingo de verão na ilha da 
Grande Jatte, de Georges Seurat 
(imagem de domínio público). 
 
Fonte: commons.wikimedia.org. 
Acesso em: 20 jan. 2017. 
 
 
31 
 
Ponto: é o elemento mais simples da linguagem visual. Segundo Coll e Teberosky (1999), 
é o menor elemento visual, mas com ele podem-se construir imagens. 
Existe o ponto geométrico, físico, gráfico, pelos quais “podemos obter efeitos de luz e 
sombra, volume ou profundidade” (BUENO, 
2008, p. 24), como nas técnicas de pontilhismo, 
desenvolvidas no final do Impressionismo e 
muito utilizadas por Georges Seraut. Jackson 
Pollock, artista plástico – expressionista abstrato 
– também utilizou pontos em suas pinturas 
(pontos feitos com tinta respingada). Seu trabalho 
era chamado de “pintura em ação” (action paint). 
Linha: é uma sequência de pontos. Quanto à 
forma, pode ser curva, reta, quebrada, sinuosa e 
espiral, entre outras. Quanto à posição, pode ser 
horizontal, vertical, fechada, paralela ou 
inclinada. 
Nas artes visuais, a linha 
tem, por sua própria 
natureza, uma enorme 
energia. Nunca é 
estática; é o elemento 
visual inquieto e 
inquiridor do esboço. 
Onde quer que seja 
utilizada, é instrumento 
fundamental da pré-
visualização, o meio de 
apresentar, em forma 
palpável, aquilo que 
ainda não existe, a não 
ser na imaginação 
(DONDIS, 2003, p. 56). 
 
 
Figura 2.2: Banho em Asnieres, de 
Georges Serat. 
 
Fonte:commons.wikimedia.org/wiki
/File:Baigneurs_a_Asnieres.jpg.Aces
so em: 25 fev. 2017. 
Figura 2.3: O Grito, de Edvard 
Munch (1893). 
 
Fonte:commons.wikimedia.org/wiki
/File:The_Scream.jpg>. Acesso em: 
10 fev. 2017. 
 
 
Fig 2.3 O Grito – Edvard Munch (1893) 
Fonte: Imagem de Domínio Público. Disponível 
em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_S
 
 
 
32 
 
A utilização de linhas nos dá sensações diferentes, como equilíbrio, movimento, 
harmonia, medo, entre outras. Na obra O Grito, de Edvard Munch, por exemplo, as linhas 
dão a sensação de medo, agonia e desespero. Pet Mondrian, pintor holandês, usou linhas 
retas negras, horizontais e verticais para transmitir segurança e estabilidade. Van Gogh, 
pintor pós-impressionista, usou linhas curvas nas texturas de seus quadros, dando a 
sensação de movimento. 
Forma: conhecida também como superfície, possui três formas básicas: quadrado, 
círculo e triângulo. Ela pode ser bidimensional (comprimento e altura) ou tridimensional 
(comprimento, altura e profundidade), e também abstrata e figurativa. Pode possuir 
também estrutura cheia, oca, transparente ou vazada. Podemos encontrar formas básicas 
nas pinturas indígenas ou até mesmo nas obras de arte de vários períodos, como. por 
exemplo, na arte abstrata (abstracionismo) de Mondrian e de outros. 
Cor: o emprego do elemento cor é, na 
maioria das vezes, fundamental nas artes 
visuais. Desde a pré-história, o homem já 
utiliza a cor, ao extrair da natureza os 
pigmentos naturais. Foram realizados 
vários estudos sobre a cor; em um deles, o 
físico Isaac Newton desenvolveu um disco 
colorido com cores primárias que, sendo 
girado em alta velocidade, produz a cor 
branca (Disco de Newton ou Círculo 
Cromático). 
Figura 2.4: Composição em vermelho, 
amarelo, azul e preto (1926), de Piet 
Mondrian (imagem de domínio público). 
 
Fonte:commons.wikimedia.org/wiki/File:Th
e_Scream.jpg> Acesso em: 10 fev. 2017. 
 
 
Fig 2.4 Composição em vermelho, 
amarelo, azul e preto (1926). Piet 
Mondrian. (Imagem de domínio público) 
Fonte: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Piet_
Mondrian#/media/File:Piet_Mondriaan,_1
921_-
_Composition_en_rouge,_jaune,_bleu_et_
 
 
33 
 
Existe a cor primária – luz (vermelho, verde e azul) 
e a cor primária – pigmento (vermelho, azul e 
amarelo), ao misturá-las em alta velocidade resultam, 
respectivamente, a luz branca e o cinza. Este último é 
utilizado nas artes gráficas. 
As cores primárias são formadas por pigmentos 
naturais. A combinação de duas cores primárias 
resulta nas cores secundárias (verde esmeralda, 
alaranjado e violeta). A mistura de uma cor primária 
com uma secundária resulta nas cores terciárias 
(verde primavera, azul violáceo, carmim, vermelhão, 
amarelo cromo) e cria contraste com outras cores. 
Existem também as cores complementares (cores diametralmente opostas no disco de 
Newton e que são contrastantes), as análogas (cores vizinhas no disco de Newton ou 
círculo cromático) e as neutras (preto e branco, criando tons monocromáticos). Elas 
também podem causar sensações, influenciando o comportamento das pessoas. Por 
exemplo, as cores quentes (de cromo, de vermelho, de alaranjado, de violeta) podem 
tornar as pessoas alegres, ao passo que as cores frias (tons de azul, violeta e verde) podem 
fazer as pessoas mais tristes. 
A cor tem papel fundamental na natureza, no cotidiano e na nossa emoção, pois, segundo 
a psicologia das cores, cada cor pode causar uma sensação diferente no homem. 
Existem várias técnicas e materiais para o emprego da cor e cada artista faz uso da que 
mais reflete sua emoção. Em alguns períodos da história da arte, os artistas abusaram mais 
das cores, como é o caso dos impressionistas, expressionistas, abstracionistas e fauvistas. 
Muitos fazem uso de pinturas monocromáticas (tons diferentes da mesma cor) ou 
policromáticas (tons de várias cores). Picasso, por exemplo, em sua fase azul, pintou 
apenas com tons de azul e, na fase rosa, pintou em tons de rosa temas de família. 
Textura: é a qualidade de uma superfície e pode ser reconhecida tanto pelo tato como 
pela visão, ou ainda combinando ambas (DONDIS, 2003). É um recurso que os artistas 
Figura 2.5: Disco de Newton. 
Autor: Geralt. 
 
Fonte: <pixabay.com/pt/cor-
distrito-colorido-
padr%C3%A3o-455365/>. 
Acesso em: 12 fev. 2017. 
 
 
 
34 
 
utilizam para dar a sensação de maior ou menor volume às obras. Algumas podem ser 
apenas sentidas: macias, lisas, ásperas, etc. Elas podem ser desenhadas com pontos, linhas 
curvas, sinuosas, entre outros modos. Vários artistas utilizaram textura em sua obra. O 
caricaturista e pintor francês Honoré 
Daumier utilizou linhas e pontos em suas 
gravuras. Picasso também fez uso desse 
elemento em várias de suas obras. 
Outra forma de desenhar texturas é 
utilizando a técnica de Frottage (consiste em 
rabiscar, com grafite, o papel sobre uma 
superfície com textura – ex.: piso cimentado 
áspero), muito utilizada pelo pintor 
surrealista Marx Ernest. 
 
 
2.1.2 Manifestações das Artes Visuais 
No campo das artes visuais, são consideradas manifestações artísticas tradicionalmente o 
desenho, a pintura, a escultura e a gravura, mas existem outras manifestações que se 
expressam também pelas imagens visuais, como a fotografia, as artes gráficas, o cinema, 
a televisão, entre outras. 
Vamos discutir algumas das manifestações das artes visuais: 
Desenho: segundo Pereira (2007, p. 25), é “uma linha de contorno que envolve 
determinada forma”. Bueno (2008, p. 70) completa essa definição, dizendo que desenhar 
é também “utilizar a mão para executar gestos necessários para rabiscar e através de um 
objeto, que prolonga a mão, realizar os mais profundos sentimentos; transportar para o 
real algo presente apenas no pensamento”. 
Figura 2.6: Noite Estrelada, de Van 
Gogh. 
 
Fonte: <pixabay.com/en/starry-sky-van-
gogh-oil-painting-1948523/>. Acesso em: 
10 fev. 2017. 
 
 
35 
 
É uma das linguagens mais comuns de comunicação, pois mesmo quem não sabe 
desenhar consegue se expressar pelos grafismos. Existem vários tipos de desenhos: o 
figurativo, o de observação, o artístico, o técnico, o industrial, de ilustração, o cego, de 
memória, de imaginação, etc. 
Existem vários tipos de materiaise suportes para 
desenho. Como material, podemos mencionar o lápis 
grafite, lápis de cor, giz pastel, giz de cera, carvão, etc. 
Como suporte, podemos desenhar no papel, mas 
também na madeira, no tecido, etc. 
Vários artistas usam o desenho para esboçar uma obra 
e outros transformam seus croquis em obra de arte, 
como fez Michelangelo, por exemplo. 
Pintura: é uma manifestação artística existente em 
todos períodos da história da arte (desde a pré-
história) e a que mais temos contato desde criança. 
Coll e Teberosky (2002) definem pintura como a “arte 
da cor”. Assim como no desenho utilizamos o 
grafismo, na pintura utilizamos a mancha 
da cor. Existem vários tipos de suportes 
(ou superfície) para pintar. Além das 
telas, podemos usar murais, paredes, 
papéis, metais, cerâmicas e até mesmo 
suportes mais contemporâneos, como o 
computador e o próprio corpo. 
Na pintura, são utilizados temas como 
natureza morta, mitologia, retrato, 
paisagem, abstrato, temas religiosos e 
históricos, entre outros. Além disso, o 
artista faz uso de diferentes técnicas para 
Figura 2.7: Esboço de 
Michelangelo. 
 
Fonte:<commons.wikimedia.or
g/wiki/File:Michelangelo_libya
n.jpg>. Acesso em: 15 fev. 
2017. 
Figura 2.8: Cisne, pintura em aquarela 
digital. 
 
Fonte:<www.publicdomainpictures.net/view-
image.php?image=78673&picture=&jazyk=P
T>. Acessado em: 21 fev. 2017. 
 
 
 
36 
 
compor sua obra. Dentre elas, temos: pintura a óleo, pintura acrílica, pintura aquarela, 
têmpera e giz pastel, entre outras, além de técnicas mistas, como a assemblagem (técnica 
de pintura/colagem onde, pela qual se utiliza qualquer material como arte) por exemplo. 
Hoje, além das técnicas de pintura mencionadas, podemos pintar virtualmente, utilizando 
softwares específicos, como o Painter Essentials, Corel Painter, Gimp, Photoshop, entre 
outros. Com esses programas, podemos pintar com efeito de aquarela, tinta a óleo, lápis 
de cor, entre outros. Vale a pena praticar. 
Escultura: a escultura é uma linguagem visual que utiliza as três dimensões (largura, 
altura e profundidade). 
A essência da escultura consiste no fato de ser construída com 
materiais sólidos e existir em três dimensões. A maioria das outras 
formas de arte visual – pintura, desenho, artes gráficas, fotografia, 
cinema – apenas sugere as três dimensões através de uma utilização 
extremamente sofisticada da perspectiva e da luz e sombra do claro-
escuro (DONDIS, 2003, p. 189). 
As esculturas existem em diferentes formas, 
materiais (argila, pedra, bronze, ferro, cimento, 
madeira, arame, plástico, papel, materiais 
expressivos como sabão, etc.) e técnicas, em 
relevo (formas esculpidas em baixo-relevo, 
alto-relevo e pleno-relevo), entalhada (quando 
ocorre subtração de material a partir de um 
bloco de pedra ou madeira), modelada (volume 
no qual o artista dá forma à escultura, 
acrescentando material de cera, gesso, argila, 
entre outros), montada (técnica de vanguarda 
que usa materiais inusitados, como solda, cola, 
encaixe, aglomeração, etc.), vazada (utiliza a 
transformação de vários materiais, como 
fundição do cobre, estanho, etc.). 
Figura 2.9: O Pensador, de Rodin – 
escultura entalhada. 
 
Fonte: <https://pixabay.com/pt/o-
pensador-bronze-escultura-rodin-
1090226/>. Acessado em: 16 fev. 2017. 
 
 
37 
 
Gravura: “gravura é a linguagem artística que 
permite múltiplas reproduções a partir de uma 
matriz” (BUENO, 2008, p. 78). O artista entinta uma 
placa com relevos e, após pressionar fortemente, é 
reproduzida a imagem. Muitas vezes, dependendo 
da técnica, a própria matriz é a obra de arte. Essa 
técnica possui uma numeração diferente das outras, 
pois o número é colocado no canto inferior esquerdo, 
a lápis, antes de iniciar a reprodução, quer dizer, o 
gravador define quantas cópias vai tirar. Não existe 
número mínimo ou máximo de cópias, contudo 
quanto menor o número de cópias, mais valorizada 
é a obra. 
Assim como na pintura, na gravura também existem 
técnicas diferentes, que variam de acordo com o 
material da matriz, como a xilogravura (gravação em relevo usando como matriz a 
madeira), a calcogravura (gravação em relevo usando como matriz o metal), a 
linoleogravura (gravação semelhante à xilogravura, mas no linóleo – borracha), a 
monotipia (gravação de cópia única), a litogravura (gravação plana usando como matriz 
a pedra), a serigrafia (gravação por permeação), entre outras. A técnica de xilogravura é 
utilizada para ilustrar a literatura de cordel, cujo maior representante no Brasil é José 
Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges. 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais... 
Sugerimos que você assista ao filme A guerra do fogo, que aborda a experiência 
humana na transformação da natureza, por meio de três personagens pré-históricos 
que enfrentam adversidades na busca do fogo. As relações entre linguagem e 
necessidades humanas estão presentes nessa obra. 
 
 
 
 
 
Figura 2.10: Autorretrato. 
Xilogravura 
 
Fonte:<pixabay.com/pt/xilogravura-
americana-auto-retrato-1178947/>. 
Acesso em: 21 fev. 2017. 
 
 
 
38 
 
2.2 Música 
 
A música é uma linguagem artística, que usa como elemento básico a linguagem sonora, 
isto é, o som. Portanto podemos dizer que a música é a “linguagem dos sons”. Gainza 
(1988, p. 119) completa essa ideia dizendo que a linguagem musical “é aquilo que 
conseguimos conscientizar ou aprender a partir da experiência”. 
Martins e Guerra (2010, p.121) afirmam que a linguagem musical possui, além do som, 
o silêncio, ambos articulados em pensamentos musicais, “assim, compor implica 
imaginar, relacionar e organizar sons, ouvindo-os internamente”. 
Sempre escutamos que a música é uma linguagem universal, entretanto, Jeandot (1993) 
afirma que: 
O conceito de música varia de cultura para cultura. Embora a 
linguagem verbal seja um meio de comunicação e de relacionamento 
entre os povos, constatamos que ela não é universal, pois cada povo 
tem sua própria maneira de expressão através da palavra, motivo 
pelo qual há milhares de línguas espalhadas pelo globo terrestre 
(JEANDOT, 1993, p. 12). 
 
Segundo o autor, a música pode ser considerada uma linguagem universal, mas com 
muitos dialetos, que variam de cultura para cultura. Cada local tem sua maneira de tocar 
e cantar. 
Ao contrário dos pássaros, o homem constrói e cria diversos 
instrumentos para o seu fazer artístico: ferramentas diversas, de 
pincéis a formões; pianos, flautas, todos os instrumentos musicais; 
tudo isso e muito mais. Já os pássaros não criam ferramentas para as 
suas atividades: não criam instrumentos para a construção de ninhos 
e nem para o seu cantar. Seria possível argumentar que, em várias 
atividades artísticas, o homem emprega apenas os recursos do 
próprio corpo – como para cantar ou dançar. No entanto, mesmo 
nestes casos, o homem cria técnicas que utilizam distintamente o 
corpo, que de uma certa forma selecionam e aprimoram 
possibilidades da natureza, muitas vezes quase a desafiando. E essas 
técnicas de utilização do corpo estão ligadas a determinadas 
concepções de arte (PENNA, 1999, s.p.). 
 
 
39 
 
 
O som pode ser da natureza, dos instrumentos musicais, do homem, etc. Enfim, os sons 
fazem parte do nosso ambiente, do nosso cotidiano, do nosso repertório desde a pré-
história, quando homem produzia sons utilizando materiais da natureza. 
2.2.1 Som 
SOM é uma palavra que vem do latim sonus e significa a vibração de um corpo percebida 
pelos ouvidos, ou energia sob a forma de vibrações chamadas ondas sonoras [...] 
(ARTAXO, MONTEIRO, 2008, p. 15). 
O nosso ouvido é capaz de ouvir e distinguir as sonoridades que nos rodeiam de acordo 
com nossos conhecimentos desde o 
nascimento. Portanto, quanto maior o nosso 
conhecimento de sons e de música, maior será 
nossa compreensão. 
Os sons são produzidos por vibrações, que se 
propagam no ar emforma de ondas sonoras, 
captadas por nossos ouvidos. 
As vibrações podem ser irregulares ou regulares. Irregulares ou desagradáveis, quando 
produzem sons de altura indefinida, como ruídos/ barulhos: 
 
 
 
 
 
Regulares ou agradáveis, quando produzem sons de altura definida, como os sons 
musicais: 
A vibração captada pelos nossos 
ouvidos, quando ouvimos um som, 
chega até nós pelo ar. Só que não 
podemos ver essas vibrações, 
porque o ar é invisível. 
Figura 2.11: Representação da vibração do som 
 
Fonte: imagem Andréa Consolino. 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
Ao longo da história, os sons foram se modificando e evoluindo, pois os compositores 
sentiam necessidade de novas descobertas. No início, os sons eram produzidos pela voz 
humana e, aos poucos, foram introduzidos os sons dos instrumentos musicais e os de 
percussão, mas com um papel secundário. 
 Hoje, os compositores utilizam não só os sons 
da voz humana e dos instrumentos, como 
também os do cotidiano, chamados 
PAISAGEM SONORA, os quais, segundo 
Ferrari et al. (2015b), podem ser urbanos, do 
campo, da praia, entre outros, assim como 
podem ser exploradas pelo cinema, pela 
televisão, pela internet, etc. O músico Hermeto Pascoal criou músicas com sons 
produzidos por objetos do dia a dia, como garrafas, ferramentas, conservas e grunhidos 
de porcos. O compositor francês Pierre Henry utilizou o barulho de uma porta e o suspiro 
humano na sua obra chamada Variações para uma porta e um suspiro. O grupo 
Barbatuque (de São Paulo) cria música utilizando o próprio corpo como instrumento 
musical (muitas onomatopeias – reprodução de sons e ruídos naturais). Há também o 
grupo Stomp, que produz som usando vassouras, baldes, etc., e o grupo mineiro Uakti, 
que faz música com canos de P.V.C., bambu, cana, água e borracha, entre outros. 
O nosso ouvido pode identificar quatro PROPRIEDADES DO SOM (alguns autores 
também as identificam como parâmetros do som): 
Duração: é o tempo que o som permanece em nossos ouvidos, isto é, se ele é curto ou 
longo. A duração dos sons depende do tempo de vibração da fonte sonora. O resultado 
Figura 2.12: Representação da vibração do som. 
 
Fonte: imagem Andréa Consolino. 
Paisagem Sonora é um neologismo 
criado pelo compositor e professor 
Murray Schafer e abrange sons, 
ruídos e silêncios de um ambiente. 
 
 
41 
 
da vibração chama-se ressonância (é a maneira pela qual um corpo transmite as ondas 
sonoras). Na escrita musical, é representada pelas figuras rítmicas. 
Intensidade: é a força do som, isto é, a propriedade do som ser fraco, médio, forte ou 
muito forte (conhecido como volume sonoro). A intensidade é determinada pela 
amplitude, que é o tamanho da onda sonora. 
 
 
É medida em decibéis (Db) e, dependendo da intensidade, pode provocar muita dor e até 
danificar o aparelho auditivo. Uma conversa normal chega a 50 dB, uma sala de aula pode 
chegar a 70 dB, uma buzina de carro a 110 dB e a turbina de um avião a 140 dB, que é o 
limite da dor no ouvido; acima disso pode haver trauma no ouvido e consequente perda 
auditiva. 
Timbre: é também conhecido como a “cor do som”. Cada instrumento musical, pessoa 
ou objeto possui seu próprio timbre. A combinação das ondas sonoras produz o timbre. 
Ex.: Quando falamos com alguém no telefone, na maioria das vezes reconhecemos a voz 
da pessoa antes de falar seu nome. 
 
 
Altura: é a propriedade do som ser agudo ou grave (a posição do som). Quanto maior for 
a frequência de uma onda sonora (é o n. de vibrações por segundo), mais agudo é o som. 
Na música, a altura é identificada pela melodia (que constrói as canções). Os seres 
humanos captam sons graves e agudos em uma determinada faixa de vibração (fora desse 
limite não ouvem os sons). Alguns animais, como o cachorro e o morcego, podem ouvir 
os sons mais agudos (o ultrassom – para o homem passa despercebido) e os mais graves 
(o infrassom) podem ser ouvidos pelas baleias. 
 
A intensidade do som é responsável pela expressão musical. 
Timbre é a qualidade, a característica própria de cada som. 
 
 
 
42 
 
2.2.2 Elementos da música 
A composição musical é composta por três elementos: 
Melodia: é uma sequência de sons sucessivos e silêncios combinados (tons altos e baixos, 
graves e agudos, fortes e fracos, etc.) que se desenvolve num determinado espaço de 
tempo. Segundo Artaxo e Monteiro (2008, p. 25), “a melodia consiste na emissão linear 
de sons apoiados no ritmo”. 
Harmonia: é a combinação simultânea de dois ou mais sons (tocados ao mesmo tempo 
– acordes). 
Ritmo: é a parte essencial da música, intervindo naturalmente na construção da música, 
mas pode existir independente dela. É a batida do tempo de uma música. Assim como o 
relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música. É a ordem dos sons 
no tempo. 
Existem ainda os elementos formais da música que são: timbre, intensidade, altura, 
densidade e duração. 
Na música, ainda temos os CONJUNTOS MUSICAIS, que podem ser vocais e 
instrumentais, como veremos a seguir. 
2.2.3 Conjuntos vocais 
Os conjuntos vocais são grupos de pessoas que cantam em conjunto. São classificados 
pelo tipo de voz (infantil, masculinas, femininas e mistas), pela atuação, que pode ser a 
capela (puramente vocal, sem acompanhamento de instrumentos musicais) ou com 
acompanhamento de um ou mais instrumentos. Eles podem ser classificados também 
quanto à natureza: religioso (repertório religioso), erudito (repertório clássico, 
romântico, moderno), popular (repertório de músicas populares), cívico (repertório de 
hinos, canções, saudações cívicas e marchas), folclórico (música folclórica de diversos 
países) e regional (repertório de músicas eruditas, populares e folclóricas de uma região). 
Os conjuntos vocais estão divididos em pequenos e grandes conjuntos. 
 
 
43 
 
Os pequenos conjuntos podem ser: duo ou dueto, trio, quarteto, quinteto, sexteto, septeto 
e octeto, respectivamente, duas, três, quatro, cinco, seis, sete e oito pessoas. 
Os grandes conjuntos estão divididos em: 
- Canto Orfeônico: é um coral pedagógico de canto coletivo e não exige nenhum 
conhecimento musical. Surgiu na França (século XIX) e, no Brasil, tornou-se obrigatório 
em 1932, com Heitor Villa-Lobos, em todas as escolas. Para Villa-Lobos, o Canto 
Orfeônico era o meio eficaz para educação das massas, pois integrava a sociedade num 
sentimento coletivo e disciplinado de amor à pátria. Seu repertório foi baseado 
principalmente no folclore nacional, valorizando, dessa forma, as culturas dos povos. 
- Madrigal: é conhecido como pequeno coral, 
frequentemente para até 16 vozes, caracterizado 
pela execução de peças em cânones e fugato e, 
muitas vezes, como expressão de sentimentos de 
atores em cena. Foi o gênero mais importante do 
século XVI. 
- Coro: o coro é o mais antigo entre os grandes 
agentes sonoros coletivos. Vem do grego Khoros que significa dança, portanto era um 
conjunto de pessoas que dançavam, declamavam e cantavam em conjunto. Atualmente é 
um agrupamento de pessoas entoando simultaneamente uma, duas ou mais vozes (coro 
de igreja, de música erudita, etc.). 
- Coral: é um conjunto musical composto por mais de doze cantores profissionais ou não, 
que são classificados conforme o tipo de voz. O canto coral exige mais técnica vocal dos 
cantores, maiores conhecimentos de música, o repertório é mais elaborado e de execução 
mais complexa. O nome “coral” foi criado por Lutero, no século XVI. A classificação das 
vozes para a formação dos naipes (sopranos, contraltos, mezzosopranos, tenores, baixos 
e barítonos) é feita de acordo com a tessitura de cada voz. 
 
Cânone é um processo de 
composição de duas ou mais 
vozes, que não entram juntas e se 
desenvolvem de modo que 
pareçam fugir uma da outra. 
 
 
 
44 
 
2.2.4 Conjuntos instrumentais 
São grupos de diversos instrumentos reunidos, com diferentes timbres,combinando sons. 
Podem variar de dois instrumentos até uma orquestra, com mais de 100 instrumentos. A 
seguir, alguns tipos de conjuntos instrumentais. 
- Orquestra Sinfônica: conjunto de instrumentos e cordas aos quais se juntam 
instrumentos de sopro e de percussão para executar uma obra sinfônica. Atualmente, 
quando completa, atinge de 80 a 100 músicos. Possui quatro seções principais (cordas, 
sopros de madeira, sopros de metal e percussão). Os membros ficam sentados em 
semicírculos ao redor do maestro. 
- Orquestra Filarmônica: mesma formação da orquestra sinfônica. Basicamente é a 
mesma coisa, a única diferença é que a orquestra filarmônica é mantida por uma 
associação ou entidade, enquanto a sinfônica é subsidiada pelo poder público. 
- Orquestra de Cordas: não utiliza sopro ou percussão. 
- Conjunto de Câmara: também conhecida como orquestra de câmara. É para 
apresentações em pequenos ambientes, com até 30 músicos. 
- Fanfarra: é formada por instrumentos de percussão e sopros de metal. 
- Charanga: são pequenas bandas compostas, na maioria, por instrumentos de sopro e 
são muito populares nas cidades do interior. 
- Conjunto Regional: executa músicas regionais e possui acompanhamento de violão, 
cavaquinho, bandolim, etc. 
- Jazz-Band: é de origem norte-americana. É formada por bateria, piano, guitarra, 
clarineta e trompete. 
- Banda: é constituída por instrumentos de sopro e percussão (são mais fáceis de 
transportar) de acordo com o estilo musical. Existem ainda as bandas militares 
(apresentam-se em paradas cívicas e retretas). 
 
 
45 
 
- Bandas Rítmicas: são formadas, na maioria das vezes, por instrumentos de percussão, 
contribuindo para o desenvolvimento rítmico e psicomotor da criança. 
2.2.5 Instrumentos musicais 
São objetos, feitos pelo homem ou não, capazes de produzir sons para fim musical, podem 
ser convencionais (flauta, violão, piano, etc.) ou não convencionais (caixa de fósforos, 
lata de refrigerante, etc.). Eles estão classificados em: 
- Cordofones: o som é produzido por uma ou várias cordas tensas, ampliadas por uma 
caixa de ressonância. Os instrumentistas dedilham, friccionam ou percutem as cordas. É 
também conhecido como instrumento de cordas. Ex.: violino, violão, harpa, cavaquinho, 
etc. (o piano é um cordofone acionado por teclado). 
 
 
 
 
 
 
 
Aerofones: o elemento que produz o som é o ar. Entram em ação mediante o sopro 
humano, mas há também os de sopro mecânico (sanfona, acordeom, órgão, gaita de fole, 
etc.), nestes o ar é empurrado para dentro do instrumento de forma semelhante a um fole. 
São conhecidos habitualmente como instrumento de sopro. Ex.: flauta, clarinete, 
saxofone, oboé, órgão de tubos, trompete, acordeom, etc. 
 
Figura 2.13: Harpa e violino. Cordofones. 
 
Fonte: <pixabay.com/pt/>. Acesso em: 10 fev. 2017. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
- Membranofones: o som é produzido por membranas 
esticadas sobre uma caixa que amplia o som com a batida das 
mãos ou de baquetas. É conhecido como instrumento de 
percussão. Ex.: tambores, atabaques, tímpano, cuíca, Kazoo, 
entre outros. 
- Idiofones: o som é produzido pelo próprio corpo do 
instrumento batendo, sacudindo ou friccionando. É feito de 
materiais elásticos, naturalmente sonoros. Assim como os 
membranofones, é também conhecido como instrumento de 
percussão. Ex.: chocalho, reco-reco, clavas, triângulo, 
xilofone, triangulo, sino, etc. 
- Eletrofone: o som é produzido por instrumentos eletrônicos 
e somente um intérprete é capaz de controlar uma orquestra. 
É a categoria mais nova e conhecida, habitualmente, como 
instrumentos elétricos. Ex.: teclado, sintetizador e guitarras 
elétricas. 
Antes dos instrumentos serem classificados como aerofones, 
cordofones, idiofones e membranofones, existia outra classificação para eles: metais 
(trompete, trombone, trompa, tuba, eufônio, etc.), madeiras (flauta, flautim, fagote, 
clarinete), corda (percutida, friccionada e dedilhada) e percussão (de altura definida – 
Figura 2.15: Clarinete e Gaita de fole 
 
Fonte: <pixabay.com/pt/>. Acesso em: 10 fev. 2017. 
Figura 2.16: Tambor. 
Membranofone. 
 
Fonte: 
<pixabay.com/pt/>. 
Acesso em: 10 fev. 
2017. 
Figura 2.17: Guitarra 
 
Fonte: 
<pixabay.com/pt/>. 
Acesso em: 10 fev. 
2017. 
Figura 2.14: Xilofone 
 
Fonte: 
<pixabay.com/pt/>. 
Acesso em: 10 fev. 
2017. 
 
 
47 
 
tímpanos, vibrafone – e de altura indefinida – tambor, triângulo, pandeiro, etc.) utilizados 
na orquestra clássica. Existem também classificações diferentes em outros países como 
citado por Ferrari (2015b); por exemplo, na Grécia os instrumentos são divididos em 
apenas duas categorias: instrumentos animados (voz humana) e inanimados (corda, 
sopro e percussão). 
2.2.6 Gêneros musicais 
São os diferentes tipos de música em relação aos meios utilizados para sua interpretação, 
sua função ou sua procedência. Quanto ao gênero, a música pode ser: 
- Vocal: é cantada a uma ou várias vozes. Segundo Frenda et al. (2012), uma das partes 
mais usadas é a boca. Pode ser: religiosa (ladainhas), fetichista (candomblé, macumba), 
sentimental (toadas e modinhas), satírica (desafios), brejeira (lundu e embolada), trabalho 
(pregões e aboios), lírica (romances e xácaras), infantil (acalantos, cantigas de roda, etc.). 
- Instrumental: serestas, choros, valsas lentas, marchas e dobrados. 
- Sacra ou Religiosa: cultos e cerimônias religiosas. 
- Profana: sem função religiosa. 
- Incidental: música feita para dança, teatro e filmes. 
- Pura: não é utilizada para representações ou imagem. 
- Erudita: produzida por músicos com formação musical específica e popularmente 
conhecida como música clássica. Períodos medieval, renascentista, barroco, clássico, 
romântico, nacionalista, impressionista, neoclássico, expressionista, concretista, 
minimalista, etc. 
- Popular: são vários estilos e formas de música das culturas populares. Tipos: seresta, 
tango, modinha, lundu, polca, mazurca, samba, samba-canção, samba de breque, choro, 
chorinho, chorão, maxixe, frevo de rua, frevo canção, bossa-nova, jovem guarda, 
tropicália, rock, música sertaneja, música caipira, forró, rap, funk, baião, xote, jazz, 
reggae, valsa, axé, rancheira, swing, pagode, hip-hop, etc. 
 
 
 
48 
 
- Folclórica: pertence à cultura popular, é transmitida de geração em geração e é de autor 
desconhecido. Trata de quase todos os tipos de atividades humanas e muitas dessas 
canções expressam crenças religiosas ou políticas de um povo ou descrevem sua história. 
Tipos: cantigas de roda e infantil, desafio, cantos de trabalho, danças dramáticas e 
pregões. 
- Eletrônica: surgiu em 1948 sob influência do francês Pierre Schaeffer, criador da 
Musique Concréte, e passou a ser considerada um gênero musical na década de 1980. É 
um tipo de música cujo som é produzido eletronicamente. O compositor emprega 
equipamento eletrônico para produzir sons com uma determinada intensidade, altura e 
tonalidade. A música é gravada e ouvida por um ou mais amplificadores combinados. O 
compositor pode produzir sons eletrônicos empregando computadores (também chamada 
de música computacional, fundamentada na música e matemática); usam-se também 
sintetizadores para criar e combinar vários tipos de sons. Algumas sonoridades obtidas 
assemelham-se à voz humana ou, às vezes, ao som de instrumentos tradicionais. 
2.2.7 Notação musical 
Para escrever uma história, usamos palavras; para escrever uma música, usamos as notas 
musicais. A escrita musical começou na Idade Média, com a invenção do papel, mas, na 
realidade, já existiam registros desde a Pré-história (pinturas rupestres). 
Na Idade Média, a escala era lida por hexacordes (sucessão de 6 tons) e os mais 
conhecidos são os Cantos Gregorianos (música vocal monofônica cantada apenas por 
homens em uma mesma linha melódica). Mais tarde, o sistema foi aperfeiçoado e 
acrescentou-se mais uma

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