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a ocorrência de acidentes, ações que devem ser tomadas durante o acidente e ações que deverão ser realizadas após a ocorrência do acidente. Sendo assim, podemos falar em ações pré-desastres, in-desastres e pós-desastres, respectivamente. Assimile Sabe-se, então, da necessidade de segurar adequadamente dados e documentos pertencentes à empresa, assim como da saúde e da integridade dos colaboradores que exercem suas funções para ela. E os planos de contingência vêm para auxiliar as empresas quanto às ações que devem ser efetuadas em casos emergenciais. Reflita Em março de 2003, ocorreu um vazamento de 520 mil m3 de rejeitos compostos por resíduo orgânico e soda cáustica, devido ao rompimento da barragem de celulose na região de Cataguases, em Minas Gerais. Esse U2 - Procedimentos de segurança no setor industrial 109 Comentamos sobre um dos principais e maiores desastres causados por uma empresa ao ambiente, o rompimento na barragem em Mariana (MG). As ações pré-desastres são essenciais para empresas que oferecem riscos de nível elevado em caso de acidentes. Nesse contexto inúmeros fatores se esbarram como a existência dos planos de contingência, porém não são colocados em prática. Ou ainda devido às fiscalizações que devem ser mais rigorosas. As ações in-desastres são as que competem às atividades executadas durante a ocorrência do acidente. Esses tipos de ações são executados por brigadistas, membros que compõem a defesa civil etc. Grupos e órgãos responsáveis por assegurar a saúde e integridade das pessoas e do ambiente que estiverem envolvidos no desastre. Conhecida também como fase de resposta, algumas ações são necessárias, sendo essas envolvidas de acordo com as diretrizes da defesa civil (POS USCS, 2017): vazamento afetou os rios da região, causando prejuízos ao ecossistema e à população, que teve o abastecimento de água interrompido (PORTAL EBC, 2017). Se a empresa tivesse realizado ações pré-desastres de forma adequada, com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes graves, o desastre poderia ter sido evitado? Seguir o plano de contingência à risca poderia garantir à empresa uma segurança maior? Pesquise mais Uma notícia interessante sobre o que deveria ser feito para se evitar que acidentes como o de Mariana aconteçam novamente está disponível no link a seguir: CORTÊS, G.; PAES, L. Para evitar outras Marianas, é preciso revisar leis e fiscalizações. Disponível em: <http://puc-riodigital. com.puc-rio.br/Texto/Meio-Ambiente/Para-evitar-outras-Marianas%2C- e-preciso-revisar-leis-e-fiscalizacoes-27139.html#.WS2r-ZLyvIU>. Acesso em: 28 maio 2017. U2 - Procedimentos de segurança no setor industrial110 - Orientar a população. - Avaliar as condições. - Fazer acompanhamento clínico das pessoas envolvidas. - Atuar na área do desastre integralmente com as organizações envolvidas. - Localizar pessoas com doenças crônicas e providenciar tratamento. - Propiciar informações do evento às organizações e à população. As ações pós-desastres são atividades que envolvem a empresa e/ou organizações responsáveis, órgãos municipais, estatais e federais e a população. São executadas atividades a fim de retomar a segurança e o cenário anterior ao desastre causado. Compreendem as ações de recuperação e reconstrução. Exemplificando Após o acidente ocorrido em Mariana (MG), medidas socioambientais e socioeconômicas foram colocadas em andamento, por meio de um acordo entre a empresa responsável, a mineradora Samarco, a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo. Foi criado um comitê para fiscalizar e validar ações de reparação aos danos decorrentes do rompimento da barragem. Na frente socioeconômica, destacaram-se programas de reconstrução de vilas afetadas, e na socioambiental, a empresa Samarco afirmou que 670 de 800 hectares foram revegetados (CRISTINI, 2017). Desde o ano de 2005, após o tsunami que atingiu a Ásia, foi assinado, na ONU, o Protocolo de Marco de Ação de Hyogo (MAH). Esse protocolo garante que os 168 países integrantes da ONU se comprometam a estimular a Redução de Risco de Desastre (RRD). As nações se comprometeram em aplicar três objetivos estratégicos (DEFESA CIVIL, 2014): U2 - Procedimentos de segurança no setor industrial 111 - Integrar a RRD em suas políticas e no planejamento do desenvolvimento sustentável. - Aumentar a resiliência diante de ameaças que possam surgir por meio do desenvolvimento ou fortalecimento das organizações. - Incorporar sistematicamente o enfoque para redução de riscos na implementação de programas de preparação, atenção e recuperação de desastres. Para que pudessem alcançar esses objetivos estratégicos estabelecidos, algumas prioridades foram determinadas: - Priorizar a redução dos riscos e desastres. - Identificar, avaliar e observar atentamente e aproximadamente os riscos dos desastres. - Melhorar os alertas previamente. - Criar uma cultura de segurança em todos os níveis por meio da inovação do conhecimento etc. - Mitigar os fatores fundamentais dos riscos. - Fortalecer a preparação em desastres para uma resposta eficaz. Lições aprendidas Com todas essas ações, podemos, agora, falar sobre lições aprendidas. Todas as medidas que são desenvolvidas pós- desastres são utilizadas como aprendizado, para que eles possam ser evitados. Sendo assim, podem compor as ações de prevenção. Dessa forma, concluímos que os planos de contingência, as ações que são executadas previamente, durante e posteriormente ao desastre, são peças fundamentais para compor as lições aprendidas da organização. Por meio delas as organizações poderão se readaptar, se readequar, se renovar mediante pontos que eram falhos e U2 - Procedimentos de segurança no setor industrial112 que, indesejavelmente, ocasionaram desastres ambientais. E, consequentemente, os riscos e as ameaças existentes vão sendo amenizados. Sem medo de errar De acordo com os estudos realizados nesta seção, você pôde identificar quais são os elementos que devem compor um plano de contingência adequado às empresas. Sendo assim, vamos ajudar João a identificar quais são os itens que faltam no plano de contingência da empresa. O plano existente é composto por objetivo, hipóteses acidentais, ações de resposta e matrizes de ações de emergência. Para que se torne um plano completo, é essencial que sejam inseridos os seguintes itens: - Definições e siglas: devem ser estabelecidos alguns conceitos, como acidente, anormalidade, causa, dano, emergência, equipamentos de proteção individual etc. Em relação às siglas utilizadas, deverão ser colocados os seus significados no plano de contingência. Deverá ser elaborada para a Totivits Ltda. uma lista com todos os conceitos que serão utilizados em todo o plano de contingência, dos quais os colaboradores deverão ter conhecimento para compreensão adequada. - Estrutura do plano: local em que é colocado, por meio de tópicos, os itens que compõem o plano de contingência. Nesse item, deverá ser inserida uma lista com os elementos que compõem o plano de contingência: 1 – Objetivo. 2 – Definições e siglas. 3 – Estrutura do plano. 4 – Caracterização das instalações. U2 - Procedimentos de segurança no setor industrial 113 5 – Hipóteses acidentais. 6 – Estrutura organizacional. 7 – Acionamento do plano. 8 – Ações de resposta. 9 – Matrizes de ação de emergência. 10 – Recursos humanos e materiais. 11 – Divulgação, implantação e interação do plano. 12 – Manutenção do plano. - Caracterização das instalações: devem ser expostas as características das instalações da empresa, como prédio administrativo, almoxarifado etc, como também especificar a localização da empresa; A Totivits Ltda. possui as seguintes