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Simulado MPU Pós-edital - Analista - COM gabarito

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Prévia do material em texto

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO CONCURSO PÚBLICO 2018
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO.
CADERNO DE PROVA OBJETIVA
1 Ao receber este caderno de provas, confira inicialmente se os seus dados pessoais e os dados referentes 
ao cargo ao qual você concorre, transcritos acima, estão corretos e coincidem com o que está registrado na 
sua folha de respostas. Confira, também, o seu nome em cada página numerada do seu caderno de provas. 
Em seguida, verifique se ele contém a quantidade de itens indicada em sua folha de respostas, correspondentes à 
prova objetiva. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência quanto aos seus 
dados pessoais ou aos dados do cargo ao qual você concorre, solicite ao fiscal de sala mais próximo que tome as 
providências cabíveis, pois não serão aceitas reclamações posteriores nesse sentido.
2 Quando autorizado pelo chefe de sala, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de 
respostas, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase:
"É o seu esforço contínuo e determinado que quebra a resistência e vence os obstáculos." 
(Gabriel Granjeiro)
Conforme previs to em edital, o descumprimento dessa instrução implicará a anulação da sua prova e a sua elimi-
nação do concurso.
3 Durante a realização das provas, não se comunique com outros candidatos nem se levante sem autorização de 
fiscal de sala.
4 Não serão distribuídas folhas suplementares para rascunho.
5 Na duração das provas, está incluído o tempo destinado à identificação – que será feita no decorrer da prova – e 
ao preenchimento da folha de respostas.
6 Ao terminar as provas, chame o fiscal de sala mais próximo, devolva-lhe a sua folha de respostas e deixe o local 
de prova.
7 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou na folha de 
respostas, poderá implicar a anulação da sua prova.
OBSERVAÇÕES:
Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital.
É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
0(XX) 64 3448-0100
www.cespe.unb.br | sac@cebraspe.org.br
CARGO 1:
NÍVEL SUPERIOR
ESPECIALIDADE:
DIREITO
ANALISTA DO MPU
2
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
TEXTO 1
1 Até meados do século XIX, a classe que trafica 
adquire bens para convertê-los em lucro e bene-
fício. Daí em diante, ela será outra. Um traço para 
distinguir as duas fases já foi lembrado: o despertar
5 do entorpecimento que lhe causava a predomi-
nância social da classe proprietária, por sua vez, 
na cúpula, recoberta pelo estamento dos que 
mandam, governam e dirigem a política. Mas 
que não haja equívoco: o arrastar na sombra 
10 denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da 
composição de estrangeiros entre seus membros 
e do tipo de negócios a que se dedicava, sobre-
tudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia 
à importância econômica ou à eficiência no trato 
15 do sistema. Era ela a categoria dinâmica da eco-
nomia, a que lhe dava impulso à energia, finan-
ciando a produção, com o fornecimento de crédito 
e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o 
café ao comércio mundial, polo diretor, em última 
20 instância, da economia nacional, dependente de 
flutuação de centros de decisões fora do país. 
 � De outro lado, comunicava às cidades e ao cam-
po a modernização, de nível europeu, de merca-
dorias, e, por via delas, de costumes, modas e 
25 hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não 
lhe faltava atividade, vibração nervosa e ener-
gia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se 
ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, 
não raro, em oposição de estilos de vida, mas em 
30 íntima compreensão, além da zona dos salões e 
dos palácios, aos interesses materiais. Assim é 
que, antes de 1850, a arquitetura política, carac-
terizada no centralismo, servia mais ao grupo dos 
negociantes, comissários, traficantes de escravos,
• De acordo com o comando a que cada um dos itens a seguir se refira, marque, na folha de respostas, 
para cada item: o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado 
com o código E, caso julgue o item ERRADO. A ausência de marcação ou a marcação de ambos os 
campos não serão apenadas, ou seja, não receberão pontuação negativa. Para as devidas marcações, 
use a folha de respostas, único documento válido para a correção das suas provas.
• Nos itens que avaliam noções de informática, a menos que seja explicitamente informado o contrário, 
considere que todos os programas mencionados estão em configuração-padrão, em português, e que 
não há restrições de proteção, de funcionamento e de uso em relação aos programas, arquivos, diretó-
rios, recursos e equipamentos mencionados.
• Sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas conforme a significação asso-
ciada a cada uma delas, da seguinte forma: ADC = ação declaratória de constitucionalidade; ADPF = 
arguição de descumprimento de preceito fundamental; CF = Constituição Federal de 1988; CLT = Con-
solidação das Leis do Trabalho; CNMP = Conselho Nacional do Ministério Público; CPC = Código de 
Processo Civil; MP = Ministério Público; MPDFT = Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios; 
MPT = Ministério Público do Trabalho; MPU = Ministério Público da União; OAB = Ordem dos Advogados 
do Brasil; STF = Supremo Tribunal Federal; STJ = Superior Tribunal de Justiça; TST = Tribunal Superior 
do Trabalho.
35 importadores e exportadores, do que aos isola-
dos produtores e fazendeiros. Servia-a, também, 
a estabilidade monetária, quebrada de maneira 
grave com a agitação de fazendeiros e especula-
dores industriais no fim do império. 
40 Houve um momento em que ela — a classe lucra-
tiva — se emancipou, passou a viver de seu próprio 
impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços 
secundários de outra classe, detentora de maior 
expressão social, ou do estrato monopolizador
45 do prestígio político. Sobe uma classe e dentro 
dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. 
Individualmente, é o momento da crise — o 
homem escolhe o seu caminho, desdenhando 
o curso batido e frequentado. Socialmente, toda
50 uma camada quer os bens da vida, materiais e 
ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos 
como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, 
conquista títulos de nobreza e cadeiras no par-
lamento. Foi neste momento que a surpreendeu 
55 Machado de Assis, mal visto por ela por força de seu 
preconceito, nutrido de tradição. No seu sarcasmo, 
ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo 
que cresce a sua frente, transformando a socie-
dade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância
60 e indignação. O dinheiro, avassalando os negó-
cios, invade as consciências, infundindo torpeza 
em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes 
e valores. 
Raymundo Faoro. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: 
Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Com-
panhia Editora Nacional, 1974. p. 226 (com adaptações)
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos 
do texto 1, julgue os itens a seguir.
1 De acordo com o texto, além do exercício da di-
reção do poder político, à classe proprietária ca-
CONHECIMENTOS BÁSICOS
3Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
bia dinamizar a economia, relegando à sombra a 
classe sustentada pelo tráfico.
2 Para o autor, Machado de Assis capta, em sua 
literatura, o período de decadência social da clas-
se empresarial, representando-lhe a “queda de 
escrúpulos, virtudes e valores” (l. 62-63).
3 Na frase “o arrastar na sombra denunciava-lhe 
prestígionegativo” (l. 9-10), a substituição do pro-
nome oblíquo “lhe” por a ela prejudicaria o senti-
do original do texto.
4 Os termos “categoria dinâmica” (l. 15), “classe 
lucrativa” (l. 40-41) e “O empresário” (l. 52) são 
expressões usadas para construir referências re-
lativas a um mesmo campo semântico.
5 No período “Sobe uma classe e dentro dela ele-
vam-se muitos aspirantes a essa camada” (l. 45-
46), os termos “uma classe” e “muitos aspirantes 
a essa camada” exercem função de sujeito nas 
orações em que se inserem.
6 A correção gramatical e os sentidos do texto 
seriam preservados caso o trecho “ligava-se ao 
estrato dirigente, o estamento, com repulsa” (l. 
27-28) fosse reescrito da seguinte forma: relacio-
nava-se com a camada que estava no poder, à 
corte, com aversão.
7 No trecho “toda uma camada quer os bens da 
vida” (l. 49-50), o artigo indefinido foi empregado 
como item de realce, razão por que sua elimina-
ção não prejudicaria a correção gramatical nem o 
sentido original do texto.
8 Nas expressões “seu preconceito” (l. 55-56) e 
“seu sarcasmo” (l. 56), o pronome possessivo re-
mete a referentes distintos.
9 No trecho “comunicava às cidades e ao campo a 
modernização” (l. 22-23), a inserção da preposi-
ção “sobre” logo após a palavra “campo” preser-
varia a correção gramatical do texto, visto que o 
verbo comunicar admite dupla regência.
10 Nas linhas 57 e 58, a inserção de acento grave 
indicativo de crase em “um mundo que cresce a 
sua frente”, ficando “à sua frente”, preservaria a 
correção e o sentido do texto.
11 Em “momento que a surpreendeu Machado de 
Assis” (l. 54-55), a palavra “que” é pronome re-
lativo e introduz oração subordinada adjetiva ex-
plicativa.
12 Em “a que lhe dava impulso à energia” (l. 16), 
a colocação enclítica do pronome “lhe” à forma 
verbal “dava” acarretaria prejuízo à correção gra-
matical do período.
13 Na linha 27, a palavra “pulsar” pertence à classe 
dos verbos.
TEXTO 2 
1 Nenhuma ação educativa pode prescindir de 
uma reflexão sobre o homem e de uma análise 
sobre suas condições culturais. Não há educação 
fora das sociedades humanas e não há homens 
5 isolados. O homem é um ser de raízes espaço-
-temporais. De forma que ele é, na expressão 
feliz de Marcel, um ser “situado e temporalizado”. 
A instrumentação da educação — algo mais que 
a simples preparação de quadros técnicos para 
10 responder às necessidades de desenvolvimento 
de uma área — depende da harmonia que se con-
siga entre a vocação ontológica desse “ser situ-
ado e temporalizado” e as condições especiais 
dessa temporalidade e dessa situacionalidade.
15 Se a vocação ontológica do homem é a de ser 
sujeito e não objeto, ele só poderá desenvolvê-
-la se, refletindo sobre suas condições espaço-
-temporais, introduzir-se nelas de maneira crí-
tica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua
20 situacionalidade, sobre seu enraizamento espaço-
-temporal, mais “emergirá” dela conscientemente 
“carregado” de compromisso com sua realidade, da 
qual, porque é sujeito, não deve ser simples espec-
tador, mas na qual deve intervir cada vez mais.
Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1979, p. 61 (com adaptações).
Julgue os itens seguintes, referentes às ideias e a 
aspectos linguísticos do texto 2. 
14 O termo “prescindir”, no primeiro período do tex-
to, tem acepção de abster-se, abdicar.
15 No último período do texto, o pronome relativo 
preposicionado “na qual” completa o sentido de 
“intervir” e retoma o termo “sua realidade”.
16 No segundo período do texto, a forma verbal “há”, 
em suas duas ocorrências (l. 2-3), tem sentido de 
existir e poderia ser substituída por existe, sem 
prejuízo da correção gramatical do texto.
17 No primeiro parágrafo, a substituição dos traves-
sões por parênteses (l. 8 e 11) manteria a corre-
ção gramatical e o sentido original do texto.
18 O trecho “porque é sujeito” (l. 23) poderia, sem 
4
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
prejuízo à coerência do texto, ser substituído por 
para ser sujeito.
19 Segundo o texto, a educação deve considerar 
não apenas o homem, mas também o contexto 
em que ele vive, levando-o a refletir sobre sua re-
alidade e atuar sobre ela na condição de sujeito.
20 Preservando-se a correção e os sentidos do tex-
to, o trecho “Quanto mais for levado a refletir so-
bre sua situacionalidade, .... realidade” (l. 19-22) 
poderia ser assim reescrito: Na medida em que 
é levado a refletir acerca de sua situacionalidade, 
de seu enraizamento espaço-temporal, o homem 
dela emerge carregado, com consciência, de 
compromisso com sua realidade.
Considerando o disposto na Lei Brasileira de 
Inclusão, julgue o item a seguir.
21 A concepção e a implantação de projetos que tra-
tem do meio físico, de transporte, de informação 
e comunicação, inclusive de sistemas e tecnolo-
gias da informação e comunicação, e de outros 
serviços, equipamentos e instalações abertos ao 
público, de uso público ou privado de uso coleti-
vo, tanto na zona urbana como na rural, devem 
atender aos princípios da tecnologia assistiva, 
tendo como referência as normas de acessibili-
dade. Esta é uma regra de caráter geral.
22 O poder público deve promover a participação da 
pessoa com deficiência em atividades artísticas, in-
telectuais, culturais, esportivas e recreativas, com 
vistas ao seu protagonismo. Para tanto, é neces-
sário assegurar a participação da pessoa com de-
ficiência em jogos e atividades recreativas, espor-
tivas, de lazer, culturais e artísticas, em condições 
diferenciadas, por meio das políticas afirmativas.
23 À pessoa com deficiência internada ou em obser-
vação é assegurado o direito a acompanhante ou 
a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti-
tuição de saúde proporcionar condições adequa-
das para sua permanência em tempo integral. Na 
impossibilidade de permanência do acompanhan-
te ou do atendente pessoal junto à pessoa com 
deficiência, cabe ao profissional de saúde respon-
sável pelo tratamento justificá-la por escrito.
24 É obrigatório, nos estabelecimentos de ensino 
fundamental e médio, públicos e privados, o es-
tudo de história geral da África e de história da 
população negra do Brasil.
25 Considerando o que dispõe o Estatuto da Igual-
dade Racial sobre os crimes resultantes de dis-
criminação ou preconceito, considera-se atípica, 
na esfera penal, a conduta do agente público 
que, por motivo de discriminação de procedência 
nacional, obste o acesso de alguém a cargo em 
órgão público.
26 É inconstitucional a avaliação realizada por ban-
ca examinadora de concurso público sobre a pre-
sença de características fenotípicas negras para 
a inclusão do candidato na relação de aprovados 
nas vagas reservadas às cotas para negros, con-
forme entendimento do STF no julgamento da 
ADPF 186/DF.
27 Tendo em vista o disposto no artigo 1º , IV, da 
Lei n. 12.288/2010, segundo o qual considera-se 
população negra "o conjunto de pessoas que se 
autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesi-
to cor ou raça usado pela Fundação Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que 
adotam autodefinição análoga", não é lícito à uma 
Comissão da Universidade excluir o candidato do 
concurso vestibular, ou, ainda, cancelar sua ma-
trícula por não considerá-lo como pertencente ao 
grupo racial negro, invalidando a sua autodecla-
ração.
Sobre ética geral, ética no serviço público e à luz 
do Decreto n. 1.171/1994, julgue os itens abaixo.
28 A ética deontológica estabelece regras necessá-
rias ao desempenho de determinado grupo a que 
se destina.
29 Marcelo, servidor público concursado, ainda em 
estágio probatório, ausentou-se do trabalho, sem 
justificativa,por 32 dias consecutivos. No caso 
em tela, o servidor público poderá receber a pe-
nalidade de censura e demissão pela comissão 
de ética, desde que garantido o contraditório e a 
ampla defesa.
30 Marcos, servidor público estável, em uma situa-
ção de emergência médica da mãe, solicitou ao 
motorista do Órgão em que trabalha que a levas-
se ao hospital mais próximo. A intenção de Mar-
cos, ao fazer o pedido, foi evitar a formação de 
longas filas que sua ausência causaria.
Nesse caso, diante da boa intenção do servidor, 
não há desvio ético, pois a situação era emergen-
cial e plenamente justificável. 
À luz da Portaria n. 98/2017, julgue o item abaixo.
31 Colaborador terceirizado lotado na Escola Supe-
rior do Ministério Público deverá seguir as deter-
minações previstas no Código de Ética do MPU.
5Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
Com base na Lei n. 8.112/1990 e na Constituição, 
julgue os itens a seguir.
32 Considere que servidor do MPU seja acusado 
de ter praticado crime contra a Administração no 
exercício do cargo. Nesse caso, a ação disciplinar 
prescreverá em cinco anos da data em que o fato 
se tornou conhecido. Havendo concurso de pes-
soas, o prazo prescricional é ampliado pelo dobro.
33 As instâncias penal, civil e administrativa são, em 
regra, independentes. No entanto, a absolvição 
penal por negativa de autoria interfere nas esfe-
ras civil e administrativa, hipótese em que serão 
afastadas. Ainda, a jurisprudência fixou a tese da 
possibilidade da utilização de prova emprestada 
de inquérito policial em processo administrativo 
disciplinar, quando garantido ao acusado o con-
traditório e a ampla defesa.
Com base no disposto na Lei n. 8.429/1992 e na 
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a 
seguir, a respeito da improbidade administrativa.
34 Agente público, para os efeitos de improbidade 
administrativa, é todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos 
e entidades que compõem a Administração Pú-
blica, sendo excluídas as empresas públicas e 
sociedades de economia mista em razão do regi-
me jurídico de direito privado.
35 Pratica ato de improbidade administrativa impor-
tando enriquecimento ilícito o agente público que 
receber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de 
bem público ou o fornecimento de serviço por ente 
estatal por preço inferior ao valor de mercado.
36 Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distri-
to Federal têm legitimidade para propor e atuar 
em recursos e meios de impugnação de decisões 
judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos 
de processos de sua atribuição, prejudicando a 
atuação do MPF.
37 O Ministério Público tem legitimidade ativa para 
a defesa, em juízo, dos direitos e interesses in-
dividuais homogêneos, quando impregnados de 
relevante natureza social, como sucede com o 
direito de petição e o direito de obtenção de cer-
tidão em repartições públicas.
38 Tratando-se de divergência interna entre órgãos 
do Ministério Público, instituição que a Carta da 
República subordina aos princípios institucio-
nais da unidade e da indivisibilidade, cumpre ao 
próprio Ministério Público identificar e afirmar as 
atribuições investigativas de cada um dos seus 
órgãos em face do caso concreto, devendo pre-
valecer, à luz do princípio federativo, a manifesta-
ção do Procurador-Geral da República.
39 A pretensão de um órgão do Ministério Público 
vincula os demais, garantindo-se a legitimidade 
para recorrer, em face do princípio da indepen-
dência funcional.
40 O representante do MPM de primeira instância 
dispõe de legitimidade ativa para impetrar habeas 
corpus, originariamente, perante o STF, especial-
mente para impugnar decisões emanadas do STM.
41 É prerrogativa institucional de Membro do MPU ter 
ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, em 
qualquer recinto público ou privado, respeitada a ga-
rantia constitucional da inviolabilidade do domicílio.
42 O membro do Ministério Público da União que ofi-
cie perante tribunais será processado e julgado, 
nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo 
Tribunal Regional Federal.
43 É vedado ao Membro do MPU receber, a qual-
quer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidades públicas ou priva-
das, ressalvadas as exceções previstas em lei.
44 Leis complementares da União e dos Estados, 
cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procu-
radores-Gerais, estabelecerão a organização, as 
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público.
45 É competência do Procurador-Geral da Repúbli-
ca, como chefe do MPU, elaborar a proposta or-
çamentária do MPU.
46 É atribuição do Procurador-Geral da República, 
como Chefe do Ministério Público da União, di-
rimir conflitos de atribuição entre integrantes de 
ramos diferentes do Ministério Público da União.
47 As Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF 
serão compostas por três membros do Ministério 
Público Federal, sendo um indicado pelo Procu-
rador-Geral da República e dois pelo Conselho 
Superior, juntamente com seus suplentes, para 
um mandato de dois anos, dentre integrantes do 
último grau da carreira, necessariamente.
48 O CNMP não ostenta competência para efetuar 
6
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
controle de constitucionalidade de lei, posto con-
sabido tratar-se de órgão de natureza administra-
tiva, cuja atribuição adstringe-se ao controle da 
legitimidade dos atos administrativos praticados 
por membros ou órgãos do Ministério Público fe-
deral e estadual.
49 O constituinte, ao erigir o CNMP como órgão de 
controle externo do Ministério Público, atribuiu-
-lhe, expressamente, competência revisional am-
pla, de sorte que não há vinculação à aplicação 
da penalidade ou à gradação da sanção imputa-
da pelo órgão correcional local.
50 A competência revisora conferida ao CNMP li-
mita-se aos processos disciplinares instaura-
dos contra os membros do Ministério Público da 
União ou dos Estados, não sendo possível a re-
visão de processo disciplinar contra servidores.
Acerca da eficácia e aplicabilidade das normas 
constitucionais e também dos direitos e deveres indivi-
duais e coletivos, julgue os itens que se seguem.
51 O princípio da liberdade profissional, previsto 
no artigo 5º, XIII, da CF, é norma constitucional 
de eficácia contida, que justifica a exigência de 
registro na Ordem dos Músicos do Brasil para o 
exercício da atividade de músico.
52 Mesmo diante da laicidade do Estado, o STF ad-
mite que o ensino religioso ministrado em esco-
las públicas tenha natureza confessional, voltado 
a religiões específicas.
Julgue o item seguinte considerando os direitos 
políticos e o direito da nacionalidade.
53 A condenação penal em segunda instância auto-
riza a expedição de mandado de prisão e acarre-
ta a suspensão dos direitos políticos, afastando a 
possibilidade de candidatura a mandatos eletivos.
Sobre o Poder Judiciário, julgue os itens seguintes.
54 Não há afronta à cláusula de reserva de plenário 
em decisão de órgão fracionário de Tribunal de 
Justiça que dê interpretação conforme a Consti-
tuição a dispositivo de lei federal.
55 Cabe ao Superior Tribunal de Justiça processar 
e julgar, originariamente, os membros do MPU 
e do Ministério Público Estadual que atuem nos 
Tribunais nos crimes comuns e nos de responsa-
bilidade.
56 Dentro da sistemática atinente aos precatórios, 
os honorários advocatícios incluídos na condena-ção ou destacados do montante principal devido 
ao credor consubstanciam verba de natureza ali-
mentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição 
de precatório ou requisição de pequeno valor, 
observada ordem especial restrita aos créditos 
dessa natureza.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No tocante à repartição de competências e ao 
Poder Executivo, julgue os itens.
57 Por força do princípio constitucional da simetria, 
a abertura de processo para apurar infração pe-
nal comum cometida por Governador deverá ser 
precedida de autorização de 2/3 dos membros da 
Assembleia ou da Câmara Legislativa.
58 Ofende a Constituição Federal lei estadual que 
determine a instalação de cintos de segurança 
de três pontos em todos os assentos de veículo 
utilizado no transporte escolar.
Julgue os itens relativos às funções essenciais à 
Justiça.
59 Em observância ao princípio institucional da uni-
dade, é desnecessária ratificação de denúncia 
oferecida por membro do Ministério Público in-
competente, tratando-se de mesma instituição e 
de igual grau funcional.
60 Cabe à Defensoria Pública fazer a defesa judicial e 
extrajudicial daqueles que comprovarem insuficiên-
cia de recursos e dos servidores públicos quanto 
aos crimes relacionados ao exercício do cargo.
Sobre Direito Administrativo, julgue os itens a 
seguir.
61 O princípio da supremacia do interesse público é o 
mais importante princípio do Direito Administrativo.
62 Em razão do princípio da legalidade, o agente pú-
blico não pode praticar atos com base em análise 
de conveniência e oportunidade.
63 O Estado exerce sua função administrativa de 
forma concentrada, quando um ou poucos órgãos 
exercem as funções administrativas. A prestação 
de atividades de forma concentrada não permite 
que seja feita descentralização.
7Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
64 A desconcentração pode ser feita tanto em razão da 
matéria, da hierarquia como em razão do território.
65 Os órgãos públicos não possuem personalidade ju-
rídica, patrimônio próprio e capacidade processual.
66 Somente por lei específica ou decreto poderá ser 
criada autarquia e autorizada a instituição de em-
presa pública, de sociedade de economia mista e 
de fundação, reservando-se à lei complementar, 
neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
67 O ato administrativo é espécie de ato jurídico.
68 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, dire-
tamente ou sob regime de concessão ou permis-
são, sempre mediante licitação, a prestação de 
serviços públicos.
69 Serviços uti singuli são aqueles que a Administra-
ção presta sem ter usuários determinados, para 
atender à coletividade no seu todo, como os de 
polícia, iluminação pública, calçamento e outros 
dessa espécie, limpeza de ruas etc.
70 É inexigível a licitação para a construção, a am-
pliação, a reforma e o aprimoramento de estabele-
cimentos penais, desde que configurada situação 
de grave e iminente risco à segurança pública. 
No tocante ao Direito do Trabalho, julgue os itens 
abaixo.
71 Após a Reforma Trabalhista, os empregados 
contratados pelo regime de tempo parcial pode-
rão prestar horas suplementares se trabalharem 
até 26 horas semanais, mas não terão direito ao 
abono pecuniário.
72 Os tripulantes terão direito ao adicional de pericu-
losidade quando do abastecimento da aeronave, 
pois implica risco acentuado em virtude de sua 
exposição.
73 Os prêmios pagos pelo empregador, ainda que 
habituais, não integram a remuneração do em-
pregado, bem como não se incorporam ao con-
trato de trabalho.
74 O salário do empregado é irredutível, salvo o dis-
posto em convenção ou acordo coletivo. Com a 
Reforma Trabalhista, caso seja pactuada cláusu-
la que reduza o salário, a convenção ou o acordo 
coletivo deverão prever proteção aos emprega-
dos contra dispensa, sem justo motivo, durante o 
seu prazo de vigência.
75 O empregado eleito diretor suplente de coope-
rativas tem o mesmo período de estabilidade do 
dirigente sindical.
76 Na sucessão empresarial, caso a transferência 
da titularidade da empresa se dê mediante frau-
de, a empresa sucedida responderá solidaria-
mente.
No tocante ao Direito Processual do Trabalho, 
julgue os itens abaixo.
77 Para a concessão da assistência judiciária gra-
tuita, poderá o advogado firmar declaração de 
hipossuficiência econômica da parte representa-
da, ainda que não esteja com procuração com 
poderes específicos.
78 O Presidente do Tribunal Regional do Trabalho 
poderá analisar os critérios de transcendência 
das questões veiculadas no recurso de revista.
79 Quanto aos honorários sucumbenciais, havendo 
procedência parcial, o juízo arbitrará honorários 
de sucumbência recíproca, vedada a compensa-
ção entre os honorários.
80 Em audiência, o empregador poderá ser repre-
sentado pelo preposto que deverá ter conheci-
mento dos fatos, cujas declarações o obrigarão. 
Com a Reforma Trabalhista, o preposto não pre-
cisa ser empregado da parte reclamada.
81 Determinada autarquia foi condenada ao pa-
gamento de diferenças salariais. Assim, ficará 
isenta do pagamento das custas, mas deverá 
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela 
reclamante.
82 No processo de jurisdição voluntária de homo-
logação de acordo extrajudicial, aplica-se o jus 
postulandi.
No que tange ao Direito Civil, julgue os itens a 
seguir.
83 O equipamento de monitoramento acoplado em 
caminhão é qualificado como pertença e não 
pode ser retirado pelo devedor fiduciante que o 
colocou.
84 A mera notícia de decisão judicial determinando 
a indisponibilidade forçada dos bens do réu, no 
cerne de outro processo, com objeto e partes 
distintas, não possui o condão de interromper a 
incidência dos juros moratórios.
8
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
85 A concessionária de transporte ferroviário não 
pode responder por dano moral sofrido por pas-
sageira, vítima de assédio sexual, praticado por 
outro usuário no interior do trem.
Julgue os itens seguintes considerando as normas 
inseridas no Código Civil vigente.
86 Acerca da desconsideração da personalidade 
jurídica da pessoa jurídica, o Código Civil adota 
a teoria maior, exigindo-se a prova do desvio de 
finalidade ou confusão patrimonial e o dano.
87 O negócio jurídico nulo são se convalida com 
tempo, mas pode ser suprido pela vontade das 
partes.
Julgue os itens seguintes considerando a jurispru-
dência do STJ. 
88 Os danos decorrentes de acidentes de veículos 
automotores sem vítimas caracterizam dano mo-
ral in re ipsa.
89 É admissível o restabelecimento do nome de sol-
teiro na hipótese de dissolução do vínculo conju-
gal pelo falecimento do cônjuge.
No que tange ao Direito Processual Civil, julgue 
os itens a seguir.
90 Cristóvão interpôs recurso de apelação em face 
de uma sentença em processo que tramitava em 
vara cível. O Tribunal, em julgamento ao recurso 
interposto, emitiu acórdão que, frontalmente, jul-
gou válida lei local contestada em face de lei fe-
deral. Considerando a situação e de acordo com a 
legislação atual, Amadeu deverá interpor recurso 
especial, no prazo de 15 dias, direcionado ao STJ.
Julgue os itens abaixo à luz das regras processu-
ais e da jurisprudência do STJ.
91 No sistema regido pelo NCPC, o recurso cabível 
da decisão que acolhe impugnação ao cumpri-
mento de sentença e extingue a execução é a 
apelação.
92 O Ministério Público não possui legitimidade ativa 
para postular em juízo a defesa de direitos tran-
sindividuais de consumidores que celebram con-
tratos de compra e venda de imóveis com cláusu-
las pretensamente abusivas.
93 É inadmissível o recursoespecial interposto an-
tes da publicação do acórdão dos embargos de 
declaração, sem posterior ratificação.
94 São devidos honorários advocatícios nos proce-
dimentos individuais de cumprimento de senten-
ça decorrente de ação coletiva, ainda que não 
impugnados e promovidos em litisconsórcio.
95 Compete à Justiça do Trabalho o julgamento de 
demanda com natureza predominantemente civil 
entre ex-empregado aposentado ou demitido sem 
justa causa e operadoras de plano de saúde na 
modalidade autogestão vinculadas ao empregador.
96 De acordo com o Novo Código de Processo Civil, 
para postular em juízo, é necessário ter interesse 
de agir, legitimidade para causa e possibilidade 
jurídica do pedido.
De acordo com as disposições do Código Penal, do 
entendimento doutrinário dominante e do entendimen-
to jurisprudencial, julgue os itens a seguir.
97 Conforme o Superior Tribunal de Justiça, a quali-
ficadora do feminicídio é de ordem objetiva.
98 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continu-
ado ou ao crime permanente, se a sua vigência 
é anterior à cessação da continuidade ou da per-
manência.
99 Em relação à inimputabilidade, prevista no artigo 
26 do Código Penal, foi adotado o critério biopsi-
cológico.
100 A lei excepcional ou temporária, embora decor-
rido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao 
fato praticado durante sua vigência.
101 Não se comunicam as circunstâncias e as condi-
ções de caráter pessoal, mesmo que elementa-
res do crime.
102 Considera-se peculato malversação quando o 
agente não tem a posse da coisa, mas se utiliza 
da facilidade de seu cargo para subtraí-la.
103 Caracteriza o crime de advocacia administrativa 
o advogado ou procurador judicial que defende 
na mesma causa, simultânea ou sucessivamen-
te, partes contrárias.
Acerca do Direito Processual Penal, julgue as 
seguintes questões.
104 O delegado de polícia, na condição de presidente 
do inquérito policial, pode solicitar o arquivamen-
to caso não vislumbre nenhuma linha de investi-
gação.
9Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
105 No tocante à ação penal, o princípio da indivisi-
bilidade, quando não observado, impõe ao juiz a 
rejeição da denúncia nas ações penais públicas.
106 Em relação às provas no processo penal, a pro-
va testemunhal não poderá ser determinada de 
ofício pelo juiz.
107 No que concerne à prisão em flagrante, esta 
pode ser realizada pela autoridade policial, vio-
lando domicílio e sem ordem judicial, a qualquer 
horário do dia ou da noite.
108 No processo penal, em regra, a competência é 
definida pelo domicílio ou pela residência do réu; 
no entanto, se este endereço for desconhecido, a 
ação penal será processada no lugar de consu-
mação da infração.
109 O descumprimento de medida protetiva de ur-
gência determinada sob a égide da Lei Maria da 
Penha é uma das hipóteses autorizativas da pri-
são preventiva prevista na lei processual penal.
110 A interceptação telefônica não será admiti-
da quando a prova puder ser obtida por outros 
meios disponíveis.
Sobre o Direito Penal Militar, julgue as seguintes 
questões.
111 A Lei n. 13.491/2017 deu nova redação ao art. 9º 
do CPM, para considerar crimes militares tanto 
os previstos na legislação castrense quanto na 
comum. Assim, o crime de abuso de autoridade, 
previsto na Lei n. 4.898/1965, quando praticado 
por militar das Forças Armadas, em serviço, é 
considerado crime militar.
112 O crime de crítica indevida (CPM, art. 166) se 
perfaz mesmo quando a crítica a qualquer reso-
lução do Governo é feita por meio das redes so-
ciais abertas (v.g. Facebook).
113 O Código Penal Militar, no tocante à teoria do cri-
me, adotou a teoria causal neokantista, que se di-
ferencia da teoria finalista, adotada para a reforma 
da parte geral do Código Penal. No entanto, no 
que diz respeito à pena do crime tentado, sem ex-
ceções, tanto um quanto o outro preveem a dimi-
nuição de 1/3 a 2/3 da pena do crime consumado.
114 A recusa do militar em obedecer a ordem do su-
perior sobre qualquer assunto, ou relativamente 
a dever imposto em lei, configura o crime de Re-
cusa de Obediência, previsto no art. 163 do Có-
digo Penal Militar.
115 A coação moral irresistível é causa excludente de 
culpabilidade, nos crimes em que há violação do 
dever militar.
No que concerne ao Direito Processual Penal Mili-
tar, julgue os itens que se seguem.
116 As atribuições de polícia judiciária militar podem 
ser delegadas a oficiais da ativa, para fins espe-
cificados e por tempo limitado, tratando-se de 
delegação para instauração de inquérito policial 
militar, deverá recair em oficial de posto superior 
ao do indiciado.
117 Em face das alterações promovidas pela Lei n. 
13.491/2017, que deu nova redação ao art. 9º 
do CPM, a Justiça Militar da União é competen-
te para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida praticados por militares das Forças Armadas, 
em missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
118 No processo penal militar, a ação penal é pública 
e somente pode ser promovida por denúncia do 
Ministério Público Militar, não se admitindo o ajui-
zamento de ação penal privada subsidiária pela 
vítima.
119 Os crimes militares cometidos integralmente fora 
do território nacional serão processados em Au-
ditoria Militar de Brasília.
120 O desaforamento, no processo penal militar, po-
derá ocorrer no interesse da ordem pública, em 
benefício da segurança pessoal do acusado, ou 
pela impossibilidade de se constituir o Conselho 
de Justiça.
10
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS NOS CARGOS DE ANALISTA ADMINISTRATIVO
EDITAL Nº X
Aplicação: 2018
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Gabarito
Questão
Questão
Questão
Questão
Questão
Questão
Gabarito
Gabarito
Gabarito
Gabarito
Gabarito
Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E C C C E E C E C E C E C C E C E C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
E E C C E E C C E E C E C E C E C C E C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C E C C E C E C C C E C E C E C E C C E
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
E E E C C E C C E E E E C C E C E E C C
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
C E E C E C E E C E C E E C E E C C C C
101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
E E E E E E C E C C C C E E E C C E C E
11Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
TEXTO 1
1 Até meados do século XIX, a classe que trafica 
adquire bens para convertê-los em lucro e bene-
fício. Daí em diante, ela será outra. Um traço para 
distinguir as duas fases já foi lembrado: o despertar
5 do entorpecimento que lhe causava a predomi-
nância social da classe proprietária, por sua vez, 
na cúpula, recoberta pelo estamento dos que 
mandam, governam e dirigem a política. Mas 
que não haja equívoco: o arrastar na sombra 
10 denunciava-lhe prestígio negativo, oriundo da 
composição de estrangeiros entre seus membros 
e do tipo de negócios a que se dedicava, sobre-
tudo no comércio negreiro. Não que vivesse alheia 
à importância econômica ou à eficiência no trato 
15 do sistema. Era ela a categoria dinâmica da eco-
nomia, a que lhe dava impulso à energia, finan-
ciando a produção, com o fornecimento de crédito 
e escravos. Sobretudo, armava o elo que ligava o 
caféao comércio mundial, polo diretor, em última 
20 instância, da economia nacional, dependente de 
flutuação de centros de decisões fora do país. 
 � De outro lado, comunicava às cidades e ao cam-
po a modernização, de nível europeu, de merca-
dorias, e, por via delas, de costumes, modas e 
25 hábitos de consumo. Estava na sombra, mas não 
lhe faltava atividade, vibração nervosa e ener-
gia. Por via desse subterrâneo pulsar, ligava-se 
ao estrato dirigente, o estamento, com repulsa e, 
não raro, em oposição de estilos de vida, mas em 
30 íntima compreensão, além da zona dos salões e 
dos palácios, aos interesses materiais. Assim é 
que, antes de 1850, a arquitetura política, carac-
terizada no centralismo, servia mais ao grupo dos 
negociantes, comissários, traficantes de escravos,
35 importadores e exportadores, do que aos isola-
dos produtores e fazendeiros. Servia-a, também, 
a estabilidade monetária, quebrada de maneira 
grave com a agitação de fazendeiros e especula-
dores industriais no fim do império. 
40 Houve um momento em que ela — a classe lucra-
tiva — se emancipou, passou a viver de seu próprio 
impulso, sem se disfarçar ou mascarar-se em traços 
secundários de outra classe, detentora de maior 
expressão social, ou do estrato monopolizador
45 do prestígio político. Sobe uma classe e dentro 
dela elevam-se muitos aspirantes a essa camada. 
Individualmente, é o momento da crise — o 
homem escolhe o seu caminho, desdenhando 
o curso batido e frequentado. Socialmente, toda
50 uma camada quer os bens da vida, materiais e 
ideais, sem arrimos ou auxílios, agora vistos 
como ilegítimos. O empresário faz-se na cidade, 
conquista títulos de nobreza e cadeiras no par-
lamento. Foi neste momento que a surpreendeu 
55 Machado de Assis, mal visto por ela por força de seu 
preconceito, nutrido de tradição. No seu sarcasmo, 
ferindo-a de zombarias e riso, ele vê um mundo 
que cresce a sua frente, transformando a socie-
dade — ele tudo vê, com escândalo, repugnância
60 e indignação. O dinheiro, avassalando os negó-
cios, invade as consciências, infundindo torpeza 
em toda parte, na queda de escrúpulos, virtudes 
e valores. 
Raymundo Faoro. Lucro e negócios — classe lucrativa. In: 
Machado de Assis — a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Com-
panhia Editora Nacional, 1974. p. 226 (com adaptações)
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos 
do texto 1, julgue os itens a seguir.
1 De acordo com o texto, além do exercício da di-
reção do poder político, à classe proprietária ca-
bia dinamizar a economia, relegando à sombra a 
classe sustentada pelo tráfico.
Errado.
A classe proprietária tinha o poder político, porém a 
função de dinamizar a economia era exercida pela 
classe que traficava.
2 Para o autor, Machado de Assis capta, em sua 
literatura, o período de decadência social da clas-
se empresarial, representando-lhe a “queda de 
escrúpulos, virtudes e valores” (l. 62-63).
Errado.
Ainda que Machado de Assis apresente a “queda de 
escrúpulos, virtudes e valores” da classe empresarial, 
à época esta classe estava em período de emancipa-
ção e de ascensão social.
3 Na frase “o arrastar na sombra denunciava-lhe 
prestígio negativo” (l. 9-10), a substituição do pro-
nome oblíquo “lhe” por a ela prejudicaria o senti-
do original do texto.
Certo.
No trecho “o arrastar na sombra denunciava-lhe prestí-
gio negativo”, o pronome “lhe” é usado com valor pos-
sessivo, na função de adjunto adnominal (equivale a 
“denunciava seu prestígio negativo”); o pronome “lhe”, 
inserido na intervenção proposta, funcionaria como 
complemento indireto do verbo denunciar. A ideia de 
posse seria substituída pela de complemento (alvo da 
CONHECIMENTOS BÁSICOS
GABARITO COMENTADO
12
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
ação), acarretando, pois, mudança de sentido.
4 Os termos “categoria dinâmica” (l. 15), “classe 
lucrativa” (l. 40-41) e “O empresário” (l. 52) são 
expressões usadas para construir referências re-
lativas a um mesmo campo semântico.
Certo.
Todas as expressões referem-se, nas relações de co-
esão textual, à “classe que traficava”.
5 No período “Sobe uma classe e dentro dela ele-
vam-se muitos aspirantes a essa camada” (l. 45-
46), os termos “uma classe” e “muitos aspirantes 
a essa camada” exercem função de sujeito nas 
orações em que se inserem.
Certo.
O termo “uma classe” é sujeito posposto da forma ver-
bal “Sobe”; “muitos aspirantes” é sujeito paciente do 
verbo elevar.
6 A correção gramatical e os sentidos do texto 
seriam preservados caso o trecho “ligava-se ao 
estrato dirigente, o estamento, com repulsa” (l. 
27-28) fosse reescrito da seguinte forma: relacio-
nava-se com a camada que estava no poder, à 
corte, com aversão.
Errado.
É inadequada a colocação do acento indicativo de 
crase na expressão “à corte”, visto que nele não há 
preposição, apenas o artigo “a” (o termo é aposto ex-
plicativo). A colocação do acento prejudica a correção 
gramatical e provoca incoerência no texto.
7 No trecho “toda uma camada quer os bens da 
vida” (l. 49-50), o artigo indefinido foi empregado 
como item de realce, razão por que sua elimina-
ção não prejudicaria a correção gramatical nem o 
sentido original do texto.
Errado.
O artigo indefinido tem relevante função semântica no 
texto. Sua retirada, embora preservasse a correção 
gramatical, provocaria mudança de sentido no trecho 
em que se insere: “toda uma camada” diz respeito à 
totalidade de uma só camada, ao passo que “toda ca-
mada” constitui a generalização das camadas.
8 Nas expressões “seu preconceito” (l. 55-56) e 
“seu sarcasmo” (l. 56), o pronome possessivo re-
mete a referentes distintos.
Certo.
Em “seu preconceito”, o pronome “seu” refere-se à 
“classe lucrativa”, a qual, por força da tradição, via Ma-
chado de Assis com preconceito; em “seu sarcasmo”, 
o pronome refere-se a “Machado de Assis”.
9 No trecho “comunicava às cidades e ao campo a 
modernização” (l. 22-23), a inserção da preposi-
ção “sobre” logo após a palavra “campo” preser-
varia a correção gramatical do texto, visto que o 
verbo comunicar admite dupla regência.
Errado.
O verbo comunicar é, no trecho, empregado como 
transitivo direto e indireto, e o termo “a modernida-
de…” introduz o objeto direto, que não poderia estar 
preposicionado.
10 Nas linhas 57 e 58, a inserção de acento grave 
indicativo de crase em “um mundo que cresce a 
sua frente”, ficando “à sua frente”, preservaria a 
correção e o sentido do texto.
Certo. 
No trecho, o termo “a sua frente” é adjunto adverbial, 
regido pela preposição ‘a’. Antes de pronome posses-
sivo adjetivo (como ‘sua’, na frase), é facultativa a in-
serção de artigo. Inserindo-se o artigo, haveria crase.
11 Em “momento que a surpreendeu Machado de 
Assis” (l. 54-55), a palavra “que” é pronome re-
lativo e introduz oração subordinada adjetiva ex-
plicativa.
Errado.
Há, na frase, ocorrência da locução expletiva “Foi…
que”, sendo a palavra “que” parte dessa locução.
12 Em “a que lhe dava impulso à energia” (l. 16), 
a colocação enclítica do pronome “lhe” à forma 
verbal “dava” acarretaria prejuízo à correção gra-
matical do período.
Certo.
Neste trecho, a próclise é obrigatória em virtude da 
presença do pronome relativo “que”.
13 Na linha 27, a palavra “pulsar” pertence à classe 
dos verbos.
Errado.
No trecho indicado, a palavra “pulsar” é empregada 
como substantivo.
13Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
TEXTO 2 
1 Nenhuma ação educativa pode prescindir de 
uma reflexão sobre o homem e de uma análise 
sobre suas condições culturais. Não há educação 
fora das sociedadeshumanas e não há homens 
5 isolados. O homem é um ser de raízes espaço-
-temporais. De forma que ele é, na expressão 
feliz de Marcel, um ser “situado e temporalizado”. 
A instrumentação da educação — algo mais que 
a simples preparação de quadros técnicos para 
10 responder às necessidades de desenvolvimento 
de uma área — depende da harmonia que se con-
siga entre a vocação ontológica desse “ser situ-
ado e temporalizado” e as condições especiais 
dessa temporalidade e dessa situacionalidade.
15 Se a vocação ontológica do homem é a de ser 
sujeito e não objeto, ele só poderá desenvolvê-
-la se, refletindo sobre suas condições espaço-
-temporais, introduzir-se nelas de maneira crí-
tica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua
20 situacionalidade, sobre seu enraizamento espaço-
-temporal, mais “emergirá” dela conscientemente 
“carregado” de compromisso com sua realidade, da 
qual, porque é sujeito, não deve ser simples espec-
tador, mas na qual deve intervir cada vez mais.
Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1979, p. 61 (com adaptações).
Julgue os itens seguintes, referentes às ideias e a 
aspectos linguísticos do texto 2. 
14 O termo “prescindir”, no primeiro período do tex-
to, tem acepção de abster-se, abdicar.
Certo.
Há relação contextual de sinonímia entre as palavras 
Nenhuma ação educativa pode prescindir/abster-se/
abdicar de uma reflexão sobre o homem.
 
15 No último período do texto, o pronome relativo 
preposicionado “na qual” completa o sentido de 
“intervir” e retoma o termo “sua realidade”.
Certo.
A oração “na qual deve intervir cada vez mais” equi-
vale a (o homem) deve intervir cada vez mais na sua 
realidade.
16 No segundo período do texto, a forma verbal “há”, 
em suas duas ocorrências (l. 2-3), tem sentido de 
existir e poderia ser substituída por existe, sem 
prejuízo da correção gramatical do texto.
Errado.
Na segunda ocorrência, a forma verbal deveria ser 
“existem”, visto que, para o verbo existir, o termo “ho-
mens isolados” seria o sujeito. É importante lembrar 
que o objeto direto de haver (no sentido de existir) é 
sujeito de existir, visto que este verbo é intransitivo, ao 
contrário daquele, impessoal e transitivo direto.
17 No primeiro parágrafo, a substituição dos traves-
sões por parênteses (l. 8 e 11) manteria a corre-
ção gramatical e o sentido original do texto.
Certo.
O trecho entre travessões tem sentido explicativo e 
poderia, portanto, estar isolado por parênteses.
18 O trecho “porque é sujeito” (l. 23) poderia, sem 
prejuízo à coerência do texto, ser substituído por 
para ser sujeito.
Errado.
Em “porque é sujeito”, o fato de “ser sujeito” introduz 
uma causa de o homem não ser simples espectador 
da realidade; na reescritura proposta, a relação passa 
a ser de finalidade, fato que afeta os sentidos (coerên-
cia) do texto original.
19 Segundo o texto, a educação deve considerar 
não apenas o homem, mas também o contexto 
em que ele vive, levando-o a refletir sobre sua re-
alidade e atuar sobre ela na condição de sujeito.
Certo.
Esta é a tese central do texto defendida pelo autor. A 
ideia perpassa o texto como um todo.
20 Preservando-se a correção e os sentidos do tex-
to, o trecho “Quanto mais for levado a refletir so-
bre sua situacionalidade, .... realidade” (l. 19-22) 
poderia ser assim reescrito: Na medida em que 
é levado a refletir acerca de sua situacionalidade, 
de seu enraizamento espaço-temporal, o homem 
dela emerge carregado, com consciência, de 
compromisso com sua realidade.
Errado.
A correção gramatical estaria preservada, mas have-
ria alteração semântica em função – entre outros mo-
tivos – da mudança da relação de proporcionalidade 
do trecho original (marcada pelo par “Quanto mais… 
mais…”) pela de causalidade do trecho reescrito (mar-
cada pela locução “Na medida em que”).
Considerando o disposto na Lei Brasileira de 
Inclusão, julgue o item a seguir.
21 A concepção e a implantação de projetos que tra-
tem do meio físico, de transporte, de informação 
14
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
e comunicação, inclusive de sistemas e tecnolo-
gias da informação e comunicação, e de outros 
serviços, equipamentos e instalações abertos ao 
público, de uso público ou privado de uso coleti-
vo, tanto na zona urbana como na rural, devem 
atender aos princípios da tecnologia assistiva, 
tendo como referência as normas de acessibili-
dade. Esta é uma regra de caráter geral.
Errado.
A concepção que deve ser considerada é o desenho 
universal, para garantia da Acessibilidade Total e inclu-
são de forma verdadeira na sociedade. O referencial 
para o item é o artigo 55. A concepção e a implantação 
de projetos que tratem do meio físico, de transporte, 
de informação e comunicação, inclusive de sistemas 
e tecnologias da informação e comunicação, e de ou-
tros serviços, equipamentos e instalações abertos ao 
público, de uso público ou privado de uso coletivo, tan-
to na zona urbana como na rural, devem atender aos 
princípios do desenho universal, tendo como referên-
cia as normas de acessibilidade.
22 O poder público deve promover a participação da 
pessoa com deficiência em atividades artísticas, in-
telectuais, culturais, esportivas e recreativas, com 
vistas ao seu protagonismo. Para tanto, é neces-
sário assegurar a participação da pessoa com de-
ficiência em jogos e atividades recreativas, espor-
tivas, de lazer, culturais e artísticas, em condições 
diferenciadas, por meio das políticas afirmativas.
Errado.
É certa a ideia de inclusão e participação da pessoa 
com deficiência em atividades diversas, porém devem 
estar em condições de igualdade com as demais pes-
soas. O referencial para esse item é o artigo 43 – O 
poder público deve promover a participação da pes-
soa com deficiência em atividades artísticas, intelectu-
ais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao 
seu protagonismo, devendo assegurar a participação 
da pessoa com deficiência em jogos e atividades re-
creativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, 
inclusive no sistema escolar, em igualdade de condi-
ções com as demais pessoas.
23 À pessoa com deficiência internada ou em ob-
servação é assegurado o direito a acompanhan-
te ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou 
a instituição de saúde proporcionar condições 
adequadas para sua permanência em tempo 
integral. Na impossibilidade de permanência do 
acompanhante ou do atendente pessoal junto à 
pessoa com deficiência, cabe ao profissional de 
saúde responsável pelo tratamento justificá-la 
por escrito.
Certo.
O referencial para esse item é o artigo Art. 22. À pes-
soa com deficiência internada ou em observação é 
assegurado o direito a acompanhante ou a atendente 
pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde 
proporcionar condições adequadas para sua perma-
nência em tempo integral.
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompa-
nhante ou do atendente pessoal junto à pessoa com 
deficiência, cabe ao profissional de saúde responsável 
pelo tratamento justificá-la por escrito.
24 É obrigatório, nos estabelecimentos de ensino 
fundamental e médio, públicos e privados, o es-
tudo de história geral da África e de história da 
população negra do Brasil.
Certo.
Art. 11 da Lei n. 12.288/2010: Nos estabelecimentos 
de ensino fundamental e de ensino médio, públicos 
e privados, é obrigatório o estudo da história geral da 
África e da história da população negra no Brasil, ob-
servado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezem-
bro de 1996.
25 Considerando o que dispõe o Estatuto da Igual-
dade Racial sobre os crimes resultantes de dis-
criminação ou preconceito, considera-se atípica, 
na esfera penal, a conduta do agente públicoque, por motivo de discriminação de procedência 
nacional, obste o acesso de alguém a cargo em 
órgão público.
Errado.
Art. 60 da Lei n. 12.288/2010: Os arts. 3o e 4o da Lei n. 
7.716, de 1989, passam a vigorar com a seguinte reda-
ção: “Art. 3o Impedir ou obstar o acesso de alguém, de-
vidamente habilitado, a qualquer cargo da Administra-
ção Direta ou Indireta, bem como das concessionárias 
de serviços públicos. Pena: reclusão de dois a cinco 
anos. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, 
por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião 
ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.”
26 É inconstitucional a avaliação realizada por ban-
ca examinadora de concurso público sobre a pre-
sença de características fenotípicas negras para 
a inclusão do candidato na relação de aprovados 
nas vagas reservadas às cotas para negros, con-
forme entendimento do STF no julgamento da 
ADPF 186/DF.
Errado.
“[...] Não há violação ao princípio da legalidade porque 
o julgamento está baseado no Estatuto da Desigual-
dade Racial, Lei n. 12.880/2010 e na Lei n. 12.990/14.
15Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
Não há ofensa ao art. 2°, parágrafo único da Lei n. 
12.990/14 porque, conforme fundamentado no acór-
dão embargado, foram observados os parâmetros 
determinados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística e, considerando as informações 
apresentadas pelo impetrante, ele se enquadra como 
candidato pardo, beneficiário das cotas estabelecidas 
na referida legislação.
[...]
Observa-se, dessa feita, que a Corte de origem firmou 
sua compreensão, após ampla análise do conjunto fá-
tico-probatório, no sentido de que o recorrido se en-
quadra, considerando os parâmetros determinados 
pelo IBGE, como pardo, sendo que desconstituir tão 
conclusão, adotando-se, para tanto, as razões do re-
curso especial, pressupõe o reexame dos fatos e pro-
vas constantes nos autos, o que é vedado no âmbito 
do recurso especial. Incide ao caso a Súmula 7/STJ.
No mesmo sentido entendeu o Parquet Federal no 
parecer acostado às fls. 425-429, que conta com a 
seguinte ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO 
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. COTAS 
PARA NEGROS. ELIMINAÇÃO DE CANDIDATO. NU-
LIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. PRESENÇA DE 
CARATERÍSTICAS DA RAÇA NEGRA. ALTERAÇÃO 
DO JULGADO DEMANDARIA O REVOLVIMENTO DA 
MATÉRIA FATÍCO-PROBATÓRIA. VEDAÇÃO DA SÚ-
MULA N. 7/STJ.
- Parecer pelo não seguimento do recurso especial.
Ante o exposto, não conheço do recurso especial.
(STJ – REsp 1736675, Relator Min. Benedito Golçal-
ves – Decisão Monocrática, Julgado em 16/08/2018, 
Publicado em 22/08/2018)
27 Tendo em vista o disposto no artigo 1º , IV, da Lei n. 
12.288/2010, segundo o qual considera-se popula-
ção negra "o conjunto de pessoas que se autode-
claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou 
raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam au-
todefinição análoga", não é lícito à uma Comissão 
da Universidade excluir o candidato do concurso 
vestibular, ou, ainda, cancelar sua matrícula por 
não considerá-lo como pertencente ao grupo racial 
negro, invalidando a sua autodeclaração.
Certo.
“Decisão: Trata-se de agravo interposto contra deci-
são de inadmissibilidade de recurso extraordinário em 
face de acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª 
Região, ementado nos seguintes termos:
“ADMINISTRATIVO. VESTIBULAR. SISTEMA DE CO-
TAS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 207 DA CF/88. 
AUTODECLARAÇÃO. 
- A jurisprudência deste Tribunal tem se orientado no 
sentido de que é possível, como decorrência da auto-
nomia universitária prevista no art. 207, V, da Consti-
tuição, o estabelecimento de sistema de cotas.
- Tendo em vista o disposto no artigo 1º , IV, da Lei n. 
12.288/2010, segundo o qual considera-se população 
negra 'o conjunto de pessoas que se autodeclaram 
pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado 
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga', 
não é lícito à uma Comissão da Universidade excluir o 
candidato do concurso vestibular, ou, ainda, cancelar 
sua matrícula por não considerá-lo como pertencente 
ao grupo racial negro, invalidando a sua autodeclara-
ção” (eDOC 16).
No recurso extraordinário, interposto com fundamento 
no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, aponta-se 
violação aos arts. 2º, 5º, caput e LIV; 37, caput; e 207, 
do texto constitucional.
Nas razões recursais, alega-se que o “Poder Judiciá-
rio, em afronta ao art. 2º da CF/88, desconsiderou a 
decisão administrativa da autarquia, determinando a 
matrícula da parte autora no curso de Engenharia Ci-
vil, mesmo após a constatação de que o autor não se 
enquadra nos requisitos para concorrer pelas cotas” 
(eDOC 56, p. 10), fundamentando apenas na autode-
claração do candidato, o que teria o condão de incen-
tivar burlas ao sistema de cotas.
Decido.
A irresignação não merece prosperar.
O Tribunal de origem, ao examinar a legislação infra-
constitucional aplicável à espécie (Lei n. 12.288/2010) 
e o conjunto probatório constante dos autos, consig-
nou que o candidato preencheu os requisitos legais 
para ser incluído no sistema de cotas.
Nesse sentido, extrai-se o seguinte trecho do acórdão 
impugnado:
“’Nesse norte, verifiquei que no Edital há previsão de 
que serão considerados afrobrasileiros aqueles que 
assim forem tidos segundo critérios do IBGE. De sa-
lientar que o próprio IBGE, ao realizar seus estudos 
e pesquisas, baseia-se na autodeclaração, vale dizer, 
ao questionar os pesquisados, dá a esses cinco op-
ções (preto, branco, pardo, amarelo ou indígena), para 
que os mesmos se reconheçam como pertencentes a 
um desses segmentos sociais.
[...]
No caso vertente, malgrado a Comissão de Implemen-
tação e Acompanhamento do Programa sequer tenha 
mencionado os pontos da entrevista tidos como es-
senciais para a conclusão de que o demandante não 
preenchia os requisitos para o enquadramento na 
descendência afro-brasileira, a partir das perguntas 
formuladas, pode-se deduzir, em parte, alguns dos cri-
térios eleitos por aquela.
Ao que tudo indica, o candidato deve ter sido alvo de 
prática discriminatória, deve concordar com o sistema 
de quotas para afrodescendentes e estar engajado 
nos respectivos movimentos sociais’.
16
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
[...]
Em sendo assim, em que pese a ressalva de meu en-
tendimento pessoal a respeito da autonomia universi-
tária sobre tal questão, deve ser mantida na íntegra a 
sentença, tendo em vista o disposto no artigo 1º, IV, 
da Lei n. 12.288/2010, segundo o qual se considera 
população negra 'o conjunto de pessoas que se au-
todeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor 
ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam auto-
definição análoga', não sendo lícito à uma Comissão 
da Universidade excluir o candidato do concurso vesti-
bular, ou, ainda, cancelar sua matrícula por não consi-
derá-lo como pertencente ao grupo racial negro, inva-
lidando a sua autodeclaração” (eDOC 13, p. 5, 6 e 8).
Assim, verifica-se que a matéria debatida no acórdão 
recorrido restringe-se ao âmbito infraconstitucional, de 
modo que a ofensa à Constituição, se existente, seria 
reflexa ou indireta, o que inviabiliza o processamento 
do presente recurso.
Além disso, divergir do entendimento firmado pelo tri-
bunal de origem demandaria o revolvimento do acervo 
fático-probatório, providência inviável no âmbito do re-
curso extraordinário. Nesses termos, incide no caso a 
Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.
Confiram-se, a propósito,os seguintes precedentes:
“Agravo regimental no recurso extraordinário com 
agravo. Administrativo. Universidade pública. Cotas 
sociais. Análise de cláusulas do edital de vestibular. 
Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Prece-
dentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a 
análise das cláusulas de edital de processo seletivo 
de vestibular e o reexame dos fatos e das provas dos 
autos. Incidência das Súmulas nºs 454 e 279/STF . 
2. Agravo regimental não provido” (ARE-AgR 773.009, 
Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 9.10.2014).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAOR-
DINÁRIO. ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA. APRO-
VAÇÃO. ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PRO-
BATÓRIO E INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS 
EDITALÍCIAS. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. AGRA-
VO IMPROVIDO. I – Para se chegar à conclusão con-
trária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário 
seria o reexame do conjunto fático-probatório constan-
te dos autos e a interpretação de cláusulas editalícias. 
Súmulas 279 e 454 do STF. Precedentes. II – Agravo 
regimental improvido” (RE-AgR 705.897, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 
12.8.2013).
Ante o exposto, conheço do presente agravo para ne-
gar-lhe provimento (art. 544, § 4º, II, “a”, do CPC).
(STF - ARE 818733/RS, Relator Min. Gilmar Mendes 
- Decisão Monocrática, Julgado em 15/03/2016, Publi-
cado em 21/03/2016)”
Sobre ética geral, ética no serviço público e à luz 
do Decreto n. 1.171/1994, julgue os itens abaixo.
28 A ética deontológica estabelece regras necessá-
rias ao desempenho de determinado grupo a que 
se destina.
Certo.
A ética deontológica, ramo da ética normativa, trata 
das regras de dever para o grupo a que se destina e 
dela provêm os códigos de ética.
29 Marcelo, servidor público concursado, ainda em 
estágio probatório, ausentou-se do trabalho, sem 
justificativa, por 32 dias consecutivos. No caso 
em tela, o servidor público poderá receber a pe-
nalidade de censura e demissão pela comissão 
de ética, desde que garantido o contraditório e a 
ampla defesa.
Errado.
Embora possa receber outras penalidades na esfera 
administrativa, são processos diferentes, na comissão 
de ética, apenas a censura.
30 Marcos, servidor público estável, em uma situa-
ção de emergência médica da mãe, solicitou ao 
motorista do Órgão em que trabalha que a levas-
se ao hospital mais próximo. A intenção de Mar-
cos, ao fazer o pedido, foi evitar a formação de 
longas filas que sua ausência causaria.
Nesse caso, diante da boa intenção do servidor, 
não há desvio ético, pois a situação era emergen-
cial e plenamente justificável. 
Errado.
É vedado desviar servidor público (sentido amplo, in-
clui terceirizados, para atendimento a interesse parti-
cular).
À luz da Portaria n. 98/2017, julgue o item abaixo.
31 Colaborador terceirizado lotado na Escola Supe-
rior do Ministério Público deverá seguir as deter-
minações previstas no Código de Ética do MPU.
Certo.
A definição de servidor público é ampla e alcança to-
das as pessoas que mantenham algum vínculo com 
qualquer ramo do MPU e da Escola Superior do MPU.
Com base na Lei n. 8.112/1990 e na Constituição, 
julgue os itens a seguir.
32 Considere que servidor do MPU seja acusado 
17Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
de ter praticado crime contra a Administração no 
exercício do cargo. Nesse caso, a ação disciplinar 
prescreverá em cinco anos da data em que o fato 
se tornou conhecido. Havendo concurso de pes-
soas, o prazo prescricional é ampliado pelo dobro.
Errado.
Consta, no art. 142 da Lei n. 8.112/1990, que a pres-
crição quanto à infração de demissão ocorre em cinco 
anos contados da data em que o fato se tornou conhe-
cido. Havendo concurso de pessoas, o prazo prescri-
cional é o mesmo, ou seja, cinco anos.
33 As instâncias penal, civil e administrativa são, em 
regra, independentes. No entanto, a absolvição 
penal por negativa de autoria interfere nas esfe-
ras civil e administrativa, hipótese em que serão 
afastadas. Ainda, a jurisprudência fixou a tese da 
possibilidade da utilização de prova emprestada 
de inquérito policial em processo administrativo 
disciplinar, quando garantido ao acusado o con-
traditório e a ampla defesa.
Certo.
As responsabilidades nas esferas administrativa e civil 
são afastadas caso o servidor seja absolvido por ne-
gativa de fato ou de autoria. É o que consta no art. 126 
da Lei n. 8.112/90: “a responsabilidade administrativa 
do servidor será afastada no caso de absolvição cri-
minal que negue a existência do fato ou sua autoria”. 
Súmula STJ 591: É permitida a “prova emprestada” 
no processo administrativo disciplinar, desde que de-
vidamente autorizada pelo juízo competente e respei-
tados o contraditório e a ampla defesa.
Com base no disposto na Lei n. 8.429/1992 e na 
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a 
seguir, a respeito da improbidade administrativa.
34 Agente público, para os efeitos de improbidade 
administrativa, é todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos 
e entidades que compõem a Administração Pú-
blica, sendo excluídas as empresas públicas e 
sociedades de economia mista em razão do regi-
me jurídico de direito privado.
Errado.
Para efeitos da Lei n. 8.429/2002, reputa-se agente 
público todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função nos órgãos e entidades da administração indi-
reta independentemente da adoção do direito público 
ou privado. (Arts. 1º e 2º da Lei n. 8.429/92).
35 Pratica ato de improbidade administrativa impor-
tando enriquecimento ilícito o agente público que 
receber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de 
bem público ou o fornecimento de serviço por ente 
estatal por preço inferior ao valor de mercado.
Certo.
Dispõe o art. 9º da Lei n. 8.429/1992: “Constitui ato 
de improbidade administrativa importando enrique-
cimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem pa-
trimonial indevida em razão do exercício de cargo, 
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (…) 
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, 
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem 
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal 
por preço inferior ao valor de mercado”.
36 Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distri-
to Federal têm legitimidade para propor e atuar 
em recursos e meios de impugnação de decisões 
judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos 
de processos de sua atribuição, prejudicando a 
atuação do MPF.
Errado.
No RE 985.392, o Supremo Tribunal Federal pacifi-
cou, na jurisprudência, a possibilidade de os Ministé-
rios dos Estados e do Distrito Federal atuarem junto 
à Suprema Corte em recursos oriundos de processos 
de sua atribuição. Ocorre que a atuação do MP dos 
estados perante o STF não prejudica a atuação do Mi-
nistério Público Federal.
37 O Ministério Público tem legitimidade ativa para 
a defesa, em juízo, dos direitos e interesses in-
dividuais homogêneos, quando impregnados de 
relevante natureza social, como sucede com o 
direito de petição e o direito de obtenção de cer-
tidão em repartições públicas.
Certo.
Conforme jurisprudência dominante da Suprema Cor-
te, MP tem legitimidade para defender direito individu-
al homogêneo. 
38 Tratando-se de divergência interna entre órgãos 
do Ministério Público, instituição que a Carta da 
República subordinaaos princípios institucio-
nais da unidade e da indivisibilidade, cumpre ao 
18
Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do MPU
Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
CESPE | CEBRASPE – MPU – Aplicação: 2018
próprio Ministério Público identificar e afirmar as 
atribuições investigativas de cada um dos seus 
órgãos em face do caso concreto, devendo pre-
valecer, à luz do princípio federativo, a manifesta-
ção do Procurador-Geral da República.
Certo.
Em decisão recente, o STF apresentou a competên-
cia do PGR para dirimir conflitos de atribuições entre 
os diversos Ministérios Públicos. [Pet 4.863, rel. min. 
Marco Aurélio, j. 19-5-2016, P, DJE de 16-5-2017.
39 A pretensão de um órgão do Ministério Público 
vincula os demais, garantindo-se a legitimidade 
para recorrer, em face do princípio da indepen-
dência funcional.
Errado.
A pretensão de um membro não vincula a atuação dos 
demais membros, conforme decisão do STF: [ARE 
725.491 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 26-5-2015, 1ª T, 
DJE de 15-6-2015.]
40 O representante do MPM de primeira instância 
dispõe de legitimidade ativa para impetrar habeas 
corpus, originariamente, perante o STF, especial-
mente para impugnar decisões emanadas do STM.
Certo.
O MPM poderá propor habeas corpus para questionar 
decisões exaradas pelo Superior Tribunal Militar, con-
forme decisão do STF no HC 94.809, rel. min. Celso 
de Mello, j. 12-8-2008, 2ª T, DJE de 24-10-2008.
41 É prerrogativa institucional de Membro do MPU 
ter ingresso e trânsito livres, em razão de serviço, 
em qualquer recinto público ou privado, respeita-
da a garantia constitucional da inviolabilidade do 
domicílio.
Certo.
Conforme art. 18, inciso I, alínea ‘c’, da LC n. 75/1993.
42 O membro do Ministério Público da União que ofi-
cie perante tribunais será processado e julgado, 
nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo 
Tribunal Regional Federal.
Errado.
Membro do MPU que oficie em tribunal será proces-
sado e julgado pelo STJ, conforme art. 18, inciso II, 
alínea ‘b’, da LC n. 75/1993.
43 É vedado ao Membro do MPU receber, a qual-
quer título ou pretexto, auxílios ou contribuições 
de pessoas físicas, entidades públicas ou priva-
das, ressalvadas as exceções previstas em lei.
Certo.
Conforme dispõe o art. 128, § 5º, inciso II, alínea ´ f´, da 
Constituição Federal.
44 Leis complementares da União e dos Estados, 
cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procu-
radores-Gerais, estabelecerão a organização, as 
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público.
Certo.
A organização do MPU é proveniente da LC n. 75/1993, 
e, nos MPs dos Estados, cada ente federativo editará 
a sua Lei Complementar do Estado para organização 
do MP dos respectivos Estados, nos termos do art. 
128, § 5°, da Constituição Federal.
45 É competência do Procurador-Geral da Repúbli-
ca, como chefe do MPU, elaborar a proposta or-
çamentária do MPU.
Errado.
A elaboração da proposta orçamentária do MPU é efe-
tuada no âmbito de cada ramo, ou seja, cada Procura-
dor-Geral do ramo elaborará a proposta orçamentária 
do MPU. A competência do PGR, na chefia do MPU, 
será de encaminhar a proposta orçamentária do MPU.
46 É atribuição do Procurador-Geral da República, 
como Chefe do Ministério Público da União, di-
rimir conflitos de atribuição entre integrantes de 
ramos diferentes do Ministério Público da União.
Certo.
Conforme dispõe o art. 26, inciso VII, da LC n. 75/1993.
47 As Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF 
serão compostas por três membros do Ministério 
Público Federal, sendo um indicado pelo Procu-
rador-Geral da República e dois pelo Conselho 
Superior, juntamente com seus suplentes, para 
um mandato de dois anos, dentre integrantes do 
último grau da carreira, necessariamente.
Errado.
Os integrantes das Câmaras serão, sempre que pos-
sível, dentre os membros do último grau da carreira. O 
único que necessariamente deverá ser dentre último 
nível da carreira será o Coordenador da Câmara.
48 O CNMP não ostenta competência para efetuar 
controle de constitucionalidade de lei, posto con-
sabido tratar-se de órgão de natureza administra-
19Cargo 1: Analista do MPU – Especialidade: Direito
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tiva, cuja atribuição adstringe-se ao controle da 
legitimidade dos atos administrativos praticados 
por membros ou órgãos do Ministério Público fe-
deral e estadual.
Certo.
O CNMP não tem competência para realizar controle 
de constitucionalidade de lei. A sua atribuição é estri-
tamente administrativa. É o que prevê o STF no MS 
27.744, rel. min. Luiz Fux, j. 6-5-2014, 1ª T, DJE de 
8-6-2015.
49 O constituinte, ao erigir o CNMP como órgão de 
controle externo do Ministério Público, atribuiu-
-lhe, expressamente, competência revisional am-
pla, de sorte que não há vinculação à aplicação 
da penalidade ou à gradação da sanção imputa-
da pelo órgão correcional local.
Certo.
Conforme decisão do STF, o CNMP tem poderes de 
revisar os processos administrativos disciplinares jul-
gados há menos de 1 (um) ano, e, nessa revisão, não 
ficará vinculado à aplicação de penalidade realizada 
no âmbito de cada MP. Ou seja, poderá rever para 
maior ou menor a penalidade questionada. MS 34.712 
AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 6-10-2017, 1ª T, DJE de 25-
10-2017.
50 A competência revisora conferida ao CNMP li-
mita-se aos processos disciplinares instaura-
dos contra os membros do Ministério Público da 
União ou dos Estados, não sendo possível a re-
visão de processo disciplinar contra servidores.
Certo.
O Poder de revisar processo disciplinar é aplicável 
apenas aos membros do MP. A CF não expressou a 
legitimidade do CNMP em rever processo disciplinar 
contra servidores do MP. MS 28.827, rel. min. Cármen 
Lúcia, j. 28-8-2012, 1ª T, DJE de 9-10-2012.
Acerca da eficácia e aplicabilidade das normas 
constitucionais e também dos direitos e deveres indivi-
duais e coletivos, julgue os itens que se seguem.
51 O princípio da liberdade profissional, previsto 
no artigo 5º, XIII, da CF, é norma constitucional 
de eficácia contida, que justifica a exigência de 
registro na Ordem dos Músicos do Brasil para o 
exercício da atividade de músico.
Errado.
De fato, a norma constitucional que dispõe ser livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão é 
uma norma de eficácia contida. 
Contudo, o STF entende pela desnecessidade de re-
gistro no órgão de classe para o exercício da atividade 
de músico. Ao contrário, o registro seria a exceção, 
justificando-se apenas nas atividades com perigo de 
dano à coletividade, como é o caso de médicos, advo-
gados, engenheiros etc.
52 Mesmo diante da laicidade do Estado, o STF ad-
mite que o ensino religioso ministrado em esco-
las públicas tenha natureza confessional, voltado 
a religiões específicas.
Certo.
Em decisão por placar apertado, o STF entendeu ser 
possível que, nas escolas públicas, fosse ministrado o 
ensino confessional, sem se ferir o princípio da laici-
dade do Estado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Julgue o item seguinte considerando os direitos 
políticos e o direito da nacionalidade.
53 A condenação penal em segunda instância auto-
riza a expedição de mandado de prisão e acarre-
ta a suspensão dos direitos políticos, afastando a 
possibilidade de candidatura a mandatos eletivos.
Errado.
Cuidado com itens que partem de uma premissa ver-
dadeira, mas conduzem a afirmações erradas.
Digo isso porque a condenação criminal em segunda 
instância autoriza a prisão, conforme tem decidido o STF.
Entretanto, a pessoa fica inviabilizada de concorrer a 
mandatos eletivos por conta da previsão contida na 
LC n. 64/1990, na redação que lhe foi dada pela LC n. 
135/2010 (lei da Ficha Limpa). Ou seja, há uma inele-
gibilidade relativa.
Não se fala, porém,

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