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ENFERMAGEM-EM-TERAPIA-INTENSIVA-NEONATAL

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 A SAÚDE DO RECÉM-NASCIDO NO BRASIL ................................. 5 
2.1 O Brasil e a mortalidade infantil ................................................... 6 
3 UNIDADE NEONATAL....................................................................... 8 
3.1 Organização estrutural física da UTI neonatal – UTIN .............. 10 
3.2 Recursos humanos em uma UTIN ............................................ 13 
4 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............... 15 
4.1 Finalidades do programa de humanização ................................ 16 
5 O RECÉM-NASCIDO E A ADMISSÃO NA UTIN ............................. 17 
5.1 Estrutura .................................................................................... 18 
5.2 Procedimentos para admissão do RN ....................................... 20 
5.3 Precauções gerais na unidade neonatal .................................. 22 
5.4 Precauções específicas ............................................................. 23 
5.5 Apresentação da incubadora ..................................................... 24 
6 ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL .............................................. 26 
6.1 Avaliação e classificação do recém-nascido ............................. 27 
6.2 Classificação de risco neonatal ................................................. 29 
6.3 Cuidados e manejos individualizados........................................ 30 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RN PRÉ-TERMO ................... 31 
7.1 História e exame físico do recém-nascido ................................. 31 
7.2 Controle térmico ........................................................................ 40 
7.3 Tubo digestivo e anexos ............................................................ 46 
7.4 Rotina de banhos ...................................................................... 47 
7.5 Administração da vitamina k1 (kanakion) .................................. 48 
7.6 Punção venosa .......................................................................... 49 
 
3 
 
7.7 Preparo da medicação .............................................................. 51 
7.8 Cuidados de enfermagem com o recém-nascido em fototerapia
 52 
7.9 Oximetria de pulso .................................................................... 54 
7.10 Atendimento de enfermagem ao recém-nascido em apneia .. 56 
7.11 Atendimento de enfermagem na reanimação e intubação 
neonatal 57 
7.12 Aspiração das vias aéreas superiores (vas)........................... 58 
7.13 Lavagem gástrica ................................................................... 59 
7.14 Cuidados na instalação da nutrição parenteral (NPP) ........... 61 
8 ATENÇÃO HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO: 
MÉTODO CANGURU ...................................................................................... 62 
8.1 Conceito .................................................................................... 63 
8.2 Aplicação ................................................................................... 64 
8.2.1 Primeira etapa......................................................................64 
8.2.2 Segunda etapa.....................................................................66 
8.2.1 Terceira etapa......................................................................68 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................70 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro , quase 
improvável, um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor 
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema 
tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento, que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
2 A SAÚDE DO RECÉM-NASCIDO NO BRASIL 
 
Fonte: redeblh.fiocruz.br 
O cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem importância 
fundamental para a redução da mortalidade infantil, ainda elevada no Brasil, 
assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a diminuição das 
desigualdades em saúde. 
 No período neonatal, momento de grande vulnerabilidade na vida, 
concentram-se riscos biológicos, ambientais, socioeconômicos e culturais, 
havendo necessidade de cuidados especiais, com atuação oportuna, integral e 
qualificada de proteção social e de saúde, direitos reconhecidos pelo Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud 
PLANALTO, 1990). 
 
6 
 
É na primeira semana de vida, em especial no primeiro dia de vida 
(representando 25%), que se concentram as mortes infantis no País. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud LANSKY et al, 2008). 
As ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dirigidas à 
gestante e ao RN têm grande importância, pois influenciam a condição de saúde 
dos indivíduos, desde o período neonatal até a vida adulta. 
Cada vez mais, vem sendo salientada a relação determinante entre a vida 
intrauterina, as condições de saúde no nascimento e no período neonatal e os 
problemas crônico-degenerativos na vida adulta, como obesidade, diabetes, 
doenças cardiovasculares, saúde mental, entre outros. 
A análise das condições de nascimento e de morte das crianças é 
necessária para orientar as ações dos serviços de saúde e alcançar patamares 
desejáveis de saúde para a população brasileira. Da mesma forma, a boa 
qualidade da atenção nos serviços de saúde é fundamental para o planejamento 
e adequação da assistência. 
2.1 O Brasil e a mortalidade infantil 
O Brasil tem firmado compromissos internos e externos para a melhoria 
da qualidade da atenção à saúde prestada à gestante e ao recém-nascido com 
o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil. 
No ano de 2004, no âmbito da Presidência da República, foi firmado o 
”Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal” com o objetivo de 
articular os atores sociais mobilizados em torno da melhoria da qualidade de vida 
de mulheres e crianças. 
 No Pacto houve a adesão de 26 Unidades Federadas, em um movimento 
articulado com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, o Conselho 
Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, o Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde- CONASEMS, a Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres - SEPM, a Secretaria Especial de Políticas de 
Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR e a Secretaria Especial de Direitos 
Humanos, entre outras instituições governamentais e da Sociedade Civil. Esse 
processo de pactuação foi considerado pela Organização das Nações Unidas 
(ONU), exemplar, como modelo de mobilização e diálogo social. 
 
7 
 
 No cenário internacional, o Brasil assumiu as metas dos Objetivos do 
Desenvolvimento do Milênio, dentre as quais está a redução da mortalidade 
infantil. O Objetivo do Desenvolvimento do Milênio 4 (ODM 4) tem como meta 
reduzirem dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças menores 
de 5 anos de idade. 
 Em 2008, a taxa de mortalidade na infância no Brasil era de 22,8 óbitos 
por mil NV, com redução consistente em todas as regiões do País nos últimos 
anos. Desde 1990, ano-base para comparação do avanço dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio (ODM), até 2008, a redução nacional média foi de 
58%, com diferenças regionais: 62% na região Nordeste, 57% na região Sul, 
55% na região Sudeste e 53% nas regiões Norte e Centro-Oeste. 
 Na meta definida para este ODM, a taxa de mortalidade na infância deve 
ser reduzida para 17,9 óbitos por mil NV até 2015. Estima-se que, se persistir a 
tendência de redução atual, o Brasil atingirá a meta antes do prazo. 
Dentre as várias metas propostas nesse pacto, a assistência hospitalar ao 
parto, recebe atenção especial: 
 
Reavaliar rede de hospitais de referência para gravidez risco 
 Reavaliar os hospitais qualificados como referência para gravidez de risco, 
em função de cumprimento de critérios de referência regional, qualificação 
para a assistência e humanização 
 
Garantia de acolhimento nos serviços (parto é urgência prevista) 
 Mulheres e recém-nascidos não podem ser recusados nos serviços, e 
peregrinar em busca de assistência. Caso a unidade não seja adequada para 
o tipo de atendimento necessário, a gestante deverá ser assistida até que 
seja garantido transporte seguro e transferência para outras unidades de 
maior complexidade, capazes de atender suas necessidades. 
 A atenção ao parto é sempre uma urgência. Portanto, seu atendimento não 
pode ser recusado em nenhum hospital ou maternidade. Quando o hospital, 
por qualquer motivo, não apresenta condições de atender a mulher em 
trabalho de parto, não pode simplesmente mandá-la embora sem antes 
examiná-la. Tampouco pode transferi-la para outro estabelecimento de 
saúde se não houver tempo suficiente, ou se não confirmar a existência de 
 
8 
 
vaga e o atendimento. Se isso não ocorrer, e principalmente se a gestação 
for de risco ou complicada, a mulher e seu marido ou companheiro devem 
formalizar uma reclamação contra o hospital, nas instâncias de controle 
social. 
 
Qualificação e humanização da atenção ao parto e nascimento 
 Definição e pactuação de “critérios mínimos para o funcionamento de 
maternidades” 
 Investimento na qualificação de maternidades e hospitais que realizam 
partos. 
 Revisão e adequação do Programa de Humanização do parto e nascimento 
– PHPN. 
3 UNIDADE NEONATAL 
 
Fonte: saopaulo.sp.gov.br 
Uma das características do período neonatal são as altas taxas de 
morbimortalidade, devido ser uma fase de grande fragilidade do ser humano e a 
alta propensão a ocorrência de sequelas, muitas vezes incapacitantes e de longa 
duração. Para que essas taxas diminuam e haja a recuperação de alguma 
 
9 
 
patologia que venha a ocorrer neste período, sem que haja sequelas, é indicado 
o encaminhamento para Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). 
Na unidade de cuidados intensivos neonatais são internados, 
principalmente, os recém-nascidos prematuros, que correm risco de vida e 
necessitam de cuidados 24h por dia, bem como aqueles que sofreram algum 
problema ao nascimento. 
A Unidade Neonatal oferece assistência ao recém-nascido (RN) de médio 
e alto risco, promovendo sempre que possível a interação do mesmo com a 
família. 
 
Objetivos e finalidades 
 Atender de forma sistematizada e humanizada o Recém-Nascido e 
a família, protegendo-os contra a infecção hospitalar; 
 Incentivar e aumentar os índices de aleitamento materno; 
 Capacitar a Mãe a executar os cuidados com o RN; 
 Garantir a continuidade da assistência ao binômio (RN – Mãe), 
durante o primeiro mês de vida; 
 Proporcionar um ambiente humanizado ao RN, com diminuição de 
ruídos e manipulação mínima. 
 
A Portaria nº 930, de 10 de maio de 2012, define as diretrizes e objetivos 
para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave 
ou potencialmente grave: 
I - O respeito, a proteção e o apoio aos direitos humanos; 
II - Promoção da equidade; 
III - Integralidade da assistência; 
IV - Atenção multiprofissional, com enfoque nas necessidades 
do usuário; 
V - Atenção humanizada; e 
VI - Estímulo à participação e ao protagonismo da mãe e do pai 
nos cuidados ao recém-nascido. 
Art. 4º São objetivos da atenção integral ao recém-nascido grave 
ou potencialmente grave: 
 
10 
 
I - Organizar a Atenção a Saúde Neonatal para que garanta 
acesso, acolhimento e resolutividade; 
II - Priorizar ações que visem à redução da morbimortalidade 
perinatal e neonatal e que possibilitem o desenvolvimento saudável do 
recém-nascido e sua integração na família e sociedade; 
III - Garantir acesso aos diferentes níveis da assistência 
neonatal, por meio da melhoria da organização do acesso aos serviços 
e ampliação da oferta de leitos em unidades neonatal; 
IV - Induzir a formação e qualificação de recursos humanos para 
a atenção ao recém-nascido, que deverá ultrapassar exclusivamente a 
preocupação técnica/tecnológica, incorporando os referenciais 
conceituais e organizacionais do SUS; e 
V - Induzir a implantação de mecanismos de regulação, 
fiscalização, controle e avaliação da assistência prestada aos recém-
nascidos graves ou potencialmente graves no SUS. 
3.1 Organização estrutural física da UTI neonatal – UTIN 
A Portaria nº 930, também orienta e estabelece as diretrizes para a 
estrutura física de uma UTIN, a classificação das UTINs, organização dos leitos, 
etc. 
Art. 5º A Unidade Neonatal é um serviço de internação 
responsável pelo cuidado integral ao recém-nascido grave ou 
potencialmente grave, dotado de estruturas assistenciais que possuam 
condições técnicas adequadas à prestação de assistência 
especializada, incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos 
humanos. 
§ 1º As Unidades Neonatal devem articular uma linha de 
cuidados progressivos, possibilitando a adequação entre a capacidade 
instalada e a condição clínica do recém-nascido. 
§ 2º Os recém-nascidos que necessitem dos cuidados 
específicos de Unidade Neonatal e que se encontrem em locais que 
não disponham destas unidades devem receber os cuidados 
necessários até sua transferência para uma Unidade Neonatal, que 
deverá ser feita após estabilização do recém-nascido e com transporte 
sanitário adequado, realizado por profissional habilitado. 
Art. 6º As Unidades Neonatal são divididas de acordo com as 
necessidades do cuidado, nos seguintes termos: 
I - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); 
II - Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN), com 
duas tipologias: 
 
11 
 
a) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional 
(UCINCo); e 
b) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru 
(UCINCa). 
Quanto a organização, estrutura e números de leitos, a portaria Nº 930, 
regulamenta: 
Parágrafo único. Poderá ser implantada, alternativamente, uma 
Unidade Neonatal de 10 (dez) leitos com um subconjunto de leitos, na 
proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para 4 (quatro) leitos de 
UCINCo e 2 (dois) leitos de UCINCa. (Incluído pela PRT GM/MS nº 
3.389 de 30.12.2013) 
Art. 7º O número de leitos de Unidades Neonatal atenderá ao 
seguinte parâmetro de necessidade populacional: para cada 1000 (mil) 
nascidos vivos poderão ser contratados 2 (dois) leitos de UTIN, 2 (dois) 
leitos de UCINCo e 1 (um) leito de UCINCa. 
§ 1º A UCINCa somente funcionará em unidade hospitalar que 
conte com UCINCo, de forma anexa ou como subconjunto de leitos de 
uma UCINCo. 
§ 2º O conjunto de leitos de Cuidados Intermediários, 
Convencional e Canguru, conterá, no mínimo, 1/3 (um terço) de leitos 
de Canguru. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
§ 3º A Unidade Neonatal que contar com leitos de UTIN, UCINco 
e UCINca deverá contar com, no mínimo, 10 (dez) leitos totais em 
ambiente contíguo, compartilhandoa mesma equipe prevista para 
UTIN de que trata os arts. 13 e 14. (Incluído pela PRT GM/MS nº 3.389 
de 30.12.2013). 
§ 4º Na abertura de Unidades Neonatais que contar com leitos 
de UTIN, UCINco e UCINca com módulos de 10 (dez) leitos, deverá 
ser considerada a proporção prevista no parágrafo único do art. 6º. 
(Incluído pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
§ 5º A Unidade Neonatal terá custeio de acordo com a tipologia 
de cada leito, na proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para 4 (quatro) 
leitos de UCINCo e 2 (dois) leitos de UCINCa. (Incluído pela PRT 
GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
Art. 8º Para novos estabelecimentos de saúde que disponham 
de maternidade e que possuam também UTIN ou UCIN é obrigatória a 
previsão, no projeto arquitetônico de sua área física, de alojamento 
para as mães cujos recém-nascidos estiverem internados em UTIN ou 
UCIN, de forma a garantir condições para o cumprimento do direito do 
recém-nascido a acompanhante em tempo integral. 
Art. 9º Serão habilitadas pelo Ministério da Saúde as novas 
Unidades Neonatal, bem como as já existentes que se adequarem aos 
requisitos desta Portaria. 
Serviço de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) 
 
12 
 
Art. 10. UTIN são serviços hospitalares voltados para o 
atendimento de recém-nascido grave ou com risco de morte, assim 
considerados: 
I recém-nascidos de qualquer idade gestacional que necessitem 
de ventilação mecânica ou em fase aguda de insuficiência respiratória 
comFiO2 maior que 30% (trinta por cento); 
II recém-nascidos menores de 30 semanas de idade gestacional 
ou com peso de nascimento menor de 1.000 gramas; 
III recém-nascidos que necessitem de cirurgias de grande porte 
ou pós-operatório imediato de cirurgias de pequeno e médio porte; 
IV - recém-nascidos que necessitem de nutrição parenteral; e 
 V - recém-nascidos que necessitem de cuidados especializados, 
tais como uso de cateter venoso central, drogas vasoativas, 
prostaglandina, uso de antibióticos para tratamento de infecção grave, 
uso de ventilação mecânica e Fração de Oxigênio (FiO2) maior que 30% 
(trinta por cento), exsanguineotransfusão ou transfusão de 
hemoderivados por quadros hemolíticos agudos ou distúrbios de 
coagulação. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
Art. 11. As UTIN deverão cumprir os seguintes requisitos de 
Humanização: 
I - controle de ruído; 
II - controle de iluminação; 
III - climatização; 
IV - iluminação natural, para as novas unidades; 
V - garantia de livre acesso da mãe e do pai, e permanência dos 
mesmos; 
VI - garantia de visitas programadas dos familiares; e 
VII - garantia de informações da evolução dos pacientes aos 
familiares, pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. 
Art. 12. Para fins de habilitação como UTIN, o serviço hospitalar 
deverá dispor de equipe multiprofissional especializada, equipamentos 
específicos próprios e tecnologia adequada ao diagnóstico e terapêutica 
dos recém-nascidos graves ou com risco de morte. (Redação dada pela 
PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
Instalação 
Na instalação de uma unidade de atendimento ao RN e gestante tem-se 
seguindo o modelo de 'Sistema de Regionais Integrado e Hierarquizado'. Este 
 
13 
 
modelo tem implícito a assistência integral à gestante e ao RN, sendo que a 
atenção é efetuada dentro do nível hierárquico em que o caso for indicado. No 
caso de maternidades, o sistema prevê três níveis com um adequado sistema 
de referência e contra referência entre eles, a saber: 
Primário: será feito o acompanhamento de gestante e RN de baixo risco, 
identificando e encaminhando os casos de maior risco para os próximos níveis 
de assistência mais complexa. 
Secundário: acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco, 
selecionando e encaminhando casos de maior risco para os Centros mais 
habilitados para o seu atendimento. 
Terciário: destinado aos atendimentos de gestante e RN de alto risco e 
de internação de RN com algumas patologias, transportados de outras unidades 
para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). 
A UTIN deve ser localizada dentro de uma estrutura hospitalar que 
disponha de recursos para o diagnóstico e tratamento de qualquer tipo de 
patologia neonatal, incluindo os procedimentos especializados (cateterismo 
umbilical e cardíaco, cirurgia neonatal, assistência ventilatória, monitorização de 
dados vitais, etc.), próxima do centro cirúrgico e sala de parto. 
3.2 Recursos humanos em uma UTIN 
As UTINs devem dispor de no mínimo, uma equipe multiprofissional 
especializada, expressada e regulamentada pela Portaria Nº 930: 
a) 1 (um) médico responsável técnico com jornada mínima de 4 
horas diárias com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título 
de Especialista em Medicina Intensiva Pediátrica, fornecido pela 
Sociedade Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em 
Neonatologia reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência 
Médica em Medicina Intensiva Pediátrica, reconhecida pelo Ministério 
da Educação; 
b) 1 (um) médico com jornada horizontal diária mínima de 4 
(quatro) horas, com certificado de habilitação em Neonatologia ou 
Título de Especialista em Pediatria (TEP), fornecido pela Sociedade 
Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia ou em 
Medicina Intensiva Pediátrica ou em Pediatria, reconhecida pelo 
Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos ou fração; 
c) 1 (um) médico plantonista com Título de Especialista em 
Pediatria (TEP), fornecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria e com 
 
14 
 
certificado de habilitação em Neonatologia ou Residência Médica em 
Medicina Intensiva Pediátrica; em Neonatologia ou em Pediatria 
reconhecida pelo Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos ou 
fração, em cada turno; 
d) 1 (um) enfermeiro coordenador com jornada horizontal diária 
de 8 horas com habilitação em neonatologia ou no mínimo 2 (dois) 
anos de experiência profissional comprovada em terapia intensiva 
pediátrica ou neonatal; 
e) 1 (um) enfermeiro assistencial para cada 10 (dez) leitos ou 
fração, em cada turno; 
f) 1 (um) fisioterapeuta exclusivo para cada 10 leitos ou fração, 
em cada turno; 
g) 1 (um) fisioterapeuta coordenador com, no mínimo, 2 anos de 
experiência profissional comprovada em unidade de terapia intensiva 
pediátrica ou neonatal, com jornada horizontal diária mínima de 6 (seis) 
horas; 
h) técnicos de enfermagem, no mínimo, 1 (um) para cada 2 
(dois) leitos em cada turno; 
i) 1 (um) funcionário exclusivo responsável pelo serviço de 
limpeza em cada turno; 
j) 1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade; 
§ 1º O mesmo profissional médico poderá acumular, na mesma 
unidade neonatal, a responsabilidade técnica e o papel de médico com 
jornada horizontal de 04 (quatro) horas, previstos nos incisos I e II do 
'caput'. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
§ 2º O coordenador de fisioterapia poderá ser um dos 
fisioterapeutas assistenciais. 
Quanto a UTIN tipo III, a Portaria Nº 930 regulamenta: 
Art. 14. Para habilitação como UTIN tipo III, o serviço hospitalar 
deverá contar com toda a estrutura mínima prevista no art. 13 e mais o 
seguinte: 
I - no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos plantonistas devem 
ter certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de Medicina 
Intensiva Pediátrica; 
II - enfermeiro coordenador com título de especialização em 
terapia intensiva/terapia intensiva neonatal ou no mínimo 5 (cinco) 
anos de experiência profissional comprovada de atuação na área; 
III - 1 (um) enfermeiro plantonista assistencial por turno, 
exclusivo da unidade, para cada 5 (cinco) leitos ou fração; 
 
15 
 
IV - coordenador de fisioterapia com título de especialização em 
terapia intensiva pediátrica ou neonatal ou em outra especialidade 
relacionada à assistência ao paciente grave; 
V - bombas de infusão: 4 (quatro) por leito ou fração 
4 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
Fonte: portaleducacao.com.br 
A preocupaçãocom a humanização iniciou-se no final da década de 80, 
com a implantação do SUS, através da Reforma Sanitária, fruto de esforços de 
grupos de profissionais e de movimentos populares de saúde, no contexto da 
redemocratização da sociedade brasileira e de luta por uma política pública de 
saúde universal e de qualidade. 
A Política Nacional de Humanização (PNH) é uma política do SUS, criada 
em 2003 pelo Ministério da Saúde, pactuada na Comissão Intergestores 
Tripartite e no Conselho Nacional de Saúde. Nossa Instituição adota a PNH e a 
enfermagem como parte do todo, está intimamente inserida nesta vertente da 
assistência de enfermagem baseada na teoria de Auto Cuidado de Orem. Com 
a tecnologia e as medidas de prevenção e controle de infecções e a assistência 
médica e de enfermagem especializadas empregadas na UTI Neonatal, muitos 
recém-nascidos (RN) de alto risco conseguem sobreviver à fase inicial de suas 
vidas. 
O período de internação destes recém-nascidos pode estender-se por 
várias semanas ou meses, dependendo de sua gravidade e evolução clínica. É 
 
16 
 
essencial que a família acompanhe o RN durante esta fase para que após a alta 
seja capaz de cuidá-lo de forma adequada. 
Humanizar a assistência neonatal é atender de maneira individualizada 
as necessidades do recém-nascido e de sua família, visando uma alta qualidade 
de assistência. Independente do resultado, na sobrevida ou na morte do recém-
nascido, a assistência humanizada deve transmitir aos pais o sentimento de 
solidariedade e respeito aos seus sentimentos. Pai e Mãe são considerados o 
foco das influências ambientais sobre seu filho. A integração pais/filho não são 
intuitivas e resultam de comportamento sócio-econômico condicionado e 
aprendido. 
4.1 Finalidades do programa de humanização 
 Orientar os pais; 
 Explicar as normas para as visitas e as medidas para o controle de 
infecções neonatais; 
 Explicar as funções dos médicos, enfermeiros, auxiliares de 
enfermagem e de toda equipe multidisciplinar; 
 Explicar a finalidade dos equipamentos especializados que estão 
sendo usados nos recém-nascidos; 
 Utilizar tom de voz ameno tanto no cuidado direto ao RN como ao se 
dirigir aos Pais; 
 Diminuir o volume de ruídos na Unidade; 
 Repetir as informações aos pais, sempre que necessário; 
 Reforçar a presença do RN e não da doença ou dos equipamentos; 
 Promover a ligação pais/filhos; 
 Dar maior segurança aos pais e mais confiança à equipe; 
 Incentivar o aleitamento materno; 
 Incentivar a Metodologia Canguru; 
 Preparar a família para alta hospitalar; 
 Preparar a família para a perda do filho; 
 Integrar toda a equipe interdisciplinar com o binômio mãe e filho 
 
17 
 
5 O RECÉM-NASCIDO E A ADMISSÃO NA UTIN 
 
Fonte: youtube.com 
A admissão do RN em UTN, consiste em receber o RN que apresentar 
dificuldades para adaptar-se à vida extrauterina ou patologias que interfiram em 
sua sobrevida no primeiro mês. O trabalho em equipe é de extrema importância 
devido aos cuidados e às intervenções que levam à estabilidade do RN 
De acordo com o parecer Nº 12/2003 do CREMEC, com o apoio da 
Sociedade Brasileira de Pediatria, os critérios para internação de recém-
nascidos em UTIN são: 
 
a) Unidade de Cuidados Intermediários: 
 Prematuridade (Quando IG < 36 semanas e PN < 2.000g) – 
primeiras 24 a 48h – mínimo. 
 Baixo peso ao nascer (Quando PN < 2000g) - primeiras 24 a 48h – 
mínimo. 
 Asfixia Perinatal (Apgar de 5º min < 6) - primeiras 24 a 48h – 
mínimo 
 Filho de mãe diabética - primeiras 24h – mínimo 
 Desconforto respiratório leve – até a retirada do oxigênio 
 Malformação congênita – até estabilidade clínica 
 
18 
 
 Distúrbio hidroeletrolítico – até estabilização 
 Infecção perinatal provável ou clínica 
 Nutrição parenteral em transição 
 Transferências da UTIN. 
b) Unidade de Terapia Intensiva 
 Peso de Nascimento (PN) < 1500g ou Idade Gestacional (IG) < 34 
semanas 
 Desconforto respiratório com indicação de CPAP ou Ventilação 
Mecânica 
 Anóxia grave (Apgar </= 3 no 5º min. de vida) – encefalopatia 
hipóxico-isquêmica graus 2 e 3 de Sarnat e/ou escore > 6 de 
Portman 
 Hidropsia Fetal 
 Sepse 
 Nutrição Parenteral 
 Pós-operatório 
 Risco ou ocorrência de apnéia 
 Exsanguineotransfusão 
 Distúrbios cardiovasculares: insuficiência cardíaca, arritmias, 
choque, etc. 
 Enterocolite necrosante 
 Instabilidade de parâmetros vitais por causas diversas: 
insuficiência renal e supra-renal, hemorragia cerebral, coma, 
convulsão, anomalias congênitas, etc. 
5.1 Estrutura 
Sala de admissão 
Deverá ter: 
 Antessala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, 
de preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
 Berço aquecido (um para cada 35 nascimentos/mês); 
 Fonte de oxigênio canalizado (um para cada berço); 
 
19 
 
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços) 
 Armário com roupas limpas; 
 Antropômetro e uma balança (de preferência, eletrônica); 
 
Sala de observação 
 Antessala com lavatório de água corrente e solução antisséptica, de 
preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
 Berço, de preferência de acrílico, que permita mudanças de eixo 
horizontal (1 para cada 40 nascimentos/mês); 
 Aparelho de fototerapia (1 para cada 3 berços); 
 
Sala de cuidados intermediários 
 Antessala com lavatório de água corrente e solução antisséptica, de 
preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
 Dispositivo de toalha de papel; 
 Recipiente para toalhas usadas; 
 Armário de roupas limpas; 
 Hampers; 
 Berço individuais, de preferência de acrílico; 
 Fonte de oxigênio canalizado (um para dois berços); 
 Fonte de aspiração (uma para cada dois berços); 
 Tomadas elétricas com terragem (um para cada berço); 
 Uma balança para cada 10 RN (de preferência eletrônica); 
 Aparelho de fototerapia (1 para cada 2 berços); 
 Otoscópio, oftalmoscópio, martelo de pesquisa de reflexo; 
 Medidor de pressão não-invasivo (1 para cada 3 berços); 
 Material para reanimação do RN de tamanho adequado; 
 Material para cauterização umbilical; 
 Berço aquecido (um para cada 120 nascimentos/mês); 
 Oxímetro, um para cada incubadora; 
 Nebulizadores e umidificadores; 
 Capacetes, um para dois RN; 
 Incubadoras, uma para cada 120 nascimentos/mês; 
 
20 
 
5.2 Procedimentos para admissão do RN 
Os procedimentos para admissão de RN são realizados por Enfermeiros, 
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. Eles têm como objetivo preparar a 
unidade para receber o recém-nascido (RN) de cuidados intensivos de maneira 
rápida e organizada. 
Materiais: Equipamentos: 
 Estetoscópio neonatal, 
 Reanimador neonatal, 
 Coxim-subescapular, 
 Máscara de reanimação para RN termo 
e pré-termo, 
 Termômetro, 
 Fita métrica, 
 Luvas de procedimento, 
 Seringas e agulhas, 
 Água destilada, 
 Soro fisiológico 0,9%, 
 Clorhexidine alcoolico 0,5%, 
 Equipo de soro com bureta, 
 Fralda descartável, 
 Sonda de aspiração nº 6, 8 e 10 
 Cadarço, gaze estéril, fita crepe, 
 Esparadrapo, micropore, 
 Eletrodos descartáveis, 
 Touca, coletor de urina infantil, 
 Vitamina K, hengerix B, drogas gerais 
de emergência diluídas, 
 Material para: cateterismo umbilical, 
intubação, sondagem gástrica, punção 
venosa, fixação de cânula e para coleta 
de sangue. 
 
 Monitor cardíaco, 
 Monitor de pressão não 
invasiva, fonte de O2 úmido e 
ar comprimido, 
 Aspirador com manômetro, 
Oxímetro de pulso, 
 Ventilador mecânico montado 
e testado, 
 Bomba de infusão 
 Incubadora 
 
 
21 
 
Procedimentos 
 Realizar a higienização das mãos. 
 Preparar o material. 
 Isolar o ambiente com o biombo. 
 Colocar luvas de procedimento. 
 Transferir o RN da incubadora de transporte para a unidade, colocá-lo 
em decúbito dorsal, com coxim na região subescapular, com cuidadopara não deslocar a cânula. 
 Manter saco plástico até transferência para a incubadora. 
 Priorizar o atendimento do sistema respiratório e cardíaco do RN. 
 Avaliar o posicionamento da cânula endotraqueal, verificar fixação, 
numeração em lábio superior, conectá-lo ao ventilador com parâmetros 
prescritos, anotá-los em impresso próprio 
 Instalar oxímetro de pulso, monitor cardíaco e de pressão não invasiva 
para avaliar as condições do RN 
 Passar sonda gástrica e fixar coletor, para descompressão e controle de 
débito. 
 Puncionar acesso venoso, reservar o membro para acesso central 
(PICC). Preparar e instalar soro conforme prescrição médica. 
 Realizar curativo do coto umbilical com clorhexidine alcoolico 0,5% 
 Manter coto umbilical envolvido em gaze umedecida com SF 0,9%, até 
realização do procedimento. 
 Verificar os sinais vitais; Tº, PA, FC, FR, a cada 30’, até estabilizar; após 
seguir rotina da unidade. 
 Coletar ou auxiliar na coleta de exames laboratoriais. 
 Transferir RN para incubadora, evitando perda de calor. 
 Administrar vitamina K e vacina contra hepatite B. 
 Retirar luvas de procedimento. 
 Realizar a higienização das mãos. 
 Guardar e arrumar os materiais e a sala. 
 Realizar exame físico, evolução e prescrição de enfermagem. 
 Fazer anotação de enfermagem na folha de prescrição. 
Fonte: adaptado de hospitalsaopaulo 
 
22 
 
Observações: 
 Manter na unidade um leito de cuidados intensivos sempre montado para 
emergência. 
 Conferir pulseira de identificação do RN com dados do prontuário, 
proceder internação, registrar o nascimento do RN, identificar a 
incubadora com leito e nome do RN 
 Realizar o banho no leito do RN assim que as condições permitirem. 
 Realizar o banho no leito em RN Extremo Baixo Peso após 72 H de vida. 
 Permitir a visita dos pais e fornecer informações sobre as rotinas da 
unidade e o estado do RN, promovendo a interação dos pais – RN e 
ajudando a diminuir a ansiedade. 
5.3 Precauções gerais na unidade neonatal 
Lavagem das mãos 
O recém-nascido apresenta muita fragilidade ao nascer e somado ao 
sistema imunológico ainda deficiente, ele torna-se mais susceptível a adquirir 
infecções. Sendo assim, a lavagem das mãos é a forma mais simples e eficaz 
de prevenção dessas infecções, uma vez que as mãos dos profissionais e 
familiares são veículos de transmissão. 
 
 
Fonte: uepb.edu.br 
 
23 
 
Utilização de luvas 
Luvas para procedimentos: Luva estéril cirúrgica 
 Peso dos recém-nascidos;  Montagem do circuito do 
respirador; 
 Banho dos recém-nascidos;  Aspiração de cânula endotraqueal; 
 Troca de fraldas;  Coleta de secreção da cânula 
endotraqueal; 
 Punção venosa;  Cateterismo umbilical; 
 Passagem de sonda gástrica;  Exsanguineotransfusão; 
 Coleta de sangue, urina, fezes e 
secreções; 
 Drenagem torácica; 
 Higiene oral;  Coleta de líquor; 
 Curativo do coto umbilical;  Intubação endotraqueal; 
 Realização do teste de glicemia;  Flebotomia; 
 Ordenha das mamas das 
puérperas; 
 Passagem do Cateter Central de 
Inserção Periférica (PICC); 
 Oferecer leite por gavagem;  Laqueadura do cordão umbilical. 
 Oferecer leite por copinho;  Curativo da flebotomia; 
 Cuidados pós-morte.  Curativo do PICC; 
  Diálise peritoneal; 
  Passagem de sonda vesical. 
5.4 Precauções específicas 
São baseadas nas formas de transmissão das doenças infecciosas e 
destinadas para pacientes suspeitos, sabidamente infectados ou colonizados por 
patógenos transmissíveis e de importância epidemiológica. 
 Precauções de contato: recém-nascidos suspeitos de infecção ou 
colonização por microrganismos transmitidos por contato, utilizar sala privativa, 
luvas, lavagem de mãos, avental de manga comprida e equipamentos individuais 
para o recém-nascido. 
 Precauções respiratórias: recém-nascidos com infecção suspeita ou 
confirmada por microrganismos transmitidos por via respiratória, utilizar sala 
 
24 
 
privativa com portas fechadas, usar máscaras cirúrgicas no caso de gotículas e 
máscaras N 95 no caso de aerossóis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Quallys Fonte: EPI Sul do Brasil 
5.5 Apresentação da incubadora 
 
Fonte: redehumanizasus.net 
RN prematuros que necessitam de cuidados intensivos rotineiramente são 
mantidos despidos em incubadoras para facilitar o acesso a eles, a 
monitorização e os cuidados. Entretanto, essa condição compromete a 
 
25 
 
homeostasia térmica, aumentando a perda de calor nesses RN. Assim, logo que 
estáveis, os RN prematuros devem ser vestidos. 
 A incubadora é um equipamento dotado de dispositivo que faz a filtração, 
aquecimento e umidificação do ar. A temperatura adequada se obtém na medida 
em que o ar passa pelo elemento aquecido administrado através do limitador de 
oxigênio. 
Nela, o ar é aquecido por convecção forçada, ou seja, pela circulação de 
ar quente em alta velocidade, mantendo o ambiente estável. Entretanto, a 
temperatura interna da incubadora altera-se cada vez que as portinholas são 
abertas, por isso deve-se abri-las o mínimo possível. 
A temperatura da incubadora é autocontrolada de duas formas: 
 Pela temperatura do ar, mantendo o ambiente térmico estável. 
 Por sensor de temperatura cutânea abdominal, que permite o 
ajuste automático do calor gerado pela incubadora para manter 
constante a temperatura do RN. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 
apud RUGOLO et al, 2008, LYON,2004) 
 
Tipos de incubadora; 
Incubadora de parede simples: a temperatura da parede da incubadora 
é 2 a 4°C menor que a temperatura do ar em seu interior, propiciando perda de 
calor por radiação. Para minimizar essa perda, nos pequenos RN prematuros, 
recomenda-se o uso de incubadora de dupla parede. 
Incubadora de parede dupla: a parede interna rodeada por ar quente 
diminui a perda de calor por radiação. É um equipamento útil no transporte e nos 
cuidados aos RN prematuros de muito baixo peso. Propicia melhor estabilidade 
térmica, com menor perda e necessidade de produção de calor e menor 
consumo de oxigênio pelo RN, em comparação com a incubadora de parede 
simples, mas não influencia no prognóstico do RN prematuro. 
Incubadora umidificada: as incubadoras modernas têm sofisticados 
sistemas de vaporização, que podem proporcionar temperatura e umidificação 
elevadas, sem condensação de água (o que aumenta o risco de infecção). É a 
melhor opção para RN prematuros extremos, que geralmente necessitam de 
temperatura ambiental elevada (36°C ou mais) e, se a umidade relativa do ar for 
baixa, apresentam grande perda trans epidérmica de água. 
 
26 
 
Segundo o Ministério da Saúde (2012), para diminuir a perda evaporativa 
e a instabilidade térmica, melhorar o balanço hidroeletrolítico e manter a 
integridade da pele, recomenda-se que os RN pré-termo menores que 30 
semanas de idade gestacional e os menores que 1.000g sejam mantidos em 
incubadoras com alto grau de umidificação durante as primeiras semanas de 
vida. Deve-se iniciar mantendo-se a umidade relativa em torno de 80% na 
primeira semana e reduzindo-a gradualmente durante a segunda semana 
conforme estabilidade no controle térmico do RN prematuro. 
6 ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL 
 
Fonte: Colégio e Curso Evolução 
O trabalho da enfermeira dentro de uma UTIN é um desafio constante, 
pois requer vigilância, habilidade, respeito e sensibilidade, porque o paciente que 
vai ser atendido não fala, é extremamente vulnerável e altamente dependente 
da equipe que lhe está prestando assistência. 
O planejamento e a liberação de cuidados de enfermagem a neonatos 
gravemente enfermos, constitui um processo muito complexo e cuidadoso, e 
requer uma cuidadosa avaliação para determinar a eficácia tanto da terapia 
médica quanto da enfermagem (ALMEIDA, 2013 apud KLAUS & FANAROFF, 
1994) 
 
27A enfermeira é responsável por promover a adaptação do RN ao meio 
externo (manutenção do equilíbrio térmico adequado, quantidade de umidade, 
luz, som e estimulo cutâneo), observar o quadro clínico (monitorização de sinais 
vitais e emprego de procedimentos de assistência especial), fornecer 
alimentação adequada para suprir as necessidades metabólicas dos sistemas 
orgânicos em desenvolvimento (se possível, aleitamento materno), realizar 
controle de infecção, estimular o RN, educar os pais, estimular visitas familiares, 
elaborar e manter um plano educacional, organizar, administrar e coordenar a 
assistência de enfermagem ao RN e a mãe, desenvolver atividades 
multidisciplinares, orientar o ensino e supervisionar os cuidados de enfermagem 
prestados, entre outras atividades (ALMEIDA, 2013 apud VIEGAS, 1986; 
FONTES 1984). 
Em neonatologia é necessário a conscientização de que quanto mais 
cedo forem identificados os fatores de risco para o RN, melhores as condições 
para serem ajudados. Este é um dos papéis da enfermagem neonatal para 
promover segurança ao RN. 
Além da assistência ao RN, caberá enfermagem o controle do uso e 
conservação dos materiais e instrumental, registro de todas as ocorrências 
importantes referentes ao RN, bem como ao pessoal, as mudanças de 
procedimento, entre outras coisas. 
Um aspecto importante para assistência de enfermagem neonatal é a 
criação de um ambiente propício para o tratamento do RN, livre de estímulos 
nocivos, que promova o desenvolvimento positivo do RN e minimize os efeitos 
negativos da doença e da separação dos pais. 
6.1 Avaliação e classificação do recém-nascido 
 Idade gestacional (I.G.): Estimada a partir do primeiro dia do último 
período menstrual e/ou clinicamente pelos métodos de Capurro, 
Dubovitz ou Ballard. É expressa em dias ou semanas completas. 
 RN pré-termo (RNPT): crianças nascidas até 36 semanas e 6 dias (258 
dias) de gestação, segundo OMS (Organização Mundial de Saúde) ou 
nascidas até 37 semanas e 6 dias (256 dias), segundo AAP (Academia 
Americana de Pediatria). 
 
28 
 
 RN a termo (RNT): nascidas entre 37 e 41 semanas e 6 dias (ou seja, 
259 e 293 dias) de gestação (OMS) e nascidas entre 38 e 41 semanas 
e 6 dias (o que equivale a 266 e 293 dias) – (AAP). 
 RN pós-termo (RN pós-T): nascidas com 42 semanas ou mais de 
gestação (294 dias). 
 Peso ao nascimento (PN): é o primeiro peso obtido após o nascimento 
com a criança totalmente despida. 
 Baixo peso: todo RN com PN inferior a 2500g. 
 Muito baixo peso: RN com menos de 1500g. 
 Extremo baixo peso: RN com menos de 1000g. 
 
Classificação do RN conforme peso e idade gestacional: 
Considerando como referencial uma curva de crescimento intra-uterino, 
os RN são classificados em: 
 Peso adequado para a idade (PAIG): peso ao nascer entre os 
percentis 10 e 90. 
 Peso pequeno para a idade gestacional (PPIG): abaixo do 
percentil 10. 
 Peso grande para a idade (PGIG): acima do percentil 90. 
 
Essa classificação é importante, pois os RN PIG e RN GIG podem ter 
problemas associados ao crescimento intra-uterino alterado. 
 
Terminologia no período neonatal: 
 Aborto: fetos nascidos mortos com menos de 500 gramas e/ou menos de 
22 semanas de idade gestacional; 
 Natimorto: óbito intra-útero de fetos com mais de 500g e/ ou com 22 
semanas ou mais de idade gestacional; 
 Mortalidade neonatal: óbito de recém-nascido antes de completar 28 dias 
de vida: 
 Precoce: óbito antes de completar 7 dias de vida. 
 Tardia: óbito no período de 7 dias a 27 dias de vida. 
 
 
29 
 
 Mortalidade perinatal: compreende os natimortos somados aos óbitos 
neonatais precoces. 
 Nascido vivo: RN com qualquer evidência vital como respiração, batimentos 
cardíacos, pulsação do cordão umbilical independentemente da idade 
gestacional e do peso de nascimento 
6.2 Classificação de risco neonatal 
No contexto do atendimento em rede, a utilização da classificação de risco 
tem o objetivo de otimizar o atendimento prestado ao paciente, dando a 
adequada atenção de acordo com o risco aferido. O risco está diretamente 
relacionado a possibilidade de óbito e no caso do RN e da mortalidade infantil. 
 
Alto Risco 
 Prematuridade abaixo de 32 semanas; 
 Asfixia grave (Apagar menor que 7 no quinto minuto); 
 Muito Baixo peso ao nascer (PN < 1500g); 
 Desnutrição grave; 
 Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados; 
 Presença de doenças de transmissão vertical (toxo, sífilis, HIV); 
 Triagem neonatal positiva; 
 
Sugere-se considerar como alto risco embora ainda não conste na linha 
guia: 
 Internamento em UTI/UCI neonatal ou pediátrica por 72 horas no 
período neonatal; 
 Malformações congênitas. 
 
Risco Intermediário 
 Neonatos de: 
 Mães negras e indígenas; 
 Mães com menos de 15 anos ou mais de 40 anos; 
 Mães analfabetas ou com menos de 3 anos de estudos; 
 
30 
 
 Mães com até 20 anos e filho morto antes de completar um ano; 
 Mães com até 20 anos e mais de 3 filhos vivos; 
 Mães que morreram no parto/puerpério 
 Neonatos com PN entre 1501 e 2500g sem internamento em UTI/UCI 
neonatal. Neonatos com IG acima de 32 semanas sem internamento em UTI/UCI 
neonatal. 
Demais neonatos são classificados como risco habitual. 
A classificação de risco deve ser confirmada no momento da alta 
hospitalar para determinar o atendimento ambulatorial conforme fluxograma. 
6.3 Cuidados e manejos individualizados 
Ao lidarmos com o bebê, no dia a dia da unidade neonatal, é sempre 
importante pensar que é fundamental para o seu bom desenvolvimento: 
 Favorecer posturas em flexão; 
 Permiti-lo sugar; 
 Diminuir a luz e/ou o nível sonoro; 
 Quando o recém-nascido se desorganiza, acalmá-lo; 
 Aproximar os pais do recém-nascido. 
 
Ações para diminuir o estresse do recém-nascido ao realizar um 
procedimento 
Antes do procedimento 
 Falar suavemente antes de tocar; 
 Posicionar e dar contenção; 
 Evitar mudanças súbitas de postura; 
 Respeitar o estado comportamental RN. 
 
 Durante o procedimento 
 Executar o procedimento em etapas, permitindo a recuperação 
fisiológica (Frequência Cardíaca, Frequência Respiratória, 
Saturação de O2 
 Se possível usar decúbito lateral;) e comportamental; 
 
31 
 
 Minimizar os outros estímulos; 
 Agrupar os procedimentos ou executar de forma contínua, lenta e 
gentil, mas eficiente, intercalando períodos de descanso, 
individualizados pelas respostas do RN; 
 Usar facilitadores (por exemplo: sucção, contenção com as mãos 
ou com o ninho e outros). 
 
Após o procedimento 
 Continuar posicionando e dando contenção até o RN ficar estável, 
com recuperação da Frequência Cardíaca, Respiratória, Saturação de 
O2 e do tônus. 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RN PRÉ-TERMO 
 
Fonte: ebserh.gov.br 
7.1 História e exame físico do recém-nascido 
As peculiaridades fisiológicas e anatômicas do RN o diferenciam de todas 
as outras faixas etárias. O mesmo ocorre com as técnicas para a obtenção da 
história e do exame físico dessas crianças. A pesquisa de informações para a 
estruturação da história clínica, assim como a realização do exame físico, muitas 
 
32 
 
vezes, ocorre em situações distantes da ideal. Assim, é frequente a necessidade 
de se voltar a pesquisar as informações não conseguidas numa primeira 
abordagem. 
 
1) Identificação do RN 
 Informações sobre o pai da criança, como seu nome, idade, escolaridade, 
local de trabalho e presença de doenças ou de hábitos inadequados como 
tabagismo, alcoolismo e uso de outras drogas; 
A identificação da mãe deverá conter, além das mesmas informações já 
solicitadas sobre o pai, dados relacionados à estabilidade do relacionamento do 
casal, o endereço e telefone de contato. 
 Registro do tipo sanguíneo dos pais, existência de consanguinidade entre 
pais e informações relativas a doenças, cirurgias etransfusões anteriores à 
gestação, que poderiam trazer implicações para o RN. 
 
2) Antecedentes obstétricos 
Registrar o número de gestações, sua evolução (incluindo abortos e 
natimortos), tipo de parto, internações anteriores e diagnósticos; informações 
sobre o tempo de amamentação dos filhos anteriores; 
Sobre a gestação atual, registrar quando foi iniciado o pré-natal, número 
de consultas realizadas e qual o local (caso seja necessário o resgate de alguma 
informação), a data da última menstruação e a idade gestacional aferida por 
exame ultrassonográfico (o mais precoce); 
Informações sobre o desenvolvimento fetal e eventuais malformações do 
feto; resultados dos exames sorológicos com o tipo de reação realizada, o título 
e a data. 
 
3) Dados do parto 
 Duração do trabalho de parto e da expulsão, a apresentação (cefálica, 
pélvica), as alterações no foco fetal e o tipo de parto, assim como sua indicação, 
caso operatório; o tempo de ruptura da bolsa e as características do líquido 
amniótico; a analgesia oferecida durante o trabalho de parto e o parto, 
detalhando-se as drogas, as doses e o tempo de aplicação antes do nascimento; 
 
33 
 
as características da placenta (peso, presença de calcificações, condições do 
cordão, número de vasos sanguíneos e tempo para a ligadura do cordão). 
 Informações sobre vacinação, intervenções cirúrgicas, procedimentos, 
complicações, pesquisa de colonização por estreptococo do grupo B, 
medicamentos utilizados e hábitos durante a gestação. 
 
4) Condições de nascimento 
Horário de nascimento, sexo, gemelaridade, peso, comprimento, tempo 
da primeira respiração, do primeiro choro e momento de ligadura do cordão; 
Os valores registrados na escala de Apgar ao 1º e 5º minutos; se foi 
submetida à aspiração das vias aéreas superiores, se recebeu oxigênio 
inalatório, ventilação com pressão positiva, intubação traqueal e drogas. 
 Registrar se o bebê foi colocado em contato pele a pele com a mãe, por 
quanto tempo e se foi amamentado na sala de parto, registrando-se quando 
ocorreu a primeira mamada (Ex. aos 20 minutos de vida). 
Exame físico sumário do RN - esse exame é necessário a fim de 
determinar as condições respiratórias, cardiocirculatórias e malformações 
grosseiras. 
Essa avaliação global, inclusive da idade gestacional, permitirá ao 
profissional decidir qual o destino do RN, se unidade de alojamento conjunto, 
intermediária ou de cuidados intensivos. 
 
5) Exame físico 
Caso o RN se apresente aparentemente saudável na avaliação sumária 
realizada na sala de parto, o exame físico minucioso deverá ser feito após 2 a 6 
horas de vida, preferencialmente antes de o bebê completar 12 horas de vida. 
Deve ser realizado, sempre que possível, com a presença dos pais, o que reforça 
a relação entre médico e familiares, permitindo o esclarecimento de eventuais 
dúvidas dos genitores. 
Como regra, o RN como um todo ou em seus segmentos corporais admite 
um exame que vai do externo para o interno e no sentido crânio-caudal. 
Inspeção, palpação, percussão e ausculta devem ser aplicadas nos diversos 
segmentos examinados. 
 
34 
 
Por vezes, é necessário complementar o exame em outro momento, por 
exemplo, quando não foi possível a palpação cuidadosa do abdome em um bebê 
que chorava muito no exame. 
 Avaliar sinais vitais, observar a ocorrência de diurese e evacuações e 
verificar medidas antropométricas (peso, comprimento, perímetro cefálico e 
perímetro torácico). 
 
 Pele: 
Textura e umidade: o RN pré-termo extremo possui pele muito fina e 
gelatinosa, o RN a termo tem pele lisa, brilhante, úmida e fina e o RN pós- termo 
ou com insuficiência placentária, pele seca, enrugada, apergaminada e com 
descamação acentuada. Nos casos de hipotireoidismo congênito pode- se 
observar pele seca e áspera. 
 Cor: RN de cor branca são rosados e os filhos de pais negros nascem 
avermelhados com maior quantidade de melanina nos mamilos, região 
periungueal, na pele da borda do umbigo e na genitália. Pletora é observada em 
RN policitêmicos, hiperoxigenados ou com hipertermia. A palidez acentuada 
pode indicar anemia (aguda ou crônica), vasoconstrição periférica ou choque; 
 A presença de uma linha delimitando um hemicorpo com eritema e outro 
com coloração normal é conhecida como fenômeno de Arlequim, benigno e 
representa um grau de instabilidade vasomotora. 
 É comum a presença de cianose de extremidades (acrocianose), que se 
apresentam frias ao toque. Já cianose central é preocupante e associa-se 
geralmente com doenças cardiorrespiratórias. Na vigência de líquido amniótico 
meconiado, a pele e o coto umbilical podem estar impregnados, apresentando 
cor esverdeada característica. 
 
 Cabeça: 
Pode apresentar deformidades transitórias dependentes da apresentação 
da apresentação e do parto. Perímetro cefálico: deve ser medido por fita métrica, 
passando pela protuberância occipital e pela região mais proeminente da fronte. 
Geralmente é 2 a 3 cm maior que o perímetro torácico. Avaliar a presença de 
macrocefalia ou microcefalia. 
 
35 
 
Fontanelas: o tamanho é variável; a fontanela anterior em forma de 
losango mede 2 cm nos dois sentidos (variação de 1 a 5 cm); a posterior é 
triangular e do tamanho de uma polpa digital. Suturas: podem ser afastadas ou 
com cavalgamento. O cavalgamento deve ser diferenciado da cranioestenose, 
responsável por deformações do crânio com hipertensão intracraniana. 
Afastamento grande de sutura, associada ao perímetro cefálico aumentado, 
ocorre na hidrocefalia. 
Bossa serossanguínea: é uma massa mole, mal limitada, edemaciada e 
equimótica, localizada ao nível da apresentação que desaparece nos primeiros 
dias de vida. 
Céfalo-hematoma: é um derrame sanguíneo subperióstico, que aparece 
como uma coleção de consistência cística, de volume variável, limitando-se ao 
osso atingido. Pode calcificar e a regressão é espontânea, podendo demorar 
semanas ou meses para ser reabsorvido. Pode ser causa de hiperbilirrubinemia. 
Alterações ósseas: o craniotabes é uma zona de tábua óssea 
depressível, com consistência diminuída, comparada à uma bola de pingue-
pongue, encontrada em RN normal, principalmente, no prematuro. 
 
 Olhos: 
Observar sobrancelhas, cílios, movimentos palpebrais, edema, direção da 
comissura palpebral (oblíqua, transversal), afastamento de pálpebras e epicanto. 
Pesquisar microftalmia (microcórnea), catarata (reflexo esbranquiçado da 
pupila), colobomairidiano (persistência de uma fenda inferior de íris), tamanho 
da pupila (midríase e miose). Igualdade (isocoria ou anisocoria), glaucoma 
congênito e reação à luz. 
As hemorragias conjuntivais são comuns. A presença de estrabismo não 
tem significado nessa idade e pode persistir por 3 a 6 meses. 
 O nistagmo lateral é frequente. 
 O sinal de sol poente é encontrado em RN com hidrocefalia. 
Encefalopatia bilirrubínica e em lesões de tronco. 
 
 
 
 
 
36 
 
 Orelhas: 
Pesquisar papilomas pré-auriculares e fístulas retroauriculares. As 
anomalias do pavilhão podem estar associadas a malformação do trato urinário 
e a anomalias cromossômicas. 
Pesquisar a acuidade auditiva. 
 
 Nariz: 
Pesquisar forma, permeabilidade de coanas e presença de secreção 
(coriza intensa – uso de reserpina pela mae e muco-sanguinolenta – sífilis 
congênita). 
 
 Boca: 
Pérolas de Epstein: pequenas formações esbranquiçadas no palato e, 
às vezes, na gengiva sem repercussão clínica. 
 Aftas de Bednar: lesões erosivas na mucosa decorrente de aspiração 
ou limpeza agressiva logo após o parto. 
 Salivação: saliva excessiva, pensar em atresia de esôfago. Presença de 
dentes, conformação do palato (ogival), presença de fenda palatina, fissura labial 
(lábio leporino), desvio da comissura labial (paralisia facial). 
Hipoplasia (micrognatia), posição da mandíbula (retrognatia). Visualizar a 
úvula e avaliar tamanho da língua e dofreio lingual. 
 
 Pescoço: 
 Detectar a presença de bócio, fístulas, cistos, restos de arcos branquiais, 
contratura do esternocleidomastoídeo (torcicolo congênito), presença de pele 
redundante na nuca pode estar associada à síndrome de Down, e na parte lateral 
(o chamado pescoço alado) à síndrome de Turner. 
 
 Tórax: 
 Forma normal é cilíndrica. No RN a termo seu perímetro (passando pelos 
mamilos) é cerca de 2 cm menor que o cefálico. Assimetria pode estar associada 
à malformação cardíaca, pulmonar, da coluna e do arcabouço costal. O apêndice 
xifóide é frequentemente saliente. Os mamilos e as glândulas mamárias crescem 
 
37 
 
com a idade gestacional. Pode ocorrer hipertrofia bilateral das glândulas 
mamárias decorrente de estímulo estrogênico materno. Observar a presença de 
glândulas supranumerárias. 
 
 Aparelho respiratório: 
A respiração do RN é do tipo costo-abdominal. 
FR normal varia de 40 a 60 movimentos por minutos com pausas 
respiratórias curtas (cerca de 5 segundos) nos RN prematuros. 
Configura-se apneia quando o tempo de parada respiratória é maior que 
20 segundos ou menor, mas associada à cianose ou bradicardia. 
 Verificar a presença de retração, estertores e diminuição do murmúrio 
vesicular. 
 
 Aparelho cardiovascular 
FC normal varia de 120 a 160 batimentos por minuto. Batimentos 
cardíacos são melhor audíveis no bordo esquerdo do esterno. Presença de 
sopros nos primeiros dias é comum, porém, se persistirem por algumas 
semanas, é provável que haja manifestações de cardiopatia congênita. 
 Palpação dos pulsos nos quatro membros é obrigatória. Ausência dos 
pulsos femorais, deve-se pensar em coarctação da aorta e pulso amplo sugere 
PCA. Aferir pressão arterial. 
 
 Abdome: 
Inspeção O abdome do RN apresenta-se semigloboso, com perímetro 
abdominal cerca de 2 a 3cm menor que o cefálico 
A distensão abdominal indica a presença de líquido, visceromegalia 
obstrução e perfuração intestinal. 
O abdome escavado indica hérnia diafragmática. Presença de diástese 
de reto é observação frequente e sem significado clínico. 
Observar a presença de agenesia de musculatura abdominal, hérnia 
inguinal e umbilical, onfalocele, cisto e hemorragia do cordão. Inspecionar as 
condições do coto umbilical. Inicialmente gelatinoso, ele seca progressivamente, 
mumificando-se perto do 3º ou 4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo 
em torno do 6º ao 15º dia. 
 
38 
 
Secreção, edema e hiperemia periumbilical indicam onfalite. 
Visualizar o orifício anal. A eliminação de mecônio costuma ocorrer nas 
primeiras 24 a 36 horas de vida. 
Palpação: Fígado é palpável até 2cm do rebordo costal. 
 A ponta do baço pode ser palpável na primeira semana, sendo que o 
aumento deve ser investigado. 
Detectar a presença de massas abdominais. 
 
 Tecido subcutâneo: 
 A prega cutânea, costuma ter cerca de 1 cm nos RN a termo e ser 
uniformemente distribuída pelo corpo. 
 O turgor da pele firme está associado ao bom estado nutricional. Crianças 
emagrecidas podem apresentar turgor frouxo. O turgor pastoso em RN está mais 
associado à desnutrição ao final da gestação, geralmente por insuficiência 
placentária. Em locais relacionados à apresentação fetal pode ser observado 
edema, especialmente nas pálpebras. 
 Nos RN prematuros pode haver edema duro, em membros inferiores e 
na região genital, que regride em alguns dias (linfedema). Em caso de edema 
acentuado no dorso das mãos e pés, a síndrome de Turner deve ser 
considerada. 
Gânglios: Habitualmente o RN apresenta raros pequenos gânglios em 
torno de 3 mm. Lembrar que nas infecções congênitas pode haver hipertrofia 
ganglionar. 
 
 Mucosas: 
Avalia-se cor, umidade e presença de lesões. O exame da mucosa oral é 
mais apropriado e pode ser feito em detalhes durante o choro da criança. 
 
 Musculatura: 
Um RN normal a termo apresenta hipertonia em flexão dos membros. Em 
decúbito dorsal, apresenta os membros superiores fletidos e os inferiores 
semifletidos, cabeça lateralizada e mãos cerradas. O tônus muscular depende 
da idade gestacional; quanto mais próximo do termo, maior o tônus flexor. 
 
 
39 
 
 Esqueleto e extremidades: 
 Avaliar a presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade 
e dor à palpação de todos os ossos e articulações do RN. 
Polidactilia: mais de 5 dedos em cada mão (autossômico dominante); 
Sindactilia: dedos unidos 
Aracnodactilia: dedos muito longos 
Clinodactilia: dedos desviados do eixo, agenesias (de rádio, fêmur, tíbia, 
úmero, etc.). 
 Prega palmar única em ambas as mãos associada à ausência de prega 
falangiana no 5º quirodáctilo (dedo mínimo) é observada em situações de 
hipotonia fetal, como na síndrome de Down. 
É necessário diferenciar o pé torto posicional, decorrente da posição 
intraútero, do pé torto congênito. 
 Examinar a coluna vertebral, especialmente a área sacrolombar, 
percorrendo com os dedos a linha média em busca de espinha bífida, 
mielomeningocele e outros defeitos (sinus sacral acima do promontório, 
pilosidades locais, hemangiomas capilares ou acúmulo anormal de gordura que 
sugerem espinha bífida oculta). 
 
 Articulações coxo-femurais: 
Realizar manobras de Ortolani pela abdução da coxa, tendo as pernas 
fletidas. Quando positiva, indica displasia coxo-femural; 
 Pesquisar Barlow e assimetria das pregas da face posterior das coxas e 
subglúteas; 
 
 Aparelho geniturinário: 
 A primeira diurese costuma ocorrer na sala de parto ou nas primeiras 48h. 
Eventualmente observam-se manchas avermelhadas nas fraldas que se devem 
à presença de uratos na urina e não tem repercussão clínica. 
Sexo masculino: O pênis normal de um RN mede de 2 a 3 cm. Palpar a 
bolsa escrotal e verificar a presença de testículos que podem encontrar-se 
também nos canais inguinais (comum em RN prematuro extremo). A distopia 
testicular é a ausência de testículos na bolsa escrotal ou canal inguinal. 
 
40 
 
 Presença de hidrocele não comunicante é frequente e se reabsorverá 
com o tempo. A fimose é fisiológica ao nascimento. 
 Observara localização do meato urinário: terminal (normal), ventral 
(hipospádia) ou dorsal (epispádia). Na presença de hipospádia associada a 
criptoquirdia, solicitar cromatina sexual e cariótipo. 
Sexo feminino: Os pequenos lábios e clitóris estão proeminentes. Nos 
primeiros dias, pode aparecer uma secreção esbranquiçada mais ou menos 
abundante e, às vezes, hemorrágica. 
Pesquisar imperfuração-himenal, hidrocolpos e aderência de pequenos 
lábios. 
Fusão posterior de grandes lábios e hipertrofia clitoriana indicam a 
pesquisa de cromatina sexual e cariótipo. 
 
 Sistema nervoso: 
 Observar atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e reflexos. 
Pesquisar os reflexos primitivos: Moro, sucção, busca, preensão palmar e 
plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada dos membros inferiores, 
endireitamento do tronco e marcha reflexa. 
7.2 Controle térmico 
A temperatura corporal é o resultado do balanço entre os mecanismos de 
produção e de eliminação do calor. No RN, sobretudo no pré-termo, pode ocorrer 
desequilíbrio desses mecanismos, com aumento nas perdas e limitação na 
produção. 
 
Desequilíbrio entre perda e produção de calor no RN pré-termo 
Aumento da perda Diminuição da produção 
 Maior área de superfície corporal 
 Epiderme não queratinizada 
 Mais água extracelular (mais 
evaporação) 
 Menor estoque de gordura marrom 
 Menor resposta termogênica por 
hipóxia, restrição do crescimento 
intrauterino e doenças 
 
41 
 
 Maior quantidade de tecido 
subcutâneo. Menor capacidade 
de vasoconstrição cutânea 
 Baixa temperatura ambiental 
 Menor mobilização de noradrenalina 
e ácidos graxos livres 
 Consumo de O2 limitado por 
problemas pulmonares 
Fonte: Ministério da Saúde 
A capacidade de manter constante a temperatura corporal quando a 
temperatura ambiental varia(homeotermia) é limitada no RN, e o estresse do frio 
ocorre quando a perda de calor excede a capacidade de produção. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud KNOBIL e HOLDITCH,2007, LYON,2008) 
 
 Cuidados térmicos na unidade neonatal 
 A temperatura de admissão dos RN prematuros na unidade neonatal 
deve ser de pelo menos 36°C. As primeiras 12 horas de vida são críticas na 
estabilização térmica do RN pré-termo, pois, nesse período, geralmente vários 
procedimentos e manipulações são necessários. 
Todo RN deve ser mantido em ambiente de termoneutralidade, ou seja, 
na faixa de temperatura ambiental na qual a taxa metabólica é mínima e a 
temperatura corporal é mantida sem alteração na produção ou perda de calor. 
Para RN a termo, o ambiente termoneutro nas primeiras horas de vida 
situa-se entre 32– 34 °C, mas a faixa de termoneutralidade varia em função do 
peso de nascimento e das idades gestacional e pós-natal, atingindo 35 °C ou 
mais para RN prematuros de muito baixo peso nos primeiros dias de vida. 
((MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud SCOPES e AHMED, 1966) 
 
 Peso ao nascer e idade gestacional 
 <1.500 g 
< 34 sem 
1500–2.499g 
34–36 sem 
≥ 2.500g 
≥ 37 sem 
1º dia de vida 33,5 a ≥ 35º 32 a 34º 31 a 34º 
2º dia de vida 33 a 35º 31,5 a 33,5º 30,5 a 33,5º 
3º dia de vida 33 a 34º 31,2 a 33,4º 30,1 a 33,2º 
4º dia de vida 33 a 34º 31 a 33,2º 29,8 a 32,8º 
 
42 
 
5 - 14 dias de 
vida 
33 a 34º 31 a 33º 29 a 32,5º 
Fonte: Ministério da Saúde 
Vários recursos podem ser usados para obter o ambiente de 
termoneutralidade, destacando-se: incubadora e berço aquecido. 
Incubadora: Na incubadora, o ar é aquecido por convecção forçada, ou 
seja, pela circulação de ar quente em alta velocidade, mantendo o ambiente 
estável. Entretanto, a temperatura interna da incubadora altera-se cada vez que 
as portinholas são abertas, por isso deve-se abri-las o mínimo possível. 
Berço aquecido: É geralmente utilizado para recepção do RN prematuro 
na unidade e também para realização de procedimentos. Durante a realização 
de procedimentos, é importante monitorizar a temperatura do RN, pois ele fica 
coberto com campos estéreis e, assim, o calor radiante pode não atingir sua 
pele. O berço aquecido emite energia infravermelha, facilmente absorvida pela 
pele e transformada em calor. A temperatura é mantida pelo calor radiante, que 
provoca aumento da perda transepidérmica de água, o que deve ser previsto no 
balanço hídrico do RN. Cobrir o RN com campo aquecido ou cobertor plástico 
ajuda a minimizar esse problema. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud 
RUGOLO et al,2008, LYON, 2004, ESPIRIDIÃO,2000) 
O Ministério da Saúde (2011), faz as seguintes recomendações, 
importantes, para o controle térmico do RN prematuro: 
 O exame físico do RN prematuro deve ser realizado sob fonte de 
calor radiante e, se o exame for demorado, um sensor de 
temperatura deve ser colocado na pele para monitorização. 
 A utilização de gorros é útil para reduzir a perda de calor pela 
cabeça. 
 Deve-se transportar o RN em incubadora aquecida e realizar 
procedimentos em berço de calor radiante. 
 Na UTI manter o RN prematuro na incubadora, em ambiente 
termoneutro. Nas unidades que adotam o Método Canguru, este 
deve ser estimulado. 
 
43 
 
 RN prematuros estáveis devem ser vestidos, exceto quando 
estiverem em contato pele a pele. 
 
 Monitorização da temperatura 
A temperatura do RN está em constante interação com a do ambiente e, 
portanto, em constante mudança. Por esse motivo, precisa ser avaliada com 
frequência e preferencialmente de forma contínua. 
 A temperatura central pode ser obtida de forma intermitente por via axilar 
(preferencialmente com termômetro digital) ou contínua por meio de sensor 
abdominal. 
A temperatura periférica pode ser aferida nos membros, mais comumente 
nos pés. 
Não se recomenda a avaliação da temperatura retal, pois sua aferição tem 
risco de lesão de mucosa, não permite avaliação contínua e varia conforme a 
profundidade de inserção do termômetro e presença de evacuação. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud RUGOLO et al,2008, LYON, 2004) 
Como a pele do abdome não apresenta vasoconstrição, a temperatura da 
pele sobre o fígado tem sido bastante utilizada como indicador da temperatura 
central. Nesse caso, coloca-se o sensor na linha média da porção superior do 
abdome, estando o RN em posição supina. Outra opção é colocar o sensor no 
dorso do RN, na região escapular. 
 A medida isolada da temperatura indica se o RN está mantendo ou não 
o calor do corpo, mas não permite saber o gasto energético para tal. A 
monitorização contínua da temperatura central e da periférica pode detectar o 
estresse do frio antes que ocorra diminuição da temperatura central, pois a 
temperatura periférica diminui primeiro, aumentando a diferença entre elas, que 
normalmente varia de 0,5 a 1,0 ° C. Diferença superior a 2°C geralmente é devida 
ao estresse do frio, mas pode ocorrer na hipovolemia (associada a outros sinais 
de alteração hemodinâmica), e também pode refletir aumento na temperatura 
central no RN séptico. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011 apud RUGOLO et 
al,2008, LYON, 2004, ELLIS,2005) 
 
 
 
 
44 
 
 Mecanismos de perda de calor no período neonatal 
São quatro as possíveis maneiras de perda de calor pelo RN: evaporação, 
radiação, convecção e condução. 
Evaporação: Corresponde à perda insensível de água pela pele. É a 
principal forma de perda de calor em RN prematuros, especialmente ao 
nascimento e nos primeiros dias de vida, sendo inversamente proporcional às 
idades gestacional e pós-natal. As principais causas dessa perda são pele ou 
cobertas molhadas e baixa umidade do ambiente ou do ar inspirado. É 
especialmente importante em crianças em berços aquecidos. 
Radiação: Trata-se da perda de calor do RN para objetos ou superfícies 
mais frias que não estão em contato com ele. A principal causa dessa perda é a 
grande área da pele exposta a ambiente frio, o que pode ocorrer no RN despido 
em incubadora, que perde calor para as paredes da mesma. A utilização de 
incubadoras de parede dupla para RN pré-termo pequeno minimiza este efeito. 
É por este mecanismo que os berços aquecidos fornecem calor aos bebês. 
Convecção: Forma pela qual ocorre perda de calor da pele do RN para o 
ar ao seu redor. O principal fator desencadeante dessa perda é o fluxo de ar frio 
na pele ou mucosas. A manutenção das portinholas das incubadoras fechadas, 
assim como a lateral dos berços aquecidos levantadas, são importantes métodos 
de prevenção deste tipo de perda de calor. 
Condução: Trata-se da perda de calor do RN para a superfície fria em 
contato com ele. Geralmente essa perda é pequena, pois os RN são colocados 
em superfícies aquecidas. 
 
 Hipotermia 
A Organização Mundial de Saúde (1997) define como faixa de 
normalidade a temperatura do RN de 36,5 a 37°C e classifica a hipotermia 
conforme a gravidade: 
 Potencial estresse do frio (hipotermia leve): temperatura entre 36,0 
e 36,4°C. 
 Hipotermia moderada: temperatura entre 32,0 e 35,9°C. 
 Hipotermia grave: temperatura menor que 32,0°C. 
 
 
45 
 
Quadro clínico: 
 As manifestações clínicas da hipotermia são inespecíficas, incluindo, 
entre outras: 
 Sucção débil. 
 Hipotonia. 
 Letargia. 
 Taquipneia ou apneia. 
 Taquicardia ou bradicardia. 
 Tremores. 
 Quedas na saturação de O2. 
 Acidose. 
 Vasoconstrição: Pele com coloração vermelho brilhante (falha na 
dissociação da oxihemoglobina). 
 Edema ou esclerema (devido alteração na permeabilidade capilar). 
 
A hipotermia leva à diminuição da produção de surfactante e aumento do 
consumo de oxigênio e causa depleção das reservas calóricas, contribuindo para 
o desenvolvimento ou agravamento de insuficiência respiratória. Na hipotermia 
grave pode ocorrer hipotensão, bradicardia, respiração irregular, diminuição de 
atividade, sucção débil,diminuição de reflexos, náuseas e vômitos, acidose 
metabólica, hipoglicemia, hipercalemia, azotemia, oligúria e, algumas vezes, 
sangramento generalizado, hemorragia pulmonar e óbito. 
Dois grupos de RN merecem especial atenção devido à maior frequência 
de hipotermia na admissão e sua associação com óbito: RN prematuros muito 
pequenos e os nascidos fora do serviço e submetidos a transporte. (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2011 apud RUGOLO et al,2008, COSTELOE et al, 2000) 
 
Tratamento: 
O reaquecimento pode ser feito por meio de calor radiante ou incubadora, 
e de forma rápida ou gradual, não havendo evidências de que um método seja 
melhor do que o outro. O importante é reaquecer o RN de forma cuidadosa e sob 
monitorização, com medida da temperatura a cada 15 minutos após cada 
aumento de temperatura na incubadora ou no berço de calor radiante. 
 
46 
 
A tendência atual é aquecer o RN hipotérmico utilizando fonte de calor 
radiante, tendo como segunda opção o aumento gradativo da temperatura da 
incubadora, ajustando-a em 1 a 2 °C acima da temperatura do RN, seguindo-se 
com aumento de 1°C por hora até que haja normalização da temperatura do RN. 
O reaquecimento não monitorizado pode levar a complicações como hipertermia, 
apneia, hipotensão e convulsões. 
 
 Hipertermia 
 Esta condição não é frequente em RN prematuros, mas são importantes 
os riscos da exposição fetal à febre materna e a associação entre hipertermia 
fetal/neonatal e lesão cerebral. Hipertermia é definida como temperatura corporal 
acima de 37,5ºC. 
As causas podem ser distribuídas em três grupos: 
 Condições associadas com febre materna: anestesia peridural, 
corioamnionite, infecção urinária. 
 Condições do RN: infecção, desidratação, disfunção do sistema 
nervoso central, medicações. 
 Condições ambientais propiciando superaquecimento: ambiente 
muito quente, falha no servo-controle do berço ou da incubadora, 
ou falha dos alarmes. 
Na hipertermia de causa ambiental, o RN encontra-se menos ativo, com 
vasodilatação cutânea, postura em extensão e com temperaturas central e 
periférica iguais. RN prematuros são capazes de responder ao estresse do calor. 
Na sepse a vasoconstrição é frequente e as extremidades são, em geral, 
2 a 3°C mais frias que o tronco. RN com sepse, meningite ou pneumonia podem 
apresentar temperatura acima de 38 ºC, porém é comum a ausência de febre, 
especialmente nos RN prematuros com quadro infeccioso, em que é mais 
comum a hipotermia. 
7.3 Tubo digestivo e anexos 
A integridade do tubo digestivo é indispensável, devendo ser averiguada 
ao nascimento. Além da permeabilidade esofagiana e presença do orifício anal. 
 
47 
 
Ao nascimento o volume do estômago encontra-se em torno de 10 ml. Sai 
capacidade aumenta rapidamente, mas possui limitações quanto a esse 
crescimento, dessa forma torna-se indispensável, ás vezes, retirar-se o resíduo 
gástrico antes da alimentação (gavagem) do lactante. 
Após a mamada do leite materno, o estômago esvazia-se em duas horas. 
Pode-se dilatar à custa da mamada, ocorrendo então um abaulamento da região 
epigástrica. 
Cálculo da capacidade gástrica: 
Peso (em gramas) /100 - 3= capacidade gástrica 
Exemplo: 
2000g/100 - 3 = 20 – 3 = 17cc de capacidade gástrica. (cc: centímetro 
cúbico = 1 mililitro) 
 
Cólon: quando a alimentação é feita por leita materno, é percorrido em torno de 
4 horas. Quando é leite de vaca, esse tempo sobe para 12 horas. 
Tal diferença repercute nas evacuações, sendo que quando a alimentação é feita 
por leite materno a quantidade de evacuações é maior, podendo ser equiparada 
pelo número de mamadas. 
Quando a alimentação é feita pelo leite de vaca, as evacuações são em torno de 
duas por dia. 
 
Urina: apesar do funcionamento imaturo, a produção de urina ocorre desde a 
vida uterina e lançada no líquido amniótico. Após o nascimento a primeira micção 
ocorre nas primeiras 12 horas e sempre antes da 36º hora. 
Deve-se verificar, nos meninos, micção de jato, e não por regurgitamento ou gota 
a gota. As primeiras urinas são claras e em pouca quantidade. 
7.4 Rotina de banhos 
O banho do RN requer cuidados, pois pode alterar a primeira defesa do 
RN que é a sua pele (irritação, trauma, hipotermia, etc). 
 Durante o primeiro banho usar luvas de procedimento como precaução 
padrão. O vérnix em excesso pode ser removido, mas com cuidado (não é 
necessária toda à sua remoção). 
 
48 
 
Não está recomendado o banho de rotina (diário) para RN doente ou 
grave. Nestes casos, proceder somente a higiene no leito e com a incubadora 
fechada. 
A higiene do períneo deve ser feita após todas as evacuações com 
sabonete neutro, mesmo em RN grave (nesses casos, fazer a higiene com 
cuidado). 
Tipo de solução de limpeza para o primeiro banho 
 RN < 32 semanas Água estéril (ou pelo menos fervida e 
esfriada) 
 RN 32 a 37 semanas Sabonete neutro 
 RN > 37 semanas Sabonete com clorexidine 0,4% 
Frequência de banhos 
 RN < 32 semanas Banhos no leito em dias alternados 
somente com água morna 
 RN 32 a 37 semanas Banhos no leito ou de imersão em dias 
alternados somente com água morna 
 RN > 37 semanas Banhos no leito ou de imersão diários, 
intercalando água morna e sabonete 
neutro 
Cuidados com o coto umbilical 
 Higiene com álcool 70% após o banho e a cada troca de fralda 
 Não usar outras soluções ou produtos 
 Orientar a mãe a não cobrir o coto com ataduras ou afins 
Fonte: adaptado de saude.pb.gov.br 
7.5 Administração da vitamina k1 (kanakion) 
Indicação: anti-hemorrágico. Profilático e terapêutico da Doença 
Hemorrágica do RN (DHRN 
Composição: vitamina k1 
Posologia: 1mg por dose intramuscular, logo após o nascimento. 
(fitomenadiona). 
Apresentação: ampolas de 1ml com 10mg por ampola. 
 
49 
 
Contra-indicação: é absolutamente contra-indicada a administração 
intravenosa. 
 Dose de aplicação: 0,1ml da ampola de 1ml sem diluição (PURO). 
 Utilizar seringa de 1ml: (insulina – tuberculina) e agulha 13x4,5. 
 Cálculo: 1ml = 10mg Xml = 1mg 10x = 1 X = 1/10 X = 0,1ml = 1mg. 
(administrar 0,1ml da solução). 
Local de aplicação: região do terço médio do vasto lateral esquerdo. 
Local de aplicação da vacina de hepatite B: vasto lateral direito. 
7.6 Punção venosa 
 É utilizada para manter níveis séricos do medicamento para rápida 
atuação no organismo, introduzindo-o sob pressão diretamente na corrente 
sanguínea. 
Os locais de punção no membro superior são as veias cefálicas, basílicas, 
mediana e veias metacarpianas dorsais da mão; nos membros inferiores são as 
veias safena interna, safena externa e veias do dorso do pé; e as veias do couro 
cabeludo, na região frontal ou temporal. 
 Toda medicação a ser administrada por via endovenosa deve estar 
límpida, com pH próximo do sangue e perfeitamente diluído. Alguns acidentes 
locais poderão ocorrer durante a administração, são eles: 
 Formação de hematomas pelo extravasamento de sangue; 
 Soromas devido à infiltração da infusão venosa 
 Necrose devido à saída de medicamento irritante e vesicante do 
vaso pela má posição do bisel; 
 Tromboflebite e flebite devido à ação irritante ao endotélio ou a 
formação de coágulos. 
 Acidentes sistêmicos: choque anafilático. 
Tais acidentes podem ser evitados ou minimizados com a correta diluição 
do medicamento, infusão lenta e percepção rápida do profissional. 
Exemplo de rotina para punção venosa: 
 
 
 
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Profissional Procedimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe de Enfermagem 
 
 Lavar as mãos; 
 Retirar o ar do equipo de soro; 
 Posicionar o recém-nascido em decúbito 
dorsal em superfície firme. Realizar 
contenção com cueiro, movimentar o RN com 
suavidade; 
 Administrar via oral 2ml de solução de glicose 
a 25% cinco minutos antes do procedimento 
para analgesia; 
 Realizar o procedimento em dois 
profissionais: enquanto um realiza a punção,

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