A Conduta no Serviço Público

Módulo A Conduta no Serviço Público 3 Br asília-DF , 2016. É c a e Serviço Público © Enap, 2016 Enap Escola Nacional de Administr ação Públic a Diret oria de Comunicação e P esquisa SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Br asília, DF T elefone: (61) 2020 3096 - F a x: (61) 2020 3178 Fundação Escola Nacional de Adminis tr ação Pública Presidente Francisc o Gaet ani Diretor de Desen volvimen to Gerencial Paulo Mar ques Coordenadora-Geral de Educ ação a Dist ância Natália T eles da Mota Conteudís tas Cícero R omão (2005) e Agnaldo Cuoco P ortug al (2009) . Diagramaç ão realiz ada no âmbit o do acor do de Cooper ação T écnicaFUB/CDT /Labora tório La tude e Enap. SUMÁRIO 1 - Objevos Especícos ..................................................................................................... 5 2 - Por que condut a e r egr as de conduta? ........................................................................... 5 3 - Prossionalismo , decor o e civilidade ............................................................................. 9 4 - Códigos de éc a no Serviço Público ............................................................................. 14 5 - Iniciav as da Administr aç ão Pública F eder al ................................................................ 16 6 - Bibliogr aa .................................................................................................................. 20 7 - Conclusão .................................................................................................................... 20 5 1 Objevos Especíc os Ao nal deste módulo , esper a-se que v ocê seja capaz de: 1 - Denir ideal de condut a do serviço público , que combine e x celência e r edão; 2 - Descrever prossionalismo , decoro e civilidade, como princípios básicos da conduta do servidor público; 3 - Conceituar código de éc a, apont ando sua nalidade; 4 - Citar iniciav as go vernamen tais que in troduz am noções de é ca na g est ão pública; 5 - Apontar van tag ens de criar instrument os de orientaç ão da condut a da Administr ação Feder al; 6 - Denir "comissão de éca", ressalt ando sua c omposição , objevos e metodologia de tr abalho. Nest e módulo v ocê ser á apresen tado a um ideal de conduta no serviço público, que vise combinar a ex celência e redão , e obter á inf ormações sobr e as iniciavas gov ernament ais para in troduzir noç ões de éc a na g est ão pública, bem como conhecer as v ant agens de criar e observar ins trumentos de orien taç ão da condut a na Administr aç ão Feder al. Os assuntos abor dados aqui são: • Por que c onduta e r egr as de condut a? • Prossionalismo , decor o e civilidade. • Códigos de éca no serviço públic o. • Iniciav as da administr ação públic a f eder al. 2 Por que c onduta e r egr as de condut a? Conduta Moral A conduta é ca do servidor público não é apenas uma quest ão de comport ar -se de ac ordo com o que é permido. O essencial da c onduta é a orien taç ão in terna que ele dá a suas ações: a movação , o esmero , o gosto com que realiz a seu ocio para cumprir seus dev eres ou para faz er mais do que a função lhe prescrev e. Módulo A Conduta no Serviço Público 3 6 Há certos aspectos do serviço público que não se medem pelo simples cumpriment o exterior das normas, mas pela qualidade c om que as r egr as são observ adas. Quant as ve z es nossas leis são cumpridas "na letr a", mas não no seu "espírito"? A condut a, portan to , lev a em con ta a escolha conscien te do ag ent e. Essa escolha conscient e não est ar á livre do julgamen to éco, conteúdo que estudamos no Módulo 1. Mesmo assim, é muito bom que se f ale em regr as de c onduta. P or quê? • P ar a ajudar o servidor a desenv olver sua própria orient ação interna, dando-lhe segur ança e esmulo par a a sua a tuação pr ossional; • P ar a ajudá-lo a alcançar o domínio dos modos de realiz ar ou construir algo. Esse domínio implica a f amiliaridade com as r egr as ou procedimen tos que indic am o que e como f az er . Por ém, não se trat a de qualquer regr a ou procedimen to. Na verdade, devemos est ar atent os a dois pos dif er entes de regr as de conduta. Acesse o infogr ác o abaix o para conhecer estas regr as. Regr as Imper a vas São regr as que simplesmente proíbem ou ordenam, pressupondo que o sujeito saiba faz er o que se ordena e c onheça as condut as pr oibidas. Regr as Cons tuvas São regr as que instruem as pessoas a f az er algo. Elas orientam o sujeito éco a realiz ar ou construir o que se deseja. Como toda regr a, elas limitam o leque de coisas que poderiam ser f eitas. Contudo, ao contr ário das regr as imper av as, as regr as constuv as mais orientam a ação do indivíduo do que a ordenam ou a pr oíbem. Resumindo: As regr as imper a vas diz em o que não pode ser f eito e o que de ve ser f eito. As regr as cons tuv as dizem c omo faz er o que pode e dev e ser f eito. 7 Regras: Trilhas Para Agir Suponha, por ex emplo, que você adquira um progr ama de computador , com licença para uso domésco em apenas uma máquina. P ar a ulizar esse progr ama, não bas ta tê-lo instalado em seu computador , no escritório de sua casa. V ocê precisa saber usar o progr ama para que ele faç a o que você quer . Se não há ninguém para ensiná-lo , v ocê precisa ler o manual, que o ins truir á sobre os passos a seguir . O manual c ontém regr as que, evidentemen te, o lev am a seguir um c aminho e não outr o. Sem o manual, você teria possivelmente inúmeros caminhos a seguir . E esse gr ande número de alternav as o impediria de seguir em fr ent e. O manual, por ém, diz: "f aç a isso , não faça aquilo" etc. Ele tr aç a um caminho imaginário à sua fr ent e, possibilitando a sua ação. As limitações de uso do progr ama são estabelecidas pelas regr as imperav as: o progr ama só poderá ser inst alado em um comput ador e apenas par a uso não comer cial. O manual, por sua vez, apr esen ta as r egr as cons tuvas que orien tam c omo f az er o melhor uso do progr ama. 8 Quando queremos f az er algo comple x o e de alta responsabilidade, como é o caso do serviço público , nos senmos como se es véssemos dian te de uma ores t a densa e escura. As r egr as impera v as nos diz em que podemos e devemos a tr a vessar a or est a. Por ém, se não vemos nenhuma trilha, será muito dicil atr av essá-la, pois teremos muitas opções e, por isso mesmo , grande chance de erro. Essa incertez a quanto ao caminho a seguir nos deixa insegur os. P ar a ulizar o programa de computador , não é suciente a licença de uso: precisamos de regr as c onstuv as que nos orient em como uliz á-lo. Da mesma f orma, par a a tr a vessar a or est a, não bast am as r egr as imper av as, pr ecisamos de regr as c onstuv as que nos orien tem sobr e qual caminho devemos seguir e quais at alhos não podemos tomar de maneir a nenhuma, se desejamos chegar ao nosso desno com seguranç a e faz endo apenas o que é correto. As r egr as de condut a são regr as cons tuvas est abelecidas a parr de regr as imperav as, nos orient ando diante de uma aç ão desaador a e arriscada. P ar a melhor compr eender a importância das r egr as de condut a, cabe r et omar a ideia que estudamos no Módulo 1 sobre ação racionalment e juscá vel como a car act erísc a principal de uma conduta é ca em g er al. As regr as de conduta nos ajudam nesse processo de escolha da melhor maneira de agir , permindo que decidamos os caminhos adequados e nos ajudando a decidir pelas ações ecamen te c orret as e policamen te jus tas. T endo em con ta essa concepção das regr as, vejamos agor a alguns princípios básicos da conduta do servidor público. 9 3 Prossionalismo , decor o e civilidade SERVIÇ O PÚBLICO X EMPRE GO A carreira do serviço público não é um emprego comum, no sendo que este termo adquiriu na sociedade industrial. O Estado , por um lado, não é uma empresa capit alist a, cujo objevo é a produção de mercadorias com vistas ao lucro. O serviço público, portan to , est á longe de ser um pacot e indenido de produtos e serviços volt ados para o mercado. EST ADO X P A TRÃ O Por outro lado, o Est ado não é um "patrão" no sendo usual, que explora o trabalho alheio para promover seus próprios in teresses. Se há um "patrão" em jogo - a própria comunidade que o Est ado deve represent ar -, ele não se encaix a bem no papel de e xplorador do trabalho, embora até possa ser rigoroso com os seus funcionários, no que tange ao z elo com a c oisa pública ( res publica ). O serviço público é uma vocação profissional.. V ocação pelo cará ter nobre da avidade: servir uma comunidade e promov er o bem comum são missões honradas e dignic ant es. V ocação porque e xige desprendimen to: por mais bem pago que seja, o serviço público jamais ser á o lugar ideal par a quem busc a o mais alto r et orno que o merc ado de tr abalho pode of erecer . Desprendimen to não signica ausência de uma ambição salutar . T ra ta-se de uma ambição de natur ez a dis nt a daquela que se esper a nos negócios privados: es t amos f alando do desejo de tornar a sua cidade, estado ou país um lugar melhor de se viver , da vontade de enfrent ar os desaos que essa met a impõe, e da necessidade de ser rec onhecido por isso. Profissionalismo O serviço público é uma avidade altament e prossional porque é produto de uma opção: o Est ado con voc a seus quadros de c arreir a par a uma dedic ação plena. O que se esper a dos ocupantes dos c arg os públicos? 10 Dos ocupantes desses carg os não se espera um vínculo eventual ou supercial, mas uma concentr aç ão , intelectual e emocional, na função pública esc olhida. Por isso , essa função tem que estar relacionada a um talen to real, desen volvido pela educação e pela experiência ao ex ercê-la. Uma dedicação plena e por toda uma vida só pode dar certo se o candidato ao carg o ver , além do empenho para servir à comunidade, a compet ência e o gos to para faz er o que se esper a do car go. Do con tr ário , em pouco tempo , o desempenho se t ornar á enf adonho , com prejuíz o ao público e ao pr óprio servidor . A boa carr eir a na estrutura administr av a do Estado é, portanto , uma síntese de vocação e apdão par a lidar com as quest ões técnic as ou outr as pr óprias do serviço prescrit o. Mas o pr ossionalismo do serviço público é mais do que o e x er cício talen toso de uma função. Há v alores em jogo e uma conduta adequada a seguir . P ar a além do c ompr omisso éc o c om o bem comum, uma atude pr ossional e xige, en tre outr as qualidades: Imparcialidade O serviço público en volv e relacionamen tos humanos que podem se choc ar com nossos g ostos e pre f erências pessoais - políc as, ideológicas, r eligiosas ou o que f or . Às vez es simpazamos muito com certas pessoas e detes tamos outras, apoiamos um pardo ou corrent e políca e não outr a, essa igreja e não aquela et c. É clar o que o ex er cício corre to de qualquer ocio não pode deix ar que esses gos tos e pr ef er ências int err am no que deve ser f eito. Objevidade Objevidade signica uma abordagem raz oavelment e distanciada e ser ena do tr abalho a f az er . Isso não signica indifer ença ou frieza: tra ta-se apenas de evitar que senmentos explosiv os atr apalhem o nosso desempenho. Não é o caso de sufocar as emoções, mas sim educá-las para seguir o ux o r acional que leva ao sucesso do trabalho. Ex celência O trabalho prossional é a busca incessant e da perf eição. Nunca alcançaremos a perfeição , mas ao buscá-la, cheg aremos ao melhor possív el.

A Conduta no Serviço Público

Outros

Apostila Seguridade Social Inss Completa

Outros materiais

Outros materiais