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aulão enem

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Livro 1, 04.11.2017
Programação
10:00 Sociólogos que mais caem: Durkheim, Weber e Marx
11:00 Literatura: Resumão de Escolas Literárias
11:50
12:40
13:00
13:15
15:00
14:00
15:30
O que mais cai em Português: Gêneros Textuais e Funções 
da Linguagem
Dicas de Alimentação para a prova
Estratégias de Prova - Parte 1
Como estruturar a redação para tirar 1000
Redação e Motivação com Débora Aladim
Debate de Redação: Alimentação Irregular e Obesidade 
no Brasil
Debate de Redação: A importância da discussão sobre 
saúde mental de jovens no século XXI
09:00 Top temas em Geografia: Urbanização brasileira, Conflitos 
rurais e Globalização
/tamojuntoenem
16:55 Estratégias de Prova - Parte 2
17:30 Datas comemorativas de História: 100 anos da Revolução 
Russa e 500 anos da Reforma Protestante
18:00
19:00
19:40
20:30
21:00
Atualidades: Coreia do Norte, Trump, Venezuela
Filósofos que mais caem: Descartes e Kant
História do Século XX que cai no Enem (Brasil e Geral) e 
Escravidão nas Américas
Relaxamento e Meditação
Encerramento
16:30 Atualidades: Guerra na Síria e Questão dos Refugiados
/tamojuntoenem
/tamojuntoenem 4
01.
Impactos Ambientais
Os impactos ambientais devem ser 
entendidos como alterações no meio 
ambiente, provocadas por determinada 
ação ou atividade. Muitas dessas alterações 
são naturais, porém, são agravadas pela 
atividade humana (chuva ácida, inversão 
térmica e enchente). Existem, também, 
impactos causados exclusivamente 
pela ação antrópica (lixo, ilha de calor 
e aquecimento global). Mesmo assim, é 
a lógica de desenvolvimento do mundo 
moderno a maior causa dos impactos 
ambientais, que, até pouco tempo, entendia 
a natureza como um recurso inesgotável, 
pronto para ser apropriado de acordo com a 
necessidade e comodidade do homem.
Lixo
É um dos mais graves problemas ambientais 
urbanos, pois o volume de resíduos sólidos 
só aumenta. A rápida inovação tecnológica, 
o Ciclo de Obsolescência Programada 
e o aumento do consumo (motor do 
desenvolvimento econômico), nos obrigam 
a adquirir novos produtos. Vivemos em uma 
sociedade de consumo, em que o meio 
ambiente não é o fator mais importante. 
Entre as principais fontes de lixo urbano, 
podem-se citar:
� Domiciliar (residencial).
� Industrial.
� Hospitalar.
� Tecnológico (e-waste).
Nessa lógica consumista, a produção de 
e-waste (lixo eletrônico) se destaca. As 
potências emergentes, como China, Índia e 
Brasil, são, hoje, os países que mais geram lixo 
eletrônico. Geralmente, tais resíduos são ricos 
em metais pesados, como chumbo, cádmio e 
mercúrio, que causam graves danos à saúde e 
ao meio ambiente.
A principal solução para esse problema 
passa pela reciclagem. Muito 
provavelmente, você já ouviu falar na coleta 
Geografia - Impactos Ambientais
Geografia
01. Impactos Ambientais
02. Relação Campo-Cidade
03. Modelos Produtivos
04. Paisagens Climatobotânicas
05. Globalização
09:00, Hansen
/tamojuntoenem 5
seletiva e na lógica dos 3R’s:
� Reciclar os materiais possíveis 
(plástico, vidro, entre outros).
� Reutilizar os objetos usados.
� Reduzir o desperdício de material 
descartável.
O quadro brasileiro é preocupante. 
Segundo dados governamentais, apenas 
15% da população brasileira é atendida por 
algum serviço de coleta seletiva. A Política 
Nacional de Resíduos Sólidos só foi aprovada 
recentemente, em 2010, e a maior parte do 
lixo produzido pelo brasileiro é direcionada 
para lixões, onde a decomposição de 
material orgânico produz o chorume, que 
polui o solo e o lençol freático, além da 
geração de gás metano, contaminando o ar. 
No entanto, o país se destaca na reciclagem 
de latas de alumínio, que representa 
mais de 98% da produção. Esse trabalho 
fundamental é realizado, no Brasil, pelos 
catadores, em função da condição de 
pobreza em que se encontram.
Chuva ácida
Fenômeno natural agravado pela ação do 
homem. As chuvas são naturalmente ácida, 
no entanto, essa leve acidez não é a questão. 
A emissão de gases poluentes, como o 
dióxido de nitrogênio (NO₂) e o dióxido 
de enxofre (SO₂), torna as chuvas mais 
ácidas, podendo-se registrar valores de pH 
próximos de 3, sendo o pH normal entre 6 
e 7. Esses poluentes são originados a partir 
da atividade industrial, geração de energia, 
transporte e uso doméstico. Nesse sentido, 
a chuva ácida ocorre principalmente nas 
áreas mais industrializadas, porém, devido 
à dinâmica atmosférica, essa poluição pode 
ser carregada para locais próximos a essas 
Geografia - Impactos Ambientais
Legenda:
1- Área residencial suburbana
2- Parque
3- Área urbana
4- Centro
5- Comercial
6- Área sububurbana residencial
7- Rural
regiões, ocasionando a chuva ácida em uma 
área florestal, por exemplo.
Entre os principais impactos da chuva ácida, 
podem-se destacar:
� Acidificação de lagos, rios e do lençol 
freático, causando desequilíbrio no 
ambiente aquático.
� Destruição da cobertura florestal.
� Corrosão de metais e deterioração de 
monumentos históricos.
Ilha de calor
Fenômeno tipicamente urbano, causado 
exclusivamente pela ação antrópica. 
Corresponde à elevação das temperaturas 
médias nas áreas centrais das grandes 
cidades, quando comparadas às áreas 
periféricas (vizinhas).
A razão disso está relacionada à substituição 
da vegetação por uma grande quantidade 
de casas, prédios e ruas, que, devido à 
composição dos seus materiais, absorvem 
uma maior quantidade de radiação, retendo 
o calor.Além disso, a rugosidade da mancha 
urbana atrapalha a circulação dos ventos, 
agravando a situação. Em uma pesquisa 
recente, um professor carioca identificou que 
a Região Metropolitana do Rio de Janeiro é 
até 7°C mais quente que seus arredores.
A razão disso está relacionada à 
substituição da vegetação por uma grande 
quantidade de casas, prédios e ruas, que, 
devido à composição dos seus materiais, 
absorvem uma maior quantidade de 
radiação, retendo o calor. 
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Cúpula de poluição, na imagem acima, e smog, na 
imagem abaixo
Geografia - Impactos Ambientais
Inversão térmica
Fenômeno natural em que as condições 
térmicas do ar e da superfície alteram as 
dinâmicas dos ventos. É mais comum no 
inverno e origina as neblinas. Até aqui, 
não há problema algum, porém, devido 
à poluição causada pela atividade dos 
grandes centros urbanos, a inversão térmica 
impede a dispersão dos poluentes, formando 
uma cúpula de poluição sobre a cidade 
ou originando o que chamamos de Smog 
(poluição + neblina).
Esse efeito é responsável por causar graves 
problemas de saúde, como problemas 
respiratórios, disfunções do miocárdio e 
aumento da pressão arterial. 
Nos dias em que a superfície do solo está 
mais quente, o ar próximo à superfície se 
encontra na mesma condição, ascendendo 
para camadas superiores e provocando a 
circulação atmosférica (ventos). Quando 
a superfície apresenta temperaturas mais 
baixas, o ar imediatamente acima se 
comporta da mesma forma. Sendo mais 
frio e denso, ele não ascende, impedindo 
a circulação atmosférica e provocando a 
inversão térmica.
Enchentes e Movimentos de massa
As enchentes são um fenômeno natural 
causado pelas cheias dos rios. As áreas laterais 
que sofrem com a elevação do nível de água 
recebem o nome de áreas de inundação. É nos 
grandes centros urbanos que as enchentes 
possuem um resultado devastador. Devido à 
remoção da vegetação, à impermeabilização 
do solo e à retificação dos canais, o volume de 
água de um rio alcança seu limite rapidamente, 
transbordando e causando impactos, como 
perdas materiais, problemas de trânsito e 
aumento de doenças (leptospirose). 
Entre as possíveis soluções para as enchentes, 
podem-se destacar a importância de não 
ocupar as margens dosrios, não jogar 
lixo, realizar obras de recuperação de rios 
assoreados, desentupir as rede de esgoto, além 
de uma maior eficiência no planejamento das 
áreas canalizadas. 
/tamojuntoenem 7
02.
Relação Campo-Cidade
Compreender a relação campo-cidade é 
fundamental para entendermos os diferentes 
processos, como industrialização, urbanização 
e Revolução Verde. No período pré-industrial, 
dependíamos demais dos recursos naturais 
e, portanto, era no campo (meio rural) que 
se encontravaam os principais postos de 
trabalho. Vivíamos o chamado meio natural 
e a produção era determinada pelo tempo 
da natureza. Se quiséssemos aumentar a 
produção, precisaríamos aumentar a área de 
produção. Essa condição ajuda a entender 
a preocupação dos países europeus em 
defender suas colônias. Poucas cidades (meio 
urbano) conseguiam sustentar um grande 
número de habitantes e, assim, funcionavam 
como centros de poder político local dos 
senhores feudais.
A Revolução Industrial alterou essas relações 
de forma avassaladora. É um marco na 
transformação das relações campo x cidade, 
pois, pela primeira vez na história, o maior 
número de empregos estava nas cidades. O 
meio urbano era, agora, o principal centro 
econômico e passou a ser o grande destino 
da população. Observamos aqui o fenômeno 
denominado êxodo rural (um enorme 
quantitativo de pessoas começou a migrar do 
campo para a cidade, em busca de emprego) 
e, com isso, começaram a surgir as primeiras 
sociedades urbano-industriais. A produção 
deixou de depender do tempo da natureza e 
passamos a viver no meio técnico.
O Brasil foi, por um bom tempo, conhecido 
pela sua vocação agrícola. A economia era, até 
1930, agroexportadora. Não que essa atividade 
Geografia - Relação Campo-Cidade
Os movimentos de massa também são um 
fenômeno natural, que pode ser agravado 
pela ação humana, principalmente pela 
ocupação de áreas de encosta e remoção 
da vegetação, o que aumenta a erosão. 
A Região Serrana do Rio de Janeiro 
sofre anualmente com problemas de 
deslizamentos, pois são áreas com climas 
úmidos e ocupação de encostas.
Aquecimento global
É a elevação da temperatura média do 
planeta ao longo dos últimos anos. O 
processo é ocasionado pela maior queima 
de combustíveis fósseis e liberação de gases 
poluentes, como CO₂, CH₄ e N₂O. O acúmulo 
desses gases na atmosfera funciona como 
uma barreira atmosférica, retendo o calor 
e aumentando a temperatura do planeta. 
É importante ressaltar que esse impacto 
está associado ao Efeito Estufa, fenômeno 
completamente natural e fundamental para 
a existência da vida como conhecemos. A 
grande questão é que, nos últimos anos, 
devido à emissão antrópica dos gases acima, 
tem-se agravado o efeito estufa. Entre os 
impactos do aquecimento global, podem-se 
citar:
� Derretimento das calotas polares.
� Aumento do nível dos oceanos.
� Intensificação de eventos climáticos 
(furacões e chuvas torrenciais).
� Desertificação.
Desertificação, Arenização e Salinização
Os três fenômenos estão associados à perda 
da capacidade produtiva do solo. Podem 
ocorrer naturalmente, porém, são agravados 
pela ação humana.
� Desertificação: ocorre em áreas de 
clima árido, semiárido e subúmido seco, 
como no Nordeste brasileiro. A remoção 
da vegetação pode iniciar o processo.
� Arenização: comum no Sul do país, 
principalmente na região dos Pampas. É 
um fenômeno que resulta na formação de 
bancos de areia, impedindo a fixação da 
vegetação no solo.
� Salinização: aumento da concentração 
de sais no solo, provocado pela 
evaporação da água ou por projetos 
impensados de irrigação.
/tamojuntoenem 8
tenha deixado de ser importante para a nação, 
mas o processo de industrialização iniciado por 
Getúlio Vargas, em 1930, transformou o campo 
e a cidade brasileira. Entre as características do 
modelo de industrialização adotado por Vargas, 
podem-se citar:
� Substituição das importações (produção 
voltada para o mercado interno).
� Leis trabalhistas (CLT Urbana).
� Indústrias de base (Companhia 
Siderúrgica Nacional, Vale do Rio Doce, 
Eletrobras).
A década de 1950 marcou o surgimento de 
um Brasil urbano (51% das pessoas ou mais 
moravam nas cidades) com o governo de 
Juscelino Kubitschek (1956-1961). O modelo 
nacional desenvolvimentista de JK, baseado 
no decolar (take-off) da economia e através do 
seu Plano Tripé (estado, capital privado nacional 
e capital privado externo), fez o consumo de 
eletrodomésticos crescer no país. O modelo 
de vida urbano começou a ganhar forma e, 
aliado à grande concentração fundiária do 
campo brasileiro (herança do Brasil colônia), 
logo repercutiu no intenso êxodo rural para os 
grandes centros. Os trabalhadores do campo 
começaram a migrar para as cidades, em busca 
de emprego e melhores condições de vida. 
Isso fez com que o processo de urbanização 
brasileira ocorresse de forma muito acelerada, 
o que dificultou o planejamento urbano das 
grandes cidades brasileiras e que repercute, 
hoje, em diversos problemas, como favelização, 
trânsito caótico, violência e segregação 
socioespacial. - problemas resultantes da 
macrocefalia urbana.
O que é importante percebermos aqui é que o 
que acontece no campo influencia a cidade e 
vice-versa. Hoje, observa-se que as atividades 
do campo estão cada vez mais dependentes 
do processo industrial e do desenvolvimento 
de novas tecnologias. As relações e 
transformações se manifestam, inclusive, de 
forma cultural. No passado, o campo brasileiro 
era algo isolado e, assim, a música sertaneja 
retratava a solidão do homem do campo. Hoje, 
com a existência dessas novas relações (novas 
Para compreendermos a evolução dos modelos 
e estruturas produtivas mundiais é necessário 
entendermos o processo de industrialização e, de 
certa forma, a própria evolução do capitalismo.
Primeira Revolução Industrial
Revolução Industrial significa uma mudança 
radical na forma como a matéria-prima é 
transformada em produtos. A invenção 
do motor a vapor é um exemplo de uma 
revolução na capacidade produtiva. O 
homem começou a superar o meio natural e a 
ingressar no que denominamos meio técnico. 
A Inglaterra largou na frente como pioneira 
nesse processo. O ano de 1789 é o marco 
da Primeira Revolução Industrial. Entre suas 
características, podem-se citar:
� Indústrias localizadas próximas às fontes 
energéticas (carvão mineral).
� Indústria têxtil (produção de tecidos) 
caracterizada pelo uso de grandes teares 
mecânicos.
� Ausência de direitos trabalhistas (maior 
participação de mulheres e crianças). 
� Longas jornadas de trabalho, 
ultrapassando 14 horas diárias.
Segunda Revolução Industrial 
A primeira fase da revolução não mostrava uma 
preocupação direta com os modelos produtivos. 
Era o início de um processo e ainda estávamos 
aprendendo muita coisa. A Inglaterra, mesmo 
Geografia - Modelos Produtivos
03.
Modelos Produtivos
ruralidades), o homem do campo deixou de ser 
o solitário e passou a incorporar o modelo de 
vida urbano. Assim, a música sertaneja mudou 
com ele e retrata um homem conectado e a 
par dos grandes negócios, o que é necessário 
para o desenvolvimento industrial das 
atividades agrícolas. Isso significa que campo e 
cidade vivem em uma interdependência cada 
vez maior e, nesse sentido, entendermos essa 
inter-relação é fundamental para discutirmos o 
espaço brasileiro.
/tamojuntoenem 9
que tenha sido pioneira, logo enfrentou a 
concorrência dos Estados Unidos, Alemanha 
e Japão. Essa disputa resultou em um rápido 
desenvolvimento tecnológico e, na metade do 
século XIX, já estávamos na Segunda Revolução 
Industrial. Entre as características dessa fase, 
podem-se destacar:
� Uso do petróleo como principal fonte 
de energia, além do desenvolvimento da 
eletricidade.
� Surgimento das indústriaspesadas, 
como a siderurgia (produção de aço) e a 
automobilística.
� Invenção do motor à combustão interna, 
o que permitiu maior produtividade e uso de 
mão de obra.
� Institucionalização dos direitos trabalhistas.
A complexidade dos produtos industrializados 
levou à necessidade de um modelo de produção, 
uma lógica que norteasse a melhor maneira de 
montar e pensar a indústria. É nesse contexto 
que surgiu o Fordismo-Taylorismo.
Fordismo 
É um modelo de produção que surgiu no início 
do século XX, em 1914, nas fábricas de Henry 
Ford. Seu grande objetivo era a produção em 
massa e buscava sempre a melhor maneira de 
aumentar a produção, no menor tempo possível. 
O Taylorismo funcionava como modelo teórico 
por trás do Fordismo. Frederick Taylor procurou, 
a partir da análise científica, racionalizar a 
produção, aplicando ideias e conceitos que 
resultariam em uma maior produtividade. Entre 
as características do Fordismo-Taylorismo, 
podem-se destacar:
� Linha de montagem (esteira de produção).
� Mão de obra especializada (trabalhador 
com uma função) – O fato de exercer apenas 
uma função fez com que a mão de obra 
fordista fosse chamada de alienada. 
� Produção padronizada (o mesmo carro foi 
produzido por anos).
� Grandes unidades fabris concentradas em 
países centrais. 
Toda essa estrutura visava o aumento da 
produção, porém, o excesso de regras, padrões 
e modelos levou o Fordismo a uma grande 
rigidez, tornando-o um modelo com pequena 
capacidade de adaptação. Com o passar dos 
anos, essa rigidez começou a ameaçar o próprio 
modelo produtivo. A crise fordista se manifestou 
de forma mais evidente na década de 1970. Entre 
as razões para a crise do modelo, encontram-se:
� Estoques lotados (lógica de produção em 
massa).
� Padronização (facilitava a produção).
� Durabilidade dos produtos. 
� Grande pressão sindical (concentração 
industrial facilitava a atuação sindical).
Terceira Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial começou a 
ganhar forma nas décadas de 1970 e 1980. 
Essa fase deve ser entendida no contexto 
da globalização, em que as empresas e 
instituições passaram a existir em uma escala 
global. Logo, a produção também precisava 
atender a essa demanda e o Toyotismo foi o 
modelo responsável por isso. Nessa fase, o 
conhecimento e a informação passaram a ser 
fundamentais no processo produtivo. É o que 
o Milton Santos denominou Meio Técnico-
Científico-Informacional. Entre as características 
da terceira fase, podem-se destacar: 
� Constantes investimentos em P&D 
(Produção e Desenvolvimento).
Informação/pesquisa/ciência agregam 
valor ao produto.
� Indústria da inovação: informática, 
robótica, telecomunicações e 
biotecnologia.
� Expansão das transnacionais.
� Surgimento dos tecnopólos (centros 
de pesquisa e desenvolvimento de novas 
tecnologias). 
Toyotismo
Esse modelo surgiu como uma resposta 
direta à rigidez do Fordismo e às 
necessidades da Terceira Revolução 
Industrial. Foi desenvolvido pelo engenheiro 
industrial Taiichi Ohno, na fábrica da 
Toyota, no Japão. É um modelo produtivo 
preocupado em reduzir custos, diminuir o 
atraso e aumentar a qualidade da produção. 
Entre suas características, podem-se citar:
Geografia - Modelos Produtivos
/tamojuntoenem 10
Devido à sua grande extensão territorial, o 
Brasil apresenta uma enorme variedade de 
climas, relevo e vegetação. É a partir dessas 
características que podemos entender os 
domínios morfoclimáticos.
Domínio Amazônico
É o domínio da maior Floresta Equatorial do 
Geografia - Paisagens Climabotânicas
Esquema de produção do Fordismo e do Toyotismo.
04.
Paisagens Climabotânicas
� Desconcentração industrial 
(modularidade).
� Pouca durabilidade dos produtos.
� Diversificação.
� Ciclo de Obsolescência Programada.
� Just in Time (estoque mínimo).
mundo, caracterizado por um relevo de planície 
e pelo clima equatorial continental. Pode-se 
diferenciar a floresta a partir de três extratos:
� Mata de igapó: vegetação de área 
constantemente alagada.
� Mata de várzea: vegetação de área 
periodicamente inundada.
� Mata de terra firme: vegetação de área 
nunca inundada.
 
Além dessa subdivisão, podem-se citar outras 
características dessa vegetação:
� Latifoliada (plantas de folhas largas).
� Perenifólia (plantas com folhas o ano 
inteiro).
� Higrófila (plantas adaptadas a regiões 
extremamente úmidas).
A grande ameaça a esse bioma é o avanço da 
atividade agropecuária (soja e pecuária), que é 
responsável por quase 70% do desmatamento 
na região.
Domínio do Cerrado
Conhecido como a Savana, o Cerrado é um 
bioma de clima tropical típico, caracterizado por 
duas estações bem definidas - uma chuvosa e 
outra seca. A vegetação é arbustiva, com galhos 
retorcidos, cascas grossas e raízes profundas, 
que ajudam a suportar os períodos de seca. 
Hoje, é o bioma mais desmatado, devido ao 
avanço da soja na região.
Domínio dos Mares de Morros
É o domínio da Mata Atlântica, ou Floresta 
Tropical. Sua cobertura original se estendia do 
litoral do Rio Grande do Norte até o Rio Grande 
do Sul. O clima predominante é o tropical 
úmido. Hoje, restam apenas 7% da vegetação 
original e o desmatamento foi causado pelo 
processo de ocupação e urbanização do litoral 
brasileiro. Entre suas características, podem-se 
citar:
� Latifoliada (plantas de folhas largas).
� Perenifólia (plantas com folhas o ano 
inteiro).
� Higrófila (plantas adaptadas a regiões 
extremamente úmidas).
/tamojuntoenem 11 Geografia - Globalização
Entende-se que, devido a sua extensão 
longitudinal e à variação altimétrica da costa 
leste brasileira, era a vegetação com maior 
biodiversidade existente e, mesmo assim, foi 
destruída.
Domínio da Caatinga
É a única vegetação tipicamente brasileira. 
Possui algumas características de Estepe, 
porém, por se localizar próximo a uma área 
úmida, e não um Deserto, essa vegetação 
possui características singulares, com 
predomínio de arbustos caducifólios e 
espinhosos. A vegetação desse domínio é 
xerófila, que é adaptada ao clima semiárido da 
região. O principal impacto desse domínio está 
associado à desertificação, que significa uma 
perda de fertilidade do solo em áreas de clima 
árido, semiárido ou subúmido seco.
Domínio das Araucárias
É a Floresta Subtropical. Sua cobertura original 
se estendia do Sul do país até as regiões mais 
elevadas dos estados de São Paulo, Rio de 
Janeiro e Minas Gerais. Sua árvore símbolo é a 
Araucária, que pertence à família das coníferas. 
Entre suas características, pode-se destacar 
o fato da vegetação ser aciculifoliada (folhas 
em forma de agulhas). A principal razão para o 
desmatamento dessa paisagem é a utilização 
da sua madeira na fabricação de móveis e pela 
indústria de celulose.
Domínio das Pradarias ou Campos Sulinos
Ocorre predominantemente no estado do 
Rio Grande do Sul, sendo composto por uma 
vegetação herbácea constituída principalmente 
por gramíneas. São as Pradarias brasileiras e 
sua origem está associada aos solos rasos e 
arenosos da região, que sofrem com o processo 
de arenização. A Massa Polar Atlântica (fria e 
úmida) caracteriza o clima na região. 
Ecótonos
São zonas de transição entre diferentes tipos 
de vegetação. Geralmente, apresentam 
características (fauna e flora) pertencentes 
aos dois ecossistemas. Entre os ecótonos, 
destacam-se:
05.
Globalização
� Mata dos Cocais: é a zona de transição 
entre a Floresta Amazônica, a Caatinga 
e o Cerrado. É uma mata constituída 
principalmente por palmeiras (babaçu 
e carnaúba). O avanço da soja na região 
do Mapitoba é o principal fator para o 
desmatamento dessa região e a existência de 
inúmeros conflitos no campo.
� Pantanal: é a zona de transição entre 
o Cerrado e a Floresta Amazônica. É uma 
região de planície constantementealagada, 
caracterizada por vegetação rasteira e de 
floresta tropical. Os principais impactos 
nessa região estão associados à pecuária e à 
contaminação das suas águas por agrotóxico 
decorrente da atividade agrícola na região.
Nos últimos 500 anos, o mundo observou uma 
intensificação das trocas comerciais, culturais e 
produtivas. O conceito de Globalização ajuda 
e muito a entendermos essa transformação. 
Pode ser definido como um fenômeno em que 
os processos passam a ocorrer em uma escala 
global. Isso significa que a economia que era 
local, agora deve ser entendida em uma escala 
global - e, não muito diferente, a cultura, a 
política, o debate ambiental estão inseridos 
nessa escala. Para os geógrafos, a Globalização 
é a fase atual de expansão capitalista, que 
começou no pós-Segunda Guerra e se 
intensificou ao longo da segunda metade do 
século XX, com a Terceira Revolução Industrial.
Agentes e tecnologias
Hoje, a expansão capitalista ocorre de forma 
muito mais sutil e silenciosa que no passado. 
É uma “invasão” de mercadorias, capitais, 
serviços, informações e pessoas, em que 
existem poucos conflitos de caráter econômico. 
Todavia, essa crescente intensificação 
das trocas, da circulação de pessoas e 
conhecimento só foi possível devido a uma 
revolução nas tecnologias de transporte 
(supernavios, aviões e trens de alta velocidade) 
/tamojuntoenem 12 Geografia - Globalização
e comunicação (internet, cabos de fibra ótica, 
telefone e satélites) - tecnologias viabilizadas 
pelos avanços da Terceira Revolução Industrial. 
Portanto, não podemos deixar de ressaltar 
que, antes de tudo, foram as tecnologias 
de transporte e comunicação a base desse 
processo de mundialização. Todavia, a 
superação desses obstáculos técnicos não 
é suficiente para explicar o atual nível de 
integração mundial. Devemos pensar, também, 
nos Agentes da Globalização. Entre eles, 
podem-se destacar: 
� Empresas transnacionais. 
� Estados Nacionais.
� ONG’s. 
� Organismos supranacionais.
� Mercado financeiro.
As Empresas Transnacionais, entre todos 
esses agentes, são o mais importante. Elas 
são responsáveis por fazerem uma marca ou 
objeto ser reconhecido em todos os lugares. 
O crescimento dessas empresas, nos últimos 
anos, foi tão intenso que significou a formação 
de grandes conglomerados: empresas 
transnacionais tão poderosas que possuem um 
faturamento maior que o PIB de muitos países.
Aspecto cultural e ambiental
O caráter econômico da globalização é 
sempre o mais discutido. Porém, esse ganho 
de escala não ficou restrito apenas a esse 
aspecto. Devemos pensar em uma globalização 
cultural, política e ambiental. Por exemplo, 
o aquecimento global é um fenômeno 
intensamente discutido. Embora diversos países 
possam ser afetados por esse impacto, os 
responsáveis pela maior emissão de CO2 são 
algumas potências desenvolvidas e emergentes 
- ou seja, acontece uma socialização dos 
impactos. Outro exemplo seria o Funk, que 
surgiu nos Estados Unidos, na década de 1960, 
sendo transformado intensamente nas décadas 
de 1980 e 1990, produzindo alguns derivados, 
como o Hip Hop e o Rap. No Brasil, esse ritmo 
americano assumiu uma batida bem específica e 
o funk carioca é o ritmo mais conhecido. 
Contradições
A globalização, primeiramente, foi entendida 
como homogeneizadora, acabando com 
a diferença entre os lugares. Nesse caso, a 
própria Geografia não faria mais sentido, pois 
não existiriam diferenças regionais e, portanto, 
não haveria o que estudar. Esse é o conceito 
de Aldeia Global, um mundo culturalmente 
padronizado. Embora não existam grandes 
diferenças entre comer um Big Mac aqui 
ou em qualquer outro país que tenha um 
McDonald’s, comprovando essa questão da 
homogeneização, recentemente o que mais 
temos observado é o contrário. Enquanto o 
capital circula livremente, superando qualquer 
obstáculo, muros são erguidos para dificultar 
a circulação de pessoas. É o caso da crise 
dos refugiados na Europa ou a proposta 
de finalização do muro na fronteira entre 
Estados Unidos e México. A globalização até 
pode possuir um caráter homogeneizador, 
porém, ao mesmo tempo, é responsável pela 
fragmentação do espaço.
/tamojuntoenem 13
Émile Durkheim (1858 – 1917) foi um 
sociólogo francês que estabeleceu, pela 
primeira vez, a Sociologia como uma 
disciplina acadêmica, e que é considerado 
um dos três sociólogos clássicos, junto 
de Max Weber (1864 – 1930) e Karl Marx 
(1818 – 1883). Pelo seu pioneirismo, buscou 
delimitar o objeto de estudo da Sociologia 
e o método adequado para explicar os 
fenômenos sociais. Ele acreditava, em 
grande medida, que todos os fenômenos 
que ocorrem no âmbito de uma sociedade 
possuem um significado para o todo social, 
transformando-se no precursor do chamado 
funcionalismo, tese sociológica segundo a 
qual todas as práticas sociais possuem uma 
função na sociedade, assim como cada órgão 
humano possui uma função para o organismo 
do indivíduo como um todo.
O funcionalismo ou método comparativo 
defendido por Durkheim nada mais é do que 
uma adaptação do método experimental 
das Ciências Naturais a serviço da análise da 
realidade social. O método experimental 
parte da observação de certos fenômenos 
a fim de encontrar regularidades (leis) que 
possam contribuir para a formulação de 
generalizações. De maneira análoga, o 
funcionalismo durkheimiano defende que 
todo e qualquer fenômeno social possui 
uma significação para a sociedade como um 
todo, ou seja, que não há fenômenos sociais 
Sociologia - Émile Durkheim
Sociologia
01. Émile Durkheim
02. Max Weber e ação social
03. Marx e seus conceitos
10:00, Lara
01.
Émile Durkeheim
/tamojuntoenem 14
isolados, irracionais ou sem significado, mas 
todos eles estão integrados nesse grande 
organismo que é o sistema social. Desde 
já, podemos compreender que Durkheim, 
diferentemente, por exemplo, de Max Weber, 
considera que há uma primazia da sociedade 
em relação ao indivíduo, o que tentaremos 
esclarecer na sequência através do seu 
conceito fundamental de fato social.
A questão que os sociólogos clássicos 
buscam responder é, em linhas gerais, 
se o agente fundamental dos fenômenos 
sociais é o indivíduo ou a sociedade. Em 
outras palavras, é a organização social 
que age e molda a conduta dos indivíduos 
que pertencem a esse todo social ou, 
inversamente, são os indivíduos que agem 
e determinam a própria estrutura social? 
Segundo Durkheim, há uma série de fatores 
dentro de uma sociedade que podem ser 
analisados e compreendidos pela ciência 
independentemente das consciências dos 
indivíduos que a ela pertencem, a isso ele 
deu o nome de fatos sociais. O que constitui 
uma sociedade, portanto, são exatamente 
esses fatos sociais, que a tornam passível de 
descrição, interpretação e explicação pela 
sociologia enquanto ciência. 
Os fatos sociais são justamente as regras ou 
normas coletivas que acabam se impondo de 
maneira coercitiva aos indivíduos. Podemos, 
então, listar três elementos característicos 
dos fatos sociais segundo Durkheim: Eles são 
exteriores ao indivíduo, eles são coercitivos 
e são gerais. Sua exterioridade pode ser 
explicada na medida em que não está 
no poder do indivíduo modificar, através 
meramente de sua vontade, as regras sociais 
às quais está submetido. Eles são coercitivos 
porque há punições e sanções para aqueles 
que não obedecem às regras. Por fim, eles 
são gerais no sentido de que devem ser 
observados por todos aqueles que fazem 
parte de certo grupo social.
Max Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, 
economista e historiador alemão, um dos 
fundadores da Sociologia, juntamente 
com os outros dois sociólogos clássicos, 
Émile Durkheim (1858 – 1917) e Karl Marx 
(1818 – 1883). Diferentemente de Durkheim, 
que defendiao método comparativo, e 
do materialismo dialético de Marx, Weber 
desenvolveu um método de análise 
sociológica que ficou conhecido como 
método compreensivo, que se tornou a 
segunda vertente do método sociológico, 
tendo surgido na Alemanha. 
Weber defende que os fenômenos sociais 
exigem a formulação de um método 
próprio, distinto daquele utilizado pelas 
Ciências Naturais. Enquanto as Ciências da 
Natureza explicam os fenômenos a partir da 
regularidade que apresentam, as Ciências 
Sociais devem compreender as manifestações 
que ocorrem dentro de uma sociedade. 
Isso só é possível, segundo Weber, através 
da análise dos sentidos atribuídos pelos 
indivíduos à sua vida e à sua maneira de agir 
no âmbito da cultura da qual faz parte. 
 
Isso significa uma grande mudança em 
relação ao método de Durkheim que, em As 
Regras do pensamento sociológico (1895), 
defende um predomínio da sociedade em 
relação ao indivíduo, ou seja, que os fatos 
Sociologia - Max Weber e ação social
02.
Max Weber e ação social
/tamojuntoenem 15
exemplo: no futebol, quando um jogador 
faz uma jogada bonita ou dá um drible 
em seu adversário, apenas pela beleza 
da jogada. Ou quando uma categoria faz 
uma manifestação para cobrar melhores 
condições de trabalho, mesmo sabendo que 
pode acabar sofrendo represália.
Por fim, temos as ações racionais orientadas 
a fins, que são aquelas ações que praticamos 
por fazermos um cálculo racional para 
que possamos alcançar um certo fim que 
desejamos. Por exemplo: se desejo me tornar 
um músico, devo estabelecer os meios através 
dos quais posso atingir o meu objetivo, a 
minha finalidade, que no caso é ser músico. 
Assim como no caso dos que buscam ser 
aprovados para um curso de nível superior, 
eles devem organizar suas ações no intuito de 
atingir aquele objetivo. Qual será a melhor 
alternativa para atingir o meu objetivo? 
Quando fazemos essa pergunta e orientamos 
nossas ações de maneira racional a fim de 
atingir um objetivo, estamos praticando ações 
racionais orientadas a fins. 
Sociologia - Marx e seus coneitos
sociais existem independente da vontade dos 
indivíduos, além de serem gerais e coercitivos. 
Já para Weber, cada fenômeno social tem 
uma particularidade que deve ser levada 
em conta pela análise sociológica, que deve 
tornar compreensível e tentar interpretar as 
intenções e sentidos das ações dos indivíduos 
dentro de uma certa cultura. 
Segundo Weber, a única coisa que pode ser, 
de fato, observada dentro de uma sociedade 
são os indivíduos, a maneira como agem 
e como eles compreendem suas próprias 
ações. A sociologia tem como tarefa fazer 
a descrição desses comportamentos, assim 
como interpretá-los. A unidade mínima 
da análise sociológica, portanto, são os 
indivíduos, e eles praticam ações sociais que 
estão baseadas na tradição, nos afetos ou na 
razão, o que nos remete a tese de Weber de 
que há quatro tipos fundamentais de ações 
sociais que explicam as causas dos fenômenos 
que observamos nas sociedades, são elas: 
ações tradicionais, ações afetivas, ações 
racionais orientadas para valores e ações 
racionais orientadas a fins.
As ações tradicionais são aquelas ações 
que se fundamentam em hábitos ou 
costumes da tradição. Por exemplo: Quando 
saímos de casa e nos dizem “Bom dia!” e 
respondemos também com um “Bom dia!”, 
trata-se de uma ação social baseada no 
hábito, independentemente, por exemplo, 
de ser ou não, efetivamente, um bom dia. 
Trata-se de uma forma de agir consolidada 
através do costume. Já as ações afetivas são 
aquelas motivadas pelo estado emocional do 
indivíduo e não por conta da busca por atingir 
qualquer fim. Por exemplo: Sair correndo ao 
receber uma ótima notícia. 
As ações racionais orientadas a valores são 
ações que se fundamentam nos valores dos 
indivíduos que as praticam, ou seja, é quando 
os indivíduos agem levando em conta os 
seus princípios, independentemente das 
consequências que essas ações possam 
ter. Não é o fim que orienta ação, mas sim o 
valor, seja ele estético, ético, político, etc. Por 
03.
Marx e seus conceitos
/tamojuntoenem 16
Diferente da grande maioria dos filósofos 
que o precederam, Marx não acreditava que 
o principal objetivo da filosofia era explicar a 
realidade, mas sim transformá-la. Por isso seu 
pensamento é chamado de filosofia da práxis 
(“práxis”, em grego, significa “ação”). Grande 
pai teórico do comunismo, Marx acreditava 
que o objetivo supremo da autêntica filosofia é 
fornecer os conhecimentos necessários para a 
realização da revolução social.
 “Até agora os filósofos se preocuparam em 
interpretar o mundo de maneiras diferentes. O 
que importa, porém, é transformá-lo” (11ª Tese 
contra Feuerbach)
 
Materialismo histórico
Tese central de toda a filosofia marxista, o 
materialismo histórico consiste na afirmação 
de que todos os elementos da vida de uma 
sociedade se reduzem, em última análise, às 
suas condições materiais. Em outras palavras, 
para Marx, toda sociedade humana se 
explica, no fim das contas, por sua estrutura 
econômica, pelo modo como é organizado 
seu sistema produtivo. Assim, todos os 
fenômenos sociais de uma dada civilização, 
como a arte, a política, a religião, a cultura, a 
medicina, o direito, o vestuário, etc., seriam 
tão somente reflexos, diretos ou indiretos, do 
modo de produção vigente em tal sociedade. 
Sendo o trabalho a atividade mais fundamental 
do homem, já que ligada à sua própria 
sobrevivência, também a economia, que é a 
organização do trabalho em sociedade, seria 
a atividade mais básica do corpo social. Não 
à toa, Marx é tachado como um pensador 
economicista
“O resultado geral a que cheguei e que, 
uma vez obtido, serviu de fio condutor aos 
meus estudos, pode resumir-se assim: na 
produção social da sua vida, os homens 
contraem determinadas relações necessárias 
e independentes da sua vontade, relações 
de produção que correspondem a uma 
determinada fase de desenvolvimento das 
suas forças produtivas materiais. O conjunto 
dessas relações de produção forma a estrutura 
econômica da sociedade, a base real sobre 
a qual se levanta a superestrutura jurídica e 
política e à qual correspondem determinadas 
formas de consciência social. O modo de 
produção da vida material condiciona o 
processo da vida social, política e espiritual 
em geral. Não é a consciência do homem que 
determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu 
ser social é que determina a sua consciência” 
(Prefácio para a Crítica da Economia Política)
 
Luta de classes
Convencido de que o elemento central para a 
explicação da sociedade é a economia, Marx 
se dispôs a passar um bom tempo estudando 
sistemas econômicos. Sua conclusão foi de 
que, ao longo da história, o trabalho e os 
frutos do trabalho nunca foram divididos de 
modo igualitário. Em outras palavras, desde 
a pré-história, todas as sociedades humanas 
sempre se estruturam em termos de grupos 
econômicos diversos, de classes sociais 
distintas. Assim, aos membros das classes 
superiores sempre coube o bônus; às classes 
inferiores, o ônus; aos primeiros, o domínio; 
aos segundos, o serviço; a uns, o poder; a 
outros, a submissão.
“A história de toda sociedade existente até 
hoje tem sido a história das lutas de classes. 
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, 
senhor e servo, mestre de corporação e 
companheiro, numa palavra, o opressor e 
o oprimido permaneceram em constante 
oposição um ao outro, levada a efeito numa 
guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora 
aberta, que terminou, cada vez, ou pela 
reconstituição revolucionária de toda a 
sociedade ou pela destruição das classes em 
conflito. Desde as épocas mais remotas da 
história, encontramos, em praticamente toda 
parte, uma complexa divisão da sociedade 
em classes diferentes, uma gradação múltipla 
dascondições sociais. Na Roma Antiga, 
temos os patrícios, os guerreiros, os plebeus, 
os escravos; na Idade Média, os senhores, 
os vassalos, os mestres, os companheiros, 
os aprendizes, os servos; e, em quase todas 
essas classes, outras camadas subordinadas. 
Sociologia - Marx e seus coneitos
/tamojuntoenem 17
A sociedade moderna burguesa, surgida das 
ruínas da sociedade feudal, não aboliu os 
antagonismos de classes. Apenas estabeleceu 
novas classes, novas condições de opressão, 
novas formas de luta em lugar das velhas. No 
entanto, a nossa época, a época da burguesia, 
possui uma característica: simplificou os 
antagonismos de classes. A sociedade global 
divide-se cada vez mais em dois campos 
hostis, em duas grandes classes que se 
defrontam – a burguesia e o proletariado” 
(Manifesto do Partido Comunista).
Como se sabe, para Marx, o elemento que 
propicia as transformações sociais, o motor 
da história é a luta de classes. No sistema 
econômico em que vivemos, no chamado 
capitalismo, tal luta se dá entre duas classes 
sociais opostas: a burguesia e o proletariado. 
De modo simples, podemos dizer que a 
grande diferença entre essas duas classes 
sociais é que, enquanto a burguesia possui 
os meios de produção (ou seja, todos os 
elementos não-humanos que são necessários 
para a produção, tais como o espaço físico, o 
fornecimento de energia elétrica, os materiais 
de trabalho, etc.), o proletariado possui 
unicamente sua força de trabalho, isto é, sua 
capacidade de exercer atividades produtivas, 
sejam mentais ou físicas. No capitalismo, o 
que há é uma relação de troca entre essas 
duas classes. Os trabalhadores, os proletários, 
precisando sobreviver, vendem aos burgueses 
uma parte da sua força de trabalho, em troca 
de uma quantia em dinheiro, denominada 
salário. Por seu turno, ao pagar salários, 
os empresários, os burgueses, põem suas 
empresas em funcionamento, de onde obtém 
rendimentos para si.
Os trabalhadores, os proletários, precisando 
sobreviver, vendem aos burgueses uma 
parte da sua força de trabalho, em troca 
de uma quantia em dinheiro, denominada 
salário. Por seu turno, ao pagar salários, 
os empresários, os burgueses põem suas 
empresas em funcionamento, de onde 
obtém rendimentos para si.
 
Trabalho e Mais-valia
Do ponto de vista de Marx, o modelo de 
trabalho assalariado é injusto e promove 
uma exploração, pois, segundo ele, na 
prática, quem realiza todo o trabalho são os 
proletários, quem produziu a riqueza foram 
os trabalhadores, mas eles nunca ficam com 
todo o lucro. Dentre a quantia de riqueza 
que uma empresa lucra, o burguês sempre 
tira uma quota de dinheiro para si. Esse 
valor a mais que o burguês toma do lucro é 
chamado por Marx de mais-valia. Do ponto 
de vista marxista, a mais-valia é sempre um 
roubo, pois o burguês está tomando algo que 
pertence aos trabalhadores. Vemos assim 
que as classes sociais no capitalismo são 
interdependentes, uma não vive sem a outra, 
mas ambas ocupam posições diferentes. 
Uma é exploradora, outra a explorada, uma é 
opressora e a outra oprimida.
 
Reificação
Explorado e roubado, para Marx, o operário 
sofre no capitalismo um processo de reificação 
(“coisificação”). Seu salário, aquilo com que irá 
sustentar a si e aos seus, passa a ser definido 
simplesmente pela lei da oferta e da procura, 
tal como se ele mesmo fosse um produto 
qualquer. No mesmo sentido, o proletário 
vivencia no capitalismo uma experiência que 
Marx chama de alienação. Tal experiência 
consiste no fato de que o trabalhador perde 
qualquer identificação com seu próprio 
trabalho, passando a ver no trabalho não a 
grande atividade de que o homem é capaz 
e que o torna superior aos animais, mas 
apenas um meio de subsistência, do qual se 
tira um salário no fim do mês. Como, para 
Marx, o trabalho é a atividade humana mais 
importante, ao alienar-se do trabalho, o 
homem acaba por alienar-se de si mesmo.
 
Alienação
“O que constitui a alienação do trabalho? 
Primeiramente, ser o trabalho externo ao 
trabalhador, não fazer parte de sua natureza, 
e por conseguinte, ele não se realizar em 
seu trabalho mas negar a si mesmo, ter um 
sentimento de sofrimento em vez de bem-
Sociologia - Marx e seus coneitos
/tamojuntoenem 18
estar, não desenvolver livremente suas energias 
mentais e físicas mas ficar fisicamente exausto 
e mentalmente deprimido. O trabalhador, 
portanto, só se sente à vontade em seu tempo 
de folga, enquanto no trabalho se sente 
contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, 
porém imposto, é trabalho forçado. Ele não é 
a satisfação de uma necessidade, mas apenas 
um meio para satisfazer outras necessidades. 
Seu caráter alienado é claramente atestado 
pelo fato, de logo que não haja compulsão 
física ou outra qualquer, ser evitado como 
uma praga. O trabalho exteriorizado, trabalho 
em que o homem se aliena a si mesmo, é um 
trabalho de sacrifício próprio, de mortificação. 
Por fim, o caráter exteriorizado do trabalho 
para o trabalhador é demonstrado por não 
ser o trabalho dele mesmo mas trabalho 
para outrem, por no trabalho ele não se 
pertencer a si mesmo mas sim a outra pessoa.” 
(Manuscritos econômico-filosóficos)
 
Socialismo
O único meio de solução das contradições do 
capitalismo seria, de acordo com Marx, através 
de uma revolução proletária que, destruindo o 
sistema econômico vigente, extinguisse com 
a propriedade privada dos meios de produção 
e fizesse das empresas uma propriedade 
comum, de onde todos seriam operários, mas 
de onde todos também seriam donos.
 
Conceito antropológico de cultura
 A Antropologia Cultural é uma importante 
área das ciências sociais. Ela estuda o 
funcionamento das diversas culturas 
humanas. Diferente de outras ciências, como 
a matemática, a física teórica, a economia 
e até mesmo certos ramos da sociologia, 
que podem ser desenvolvidos de maneira 
puramente teórica, por meio de leituras e 
estudos abstratos, a antropologia é uma 
ciência que sempre exige a prática. De fato, as 
culturas são realidades vivas e dinâmicas, que 
só podem ser verdadeiramente conhecidas 
de perto. Assim, quando um antropólogo se 
dedica a estudar certo fenômeno cultural, ele 
não se contenta apenas em ler o que outros 
autores escreveram sobre o tema - o que 
certamente é muito importante -, mas vai ele 
próprio ter contato com a realidade cultural 
em questão. Por isto, vemos nos velhos filmes 
de Hollywood o antropólogo como aquele 
sujeito que vai para terras distantes, conhecer 
e estudar tribos isoladas, convivendo com os 
nativos por um tempo. Este trabalho de campo 
do antropólogo é chamado tecnicamente de 
etnografia e não precisa ser feito apenas em 
lugares distantes, com povos desconhecidos. 
Há, por exemplo, a antropologia urbana, 
que produz trabalhos etnográficos sobre 
fenômenos culturais das grandes cidades, 
como o hip-hop e o grafite. Por fim, é bom 
dizer que, desde as origens da antropologia, 
lá no século XIX, há muitas discussões sobre 
a pesquisa etnográfica e dos melhores meios 
de realizá-la: se o pesquisador deve buscar 
comportar-se como um membro qualquer do 
espaço social em que se encontra e ocultar 
sua identidade; se, ao contrário, é importante 
que, mesmo estando fazendo trabalho de 
campo, ele se comporte como um observador 
externo; etc.
O que não faltam são visões diferentes na 
antropologia cultural. Dentre elas, porém, há 
três principais correntes:
O evolucionismo é a primeira grande corrente 
antropológica, dominante desde o surgimento 
desta ciência, no século XIX, até o começo 
do século XX. Seu principal representante 
foi James Frazer. Como o próprio nome 
indica, o evolucionismo acredita que a 
humanidade encontra-se num constante 
processo evolutivo, de aperfeiçoamento, e 
que, portanto, as diversas sociedades humanas 
encontram-se em estágiosdiferentes deste 
processo, algumas primitivas e selvagens, 
outras civilizadas. Na prática, isto significa 
que o evolucionismo tem uma postura 
etnocêntrica, isto é, acredita na existência de 
culturas objetivamente superiores e inferiores, 
mais ou menos evoluídas. Com efeito, há, 
para Frazer e seus companheiros, critérios e 
padrões universais pelos quais nós podemos 
detectar o grau de desenvolvimento de uma 
cultura: avanço tecnológico (que tipo de bens 
Sociologia - Marx e seus coneitos
/tamojuntoenem 19
e produtos a sociedade consegue obter), 
língua (se é meramente falada, se é escrita, 
etc.), cosmovisão (se a explicação dominante 
para os acontecimentos é mágica, religiosa 
ou científica), etc. Assim, compreender uma 
cultura de modo científico seria basicamente 
estudá-la etnograficamente e, a seguir, avaliar 
qual o seu grau de evolução no conjunto 
geral da história humana, a partir dos dados 
coletados. As culturas mais elevadas, para 
estes autores, eram as dos países da Europa 
Ocidental, é claro. Obs.: não confundir a 
teoria da evolução de Darwin, que trata de 
uma processo de aperfeiçoamento e seleção 
natural, biológico, com o evolucionismo social, 
corrente antropológica que estudamos aqui.
Por fim, há o estruturalismo. Tendo em 
Claude Lévi-Strauss o seu maior nome, os 
estruturalistas também fazem uma defesa 
do relativismo cultural, ou seja, também 
acreditam que toda avaliação cultural é relativa 
e que não há motivos sérios e aceitáveis 
para julgarmos determinadas culturas 
melhores do que as outras. Há, porém, uma 
importante diferença entre os funcionalistas 
e os estruturalistas. De fato, ao contrário de 
Malinowski, que, como vimos, propunha uma 
análise antropológica específica, focada em 
entender cada cultura por si mesma, a partir 
dos seus próprios valores e crenças e a partir 
sobretudo da função destes valores e crenças 
na cultura em questão, Lévi-Strauss propunha 
uma análise comparativa dos fenômenos 
culturais. Isto é, para ele e seus companheiros, 
por mais que não existam culturas superiores 
e que cada sociedade seja uma universo 
próprio, é possível perceber certas constantes 
na ordem cultural, certas estruturas sociais 
(daí o nome da corrente) que se repetem 
nas diversas culturas pelo mundo. Algumas 
dessas estruturas sociais, destes padrões 
de comportamento constantes nas diversas 
culturas são, por exemplo, o uso de uma língua 
para a comunicação, a proibição do incesto e 
a existência da família. Obviamente, o modo 
como essas estruturam se manifestam varia 
de sociedade para sociedade: algumas só 
têm língua oral, outras têm língua escrita; 
algumas proíbem o incesto só de parentes 
muito próximos, outras têm uma lista mais 
extensa de interdições; algumas possuem 
famílias monogâmicas, outras poligâmicas; 
numas, as famílias são matriarcais, em 
outras patriarcais, etc. O fato, porém, é que 
a existência dessas estruturas é constante. 
Assim sendo, compreender uma cultura não 
é simplesmente entender como ela funciona, 
qual é a função de cada elemento dentro dela, 
mas sim apreender as suas estruturas sociais 
básicas e compará-las com as das demais 
culturas existentes, notando suas semelhanças 
e diferenças. Perceba-se, porém, que, ao 
contrário do que ocorre no evolucionismo, 
esta comparação não tem qualquer caráter 
avaliativo, de julgar quem é melhor ou pior. 
Trata-se apenas de entender as semelhanças 
e diferenças entre as culturas, para melhor 
poder explicá-las.
Sociologia - Marx e seus coneitos
/tamojuntoenem 20
Questão
Sociologia - Marx e seus coneitos
1. (Enem 2016) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. 
Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere 
buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma 
seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se 
pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às 
vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.
DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na
a) vinculação com a filosofia como saber unificado.
b) reunião de percepções intuitivas para demonstração.
c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.
e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.
/tamojuntoenem 21
Os gêneros literários podem ser considerados 
como categorias, pois agrupam características 
textuais semelhantes de forma e conteúdo em 
relação às produções literárias. O primeiro a 
definir os gêneros foi o filósofo Aristóteles, 
dividindo-os em: épico, dramático e lírico. 
Entretanto, hoje é possível expandir essas 
classificações, de acordo com os aspectos 
mais presentes em cada texto. 
 
a) Gênero Épico: Neste gênero, há o 
enaltecimento de uma história de forma 
heroica, sobre as ações dos personagens, 
envolvendo coragem e bravura, além de 
portarem valores e interesses coletivos. 
Temos a presença de um narrador (que é 
aquele que narra os feitos), a marcação 
do espaço (onde sucedem as ações) e a 
marcação de um tempo ( em geral, voltada 
a um tempo passado ou fictício). É comum 
que os textos sejam constituídos por versos e 
tenham a exposição de elementos míticos ou 
fantasiosos. Entre as obras mais conhecidas 
de cunho épico estão “Ilíada” e “Odisseia”, de 
Homero. 
 
b) Gênero Narrativo: Deriva do gênero épico, 
pois possui os cinco elementos principais 
no texto narrativo: o enredo (referente à 
temática abordada), o tempo (linear ou não 
linear), o espaço em que se sucederá os 
acontecimentos, os personagens e o narrador. 
Neste último, faz-se preciso recordar dos 
diferentes tipos de narradores; há o narrador-
personagem, que é aquele que narra e 
também faz parte do enredo; há o narrador-
observador, que não faz parte do enredo 
e narra a história em 3ª pessoa e, ainda, o 
narrador onisciente, também de 3ª pessoa, 
que é aquele que narra e sabe os anseios e 
sentimentos dos personagens. 
Em geral, o texto narrativo é constituído em 
prosa e também corrobora para a formação de 
inúmeros gêneros textuais, como os contos, 
as fábulas, os romances, entre outros. 
 
Literatura - Gêneros Literários
Literatura
01. Gêneros Literários
02. Machado de Assis
03. Pré-Modernismo
04. Vanguardas Europeias
05. Modernismo: 1ª fase
11:00, Diogo
01.
Gêneros Literários
/tamojuntoenem 22
c) Gênero Dramático: Trata-se de textos 
voltados para a encenação, são textos de 
cunho teatral. A voz narrativa está vinculada 
aos personagens, encenada por atores, 
e estes contam uma história por meio de 
diálogos ou monólogos. Em sua forma, é 
possível identificar o uso do travessão para 
marcar a fala dos atores que representarão os 
personagens, da rubrica (indicação de gestos 
ou movimentos que podem ser feitos na 
atuação) e a marcação da sequência de cenas. 
Entre alguns exemplos desse gênero, há a 
comédia e a tragédia. 
 
d) Gênero Lírico: Este gênero está 
relacionado ao valor expressivo das palavras, 
possui caráter poético e utiliza-se da 
linguagem subjetiva. Os textos líricos podem 
carregar traços de musicalidade, a exposição 
sentimental do eu lírico (seus anseios, 
medos, sonhos, amores, desejos, crises 
internas, etc.), o uso de figuras de linguagem 
e, em geral, a intenção comunicativa desses 
textos carrega uma enorme preocupação 
com a forma que a mensagem será 
construída. As poesias são os melhores 
exemplos de tal gênero, destacam-se alguns 
nomes como: Álvares de Azevedo, Cecília 
Meirellese Carlos Drummond de Andrade. 
 
e) Gênero Ensaístico: São considerados 
os textos de cunho ensaístico aqueles que 
apresentam um teor literário por conta da 
linguagem, embora seja tido como uma 
escrita não ficcional. Os textos têm vínculo 
com a realidade, narrando fatos concretos, 
mas utiliza-se uma linguagem mais artística. 
Em determinados contextos, podemos 
considerar as cartas, artigos, diários e 
crônicas como exemplos. Esta última, a 
crônica, é um gênero textual muito cobrado 
nos vestibulares, trata-se de um texto com 
linguagem simples em que se percebe a 
abordagem de temáticas do cotidiano, com 
narrativa breve e, por vezes, pode conter 
caráter crítico, lírico ou humorístico. 
Joaquim Maria Machado de Assis (1839 
– 1904) é, sem dúvidas, um dos maiores 
autores do século XIX e, até hoje, 
permanece entre os maiores nomes 
da literatura brasileira. Nascido no Rio 
de Janeiro, no Morro do Livramento, e 
pertencente a uma família de origem 
humilde e mestiça, foi jornalista, cronista, 
crítico, dramaturgo, romancista e poeta; 
ultrapassou todas as dificuldades por meio 
de seu inegável talento autodidata. Dentro 
de um período conservador, Machado 
conseguiu conquistar o seu espaço e se 
sobrepor diante dos preconceitos da época, 
mesmo sendo negro, gago e epilético. Além 
disso, foi um dos fundadores da Academia 
Brasileira de Letras e a importância de suas 
obras deixaram um legado para diferentes 
estilos e gêneros textuais. 
Literatura - Machado de Assis
02.
Machado de Assis
Características Machadianas
A maioria das obras machadianas era 
produzida em prosa e, nelas pode-se perceber 
a presença de um narrador autocrítico, que 
apresenta falhas no processo narrativo, e 
que incita, em muitos momentos da obra, o 
diálogo com o leitor e estimula o senso crítico 
do mesmo. É importante evidenciar, também, 
que muitas vezes o próprio narrador também 
é personagem, por isso o leitor deve estar 
atento às provocações e aos posicionamentos 
/tamojuntoenem 23
Em primeiro lugar, não é visto especificamente 
como um movimento literário, mas, como 
um momento transitório da literatura ao 
final do século XIX e início do século XX. 
Tal mudança se dá porque os autores desse 
período transitam entre as características 
tradicionais do século XIX e, ao mesmo tempo, 
são influenciados pelas inovações temáticas, 
formais e linguísticas que começam a surgir 
no século posterior. De uma forma geral, as 
obras pré-modernistas contribuíram para a 
constituição de obras que incitassem uma 
preocupação com a identidade nacional. 
Contexto Histórico 
O significado de vanguarda provém de 
uma expressão militar, que indica “quem 
vem à frente”, quem toma a posição inicial. 
Neste sentido, esse prévio sentido contribui 
para que, ao estudar as distintas correntes 
Marcado pelo período de transição, começou 
próximo ao início do século XX e terminou em 
1922, ano da Semana de Arte Moderna. Entre 
os acontecimentos históricos que envolviam 
aquele período, destacam-se: A Revolta de 
Canudos (1896-97), A Revolta da Vacina (1904), 
a Greve dos Operários (1917) e o período da 
República Café Com Leite (1894- 1930). Essas 
manifestações sociais e políticas estarão 
vinculadas diretamente às produções literárias, 
pois propiciarão a fomentação de textos 
com maior engajamento social por parte dos 
autores. 
Características
I) Preocupação e denúncia social;
II) Uso de dialetos regionais nas prosas;
III) Linguagem coloquial;
IV) Foco na classe marginalizada;
V) Foco na região Nordeste;
VI) Sincretismo literário;
VII) Romances com engajamento 
sociopolíticos;
VIII) Interesse na realidade brasileira; 
IX) Tendências deterministas (influência da 
corrente Realista-Naturalista).
Os principais representantes, na prosa, são 
João do Rio, Euclides da Cunha, Lima Barreto, 
Graça Aranha e Monteiro Lobato. Já no campo 
poético, o autor Augusto dos Anjos se destaca 
por sua temática de cunho “orgânico”, fazendo 
alusão a micróbios, decomposição orgânica e 
seu tom de intensa melancolia e pessimismo, 
além de aderir a um vocabulário bem apoético 
e cenas cotidianas. 
Literatura - Pré-Modernismo e Vanguardas Europeias
03.
Pré-modernismo
04.
Vanguardas Europeias
do personagem no texto. 
Além disso, há o recorrente uso da ironia, o 
ceticismo, a profunda observação psicológica 
dos personagens e um humor que se 
aproxima do estilo tragicômico. Outro aspecto 
interessante é o da descrição feminina, que 
se distancia da imagem idealizada presente 
no Romantismo. Temos, então, a presença de 
uma mulher mais próxima de nossa realidade, 
abordada não só por suas qualidades, mas 
também por seus defeitos. Essa nova faceta 
feminina desvincula-se uma visão mais 
moralista, pois, em muitos momentos, a 
mulher não se submete aos valores morais 
que a regiam. 
Entre as temáticas abordadas, temos a questão 
da hipocrisia humana, a denúncia das relações 
por interesse, a infelicidade no casamento, o 
adultério, o egocentrismo e a ascensão social. 
Suas obras ultrapassaram o momento vivido, 
sendo consideradas atemporais e, embora 
alguns críticos o considerem um escritor 
realista, há vários momentos em que o próprio 
autor contraria ou ironiza as características do 
Realismo em seu texto. As obras mais famosas 
do autor são “Memórias Póstumas de Brás 
Cubas”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e 
“Memorial de Aires”.
/tamojuntoenem 24
A Fonte, de Marcel Duchamp
O grito, de Edvard Munch
Literatura - Vanguardas Europeias
artísticas, saibamos que as inovações desse 
momento buscam romper com tudo aquilo 
que fosse considerado arcaico e tivesse algum 
vínculo com a tradição. Essas vanguardas 
não ocorreram no Brasil, mas inspiraram 
inúmeros artistas brasileiros a reformularem as 
suas visões sobre a arte. Essa influência será 
percebida no país em 1922, com a presença da 
Semana de Arte Moderna.
a) Cubismo: corrente voltada à valorização 
de imagens simbolizadas a partir de formas 
geométricas, imagens fragmentadas, 
de modo a fomentar uma visão 
multiperspectivada. O maior representante 
do Cubismo é Pablo Picasso.
b) Dadaísmo: corrente mais radical, mostra-
se totalmente contrária às influências 
artísticas da tradição. Utiliza imagens de 
forma que incitem ao deboche, ao humor, 
a instabilidade do interlocutor. O dadaísmo 
surgiu a partir do medo e insegurança 
provocados pela Primeira Guerra Mundial. 
Os nomes mais marcantes são Marcel 
Duchamp, Tristan Tzara e Hugo Ball.
As senhoritas de Avignon, , de Pablo Picasso.
c) Expressionismo: corrente voltada à 
expressão do mundo interior do artista. 
Presença de imagens que deformam a 
realidade e valorização do caráter subjetivo. 
Destaque para Van Gogh, Paul Klee e 
Edvard Munch.
d) Futurismo: corrente influenciada pelas 
ações progressivas e futuristas da época, 
valorização da cor cinza e dos automóveis 
e aviões. Os principais artistas são Fillippo 
Tommaso Marinetti, Umberto Boccioni e 
Giacomo Balla. 
/tamojuntoenem 25
A 1ª fase do Modernismo, também conhecida 
por “fase heroica”, será impulsionada pelas 
influências da Semana de Arte Moderna, que 
ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, 
em 1922. Com o intuito de romper com a arte 
mimética e valorizar a liberdade de expressão, 
o Modernismo será muito importante para 
promover uma revisão histórica do passado 
nacional a fim de inserir, nos textos literários, 
o senso crítico e a construção da identidade 
Literatura - Modernismo: 1ª fase
05.
Modernismo: 1ª fase
Sem título. Salvador Dalí
brasileira a partir de uma nova perspectiva. 
Com forte influência dos ares inovadores das 
Vanguardas Europeias, os artistas brasileiros 
sentirão a necessidade de reformular o sentido 
artístico (no plano estético, na linguagem e 
na temática), voltando-se para a realidade 
nacionale a originalidade de suas produções. 
Características
I) Pluralidade Cultural;
II) Adoção de versos livres e brancos;
III) Desvio das formas clássicas, como os 
sonetos;
IV) Valorização da linguagem coloquial; 
V) Nacionalismo crítico;
VI) Valorização do cotidiano; 
VII) Dessacralização da arte;
VIII) Liberdade artística;
IX) Poesia sintética;
X) Tom prosaico;
XI) Valorização da originalidade.
No campo poético, destacam-se os autores 
Oswald de Andrade (criador do “Manifesto 
Pau Brasil” e do “Manifesto Antropofágico”) 
e Manuel Bandeira. Já nos textos em prosa, 
temos os autores Mário de Andrade (autor de 
“Macunaíma”) e Antônio de Alcântara Machado. 
e) Surrealismo: corrente com influência 
onírica, arte que mistura a realidade com 
o irreal, o fictício. O principal artista é 
Salvador Dalí.
Velocidade do automóvel, de Giacomo Balla
/tamojuntoenem 26
Português
01. Funções da Linguagem
02. Gêneros Textuais
03. Figuras de Linguagem
04. Progressão Textual
05. Variações Linguísticas
Sabemos que a linguagem é o principal meio 
de garantir a comunicação entre os seres do 
mundo. Para que exista comunicação, alguns 
elementos são necessários. São eles: 
� Emissor (locutor/falante): Aquele que 
emite a mensagem. 
� Receptor (interlocutor/ouvinte): É quem 
recebe a mensagem. 
� Mensagem: Aquilo que é transferido do 
locutor ao receptor.
Referente (assunto/contexto): Sobre o que a 
mensagem fala. 
� Código: A convenção social de interação 
que possibilita ao interlocutor compreender 
a mensagem.
� Canal: É o meio pelo qual a mensagem é 
transmitida. 
Vistos os elementos básicos para a 
comunicação, devemos iniciar o estudo sobre as 
funções da linguagem, que são imprescindíveis 
para a análise e produção textual. 
É muito importante ressaltar que é possível 
aparecer mais de uma função da linguagem 
em um mesmo texto. No entanto, sempre há 
a predominância de uma delas. As múltiplas 
funções da linguagem podem ser sintetizadas em 
seis funções (ou finalidades) básicas: 
1. Função emotiva (expressiva): Tem como foco 
principal o emissor, assim como seu ponto 
de vista, seu estado de ânimo, sentimentos 
e emoções. É, portanto, uma linguagem 
mais subjetiva. Algumas das suas principais 
características são a presença de interjeições, 
exclamações e o uso da primeira pessoa.
2. Função apelativa (conativa): Seu objetivo 
principal é convencer ou influenciar o receptor 
de alguma coisa - dessa maneira, o receptor é 
o foco principal da função apelativa. Ela pode 
aparecer por meio de uma ordem, sugestão, 
convite, entre outros. Algumas das suas principais 
características são o uso de verbos no imperativo 
e da 2ª e 3ª pessoas e a presença de vocativos.
3. Função poética: Na função poética, a forma 
Português - Funções de Linguagens
11:50, Hormes e Fernanda
01.
Funções da Linguagem
/tamojuntoenem 27
da mensagem é posta em destaque, pois o 
locutor procura fugir das construções habituais. 
Ele está mais preocupado em como dizer do 
que com o que dizer e, para isso, faz uso de 
recursos estilísticos como ritmo, sonoridade, 
rimas, assonâncias, etc. É possível encontrar 
esse tipo de função em textos literários, 
publicitários, metafóricos e letras de música. 
4. Função referencial: Tem como foco principal 
o assunto (referente). Na função referencial, 
a informação é transmitida de maneira 
objetiva, sem impor nenhum ponto de vista ou 
comentário. Na maioria dos casos, ela aparece 
na 3ª pessoa, pois é impessoal. A função 
predomina em textos científicos, didáticos e 
em alguns gêneros jornalísticos. 
 
5. Função metalinguística: Esse tipo de função 
faz referência à metalinguagem - ou seja, 
quando o emissor explica o código a partir 
do próprio código. Ela está presente em 
poemas que falam sobre poemas, dicionários e 
gramáticas, por exemplo. 
6. Função fática: Tem como finalidade testar ou 
estabelecer a comunicação. Predomina, nessa 
função, o contato entre o emissor e o receptor. 
Aparece, principalmente, na linguagem 
telefônica, nas falas de cumprimento e em 
algumas expressões que comprovam o 
entendimento da mensagem. 
i. Gênero Jornalístico: 
Os textos jornalísticos são veiculados com 
intuito de comunicar e informar sobre algo. A 
linguagem desses textos deve ser objetiva, clara 
e imparcial, para que o leitor compreenda as 
informações mais relevantes sobre o tema. Em 
geral, o desenvolvimento textual responde às 
perguntas “o quê?” (fato ocorrido), “quem?” 
(pessoas envolvidas), “quando?” (horário 
em que ocorreu o fato), “onde?” (local onde 
ocorreu o fato), “como?” (circunstância em que 
ocorreu o evento) e “por quê?” (causa do fato). 
A função social do sistema informativo é 
informar o leitor sobre algo. Ele pode ser 
caracterizado pela presença da linguagem 
denotativa e pela organização das informações 
- que são expostas de acordo com o enfoque 
definido pelo emissor - e pela organização das 
fotos, para complementarem o sentido do texto. 
Exemplos de textos jornalísticos:
� Notícia: possui caráter informativo e 
impessoal, sem possibilidade de múltipla 
interpretação ou traços de pessoalidade, 
em que predomina a função referencial da 
linguagem. Este tipo de texto apresenta as 
principais informações do fato na primeira 
parte e, no corpo do texto, são apresentados 
os detalhes, as causas e consequências.
� Editorial: é o texto em que o autor 
demonstra a opinião do veículo de 
informação. Em geral, trata de um assunto 
facilmente compreensível e que interesse o 
leitor. 
� Artigo de opinião: é o texto dissertativo 
em que o autor expõe seu próprio ponto 
de vista acerca de um assunto, a fim de 
persuadir o leitor. 
ii. Gênero Propagandístico: 
A função social do sistema publicitário é 
persuadir o leitor, destacando determinadas 
qualidades de um objeto que tornem seu 
consumo atraente. Geralmente, a linguagem 
publicitária é utilizada para evidenciar tanto 
as características reais do produto quanto as 
características subjetivas. 
A principal função da linguagem presente em 
textos desse gênero é a apelativa (ou conativa). 
Suas principais características são:
� Uso de verbos no imperativo
� Presença de vocativos
� Pronomes de 2a pessoa
� Interlocução
iii. Gêneros Narrativos
A narração, de forma progressiva, expõe as 
mudanças de estado que acontecem com 
objetos, cenários e pessoas a partir do tempo. 
Português - Gêneros Textuais
02.
Gêneros Textuais
/tamojuntoenem 28
Os principais gêneros narrativos são as novelas, 
romances, contos, crônicas, entre outros.
Elementos da narrativa:
� Narrador - pode ser em 1ª pessoa 
(narrador-personagem) ou em 3ª pessoa 
(narrador-observador ou narrador onisciente)
� Tempo – pode ser cronológico ou 
psicológico
� Enredo – pode ser fictício ou real
Personagem – podem ser protagonistas ou 
coadjuvantes
� Espaço – pode ser real ou virtual
iv. Texto Argumentativo
O texto argumentativo é aquele em que 
defendemos uma ideia a fim de convencer, 
persuadir ou influenciar o interlocutor. Esse 
convencimento se dá a partir da apresentação 
de razões, fatos e evidências, que são 
comprovados por meio de exemplos, dados 
estatísticos, argumentos de autoridade e etc. 
v. Texto Injuntivo
O texto injuntivo é aquele que explica sobre 
ou ensina sobre a realização de uma ação. Sua 
função é instruir o leitor, para que ele seja capaz 
de cumprir uma atividade. Os seguintes gêneros 
são exemplos desse tipo textual: receita médica, 
receita culinária, bula de remédio, manual de 
instruções, entre outros. Além disso, outra 
característica do texto instrucional é a utilização 
de verbos no modo imperativo para indicar 
sugestão sobre o procedimento a ser realizado.
Português - Figuras de Linguagem
São divididas em três categorias: figuras 
de palavra, figuras de linguagem e figurasde construção.
I. Figuras de Palavra:
i. Metáfora: é a alteração do significado 
próprio de um palavra, advindo de uma 
comparação mental ou característica 
comum entre dois seres ou fatos.
Ex: “ O pavão é um arco-íris de plumas” 
(Rubem Braga)
03.
Figuras de Linguagem
ii. Comparação: ocorre pelo confronto de 
pessoas ou coisas, a fim de lhes destacar 
características, traços comuns, visando a um 
efeito expressivo.
Ex.: O pavão é bonito como um arco-íris.
iii. Metonímia: Consiste na utilização de 
uma palavra por outra, com a qual mantém 
relação semântica. É importante ressaltar 
que essa troca não se dá por sinonímia, e sim 
por alusão à outra. Há metonímia quando 
se emprega a parte pelo todo, marca pelo 
produtor, autor pela obra, conteúdo pelo 
continente, etc.
Ex.: Adoro ler Machado de Assis. (a obra)
iv. Perífrase: é um tipo de expressão que 
designa os seres por meio de algum fato ou 
atributo que os celebrizou.
Ex.: O rei da selva é preguiçoso. [ = o leão]
v. Sinestesia: é a transferência de sensações 
e percepções de um âmbito sensorial para 
outro, resultando em uma fusão de impressões 
de sentidos de grande poder expressivo.
Ex.: Sua doce e aveludada voz massageava 
meus ouvidos.
II. Figuras de Pensamento
i. Ironia: consiste em dizer o oposto do que se 
quer falar.
Ex.: Ela não sabe escrever mesmo... Tirou 1000 
na redação. 
ii. Gradação: enumeração gradativa (que 
aumenta ou diminui pouco a pouco) dentro 
de uma ideia.
Ex.: De repente, o problema se tornou menos 
alarmante, ficou menor, um grão, um cisco, 
um quase nada.
iii. Personificação: é a atribuição de 
características de seres animados a seres não 
humanos.
Ex.: Hoje, o sol sorriu para mim.
iv. Hipérbole: exagero de ideias.
Ex.: Chorei rios de lágrimas.
v. Eufemismo: suavização de uma ideia/fato.
/tamojuntoenem 29 Português - Progressão Textual
Ex.: Ele é desprovido de beleza.
Ex: A moça virou estrelinha. 
vi. Antítese: aproximação de palavras com 
sentidos opostos. 
Ex.: O calor e o frio vivem em meu peito. 
vii. Paradoxo: aproximação de ideias 
contraditórias.
Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver, É ferida 
que dói e não se sente. 
viii. Pleonasmo: é a repetição desnecessária 
de palavras para enunciar uma ideia.
Ex.: A protagonista principal do filme ‘O 
sorriso de Monalisa’ é Julia Roberts.
III. Figuras de Construção
i. Elipse: É a omissão de um termo que o 
contexto ou situação permitem facilmente 
suprimir. 
Ex.: Deste lado da estrada, montanhas e 
daquele, rios.
ii. Zeugma: Essa figura de construção é 
uma das formas da elipse. Ela consiste em 
participar de dois ou mais enunciados um 
termo apresentado em apenas um deles.
Ex.: Fui ao shopping e comprei uma blusa e 
também um casaco.
iii. Hipérbato: É a inversão da ordem direta das 
palavras na oração, ou da ordem das orações 
no período, com finalidade expressiva. 
Ex.: Ao shopping irei. 
iv. Polissíndeto: É o emprego repetitivo de 
conjunções coordenativas, especialmente 
nas aditivas. O polissíndeto é diferente do 
assíndeto, que, por sua vez, é um processo de 
encadeamento de palavras sem conjunções.
Ex.: “Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, 
vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e 
tomba, e se espedaça e morre” – Polissíndeto
“Vim, vi, venci.” - Assíndeto
v. Silepse: É a concordância que se faz não 
com a forma gramatical das palavras, mas 
com o seu sentido, ou seja, com as ideias que 
Os conectivos ou operadores argumentativos 
são palavras ou expressões responsáveis pela 
ligação, pela coesão de duas orações, e servem 
para acentuar, introduzir, diminuir valores em 
determinadas sentenças. Dessa forma, para 
estabelecer essa ligação, eles podem indicar: 
causa, consequência, conclusão, oposição ou 
ressalva, soma de ideias, objetivo ou finalidade, 
entre outros. Por isso, existem diversos tipos 
de operadores que proporcionam diferentes 
sentidos aos textos e eles são importantes 
porque garantem a coesão dos textos. 
Principais operadores argumentativos:
� Operadores que somam argumentos: e, 
também, ainda, não só… mas também, além 
de…, além disso…, aliás.
Exemplo: Além de ser muito inteligente, é 
ótimo professor.
� Operadores que indicam conclusão: 
portanto, logo, por conseguinte, pois, 
consequentemente.
Exemplo: João tira notas baixas e trata mal 
os professores, portanto não é um bom 
aluno.
� Operadores que indicam comparação 
entre elementos a fim de uma conclusão: 
...que, menos… que, tão… como.
Exemplo: Vamos colocar Luisa no lugar de 
04.
Progressão Textual
elas expressam.
Gênero: Vossa excelência parece chateado.
Número: O grupo não gostou da bronca, 
reagiram imediatamente.
Pessoa: Os brasileiros somos lutadores.
vi. Anáfora: Ocorre quando uma ou várias 
palavras são repetidas sucessivamente no 
começo de orações, períodos, ou em versos.
Ex.: “Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei” 
/tamojuntoenem 30 Português - Variações Linguísticas
Joana, uma é tão competente quanto à 
outra.
� Operadores que indicam causa/
explicação: porque, que, já que, pois, por 
causa de…
Exemplo: Estou triste, pois não fui bem na 
prova.
� Operadores que indicam oposição 
(adversidade e concessão): mas, porém, 
contudo, todavia, no entanto, embora, ainda 
que, posto que, apesar de…
Exemplo: Gabriel fez um bom trabalho, mas 
não foi aprovado.
� Operadores que indicam o argumento 
mais forte de um enunciado: até, mesmo, 
até mesmo, inclusive, pelo menos, no 
mínimo.
Exemplo: João era muito ambicioso; queria 
ser, no mínimo, o presidente da empresa 
onde trabalha.
� Operadores que indicam uma relação 
de condição entre um antecedente e um 
consequente: se, caso.
Exemplo: Se você não for ao médico, não 
melhorará.
� Operadores que indicam uma relação 
de tempo: quando, assim que, logo que, no 
momento em que…
Exemplo: Assim que você chegar, me ligue!
� Operadores que indicam finalidade/
objetivo: para, para que, a fim de… 
Exemplo: Eu estudo a fim de passar no 
vestibular.
1. Variação Temporal (Diacrônica)
Essa variedade está relacionada à mudança 
da linguagem ao longo do tempo, a partir das 
sucessivas gerações de falantes. Para estudá-las, é 
necessário comparar textos escritos em diferentes 
épocas e analisar as diferenças gramaticais, lexicais 
e até mesmo ortográficas (frequentemente, 
geradas por mudanças fonéticas).
O pronome tu, por exemplo, antigamente, era o 
único pronome de segunda pessoa do singular; 
05.
Variações Linguísticas
entretanto, com o tempo, outras formas de 
tratamento surgiram, como Vossa Mercê e 
Vossa Majestade. A palavra “vossa mercê” se 
transformou sucessivamente em “vossemecê”, 
“vosmecê”, “vancê” e “você”. Além disso, 
ao longo do tempo, algumas palavras 
tiveram alteração na pronúncia, mas não na 
escrita, enquanto um mesmo som pode ser 
apresentado com diferentes representações.
 
2. Variação Regional (Diatópica)
São as variantes ocorridas em razão da região a 
qual o falante pertence. Dentro dessa variação, 
é possível verificar diferentes formas para 
nomear um determinado alimento, objeto, 
entre outros. Por exemplo, “mandioca” também 
é conhecida como “aipim” e “macaxeira”. Além 
disso, há diferença em relação à pronúncia de 
algumas palavras e expressões, podendo haver 
alterações fonéticas e fonológicas. Alguns 
traços sintáticos também sofrem modificações. 
Algumas regiões, por exemplo, são conhecidas 
por não fazerem a concordância verbal 
corretamente. No Rio de Janeiro, é comum a 
maioria dos falantes misturar a 2ª e a 3ª pessoas 
do discurso.
 
3. Variação Social (Diastrática)
São as variações relacionadas aos fatores 
sociais que interferem na linguagem, como, 
por exemplo: classe social, profissão, idade, 
etnia, nível de escolaridade, etc. Em alguns 
lugares

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