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Arbitragem como meio alternativo de solução de conflitos

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ARBITRAGEM
1 - INTRODUÇÃO
O cenário do poder judiciário tem se encontrado carregado de processos ajuizados, revelando de uma certa forma a ineficiência em seu modo de atividade jurisdicional que apresenta. Há um quadro constante de demora nas decisões judiciais, isso se torna um obstáculo para a inserção à justiça e posteriormente a satisfação dos envolvidos.
Na nossa sociedade contemporânea nacional e mundialmente o desperdício de tempo é sinônimo de retrocesso. A facilidade e praticidade com o uso das tecnologias e internet fazem com que a nova rotina exija que tudo seja realizado de forma condizente e com resultados acelerados. Em virtude disso, se faz necessária a busca de meios e métodos que possibilitem mais agilidade nas diversas áreas sociais, inclusive para solução de conflitos.
Desta forma, surge a importância de criar um meio que assegure ao direito processual civil um acesso e resultado à justiça que seja rápido e eficaz. O desejo em solucionar conflitos sociais com efetividade no ordenamento jurídico, desencadeou a implantação da Lei nº 9.307/96 que remete sobre a arbitragem. Esse novo instrumento da justiça, é uma forma de ampliação ao seu acesso, demostrando opção às partes na busca de resposta em suas desavenças. O instituto da arbitragem por ser um sistema de heterocomposição privado que deriva da própria vontade dos envolvidos, por possuir um menor número de processos e características que o distingue do método tradicional jurisdicional tem possibilitado às pessoas um leque maior de oportunidades para resolverem suas demandas de forma rápida e satisfatória.
O dado tema trabalhado nesta pesquisa trata sobre formas alternativas para solução de conflitos que se adaptem melhor ao cenário atual da sociedade e correspondam aos anseios cada vez mais exigentes e versáteis da população de todo mundo e principalmente neste caso a brasileira, mas especificamente sobre o método da arbitragem.
Esta investigação sobre a arbitragem desenvolve-se discorrendo um pouco sobre sua origem, funcionamento, peculiaridades, vantagens, desvantagens, e as transformações ocorridas em seu sistema após a implantação do Código de Processo Civil de 2015, sempre trazendo como parâmetro de comparação a jurisdição.
O ponto essencial desta análise está em averiguar se, pode-se considerar o juízo arbitral como um meio adequado e eficaz para a solução de litígios. Buscar-se-á verificar se a arbitragem tem sido de fato uma inovação que tem contribuído para desafogar o Poder Judiciário e se tem agradado às partes envolvidas e contemplado os critérios necessários para um bom julgamento.
2 - ORIGEM E FUNCIONAMENTO DA ARBITRAGEM
Observa-se hoje em dia uma elevação na quantidade de processos que tramitam no sistema judiciário. Esse panorama não surgiu apenas na contemporaneidade, contudo é o resultado do que se chama de judicialização de conflitos que vem se estabelecendo de forma tradicional no Brasil, podendo ser verificado não apenas no território brasileiro, mas em diversos outros países do mundo. Um dos motivos da instauração desse quadro deve-se à demora e à precariedade na estrutura do Poder Judiciário. Essa morosidade no desenrolar dos litígios tem incentivado várias pessoas a buscarem métodos extrajurídicos de solução de conflitos, dentre eles, a arbitragem vem ganhando cada vez mais espaço.
A arbitragem no Brasil encontra-se existente desde o Império, mas nessa época não se adaptava ao gosto e às necessidades pátrias. Com a Lei de Arbitragem nº 9307/96, esse instituto ganha nova aparência, passando a dificultar que as partes recorressem ao judiciário depois de terem optado pelo juízo arbitral, pois a sentença arbitral tem o mesmo valor de sentença judicial transitada em julgado. É certo que o árbitro deve agir sempre com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição para desenvolver o devido papel da arbitragem e para se ter um resultado adequado no conflito de litígios apresentados no momento.
Atualmente, a arbitragem tem se destacado por todo mundo, inclusive no Brasil, especialmente em casos de comércio internacional. Muitas pessoas têm optado por ela tendo em vista a sua maior celeridade e isso tem contribuído para a diminuição da demanda no judiciário. Esse método foi consolidado no Brasil em 1996 pela Lei da Arbitragem (Lei nº 9.307/96). Arbitragem se estabelece como uma espécie de heterocomposição em que existe a presença de uma terceira pessoa que não está envolvida na relação processual a qual é chamada de árbitro e é escolhida pelas partes. Os litigantes irão conceder ao árbitro o poder e autoridade para decidir a situação levantada, isso substituirá a participação e intermediação do Estado na solução do conflito. Atualmente, ela é reconhecida e legitimada legalmente como uma instituição.
O sistema de arbitragem se desenvolve em algumas fases determinadas do juízo arbitral que servem para orientar e organizar todo o processo a ser seguido em conformidade com o ordenamento jurídico, e não deixando de condizer com as necessidades e desejos das partes envolvidas que procuram por mecanismos que sejam mais ágeis e eficientes na solução de seus pleitos.
A atuação da arbitragem recebe um tratamento especial, sendo bastante reduzido e recomendado ao juiz para passar à fase de instrução e julgamento apenas se não tiver compromisso das partes nem por meio da conciliação, nem de arbitragem.
3 - ASPECTOS DA ARBITRAGEM
Pode-se definir a arbitragem como um método alternativo e privado de resolução de conflitos que deriva de direitos disponíveis e patrimoniais através da intermediação de um árbitro. O árbitro é um terceiro escolhido pelas partes para julgar o caso que geralmente é especialista na matéria controvertida. A sentença arbitral apresentada é um título executivo judicial.
A arbitragem se constitui por meio da autonomia da vontade das partes, ela não é obrigatória e sim uma faculdade. Os interessados que resolvem aderir à arbitragem como meio para solucionar seus litígios, de contratos comerciais na maioria das vezes, pactuam essa escolha autônoma e opcional por meio da convenção arbitral que traz uma cláusula compromissória ou cláusula arbitral, e a partir de então quando firmado esse acordo, as partes tornam-se obrigadas a aplicar a arbitragem em caso de pleito.
O procedimento realizado na arbitragem é muito mais rápido do que o da jurisdição. A decisão arbitral tem o mesmo valor de uma decisão transitada em julgado e não cabe recurso. A arbitragem não é formal como a jurisdição. A arbitragem é sigilosa e confidencial.
As diferenças entre arbitragem e jurisdição são bem expressivas. A jurisdição deriva do monopólio do poder do Estado que impõem as normas aos indivíduos, enquanto a arbitragem advém da própria vontade dos participantes. A arbitragem é de natureza privada e a jurisdição é de natureza pública.
Como regra, à arbitragem não se pode ingressar com recurso, uma vez que ela possui status de sentença judicial transitada em julgado. Entretanto, se houver vício, ilegalidade ou algum tipo de erro no desenrolar do processo arbitral a parte que se sentir lesada pode adentrar no Judiciário com um pedido de nulidade da decisão arbitral.
Inúmeras pessoas têm aderido cada dia mais à arbitragem tendo em vista as dificuldades enfrentadas na jurisdição. A arbitragem tem se apresentado como um meio mais célere e eficiente de solução de demandas e com diversas vantagens e características positivas.
Há ainda a possibilidade da decisão arbitral se dá com erros e vícios que levem a sua nulidade. Em regra, para uma decisão arbitral não cabe recurso, como analisado acima. Porém, em casos de vícios e ilegalidades pode-se entrar na jurisdição solicitando a nulidade e invalidade da sentença arbitral alegando que o julgamento se desenvolveu de forma incorreta e inadequada de forma a se desconsiderar a decisão do árbitro.
4 - ARBITRAGEM: ADEQUAÇÃO E EFICÁCIA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Um dos principais problemas presentes no sistema jurisdicional é a morosidade. Observa-se que há processos de todas asespécies que duram meses e até mesmo chegam a passar muitos anos em andamento sem a menor razoabilidade, dentre eles têm-se tanto demandas complexas quanto demandas simples que poderiam ser resolvidas de forma mais rápida. Isso tem gerado um descrédito da jurisdição para com a população e feito com que a mesma busque outras formas para alcançar as respostas das suas demandas.
A arbitragem é uma técnica alternativa para dirimir conflitos que surgiu há anos atrás e que tem crescido bastante nos últimos tempos. Ela tem como propósito ser um meio alternativo de deliberação de pleitos sem precisar ingressar no Poder Judiciário desafogando assim em parte o Judiciário, podendo ser realizada nacionalmente, mas principalmente internacionalmente.
5 - CONCLUSÃO,
No decorrer deste paper tentamos enfatizar sobre as influências sociais e jurídicas resultantes do surgimento da arbitragem no Brasil contribuindo significantemente para o desenvolvimento da nossa sociedade. É fundamental percebermos que a arbitragem tem se tornado demasiadamente oportuna, assim como os demais métodos alternativos, como é o caso da conciliação e mediação, para dirimir controvérsias. A arbitragem desde os primeiros momentos da civilização vem se apresentando no âmbito jurídico como meio extrajurídico.
A confiança da arbitragem como meio adequado e eficiente em desfazer causas litigiosas é consequente, fundamentalmente, da confiança que as partes e, naturalmente, seus advogados, puderem depositar nos árbitros, bem como, na certeza de que a conduta do procedimento arbitral não acabará prejudicando o princípio fundamental do devido processo legal. O surgimento da arbitragem deu-se em um momento que a justiça se apresentava com um grande acumulo de processos, e tendo o papel de servir como acesso extra de resolução de conflitos na justiça.
Assim, nesse sentindo temos a Lei nº. 9.307/1996 que equipara o árbitro ao juiz de direito ao permitir que ele produza provas de ofício, inclusive que sua decisão não dependa de qualquer homologação ou confirmação pelo órgão estatal. Aliás equivalem-se os efeitos da sentença arbitral aos efeitos da sentença judicial. Tudo isso importa para a leitura do art. 22, §º 4 da mencionada lei. A toda evidência, tem o árbitro poderes para apreciar situações de perigo e determinar medidas urgentes.
A atuação da arbitragem assim como qualquer outro método de solução de conflitos possui suas vantagens e desvantagens, tendo assim, necessidade de a arbitragem receber todo o respeito e cooperação do Estado, especialmente do Poder Judiciário, que deve cooperar para que seja mantido e aperfeiçoado o ideal da Lei nº. 9.307/1996, para que assim seja realizado com liberdade o direito de escolha das partes.
O processo da arbitragem deve funcionar de forma semelhante ao Poder Judiciário, e claro, moldando-se caso a caso, e, ainda, ter como alternativa uma decisão fundamentada na equidade. Com o Código Processual Civil de 2015 apresentou diversas e significativas transformações e aprimoramentos para o método da arbitragem, sendo um meio pacífico de controvérsias proporcionando mecanismos flexíveis para a tão esperada justiça.
Desse modo, a oportunidade jurídica trazida pela arbitragem é louvável ainda que não reflita absolutamente a todos. Atuando efetivamente dispositivos constitucionais, e atribui sentido a um dos princípios do Estado que é o bem estar coletivo, além de ser um mecanismo integrador ao acesso judicial com rapidez que também contribui para o desenvolvimento da sociedade. Para tanto, é necessária uma atuação competente por parte do poder judiciário para continuar garantindo os direitos e execução do processo para uma verdadeira paz social.
REFERÊNCIAS
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