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OO MMIISSTTÉÉRRIIOO DDOO ÁÁUURREEOO FFLLOORREESSCCEERR SSAAMMAAEELL AAUUNN WWEEOORR MENSAGEM DE NATAL 1971 – 1972 PRÓLOGO Pelo Mestre Gargha Kuichines Nesta nova mensagem de Natal “O Mistério do Áureo florescer”, Samael Aun Weor nos brinda com novíssimos ensinamentos para os devotos do sendeiro, para todos aqueles que conheceram o natural e agora querem mandar o conhecido mediante o estudo do sobrenatural. Este conhecimento é totalmente sexual. Fala-nos sobre as forças maravilhosas de OD e as descreve de forma patética para que aprendamos a conhecê-las e manejá- las, segundo nossas próprias conveniências, nos dá mostras tangíveis para o intercâmbio magnético através da união amorosa e através dela conseguir a desintegração de nossos defeitos ainda os mais arraigados. Quando os devotos do Sendeiro chegam até a sabedoria Gnóstica encontram-se tão débeis que muitos deles são incapazes de acabar com seus próprios hábitos, com seus maus costumes, mais tarde através da sabedoria da cristificação não somente acabam com seus hábitos, mas também que são capazes de destruir seus próprios defeitos. Se às pessoas lhes custa trabalho tirar um hábito, um mau costume, como será para tirar um defeito? Todo este ensinamento nos coloca em posição privilegiada, mediante a qual dispomos de forças que nos permitem destruir entidades tenebrosas que formamos com nossos defeitos, com nossas baixas paixões. Com a revelação do poder do Mantra Krim se não somos capazes de impulsionar o poder do amor para nos libertar das forças satânicas que provém do erro, pelo menos aprenderemos a dar filhos superiores aprendendo a modificar nossa semente para a procriação. Três fatores determinam a qualidade física, moral e mental de nossa semente, quando aprendemos a pensar a respirar e a selecionar os alimentos. O semental vale pela semente que produz, a qualidade dos grãos depende da semente que o agricultor usa e para melhorar nossa própria obra devemos melhorar nossa semente. Se o agricultor somente usa uma semente para semear o cafeeiro e similares, se o fazendeiro usa a inseminação artificial para evitar que se percam milhões de sementes, com muito mais razão nós através da transmutação alquímica aprendemos a fecundação Divina que consiste na saída de um só espermatozoide para a fecundação, quando a mulher está disposta para ser fecundada que são os três dias transcorridos e contados desde a chegada do período até contar quatorze dias, esse dia quatorze com os dois seguintes são hábeis para a fecundação em uma mulher de período normal, para a anormal lhes cabe primeiramente buscar a normalidade e depois pedir à Mãe Bendita, junto com seu marido, lhes conceda um filho o qual pode ser homem ou mulher. Se a pessoa lhe interessa, leia esta mensagem e encontre a fórmula que está muito clara. Permite o Senhor Jeová que é o Chefe da Reprodução, que escape um espermatozoide forte e vigoroso para estabelecer a fecundação, sem perder os milhões que desperdiça o fornicário dando-lhe vida a seu satã com o restante. A educação destes filhos da luz é muito sagrada. O varão em permanente enamoramento por sua fêmea a rodeia de mimos e atenções, mais tarde quando ela lhe anuncia que se encontra grávida, deve retirar-se corporalmente dela, quer dizer que não pode praticar o Arcano porque a matriz de sua mulher está gerando um ser humano e não pode ao mesmo tempo gerar dois tipos de personalidades tão diferentes como o são: um humano e um embrião divino, ou seja, o varão que segue o caminho da castidade Científica, para começar o caminho angelical ou dévico. Durante toda a gestação o Gnóstico tornará a vida agradável para sua esposa, o fato de não usar a união sexual os eleva à categoria de noivos, os mantém em permanente transe de amor, fortificam a vontade, devem usar a magia amorosa de solteiro, que é pessoal para cada um deles. Ao nascer o filho nasce sem dor por ser filho da luz, um bem aventurado. O casal segue com a mesma magia de solteiro até um tempo não menor que 40 dias depois do filho nascido. O leite que a mãe lhe proporciona pode ser melhorado tanto em qualidade como em força espiritual, o que não se pode fazer com a que dá ao externo: o leite de potes. A mãe ao dar o seio imagina seu filho são livre de toda enfermidade, lança-lhe amor por todo seu ser e pede aos Mestres da Loja Branca que o livrem de todo mal. A mãe deve evitar ler escritos com feitos de sangue, rixas e tudo aquilo que a mortifique porque tudo isso vai parar ao ventre do filho de suas entranhas. Mais tarde quando volte à união com seu esposo deve evitar toda emoção passionária, o marido deve dar- lhe trato de mãe que está dando vida com seu próprio sangue. Assim como nenhum Pai lhe ocorre maltratar a mamadeira que seu pequeno filho toma, muito menos com o natural que dá à própria mãe. Quando são cumpridos todos estes preceitos, a Natureza ajuda a mãe e a coloca em condições em que tenha leite em abundância, se quiser aumentá-la pode tomar muita água de panela, evita tudo isto, que seus seios se obstruam e tenha que rachá-los e danificar suas Mamárias. Pode amamentá-lo cada vez que o filho exija, sem esperar as quatro horas que são indicadas em todos os textos que falam sobre a maternidade, dormir com eles os primeiros 40 dias durante os quais lhe dá o seio livremente quando o filho o pede o qual permite que a criança siga alimentando da aura da mãe, Força Divina que a envolve e sobretudo nesses dias que é Puro Amor para o Ser que acaba de chegar a seu lar. Como se observa a educação destes filhos começa a partir dos amores, se mantém durante a gestação e seguem ao nascer cuidando a mãe de não ler jornais, não dando atenção a fofocas, conjecturas nem conselhos alheios que somente lhe trazem dor. Se quando perdemos um só dos milhões de espermatozoides ocorre isto, o que não acontecerá com os milhares que nos reservamos para nos dar Luz e Sabedoria a nós mesmos? Isto é igual para varões e fêmeas, a Mulher mantém sua Força Criadora tal como o Varão. Aproveitem estudantes Gnósticos os ensinamentos do “Mistério do Áureo Florescer” a quem as Hierarquias Divinas vão guiando para que entendam estes mistérios porque os de fora somente poderão ver as lâminas que sobre Sexo- Yoga brinda o Mestre através das múltiplas lições deste livro. Se é conveniente aprender a dar vida, também é de sumo interesse aprender a saber morrer. O Mestre fala claramente sobre o Retorno. O que morre na entidade Humana? O que perdura ou permanece? Desintegram-se: O Corpo físico, o corpo Vital, ou seja, o que dá a vida ao físico e a personalidade, os três que tanto cuidam dos humanos por desconhecer o funcionamento da vida. Muitas pessoas que se dedicam a invocar defuntos, não sabem que quase sempre concorrem ao chamado os cascões astrais ou os Múltiplos Eus que formam o Satã em nós. Hoje se generalizou o mau costume de estabelecer contato com os defuntos, com as pessoas acreditando que concorrem ao chamado das almas destes, quando os que concorrem são os Eus Satânicos da pessoa chamada; o contato com essas entidades sepulcrais permite que algumas delas possuam os invocadores produzindo enfermidades que psiquiatras, nem médicos conhecem e vão parar no manicômio, ou seus familiares buscam por pessoas que conhecem desse tipo de entidades para que as retirem, os Nossos devem EVITAR por todos os meios concorrer a tais curações de possessos, porque muitas vezes trata-se de entidades muito perversas que causam estragos e danos aos que tratam de retirá-los, agora se generalizou usar uma placa com letras, e com dor vemos que meninas de escola o têm como Jogo, não sabendo seus Pais o mal que estão ocasionando a seus filhos com semelhante esporte... Os mortos do além-túmulo são frios e fantasmagóricos,porque as pessoas desconhecem totalmente o aproveitamento das energias criadoras para mudar os corpos lunares com que nascemos. A sabedoria Gnóstica lhe ensinará a gerar por si mesmo estes corpos para que não somente aprenda a morrer, mas também a nascer. Nesta mensagem o Estudante encontrará fórmulas concretas para determinar o sexo de seu filho que quer trazer ao mundo, como criar filhos belos à vontade, como criar filhos inteligentes à vontade e muitos outros fatores que dão importância a nossa existência. O Mestre está entregando ao mundo o Quinto Evangelho através das Mensagens de Natal, falando do que jamais se havia escrito. Muitos estudantes de ocultismo assinalaram ao Mestre porque foi um BODHISATTVA caído, ele jamais o negou, também é verdade que ele se levantou sem o auxílio de todos esses tontos, hoje está de pé. Em meio a grandes sacrifícios obteve sua levantada e serviu de exemplo a muitos para nos levantar, ele foi um grande sinal para todos aqueles que seguimos e aproveitam seu conhecimento. Esses atacadores não tiveram o valor que teve nosso Mestre ao contar não somente seus triunfos e lucros, mas também nos confessa suas derrotas e nos mostra o Mal por conhecimento próprio, jamais por imaginação, pois ele trata por todos os meios de ensinar a doutrina, torná-la compreensível, colocá-la ao alcance de todos os estudantes Gnósticos, este valor somente é de Super-homens, pois muitos dos detratores tomaram os erros confessados para atacá-lo; isto me recorda nos primórdios da Gnosis, ali pelo ano de 1950 quando lhe escreveu um leitor do livro “O Matrimônio Perfeito”, onde lhe dizia que em Cáli muitos espiritualistas o atacavam por ter tomado, por ter bebido, por ter pertencido a muitos ismos, por ter andado por estradas e caminhos como viajantes, por desconhecido, e muitas outras asseverações mais, e o Mestre respondeu ao amigo de Cáli, que elogiava a obra, e lhe dizia: “Esses espiritualistas que me atacam são mortos vivos, habitantes das velhas tumbas de minhas recordações, eles resmungam os fatos do meu passado, mas aumentando os defeitos que essa velha personalidade teve que eu mesmo destruí para formar a atual e escrito a obra solene que acaba de conhecer”. “Se Luz Bel tivesse conhecido a sapiência do pecado jamais teria caído”. “As donzelas podem cair, mas as “Maria Magdalena” jamais caem porque têm uma sapiência do pecado e a vertigem do Absoluto. Vivekananda antes de despertar foi mulherengo e vagabundo, Gandhi o Libertador da Índia, antes de despertar foi mulherengo e bêbado, de maneira que se não tivéssemos nos perdido, estaríamos perdidos. A Obra o é todo”. S. S. S. JULIO MEDINA VIZCAÍNO. Capitulo I MAGIA SEXUAL A Magia é, segundo Novalis, a arte de influir conscientemente sobre o mundo interior. Está escrito com carvões acessos no livro extraordinário da vida, que o amor ardente entre Varão e Fêmea, obra magicamente. Hermes Trimegisto, o três vezes grande Deus IBIS DE TOTH, disse em sua Tábua de Esmeralda: “Te dou amor no qual está contido todo o summum da Sabedoria”. “Todos temos algo de forças elétricas e magnéticas em nós, e exercemos igual a um magneto uma força de atração e repulsão... Entre os amantes é especialmente poderosa essa força magnética, e sua ação chega muito longe”. A Magia Sexual (SAHAJA MAITHUNA) entre marido e mulher, fundamenta-se nas propriedades polares que certamente tem seu elemento potencial no sexo. Não são Hormônios ou Vitaminas de patente o que se necessita para a vida, mas também autênticos sentimentos do tu e eu, e portanto o intercâmbio das mais seletas faculdades afetivas, eróticas, entre o homem e a mulher. A ascética medieval da falecida idade de Peixes, rejeitava o sexo qualificando-o como Tabu ou Pecado. A nova ascética revolucionária de Aquário fundamenta-se no sexo; é claro que nos mistérios do LINGAM-YONI encontra-se a chave de todo poder. “A MAGIA SEXUAL” Da mescla inteligente da ânsia sexual com o entusiasmo espiritual, surge como por encanto a Consciência Mágica. Um sábio autor disse: “A Magia Sexual conduz à unidade da Alma e a sensualidade, ou seja, a sexualidade vivificada: o sexual perde o caráter de suspeito e menosprezado que somente acata-se secretamente e com certa vergonha declarada; pelo contrário, é posto a serviço de um maravilhoso gozo de viver, penetrado por ele e alçado a componente da afirmação da existência que assegura o felizmente equilíbrio da personalidade livre”. Necessitamos com urgência evadirmos da sombra corrente cotidiana do acoplamento vulgar comum e corrente e entrar na esfera luminosa do equilíbrio magnético do “redescobrimento no outro”, de “encontrar em ti a senda do fio da navalha”, “o caminho Secreto que conduz à liberação final”. “Somente quando conhecemos e empregamos as leis do magnetismo entre os corpos e as almas, não serão já mais imagens fugazes e sem sentido, nevoeiros que se desvanecem na luz, todas as palavras sobre Amor, Sexo e Sexualidade”. É ostensivo a tremenda dificuldade que apresenta o estudo da Magia Sexual. Não é nada fácil querer mostrar como “aprendível e visível” a Sexo-Ioga, o Maithuna, com seu governo das mais delicadas correntes de nervos e as múltiplas influências subconscientes, infraconscientes e inconscientes sobre o ânimo. Falemos claro e sem rodeios; este tema sobre SEXO-IOGA é questão de experimentação íntima direta, algo muito pessoal. Renunciar à concupiscência animal no altar da espiritualidade é fundamental na Magia Sexual, se é que na verdade queremos encontrar o fio de Ariadna da ascensão, o áureo bramante que há de nos conduzir das trevas à luz, da morte à imortalidade. Um grande filósofo cujo nome não menciono disse: “Se as forças autênticas procriadoras, as anímicas e espirituais, encontram-se situadas no fundo de nossa consciência, encontramos precisamente nele o simpático, com sua rede irradiadora de sensíveis malhas de gânglios, ao mediador e condutor à realidade interior, que não somente influi sobre os órgãos da Alma, mas que também governa, dirige e controla os centros mais importantes no interior do corpo; guia, de maneira igualmente misteriosa, a maravilha da concepção até o nascimento do novo ser, assim como os fenômenos do coração, rins, cápsulas suprarrenais, glândulas geradoras, etc. “Em troca, a toda sensibilidade e espiritualidade, à vida ritmada, ele tenta, como autêntico SPIRITUS CREATOR do corpo, e mediante a direção da corrente molecular e a cristalização de raios cósmicos, balancear o ritmo do universo a todos os elementos psíquicos e físicos que lhe são subordinados”. “Este NERVUS SYMPATHICUS, é na realidade também um NERVUS IDEOPLASTICUS, deve ser compreendido como mediador entre nossa vida instintiva inconsciente e a moderação da imagem viva impressa em nosso Espírito desde as eternidades; é o grande equilibrador médio que pode apaziguar e reconciliar à perpétua polaridade, os amanheceres e crepúsculos do sol da Alma, às manifestações de negro e branco, amor e ódio, Deus e Diabo, exaltação e decadência”. O Andrógino Divino da primeira raça humana, Adam Kadmon, se propagou somente pelo poder da vontade da imaginação mágica, unidas em vibrante harmonia. Os antigos sábios da Kabala afirmaram que tal potência volitiva e imaginativa se perdeu pela queda no pecado, pelo que o ser humano foi arrojado do Éden. Esta magnífica concepção sintética da Kabala Hebraica tem por base uma tremenda verdade; sendo assim, é precisamente função da Magia Sexual restabelecer dentro de nós mesmos essa unidade original Divina do Andrógino Paradisíaco. Certo sábio disse enfaticamente o seguinte: “A Magia Sexual obra transfigurando corporalmente e procura uma acentuação ideal ao sexual na Alma. Por isso são capazes de Magia Sexual somente os seresque tratam de superar o dilema dualista entre o Mundo Anímico e o dos Sentidos, aqueles dotados de íntima “vela”, encontram-se absolutamente livres de qualquer espécie de hipocrisia, moralismo excessivo, negação e desvalorização da vida”. Capítulo 2 RASPUTIN “RASPUTIN” Quero enfatizar a ideia básica que devemos formular assim: “Os grandes fascinadores da lubricidade e da falta de pudor pertencem bem mais ao tipo Casanova que ao famoso dom Juan Tenório”. Se o tipo tortuoso Dom Juan reflete todas as suas aventuras amorosas no espelho egocêntrico de sua fantasia refinada, com a abominável intenção de rebaixar à mulher, de profaná-la vilmente, de violá-la e difamá-la perversamente mediante a relação passional única e sem repetição no “empurrão do pecado”, é incontroverso uma especial modalidade de ódio masculino contra a fêmea. Pela lei de contrastes, no tipo Casanova predomina o desejo libidinoso de fascinação sexual, baseado exclusivamente nos impulsos instintivos naturais e sentimentais. Infelizmente este tipo de sujeitos são insaciáveis, e sofrem e fazem sofrer. O tipo Casanova é uma espécie de “mestre enganador” da mulher; parece ter o dom da ubiquidade, pois lhe vê por todas as partes, aqui, lá e acolá; é como o marinheiro que em cada porto tem uma noiva; muitas vezes se compromete e jura amor eterno... Em contraposição do sadismo sexual refinado do tipo Dom Juan, descobrirmos no tipo Casanova ao homúnculo racional que quer se afogar em leitos de prazer o tédio insuportável de sua própria existência. Outra variedade, felizmente pouco comum do fascinador de mulheres, convém que a designemos como “tipo diabo”. Um dos mais genuínos representantes deste tipo sinistro foi sem dúvida alguma o Monge Gregor Rasputim: Estranho asceta apaixonado pelo mais além; espécie de hipnotizador rústico em hábito religioso. Sem sombra de dúvidas ressalta com inteira clareza meridiana que a despótica força mágica do “diabo sagrado” Rasputin, se deve exclusivamente a sua tremenda potência sexual. O Czar e a Czarina se ajoelhavam ante ele; acreditavam ver nesse monge fatal um Santo Vivente. É óbvio que Rasputin encontrou o ânimo dos Czares disposto, graças ao Mago francês Papus (Dr. Encause), médico de cabeceira dos soberanos. Waldemar disse: “As mais instrutivas são as memórias diplomáticas do antigo embaixador francês em São Petersburgo, Maurício Paléologue, publicadas pela Revue des Deux Mondes”. “O embaixador descreve uma invocação de espíritos efetuada pelo ilustre ocultista francês Papus (Dr. Encause), e certamente, segundo desejo expresso dos Czares. A causa da tal sessão foram os distúrbios revolucionários de 1905. Papus havia de conjurar a revolta mediante um grande exorcismo na presença do Czar, da Czarina e do ajudante do capitão Mandryka”. “Paléologue, como fiador de Papus, com quem tinha relações amistosas, informa”: “Mediante uma intensa concentração de sua vontade e um extraordinário acréscimo de seu dinamismo fluido, o mago conseguiu evocar a sombra do Czar Alejandro III: Sinais indubitáveis provaram a presença do espírito invisível”... “Apesar da angustia que lhe oprimia o coração, Nicolas II perguntou de toda as maneiras a seu pai se devia reagir ou não contra a corrente liberal que ameaçava varrer a Rússia. O fantasma respondeu: Deves extirpar, custe o que custar, a incipiente revolução. Mais um dia voltará a brotar de novo e será mais violenta quanto mais dura for a atual repressão. Não importa! Ânimo, meu filho! Não pares de lutar!” Waldemar, o sábio, disse: “O Czar, como notório crente nos espíritos, devia, pois, prestar grande atenção a um homem que, como Rasputin, vinha precedido de grande fama como curandeiro milagroso”. “O Monge camponês procedia também da categoria, tão estendida na Rússia da época, dos chamados magos da aldeia, possuindo um magnetismo vital tão extraordinário, devido a sua insólita potência sexual, que devia produzir o efeito de uma força primitiva irrompendo nos círculos da nobreza Petersburguesa, em parte já degenerada.” “Uma de suas primeiras proezas na corte foi tratar magneticamente o herdeiro do trono, doente com hemofilia, conseguindo conter suas hemorragias, coisa que os médicos não tinham conseguido”. O sábio Waldemar continua dizendo: “A partir desse instante tremeram ante ele grandes Duques, Ministros e toda a comitiva da nobreza, pois a circunstância de que teve em suas mãos a vida do ZAREVITZ lhe garantiu a ilimitada confiança do Czar e da Czarina. E esta confiança a soube utilizar em seu proveito muito cabalmente; governou de acordo com sua vontade os Czares e, portanto, a Rússia”. “Ao aumentar constantemente seu poderio, um grupo de adversários de elevada linhagem e posição, e como cabeça encontravam-se o príncipe Yussupov e o grande Duque Pavlovitsch, decidiu suprimir o inoportuno ‘Monge milagroso’”. “E assim, em um jantar no palácio do príncipe citado, foram servidos ao monge convidado manjares e bebidas envenenadas com Cianureto de Potássio, em doses tão fortes, que haveria bastado para matar a uma vintena de homens ou em alguns segundos. Mas Rasputin comeu e bebeu com crescente apetite; o veneno não parecia surtir efeito algum sobre ele”. “Os conjurados se inquietaram, mas seguiram animando o odiado a que comesse e bebesse mais. Nem por essas; o veneno não tinha poder nenhum sobre o Monge milagroso; pelo contrário, cada vez parecia sentir-se mais a vontade o maldito”. “Como consequência, os conjurados concordaram que Yussupov lhe matasse com uma pistola. disparou, pois, o príncipe, caiu de bruços no solo Rasputin, e os conjurados lhe consideraram já morto”. “Yussupov, que tinha atirado no peito do Monge, se dispôs a girar sua cabeça, mas ante seu espanto, Rasputin deu-lhe um empurrão, se pôs de pé e com passos pesados tentou escapar da habitação. Então o conjurado Purischkjewitsch fez quatro disparos contra o Monge, que voltou de novo a cair, levantou-se outra vez, sendo agora golpeado a pauladas e chutes pelo furioso Purischkjewitsch, até que pareceu definitivamente arrematado. Mas a vitalidade de Rasputin era tal que ainda deu sinais de vida quando os conjurados meteram seu corpo musculoso em um saco, o qual ataram, atirando-o logo pela ponte entre os icebergs do Neva”. Este foi o final trágico de um homem que poderia ter autorrealizado-se a fundo. Infelizmente o Monge Gregor Rasputin não soube utilizar sabiamente a formidável potência sexual que o dotara a natureza e desceu ao plano da mais baixa sensualidade. Uma noite qualquer me propus a investigar de forma direta o desencarnado Rasputin. Como conheço a fundo todas as funções psíquicas do EIDOLON, (Corpo Astral) do Homem Autêntico, não me foi difícil realizar um desdobramento mágico. Vestido pois, com esse corpo sideral de que tanto falara Felipe Teofastro Bombasto de Honheneim (Aureola Paracelso), abandonei meu corpo físico para mover-me livremente na Quinta Dimensão da natureza, no mundo astral. O que vi com o Sentido Espacial (com o Olho de Hórus) foi terrível. Não é demais afirmar enfaticamente, que tive que penetrar em uma taberna espantosa onde somente viam-se barris cheios de vinho por entre os quais deslizavam-se aqui, ali e acolá, multidão de horripilantes criaturas a semelhança de homens. Eu buscava a Rasputin, o Diabo sagrado, queria dialogar com esse estranho monge ante o qual tremeram tantos príncipes, condes, duques e marqueses da nobreza russa: Mas eis aqui que em vez de um EU via muitos Eus e todos eles constituíam o mesmo EGO do monge Gregor Rasputin. Tinha, pois ante minha vista espiritual, em toda presença de meu ser cósmico, a um montão de Diabos; a um EU PLURALIZADO dentro do qual só existia um elemento digno; quero referir-me à Essência. Não encontrando,pois um sujeito responsável me dirigi a uma dessas abomináveis criaturas grotescas que passou próximo de mim: “Eis aqui o lugar aonde vieste a dar, Rasputin. Este foi o resultado de tua vida desordenada e de tantas orgias e vícios”. “Te equivocas Samael” - respondeu a monstruosa figura, como defendendo-se ou justificando sua vida sensual, e logo acrescentou: - “faz falta para ti a linha da intuição”. - “A mim não podes enganar Rasputin”, foram minhas últimas palavras; logo me retirei daquele tenebroso antro situado no LIMBO, no ORCO dos clássicos, no vestíbulo do Reino Mineral Submerso. Se Rasputin não tivesse feito em vida tantas obras de caridade, a estas horas estaria involuindo no tempo dentro dos Mundos Submersos, sob a casca da Terra, na Morada de Plutão. Passaram muitos anos e eu continuo meditando: os seres humanos ainda não têm uma individualidade autêntica; o único que continua depois da morte é um montão de Diabos. Que horror! Eus-Diabos… cada um de nossos defeitos psicológicos está representado por alguma dessas abomináveis criaturas dantescas. Capítulo 3 O DIABO PRESTIDIGITADOR “O DIABO PRESTIDIGITADOR” É clara a existência de um mediador plástico extraordinário nesse Homúculo intelectual equivocadamente chamado “homem”. De forma estática quero referir-me ao PLEXO SOLAR, centro emocional, sabiamente colocado pela Natureza na região do umbigo. É inquestionável que este magnífico ascendente do bípede tricerebrado ou tricentrado satura-se integralmente com a essência sexual de nossos órgãos criadores. Foi nos dito que o “Olho Mágico” do ventre é frequentemente estimulado pelo Hidrogênio Sexual SI-12 que sobe desde os órgãos sexuais. É, pois um axioma inquebrantável da filosofia Hermética que na região do ventre existe um poderoso acumulador energético sexual. Mediante o Agente Sexual qualquer representação pode tomar forma no campo magnético do PLEXO SOLAR. O ideoplástico representativo constitui em si mesmo o conteúdo do baixo ventre. De modo algum exageramos quando enfatizamos a ideia básica de que no ventre são gerados os Eus que surgem mais tarde à existência. Tais entidades Psicológicas, ideoplásticas, de nenhuma maneira viriam à existência sem o agente sexual. Cada EU é uma viva representação psicológica que surge do ventre; o EGO pessoal é uma soma de Eus. O animal intelectual é certamente uma máquina controlada por diversos Eus. Alguns Eus representam a ira com todas as suas facetas, outros a cobiça, aqueles a luxúria, etc., etc., etc. Esses são os “Diabos Vermelhos” citados pelo “Livro dos Mortos” do antigo Egito. Em nome da verdade é indispensável dizer que o único digno que levamos dentro de nós é a “ESSÊNCIA”; desafortunadamente esta em si mesma está dispersa aqui, ali e acolá, enfrascada entre cada um dos diversos Eus. “O Diabo prestidigitador” toma forma na potência sexual; alguns Eus muito fortes costumam produzir variados fenômenos físicos assombrosos. Waldemar relata o seguinte caso: “O prestigiado síndico da cidade de San Miniato ao Tedesco, situada entre Florença e Pisa, tinha uma filha de quinze anos, sobre a que “veio o Demônio” de maneira que causou sensação no país”. “Não era só que a cama em que estava a moça se movia de um lado para outro do quarto, de maneira que logo estava contra uma parede como contra a outra, mas também que o Demônio rompeu grande quantidade de louças na casa, abria portas e gavetas e armava um escândalo tão grande, que os moradores passavam a noite tremendo e cheios de espanto”. “Na presença dos pais a filha foi atacada de tal modo pelo maligno, que apesar das súplicas da moça, a agarrou pelos quadris e a elevou no ar”. “Em vão ela chamou invocando: Santa Virgem Maria! Ajude-me a me salvar. (e isto ante a presença de centenas de habitantes da cidade) foi arrastada pela janela, ondulando vários minutos ante a casa e sobre a praça do mercado”. “Não é, pois, de se estranhar que toda a cidade correra para lá, homens e mulheres, pasmos entre o inaudito e espantando-se pela crueldade do Diabo, comentando-se entre si a coragem da moça. Um relato da época disse: 'Todos encontravam-se aterrorizados e comovidos profundamente pelo aspecto da mãe e das mulheres da família, que com o cabelo solto arranhavam com as unhas as bochechas, batiam no peito com os punhos e enchiam o ar de lamentos e alaridos cujo eco ressoava pelas ruas.'” “A Mãe, sobretudo, gritava, ora para sua filha, ora para o Demônio, pedindo a este que deixasse sobre ela toda a desgraça; logo se dirigiu de novo às pessoas, especialmente às mães, para que se ajoelhassem com ela implorando ajuda a Deus, coisa que todas fizeram no mesmo instante”. - “Oh Deus Santo! Seguidamente se precipitou a filha de cima sobre sua mãe, e consolou-a meio morta, com semblante alegre: “Abandona o temor mãe minha! Para de chorar que aqui está tua filha; não temas pelo fantasma do Diabo, te rogo. Acredites que fui torturada e vexada, mas me encontro muito bem preenchida por uma deliciosa e indizível doçura, pois sempre o amparo de todos os desconsolados esteve a meu lado, ajudando-me e falando-me para me dar ânimo e constância; assim – me dizia – se ganha o céu”. “Estas palavras encheram os presentes de alegria e assombro ao mesmo tempo, e se foram aliviados dali; mas mal a família retornou a sua casa o Diabo irrompeu de novo, e lançando-se com toda violência sobre a moça, a agarrou pelos cabelos, apagou as lâmpadas e velas, derrubou caixas e gavetas e todos os objetos de mobiliário e quando o pai pode acender as luzes de novo, a filha se atirou sobre o crucifixo da casa e clamou com uma voz de partir o coração: 'Faça com que me trague a terra, oh Senhor, antes de abandonar-me, sustente-me e libere- me, lhe imploro encarecidamente'”. “E falando assim, começou a chorar, o qual enfureceu mais o maligno, que lhe arrancou primeiro a camisa do corpo, logo o vestido de lã e finalmente a túnica de seda como as moças costumam usar, rasgando-a toda, e quando a pobre se encontrava quase desnuda, começou a tirar seu cabelo”. “Ela gritava: ‘Pai Meu, traga-me um vestido, cubra minha nudez; Virgem Santa, ajude-me!’. Finalmente, e depois do demônio fazê-la objeto de mais brutalidades, conseguiu liberar a moça de seus braços por uma peregrinação e uns exorcismos efetuados por um sacerdote”. Até aqui, pois, o interessante relato de Waldemar. É ostensível que o Demônio sádico que atormentou a essa pobre moça, era sem sombra de dúvida, o Diabo Prestidigitador, um forte EU Diabo da donzela que tomou forma na potência sexual dela mesma, isso é tudo. O caudal de exteriorizações ideoplásticas sexuais, que se manifesta muito especialmente durante os anos da puberdade, costuma ser realmente tremendo, então é quando criamos Eus terríveis capazes de produzir fenômenos sensacionais. A raiva de não poder amar ou o fato de sentir-se mesmo desapontado por alguém, é sem sombra de dúvida o verdadeiro inferno e provoca aquelas espantosas emanações sexuais fluidas capazes de converter-se no Diabo Prestidigitador. Capítulo 4 A LANÇA ESOTÉRICA A lança esotérica crística do Santo Graal e o chifre pagão dos pactos mágicos, ostentada por Wotan, é uma mesma lança bendita tida como sagrada em todos os povos desde a mais remota antiguidade. Seja na verdade, por ter um caráter fálico e simbólico do poder sexual viril, seja por tratar-se da arcaica arma de combate que no amanhecer da vida pode imaginar o homem, é o certo que o Chifre Romano era, como se sabe, algo assim como a balança da Justiça, presidindo a todas as transações jurídicas do direito primitivo quiritário da lança (KYRIES), e muito especialmente às núpcias, entre os que gozavam do direito de cidadania, por certo muito precioso. As matronas Romanas queencontravam-se sob a tutela da bendita Deusa JUNO, eram chamadas muito sabiamente CURETIS (Cauretes ou Kyrias, e daqui WALKIRIAS), por causa de CURES ou TORRE, cidade dos Sabinos, fundada por Medio Fidio Himella, seus deuses inefáveis, e por isso aos líderes e demais homens das Curias Romanas que se distinguiam como heróis na guerra, costumava premiá-los com uma pequena lança de ferro, denominada HASTAPURA, nome que certamente recorda à cidade HASTINAPURA, símbolo divino da Jerusalém Celestial. “Matronae in tutela Junonis Curetis essent, quae ita vocabatur ab hasta ferenda quae sabinorum lingua curis dicebatur”... “Nec tibi, quae cúpidae matura videbere matri, comat virgineas hasta recurva comas.” (Ovidio, 2 Fast). “Hasta Pura dicitur, quae fine ferro est, et signum est pacis. Haec donabatur militibus, qui in bello fortiter fecissent” (Suetonio Claudio). “Translate hastee dicuntur argumenta oratória” (Ciceron I. I. Or, c. 57). “Deos in hastario vectigales habetis (Tertuliano, Apologética, c. 13) “Ponitiur etiam pro auctione ineunda, quia auctio cum esset hasta erigebatur” (Calepinus, Hasta). É ostensível e evidente que os troncos ou tábuas da Lei, onde o profeta Moisés escreveu sabiamente por mandato de Jeová os dez Mandamentos, não são na realidade nada mais que uma dupla lança as de runas, sobre cujo significado fálico existe muita documentação. Não é demais enfatizar a ideia transcendental de que existem dois mandamentos mais no esoterismo mosaico. Quero me referir aos mandamentos onze e doze, intimamente relacionados com os Arcanos XI e XII da Kabala. O primeiro destes, ou seja, o décimo primeiro, tem sua expressão no Sânscrito DHARMAN CHARA: “Faça teu dever”. Recorde irmão leitor que tu tens o dever de buscar o Caminho apertado e difícil que conduz à luz. O Arcano XI do Tarot ilumina este dever: A força maravilhosa que pode dominar e sujeitar aos leões da adversidade é essencialmente espiritual. Por esta razão é representado por uma bela mulher que sem esforço aparente abre com suas mãos deliciosas as mandíbulas terríveis do Leão, o puma espantoso, o leão furioso. Com o décimo primeiro se relaciona e se entrelaça o décimo segundo mandamento da Lei de Deus, ilustrado pelo Arcano XII: “FAÇA COM QUE TUA LUZ BRILHE!”. Para que a luz, que constitui a Essência engarrafada dentro do Eu, possa realmente brilhar, deve liberar-se e isto somente é possível mediante a Aniquilação Budista, dissolvendo o Ego. Necessitamos morrer de instante em instante, de momento em momento, só com a morte do Ego advém o novo. Assim como a vida representa um processo de gradual e sempre mais completa exteriorização, ou extroversão, igualmente a morte do EU é um processo de interiorização gradativa, no que a Consciência individual, a Essência, se despoja lentamente de suas vestimentas inúteis, igual como Ishtar em seu simbólico descenso, até ficar inteiramente desnuda em si mesma ante a grande Realidade da vida livre em seu movimento. A lança, o sexo, o Phalo, joga também grande papel em numerosas lendas orientais como instrumento maravilhoso de salvação e liberação, que brandido sabiamente pela Alma anelante, permite- lhe reduzir a poeira cósmica a todas essas entidades cavernosas que em seu conjunto pecaminoso constituem o “MIM MESMO”. Na terra sagrada dos Vedas, SHIVA o TERCEIRO LOGOS (A ENERGIA SEXUAL), foi analisado profundamente em seus aspectos criativos e destrutivos... É evidente, claro e visível, que os aspectos subjetivos, SEXUAIS… cristalizam fatalmente nessas múltiplas entidades cuja soma total constitui isso que os Egípcios chamaram de SETH (o Ego). É evidente o poder gerador normal de nossas glândulas endócrinas sexuais. É transcendental o poder objetivo criador do Senhor SHIVA, quando trabalha criando o Traje de Bodas da Alma, o TO SOMA HELIAKON, o corpo de ouro do homem solar. A energia sexual é altamente explosiva e maravilhosa. Na verdade vos digo que aquele que sabe usar a arma de Eros (a lança, o sexo), pode reduzir a poeira cósmica o Eu Pluralizado. Orar é conversar com Deus e deve-se aprender a orar durante o coito; nesses instantes de suprema dita pedi e se vos dará, golpeai e se vos abrirá... Quem põe coração na súplica e roga a sua Mãe Divina Kundalini que empunhe a arma de Eros, obterá o melhor dos resultados, porque ela então lhe ajudará destruindo o Ego. Mas vos digo que este é um processo longo, paciente e muito delicado. É inquestionável que o caçador que quer caçar dez lebres ao mesmo tempo, não caça nenhuma, assim quem quer eliminar todos os defeitos psicológicos simultaneamente, não elimina nenhum. Dentro de cada um de nós existem milhares de defeitos e todos eles têm muita raízes e facetas que se ocultam entre as distintas dobras subconscientes da mente. Cada um desses defeitos psicológicos tem forma animalesca; dentro de tais criaturas submersas concentra-se a ESSÊNCIA, a CONSCIÊNCIA. Condição prévia a toda eliminação é compreensão integral do defeito que se quer eliminar. Suplicai se tendes certeza de ter compreendido e retirai-vos do coito sem ejacular o sêmen. Fazendo uma síntese transcendental sobre muito longos e duros trabalhos, dizemos: Primeiro há que liberar a Essência para que a luz brilhe em nós; depois fusioná- la com “ATMAN” (O Ser), para liberar-nos da mente; mais tarde entregá-la ao “ANCIÃO DOS DIAS” (O Pai que está em segredo, a Mônada) para converter-nos em Mestres ressurrectos. E por último absorvê-la definitivamente em ISHVARA, o LOGOS, primeira emanação do Supremo PARABRAHMAN (o grande Oceano do Espírito Universal da Vida). Concluiremos agora este capítulo com o seguinte relato. Há muito tempo, quando eu ainda não tinha reduzido o Ego a poeira cósmica, fiz uma invocação mágica formidável. Chamei um certo grande Mestre dizendo: “Vem! Vem! Vem! Profeta de RA HOOR KHU. ¡Vinde até a mim! Quer cumpri-la! Quer cumpri-la! Quer cumpri-la! AUM... AUM... AUM...” (entoando esta última palavra como se deve, abrindo a boca com a “A” arredondando-a com o “U” e fechando-a com a “M”). Não é demais esclarecer que o ambiente estava saturado de infinita harmonia, carregado de “OD”… O resultado da invocação não se fez esperar e o grande profeta veio até mim. O KABIR assumiu uma figura simbólica formidável que pude ver, escutar, tocar e apalpar na total presença de meu ser cósmico. O Venerável parecia dividido em duas metades: Da cintura para cima resplandecia gloriosamente; sua testa era alta como os muros invictos da Jerusalém Celestial; seus cabelos como a lã branca caindo sobre suas costas imaculadas; seu nariz reto como o de um Deus, seus olhos profundos e penetrantes; sua barba preciosa como a do Ancião dos Dias, suas mãos como anéis de ouro encravado com jacintos; seus lábios, como lírios que destilam mirra perfumada... Mas na parte inferior de seu corpo, da cintura para baixo, vi algo insólito; horripilantes formas bestiais, personificando erros, demônios- vermelhos, dentro dos quais está engarrafada a Consciência. “Chamei a vós para pedir-lhes a iluminação”. Tal foi minha súplica! É óbvio que em sua forma de apresentação estava a resposta. O Ancião colocou sua mão direita sobre minha cabeça e me disse: “Chama-me cada vez que me necessites e eu te darei a Iluminação!”... Logo me abençoou e se foi. Com infinita alegria compreendi tudo; somente eliminando com a lança essas criaturas animalescas que todos levamos dentro e entre as quais dorme a Consciência, advém a nós a iluminação. Capítulo V O EU LASCIVO “O EU LASCIVO” “Brognoli esclarece muito instrutivamente até que extremo pode chegar a força de formação de Eus- Diabos, pode–se dizer já IDEOPLÁSTICA, ou seja, a representação sexual excitada pelo órgão sexual”. “Tendo me detido em 1694em Veneza, veio para me ver o vigário geral de um Bispado do continente, a me pedir conselho sobre o seguinte caso”. “Em um convento de monjas havia uma muito dada aos jejuns e abstinência voluntários. Além deles, era do seu agrado e prazer a leitura de livros profanos que tratavam de transformações, como as efetuadas por Circe e outras encantadoras, ou bem pelas antigas Divindades, que convertiam os seres em animais, aves, serpentes e espíritos”. “Certa noite apareceu para ela a figura de um moço extraordinariamente belo, e enquanto o contemplava assombrada, este disse-lhe:” “Não temas minha querida irmã! Não és tu aquela monja que gosta dos jejuns sobre qualquer medida? E não te entregaste a eles de todo coração? Pois hás de saber que sou o Anjo chamado Jejum, e venho a ti para dar-te graças e corresponder com igual amor ao teu.” “Antes fui filho de um rei; mas como em meus anos juvenis, nos quais também tu te encontras, amei e me entreguei também por inteiro ao jejum, meu pai se aborreceu muito, repreendendo-me.” “Mas eu, fazendo pouco caso de suas admoestações, segui fazendo minha vontade até que ele, cheio de cólera, me expulsou do palácio. Mas os deuses que eu venerava reprovaram tal repúdio, e acolhendo-me, me transformaram em Anjo, e dando-me o nome de Jejum, me outorgaram também a capacidade de adotar a forma de um jovem, na que me vê, e o dom de não envelhecer nunca.” “Estou, além disso, dotado de tal mobilidade, que em tempo indescritivelmente breve posso transportar-me de uma a outra parte do mundo, indo e vindo invisível, mas mostrando-me àqueles que me amam.” “E assim, tendo os deuses me manifestado que me destinaram todo teu amor, venho a ti te expressar meu agradecimento, e para permanecer contigo e servir-te em tudo segundo teu gosto.” “Por esta causa realizei hoje a grande viagem; deixe-me, pois, dormir esta noite em teu leito, se te dá prazer. Não temas minha companhia, pois sou amigo da castidade e do pudor.” “A monja, extremamente satisfeita e seduzida por este discurso, admitiu o anjo em seu leito. A primeira noite foi tudo bem; ele não se moveu. Mas na segunda começou a abraçá-la e beijá-la, como mostra de agradecimento e amor, sem separar-se dela nem de dia nem de noite, admoestando-a para que não contasse o segredo jamais a seu confessor nem a ninguém.” “A servia com o maior zelo e diligência e a seguia por toda parte. Finalmente, em 1664, ao chegar a data do Jubileu, a monja foi assaltada pelo arrependimento e contou tudo a seu confessor, que lhe aconselhou que expusesse o assunto em confissão também ao Vigário Geral do Bispado, para que este providenciasse o adequado a fim de liberá-la do maligno. Assim, pois, aquele me acudiu em busca de conselho”. É claro que o espírito lascivo Jejum era um Eu projetado tão vividamente pela monja, que parecia certamente ser uma pessoa diferente. Tal EU é ostensivo que teve que ser gerido no baixo ventre da religiosa antes da inusitada projeção. O “Olho mágico do ventre” carregado de substância sexual é um intermediário plástico formidável. Ali tomam forma todas as ânsias sexuais reprimidas; todos os desejos insatisfeitos. Capítulo VI EROS “O Doutor Rouband, disse o seguinte: 'Logo que o membro viril penetra no vestibulum, roça primeiro a Glande do Pênis na glândula Clitóris que encontra- se na entrada do canal do sexo, e que mediante sua posição e o ângulo que forma, pode ceder e flexionar-se'”. “Depois dessa primeira excitação de ambos os centros sensíveis, desliza-se a Glande do Pênis sobre as bordas de ambas as vulvas; o collum e o corpus Pênis serão envolvidos pelas partes salientes da vulva, encontrando-se por contra a Glande do Pênis mais avançado em contato com a fina e delicada superfície da mucosa vaginal, que é elástica ao tecido erétil que se encontra entre as membranas individuais.” “Esta elasticidade, que permite à vagina adaptar-se ao volume do Pênis aumenta ainda mais a tonicidade e, portanto, a sensibilidade do Clitóris, enquanto conduz a ele e à vulva o sangue que fora expelido dos vasos das paredes vaginais.” “EROS O DEUS DO AMOR” “Por outro lado, a tonicidade e a sensibilidade da Glande do Pênis são aumentadas pela ação compreensiva do tecido vaginal, que se torna cada vez mais túrgido, e de ambas as vulvas no vestíbulo.” “Além disso, o clitóris é pressionado para baixo pela porção anterior do MÚSCULO COMPRESSOR e encontra a superfície dorsal da Glande e do Corpus Pênis, se roça com os mesmos e os roça, de maneira que cada movimento influi na copulação de ambos os sexos e, finalmente, somando-se as sensações voluptuosas (do Deus Eros) conduzem a aquele grau elevado do orgasmo, que por um lado provocam a ejaculação e por outro a recepção do licor seminal na fenda abertura do colo do útero.” “Quando se pensa na influência pelo temperamento, a constituição, e uma série de outras circunstâncias, tanto especiais como correntes, têm sobre a faculdade sexual, convencemo-nos de que não se encontra nem com muito solucionada a questão da diferença na sensação do prazer entre ambos os sexos, e até de que dita questão, envolta entre todas as diversas condições, é insolúvel; isto é tão certo, que até apresenta dificuldade o querer traçar um quadro completo das manifestações gerais no coito, mas enquanto em uma pessoa a sensação do prazer se traduz somente em uma vibração apenas perceptível, em outra alcança o ponto mais elevado da exaltação, tanto moral como física”. “Entre ambos os extremos há inúmeras transições; aceleração da circulação do sangue, vivas palpitações das artérias; o sangue venoso, que fica retido nos vasos pela concentração muscular, aumenta a temperatura geral do corpo, e esse estancamento do sangue venoso, que de maneira ainda mais pronunciada tem sua ação no cérebro, pela contração dos músculos do pescoço e a inclinação para trás da cabeça, causa uma momentânea congestão cerebral, durante a qual alguns perdem a razão e todas as capacidades intelectuais”. “Os olhos, vermelhos pela injeção da conjuntiva, tornam-se fixos e de olhada incerta, ou como no caso da maioria das vezes, fecham-se convulsivamente, para evitar o contato com a luz.” (Isto é algo que está integralmente comprovado). “A respiração, que em uns é ofegante e entrecortada, se interrompe em outros pela espasmódica contração da laringe, e o ar retido por algum tempo, busca finalmente um caminho para o exterior, misturado com palavras desconexas e incompreensíveis.” “Como assinalei, os centros nervosos congestionados produzem somente impulsos confusos.” “O movimento e sensação mostram uma desordem indescritível; os membros são presa de convulsões, às vezes também de cãibras, se movem em todas as direções ou bem se contraem e entorpecem como barras de ferro; as mandíbulas apertadas até ranger os dentes, e certas pessoas chegam tão longe em seu delírio erótico, que esquecendo-se por completo do parceiro, o mordem nesses espasmos de prazer no ombro até fazê-lo sangrar”. “Este estado frenético, esta epilepsia e este delírio de Eros, duram costumeiramente somente um breve tempo, mas o suficientemente longo para esgotar por completo a energia do organismo no animal intelectual que desconhece a Magia Sexual e para quem tal hiperexcitação há de concluir com uma perda mais ou menos abundante de esperma, enquanto que a mulher por mais energicamente que possa ter coparticipado no ato sexual, somente sofre uma passageira lassidão que é muito mais reduzida que a do homem, e que lhe permite recuperar-se mais rapidamente para repetir o coito”. “'Triste est omne animnal post coitum, praeter mulierem gallamque', disse Galeno, axioma que no esencial é exato quanto ao sexo masculino respeita”. No Amor, nada importa certamente a dor nem a alegria, mas somente issoque se chama Amor… Enquanto o Amor livre ata, a desunião o mata, porque Eros é o que realmente une. O Amor se acende com o Amor, como o Fogo com o Fogo… mas, de onde saiu a primeira chama? Em ti salta sob a Vara da Dor... tu o sabes. Logo… Oh Deuses!... Quando o fogo escondido sai queimando, o de dentro e o de fora são uma só coisa, e todas as barreiras caem feito cinzas. O Amor começa com uma centelha de simpatia, se substancializa com a força do carinho e se sintetiza em adoração. Um matrimônio perfeito é a união de dois seres, um que ama mais e outro que ama melhor... O Amor é a melhor religião acessível. Amar? Quão belo é amar! Somente as almas simples e puras sabem amar. O Amor se alimenta com Amor. Avivai a chama do Espírito com a força de EROS. “Posto que o enlace dos sexos pode equivaler a um ato criador, que se adere à potência e esplendor do primeiro dia, Lutero denomina os órgãos sexuais os HONESTISSIMAE ET PRASTANTISSIMAE PARTES CORPORIS. Foi pelo pecado onde os membros mais úteis e honestos se converteram no mais vergonhoso”. Maomé disse: “O COITO é um ato até prazeroso à religião, sempre que for realizado com a invocação de Alá e com a própria mulher para a reprodução” (ou melhor, para a Transmutação Sexual). O Corão disse: “Vá, tome por mulher uma donzela à que acaricies e te acaricie; não passes ao coito sem antes ter-se excitado pelas carícias”. O Profeta enfatiza assim: “Vossas esposas são para vós uma fazenda. Vá a ele como quiser, mas realizai antes algum ato de devoção. Temei a Deus e não esqueçais que um dia os havereis de encontrar em sua presença”. “O autor de El-Ktah, (escrito extraordinariamente e apreciado pelos árabes), não se farta na glorificação do coito; este é para ele o hino de louvor mais magnífico e sagrado, o anelo mais nobre do homem e sua companheira depois da unidade primitiva e das delícias paradisíacas”. “O famoso teólogo destaca frequentemente o caráter sublime e divino do ato carnal; mais toma uma posição decisiva contra as naturezas profanas e grosseiras que satisfazem nele unicamente sua voluptuosidade animal”. “Estes, - disse -, não compreenderam nem visto que o amor é o FIAT LUX do Livro de Moisés, o mandato Divino, a Lei para todos os continentes, mares, mundos e espaços”. “E em suas ulteriores explicações, o autor Do EL KTAB revela a primitiva ciência esotérica, de que no fundo a união física de homem e mulher é um ato sobrenatural, uma reminiscência paradisíaca, o mais belo de todos os hinos de louvor dirigidos pela criatura ao Criador, o Alfa e Ômega de toda criação”. “O Sheikh Nefrani coloca na boca de um sábio estas palavras: “A mulher é semelhante a uma fruta cujo aroma é aspirado primeiro pela mão. Se não se esquenta, por exemplo, com a mão a erva de basilisco, não se nota seu aroma. O âmbar emite sua fragrância somente quando é esquentado. E isto o sabes bem. Assim mesmo ocorre com a mulher: Quando quiser passar ao ato amoroso, deves primeiro aquecer o coração dela com todos os preparativos da arte de amar, com beijos, abraços e pequenas mordidelas. Se descuidais disto, não terá nenhum gozo completo, e todos os encantos dos enamorados ficarão ocultos para ti”. Em um tratado muito sábio sobre medicina Chinesa li o seguinte: “O taoísmo tem outras influências na medicina, como o prova a leitura de uma recopilação de tratados Taoístas, o Sing-Ming-Kuei- Chen, do ano 1622 aproximadamente.” “Distinguem-se três regiões no corpo humano. A região superior ou cefálica, é a origem dos espíritos que habitam no corpo.” “A almofada de Jade (Yu Chen) encontra- se na parte posterior inferior da cabeça. O chamado osso da almofada é o occipício (Chen-Ku)”. “O palácio do Ni-Huan (termo derivado da palavra Sânscrita Nirvana), encontra-se no cérebro, chamado também mar da medula óssea (Suei-Haí); é a origem das substâncias seminais”. “A região média é a coluna vertebral, considerada não como um eixo funcional, mas como um canal que une as cavidades cerebrais com os órgãos genitais; termina em um ponto chamado ‘a coluna celeste’ (Tien Chu) situado atrás da nuca no ponto onde nasce o cabelo; não deve confundir-se este ponto com o da acupuntura do mesmo nome”. “A região inferior compreende o campo de sulfeto de mercúrio (Tun Tien), de que nos ocuparemos mais adiante, nela assenta a atividade genital representada pelos dois rins: o fogo do tigre (Yang) à esquerda e o fogo do dragão (Ying) à direita.” “A união sexual é simbolizada por um casal; um homem jovem conduz o tigre branco e uma mulher jovem cavalga sobre o dragão verde; o Chumbo (elemento masculino) e o Mercúrio (elemento feminino) vão se misturar; enquanto estiverem unidos, os jovens jogam sua essência em um caldeirão de bronze, símbolo da atividade sexual. Mas os líquidos seminais, em particular o esperma (Tsing), não se eliminam e perdem, mas que também podem voltar ao cérebro pela coluna vertebral, graças a qual se recupera o curso da vida”. “A base destas práticas sexuais Taoístas é o COITUS RESERVATUS, no qual o esperma que baixou do encéfalo até a região prostática (mas que não foi ejaculado) volta a sua origem; é o que se denomina fazer voltar a substância (Huan-Tsing)”. “Sejam quais forem as objeções que são formuladas frente à realidade deste retorno, não é menos certo que os Taoístas conceberam um domínio cerebral dos instintos elementares que mantinha o grau de excitação genésica por baixo do umbral da ejaculação; deram ao ato sexual um novo estilo e uma finalidade distinta da fecundação”. A esotérica VIPARITAKARANI ensina cientificamente como o Iogue Hindu em vez de ejacular o sêmen o faz subir lentamente mediante concentração, de maneira que homem e mulher unidos sexualmente possam eliminar o Ego animal. Os antigos gregos conheceram muito exatamente o parentesco essencial entre a morte e o ato sexual; em Eros apresentavam o “Gênio da morte”, sustentando em mãos, o Deus, uma tocha inclinada para baixo, como portador da morte. Sendo a força sexual a mais profunda e primitiva de todas nos homens, é considerada pelo Tantra como o Eros cosmogônico, a serpente ígnea de nossos mágicos poderes. Muito longe de violentar a nossa essência íntima no sentido de concupiscência brutal, ou de entorpecer- se organicamente por um espasmo que dura somente poucos segundos, o praticante toma, em contraposição, a potência de sua Divina Mãe Kundalini particular, para fundir-se com ela em uma unidade e eliminar tal ou qual Eu, quer dizer, este ou aquele defeito psicológico previamente compreendido a fundo. Somente com a morte advém o novo. Assim é como Eros com sua tocha inclinada para baixo, reduz a poeira cósmica a todos esses agregados Psíquicos que em seu conjunto constituem o EU. O Mantram ou palavra mágica que simboliza todo o trabalho de Magia Sexual é KRIM. Neste Mantra deve ser empregada uma grande imaginação, a qual age diretamente sobre Eros, atuando este, de sua parte, por sua vez, sobre a Imaginação, insuflando-lhe energia e transformando-a em força mágica. Para colocar-se em contato com a potência móvel universal, o praticante percebe diversas imagens, mais especialmente lhe revela sua Divina Mãe Adorável com a lança sagrada em sua mão direita, lutando furiosa contra aquele EU-DIABO que personifica tal ou qual erro Psicológico que anelamos destruir. O praticante cantando seu Mantra KRIM fixa logo sua imaginação, seu translúcido, no Elemento Fogo de tal modo que ele mesmo se sinta como chama ardente, como chama única, como fogueira terrível que incinera ao EU-DIABO que caracteriza o defeito Psicológico que queremos aniquilar. A extrema sensibilidade dos órgãos sexuais anuncia sempre a proximidade do espasmo; então devemos nos retirar a tempo para evitar a ejaculação do sêmen. Continua-selogo o trabalho, o homem deitado no chão em decúbito dorsal (boca para cima) e a mulher em sua cama... suplica-se à Divina Mãe Kundalini, pede- se com frases simples saídas do coração sincero, elimine com a lança de Eros, com a Força Sexual, o EU que personifica o erro que realmente compreendemos e que ansiamos reduzir a poeira cósmica. Bendiga-se por último a água contida em um vaso de cristal bem limpo, e beba-se dando graças à Mãe Divina. Todo este Ritual do PANCATATTVA libera o herói de todo pecado; nenhum tenebroso pode resistir-lhe; subordinam-lhe os poderes terrestres e supraterrestres e caminha pela terra com a consciência desperta. Temido por todos os demônios, vive como Senhor da Salvação em completa bem- aventurança; escapa à lei do renascimento, pois através de longos e terríveis trabalhos de Magia sexual, utilizou o formidável poder elétrico de Eros, não para satisfações brutais do tipo animal, mas também para reduzir a pó o EU PLURALIZADO. Capítulo VII EUS LUXURIOSOS Devido que na terminada Era de Peixes, a Igreja Católica limitou excessivamente a vida moral das pessoas, mediante múltiplas proibições, não pode produzir assombro que precisamente Satanás, como encarnação viva dos apetites mais bestiais, ocupa-se de maneira especial a fantasia daquelas pessoas que, contidas no livre trato com a espécie humana acreditam-se obrigadas a uma assinalada vida virtuosa. Assim e segundo a analogia dos contrários, foi requerido tanto mais intensivamente, precisamente da subconsciência, o temido na mente cotidiana, quanto mais ou menos ação exigiam as energias instintivas ou do impulso, eventualmente reprimidas. Este tremendo desejo à ação soube incrementar de tal modo a libido sexual, que em muitos lugares chegou ao abominável comércio carnal com o maligno. O sábio Waldemar disse textualmente o seguinte: “Em Hessimont as monjas foram visitadas, como conta Wyer, o médico de câmara de Cleve, por um Demônio que pelas noites se precipitava como um redemoinho de vento no quarto e, subitamente sossegado, tocava a cítara tão maravilhosamente que as monjas eram tentadas à dança”. “Logo saltava, em figura de cachorro, ao leito de uma delas sobre quem recaíram, portanto, as suspeitas de que tivesse chamado o maligno” (Milagrosamente não ocorreu às religiosas colocar o caso nas mãos da Inquisição). É inquestionável que aquele demônio transformado em Cão ardente como o fogo, era um EU luxurioso que depois de tocar a cítara se perdia no corpo de sua dona que jazia no leito. Pobre monja de paixões sexuais ancestrais forçosamente reprimidas; quanto teve que sofrer! O poder sexual daquela infeliz ermitã assombra! Em vez de criar demônios no Convento, poderia eliminar com a lança de Eros às bestas submersas, se tivesse seguido o caminho do matrimônio perfeito. O médico de câmara Wyer logo descreve um caso que mostra a EROTOMANIA das monjas de Nazaret, em Colônia. “Estas monjas tinham sido assaltadas durante muitos anos por todo tipo de pragas do Diabo, quando no ano de 1564 aconteceu entre elas uma cena particularmente espantosa. Foram atiradas à terra, na mesma postura que no ato carnal, mantendo os olhos fechados no transcurso do tempo que assim permaneceram”. (Os olhos fechados indicam aqui irrefutavelmente o ato sexual com o Demônio; a autocópula, pois se trata de coito com o EU luxurioso projetado ao exterior pela subconsciência). “Uma moça de catorze anos, - disse Wyer - que estava confinada no claustro foi quem deu a primeira indicação a respeito”. “Frequentemente tinha experimentado em sua cama raros fenômenos, sendo descoberta por suas risadas abafadas, e embora tenha se esforçado em afugentar o duende com uma estola consagrada, ele voltava a cada noite”. “Tinha combinado que se deitaria com ela uma irmã, com a finalidade de ajudá-la a defender-se, mas a pobre se aterrorizou logo que ouviu o ruído da briga”. “Finalmente, a jovem ficou possessa completamente e lamentavelmente atacada por espasmos”. “Quando tinha um ataque, parecia como se se encontrasse privada da vista, e embora tivesse traço de estar em seu juízo e com bom aspecto, pronunciava palavras estranhas e inseguras que beiravam o desespero”. “Investiguei este fenômeno como médico no claustro, em 25 de maio de 1565, na presença do nobre e discreto H. H. Constantino Von Lyskerken, honorável conselheiro e o mestre Juan Alternau, antigo deão de Cleve”. “Encontravam-se presentes também o mestre Juan Eshst, notável Doutor em medicina, e, finalmente, meu filho Enrique, também doutor em Farmacologia e Filosofia”. “Li nesta ocasião cartas terríveis que a moça tinha escrito para seu galã, mas nenhum de nós duvidou nem por um instante que foram escritas pela possessa em seus ataques”. “Descobriu-se que a origem estava em alguns jovens que jogando bola nas imediações entabularam relações amorosas com algumas monjas, escalando depois os muros para gozar de suas amantes”. “Descobriu-se a coisa e se fechou o caminho. Mas então o Diabo, o prestidigitador, tapeou a fantasia das pobres tomando a figura de seu amigo (convertendo-se em um novo EU luxúria) e lhe fez representar a horrível comédia, ante os olhos de todo o mundo”. “Eu enviei cartas ao convento, nas quais desvendava toda a questão e prescrevia remédios adequados e cristãos, a fim de que com os mesmos pudessem resolver o desgraçado assunto”. “O Diabo prestidigitador não é aqui senão a potência sexual concreta exacerbada, que desde o momento em que já não se ocupava mais do comércio com os jovens, tomou a figura do amigo na fantasia e certamente de maneira tão vívida, que a realidade apreciável do ato revestia por acaso justamente pelo afastamento, formas ainda mais intensas com respeito ao outro sexo ansiado; formas que tão plasticamente seduziam o olho interior do instinto desencadeado, que para explicá-las tinha que pagar justamente ao Diabo os vidros quebrados”. Capítulo VIII O EU DA BRUXARIA “O EU DA BRUXARIA” O sábio autor do livro “Specimen of British Writers”, Barnett, apresenta um caso extraordinário de bruxaria: “Faz cinquenta anos vivia, em uma aldeia do condado de Sommerset, uma velha, que era geralmente considerada como Bruxa”. “Seu corpo era seco, e curvado pela idade, andava de muletas. Sua voz era cavernosa, de misteriosa, mas dissimulada solenidade; de seus olhos brotava um brilho penetrante que sobre quem o pousava deixava calado de espanto”. “De repente, um jovem são e moço, com uns vinte e dois anos, da mesma localidade, foi assaltado por um pesadelo tão persistente, que sua saúde foi afetada e, no prazo de três a quatro meses, ficou débil, pálido e fraco, com todos os sintomas de uma vida que se esgotava”. “Nem ele, nem ninguém dos seus duvidavam da causa, e após a celebração do conselho, ele tomou a decisão de esperar sem dormir, a bruxa.” “Assim, na noite seguinte, por volta das onze e meia, percebeu uns passos cuidadosos e sigilosos na escada.” “Uma vez que o ser assustador tinha chegado ao quarto, foi ao pé da cama, subiu logo a ela e se arrastou lentamente até o moço”. “Ele deixou fazer até que ela chegou a seus joelhos, e então a agarrou com as duas mãos pelo cabelo, tendo-a sujeita com convulsiva força, chamando ao mesmo tempo sua mãe, que dormia em um quarto contíguo, para que trouxesse luz”. “Enquanto a mãe ia buscá-la, o moço e o ser desconhecido lutaram no escuro, rolando ambos furiosamente pelo chão, até que com o primeiro vislumbre da escada, a mulher se safou com força sobrenatural do jovem e desapareceu como um relâmpago de sua vista”. “A mãe encontrou seu filho de pé, ofegante ainda pelo esforço e com mechas de cabelo nas duas mãos”. “Quando me relatou o fenômeno, — disse Barnett - perguntei-lhe com curiosidade de ondetinha tirado o cabelo. Ao que respondeu: 'Fui lerdo em não ter conseguido prendê-la, pois isso tinha demonstrado melhor a identidade da pessoa'”. “Mas no redemoinho de minhas sensações a fiz cair no chão, e a bruxa a quem pertenciam os cabelos, teve muito cuidado em não aparecer mais à minha vista, nem para os outros vir para molestar-me de noite, pois tinha levado uma boa surra”. “É raro, — acrescentou — que enquanto a tinha presa e lutava com ela, embora eu soubesse quem devia ser, sua respiração e todo seu corpo pareciam de uma jovem saudável”. “O homem com quem aconteceu isto ainda vive; me contou o episódio mais de uma vez e, portanto, posso certificar sobre a autenticidade do fato, pensa-se como quiser sobre a causa”. Comentando o caso o sábio Waldemar disse: “Este relato contém dois pontos de muito peso. Em primeiro lugar, constava ao jovem que seu pesadelo tinha como causa a bruxa que vivia na localidade, e também conhecia esta bruxa, de seus encontros fugazes de passagem durante o dia, e em suas visitas astrais noturnas”. “Em segundo lugar, a bruxa curvada pela idade e sustentada por muletas transformou-se ao longo de vários meses, durante os quais ele foi debilitando-se e consumindo-se, na imagem de uma viçosa moça. Onde há de encontrar a causa deste evidente rejuvenescimento da velha?” Para responder a esta pergunta, — continua dizendo Waldemar -, devemos ter ante a vista o mecanismo do Eidolón, o Duplo”. “Se a aura que envolve e emboça os seres representa também um reflexo fiel de seu corpo, de maneira em que se encontram correspondentemente contidos, com exatidão, seus defeitos e debilidades, o “corpo duplo” apresenta, por assim dizer, uma evidência acrescentada, que, por exemplo, se manifesta frequentemente em feridas graves, de maneira que pode- se sentir dores em um membro amputado há vários anos, e certamente tão intensos como se existisse ainda o mesmo”. “Esta invulnerável integridade do duplo fundamenta-se no “princípio criador” de que a forma dada pela Natureza, a congênita do Ser, se contém em uma espécie de primeiro germe”. “Neste, assim como na semente, encontra- se contida a estrutura de toda a árvore, encontra-se oculto o ser em sua viva imagem”. “Mediante múltiplas falsas ações e extravios, reflete-se no curso da vida o tecido vibratório astral que enlaça com o corpo primitivo”. “Sobre os ‘corpos primitivos’ desejaríamos assinalar ainda que o professor Hans Spemann, da Universidade de Friburgo, obteve no ano de 1955 o prêmio Nobel de Medicina e Psicologia, devido a sua comprovação em estudos transcendentais, de que nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário encontra-se ativo um escultor da vida, um ‘ideoplástico químico’ que forma o protoplasma segundo uma imagem predeterminada”. “Partindo destes estudos de Spemann, o professor Oscar E. Shotté, da Universidade de Yale, conseguiu comprovar, mediante suas experiências com salamandras, que “o escultor da vida” não desaparece de modo algum, tal como Spemann o tinha suposto após o tempo de desenvolvimento embrionário, mas que se mantém durante toda a vida do indivíduo”. “Um pequeno pedaço de tecido, procedente da ferida costumeira de um homem, poderia, segundo o professor Shotté, ao enxertar-se em um terreno virgem e vivo, reconstruir de maneira inteiramente idêntica todo o corpo do homem ferido em questão. Se por acaso as experiências nos laboratórios de homúnculos conduziriam algum dia a reforçar praticamente na medida insuspeita as teorias do professor Shotté”. É óbvio que a abominável harpia deste relato sangrento, mediante certo “modus operandi” desconhecido para o vulgo, pode sugar ou vampirizar a vitalidade do jovem para transplantá-la a seu próprio “corpo primitivo”; somente assim pode ser explicado cientificamente o insólito rejuvenescimento do corpo da velha. É inquestionável que o “ideoplástico químico” impregnado pela vitalidade do moço, pode reconstruir o organismo doente da anciã. Enquanto a vida do mancebo se esgotava espantosamente, a velha fatal de esquerdos conciliábulos tenebrosos, recobrava sua antiga juventude. É claro que o moço poderia capturá-la se não tivesse cometido o erro de agarrá-la pelo cabelo; melhor teria sido agarrá-la pela cintura ou pelos braços. Muitas destas hárpias abismais, surpreendidas em flagrante, foram capturadas com outros procedimentos. Algumas tradições antigas dizem: “Se colocamos no chão umas tesouras de aço abertas em forma de cruz e se regamos mostarda negra ao redor deste instrumento metálico, qualquer bruxa pode ser presa”. Causa assombro o fato que alguns ocultistas ilustres ignorem que estas bruxas podem evitar a lei da Gravidade Universal! Embora a notícia pareça insólita nós enfatizamos a ideia de que isto é possível colocando o corpo físico dentro da quarta dimensão. Não é de modo algum estranho que estas harpias, metidas com seu corpo físico dentro da quarta dimensão desconhecida, possam levitar e viajar em poucos segundos a qualquer lugar do mundo. É ostensivo que elas têm fórmulas secretas para escapar do mundo tridimensional de Euclides. Em termos estritamente ocultistas podemos qualificar bem a essas criaturas tenebrosas como ”JINAS”. O organismo humano certamente oferece possibilidades surpreendentes. Recordai amados leitores à execrável Celene e suas imundas hárpias, monstros com cabeça e pescoço de mulher. Horrendos passarolos das ilhas Strófadas que encontram-se no mar Jônico. Providas de longas garras, têm sempre no rosto a palidez da fome. Fúrias terríveis que com seu contato, corrompem tudo quanto tocam e que antes foram belas donzelas. A capital principal de todas essas abominações está em Salamanca, Espanha. Ali fica o famoso Castelo de Klingsor (o salão da bruxaria), santuário das trevas oportunamente citado por Ricardo Wagner em seu Parsifal. Valha-me Deus e Santa Maria!... Se as pessoas soubessem tudo isto, buscariam o Castelo de Klingsor por todas essas velhas ruas de Salamanca... Mas, bem sabem os Divinos e os humanos que o Castelo do Graal Negro encontra-se nas terras de “Jinas”, na Dimensão desconhecida. Às terças e sábados, à meia-noite, ali reúnem-se essas aves com seus zangões para celebrar suas orgias. Quando alguma harpia destas foi presa, boa surra levou, pois as pobres pessoas ainda não sabem devolver bem por mal... É necessário ser compreensivos e em vez de atolar-se no lodo da infâmia, avantajar-se a tais águias através do amor, abordar com valor o problema e admoestar com sabedoria. “Não julgueis, para que não sejais julgados”. “Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados, e com a medida com que medes, sereis medidos”. “E por que olhas a palha que está no olho de teu irmão, e não deixas de ver a viga que está em teu próprio olho?”. “Como dirás a teu irmão: deixe-me tirar a palha do seu olho e eis aqui a viga no meu olho?” “Hipócrita! Tire primeiro a viga de teu próprio olho, e então verás bem para tirar a palha do olho de teu irmão”. “Aquele que estiver limpo de pecado, que atire a primeira pedra”… Embora pareça incrível é bom saber que muitas pessoas honradas e até religiosas carregam dentro o EU da bruxaria. Em outras palavras diremos: pessoas honradas e sinceras que em sua presente existência nada sabem de ocultismo, esoterismo, etc., levam, no entanto, dentro o EU da bruxaria. É óbvio que tal EU costuma viajar através do tempo e da distância para causar dano aos outros. Qualquer interesse fugaz pela Bruxaria em alguma vida anterior pode ter criado tal EU. Isto significa que no mundo existem muitas pessoas que sem sabê-lo praticam inconscientemente a bruxaria. Em verdade os digo que são muitos os devotos da senda que também levam dentro de si mesmos o EU da bruxaria.Concluiremos o presente capítulo dizendo: Todo ser humano, ainda que esteja no caminho do fio da navalha, é mais ou menos negro enquanto não tiver eliminado o EU PLURALIZADO. Capítulo 9 O PAROXISMO SEXUAL Com o Sahaja Maithuna (Magia Sexual), tal como se pratica nas escolas de Tantrismo branco, multiplica-se infinitamente a potência da vontade mediante o desencadeamento e atualização onipotente das sutis correntes nervosas. O Paroxismo delicioso da união sexual não é somente um reflexo de Tamas, segundo o Tantra; necessitamos inquirir, indagar, investigar. No Paroxismo das ditas, nós devemos descobrir de forma direta, a síntese cósmica e criadora de SHIVA (o Espírito Santo) e de SHAKTI (Sua Divina esposa Kundalini). Enquanto que o animal intelectual comum e corrente é vencido fatalmente pela abominável concupiscência e raptado pelos afetos passionais, numa palavra, sofre, no desfrute, para a vil consumação do prazer, o Gnóstico esoterista em pleno êxtase durante o coito sexual, penetra vitorioso na região das Mônadas no esplêndido mundo do TATTVA ANUPADAKA. O grau anterior a esse mundo de ANUPADAKA é o princípio extraordinário da potência que encontra-se no domínio do espaço, tempo e causalidade, e é denominada AKASHA TATTVA. (A morada de ATMAN-BUDDHI-MANAS). “POSIÇÃO TÂNTRICA” Está escrito com palavras de ouro no grande livro de todos os esplendores, que o Paroxismo Sexual é PROTO - TATTVICO. Inicia-se o jogo de vibrações extraordinárias durante o MAITHUNA com o Tattva de ouro, Phrithvi, o Éter magnífico da perfumada terra guardando concordância exata com nosso corpo físico. Continua a harpa, delícia das vibrações, fazendo estremecer a água da vida universal (APAS), o ENS SEMINIS. O alento (Vayú) altera-se ostensivamente e na atmosfera sutil do mundo ressoa a lira de Orfeu. Acende-se a Chama Sagrada (Tejas) no candelabro misterioso da espinha dorsal. Agora… Oh Deuses! O Cavalheiro (Manas superior) e sua dama (Buddhi), abraçam- se ardentemente na região do AKASHA puro, estremecendo-se com o paroxismo sexual. Mas é claro e manifesto que AKASHA é somente uma ponte de maravilhas e prodígios entre os TATTWAS Pritvi (Terra) e ANUPADA (o mundo dos esplendores). O Paroxismo Sexual atravessa a ponte da dita e penetra no mundo de Aziluth, a região de ANUPADAKA, a morada de SHIVA e SHAKTI, então ELE e ELA resplandecem gloriosamente embriagados de amor. Mulheres escutem-me: A SHAKTI deve ser vivida regiamente durante o coito sexual como MAYA-SHAKTI (Mulher-Eva-Deusa), somente assim pode conseguir-se com êxito a consubstancialização do amor no realismo psicofisiológico de vossa natureza. O Varão Gnóstico durante o SAHJA MAITHUNA (Magia Sexual), deve personificar a SHIVA (o Espírito Santo) e sentir-se inundado com essa força maravilhosa do Terceiro Logos. Kalyanamalla refere-se repetidas vezes a que “o cumprimento do código do amor é muito mais difícil do que o profano imagina”. “Os gozos preparatórios já são complicados; tem que ser empregada exatamente a arte segundo os preceitos, para avivar a paixão da mulher da mesma maneira que se aviva uma fogueira, e que seu YONI torne-se mais suave, elástico e idôneo ao ‘ato amoroso’”. “O ANANGARANGA concede grande importância a que ambos os componentes do casal não deixem introduzir-se em sua vida comum nenhum esfriamento, fastio ou saciedade em suas relações, efetuando a consumação do amor com recolhimento e entrega total. A forma do ato sexual, quer dizer, a posição no mesmo, é denominada ASANA”. Para conhecimento de alguns leitores de certa idade, transcreveremos no presente capítulo a posição denominada TIRYAK. “A posição TIRYAK tem três subdivisões, nas quais jaz sempre a mulher de lado”. a) “O homem se coloca juntamente com a mulher, toma uma das pernas dela e a coloca sobre sua cintura. Somente com a mulher do todo desenvolvida pode satisfazer por completo esta postura, a qual deve omitir-se com uma jovem”. b) “Homem e mulher jazem deitados de costas, não devendo ela mover-se nem minimamente”. c) “Deitado de costas o homem penetra entre os quadris da mulher, de maneira que uma coxa encontre-se sob ele, enquanto o outra repouse sobre sua cintura”. É conveniente invocar a KAMADEVA durante o SAHAJA MAITHUNA na “Forja dos Cíclopes”. “KAMADEVA: O Deus hindu do Amor. Literalmente seu nome quer dizer Deus do desejo, e passa por filho do céu e da ilusão”. “Rati, a ternura, é sua esposa, e Vasanta (a estação do florescimento) sua acompanhante, quem leva constantemente sua alijava com flores nas pontas das flechas”. “KAMADEVA tinha uma figura visível, mas como molestou o Senhor da criação, Hara, em suas práticas, este o reduziu a cinzas com um olhar; os Deuses o ressuscitaram, gotejando néctar nelas, e desde então chama-se o “incorpóreo”. Se lhe representa cavalgando sobre um papagaio, sendo seu arco de cana de açúcar e sendo a corda formada do mesmo de abelhas. O casal terrestre ADÃO-EVA mediante o SAHAJA MAITHUNA (Magia Sexual) encontra, sua correspondência igual mais humana e mais pura no elevado casal divino SHIVA- SHAKTI. “Homero verificou uma descrição igual delicada e mágica do abraço amoroso do casal divino:” “Sob eles, a terra germinada produzia um verdor florido, lótus, trevos suculentos e jacintos e açafrão que apertados, turgidos e tenros saiam do chão, e eles jaziam ali e arrastavam acima as nuvens douradas e cintilantes, e o orvalho chispeante caia na terra”. Embriagados pelo vinho do Amor, adornados preciosamente com a túnica da espiritualidade transcendente e coroados com as flores da dita, devemos aproveitar a tremenda vibração do Tattwa ANUPADAKA durante o paroxismo sexual para suplicar à serpente ígnea de nossos mágicos poderes, que elimine de nossa natureza inferior o defeito psicológico que já compreendemos a fundo em todas as regiões do subconsciente. É assim como vamos morrendo de instante a instante, de momento a momento; somente com a morte advém o novo. Capítulo 10 VISITANTES TENEBROSOS “UM EU SÚCUBO” O sábio Waldemar disse textualmente: “Um contemporâneo de Brognoli, o sacerdote Coleti, nos conta sobre uma mulher de sua paróquia que recorreu a ele com seu marido”. “Ela era devota e de bons costumes, mas desde os dez anos era perseguida por um tal espírito que de dia e de noite sugeria-lhe o desonesto, e até quando não dormia procedeu com ela como um íncubo, pelo que não era de modo algum um sonho do que padecia”. “Mas não conseguiu obter sua conformidade, permanecendo ela firme. Assim, o exorcista não teve mais que pronunciar o ‘Praeceptum Leviticum’ contra o demônio e mais adiante ela se viu livre dele”. “Neste caso, — disse Waldemar, — vemos que quando a consciência de um obsesso a tal ponto que imaginou-se como subterfúgio a violação pelo Demônio, ou seja, quase uma tomada de posse contra sua vontade, pode superar-se o estado mediante o processo de uma expulsão do espírito lascivo pelas forças morais ainda não tiranizadas”. “Mas se o demônio (o EU lascivo), a imagem luxuriosa criada pela própria fantasia, se afirma sem oposição até o fim, o próprio indivíduo convertido em íncubo executa, dividido em dois seres, umaAUTOCOPULAÇÃO. Neste caso, a obsessão acaba em geral na demência total”. “Assim tentou Brognoli, na primavera de 1643, liberar, em vão, de um íncubo uma moça de vinte anos”. “Fui – disse – com seu confessor a sua casa, Mal entramos nela, o Demônio, que estava entregue a sua tarefa, escapou. Falei então para a moça e ela me contou com detalhes e sinais o que o demônio fazia com sua pessoa”. “De seu relato não demorei em compreender que, embora ela o negara, tinha dado, no entanto, uma autorização indireta ao Demônio. Pois quando notava sua aproximação pela
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